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ISEL – INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA

DEETC - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE


ELETRÓNICA E TELECOMUNICAÇÕES E DE COMPUTADORES

LEETC
Licenciatura em Engenharia e Telecomunicações
e de Computadores

PFC – Projeto Final de Curso

P49 - Mini Osciloscópio

André Moreira (47125)

Marco Pinto (47091)

Orientadores

Professor [Doutor] José Fernando Rocha


Professor [Doutor] Miguel Tavares Fernandes

Julho, 2023
Resumo

No dia a dia de um engenheiro na área da eletrónica, ou de um entusiasta em


engenharia eletrónica, a necessidade de analisar e avaliar circuitos eletrónicos é de extrema
importância. Para colmatar essa necessidade, foi desenvolvido o osciloscópio, que é um
equipamento capaz de representar um sinal a analisar em tempo real. Contudo, um
osciloscópio moderno e equipado com as funcionalidades de última geração fica,
normalmente, fora da faixa financeira do utilizador, e, para além disso, é um aparelho com
um tamanho significativo que dificulta o transporte deste.

Para criar uma alternativa fiável a estes osciloscópios, neste projeto desenvolveu-se
um mini osciloscópio, que tem um custo significativamente inferior aos osciloscópios de
bancada comerciais, e com um tamanho inferior, destacando-se assim como uma escolha mais
acessível para um interessado na eletrónica.

Neste projeto desenvolveu-se um mini osciloscópio com as funcionalidades mais


importantes de um osciloscópio comercial, como a representação da evolução temporal do
sinal, o trigger, e variação das escalas temporais e de amplitude, e de ter uma interface com
o utilizador acessível, facilitando a experiência de um utilizador novato na área de eletrónica.

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Mini Osciloscópio
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Mini Osciloscópio
Abstract

In the day-to-day life of an engineer in the electronics field, or an electronics engineering


enthusiast, the need to analyze and evaluate electronic circuits is of utmost importance. To
meet this need, the oscilloscope was developed, which is a device capable of representing a
signal for real-time analysis. However, a modern oscilloscope equipped with state-of-the-art
features is usually beyond the financial reach of the average user, and furthermore, it is a
bulky device that makes transportation difficult.

To create a reliable alternative to these oscilloscopes, this project developed a mini


oscilloscope that has a significantly lower cost compared to commercial oscilloscopes, and it
is also smaller in size, making it a more accessible choice for electronics enthusiasts.

In this project, a mini oscilloscope was developed with the most important features of a
commercial oscilloscope, such as the representation of the temporal evolution of the signal,
triggering, and variation of temporal and amplitude scales. It also has a user-friendly
interface, facilitating the experience for novice users in the field of electronics.

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Mini Osciloscópio
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Mini Osciloscópio
Índice
Resumo .......................................................................................................... i

Abstract ....................................................................................................... iii

Índice ............................................................................................................ v

Lista de figuras .......................................................................................... vii

Lista de tabelas ........................................................................................... ix

Lista de acrónimos ..................................................................................... xi

1. Introdução ............................................................................................. 1
1.1. Motivação .......................................................................................................... 1
1.2. Objetivos ............................................................................................................ 2
1.3. Calendarização ................................................................................................... 2
1.4. Estrutura do documento ..................................................................................... 3

2. Osciloscópios comerciais de baixo custo e sua arquitetura típica .... 5


2.1. Osciloscópios comerciais de baixo custo ........................................................... 5
2.2. Arquitetura típica de osciloscópio de baixo custo ............................................. 7
2.2.1. Acondicionamento de sinal ................................................................. 7
2.2.2. Conversão de analógico para digital ................................................... 8
2.2.3. Módulo de processamento ................................................................. 10
2.2.4. Interface de utilizador e visualização de sinal ................................... 11

3. Arquitetura proposta - Desenvolvimento e implementação ........... 13


3.1. Arquitetura de projeto ...................................................................................... 13
3.1.1. Acondicionamento de sinal ............................................................... 14
3.1.2. Conversor analógico digital .............................................................. 17
3.1.3. Microcontrolador ............................................................................... 18
3.1.4. Interação com o utilizador ................................................................. 19
3.1.5. Alimentação ...................................................................................... 19
3.2. Implementação ................................................................................................. 22
3.2.1. Esquemático e desenho do PCB ........................................................ 22
3.2.2. Firmware ........................................................................................... 25
3.2.3. Custo total do mini osciloscópio ....................................................... 28

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Mini Osciloscópio
4. Resultados experimentais e de simulação ......................................... 31
4.1. Largura de banda ............................................................................................. 31
4.2. Tensão máxima pico-a-pico ............................................................................. 32
4.3. Erro de medição ............................................................................................... 33

5. Conclusões e trabalho futuro ............................................................. 35


5.1. Conclusões ....................................................................................................... 35
5.2. Trabalho Futuro ............................................................................................... 36

Bibliografia................................................................................................. 37

Apêndice A ................................................................................................. 39

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Mini Osciloscópio
Lista de figuras
Figura 1 - Diagrama de Gantt ........................................................................................... 2
Figura 2 - Fotografia do mini osciloscópio DSO Nano V3 .............................................. 6
Figura 3 - Fotografia do mini osciloscópio Xminilab-P[5] .............................................. 6
Figura 4 - Arquitetura típica de um mini osciloscópio de baixo custo ............................. 7
Figura 5 - Circuitos de acondicionamento existentes nos osciloscópios comerciais(em
cima, Xminilab-P, e em baixo, DSO nano v3) ................................................................. 8
Figura 6 - Arquitetura do mini osciloscópio desenvolvido no projeto ........................... 13
Figura 7 - Esquema elétrico do gerador da tensão de referência .................................... 15
Figura 8 - Esquema elétrico do circuito de acondicionamento de sinal ......................... 17
Figura 9 - Fotografia do STM32F401[8] ........................................................................ 19
Figura 10 - Fotografia da bateria de 9V ......................................................................... 20
Figura 11 - Esquema elétrico do circuito de alimentação do mini osciloscópio ............ 21
Figura 12 - Representação tridimensional das PCB e ecrã, para representar a relação entre
a altura do ecrã e os botões de navegação dos menus .................................................... 22
Figura 13 - Imagem da PCB realizada no ISEL ............................................................. 23
Figura 14 - Imagem da PCB principal realizada fora do ISEL, antes da montagem de
componentes ................................................................................................................... 23
Figura 15 - Imagem da duas PCB, realizado fora do ISEL, após montagem dos
componentes ................................................................................................................... 24
Figura 16 - Modelo 3D do aspeto pretendido do mini osciloscópio .............................. 24
Figura 17 - Diagrama de blocos do firmware principal para adquirir e desenhar o sinal25
Figura 18 - Excerto de código referente ao bloco de sampling ...................................... 26
Figura 19 - Excerto de código representando a função responsável por alterar o ARR. 26
Figura 20 - Máquina de estados representando a atualização gráfica do display ........... 27
Figura 21 - Esquema elétrico para simulação ................................................................. 31
Figura 22 - Largura de banda obtida experimentalmente (fotografia esquerda) e por
simulação(diagrama de bode à direita) ........................................................................... 32
Figura 23 - Tensão máxima e mínima obtida experimentalmente (fotografia esquerda) e
por simulação (gráfico à direita ...................................................................................... 32
Figura 24 - Esquema elétrico do circuito de teste .......................................................... 33
Figura 25 - Fotografia do mini Osciloscópio com um sinal de teste .............................. 33
Figura 26 - Fotografia de um osciloscópio de bancada com um sinal de teste .............. 34

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Mini Osciloscópio
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Mini Osciloscópio
Lista de tabelas

Tabela 1 - Distribuição das tarefas pelos elementos do grupo ......................................... 3


Tabela 2 - Comparação das características dos vários tipos de ADC .............................. 9
Tabela 3 - Comparação de modelos de ADC ................................................................... 9
Tabela 4 - Comparação das caracteristicas de vários microcontroladores ..................... 10
Tabela 5 - Orçamento do projeto mini osciloscópio ...................................................... 28

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Mini Osciloscópio
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Mini Osciloscópio
Lista de acrónimos

DMA - Direct Memory Access


SPI - Serial Peripheral Interface
CPU - Central Processing Unit
ADC - Analog to Digital Converter
SAR - Successive Approximation Register
AC - Alternating Current
DC - Direct Current
Gnd - Ground
TFT LCD - Thin Film Transistor Liquid Crystal Display
LCD - Liquid Crystal Display
PCB - Printed Circuit Board
DSO - Digital Storage Oscilloscope
SD Card - Security Digital Card
SAR ADC - Successive Approximation Register ADC
PGA - Programmable Gain Amplifier
BNC - Bayonet Neil-Concelman connector
ARR - Auto Reload Register

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Mini Osciloscópio
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Mini Osciloscópio
1. Introdução
Para entusiastas ou engenheiros na área de eletrónica, um dos instrumentos
indispensáveis a ter na sua bancada do laboratório é o osciloscópio. Este é um instrumento de
medida que permite visualizar sinais elétricos ao longo do tempo.

Apesar da sua importância, este equipamento geralmente é caro e difícil de transportar


devido ao seu volume e peso, acabando por dissuadir os interessados de o comprar, ou a
procurar opções de custo mais reduzido.

De modo a resolver ambos os problemas de portabilidade e custo, decidiu-se projetar


um “mini osciloscópio”, que apesar de ser mais barato e com uma maior portabilidade que os
comerciais já existentes, tem uma menor tensão de entrada pico a pico, uma menor largura
de banda e um menor número de canais e funcionalidades disponíveis.

1.1. Motivação

No mercado existem alguns osciloscópios de baixo custo, aqui referidos por mini
osciloscópios. Existem diversos mini osciloscópios comerciais com características técnicas
bastantes distintas, com impacto no respetivo preço.

Porém, a documentação técnica dos osciloscópios de mais baixo custo é básica e


desconhece-se o código fonte do respetivo software. Tal inviabiliza a utilização destes
osciloscópios como base de desenvolvimento, em ambiente académico, para se obterem
versões melhoradas ou adaptadas às necessidades de alguns utilizadores.

Uma das características fundamentais de um mini osciloscópio prende-se com a sua


largura de banda, que aumenta proporcionalmente com o preço. O mini osciloscópio que se
pretende realizar terá uma largura de banda superior, à dos modelos existentes no mercado
face ao seu custo, sendo que após a conclusão do projeto disponibilizar-se-á toda a
documentação necessária, tanto ao nível hardware como ao de software, para permitir a sua
reprodução para utilização imediata ou para servir de base a desenvolvimentos que atendam
a necessidades especificas.

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Mini Osciloscópio
1.2. Objetivos

Este projeto consiste no desenvolvimento de um osciloscópio de baixo custo com


características semelhantes ou melhoradas em relação aos comerciais de muito baixo custo.

Assim pretende-se desenvolver um osciloscópio com as seguintes especificações: um


canal analógico com largura de banda de aproximadamente um megahertz; gama dinâmica
da tensão de entrada de 30Vpp (30V pico a pico) que poderá ser contínua ou alternada. O
canal analógico deverá ter um módulo de sincronismo (trigger) por hardware ou software. A
digitalização do canal analógico deverá ser concretizada por um Conversor Analógico-Digital
(ADC) com uma resolução não inferior a 10 bits. Adicionalmente o osciloscópio deverá ter
pelo menos um canal digital. O mini osciloscópio deverá basear-se num microcontrolador
que além de concretizar o controlo de todo o sistema, poderá concretizar a digitalização e
gerir a interface com um ecrã TFT LCD (Thin Film Transistor Liquid Crystal Display), onde
será representada graficamente a evolução temporal do sinal analógico.

1.3. Calendarização

Atendendo à dimensão do projeto proposto, e o contexto académico para qual é


realizado, é necessário implementar estratégias de trabalho bem definidas, estruturando de
forma atempada a calendarização das diferentes tarefas a cumprir e distribuindo de forma
equilibrada as tarefas entre os dois elementos que compõem o grupo. Desta forma, propõe-se
o diagrama temporal representado na Figura 1, e a distribuição das tarefas pelos elementos
do grupo na Tabela 1.

Figura 1 - Diagrama de Gantt

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Mini Osciloscópio
Conforme o percurso do grupo no projeto, o diagrama de Gantt acima apresentado
encontra-se sujeito a possíveis alterações devido a imprevistos que poderão afetar o progresso
do mesmo.

Tabela 1 - Distribuição das tarefas pelos elementos do grupo

1.4. Estrutura do documento

Este documento é composto por cinco capítulos organizados da forma que se descreve
seguidamente. No capítulo de introdução, apresentamos os objetivos e motivações do projeto,
bem como a calendarização e a divisão de tarefas a serem realizadas.

No capítulo 2, Osciloscópios comerciais de baixo custo e sua arquitetura típica, faz-


se um estudo de mercado para apresentar produtos com funcionalidades semelhantes ao
projeto proposto, efetuando-se depois o estudo de alguns componentes, como o
microcontrolador e o conversor analógico para digital.

No capítulo 3, Arquitetura proposta - Desenvolvimento e Implementação, resolve-se


o problema proposto e procede-se à sua implementação. No capítulo 4, Resultados
Experimentais e de Simulação, apresenta-se os resultados obtidos até à data. Finalmente, no

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Mini Osciloscópio
capítulo 5, Conclusões e Trabalho Futuro, serão mencionados os problemas que ainda
precisam de ser resolvidos.

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Mini Osciloscópio
2. Osciloscópios comerciais de baixo
custo e sua arquitetura típica

No presente capítulo descreve-se como o mini osciloscópio proposto neste projeto se


enquadra no mercado, avaliando osciloscópios semelhantes em relação à sua qualidade e
custo, bem como analisar a arquitetura típica deste tipo de osciloscópios.

De forma a realizar um estudo de mercado, na secção 2.1. pesquisam-se as


implementações existentes no mercado, analisando características como a largura de banda,
tensão máxima pico a pico ou o custo, sendo feita uma comparação entre estas
implementações e o projeto que se pretende desenvolver.

Um osciloscópio de baixo custo tem uma arquitetura típica, constituída por um


módulo de acondicionamento de sinal, um conversor de analógico para digital (ADC), um
módulo de processamento e um módulo de interação com o utilizador onde se inclui a
visualização de sinal, tais aspetos irão ser abordados na secção 2.2.

2.1. Osciloscópios comerciais de baixo custo

No mercado existem vários modelos de mini osciloscópios de diversos fabricantes.


Alguns destes modelos apresentam especificações semelhantes às que se propõem realizar,
enquanto em outros modelos é possível encontrar certas particularidades que podem vir a ser
alvo de estudo e de implementação num trabalho futuro.

Nesta secção apresenta-se dois mini osciloscópios, um desenvolvido pela empresa


SeeedStudio [1] e outro desenvolvido pela empresa Gabatronics [2].

Dentro dos vários modelos de mini osciloscópios propostos pela empresa SeeedStudio
é de destacar o modelo DSO Nano V3 que segundo a sua ficha técnica [3] tem uma largura
de banda de 200kHz. Este osciloscópio admite uma amplitude máxima de entrada de 40𝑉𝑝𝑝 ,
tendo a vantagem de permitir escolher diferentes modos de trigger do sinal que se pretende
analisar. Além disso, este modelo permite armazenar num cartão SD (Secure Digital Card) o
sinal que se pretende analisar. Um inconveniente é a restrição no acoplamento do sinal a
medir, uma vez que permite apenas o acoplamento DC (Direct Current).

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Mini Osciloscópio
Na Figura 2, apresenta-se uma fotografia do osciloscópio comercial DSO Nano V3.

Figura 2 - Fotografia do mini osciloscópio DSO Nano V3

Um mini osciloscópio alternativo ao modelo anteriormente apresentado é o modelo


Xminilab, que em conjunto com o modelo Xprotolab forma a série XScopes, da autoria da
empresa Gabatronics. Pela ficha técnica [4] o osciloscópio Xminilab tem uma largura de
banda de 200kHz e uma gama de tensões de entrada de −14V a + 20V. Destaca-se de forma
positiva a existência de dois canais analógicos e oito digitais com a possibilidade de executar
operações matemáticas entre os sinais como adição subtração ou inversão. Um dos aspetos
negativos é o seu custo, sendo um dos mais caros entre os modelos de mini osciloscópios
existentes no mercado. Outro aspeto negativo é o tamanho reduzido do display (apenas 2.4
polegadas), o que com sobreposição de sinais provenientes de diferentes canais juntamente
com a informação adicional de cada sinal, torna difícil visualizar o sinal. Na Figura 3
apresenta-se uma fotografia do osciloscópio comercial Xminilab.

Figura 3 - Fotografia do mini osciloscópio Xminilab-P[5]

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2.2. Arquitetura típica de osciloscópio de baixo custo

Nesta secção descrevem-se os blocos fundamentais da arquitetura típica de um


osciloscópio comercial de baixo custo.

Figura 4 - Arquitetura típica de um mini osciloscópio de baixo custo

A arquitetura típica de mini osciloscópio pode ser fracionada em cinco blocos


fundamentais, como se ilustra na Figura 4, o bloco de acondicionamento de sinal, o bloco
conversor de analógico para digital, o bloco de processamento e a interação com o utilizador
sendo que a visualização do sinal e a interface com o utilizador, incorporam-se nesse bloco.

2.2.1. Acondicionamento de sinal

O bloco de acondicionamento de sinal possui um circuito responsável por atenuar o


sinal de entrada, seguido de um sub-circuito que estabelece o acoplamento de entrada (AC,
DC ou Gnd), um sub-circuito de amplificação e um sub-circuito de deslocamento de nível
(soma um offset), para garantir que o sinal a digitalizar está na gama dinâmica do ADC, que
pode ser por exemplo de 0V a 3.3V ou 0V a 5V.

O circuito de acondicionamento de sinal é, normalmente, composto por um divisor


de tensão, com uma impedância de entrada de um Megaohm, seguido de um amplificador de
ganho unitário (para não ocorrer efeito de carga no divisor de tensão) ou um amplificador em
montagem não inversora se também for necessário acrescentar ganho ao circuito. Este é o

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acondicionamento usado por exemplo nos osciloscópios comerciais DSO nano v3 [3]., e o
Xminilab-P [5], cujo esquemas elétricos se representam na Figura 5.

Figura 5 - Circuitos de acondicionamento existentes nos osciloscópios comerciais(em cima, Xminilab-P,


e em baixo, DSO nano v3)

2.2.2. Conversão de analógico para digital

O bloco de conversão de analógico para digital é responsável por converter o sinal


analógico que terá sido acondicionado anteriormente, num sinal digital capaz de ser analisado
pelo bloco de processamento.

Analisando os osciloscópios comerciais de custo mais elevado, retira-se que a maioria


opta por utilizar conversores dedicados de arquitetura paralela (Flash). Os osciloscópios
comerciais de custo mais acessíveis, por norma, utilizam conversores dedicados de
aproximações sucessivas ou de outra arquitetura, geralmente com comunicação de dados em
paralelo, ou utilizam o ADC interno ao microcontrolador.

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Mini Osciloscópio
Tabela 2 - Comparação das características dos vários tipos de ADC

Resolução Ritmo de máximo


Custo
típica(bit) de conversão

ADC Flash 8 Muito alto Alto


ADC Aprox.
8 a 16 Alto Baixo
Sucessivas

Tendo em conta que se pretende obter um equilíbrio entre o custo e a qualidade, pela
Tabela 2, retira-se que utilizar o conversor de aproximações sucessivas (SAR) é uma solução
adequada para este projeto, dada a largura de banda pretendida. Resta apenas escolher se é
utilizado um conversor dedicado ou o conversor interno ao microcontrolador.

Tabela 3 - Comparação de modelos de ADC

ADC interno ao
ADS1115 ADC0804
microcontrolador
(ADC dedicado) (ADC dedicado)
STM32F401
Resolução (bits) 16 8 12/10/8/6
Ritmo máximo de
860 10k 2.4Mega
conversão (SPS)
Número de canais 2 1 16 (multiplexados)

Gama dinâmica (Volts) 0.0 - 2.0/5.0 0.0 - 5.0 0.0 - 3.3

Na Tabela 3, utilizou-se o ADS1115 [6] e o ADC0804 [7] para comparar com o ADC
interno ao microcontrolador STM32F401 [8]. Observa-se que o ritmo máximo de
amostragem é muito maior se for utilizado o ADC interno do microcontrolador. Além disso,
com a solução do ADC interno ao microcontrolador, reduz-se o número total de componentes
(chips) a usar, simplificando a placa de circuito impresso (PCB), e o custo geral do projeto
irá diminuir.

Deste modo, uma adequada escolha para o conversor de analógico para digital é a
utilização do ADC interno do microcontrolador.

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2.2.3. Módulo de processamento

O módulo de processamento é o bloco responsável por analisar o sinal digital obtido


pelo conversor de analógico para digital e de apresentá-lo no display, bem como a informação
sobre esse mesmo sinal como a sua frequência, período ou valores de tensão relevantes
(tensão máxima, mínima e pico-a-pico). Além disso, este módulo irá tratar também da
interação com o utilizador, de modo a alterar o sinal a apresentar, dependendo das opções de
visualização do sinal escolhidas pelo utilizador.

Analisando as opções para o microcontrolador tem-se a família dos STM32, o


ATXMEGA, sendo que o osciloscópio Xminilab-P utiliza um ATXMEGA32A4U [9] e o DSO
Nano v3 utiliza o STM32F103VBT6 [10], ou poder-se-ia ainda optar pela utilização do
LPC1769 [11], o qual já tinha sido alvo de estudo anteriormente no curso.

Tendo-se decidido usar um ADC interno ao microcontrolador, é necessário tê-lo em


conta para a escolha do microcontrolador, além dos outros fatores que se terá em consideração
como a frequência máxima de trabalho, a complexidade da arquitetura do processador, o
tamanho da memória e, um dos fatores mais importantes, o seu custo. Na Tabela 4,
comparam-se as características de alguns microcontroladores.

Tabela 4 - Comparação das características de vários microcontroladores

LPC1769 ATXMEGA32A4U STM32F103 STM32F401


Frequência Máxima
100 32 72 84
de Relógio(MHz)
ARM Cortex M- ARM Cortex M-
Arquitetura AVR ARM Cortex M-4
3 3
Memória flash (kB) 512 32 128 256
Sampling Rate
200k 2Mega 4Mega 2.4Mega
ADC (SPS)
Resolução (bits) 12 12 12 12/10/8/6

Custo (euros) 10 3 2.50 4

Para o projeto proposto, dá-se preferência aos microcontroladores que usarem uma
arquitetura ARM visto que foram alvo de estudo ao longo do curso, excluindo-se assim o
ATXMEGA.

Usando o LPC ter-se-ia uma dimensão de memória flash muito maior, bem como a
frequência máxima, a custo de perdas elevadas no ritmo máximo de amostragem.

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Assim basta escolher a geração do STM32 que melhor se adequa. Como é de interesse
ter uma memória de maior dimensão, visto que uma maior dimensão de memória equivale a
um maior número de amostras possíveis de armazenar. Também é de interesse dispor de uma
frequência e ritmo de amostragem máxima elevados. Assim, optar-se-á por escolher o
STM32F401, que além de satisfazer as preferências anteriores, também tem um custo mais
acessível e também permite uma maior gama de configuração da resolução do ADC.

2.2.4. Interface de utilizador e visualização de sinal

A interação com o utilizador será a visualização do sinal num ecrã, com todas as
opções a ser tomadas pelo utilizador, como por exemplo o acoplamento do sinal, a escala
vertical e a escala horizontal e medições como a frequência ou tensão pico-a-pico.

Por norma, são utilizados botões de pressão ou rotativos (encoders) para o utilizador
poder alterar os parâmetros de visualização do sinal.

Os botões de pressão são particularmente úteis na navegação de menus e reduz o


tamanho do osciloscópio, enquanto botões rotativos são mais adequados para pequenos
ajustes, como na escolha das escalas ou do nível de trigger, mas aumentam o tamanho do
osciloscópio.

Utilizando os botões, simplifica-se a interação com o utilizador e obtém-se um


tamanho mais compacto, pelo que se irá utilizar os botões de pressão no projeto.

Quanto à visualização do sinal, podem ser utilizados um LCD ou um ecrã de um


dispositivo externo (computador ou telemóvel).

Visto que se pretende obter uma maior portabilidade, optar-se-á por usar um display
LCD.

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3.Arquitetura proposta -
Desenvolvimento e implementação

No presente capítulo analisa-se a arquitetura do mini osciloscópio que constitui este


projeto e descreve-se a sua implementação. Desta forma, na secção 3.1. discutir-se-á a
abordagem escolhida para cada bloco da arquitetura do mini osciloscópio. Na secção 3.2.
descreve-se a implementação do circuito de acondicionamento, que inclui o desenho da placa
de circuito impresso (PCB). Apresenta-se também o código desenvolvido para o micro
controlador.

3.1. Arquitetura de projeto

Nesta secção apresentam-se as decisões tomadas durante o desenvolvimento deste


projeto, desde a arquitetura por blocos, até à sua implementação, para concretizar o mini
osciloscópio.

Figura 6 - Arquitetura do mini osciloscópio desenvolvido no projeto

Na Figura 6, é apresentada a arquitetura que foi utilizada para o desenvolvimento do


mini osciloscópio, e segue-se nas subsecções seguintes a descrição individual de cada bloco.

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3.1.1. Acondicionamento de sinal

Na arquitetura típica de um mini osciloscópio (Figura 4) bem como na arquitetura


proposta (Figura 6), o bloco de acondicionamento do sinal engloba os sub-blocos de proteção,
acoplamento, amplificação e deslocamento de nível do sinal.

O circuito de proteção é responsável por garantir que o sinal de entrada, após passar
por este sub-bloco, não exceda os valores de tensão de alimentação dos componentes ativos
do mini osciloscópio. O circuito de proteção é constituído por duas resistências que formam
um divisor de tensão, com uma impedância de entrada de 1MΩ tal como acontece na maioria
dos osciloscópios comerciais. Pretende-se poder medir uma tensão de entrada positiva ou
negativa até 15V ou -15V respetivamente. Contudo os valores admissíveis na entrada do ADC
variam de 0V a 3,3V. Desta forma é necessário que a atenuação do divisor de tensão seja de
0,11, isto porque,

15𝑉 ∗ 0.11 = 1.65𝑉 ∧ −15𝑉 ∗ 0.11 = −1.65𝑉

Destaca-se ainda neste circuito o condensador representado por 𝐶7 na Figura 8 que


tem a função de limitar a largura de banda a 73kHz. Pela figura 8 tem-se:

1
𝑓𝑐𝑜𝑟𝑡𝑒 = = 73𝑘𝐻𝑧
2𝜋 × [(𝑅15 + 𝑅11 ) ∥ (𝑅12 + 𝑅17 )] × 𝐶7

Note-se que para satisfazer os valores permitidos pelo conversor analógico para
digital, será adicionado uma componente contínua. O bloco de deslocamento de nível será
analisado com maior pormenor posteriormente.

O acoplamento é estabelecido pelo utilizador por intermédio de um relé de duas


posições que irá definir se o circuito bloqueará ou não a componente contínua do sinal (DC),
permitindo assim que o utilizador visualize sinais adquiridos em modo DC ou AC. O bloqueio
da componente contínua é feito através de um condensador cerâmico de forma a ser insensível
à polaridade, cujo valor é 680nF (este condensador está identificado por C8 na Figura 8). Para

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o condensador encontrar-se completamente carregado [12] é necessário o valor de cinco
vezes a constante de tempo, ou seja, 5(𝑅10 + 𝑅9 ) × 𝐶8 = 68𝑚𝑠.

O sub-bloco de deslocamento de nível garante que o sinal nunca assuma valores


negativos na entrada do microcontrolador, uma vez que gama admissível de entrada do
conversor A/D do microcontrolador é de 0,0V a 3,3V. Esse sub-bloco é composto por um
amplificador em montagem subtratora, no qual o sinal à saída do bloco de amplificação e
subtraído um offset -1,65V. Em conforme com a Figura 8, obtém-se:

𝑅7 𝑅9
𝑉𝑂1 = 𝑘(𝑉𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑉𝑜𝑓𝑓 ) ⇔ 𝑉𝑂1 = 𝑉𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙 + 1.65, 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑘 = = =1
𝑅6 𝑅8

Para gerar um offset de -1,65V independente da tensão de alimentação, utilizou-se um


díodo de Zener de 3,3V com uma corrente de joelho de 4,5mA, que será fornecida por uma
fonte de -5 V a qual será mencionada na subseção 3.1.5. Se a corrente de joelho do díodo de
Zener for ultrapassada garante-se 𝑉𝑍 igual a -3,3V. Depois, pela utilização de um divisor de
tensão em 𝑉𝑍 obtem-se um offset de -1.65V. Em conformidade com a Figura 7, obtém-se:

𝑅5
𝑉𝑜𝑓𝑓 = 𝑉 ⇔ 𝑅4 = 𝑅5 , 𝑐𝑜𝑚 𝑉𝑧 = −3,3𝑉 𝑒 𝑉𝑜𝑓𝑓 = −1,65𝑉
𝑅4 + 𝑅5 𝑧

−5 − 𝑉𝑧 𝑉𝑧 − 𝑉𝑜𝑓𝑓
= + 𝐼𝐽𝑧 ⇔ 𝑅14 = 294Ω
𝑅14 𝑅4

Figura 7 - Esquema elétrico do gerador da tensão de referência

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Na equação anterior 𝑉𝑧 = −3,3𝑉; 𝑉𝑜𝑓𝑓 = −1,65𝑉 𝑒 𝐼𝐽𝑧 = 4.5𝑚𝐴, onde 𝐼𝐽𝑧 é a
corrente de joelho do díodo de Zener.

Ainda que seja uma opção válida, é de referir que a geração de uma tensão de
referência com díodo de Zener é uma solução académica, que foi utilizada por falta de
disponibilidade de acesso, em tempo útil, a um circuito dedicado de referência de tensão, de
utilização mais simples e com menor variação com a temperatura.

Por fim, o circuito de amplificação destina-se a amplificar os sinais de entrada de


pequena amplitude, uma vez que o ADC tem um 𝑉𝐿𝑆𝐵 de 0,8mV, ou seja, se não existir
amplificação, os sinais de pequena amplitude não aproveitariam eficazmente a gama
dinâmica do conversor A/D. Isto é, se não existisse amplificação, um sinal de entrada de
amplitude inferior a 7,3mV resultaria na ausência de variação na palavra de saída do
conversor A/D. Para concretizar esta amplificação é utilizada um PGA (Programmable Gain
Amplifier), que devido ao atraso da chegada deste componente em relação ao previsto, fez
que não fosse possível desenvolver o software relativo a este componente.

Desta forma, à data da escrita desde documento, o circuito de amplificação tem apenas
ganho unitário, contudo o PGA está representado no esquema elétrico da Figura 8 e na placa
de circuito impresso, sendo apenas necessário desenvolver o software relativo a este
componente para que este bloco fique operacional, o que será implementado em versões
futuras.

Adicionalmente é de referir que os AmpOps utilizados são os NE5532 [13]. Este


modelo tem um produto ganho-banda de 10MHz, uma taxa de inflexão de 9V/s e aceita
tensões de alimentação tanto negativas como positivas, destacando-se pelo seu baixo ruído e
baixa distorção. Alimentando os AmpOps com 5V e -5V, com o divisor de tensão do sub-
circuito de proteção, garante-se que qualquer sinal de entrada variável entre 15V e -15V,
ficará sempre confinado aos valores da alimentação dos AmpOps, independentemente da
configuração definida pelo utilizador.

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Figura 8 - Esquema elétrico do circuito de acondicionamento de sinal

3.1.2. Conversor analógico digital

O conversor analógico-digital que será utilizado está integrado no próprio


microcontrolador STM32F401, sendo do tipo de aproximações sucessivas (SAR). Esse
conversor possui uma resolução variável, que pode ser configurada de 6 a 12 bits, e uma gama
de tensão de entrada que varia de zero a 3,3 volts.

Uma vantagem de usar o conversor interno do microcontrolador é a possibilidade de


utilizar o acesso direto à memória (Direct Memory Access) do microcontrolador, que permite
armazenar os valores convertidos de tensão diretamente na memória, de forma independente
da CPU (Unidade Central de Processamento). Isso traz diversos benefícios, como a redução
da carga sobre o processador, diminuição do risco de perda de dados e aumento da velocidade
de processamento, uma vez que os dados podem ser transmitidos em paralelo.

O ritmo de amostragem máximo do ADC é de 2,4MHz segundo o fabricante [14].


Contudo, este ritmo de amostragem é para o ADC configurado com uma resolução de 6 bits.
De forma a obter valores com maior resolução, optou-se por utilizar a resolução máxima do
ADC (12 bits), o que reduz o ritmo de amostragem para 1.4MHz.

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𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑙ó𝑔𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝐷𝐶 21𝑀𝐻𝑧
𝑅𝑖𝑡𝑚𝑜𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑔𝑒𝑚 = = = 1,4𝑀𝐻𝑧
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑙ó𝑔𝑖𝑜 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 15

Para confirmar este valor experimentalmente, em uma fonte externa colocou-se um


sinal quadrangular com uma frequência de 140kHz, sendo que este sinal foi adquirido pelo
ADC e guardado num buffer. Nesse buffer observou-se que a um período do sinal
correspondia exatamente a dez amostras do ADC, confirmando-se assim o ritmo de
amostragem calculado anteriormente.

3.1.3. Microcontrolador

O microcontrolador escolhido é o STM32F401, dado que o seu conversor de


analógico para digital interno é adequado a este projeto. Além disso, possui uma memória
flash de 256kBytes, que auxiliará no armazenamento de dados sobre o sinal analógico,
podendo guardar, por exemplo, uma maior quantidade de amostras do sinal. A Figura 9
apresenta a fotografia de uma placa de desenvolvimento com o microcontrolador
STM32F401.

A frequência de relógio do microcontrolador é também outra característica importante


para o projeto de um mini osciloscópio visto que, uma maior frequência de relógio implica
uma maior capacidade para adquirir e apresentar sinais analógicos que tenham frequência
mais alta. Isto porque uma maior frequência de relógio permite uma maior frequência de
amostragem, no conversor A/D. A frequência de relógio do STM32F401 é de 84MHz,
fazendo com que a frequência do ADC seja 21MHz, pois segundo o manual [14], a frequência
do ADC tem se ser pelo menos quatro vezes inferior à frequência de relógio do
microcontrolador.

Outro fator importante a ter em conta é a arquitetura do processador. Este processador


é baseado na arquitetura ARM Cortex M-4, arquitetura essa que foi estudada ao longo do
curso, facilitando o desenvolvimento de aplicações sobre ela.

Assim, com as vantagens anteriormente referidas, adicionando o seu baixo custo, faz
do STM32F401 a escolha mais adequada para o bloco de processamento deste projeto.

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Figura 9 - Fotografia do STM32F401[8]

3.1.4. Interação com o utilizador

A interação com o utilizador é dividida em dois blocos presentes na arquitetura da


Figura 6, o bloco de visualização do sinal e o bloco de interação.

A apresentação do sinal será realizada no TFT LCD ILI9341 [15], com uma resolução
de 480x320 pixels, que é adequada para apresentar uma grelha com o sinal e informação
adicional. A comunicação com o display é realizada por SPI (Serial Peripheral Interface).

A interação com o utilizador será realizada através de botões de pressão, que


permitem navegar entre os menus e alterar as escalas ou o acoplamento a usar. Será composto
por cinco botões, onde quatro deles serão responsáveis por alterar o menu a ser escolhido ou
o valor do parâmetro escolhido, por exemplo a escala horizontal, vertical ou o acoplamento,
e o outro será o botão “Ok”, que confirmará a alteração efetuada.

3.1.5. Alimentação

Para alimentar o mini osciloscópio é necessário ter em conta que se pretende ter um
equipamento portátil, ou seja, é necessário utilizar uma pilha ou bateria. Para este projeto,
optou-se por utilizar uma bateria de lítio [16], com uma tensão nominal de 9V e uma
capacidade de 1000mAh, que é recarregável por uma entrada micro USB. Adicionalmente,

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esta bateria tem proteções contra sobrecarga, curto-circuito, alta temperatura e picos de
tensão. A Figura 10 mostra uma fotografia desta bateria.

Como as tensões de alimentação do microcontrolador e do circuito de


acondicionamento do sinal são de -5V, 3,3V e 5,0V, é necessário converter a tensão que a
bateria fornece para se obter estes três valores. Para tal, é utlizado um regulador linear de
tensão para converter a tensão da bateria de 9V para 5V, e outro regulador da mesma tipologia
(mas agora low-drop da entrada para a saída) para se obter 3,3V a partir de 5V. Os reguladores
utilizados foram o L7805 (para 5V) e o LD33(para 3,3V) e estão representados no esquema
elétrico da Figura 11.

Figura 10 - Fotografia da bateria de 9V

Tal como mencionado na subsecção 3.1.1., é necessário gerar uma tensão negativa de
-5V para alimentar os AmpOps e para o deslocamento de nível. Essa tensão será gerada a
partir dos 5V, e será convertida para -5V utilizando um conversor CC-CC de bombeamento
de cargas (charge pump) baseado num circuito integrado, o TPS60403. Este conversor está
disponível numa placa comercial que inclui o integrado e os condensadores de bombeamento.

A utilização deste conversor CC-CC (inversor), implica a introdução de ruído elétrico


na tensão por ele produzido, visto que o funcionamento do inversor é baseado na comutação
de interruptores. Para mitigar este ruido são utilizados dois filtros LC externos, um no
conversor redutor para 5V e outro no conversor inversor de modo a suavizar as transições de
corrente e filtrar o ruído gerado. O conversor redutor para 3,3V não necessita de um filtro
dedicado uma vez que este conversor apenas efetua a alimentação de equipamentos digitais
(microcontrolador e ecrã), que são equipamentos menos sensíveis ao ruído (mesmo assim,
foram utilizados condensadores nestas alimentações para mitigar os efeitos dos picos de
corrente durante as comutações). É de referir que os filtros LC ligados na saída do conversor

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para 5V e do inversor para -3,3V, foram dimensionados para apresentarem uma frequência
de corte de 1591Hz.

1 1
𝑓𝑐 = = = 1591𝐻𝑧
2𝜋√𝐿1 𝐶3 2𝜋√𝐿2 𝐶5

Utilizam-se também condensadores de filtragem colocados à entrada e à saída dos


conversores, que auxiliam na redução de ruído. Adicionalmente, se forem utilizados
condensadores entre as alimentações dos amplificadores usados no circuito de
acondicionamento, e na alimentação do microcontrolador, diminuir-se-á o ruído restante no
sinal.

Figura 11 - Esquema elétrico do circuito de alimentação do mini osciloscópio

Na Figura 11, apresenta-se o esquema elétrico completo relativo à alimentação do


mini osciloscópio.

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3.2. Implementação

Nesta secção será descrita a implementação do projeto, nomeadamente a construção


da placa de circuito impresso (PCB) e da embalagem modelada num software 3D, na
subsecção 3.2.1. Depois, na subsecção 3.2.2., descreve-se a implementação de software de
modo a interligar como firmware deste projeto. Finalmente, na subsecção 3.2.3. apresenta-se
uma estimativa do custo dos componentes do projeto.

3.2.1. Esquemático e desenho do PCB

O esquema elétrico do circuito completo do mini osciloscópio encontra-se no


apêndice A, sendo composto pelo circuito de alimentação, o circuito de acondicionamento de
sinal, os botões de interface com utilizador, o microcontrolador e o ecrã.

O mini osciloscópio é composto por dois PCB: um PCB contém os circuitos de


acondicionamento, os de alimentação, o microcontrolador, bem como a ficha BNC (Bayonet
Neil-Concelman connector) para ligação do sinal analógico, o botão de ligar/desligar e dois
barramentos de pinos fêmea. Um barramento fêmea liga ao ecrã e o outro barramento liga ao
segundo PCB. Foi necessário utilizar um segundo PCB, para que o ecrã ficasse à mesma
altura que os botões de navegação e seleção dos menus, tal como se ilustra na Figura 12. É
de referir que o segundo PCB apenas contém os botões de navegação dos menus.

Figura 12 - Representação tridimensional das PCB e ecrã, para representar a relação entre a altura do
ecrã e os botões de navegação dos menus

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Uma primeira instância das PCB foi realizada na oficina de circuitos impressos do
ISEL (ver Figura 13). Contudo devido a problemas de curto-circuito entre pistas e de pistas
sem continuidade, houve a necessidade de realizar as PCB através de uma empresa.

Figura 13 - Imagem da PCB realizada no ISEL

Na PCB produzida pela empresa JLCPCB [17], é possível realizar pistas mais finas
que no ISEL. Nas PCB realizadas fora do ISEL, usaram-se pistas de 0,25mm de largura e
outras de maior largura, salientando que a empresa entrega as PCB já com furação e com as
pistas envernizadas. Nas figuras Figura 14 e Figura 15 estão apresentadas as imagens das
PCB, antes e depois da montagem dos componentes.

Figura 14 - Imagem da PCB principal realizada fora do ISEL, antes da montagem de componentes

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Figura 15 - Imagem da duas PCB, realizado fora do ISEL, após montagem dos componentes

Por fim realizou-se um modelo 3D, através do software TinkerCAD [18], que será
impresso de modo a obter o aspeto final do mini osciloscópio. Pretende-se que este apresente
o aspeto representado na Figura 16.

Figura 16 - Modelo 3D do aspeto pretendido do mini osciloscópio

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3.2.2. Firmware

O software desenvolvido gere a interligação entre os blocos de acondicionamento de


sinal, e o bloco de interface com o utilizador, onde se inclui a representação gráfica do sinal
no ecrã (estes blocos estão representados na Figura 6). Assim, foi estabelecido o diagrama de
blocos representado na Figura 17, o qual apresenta uma perspetiva geral do código realizado,
sendo que cada bloco será abordado com maior detalhe seguidamente.

Figura 17 - Diagrama de blocos do firmware principal para adquirir e desenhar o sinal

• Inicialização

Neste bloco de firmware, procede-se à inicialização dos periféricos utilizados no


projeto (timers, o ADC, o LCD, entre outros), e os seus meios de comunicação que podem
ser pinos de entrada e/ou pinos de saída analógicos ou digitais convencionais (General
Purpose Input/Output, GPIO), ou pinos específicos de interface SPI para comunicação com
o PGA e o display. Além disso, é inicializado o DMA (Direct Memory Access), de modo a
otimizar a transferência de dados entre os periféricos e o local de armazenamento dos dados.

Adicionalmente, é também inicializado o display, onde se desenha o fundo a preto, a


grelha onde será apresentado o sinal, e as informações laterais e o texto dos parâmetros que
variam com o sinal que se está a visualizar.

• Sampling

No bloco de firmware de sampling, decidiu-se que a abordagem seria iniciar as


conversões das amostras consoante um timer. Primeiro define-se a frequência de relógio a
que o ADC irá funcionar. Depois , implementa-se um timer, no caso deste projeto utilizou-se

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o “TIMER 2”, e define-se o tempo de intervalo entre conversões alterando o valor do ARR
(Auto Reload Register). Desta forma, o timer fará uma contagem de zero até ao valor
colocado no ARR, gerando um “trigger event”, que será detetado pelo ADC, que inicia a
conversão de uma amostra. Este processo repete-se ciclicamente no firmware de sampling até
que esteja cheio o buffer passado por parâmetro. Na Figura 18 apresenta-se um excerto do
código do bloco de sampling.

Figura 18 - Excerto de código referente ao bloco de sampling

De modo a alterar a escala de tempo, desenvolveu-se uma função responsável por


alterar o valor do registo ARR do timer, interligando as conversões do ADC ao tempo da
escala escolhida. Por exemplo, se a escala for de 1ms, o ARR do timer será alterado, em
conformidade, para que o “trigger event“ ocorra de 1ms em 1ms, e consequentemente, o ritmo
de conversão do ADC será de 1000 amostras por segundo. Na Figura 19 apresenta-se um
excerto de código que altera o registo ARR.

Figura 19 - Excerto de código representando a função responsável por alterar o ARR

• Atualização do display

Para facilitar a implementação do código referente à atualização do display, elaborou-


se uma máquina de estados, que está representada na Figura 20.

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Figura 20 - Máquina de estados representando a atualização gráfica do display

O utilizador pode configurar os parâmetros das aquisição e visualização do sinal no


display, usando os botões de pressão direcionais (botões com inscrição de setas “Up”,
“Down”, “Left”, “Right”) e o botão de pressão com a inscrição “Ok”. Assim, o utilizador pode
aceder ao menu para selecionar o tipo de acoplamento (AC ou DC) e aceder aos menus de
escolha de um valor para a escala vertical e escolha de um valor para a escala horizontal, de
entre um conjunto de valores disponíveis. Estes botões permitem também aceder aos menus
measurements e de trigger.

De notar que o menu do trigger concretiza outra máquina de estados, que irá circular
entre as opções de mode, slope e trig level. A primeira opção define se o trigger será
automático ou imposto pelo utilizador, a segunda opção estabelece se o trigger é realizado
em slope ascendente ou descendente, e a terceira opção permite ao utilizador, se o modo
estiver em manual, alterar o nível (valor) do ponto de trigger.

Adicionalmente, obtém-se os valores do sinal que irão ser utilizados no menu


measurements. Encontra-se também o nível de trigger, a partir das amostras obtidas no bloco
do sampling, seja esse ponto definido pelo utilizador ou automático.

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• Desenhar a onda

Por último, o bloco de firmware com a inscrição “desenhar a onda” na Figura 17, é
responsável por representar o sinal no display, tendo em conta o os parâmetros escolhidos
pelo utilizador. O varrimento do display para representação do sinal é feito pixel a pixel, onde
é apagado o pixel do sinal anterior e é redesenhado o pixel do sinal atual.

3.2.3. Custo total do mini osciloscópio

Nesta secção será apresentado o cálculo referente ao custo dos componentes do mini
osciloscópio, sendo discutidas soluções alternativas que poderão permitir uma redução do
custo total dos componentes do circuito.

Na Tabela 5 apresenta-se uma estimativa do custo de cada um dos componentes e


restante hardware do mini osciloscópio.

Tabela 5 - Orçamento do projeto mini osciloscópio

A estimativa para o custo total do mini osciloscópio é de 73,46€.

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Poder-se-á reduzir este custo, embora tal poderá ter algum impacto, tal como se
descreve seguidamente.

O display é um dos componentes mais dispendiosos. Se optar-se por usar um display com
metade do tamanho, este custará cerca de metade do valor do display atual. Esta redução de
custos só tem impacto no conforto visual do utilizador, pois não haverá necessidade de alterar
a parcela de software que concretiza a comunicação com o display.

Adicionalmente, poder-se-á reduzir o custo da alimentação, mediante aquisição de


baterias em packs.

Também se poderá reduzir os custos com a manufatura da PCB e com a impressão 3D do


invólucro do mini osciloscópio. Para tal será necessário procurar uma empresa que
manufature a PCB e imprima 3D com preços mais competitivos. Por exemplo, a empresa que
manufaturou a PCB deste projeto foi a JLCPCB [17] que, devido à sua localização geográfica,
apresenta custos de portes relevantes na entrega das encomendas.

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4. Resultados experimentais e de
simulação

No presente capítulo serão apresentados alguns dos resultados obtidos


experimentalmente, bem como os resultados obtidos por simulação no software LTSpice. A
Figura 21 ilustra o esquema elétrico usado para efeitos de simulação.

Figura 21 - Esquema elétrico para simulação

4.1. Largura de banda

A largura de banda do mini osciloscópio, obtida em laboratório, é de 71kHz, enquanto


por simulação obteve-se uma largura de banda de 80kHz. Esta limitação é imposta pelo
condensador presente no circuito de proteção. A Figura 22 ilustra a avaliação da largura de
banda do mini osciloscópio, quer experimentalmente quer em simulação. Esta limitação é
imposta pelo condensador presente no circuito de proteção, C2.

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Figura 22 - Largura de banda obtida experimentalmente (fotografia esquerda) e por
simulação(diagrama de bode à direita)

4.2. Tensão máxima pico-a-pico

Experimentalmente, a tensão mais negativa que se consegue medir é de -15V e a


tensão máxima positiva é de 14.34V. Assim, o mini osciloscópio consegue medir uma tensão
pico a pico de 29.43V. A Figura 23 mostra a avaliação da tensão máxima pico-a-pico, quer
experimental quer em simulação. É de referir que sem o divisor de tensão formado por R1 e
R2 na Figura 21, o circuito suportaria uma tensão mínima de 0V e uma tensão máxima de
3,3V, que correspondem aos limites de tensão do ADC. Consequentemente do ponto de vista
do software, estes limites representam -15V e 15V respetivamente. Assim, por simulação
tem-se uma tensão máxima pico a pico de 30V.

Figura 23 - Tensão máxima e mínima obtida experimentalmente (fotografia esquerda) e por simulação
(gráfico à direita

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4.3. Erro de medição

Para avaliar o erro de medição no sub-circuito de acondicionamento que precede o


conversor A/D, dimensionou-se um amplificador em montagem não inversora com um ganho
de dois e aplicou-se na sua entrada um sinal sinusoidal com 2V de amplitude e -2V de offset,
tal como demonstrado na Figura 24. Note-se que o ampop está alimenta a -5V e +5V, e as
suas tensões de saturação são -4V e +4V, aproximadamente.

Figura 24 - Esquema elétrico do circuito de teste

Figura 25 - Fotografia do mini Osciloscópio com um sinal de teste

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Figura 26 - Fotografia de um osciloscópio de bancada com um sinal de teste

A evolução temporal do sinal de saída da montagem não inversora, com o sinal de


teste referido anteriormente, foi observada no mini osciloscópio, representado na Figura 25,
e foi também observada num osciloscópio de bancada, representada na Figura 26. Comparado
a evolução temporal do sinal nos dois aparelhos, constata-se que essa evolução temporal é
semelhante. Além disso, o mini osciloscópio apresenta uma medição de tensão máxima de
pico a pico de 4.52V quanto que o osciloscópio de bancada apresenta uma tensão máxima de
pico a pico de 4.61V o que resulta em um desvio de 1,01%.

𝑉𝑝𝑝 𝑜𝑠𝑐𝑖𝑙𝑜𝑠𝑐ó𝑝𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑛𝑐𝑎𝑑𝑎


𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜𝑙𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎 = × 100 = 1,01%
𝑉𝑝𝑝 𝑚𝑖𝑛𝑖 𝑜𝑠𝑐𝑖𝑙𝑜𝑠𝑐ó𝑝𝑖𝑜

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5. Conclusões e trabalho futuro

Neste último capítulo serão apresentadas as principais conclusões sobre o projeto do


mini osciloscópio, na secção 5.1. e apresenta-se algumas sugestões para trabalho futuro que
surgiram ao longo do projeto, na secção 5.2.

5.1. Conclusões

Com a realização deste projeto, implementou-se um mini osciloscópio funcional que


é um aparelho bastante útil para identificar e analisar circuitos eletrónicos. O mini
osciloscópio permite visualizar sinais elétricos com uma largura de banda até
aproximadamente 80kHz, e com uma amplitude máxima de 15V positivo e -15V negativo. É
possível observar a evolução temporal de sinais sinusoidais, quadrangulares e outras formas
de onda. O mini osciloscópio faz um processamento sobre o sinal que está a ser mostrado no
display para estimar a sua frequência e o período, e estimar diversos níveis de tensão (pico a
pico, valor máximo positivo e valor máximo negativo).

Além disso cumpriu-se dois dos critérios que se considerou serem bastante relevantes
neste projeto. A realização de um mini osciloscópio de baixo custo e com melhor
portabilidade que os osciloscópios comerciais de bancada. Ambos estes critérios foram
encarados com rigor e importância ao longo do projeto, o que resultou num mini osciloscópio
com um porte reduzido e com um custo acessível.

Contudo é de salientar que, embora o mini osciloscópio possa ter um custo mais
reduzido comparativamente aos osciloscópios comerciais, tem menos funcionalidades. No
mini osciloscópio deste projeto, foram implementadas apenas as funcionalidades mais
importantes como a apresentação no display da evolução temporal do sinal, o trigger, a
seleção do tipo de acoplamento (AC ou DC), e a possibilidade de escolher diversas escalas,
tanto de tempo (escala horizontal), como de tensão (escala vertical). O mini osciloscópio
deste projeto apresenta apenas um canal analógico, o que contrasta com alguns dos
osciloscópios comerciais que oferecem vários canais. Esta foi uma opção que permitiu reduzir
a complexidade do projeto, atendendo à disponibilidade temporal para a sua execução, e que
permitiu também reduzir o tamanho e o custo, como já mencionados anteriormente.

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5.2. Trabalho Futuro

No decorrer do projeto foram identificadas algumas limitações ou possibilidades de


melhoria., que poderão ser concretizadas em trabalho futuro.

Outra melhoria possível, seria a implementação de um segundo canal analógico. Tal


melhoria é por si só bastante útil, mas poderia ser alavancada com a inclusão de mais
funcionalidades de processamento de sinal, como o “math”, que existe nos osciloscópios
comerciais de bancada. A função de “math” poderia, por exemplo, subtrair a tensão dos dois
canais analógico, o que é útil para observar a evolução temporal de sinais diferenciais.

Ainda outra melhoria, que está prevista neste projeto, mas não foi concretizada até à
data de escrita deste documento, seria a implementação do PGA. A possibilidade de
configurar o ganho do sub-circuito de acondicionamento é muito útil quando o sinal analógico
de entrada tiver uma amplitude reduzida, pois poderá tirar proveito da gama dinâmica do
conversor analógico-digital.

Adicionalmente, ao longo do projeto, notou-se que o tamanho do display, poderia ser


inferior, sem que isso afete a visualização ou se torne incómodo para o utilizador. Assim, se
se diminuir o tamanho do display, também se concretiza uma redução no custo total do
projeto, visto que LCD é um dos componentes mais caro. Tal também reduz o tamanho total
do mini osciloscópio.

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/pt/dp/B09PQR489H?psc=1&ref=ppx_yo2ov_dt_b_product_details
(acedido: 14/05/2023)

[17] JLCPCB. Home site. URL: https://jlcpcb.com/ (acedido: 22/06/2023)


[18] TinkerCAD. Home site. URL: https://www.tinkercad.com/ (acedido: 22/06/2023)

[19] AliExpress. STM32F401. URL:


https://pt.aliexpress.com/item/1005002919348240.html?spm=a2g0o.order_list.order_list
_main.10.37ddcaa48up36g&gatewayAdapt=glo2bra (acedido: 12/04/2023)

[20] AliExpress. ILI9341. URL:


https://pt.aliexpress.com/item/1005004472911937.html?spm=a2g0o.order_list.order_list
_main.5.ad62caa4ZMvITy&gatewayAdapt=glo2bra#nav-specification
(acedido: 12/04/2023)

[21] AliExpress. Botão Power. URL:


https://pt.aliexpress.com/item/1005004607138388.html?spm=a2g0o.order_list.order_list
_main.46.5602caa4I9CXhs&gatewayAdapt=glo2bra (acedido: 14/05/2023)

[22] AliExpress. Botões de pressão. URL:


https://pt.aliexpress.com/item/1005001722095876.html?spm=a2g0o.order_list.order_list
_main.71.5602caa4I9CXhs&gatewayAdapt=glo2bra (acedido: 14/05/2023)

PFC
38
Mini Osciloscópio
Apêndice A

PFC
39
Mini Osciloscópio

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