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SERETARIA EXEUTIVA DE

EDUAÇÃO
SECRETARIA DE ENSINO MÉDIO E
PROFISSIONALIZANTE
DEPARTAMENTO DE ENSINO MÉDIO
E PROFISSIONALIZANTE
ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO TECNOLÓGICO DO PARÁ
CURSO TÉCNICO DE AGRICULTURA-PRODUÇÃO VEGETAL
DISCPLINA DE EXTENSÃO RURAL

PROFESSORA: TATIANA

ALUNO: WILSON C. BRITO

RELATÓRIO DE VISITA DE EXTENSÃO NA


LOCALIDADE DE BITUBA EM CAMETÁ-PA

Trabalho de requisito avaliativo para obtenção de nota


para a disciplina extensão rural, do Curso Técnico em
agricultura 2008. Turma: tarde. EET-Pa. Orientadora:
Profª Engª. Agron. Msc. Tatiana.

Cametá-Pa
2008

RELATÓRIO DE VISITA DE EXTENSÃO

1. LOCALIZAÇÃO E DADOS GERAIS:


1.1. Localidade de Bituba, distrito de Porto grande, margem direita do rio
Tocantins, município de Cametá-Pa.
CEP: 68.400.000;
1.2. Transporte/Aceso: via fluvial (pode ser por via rodoviária pela PA 151, pelo
distrito de Vila do Carmo).
1.3. Data/hora da visita:
Saída: 7h30 do dia 27/09/08, do porto do Gaia, em Cametá;
Chegada em Bituba: 9h50;
Retorno de Bituba: 28 de setembro/2008, às 14h;
Chegada em Cametá: às 1620h.
1.4. Público da comitiva: 22 Alunos do Curso técnico em Agricultura, Turma
2008/Tarde, da EEET do baixo Tocantins.

2. CARACTERÍSTICAS DO LOCAL E MORADORES:


O local visitado trata-se de um sitio localizado a aproximadamente um
quilômetro da praça central da localidade de Bituba. A propriedade pertence ao Sr.
Sandoval Alves e sua esposa Amélia Gaia, juntamente com seus filhos e netos, os
quais são agricultores e vivem da exploração econômica de suas terras.
O sito é composto de duas áreas. Sendo a primeira onde fica a residência dos
proprietários, que consta de um terreno medindo 60m X 80m, onde é mantido um
pequeno pomar com cacau, açaí de várzea, café, entre outras culturas.
A segunda área da propriedade é o local onde a família cultiva suas culturas
mais importantes como mandioca, pimenta-do-reino (900 pés) e açaí do cultivar
BRS-PARÁ (Embrapa). É um terreno, afastado da residência que foi adquirido
pelos moradores, medindo 120m X 1100m, do qual sobrevivem os agricultores
mencionados neste relatório.

3. SEQUENCIA DAS AÇÕES DO GRUPO VISITANTE:


DIA 27/09/08:
3.1. 10h40: Após a caminhada do porto de bituba, chegamos até a propriedade,
onde fomos recepcionados pelos proprietários (Sr. Sandoval e D. Amélia) e seus
familiares;
3.2. 11h20: Foi designada uma equipe para o preparo da alimentação do grupo;
3.3. 12h40: Foi servido o almoço;
3.4. 14h50: Após um rápido descanso, o grupo de alunos foi separado em equipes
para visitar toda a propriedade e fazer observações de maneira geral,
acompanhados pela professora orientadora e os donos do imóvel visitado;
3.5. 17h10: encerramento da atividade diária e intervalo para o alojamento, banho e
jantar. Foi designada outra equipe para preparar e servir o jantar, o qual ocorreu às
18h30.

DIA 28/09/08:
3.6. 6h40: Foi servido o café da manhã, o qual foi preparado pela equipe
designada;
3.7. 8h00: Foram separados as equipes com seus respectivos temas de estudo
(pimenta do reino, açaí, café, mandioca e cacau, etc...), a fim de realizarem as
observações específicas de seus temas, entrevistas com os proprietários,
relatório fotográficos e demais anotações, no terreno principal do sítio (distante
cerca de 400m da residência);
3.8. 11h40: foi servido o almoço. Em seguida, foi feito os preparativos para o
retorno a Cametá.

4. OBSERVAÇÕES GERAIS:
4.1. Da propriedade:
Além da residência, o sítio possui um depósito para guardar esterco a ser
usado nas culturas, principalmente do terreno da segunda área. Em um
compartimento da residência é armazenado a pimenta-do-reino já embalada
pronta para comercializar.
A localidade é servida com luz elétrica pública e possui água advinda de poço
escavado no quintal. O acesso do porto da localidade até a residência é por uma
estrada (ramal), o qual se encontra em condições precária de conservação.
Porém, é possível transitar veículos como caminhões.

4.2. Das culturas:


4.2.1. Mandioca: No terreno principal a mandioca ocupa cerca de 2,2 há
(220mX220m). Na localidade a medida é em “braças” e corresponde a,
aproximadamente, duas tarefas e meia. Essa cultura é utilizada principalmente pra
subsistência e segue um modo de produção em duas etapas que aqui serão
chamadas de etapas de cultivo e de processo de produção da farinha, conforme o
fluxograma apresentado abaixo:

FLUXOGRAMA DA ETAPA DO CULTIVO DA MANDIOCA

• Preparo do terreno (roçagem)


Etapa em que o agricultor faz as medidas da área a ser plantada e fazer uma
roçagem das plantas rasteiras, a fim de facilitar a queimada das árvores maiores.

• Derrubada
Nesta etapa é feita a derrubada das árvores maiores para a queimada. Após a
derrubada aguarda-se certo tempo para que os troncos, galhos e folhas fiquem secos
para facilitar a queima dos mesmos.

• queimada

É uma etapa crítica. Pois pode acarretar queimadas fora do controle. Desse
modo é feito um aceiro (limpeza ao redor da área a ser queimada) de mais ou menos
2m de largura para evitar a queima em áreas vizinhas, que pode provocar um
incêndio.

• coivara

É uma nova queima feita nos galhos e troncos queimados na etapa anterior.
Eles são cortados em partes menores, amontoados em porções e queimados
novamente até serem eliminados, limpando melhor o terreno.

• plantio

Passados algum tempo, é feito o plantio com estacas do caule de mandioca


previamente selecionadas. São de tamanho de mais ou menos 15 cm ou que
apresentem, no mínimo três nós (locais de brotação). São colocadas nas covas duas
estacas, sendo abertas no solo num espaçamento de um passo (aproximadamente
1m) uma da outra.
• capina

Durante o crescimento da mandioca é realizado pelo menos duas capinas ao


redor da cultura, a afim de que o mato não prejudique a produtividade.

• Colheita

Esta etapa consiste em arrancar as raízes, puxando toda a planta do solo.


Sendo, a mandioca transportada para o local de processamento da farinha e outros
produtos e o restante da planta (caule) reservado para selecionar novas estacas para
novos plantios. Após a colheita total da área, o terreno é reservado para “descanso”,
de dois anos, a fim de se restabelecer para um posterior uso do solo.

Produção de farinha: Quanto ao processamento para obtenção da farinha e


outros derivados da mandioca não foi apresentado durante esta visita. O que ficou a
ser mostrado em uma possível posterior visita.

4.2.2. Pimenta-do-reino: Na propriedade, segundo os agricultores, há mais ou


menos 1500 pés de pimenta-do-reino, dos cultivares pulmion. Sendo que os mesmos
são divididos de acordo com a idade e desenvolvimento desta cultura. Dessa forma,
há 500 pés de plantas com idade de seis meses; outros 400 pés com idade de 2 anos.
O restante é composto de 500 pés que tiveram frutos recentemente colhidos. O
restante é composto de pés de pimenta que já estão com mais de 15 anos e não
apresentam produtividade viável.
Na área dos frutos colhidos foi observado vários problemas na cultura como
clorose das folhas, provavelmente por falta de nutrientes no solo. Também detectamos
sinais de fusariose, uma doença muito comum nos pimentais, de acordo com o
aprendizado em sala de aula.
Segundo os proprietários, esses problemas causaram baixíssima produtividade
nos últimos anos de colheita. Entre as causas dos problemas eles citaram não ter
recebido orientação técnica adequada, falta de dinheiro para compra de insumos e
também informaram estarem com dificuldades no pagamento das parcelas do
financiamento que receberam em época fora do calendário de plantio da pimenta do
reino.
4.2.3. Outras culturas: Na propriedade também cultivam, em menor escala cacau,
café e pupunha e açaí. Sendo que o cacau contribui com a renda da família pela
venda de sementes secas. Quanto ao açaí, o proprietário informou que recebeu
gratuitamente algumas mudas e comprou as demais para completar 300 pés do
cultivar BRS-PARÁ (produzido pela EMBRAPA). Este cultivar é resistente em solo
seco e possui altura bem menor que o açaí de várzea. Ambos cultivares são fontes de
alimentação e renda para o donos da propriedade. Sendo que o cultivar BRS ainda
está em fase de crescimento e de acordo como os donos da terra, encontra-se com o
plantio em ordem, esperando colher a primeira safra ainda no ano de 2009, já que o
mesmo é precoce e produz em aproximadamente três anos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A visita de extensão sem dúvida foi a oportunidade de conhecer a realidade do


povo ribeirinho e suas práticas agrícolas. Dessa forma contribui para aprimorar os
conhecimentos adquiridos em sala de aula. Espera-se que outras visitas técnicas
sejam feitas, assim o curso de técnico em agricultura estará mais completo, já que
atrela a teoria à prática vivenciada no dia-a-dia pelo público (agricultor) que será o alvo
de nossa atenção.

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