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TECNÓLOGO EM GASTRONOMIA
HISTÓRIA DA GASTRONOMIA
Fichamento de artigo
"Sobremesas: de Portugal a Pernambuco"
<http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistacontextos/wp-content/uploads/
2014/12/33_Revista-Contextos_ed-vol-3-n-1.pdf>
Resumo
O artigo é um resumo simplificado da introdução e influência da cultura
portuguesa na culinária, mas principalmente na confeitaria pernambucana.
Introdução
Processo Histórico
“A origem dos doces mais verdadeiramente brasileiros é patriarcal e seu preparo foi
sempre um dos rituais mais sérios da antiga vida de família das casas- grandes e
dos sobrados, embora não faltassem freiras quituteiras que aqui continuassem a
tradição dos conventos portugueses. Por isso que muitos doces pernambucanos
têm nome santo ou ligado à religião, como o “manjar do céu” e “dos anjos””
Açúcar
O açúcar era presente e utilizado por todas, das receitas portuguesas pelas donas
de casa e filhas as mucamas que trabalhavam dentro das casas senhoriais. Sua alta
produção possibilita abundância de ofertas e de utilizações. Ele possibilitou o
crescimento econômico e civil (em termos populacionais) da região.
Frutas
“[..]as amêndoas foram dando lugar à goiabada, ao coco e seu extrato, ao mamão,
caju e outros frutos”
A dificuldade para obtenção de insumos foi uma oportunidade para que frutos da região
“brilhassem”. Técnicas europeias eram utilizadas para sua conservação e utilização em
diversos processos distintos na confeitaria. No início da colonização raramente as frutas
frescas eram servidas ao natural, por temor dos seus efeitos na saúde. Substitui-se o
importado pelo que era encontrado na terra e dessa forma o acesso era mais fácil e dessa
mistura de receitas portuguesas nas mãos das mucamas e utilizando-se ingredientes da
terra “nascem” doces iguarias como quindins, cocadas, queijadinhas e pratos como cartola.
Outros ingredientes
“A goma de mandioca e o leite de coco também são ingredientes tipicamente nordestino”
“O arroz também é muito utilizado, como na produção do famoso arroz doce [...]”
“O beiju, ingrediente tipicamente indígena, começou a ser utilizado em substituição à
farinha de trigo que dificilmente chegava aqui, fazendo surgir os primeiros bolos brasileiros.“
‘O milho também foi muito utilizado”
‘Dos canaviais nordestinos surgiam derivados como o melaço e a rapadura [...],”
Influência Portuguesa
O primeiro bolo a “pisar” em terras brasileiras foi um bolo seco de amêndoas, conhecido
como fartéis, que foram oferecidos por Cabral aos índios, não fazendo muito sucesso como
registrado em carta de Pedro Vaz de Caminha “provaram algumas coisa e, logo lançaram
fora”
“Sabe-se que junto aos navios viajaram também os tradicionais “beijinho de coco”,
“orelha de burro”, “desmamados”, “espera marido”, “busca marido”, “mãe benta”, “engorda
marido” e os demais doces tipicamente brasileiros que nasceram da utilização do coco, da
goma de mandioca, do milho, da cana de açúcar e das diversas frutas brasileiras que se
fizeram conhecidas em Portugal, formalizando assim outras trocas na doçaria.”
Bolo de Rolo
“[..]O bolo de rolo deriva do colchão de noiva, doce tradicional da região de Tavira
ao sul de Portugal. As portuguesas, responsáveis pela atividade na cozinha, substituíram o
original recheio de creme de amêndoas (pela não disponibilidade do produto) pelo de
goiaba, fruta abundante no nordeste brasileiro, sempre dosada com muito açúcar”
Dentre os doces existem os de origem portuguesa que foram adaptados na colônia, como o
Bolo de Rolo quem tem influência portuguesa por “adaptação” e aqueles que nasceram de
ingredientes excedentes, como o melado de cana. A utilização da goiabada deu-se pela
disponibilidade de goiabada na terra, fruta originária da América tropical
A quituteira Rita de Cássia, que desenvolveu o bolo e o serviu a Dom Pedro II e sua esposa
decidiu que uma receita criada para ocasião tanto distinta deveria ficar restrita às mulheres
da família somente sendo divulgada na década de 60 após visita de antropólogo Gilberto
Freyre a representantes da família. Receitas familiares são parte de cultura brasileira por
serem uma expressão da cultura da família, tem uma combinação de emoções,
sentimentos, saudades, aromas e histórias.
Cartola
“Consiste numa das mais tradicionais sobremesas de Pernambuco, sendo
considerada como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco segundo a Lei
13.751 de abril de 2009 “
Feitas com bananas maduras, queijo coalho e polvilhada de açúcar e canela é resultado de
uma miscigenação dos três povos que formaram a cultura do Nordeste do Brasil. A banana
trazida das Ilhas Canárias pelos portugueses, o queijo manteiga produzido a partir da
manteiga de garrafa apreciada pelos escravos e o açúcar abundante da terra.
Conclusão
“O fato de Pernambuco ser um território rico em produtos únicos, e ao mesmo
tempo não dispor de elementos típicos europeus, contribuiu para o desenvolvimento de
preparações originais. O conhecimento das portuguesas, agregado ao uso dos produtos
nativos, originou receitas deliciosas popularmente conhecidas. Isto vem a ser retificado pelo
fato dessas receitas serem consideradas como patrimônios do estado”