Você está na página 1de 84

Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 1

Capítulo 1
TRIGONOMETRIA NO TRIÂNGULO RETÂNGULO

1.1 Elementos

 Â(reto ou de 90º )
 
ângulos internos Bˆ (agudo)
 ˆ
 C (agudo)

 BC (medida de a)
 
lados AC (medida de b)
 
 AB (medida de c)

hipotenusa : a (lado BC, opostoao ângulo reto Â)

catetosb (lado AC, opostoao ângulo B̂)
 
 c (lado AB, opostoao ângulo Ĉ)

1.2 Relações
Como  + B̂ + Ĉ = 180º e  = 90º, temos: B̂ + Ĉ = 90º.
Como o triângulo é retângulo, vale a relação de Pitágoras: a2 = b2 + c2

1.3 Razões trigonométricas nos triângulos retângulos

Dado o  ABC, retângulo em  , temos:

i) Seno(sen) de um ângulo é o quociente entre o cateto oposto ao ângulo e a hipotenusa.


b c
Assim: sen B̂ = ; sen Ĉ =
a a
ii) Cosseno(cos) de um ângulo é o quociente entre o cateto adjacente ao ângulo e a
hipotenusa.
c b
Assim: cos B̂ = ; cos Ĉ =
a a
iii) Tangente (tg) de um ângulo é o quociente entre os catetos oposto e adjacente ao
ângulo.
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 2

b c
Assim: tg B̂ = ; tg Ĉ =
c b
Comparando as relações trigonométricas entre os ângulos B̂ e Ĉ , temos:
1
sen Ĉ = cos B̂ , cos Ĉ = sen B̂ , tg Ĉ =
tg Bˆ

Exemplo: Dado o  ABC, retângulo em  , sabe-se que a = 5 cm e b = 4 cm. Calcular


o seno, o cosseno e a tangente de Ĉ .
Solução:

Para obtermos o cateto c, aplicamos o teorema de Pitágoras:


a2 = b2 + c2  52 = 42 + c2  c2 = 25 –16  c2 = 9  c = 3
Logo:
c 3
sen Ĉ =  sen Ĉ =
a 5
b 4
cos Ĉ =  cos Ĉ =
a 5
c 3
tg Ĉ =  tg Ĉ =
b 4

1.4 Cálculo do seno, cosseno e tangente de 30º

Dado um triângulo equilátero de lado  , vamos determinar:


a) a medida da altura em função de  ;
b) sen 30º
c) cos 30º
d) tg 30º
Sabemos que, num triângulo equilátero, a medida de cada ângulo interno é igual a 60º e
a altura relativa a qualquer lado coincide com a mediana e com a bissetriz.
Observe a figura:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 3

CH é a altura, mediana e bissetriz relativa ao lado AB (  );


H é ponto médio de AB .
a) Cálculo da altura:

AH = ; CH é bissetriz de Ĉ  Ĉ é dividido em dois ângulos de 30º; CH = h = altura.
2
Como o  AHC é retângulo, aplicando Pitágoras, temos:
2
 2 3 2  3
h2 +   =  2  h2 =  2 -  h2 = h =
2 4 4 2
b) Cálculo do sen 30º:
Como Ĉ = 30º, vem:

cateto opostoa Ĉ  1
sen 30º =  sen 30º = 2  sen 30º =  sen 30º =
hipotenusa  2 2
c) Cálculo do cos 30º:
 3
cateto adjacente a Ĉ  3 3
cos 30º =  cos 30º = 2  cos 30º =  cos 30º =
hipotenusa  2 2
d) Cálculo da tg 30º:

CO 2 1 3
tg 30º =  tg 30º = 2  tg 30º =  tg 30º =  tg 30º =
CA  3 2 3 3 3
2

1.5 Cálculo do seno, cosseno e tangente de 60º

De modo análogo, através do  AHC, vamos calcular:


a) sen 60º
b) cos 60º
c) tg 60º

Como  = 60º, temos:


a) Cálculo do sen60º:
 3
cateto opostoa  2  sen 60º = 3
sen 60º =  sen 60º =
hipotenusa  2
b) Cálculo do cos 60º:

cateto adjacente a   1
cos 60º =  cos 60º = 2  cos 60º =  cos 60º =
hipotenusa  2 2
c) Cálculo da tg 60º:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 4

 3
CO 2 3
tg 60º =  tg 60º = 2  tg 60º =  tg 60º = 3
CA  2
2

1.6 Cálculo do seno, cosseno e tangente de 45º

Dado um triângulo retângulo e isósceles,de catetos medindo  , vamos determinar:


a) a medida da hipotenusa em função de  ;
b) sen 45º
c) cos 45º
d) tg 45º
Sabemos que, num triângulo retângulo e isósceles, os ângulos internos medem 45º, 45º
e 90º.
Observe a figura:

a) Cálculo da medida da hipotenusa em função de  :


Sendo x a medida da hipotenusa, por Pitágoras, temos:
x2 =  2 +  2  x2 = 2  2  x =  2
b) Cálculo do sen 45º:
Como B̂ = Ĉ = 45º, tanto faz calcularmos sen 45º em relação a B̂ ou a Ĉ . Assim:
cateto opostoa B̂  1 2
sen 45º =  sen 45º =  sen 45º =  sen 45º =
hipotenusa  2 2 2

c) Cálculo do cos 45º:


cateto adjacente a B̂  1 2
cos 45º =  cos 45º =  cos 45º =  cos 45º =
hipotenusa  2 2 2

Observação: Verificamos que sen 45º = cos 45º.

d) Cálculo da tg 45º:
CO 
tg 45º =  tg 45º =  tg 45º = 1
CA 
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 5

Resumindo:
Seno Cosseno Tangente
30º 1 3 3
2 2 3
45º 2 2 1
2 2
60º 3 1 3
2 2

Exemplo: Uma pessoa está a 30 metros de um edifício e vê o ponto mais alto desse
prédio sob um ângulo de 60º. Sem levar em conta a altura do observador, calcular a
altura do edifício.
Solução:
Sendo O o observador, A o ponto mais alto do edifício e h sua altura, sabendo que o
prédio forma com o solo um ângulo reto, podemos construir a figura.

Então, o  OAS é retângulo em S, e OS = 30 m e h são catetos. Daí:


h h
tg 60º =  3  h  30 3 m
30 30
Logo, a altura do edifício é de 30 3 m.

1.7 Algumas relações trigonométricas importantes

Com base no que foi estudado anteriormente, vamos demonstrar as seguintes igualdades
nas relações trigonométricas nos triângulos retângulos:

i) sen2  + cos2  = 1
Demonstração:
No  ABC, retângulo em  , temos:
c
sen  = ;
a
b
cos  =
a

Assim:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 6

c2 b2 c2  b2
2 2
c b
sen2  + cos2  =      = 2  2 
a a a a a2
Pelo Teorema de Pitágoras, sabemos que: a2 = b2 + c2.
Então:
c2  b2 a2
sen2  + cos2  = = =1
a2 a2
Logo: sen2  + cos2  = 1

Observação: Posteriormente mostraremos que essa relação é válida para qualquer arco
de medida  .

sen 
ii) tg  =
cos 
Demonstração:
No  ABC, retângulo em Â, temos:
c b
sen  = ; cos  =
a a
c
sen  a c
Assim:  
cos  b b
a
c
Mas, tg  =
b
sen 
Logo: tg  =
cos 

Observação: Posteriormente mostraremos que essa relação é válida para qualquer arco
de medida  , com cos   0 .

Exemplos:
3
a) Sabendo que, num triângulo retângulo,  é um ângulo agudo e que sen  = ,
5
calcular o cos  .
Solução:
Como sen2  + cos2  = 1, então:
2
3 9 16 4
  + cos  = 1  cos  = 1 -  cos2  =  cos  = .
2 2

5 25 25 5

b) Se num triângulo retângulo, tg x = 2, onde x é um ângulo agudo desse triângulo,


calcular cos x e sen x.
Solução:
sen  sen x
Temos que: tg  =  2=  senx = 2. cosx
cos  cos x
Substituindo esse valor de senx na relação sen2x + cos2x = 1, vem:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 7

1 5
(2. cosx)2 +cos2x = 1  4.cos2x + cos2x = 1  5. cos2x = 1  cos2x =  cosx =
5 5
2 5
Como senx = 2. cosx, temos: senx =
5

Lista de Exercícios – I

1) Calcule a diagonal de um retângulo de lados iguais a 4m e 3m.

2) Calcule a altura de um triangulo equilátero cujos lados medem a.

3) Calcule a hipotenusa de um triangulo retângulo cujos catetos medem l.

4) Determine a diagonal de um retângulo cuja área mede 2700m 2, sabendo que o


comprimento é o triplo da largura.

5) Calcule o seno, cosseno e a tangente de B no  ABC, retângulo em  , sabendo que


a = 10 cm e b = 8 cm.

6) Calcule a, b e c na figura:

7) Calcule o seno, cosseno e tangente dos ângulos agudos assinalados nos triângulos:
a)
b)

8) Uma escada de 10 m é apoiada em um muro, formando com o chão um ângulo de


20º, conforme mostra a figura. Calcule a altura do muro.(dado: sen 20º = 0,34).
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 8

9) Num triângulo retângulo, os catetos medem 2m e 3m. Sendo  o menor ângulo


desse triângulo, calcule o seno, o cosseno e a tangente de  .

3
10) Sabendo que tg 30º = , determinar a medida do segmento AB da figura:
3

11)Uma pessoa de 1,80 m de altura está a 30 m de um edifício e vê o ponto mais alto


desse prédio sob um ângulo de 60º. Calcule a altura do edifício.

12) Dada a figura, determine a medida de PQ :

13) Calcule o perímetro de um triângulo retângulo cuja hipotenusa mede 10 m, sendo


um dos ângulos agudos igual a 30º.

14) Qual a medida da diagonal de um quadrado de 3 m de lado?

15) Dado o  ABC, retângulo em Â, calcule a altura relativa à hipotenusa, sabendo que
a = 50 cm e B̂ = 30º.

16) Sendo x um ângulo agudo, calcule:


2
a) cosx e tgx, sendo senx =
3
1
b) senx e tgx, sendo cosx =
2
c) senx e cosx, sendo tgx = 1
d) senx e cosx, sendo tgx = 3
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 9

17) Num  ABC, retângulo em  , a hipotenusa mede 5 m. Sendo sen Ĉ = 2. sen B̂ ,


calcule as medidas de seus catetos.

18) A diagonal de um retângulo mede 3 m e forma um ângulo de 30º com um dos


lados. Calcule as dimensões do retângulo.

19) Se, num triangulo retângulo, tg x = 2, onde x é um ângulo agudo desse triangulo,
calcular cos x e sen x.

20) Dada a figura, determine a medida de ED :

21) Calcule x e y, na figura abaixo.

22) Determine o valor de x, na figura:

23) Determine a medida do segmento AB da figura:


Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 10

Capítulo 2

ARCOS E ÂNGULOS

2.1 Arcos de Circunferência

Sendo A e B dois pontos quaisquer sobre uma circunferência, eles a dividem em duas
partes. O arco de circunferência AB e o arco de circunferência BA.

Em particular, se os pontos A e B coincidem, eles determinam dois arcos: um deles é


um ponto (denominado arco nulo) e o outro é a circunferência (denominado arco de
uma volta).

2.2 Medidas de um arco:

As unidades mais utilizadas na medição de um arco são o grau (º) e o radiano (rad).
1
Grau (º) – é um arco unitário igual a da circunferência que o contém.
360
Radiano (rad) – é um arco unitário cujo comprimento é igual ao raio da circunferência
que o contém.

È evidente que uma circunferência mede 360º, porém não é tão fácil dizer quantos
radianos mede uma circunferência.
Podemos chegar a uma noção intuitiva do valor dessa medida, considerando a seguinte
construção:
i) Em uma circunferência de centro O e raio r inscrevemos um hexágono regular
ABCDEF. Cada lado do hexágono tem comprimento r:
AB  BC  CD  DE  EF  FA  r

C B

D A

E F
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 11

ii) a circunferência fica dividida em 6 arcos de medidas iguais AB = BC = CD = DE =


EF = FA e, sendo o comprimento do arco sempre maior que o comprimento da corda
correspondente, todos esses arcos são maiores que 1 rad.
iii) Em cada um dos citados arcos “cabe” 1 rad e ainda sobra uma fração de rad.
iv) O radiano “cabe” 6 vezes na circunferência e mais a soma dessas “sobras”. Mais
precisamente demonstra-se que a circunferência mede 6,283584... rad (número batizado
com o nome de 2  ).
Podemos estabelecer a seguinte correspondência para conversão de unidades:
360º  2  rad
180º   rad

Exemplos:
a) Exprimir 225º em radianos.
180º   rad
225º  x
180º  4  5
logo:    x rad
225º x 5 x 4

11
b) Exprimir rad em graus.
6
 rad  180º
11
rad  x
6
 180º 6 180º
logo:     x  330º
11 x 11 x
6

Observação: Um grau se divide em 60’ (60 minutos) e um minuto em 60’’ (60


segundos). Por exemplo, um arco de 30’ é um arco de 0,5º.

Exemplo: Converter a radianos os seguintes arcos:


a) 22º30’
22º30’ = 22  60’ + 30’ = 1350’
180º = 180  60’ = 10800’
então:
10800’   rad
1350’  x
1350   
logo: x =  rad
10800 8
b) 31º15’45’’
31º15’45’’ = 31  3600’’ + 15  60’’ +45’’ = 112545’’
180º = 180  3600’’ = 648000’’
então:
648000’’   rad
112545’’  x
112545   112545  3,1416
logo: x =   0,54563 rad
648000 648000
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 12

2.3 Ângulos de duas semirretas

Considere duas semirretas Oa e Ob de mesma origem, distintas e não opostas.


a

b
A reta a divide o plano ab em dois semiplanos opostos.
 |   Ob e  ’ | Ob   ’
a
’
O


b
A reta b divide o plano ab em dois semiplanos opostos.
 |   Oa e  ’ | Oa   ’
a


’ O

b
Ângulo convexo a Ô b é a intersecção dos semiplanos  e  . a Ô b =   
Ângulo côncavo a Ô b é a reunião dos semiplanos  ’ e  ’. a Ô b =  ' '

Em particular, se as semirretas Oa e Ob coincidem dizemos que elas determinam dois


ângulos: um ângulo nulo e um ângulo de uma volta. Se as semirretas Oa e Ob forem
opostas dizemos que determinam dois ângulos rasos(180º).

2.4 Medida de ângulos

Dado um ângulo a Ô b, consideremos uma circunferência de centro O e raio r. Sejam A


e B os pontos onde os lados do ângulo a Ô b interceptam a circunferência.
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 13

A cada arco AB corresponde desta maneira um único ângulo central a Ô b e vice-versa.


Quando queremos medir em radianos um ângulo a Ô b, devemos construir uma
circunferência de centro O e raio r e verificar quantos radianos mede o arco AB, isto é,
calcular o quociente entre o comprimento  do arco AB pelo raio r da circunferência:

  (  em radianos)
r

Exemplos:
a) Se o ângulo central a Ô b é tal que determina numa circunferência de raio r = 5 cm um
arco AB de medida  = 8 cm, então a medida de a Ô b é:
 8
  = = 1,6 rad.
r 5

b) Calcular em graus, a medida do ângulo a Ô b, que determina numa circunferência de


raio r = 3 cm um arco AB de medida  = 10 cm.
 3
 = rad
r 10
 rad  180º
3
rad  x
10
3
 180º
10 54
logo: x =   17º11’19’’
 3,1416

c) Calcular o menor ângulo formado pelos ponteiros de um relógio quando este marca
13h25min.

Cálculo do  :
minutos (pg) – graus (pp)
60’ 30º
25’ 
30  25
= = 12,5º = 12º30’
60
Dessa forma, obtemos  :  = 120º -  = 120º -12º30’ = 107º30’
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 14

2.5 Ciclo Trigonométrico

É uma circunferência orientada, de raio unitário (r = 1), na qual um ponto A é origem de


medida de todos os arcos nela contidos.
Genericamente, vamos considerar:
i) uma circunferência cujo centro coincide com a origem do plano cartesiano;
ii) um ponto A(1,0) como origem de todos os arcos dessa circunferência.
Os eixos x e y do plano cartesiano determinam, na circunferência, quatro arcos de
mesma medida, ou seja, quatro quadrantes.
Assim, a partir da origem dos arcos, temos:
AB  BC  CD  DA
1º quadrante 2ºquadrante 3º quadrante 4º quadrante

Como a circunferência tem 360º ou 2  rad, cada um desses arcos medem 90º ou rad.
2
Por convenção, o sentido anti-horário é positivo e o sentido horário é negativo.

2.6 Arcos Trigonométricos

São arcos de uma circunferência trigonométrica com mesma origem e mesma


extremidade.

Os arcos trigonométricos podem ser:


i) positivos, quando marcados no sentido anti-horário
ii) negativos, quando marcados no sentido horário
iii) maiores que 360º ou 2  rad, quando têm mais de uma volta

Assim, se temos um arco de origem A e extremidade E, ele pode assumir infinitos


valores, dependendo do número de voltas no sentido anti-horário (+) ou no sentido
horário (-).

Quando medidos em graus, esses arcos podem ser representados algebricamente pela
expressão: X = X0 + 360º. k, k  Z
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 15

onde X0 é denominado 1º determinação positiva do arco trigonométrico (0  X0 < 360º)


e k é o número de voltas.

Quando medidos em radianos, esses arcos podem ser representados algebricamente pela
expressão: X = X0 + k . 2  , k  Z

Exemplos:
a) Sendo X0 = 40º e X = X0 + 360º . k, temos:
para k = -1 (uma volta no sentido horário ou 1ª determinação negativa), vem:
X = 40º + 360º . (-1)  X = -320º
para k = -2 (duas voltas no sentido horário ou 2ª determinação negativa), vem:
X = 40º + 360º . (-2)  X = -680º
e assim por diante.
para k = 0 (1ª determinação positiva), vem:
X = 40º + 360º . 0  X = 40º
para k = 1 (uma volta no sentido anti-horário ou 2ª determinação positiva), vem:
X = 40º + 360º . 1  X = 400º
para k = 2 (duas voltas no sentido anti-horário ou 3ª determinação positiva), vem:
X = 40º + 360º . 2  X = 760º
e assim por diante.


b) Sendo X0 = e X = X0 + k . 2  , temos:
4
para k = -1 (uma volta no sentido horário ou 1ª determinação negativa), vem:
 7
X= + (-1) . 2   X = -
4 4
para k = -2 (duas voltas no sentido horário ou 2ª determinação negativa), vem:
 15
X= + (-2) . 2   X = -
4 4
e assim por diante.
para k = 0 (1ª determinação positiva), vem:
 
X= + 0 . 2  X =
4 4
para k = 1 (uma volta no sentido anti-horário ou 2ª determinação positiva), vem:
 9
X= + 1 . 2  X =
4 4
para k = 2 (duas voltas no sentido anti-horário ou 3ª determinação positiva), vem:
 17
X= + 2 . 2  X =
4 4
e assim por diante.

2.7 Arcos côngruos

Dois arcos são côngruos quando a diferença entre eles é um múltiplo de 360º ou de
2  rad.
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 16

Exemplos:
a) 30º e 1110º são côngruos, pois: 1110º - 30º = 1080º = 3 . 360º
14 2 14 2 12
b) rad e rad são côngruos, pois: rad- rad= rad = 4  rad = 2 .2  rad
3 3 3 3 3

Lista de Exercícios – II
1) Exprimir em radianos:
a) 210º e) 270º i) 72º
b) 315º f) 240º j) 225º
c) 72º g) 36º k) 330º
d) 330º h) 300º l) 45º

2) Exprimir em graus:
  5
a) rad e) rad i) rad
6 4 6
5 4 7
b) rad f) rad j) rad
3 5 6
4  5
c) rad g) rad k) rad
3 3 12
2  3
d) rad h) rad l) rad
3 2 4

3) Converter a graus o arco 1 rad (  rad = 3,1416).

4) Calcule o comprimento  do arco AB definido numa circunferência de raio 5 cm, por


um ângulo central de 80º. (converta 80º a radianos e adote  = 3,14)

5) Calcule o comprimento  do arco AB definido numa circunferência de raio 10 cm,


por um ângulo central de 60º.

6) Calcular a medida do ângulo central  que determina em uma circunferência de raio


2
r um arco de comprimento r.
3

7) Calcular em graus, a medida do ângulo central  que determina em uma


circunferência de raio r = 15,28 cm um arco de comprimento 24 cm.


8) Em uma circunferência de 5 cm de raio, um arco de circunferência mede rad.
3
Determine o comprimento desse arco.

9) Calcule o menor ângulo formado pelos ponteiros de um relógio quando este marca:
a) 1h d) 2h30min g) 5h55min
b) 12h15min e) 20h29min h) 6h30min
c) 1h47min f) 15h45min i) 16h50min
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 17

j) 10h23min k) 13h15min l) 2h40min

10) Calcular a 1ª determinação positiva e a 1ª determinação negativa dos seguintes


arcos:
a) 810º e) 3310º i) –45º
b) 400º f) –800º j) 3810º
25 15 9
c) rad g) - rad k) rad
3 2 4
 33 13
d) - rad h) rad l) rad
4 2 2


11) Sendo x = + k . 2  , calcular a 4ª determinação positiva desse arco.
3

12) Escreva a expressão geral dos seguintes arcos:


 11 9
a) - rad e) rad h) rad
2 2 2
b) 405º f) 30º i) –15º
25 13
c) rad g) rad j) 790º
4 2
d) –40º

13) Dentre os arcos abaixo, identifique os côngruos:


 30
a) rad e rad
3 3
b) 10º e 700º
2 14
c) rad e rad
4 4
d) –30º e 330º
 11
e) - rad e rad
3 3
f) 1º e 1081º
7 17
g) rad e rad
5 5
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 18

Capítulo 3

FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS OU FUNÇÕES CIRCULARES

Consideremos o ciclo trigonométrico de origem A.

3.1 Função Seno

3.1.1 Seno de um arco

Seja o ciclo trigonométrico abaixo. Associando a cada número real  um arco de


origem no ponto A(1,0) e extremidade em um ponto P, podemos dizer que:
Seno do arco  é a ordenada (OP1) do ponto P (extremidade do arco).
Ou seja: sen  = OP1

Observação: Para encontrarmos o seno de um ângulo, basta projetar ortogonalmente


sua extremidade sobre o eixo vertical – daqui por diante denominado eixo dos senos – e
medir a distância entre essa projeção e o centro O do ciclo.

3.1.2 Função Seno

Chamamos de função seno a função f : R  R que, a cada número real x, associa o seno
desse número, isto é, f(x) = senx.

3.1.3 Domínio da Função Seno

Como a função é definida de R  R, o domínio é p conjunto dos números reais.


D(f) = R.

3.1.4 Imagem da Função Seno

Como, no ciclo trigonométrico, o raio é unitário e como, da definição de seno, temos


-1  sen x  1, então: Im(f) = [-1, 1].
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 19

3.1.5 Sinal da Função Seno

Como senx é a ordenada do ponto-extremidade do arco, temos:


i) senx é positivo no 1º e 2º quadrantes (ordenada positiva);
ii) senx é negativo no 3º e 4º quadrantes (ordenada negativa).

3.1.6 Gráfico da Função Seno

Para construirmos o gráfico da função seno, devemos localizar, inicialmente no ciclo


trigonométrico, os pontos extremos dos quadrantes, cujas coordenadas são conhecidas.
Assim obtemos:
 3
sen0 = 0, sen = 1, sen  = 0, sen = -1, sen2  = 0
2 2
Com base nas relações trigonométricas nos triângulos retângulos, podemos ainda obter
os seguintes valores notáveis:
 1  2  3
sen  , sen  , sen 
6 2 4 2 3 2
A partir desses valores, outros podem ser determinados no ciclo trigonométrico por
simetria:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 20

O gráfico da função seno é denominado senóide.


Observando a senóide, concluímos que a função seno é crescente no 1º e 4º quadrantes,
e decrescente no 2º e 3º quadrantes.

3.1.7 Período da Função seno

Observando o gráfico anterior, verificamos que o comportamento da função f(x) = senx,


0  x  2  (1ª volta), se repete para f(x) = senx, 2   x  4  (2ª volta).
Assim:
senx = sen(x + 2  ) = sen(x + 4  ) = ... = sen(x + k . 2  ), k  Z.
Logo, a função seno é periódica, pois o valor do seno se repete a cada volta e na mesma
ordem, de 2  rad em 2  rad, e o seu período é de 2  rad.
P(senx) = 2 

Exemplo: Construir o gráfico de f(x) = 2 . senx, 0  x  2  , determinando a imagem


e o período da função.
Solução:

x senx 2.senx
0 0 0
 1 2
2
 0 0
3 -1 -2
2
2 0 0
P(2 . senx) = 2 
Im(2 . senx) = [-2, 2]

Observações: De um modo geral, para a  R*, temos:


i) a função y = a . senx tem período igual ao da função y = senx;
ii) a amplitude do intervalo que representa a imagem de y = a . senx é igual à da função
y = senx, multiplicada por a;
iii) a função y = a + senx tem período igual ao da função y = senx;
iv)a amplitude do intervalo que representa a imagem de y = a + senx é igual à da função
y = senx, transladada a unidades.

3.2 Função Cosseno

3.2.1 Cosseno de um arco


Seja o ciclo trigonométrico abaixo. Associando a cada número real  um arco de
origem no ponto A(1,0) e extremidade em um ponto P, podemos dizer que:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 21

Cosseno do arco  é a ordenada (OP2) do ponto P (extremidade do arco).


Ou seja: cos  = OP2

Observação: Para encontrarmos o cosseno de um ângulo, basta projetar ortogonalmente


sua extremidade sobre o eixo horizontal – daqui por diante denominado eixo dos
cossenos – e medir a distância entre essa projeção e o centro O do ciclo.

3.2.2 Função Cosseno

Chamamos de função cosseno a função f :R  R que, a cada número realx, associa o


cosseno desse número, isto é, f(x) = cosx.

3.2.3 Domínio da Função Cosseno

Como a função é definida de R  R, o domínio é o conjunto dos números reais.


D(f) = R.

3.2.4 Imagem da Função Cosseno

Como, no ciclo trigonométrico, o raio é unitário e como, da definição de cosseno, temos


-1  cosx  1, então: Im(f) = [-1, 1].

3.2.5 Sinal da Função Cosseno

Como cosx é a abscissa do ponto-extremidade do arco, temos:


i) cosx é positivo no 1º e 4º quadrantes (abscissa positiva);
ii)cosx é negativo no 2º e 3º quadrantes (abscissa negativa).

3.2.6 Gráfico da Função Cosseno

Para construirmos o gráfico da função cosseno, devemos localizar, inicialmente no ciclo


trigonométrico, os pontos extremos dos quadrantes, cujas coordenadas são conhecidas.
Assim obtemos:
 3
cos0 = 1, cos = 0, cos  = -1, cos = 0, cos2  = 1
2 2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 22

Com base nas relações trigonométricas nos triângulos retângulos, podemos ainda obter
os seguintes valores notáveis:
 3  2  1
cos  , cos  , cos 
6 2 4 2 3 2
A partir desses valores, outros podem ser determinados no ciclo trigonométrico por
simetria:

O gráfico da função cosseno é denominado cossenóide.


Observando a cossenóide, concluímos que a função cosseno é crescente no 3º e 4º
quadrantes, e decrescente no 1º e 2º quadrantes.

3.2.7 Período da Função Cosseno

Observando o gráfico anterior, verificamos que o comportamento da função f(x) = cosx,


0  x  2  (1ª volta), se repete para f(x) = cosx, 2   x  4  (2ª volta). Assim:
cosx = cos(x + 2  ) = cos(x + 4  ) = ... = cos(x + k . 2  ), k  Z.
Logo, a função cosseno é periódica, pois o valor do cosseno se repete a cada volta e na
mesma ordem, de 2  rad em 2  rad, e o seu período é de 2  rad.
P(cosx) = 2 
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 23

Exemplo: Construir o gráfico de f(x) = cos 2x, 0  x  2  , determinando a imagem e


o período da função.
Solução:
x 2x Cos 2x
0 0 1
  0
4 2
  -1
2
3 3 0
4 2
 2 1
P(cos 2x) = 
Im(cos 2x) = [-1, 1]

Observações:
2
i) As funções y = cos (mx) e y = sen (mx), com m  R*, tem período : P = .
m
2
 .
Assim, na função y = cos 2x, por exemplo, temos m = 2  P(cos 2x) =
2
ii) O gráfico da função y = cos 2x tem o mesmo comportamento para x  [0,  ],
x  [  , 2  ], x  [2  , 3  ],e assim por diante.

3.3 Função Tangente

3.3.1 Tangente de um arco

No ciclo trigonométrico,o eixo das tangentes é a reta t, paralela ao eixo y, traçada pelo
ponto A.
Note que o eixo t tem a mesma orientação do eixo y.
Considerando um ponto P qualquer do ciclo trigonométrico, se traçarmos uma reta que
passe pelo centro O e pelo ponto P, então a reta OP interceptará o eixo das tangentes
(t) no ponto T, determinando o segmento orientado AT .
Logo: Tangente do arco  é a medida algébrica do segmento orientado AT .
Ou seja, tg  = AT
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 24

3.3.2 Função Tangente

Chamamos de função tangente a função f :E  R que, a cada número real x, associa a


tangente desse número, isto é, f(x) = tgx, onde

E = {x| x   k , k  Z }
2

3.3.3 Domínio da Função Tangente



Ao definirmos tgx, é necessário impor a condição x   k , k  Z;
2
 
Se x= rad, tgx não é definida, já que o eixo y é paralelo ao eixo t. Logo, tg .
2 2
3 3
Se x= rad, tgx não é definida, já que o eixo y é paralelo ao eixo t. Logo, tg .
2 2

 3
Dessa forma, como os arcos rad e rad e todos os seus côngruos devem ser
2 2
excluídos, podemos dizer que:

D(f) = {x  R| x   k , k  Z }
2

3.3.4 Imagem da Função Tangente

Como para o 1º e 3º quadrantes a função varia de 0 até +  e para o 2º e 4º quadrantes


varia de -  até 0, temos:
Im(f) = ]-  ,+  [ ou Im(f) = R.

3.3.5 Sinal da Função Tangente


i) tg  é positivo no 1º e 3º quadrantes;
ii) tg  é negativo no 2º e 4º quadrantes;
A tangente é nula para 0 rad e  rad (de forma geral, para  = k  , k  Z).
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 25

3.3.6 Relação entre arcos trigonométricos


Temos:
sen  
tg  = ,   R,   k , k  Z .
cos  2
Demonstração:
Como o  OMP ~  OAT, temos:
OM MP

OA AT
Sendo:
OM = cos  , MP = OP1 = sen  , AT = tg  e AO = 1
Podemos escrever:
cos  sen  sen 
  tg 
1 tg cos 

3.3.7 Período da Função Tangente

O comportamento da função f(x) = tgx no 1º e 2º quadrantes é o mesmo que no 3º e 4º


quadrantes. Assim:
tgx = tg(x +  ) = tg(x + 2  ) = ... = tg(x + k .  ), k  Z.
Logo, a função tangente é periódica, pois seus valores se repetem a cada meia volta e na
mesma ordem, de  rad em  rad, e o seu período é de  rad.
P(tgx) =  .

3.3.8 Gráfico da Função Tangente

Com base nas relações trigonométricas nos triângulos retângulos, podemos ainda obter
os seguintes valores notáveis:
 3  
tg  , tg  1 , tg  3
6 3 4 3
A partir desses valores, outros podem ser determinados no ciclo trigonométrico por
simetria:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 26

O gráfico da função tangente é denominado tangentóide. Observe que este é sempre


crescente.

Exemplo: Determinar o domínio da função y = tg 3x


Solução:

Como a tangente não é definida para arcos da forma  k , k  Z, é necessário impor
2
essa restrição ao arco dado. Assim, temos:
  k
3x   k  x  
2 6 3
 k
Logo: D = {x  R|x   , k  Z}
6 3

3.4 Função Cotangente

3.4.1 Cotangente de um arco

No ciclo trigonométrico,o eixo das cotangentes é a reta c, paralela ao eixo x, traçada


pelo ponto B.
Note que o eixo c tem a mesma orientação do eixo x.
Considerando um ponto P qualquer do ciclo trigonométrico, se traçarmos uma reta que
passe pelo centro O e pelo ponto P, então a reta OP interceptará o eixo das cotangentes
(c) no ponto S, determinando o segmento orientado BS .
Logo, Cotangente do arco  é a medida algébrica do segmento orientado BS .
Ou seja, cotg  = BS

3.4.2 Função Cotangente

Chamamos de função cotangente a função f:E  R que, a cada número real x, associa a
cotangente desse número, isto é, f(x) = cotgx, onde
E = {x| x  k , k Z }
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 27

3.4.3 Domínio da Função Cotangente

Como o eixo x é paralelo ao eixo c, os arcos 0 rad,  rad e todos os seus côngruos
devem ser excluídos. Assim:
D(f) = {x  R| x  k , k Z }

3.4.4 Imagem da Função Cotangente

Como para o 1º e 3º quadrantes a função varia de 0 até +  e para o 2º e 4º quadrantes


varia de -  até 0, temos:
Im(f) = ]-  ,+  [ ou Im(f) = R.

3.4.5 Sinal da Função Cotangente


i) cotgx é positivo no 1º e 3º quadrantes;
ii) cotgx é negativo no 2º e 4º quadrantes;
 3 
A cotangente é nula para rad e rad (de forma geral, para  = + k  , k  Z).
2 2 2

3.4.6 Relação entre arcos trigonométricos


Temos:
cos 
cotg  = ,   R,  k , k  Z .
sen 
Demonstração:
Como o  OSB ~  OPM, temos:
BS OB

MP OM
Sendo:
BS = cotg  , OM = sen  , MP = OP1 = cos  e OB = 1
Podemos escrever:
cot g 1 cos 
  cot g 
cos  sen  sen 

3.4.7 Período da Função Cotangente

O comportamento da função f(x) = cotgx no 1º e 2º quadrantes é o mesmo que no 3º e 4º


quadrantes. Assim:
cotgx = cotg(x +  ) = cotg(x + 2  ) = ... = cotg(x + k .  ), k  Z.
Logo, a função cotangente é periódica, pois seus valores se repetem a cada meia volta e
na mesma ordem, de  rad em  rad, e o seu período é de  rad.
P(cotgx) =  .
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 28

3.4.8 Gráfico da Função Cotangente

cos x
Sendo cotgx = , vamos calcular alguns valores notáveis para construirmos o
senx
gráfico:
 3
cos
 6  2  3,
cotg 
6  1
sen
6 2
 2
cos
 4  2  1,
cotg 
4  2
sen
4 2
 1
cos
 3  2  3
cotg 
3  3 3
sen
3 2
Com base na tabela de valores de x, 0  x  2  , obtemos o seguinte gráfico:

Observe que o gráfico da função cotangente é sempre decrescente.

Exemplo: Determinar o domínio da função y = cotg 2x


Solução:
Como a cotangente não é definida para arcos da forma k , k Z, é necessário impor
essa restrição ao arco dado. Assim, temos:
k
2x  k  x 
2
Logo:
k
D = {x  R| x  , k  Z}
2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 29

3.5 Função Secante

3.5.1 Secante de um arco


Dada a reta t, tangente ao ciclo trigonométrico no ponto P e que intercepta o eixo x no
ponto S, podemos escrever:
Secante do arco  é a medida algébrica do segmento orientado OS .
Ou seja, sec  = OS

3.5.2 Função Secante

Chamamos de função secante a função f:E  R que, a cada número real x, associa a
secante desse número, isto é, f(x) = secx, onde

E = {x| x   k , k  Z }
2

3.5.3 Domínio da Função Secante

 3
Como, para os arcos rad e rad e todos os seus côngruos a reta t se torna paralela
2 2
ao eixo x, não o interceptando, temos:

D(f) = {x  R| x   k , k  Z }
2

3.5.4 Imagem da Função Secante

   3 
Como para x  0,  e x   ,2  a função secante varia de 1 a +  , e para
 2  2 
    3 
x   ,   e x   ,  de -  a -1, temos:
2   2 
Im(f) = ]-  ,-1 ]  [1,+  [ ou Im(f) = {y R| y  –1 ou y  1}

3.5.5 Sinal da Função Secante


i) secx é positivo no 1º e 4º quadrantes;
ii) secx é negativo no 2º e 3º quadrantes;
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 30

3.5.6 Relação entre arcos trigonométricos


Temos:
1 
sec  = ,   R,   k , k  Z .
cos  2
Demonstração:
Como o  OSP ~  OMP, temos:
OS OP

OP OM
Sendo: OS = sec  , OM = cos  e OP = 1
Podemos escrever:
sec 1 1
  sec 
1 cos  cos 

3.5.7 Período da Função Secante

O comportamento da função f(x) = secx para a 1ª volta é o mesmo que para a 2ª volta, e
assim por diante. Dessa forma:
secx = sec(x + 2  ) = sec(x + 4  ) = ... = sec(x + k . 2  ), k  Z.
Logo, a função secante é periódica, pois seus valores se repetem a cada volta e na
mesma ordem, de 2  rad em 2  rad, e o seu período é de 2  rad.
P(secx) = 2  .

3.5.8 Gráfico da Função Secante


1
Sendo secx = , vamos calcular alguns valores notáveis para construirmos o
cos x
gráfico:
 1 1 2 2 3
sec     ,
6  3 3 3
cos
6 2
 1 1 2 2 2
sec      2,
4  2 2 3
cos
4 2
 1 1
sec   2
3  1
cos
3 2
A função secante e a função cosseno se comportam, graficamente, de maneira inversa:
quando uma é crescente, a outra é decrescente, e vice-versa.

Como a função secante só é definida para x  R| x   k , k  Z, com base na tabela
2
abaixo,obtemos o seguinte gráfico:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 31

 
Exemplo: Determinar o domínio da função y = sec  x  
 2
Solução:

Como a secante não é definida para arcos da forma  k , k  Z, é necessário impor
2
essa restrição ao arco dado. Assim, temos:
 
x +   k  x  k
2 2
Logo:
D = {x  R| x  k , k  Z}

3.6 Função Cossecante

3.6.1 Cossecante de um arco

Dada a reta t, tangente ao ciclo trigonométrico no ponto P e que intercepta o eixo y no


ponto C, podemos escrever:
Cossecante do arco  é a medida algébrica do segmento orientado OC .
Ou seja, cossec  = OC
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 32

3.6.2 Função Cossecante

Chamamos de função cossecante a função f:E  R que, a cada número real x, associa a
cossecante desse número, isto é, f(x) = cossecx, onde
E = {x| x  k , k Z }

3.6.3 Domínio da Função Cossecante

Como para os arcos 0 rad,  rad e todos os seus côngruos a reta t se torna paralela ao
eixo y , não o interceptando, temos:
D(f) = {x  R| x  k , k Z }

3.6.4 Imagem da Função Cossecante

   
Como para x   0,  e x   ,   a função secante varia de 1 a +  , e para
 2 2 
 3   3 
x   ,  e x   ,2  de -  a -1, temos:
 2 2 
Im(f) = ]-  ,-1]  [1,+  [ ou Im(f) = {y R| y  –1 ou y  1}

3.6.5 Sinal da Função Cossecante


i) cossecx é positivo no 1º e 2º quadrantes;
ii) cossecx é negativo no 3º e 4º quadrantes;

3.6.6 Relação entre arcos trigonométricos

Temos:
1
cossec  = ,   R,  k , k  Z .
sen 
Demonstração:
Como o  OSP ~  OPM, temos:
OS OP

OP OM
Sendo: OS = cossec  , OM = sen  e OP = 1
Podemos escrever:
cos sec 1 1
  cos sec 
1 sen  sen 

3.6.7 Período da Função Cossecante


Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 33

O comportamento da função f(x) = cossecx para a 1ª volta é o mesmo que para a 2ª


volta, e assim por diante. Dessa forma:
cossecx = cossec(x + 2  ) = cossec(x + 4  ) = ... = cossec(x + k . 2  ), k  Z.
Logo, a função cossecante é periódica, pois seus valores se repetem a cada volta e na
mesma ordem, de 2  rad em 2  rad, e o seu período é de 2  rad.
P(cossecx) = 2  .

3.6.8 Gráfico da Função Cossecante


1
Sendo cossec  = , vamos calcular alguns valores notáveis:
sen 
 1 1
cossec =  2
6  1
sen
6 2
 1 1 2 2 2
cossec =     2
4  2 2 2
sen
4 2
 1 1 2 2 3
cossec =   
3  3 3 3
sen
3 2
A função cossecante e a função seno se comportam, graficamente, de maneira inversa:
quando uma é crescente, a outra é decrescente, e vice-versa.
Como a função cossecante só é definida para x  k , k Z, x  R, com base na tabela
abaixo, obtemos o seguinte gráfico:

Exemplo: Determine o domínio da função y = cossec (2x -  )


Solução:
 k
2x -   k  2 x    k  x  
2 2
 k
Logo: D = {x  R| x   , k  Z}
2 2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 34

Lista de Exercícios – III


1) Construa os gráficos e determine: domínios, os períodos e as imagens das seguintes
funções:
a) y = - senx e) y = 2cosx
1
b) y = senx f) y = -1 + cosx
2
c) y = 1 + senx g) y = -cosx
d) y = 1 – senx h) y = cos3x
i) f(x) = sen3x j) f(x) = 2cos2x
x x
k) f(x) = sen l) f(x) = cos
2 2
m) f(x) = |senx| n) f(x) = |cosx|
 
o) f(x) = sen  x   p) f(x) = cos (x -  )
 2
x
q) y = tg2x r) y = tg
2
s) y = 1 + tgx t) f(x) = |tgx|
  
u) f(x) = tg  x   v) y = cotg 2x
 4
x
w) y = cotg x) y = -1 + cotg x
4

2) Calcule o valor de:


     2
a) sen + sen + sen    b) cos + cos2  + cos
3 2  3 3 3
3 
sen  2.sen0.sen
 2 2
c) sen7x + cos14x, sendo x = d)
7  
cos .sen  cos  2

2 4
1
1
tgx  1  cot gx 
e) , sendo x = f) , sendo x =
3  2.senx 6 1  cot gx 2

3) Determine o domínio de cada uma das funções:


 
a) y = tg4x b) f(x) = tg  2 x  
 3
x  
c) y = tg d) f(x) = tg  2 x  
4  2
 
e) y = tg  x   f) y = cotg (3x +  )
 2
g) y = cotg 3x h) y = cotg (x -  )
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 35

 
i) y = cotg (x - ) j) y = sec (x - )
3 2
x 
k) y = 4 . sec l) y = sec (7x + )
2 2

m) y = sec 2x n) y = cossec (x + )
4
x
o) y = 2 . cossec p) y = -3 . cossec 2x
3

q) y = 2 . cossec (3x - )
3

4) Determine a para que existam as igualdades:


a) sen x = 2a – 5
a 1
b) sen x =
a2
a2
c) cos x =
2a  1
d) cossecx = 2a
e) cotgx = 2  a
f) sec x = 3a –2
2a  1
g) cossec x =
1  3a
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 36

Capítulo 4

RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

4.1 Relações Trigonométricas Fundamentais

Agora que estudamos as várias funções trigonométricas, veremos algumas relações


importantes entre elas. Algumas das quais, já conhecemos:

4.1.1 Relação Fundamental – I


 x  R, vale a relação sen2x + cos2x = 1
Demonstração:
Considere o ciclo trigonométrico de centro O e
o arco AP.
Como o  OPM é retângulo em M, então, por
Pitágoras, temos:
(OM)2 + (MP)2 = (OP)2
Sendo, OM = cosx, MP = OP1 = senx e OP = 1
(raio unitário), podemos escrever:
(cosx)2 + (senx)2 = 12  sen2x + cos2x = 1

4.1.2 Relação Fundamental – II


 senx
x  k , k  Z, vale a relação tgx =
2 cosx

4.1.3 Relação Fundamental – III


cosx
 x  k , k  Z, vale a relação cotgx =
senx

4.1.4 Relação Fundamental – IV


 1
x  k , k  Z, vale a relação secx =
2 cosx

4.1.5 Relação Fundamental – V


1
 x  k , k  Z, vale a relação cosecx =
senx

As relações II, III, IV e V já foram demonstradas.


Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 37

4.1.6 Outras relações trigonométricas:


Das relações trigonométrica fundamentais, decorrem também as seguintes relações:

i)  x   k , k  Z, vale a relação tg2x + 1 = sec2x
2
Dividindo ambos os membros de sen2x + cos2x = 1 por cos2x, cosx  0. Temos:
sen 2 x cos 2 x 1
   tg 2 x  1  sec 2 x
cos x cos x cos 2 x
2 2

ii)  x  k , k  Z, vale a relação 1 + cotg2x = cosec2x


Dividindo ambos os membros de sen2x + cos2x = 1 por sen2x, senx  0. Temos:
sen 2 x sen 2 x 1
2
 2
 2
 1  cot g 2 x  cos ec 2 x
sen x sen x sen x

1
iii)  x  k , k  Z, vale a relação cotgx =
tgx
cosx 1 1
cotg x =  
senx senx tgx
cos x
1
iv) cos2x =
1  tg 2 x
1 1
cos2x = 
sec x 1  tg 2 x
2

tg 2 x
v) sen2x =
1  tg 2 x
sen 2 x 1 tg 2 x
sen2x = cos 2 x.  cos 2
x.tg 2
x  .tg 2
x =
cos 2 x 1  tg 2 x 1  tg 2 x

4.2 Identidades Trigonométricas

São igualdades que envolvem funções trigonométricas, verdadeiras para qualquer valor
real dentro do domínio de validade das funções.
Para demonstrarmos uma identidade trigonométrica, utilizamos as relações já
estabelecidas aplicando um dos seguintes processos:
i) Partimos de um dos membros e procuramos chegar ao outro;
ii) Transformamos cada um dos membros em uma mesma expressão;
iii) Calculamos a diferença entre os dois membros e verificamos se essa diferença é
zero.

Exemplos:
a) Mostrar que: sen2x – cos2x = 2 sen2x – 1.
Solução:
Partindo do 1º membro, vamos tentar chegar ao 2º, aplicando as relações
trigonométricas já estudadas:
sen2x – cos2x = sen2x – (1- sen2x) = sen2x – 1 + sen2x = 2 sen2x – 1.
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 38

Portanto, a igualdade é verdadeira.


1
b) Demonstrar a identidade: = secx + tgx
sec x  tgx
Solução:
Calculando a diferença entre os dois membros, vamos provar que a diferença entre eles
é zero:
1 1  (sec x  tgx )(sec x  tgx ) 1  (sec 2 x  tg 2 x)
- (secx + tgx) = = =
sec x  tgx sec x  tgx sec x  tgx
1  sec 2 x  tg 2 x 1  tg 2 x  sec 2 x sec 2 x  sec 2 x
= = = =
sec x  tgx sec x  tgx sec x  tgx
0
= =0
sec x  tgx
Portanto, a igualdade é verdadeira.

c) Demonstrar a identidade: sen2x.(1 + cotg2x) = senx . secx . cotgx


Solução:
Vamos transformar os dois membros numa única expressão:
1
1º membro: sen2x.(1 + cotg2x) = sen2x . cosec2x = sen2x . = 1 (I)
sen 2 x
1 cos x
2º membro: senx . secx . cotgx = senx . . =1 (II)
cos x sen x
Comparando (I) e (II), concluímos que os membros são iguais a 1. Logo, a igualdade é
verdadeira.

4.3 Redução ao 1º quadrante

Vamos deduzir fórmulas para calcular as funções trigonométricas de x, com x não


pertencente ao 1º quadrante, relacionando x com algum elemento do 1º quadrante.

4.3.1 Redução do 2º ao 1º quadrante

A figura mostra o arco AM, que mede x. Tomando no ciclo o ponto M 1, simétrico do
ponto M com relação ao eixo dos senos, temos que a medida de AM1 é (  - x).

Dois arcos,  e  , onde  +  =  + 2k  , k  Z, são chamados suplementares.


Logo, x e (  -x) são suplementares.
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 39

Assim, com base na figura, observamos que arcos suplementares têm senos iguais e
cossenos opostos.

Dessa forma, temos:


senx = sen(  - x) e cosx = - cos(  - x)

Levando em conta as relações fundamentais, decorre:


sen x sen(  x)
tgx =   tgx = -tg(  - x)
cos x  cos(  x)
cos x  cos(  x)
cotgx =   cotgx = -cotg(  - x)
sen x sen(  x)
1 1
secx =   secx = -sec(  - x)
cos x  cos(  x)
1 1
cossecx =   cossecx = cossec(  - x)
sen x sen(  x)

Exemplos:
a) sen 115º = sen (180º - 115º) = sen 65º
b) cos 130º = -cos (180º - 130º) = -cos 50º
2 2 
c) tg = -tg (   ) = -tg
3 3 3

4.3.2 Redução do 3º ao 1º quadrante

A figura mostra o arco AM, que mede x. Tomando no ciclo o ponto M 1, simétrico do
ponto M com relação ao centro O, temos que a medida de AM1 é (x -  ).

Dois arcos,  e  , onde  -  =  + 2k  , k  Z, são chamados explementares.


Logo, x e (x -  ) são explementares.

Assim, com base na figura, observamos que arcos explementares têm senos e cossenos
opostos.

Dessa forma, temos:


senx = - sen(x -  ) e cosx = - cos(x -  )

Levando em conta as relações fundamentais, decorre:


Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 40

sen x  sen( x   )
tgx =   tgx = tg(x -  )
cos x  cos( x   )
cos x  cos( x   )
cotgx =   cotgx = cotg(x -  )
sen x  sen( x   )
1 1
secx =   secx = -sec(x -  )
cos x  cos( x   )
1 1
cossecx =   cossecx = -cossec(x -  )
sen x  sen( x   )

Exemplos:
a) sen 210º = -sen (210º - 180º) = -sen 30º
4 4 
b) tg = tg ( -  ) = tg
3 3 3
7 7 
c) sec = -sec ( -  ) = -sec
6 6 6

4.3.3 Redução do 4º ao 1º quadrante

A figura mostra o arco AM, que mede x. Tomando no ciclo o ponto M 1, simétrico do
ponto M com relação ao eixo dos cossenos, temos que a medida de AM1 é (2  - x).

Dois arcos,  e  , onde  +  = 2  + 2k  , k  Z, são chamados replementares.


Logo, x e (2  - x) são replementares.

Assim, com base na figura, observamos que arcos replementares têm senos opostos e
cossenos iguais.

Dessa forma, temos:


senx = -sen(2  - x) e cosx = cos(2  - x)

Levando em conta as relações fundamentais, decorre:


sen x  sen(2  x)
tgx =   tgx = -tg(2  - x)
cos x cos(2  x)
cos x cos(2  x)
cotgx =   cotgx = -cotg(2  - x)
sen x  sen(2  x)
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 41

1 1
secx =   secx = sec(2  - x)
cos x cos(2  x)
1 1
cossecx =   cossecx = -cossec(2  - x)
sen x  sen(2  x)

Exemplos:
a) cos 340º = cos (360º - 340º) = cos 20º
11 11 
b) tg = -tg (2  - ) = -tg
6 6 6
5 5 
c) cossec = -cossec (2  - ) = -cossec
3 3 3

4.4 Arcos Complementares


Dois arcos,  e  , onde  +  = + 2k  , k  Z, são chamados complementares.
2

No ciclo,  = x e  = - x são complementares.
2
Nesse caso: sen  = cos  e sen  = cos  .
 
Temos então: sen( - x) = cosx e senx = cos( - x)
2 2

Exemplos:
1
a) sen 30º = cos 60º =
2
2
b) sen 45º = cos 45º =
2
3
c) sen 60º = cos 30º =
2

Lista de Exercícios – IV

1) Calcule sec 30º, sec 45º, sec 60º, cosec 30º, cosec 45º e cosec 60º.
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 42

1 1
2) Sendo senx = , calcule o valor de y = cotgx . (1 – cosx) . (1 + )
2 cos x

7 3
3) Sabendo que tgx = , <x< , calcule as demais funções trigonométricas do
24 2
arco x.

4) Sendo 4 . senx = 3 . cosx, calcule o valor de tgx.

5) Sendo cosx = secx, calcule o valor de sen2x.

1
6) Calcule 2 . cotgx + cosecx, sabendo que cosx = , x pertencente ao 1º quadrante.
5

4
7) Sendo cotgx = , x  3ºQ, calcule o valor de cosx – senx.
3

8) Simplifique as seguintes expressões:


cot gx
a) tgx . cotgx + senx . cosecx – cosx . secx f)
cos x. cos ecx
sec x cos x 1 tgx. sec x
b) 1 + tg2x -   sen x  g)
cos x tgx sen x (1  tg 2 x). sen x
1  tgx
c) sec2x + cosec2x – sec2x . cosec2x h)
cot gx  1
1  tg 2 x
d) tgx + cotgx – secx . cosecx i)
tgx
2 2 (1  sen 2 x).(tg 2 x  1)
e) sen x . (1 + cotg x) – senx . secx . cotgx j)
(1  cos 2 x).(1  cot g 2 x)

9) Demonstre as seguintes identidades:


a) sen4x – cos4x = 1 – 2 . cos2x
sen 3 x  cos 3 x
b) = 1 – senx . cosx
sen x  cos x
c) cos2x – sen2x = 1 – 2 . sen2x
d) tgx . cotgx . secx . cosecx . senx . cosx = 1
e) tgx . senx + cosx = secx
1  2. cos 2 x
f) = tgx – cotgx
sen x. cos x
sen x  cos x
g) 1 + tgx =
cos x
h) (tgx – cotgx)2 = tg2x + cotg2x –2
sec x  cos ecx tgx  1
i) 
sec x  cos ecx tgx  1
j) (1 + tg2x) . (1 + cotg2x) = sec2x + cosec2x
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 43

k) sen2x – sen2x.cos2x = sen4x


l) tg2x.sec2x = tg4x.cossec2x
1 sen 2 x
m)   cos x
cos x cos x
n) (tgx – senx)2 + (1 - cosx)2 = (secx - 1)2
o) senx.(1 + tgx) + cosx.(1 + cotgx) = secx + cossecx
p) (2.secx + tgx)(secx – 2.tgx).cosx = 2.cosx – 3.tgx
sec x  1 1  cos x
q)   tgx  senx
senx tgx
r) (tgx + 2)(1 + 2.tgx).cosx = 2.secx + 5.senx

10) Qual das igualdades abaixo é verdadeira?

a) 1 sen 2 x = cosx
b) 1 cos 2 x = 1 – cosx
c) 1 – tg2x = -sec2x
d) sen2(2x) + cos2(2x) = 2
e) 1 cos 2 x = |senx|

11) Reduzir ao 1º quadrante.


a) sen 200º g) cos 100º m)tg 300º
45
b) sec 2305º h) sen n) cos 730º
4
c) cossec 1030º i) tg 290º o) sec 1924º
7 5 11
d) cotg j) cos (- ) p) tg
6 3 3
4 7 3
e) cotg k)sen(- ) q)tg(- )
5 6 4
f) cos 225º l) sen 280º r) cos 178º

12) Calcule o valor de:


sen 10º. sen 70º
a) y =
cos 80º. cos 20º
sen(  x). cos(2  x)
b) y =
sec(  x).tg (  x)
c) y = cos 160º + cos 20º
d) y = cos2(  - x) + sen2x
e) y = sen 330º + sen 30º + cos 150º + cos 30º
f) y = sen135º + cos 135º + tg 135º.cotg 135º
g) y = sen2 (2  - x) + cos2 x
h) y = sen 120º + cos 120º + tg 120º + cotg 120º + sec 120º + cossec 120º
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 44

Capítulo 5

TRANSFORMAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

Desejamos obter fórmulas que nos possibilitem encontrar as funções circulares da soma
de dois arcos, da diferença de dois arcos ou, ainda, do dobro (ou triplo) de um arco
dado, além da fatoração de algumas expressões. Por exemplo, como são conhecidos os
valores de sen 45º, sen 30º, cos 45º, etc., poderemos, em função deles, obter: sen 75º,
cos 15º, tg 105º, etc.

A primeira dedução é um pouco trabalhosa, porém muitas das outras decorrem dela e
são bastante simples.

Mas, primeiramente, vejamos a fórmula da distância entre dois pontos da Geometria


Analítica, a qual será aplicada na dedução da primeira transformação.

5.1 Distância Entre Dois Pontos

Dados os pontos P(x1, y1) e Q(x2, y2), considerando um ponto R(x2, y1), de abscissa x2 e
ordenada y1, verificamos que:

i) a distância entre P e R corresponde à diferença entre as abscissas desses pontos:


dPR = |x2 – x1|

ii) a distância entre Q e R corresponde à diferença entre as ordenadas desses pontos:


dQR = |y2 – y1|

Observação: Note que as distâncias, por serem sempre positivas, são indicadas em
módulo.

iii) a distância entre P e Q, será dada por:


Como o  PRQ é retângulo em R, por Pitágoras, podemos escrever:
(dPQ)2 = (dPR)2 + (dQR)2  (dPQ)2 = (x2 - x1)2 + (y2 – y1)2
Logo:
dPQ = ( x2  x1 ) 2  ( y 2  y1 ) 2

Exemplo: Calcule a distancia entre os pontos P(1, 2) e Q(4, 6):


dPQ = (4  1) 2  (6  2) 2  dPQ = 32  4 2  dPQ = 9 16 
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 45

dPQ = 25  dPQ = 5

5.2 Fórmulas de Adição e Subtração

5.2.1 Cosseno da soma de dois arcos


Consideremos dois arcos a e b, e determinemos cos(a + b).
Sejam P, Q e R as extremidades dos arcos a, a + b e –b, respectivamente. As
coordenadas desses pontos são:
P(cos a, sen a)
Q(cos(a + b), sen(a + b))
R(cos b, -sen b)
A(1, 0)
Os arcos AQ e RP têm a mesma medida, portanto, as cordas AQ e PR são iguais.
Aplicando, então, a fórmula da distância entre dois pontos, temos:
d2AQ = (xQ – xA)2 + (yQ - yA)2 = [cos (a + b) -1]2 +[sen (a + b) - 0]2 =
= cos2 (a + b) – 2 . cos (a + b) + 1 + sen2 (a + b) = 2 – 2 . cos (a + b)

d2RP = (xP – xR)2 + (yP - yR)2 = [cos a - cos b]2 +[sen a + sen b]2 =
= cos2 a – 2 . cos a . cos b + cos2 b + sen2 a + 2 . sen a . sen b + sen2 b =
= 2 – 2 . cos a . cos b + 2 . sen a . sen b

dAQ = dRP  2 – 2 . cos (a + b) = 2 – 2 . cos a . cos b + 2 . sen a . sen b


.  cos (a + b) = cos a . cos b - sen a . sen b
então: cos (a + b) = cos a . cos b - sen a . sen b

3 1 1 3
Exemplo: cos (30º + 60º) = cos 30º . cos 60º - sen 30º . sen 60º = .  . 0
2 2 2 2

5.2.2 Cosseno da diferença de dois arcos

cos (a – b) = cos [a + (-b)] = cos a . cos (-b) - sen a . sen (-b)


Como cos (-b) = cos b, pois a função cosseno é par e sen (-b) = - sen b, visto que a
função seno é ímpar, temos:
cos (a – b) = cos a . cos b – sen a . (-sen b)
então: cos (a –b) = cos a . cos b + sen a . sen b

Exemplo: cos 15º = cos (60º - 45º) = cos 60º . cos 45º + sen 60º . sen 45º =
1 2 3 2 2 6
= .  . 
2 2 2 2 4
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 46

5.2.3 Seno da soma de dois arcos

 
sen (a + b) = cos   (a  b) , pois são arcos complementares.
2 
Mas:
       
cos   (a  b) = cos   a  b  = cos   a   b
2  2   2  
Aplicando a fórmula do cosseno da diferença, temos:
       
cos   a   b = cos   a  . cos b + sen   a  . sen b
 2   2  2 
Por serem arcos complementares, temos:
   
cos   a  = sen a ; sen   a  = cos a
2  2 
Logo:
   
sen (a + b) = cos   a   b = sen a . cos b + sen b . cos a
 2  
então: sen (a + b) = sen a . cos b + sen b . cos a

Exemplo: sen 105º = sen (60º + 45º) = sen 60º . cos 45º + sen 45º . cos 60º =
3 2 2 1 6 2
= .  . 
2 2 2 2 4

5.2.4 Seno da diferença de dois arcos

sen (a – b) = sen [a + (-b)]


Pela fórmula do seno da soma, vem:
sen [a + (-b)] = sen a . cos (-b) + sen (-b) . cos a = sen a . cos b + (-sen b) . cos a
então: sen (a –b) = sen a . cos b – sen b . cos a

Exemplo: sen 15º = sen (45º - 30º) = sen 45º . cos 30º - sen 30º . cos 45º =
2 3 1 2 6 2
= .  . 
2 2 2 2 4

5.2.5 Tangente da soma de dois arcos

sen(a  b) sen a. cos b  sen b. cos a


tg (a + b) = 
cos(a  b) cos a. cos b  sen a. sen b
Dividindo o numerador e o denominador por cos a . cos b, vem:
sen a. cos b  sen b. cos a sen a. cos b sen b. cos a

cos a. cos b tga  tgb
tg (a + b) =  cos a cos b cos a. cos b 
cos a. cos b  sen a. sen b cos a. cos b sen a. sen b 1  tga.tgb

cos a. cos b cos a. cos b cos a. cos b
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 47

tga  tgb
então: tg (a + b) =
1  tga.tgb
  
Esta fórmula só é aplicável se: a   k , b   k , a + b   k . k  Z
2 2 2
3
1
tg 45º tg 30º 3  3 3  2 3
Exemplo: tg 75º = tg (45º + 30º) = 
1  tg 45º.tg 30º 3 3 3
1  1.
3

5.2.6 Tangente da diferença entre dois arcos

tga  tg (b) tga  (tgb ) tga  tgb


tg (a – b) = tg [a + (-b)] =  
1  tga.tg (b) 1  tga.(tgb ) 1  tga.tgb
tga  tgb
então: tg (a - b) =
1  tga.tgb
  
Esta fórmula só é aplicável se: a   k , b   k , a + b 
 k . k  Z
2 2 2
3 3 3
1
tg 45º tg 30º 3  3  3 3  2 3
Exemplo: tg 15º = tg (45º -30º) = 
1  tg 45º.tg 30º 3 3 3 3 3
1
3 3

5.2.7 Cotangente da soma de dois arcos


cos(a  b) cos a. cos b  sena.senb
cotg (a + b) = 
sen(a  b) sena. cos b  senb. cos a
Dividindo o numerador e o denominador por sen a . sen b, vem:
cos a. cos b  sena.senb cos a. cos b sena.senb

sena.senb cot ga. cot gb  1
cotg (a + b) =  senasenb sena.senb 
sena. cos b  senb. cos a sena. cos b senb. cos a cot ga  cot gb

sena.senb sena.senb sena.senb

Exemplo: cotg 105º = cotg (60º + 45º) =


3 3 3
1
cot g 60º. cot g 45º 1 3 3
=  3  3   32
cot g 60º  cot g 45º 3 3 3 3 3
1
3 3
Esta fórmula só é aplicável se: a  k , b  k , a + b  k . k  Z
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 48

5.2.8 Cotangente da diferença de dois arcos

cot ga. cot g (b)  1 cot ga.( cot gb)  1


cotg (a – b) = cotg [a + (-b)] = = =
cot ga  cot g (b) cot ga  ( cot gb)
cot ga. cot gb  1
=
cot gb  cot ga
Esta fórmula só é aplicável se: a  k , b  k , a + b  k . k  Z
3
1
cot g 60º. cot g 45º 1 3
Exemplo: cotg 15º = cotg (60º - 45º) =  =
cot g 45º  cot g 60º 3
1
3
3 3
3 3
=  3   2 3
3 3 3 3
3

5.3 Fórmulas de Multiplicação

Vamos deduzir formulas para calcular as funções trigonométricas de 2a, 3a, etc.

Arco Duplo (2a = a + a)

5.3.1 Seno do arco duplo


sen 2a = sen (a + a) = sen a . cos a + sen a . cos a = 2 . sen a . cos a
então: sen 2a = 2 . sen a . cos a

5.3.2 Cosseno do arco duplo


cos 2a = cos (a + a) = cos a . cos a – sen a . sen a = cos2 a – sen2 a
Usando a relação fundamental I, temos:
cos 2a = cos2 a – sen2 a = 1 – sen2 a – sen2 a = 1 – 2 . sen2 a ou
cos 2a = cos2 a – sen2 a = cos2 a – (1 – cos2 a) = 2 . cos2 a –1
Resumindo:
cos 2a = cos2 a – sen2 a
cos 2a = 1 – 2 . sen2 a
cos 2a = 2 . cos2 a –1

5.3.3 Tangente do arco duplo


tga  tga 2.tga
tg 2a = 
1  tga.tga 1  tg 2 a
2.tga
então: tg 2a =
1  tg 2 a
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 49

Arco triplo (3a = 2a + a)

5.3.4 Seno do arco triplo


sen 3a = sen (2a + a) = sen 2a . cos a + sen a . cos 2a =
= (2. sen a . cos a) . cos a + sen a . (1 – 2 . sen2 a) =
= 2 . sen a . cos2 a + sen a – 2 . sen3 a =
= 2 . sen a . (1 – sen2 a) + sen a – 2 . sen3 a =
= 2 . sen a - 2 . sen3 a + sen a – 2 . sen3 a =
= 3 . sen a – 4 . sen3 a
Então: sen 3a = 3 . sen a – 4 . sen3 a

5.3.5 Cosseno do arco triplo


cos 3a = cos (2a + a) = cos 2a . cos a - sen 2a . sen a =
= (2 . cos2 a – 1) . cos a – (2 . sen a . cos a) . sen a =
= 2 . cos3 a – cos a – 2 . sen2 a . cos a =
= 2 . cos3 a – cos a – 2 . (1 – cos2 a) . cos a =
= 2 . cos3 a – cos a – 2 . cos a + 2 . cos3 a =
= 4 . cos3 a – 3 . cos a
Então: cos 3a = 4 . cos3 a – 3 . cos a

5.3.6 Tangente do arco triplo


2tga
 tga
tg 2a  tga 1  tg 2 a 2.tga  tga.(1  tg 2 a)
tg 3a = tg (2a + a) =   
1  tg 2a.tga 2tga (1  tg 2 a)  2.tga.tga
1 .tga
1  tg 2 a
3.tga  tg 3 a
=
1  3tg 2 a
3.tga  tg 3 a
Então: tg 3a =
1  3tg 2 a

Exemplos:
1
a) Calcular cos 2x, sendo cos x = .
3
Solução:
Como, cos 2x = 2 . cos2 x – 1
2
1 1 7
cos 2x = 2 .   - 1 = 2 . - 1 = -
3 9 9

1
b) Calcular tg 2x, sabendo que cotg x =
2
Solução:
1 1
Temos: cotg x = e cotg x = , daí, tg x = 2.
tgx 2
2.tgx 2.2 4
então tg 2x =  
1  tg x 1  (2)
2 2
3
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 50

1
c) Sendo sen x = , calcular sen 3x.
2
Solução:
3
1 1 3 1 3 1
3
sen 3x = 3 . sen x – 4 . sen x = 3 . - 4 .   =  4.   = 1
2 2 2 8 2 2

5.4 Fórmulas de Divisão

x
Vamos deduzir formulas para calcular as funções trigonométricas de , ou seja, do
2
arco metade.

5.4.1 Seno do arco metade


a
Sabendo que cos 2x = 1 – 2 . sen2 x e considerando 2x = a  x = , podemos
2
escrever:
a a 2 a 1  cos a
cos a = 1 – 2 . sen2    2 . sen2   = 1 - cos a  sen   = 
2 2 2 2
a 1  cos a
sen   = 
2 2

5.4.2 Cosseno do arco metade


a
Sabendo que cos 2x = 2 . cos2 x -1 e considerando 2x = a  x = , podemos escrever:
2
a a 2 a 1  cos a
cos a = 2 . cos2   - 1  2 . cos2   = 1 + cos a  cos   = 
2 2 2 2
a 1  cos a
cos   = 
2 2

Observação: O sinal positivo ou negativo é determinado pelo quadrante em que se


encontra a função seno ou cosseno.

5.4.3 Tangente do arco metade

a 1  cos a
sen  
a 2  2 a 1  cos a
tg     tg    
 2  cos a  1  cos a 2 1  cos a
  
2 2

para 1 + cos a  0  cos a  -1.


Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 51

1   x
Exemplo: Sendo cos x = , x  0,  , calcule o sen   .
2  2 2
Solução:
x 1  cos x
sen   =  , como o arco x pertence ao 1º quadrante, a função seno é
2 2
positiva.Logo:
1 2 1 1
1
x 2  2  2  1 1
sen   =
2 2 2 2 4 2

5.5 Fórmulas de Transformação em Produto

Para a fatoração de certas expressões, a Trigonometria dispõe de algumas fórmulas


próprias que, quando associadas aos recursos algébricos de que já dispomos, permitirão
a fatoração de expressões como sen x + sen y, cos x – cos y, e outras. Tais fórmulas são
conhecidas como fórmulas de prostaférese (transformação).

Vamos deduzir agora as fórmulas para transformar somas e diferenças trigonométricas


em produtos.

Sabemos que:
cos ( a + b) = cos a . cos b – sen a . sen b (1)
cos ( a - b) = cos a . cos b + sen a . sen b (2)
sen (a + b) = sen a . cos b + sen b . cos a (3)
sen (a - b) = sen a . cos b - sen b . cos a (4)

Logo:
(1) + (2) : cos (a + b) + cos (a – b) = 2 . cos a . cos b
(1) - (2) : cos (a + b) - cos (a – b) = -2 . sen a . sen b
(3) + (4) : sen (a + b) + sen (a – b) = 2 . sen a . cos b
(3) - (4) : sen (a + b) - sen (a – b) = 2 . sen b . cos a
Essas relações são denominadas fórmulas de Werner.

Considerando, nas fórmulas de Werner,


pq pq
a + b = p e a – b = q, temos: a = eb= , obtemos as fórmulas de
2 2
transformação em produto:
pq pq
cos p + cos q = 2 . cos . cos
2 2
pq pq
cos p – cos q = -2 . sen . sen
2 2
pq pq
sen p + sen q = 2 . sen . cos
2 2
pq pq
sen p – sen q = 2 . sen . cos
2 2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 52

Temos ainda que:


sen p sen q sen p. cos q  sen q. cos p sen( p  q)
tg p + tg q =   
cos p cos q cos p. cos q cos p. cos q
sen( p  q)
então: tg p + tg q =
cos p. cos q

sen p sen q sen p. cos q  sen q. cos p sen( p  q)


tg p – tg q =   
cos p cos q cos p. cos q cos p. cos q
sen( p  q)
então: tg p – tg q =
cos p. cos q

Exemplo: Transformar em produto a soma sen 80º + sen 20º.


Solução:
Aplicando a fórmula da transformação da soma em produto, temos:
 80º 20º   80º 20º 
sen 80º + sen 20º = 2 . sen   . cos   = 2 . sen 50º . cos 30º =
 2   2 
3
=2. . sen 50º = 3 . sen 50º
2

Lista de Exercícios – V

1) Calcule o valor de:

a) sen 225º b) sec 15º c) cos 15º d) cos 255º


7 
e) sen f) cossec g) sec 105º h) sen 435º
12 12
i) tg 1095º j) cotg 1815º k) tg 75º l) cotg 255º
m) tg 105º n) cotg 15º o) sen 105º p) cotg 165º

sen( x  60º )  sen( x  60º )


2)Simplifique:
sen( x  30º )  cos(60º  x)

3) calcule y = sen 105º - cos 75º

4) Sendo x + y = 60º, calcule o valor de (cos x + cos y)2 + (sen x – sen y)2 – 2.

5) Sendo x um arco do 1º quadrante e y um arco do 2º quadrante, tais que cos x = 0,8 e


sen y = 0,6, o valor de sen (x + y) é:

9 64
6) Sendo tg2 x = e tg2 y = , calcule tg (x + y) . tg (x – y).
16 16

7) Calcule tg y, dados tg x = 3 e tg (x + y) = 33.


Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 53

8) Calcule tg (x – y), sendo tg x = - 1 e tg y = 4

3
9) Sendo sec x = 2, < x < 2  , calcule:
2
a) sen 2x b) cos 2x c) tg 2x


10) Sendo cotg x = -5 e < x <  , determine sen 2x, cos 2x e tg 2x.
2

1 3
11) Sendo sen x = - e < x < 2  , determine sen 2x, cos 2x e tg 2x.
2 2

1
12) Determine cos 4x, sendo cos x = - .
2

13) Determine o valor de (sen 22º30’ + cos 22º30’)2.

14) Sendo cos 2x = 1, calcule o valor de sen4 x – cos4 x.

 8
15) Calcule o valor de cos . cos
12 12

sen 2 x
16) Simplifique a expressão
1  cos 2 x  sen 2 x

cos 3x sen 3x
17) Mostre que  = -2.
cos x sen x

18) Calcule:

a) sen 3x, sendo sen x = 1


1
b) cos 3x, sendo cos x =
2
1
c) sen 9x, sendo sen x =
2

4 
19) Se sec a = e o < a < , calcule tg 3a.
3 2

1   x x x


20) Sendo cos x = , x  0,  , calcule sen   , cos   , tg   .
2  2 2 2 2

21) Calcule o valor de:

a) sen 112º30’ b) tg 742º30’ c) cos 112º30’


d) sec 1102º30’ e) cossec 22º30’ f) cotg 22º30’
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 54

22) Sendo cos 40º = a, calcule sen 20º e cos 20º.

23) Transforme em produto:


a) y = sen 40º + sen 80º b) y = cos 70º - cos 10º
c) y = sen 80º - sen 20º d) y = 1 – sen 40º

24) Escreva as seguintes somas trigonométricas em produto:


a) sen 8x + sen 2x b) sen 8x – sen 2x
c) cos 8x + cos 2x d) cos 8x – cos 2x
e) sen 5x + sen 3x f) cos 3x + cos x
g) sen 7x + sen5x – sen 3x – sen x h) cos 9x + cos 5x – cos 3x – cos x
i) 1 + sen 2x j) 1 + cos x + cos 2x

25) Mostre que:


sen 30º  sen 10º
a)  tg 20º
cos 30º  cos 10º
cos 36º  cos 18º
b) = tg 27º
sen 18º  sen 36º
sen 9a  sen a
c) = tg 4a
cos 9a  cos a
cos 75º  cos 15º
d) =1
sen 75º  sen 15º
e) sen 75º - sen 45º - sen 15º = 0
sen( x  y )
f) cotg x + cotg y =
senx.seny

26) Transforme em produto as expressões:


a) sen x + 2.sen 2x + sen 3x
b) cos x + 2.cos 2x + cos 3x
c) sen x + sen 2x + sen 3x + sen 4x
d) cos x + cos 2x + cos 3x + cos 4x
1
e) cos x – .sen 2x
2

27) Calcule o valor de:


a) (tg 10º + cotg 10º) . sen 20º
b) (tg x + cotg x) . sen 2x
c) (sen 22º30’ + cos 22º30’)2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 55

Capítulo 6
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

6.1 Equações Trigonométricas

Chamamos de equação trigonométrica qualquer equação na qual a incógnita faz parte do


arco (ou ângulo) de alguma função trigonométrica.

Dessa forma, são exemplos de equações trigonométricas:


a) 3 . sen x + 4 . cos x = 1
 
b) tg x = cotg  x  
 4

Resolver uma equação desse tipo significa encontrar os valores de x, caso existam, que
a tornem uma sentença verdadeira.

Não existe um método único para resolver todas as equações trigonométricas. No


entanto, a maioria delas pode ser transformada (utilizando relações já aprendidas) em
outras mais simples, mas equivalentes, ou seja, de mesma solução.

Na verdade, uma grande parte delas pode ser solucionada se soubermos resolver as
seguintes equações fundamentais:
1º) sen x = sen a
2º) cos x = cos a
3º) tg x = tg a
Vejamos separadamente cada uma delas.

6.1.1 Equação do tipo sen x = sen a

Se dois arcos trigonométricos têm senos iguais, então ou são côngruos ou


suplementares.

i) Se x e a são côngruos, então: x = a + k . 2  .


ii) Se x e a são suplementares, então: x =  - a + k . 2  .
Dessa forma concluímos que:
 x  a  k .2
sen x = sen a  
 x    a  k .2 , k  Z
2
Exemplo: Resolva a equação sen x = .
2
2
Como a função seno é positiva no 1º quadrante, se sen x = , então:
2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 56

 
 x  4  k .2
 
sen x = sen  ou
4   3
 x     k .2  x   k .2
 4 4
Logo:
 3
S = x  R| x = + k . 2  ou x = + k . 2  , k Z
4 4

Observação: As soluções das equações sen x = -1, sen x = 0 e sen x = 1 podem ser
obtidas mais facilmente através da representação desses valores no ciclo trigonométrico.
3 3
i) se sen x = -1, então x = + k. 2   S = x  R| x = + k . 2  , k Z
2 2
ii) se sen x = 0 , então x = k.   S = {x  R| x = k .  , k  Z}
 
iii) se sen x = 1, então x = + k. 2   S = x  R| x = + k . 2  , k Z
2 2

6.1.2 Equação do tipo cos x = cos a

Se dois arcos trigonométricos têm cossenos iguais, então ou são côngruos ou


replementares.

i) Se x e a são côngruos, então: x = a + k . 2  .


ii) Se x e a são replementares, então: x = -a + k . 2  .
Assim concluímos:
cos x = cos a  x  a  k.2 , k  Z


Exemplo: Vamos resolver a equação cos x = cos
3
 
cos x = cos x =  + k . 2  , k Z
3 3
Logo:

S = x  R| x =  + k . 2  , k Z
3

Observação: As soluções das equações cos x = -1, cos x = 0 e cos x = 1 podem ser
obtidas mais facilmente através da representação desses valores no ciclo trigonométrico.
i) se cos x = -1, então x =  + k. 2   S = {x  R| x =  + k . 2  , k  Z}
 
ii) se cos x = 0 , então x = + k.   S = x  R| x = + k .  , k Z
2 2
iii) se cos x = 1, então x = k. 2   S = {x  R| x = k . 2  , k  Z}
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 57

6.1.3 Equação do tipo tg x = tg a

Se dois arcos trigonométricos têm tangentes iguais, então ou são côngruos ou


explementares.

i) Se x e a são côngruos, então: x = a + k . 2  .


ii) Se x e a são explementares, então: x =  + a + k . 2  .
Donde concluímos que:
x = a + k .  , k Z

Exemplo: Resolver a equação trigonométrica 3 . tg 2x = 1.


Temos:
1 3
3 . tg 2x = 1  tg 2x =  tg 2x =
3 3
3
Como no 1º quadrante, = tg 30º, vem: tg 2x = tg 30º
3
De modo geral, para a função tangente, todos os arcos côngruos e explementares podem
ser dados por x = a + k .  . Logo:
2x = 30º + k . 180º  x = 15º + k . 90º.
Logo:
S = {x  R| x = 15º + k .90º, k  Z}

Artifícios para a Resolução de Algumas Equações

Muitos artifícios podem ser utilizados para resolver as equações propostas.


Pretendemos, através de exemplos, mostrar alguns desses artifícios.

6.1.4 Equações Trigonométricas Redutíveis ao 2º Grau

Algumas equações trigonométricas podem ser reduzidas a equações do 2º grau, sendo


resolvidas através da fórmula de Bháskara.

Exemplo: Resolver em R a equação sen2 x – 3. sen x + 2 = 0.


Solução:
A equação trigonométrica dada é do 2º grau, onde a incógnita é sen x. Assim
 b  b 2  4ac
sen x = , onde a = 1, b = -3 e c = 2.
2a
Logo:
3  9  4.1.2 3  1
sen x =   2 ou 1
2.1 2
Temos, então:
sen x = 2 não existe em R, pois –1  sen x  1.

sen x = 1  x = + k . 2
2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 58

Logo:

S = x  R| x = + k . 2 , k  Z
2

6.1.5 Equações Trigonométricas Fatoráveis

Algumas equações trigonométricas tornam-se mais fáceis de serem resolvidas quando


aplicamos as fórmulas de trans formação em produto.

Exemplo: Resolver em R a equação sen 4x – sen 6x = 0.


 pq  pq
Aplicando a fórmula sen p – sen q = 2 . sen   . cos   , para p = 4x e
 2   2 
q = 6x, temos:
 4x  6x   4x  6x    2x   10x 
2. sen   . cos   = 0  2 . sen   . cos   =0 
 2   2   2   2 
2. sen (-x) . cos 5x = 0.
Como sen (-x) = - sen x, então: -2 . sen x . cos 5x = 0
Assim:
  k
sen x = 0  x = k  , ou cos 5x = 0  5x = + k  x = 
2 10 5
Logo:
 k
S = x  R| x = k  ou x =  ,k Z
10 5

6.1.6 Equações Trigonométricas Utilizando as Relações Fundamentais

Algumas equações trigonométricas tornam-se mais fáceis quando utilizamos alguma das
relações fundamentais.

7
Exemplo: Resolver a equação cos2 x + 2 sen2 x = , em [0, 2  ].
4
Podemos utilizar a relação fundamental I: sen2 x + cos2 x = 1, que nos fornece
cos2 x = 1 – sen2 x. temos:
7 7 3 3
(1- sen2 x) + 2 sen2 x =  1 + sen2 x =  sen2 x =  sen x =  
4 4 4 2
 2 4 5
 S= , , ,
3 3 3 3

Observação: Há ainda outros artifícios algébricos, como a multiplicação e divisão por


um mesmo número real não nulo, a elevação ao quadrado de ambos os membros de uma
equação (no caso, é necessário verificar as respostas!) e outros, mas apenas a prática e o
amadurecimento algébrico poderão conduzir à escolha do melhor caminho na resolução
de cada equação isolada ou sistema de equações.
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 59

6.2 Inequações trigonométricas

Para resolvermos inequações envolvendo funções trigonométricas, utilizamos os


conceitos já vistos.

Exemplo: Resolver em [0, 2  ], as inequações:


1
a) cos x 
2
b) |tg x| < 1

Solução:
1
a) cos x 
2
No ciclo trigonométrico, verificamos que, no intervalo [0, 2  ],
1  5
cos x  para 0  x  ou  x  2 .
2 3 3
 5
Logo: S = x  R| 0  x  ou  x  2
3 3

b) |tg x| < 1
Se |tg x| < 1, então:
tgx  1

ou
tgx  1

Pelo ciclo trigonométrico, verificamos que, no intervalo [0, 2  ],
7 
tg x > -1 para < x  2  ou tg x < 1 para 0  x <
4 4
 7
Logo: S = x  R| 0  x  ou  x  2
4 4

Lista de Exercícios – VI
1) Resolver as equações trigonométricas em R:
1 1
a) sen x = b) cos x =
2 2
c) tg x = 1 d) sec x = 1
e) cotg x = 3 f) sen (x -  ) = 0
   5
g) cos  x   = cos h) sen x = sen
 2 2 7
i) sen 2x = sen x j) tg 3x = tg x
3
k) sen 2x + sen x = 0 l) cos x =
2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 60

3
m) sen x = sen n) 3 . tg x - 3=0
4
 2
o) sen x = sen p) cossec x = cosse
5 3
2   3
q) sen 3x = r) sen  x   
2  3 2

2) Resolva as equações em [0, 2  ]:


3
a) sen x = b) tg x = 1
2
c) sec x = 1 d) cossec x = 2
e) cotg x = -1 f) sen 2x = sen x
g) cos x . sen x = 0 h) 2 . sen x + 1 = 0
i) (cotg x + 1) (2 . sen x – 1) = 0 j) sen x = sen (x +  )
k) 1 + cossecx = 2. sen x

3) Resolva em R as equações:
a) sec2 x – 2 . tg x = 0 b) cos 2x + cos x + 1 = 0
c) cos2 x – sen2 x = cos x d) tg2 x + tg x = 0
e) cos 2x + 2 . cos 3x + cos 4x = 0 f) cos 2x + sen 3x = 0
g) sen2 x – sen x = 0 h) 2. sen2 x – 3.sen x +1 = 0
1
i) sen2 x = j) 2. cos2 x = 1 – sen x
4
k) sen x + cos x = 1 l) sen x + 3 .cosx = 1
m) sen 6x – sen 4x = 0 n) sen 2x + 2. sen 3x + sen 4x = 0

4) Resolva em R as inequações:
a) cos x < -1 b) sen x > 1
2
c) sen x  d) tg x  0
2
e) sen2 x – 4  0 f) cos2 x - 9  0
3 1
g) cos2 x - . cos x +  0 h) 2 1 sen 2 x < 1
2 2
i) cos 2x  0 j) tg2 x – tg x  0

k) sen x  1 l) (-2. cos x + 1)(cos x – 1)  0


Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 61

Capítulo 7

FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS

Quando, em estudos anteriores, aprendemos os conceitos de função inversa, vimos que


somente as funções bijetoras (injetoras e sobrejetoras) tinham inversas.
Veremos agora como ajustar aqueles conceitos para as funções trigonométricas
aprendidas.

7.1 Função Arco – Seno

Lembremos a definição da função seno: f : R  R tal que f(x) = senx


Vejamos que a função não é sobrejetora, pois a imagem dela é Im(f) = [-1, 1] e o seu
contradomínio é R. A função também não é injetora, pois, para um mesmo valor x 1  R,
existem infinitos valores de x, tais que senx1 = senx, como , por exemplo,
  3 
sen = sen    =1
2  2 

Então, nas condições apresentadas, a função y = senx não possui inversa.


No entanto, podemos restringir o contradomínio ao conjunto [-1, 1], intervalo esse onde
estão todos os valores de senx para qualquer x. Fazendo isso, a função é sobrejetora.

Vamos agora restringir o domínio, de modo que a função seja também injetora.
Existem infinitos intervalos onde tal peculiaridade ocorre, como, por exemplo, o
 3 
intervalo  ,  . No entanto, convencionamos adotar para domínio o intervalo
2 2 
  
 2 , 2  .
  
Desta forma temos a função f:  ,   [-1, 1], definida por f(x) = senx.
 2 2

Nessa condições a função é bijetora e, portanto, tem inversa.


Ela é definida assim:
  
f-1: [-1, 1]   ,  tal que f-1(x) = arcsenx.
 2 2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 62

Observação: A função f(x) = senx significa “f(x) é igual ao seno do arco x”; da mesma
forma, a função inversa f-1(x) = arcsenx significa “f-1(x) é igual ao arco cujo seno é x”.

Na prática, dada f(x), para acharmos f-1(x) invertemos o lugar das variáveis, x e y.

Exemplos:
 3 3 
a) sen =  arcsen =
3 2 2 3
 
b) sen = 1  arcsen 1 =
2 2
 2 2 
c) sen =  arcsen =
4 2 2 4
 1 1 
d) sen =  arcsen =
6 2 2 6

7.1.1 Gráfico da função y = arcsenx

Atribuindo valores a x dentro do intervalo [-1, 1], temos:

x arcsenx y
-1 arcsen(-1) 
-
2
1  1 
- arcsen    -
2  2 6
0 arcsen0 0
1 1 
arcsen  
2 2 6
1 arcsen1 
2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 63

7.2 Função Arco – Cosseno

Do mesmo modo que a função seno, a função cosseno, definida por f: R  R tal que
f(x) = cosx, não é bijetora e, portanto, não tem inversa.
Restringindo o contradomínio ao intervalo [-1, 1], a função é sobrejetora.
Convencionamos restringir o domínio ao intervalo [0,  ], no qual a função é injetora.
Dessa forma temos a função:
f:[0,  ]  [-1, 1] tal que f(x) = cosx

Agora, então, a função é bijetora e, portanto, tem inversa:


f-1:[-1, 1]  [0,  ] tal que f-1(x) = arccosx

Observação: A função f(x) = cosx significa “f(x) é igual ao cosseno do arco x”; da
mesma forma, a função inversa f-1(x) = arccosx significa “f-1(x) é igual ao arco cujo
cosseno é x”.

Exemplos:
 1 1 
a) cos =  arccos =
3 2 2 3
 
b) cos = 0  arccos 0 =
2 2
 2 2 
c) cos =  arccos =
4 2 2 4
 3 3 
d) cos =  arccos =
6 2 2 6

7.2.1 Gráfico da função y = arccosx

Atribuindo valores a x dentro do intervalo [-1, 1], temos:


Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 64

x arccosx y
-1 arccos(-1) 
1  1 2
- arccos   
2  2 3
0 arccos0 
2
1 1 
arccos  
2 2 3
1 arccos1 0

7.3 Função Arco – Tangente

A função tangente foi definida assim:


  
f:R1  R tal que f(x) = tgx, com R1 =  x  R/x   k. , k  Z  .
 2 
Nessas condições a função é sobrejetora, pois tgx assume qualquer valor real, mas não é
injetora. Desse modo não é bijetora e, portanto, não tem inversa.

Vamos restringir o domínio a um intervalo onde ela assuma todos os valores reais e,
além disso, seja injetora. Existem infinitos intervalos onde isso ocorre.
  
Convencionamos restringir o domínio ao intervalo aberto   ,  , a função fica assim
 2 2
  
determinada. f:   ,   R, definida por f(x) = tgx.
 2 2

A função agora é bijetora e, portanto, tem inversa:


  
f-1: R    ,  , definida por f(x) = arctgx
 2 2

Exemplos:
 
a) tg = 3  arctg 3 =
3 3
b) tg0 = 0  arctg 0 = 0
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 65

 
c) tg = 1  arctg1 =
4 4
 3 3 
d) tg =  arctg =
6 3 3 6

7.3.1 Gráfico da função y = arctgx

Como a função tangente assume qualquer valor real, para facilitar a construção de seu
gráfico, procuramos atribuir a x valores dos arcos notáveis conhecidos:
x arccosx y
- 3 arctg(- 3 ) 
-
3
-1 arctg(-1) 

4
0 arctg0 0
1 arctg(1) 
4
3 arctg( 3 ) 
3

Lista de Exercícios – VII

1) Calcule y, sendo:

a) y = tg(arctg 1)
 1
b) y = sen  arccos 
 2
 1
c) y = tg  arccos 
 3
 2
d) y = sen  arccos 

 2 
 4
e) y = cos  arcsen 
 5
 33 
f) y = arcsen  cos 
 5 
 1 1
g) y = sen  arccos  arcsen 
 2 3
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 66

  3 
h) y = tg arcsen  - 
  5 
 3
i) y = tg2.  arcsen 

 2 
1 1
j) y = arctg + arctg
2 3
 3 5
k) y = cos  arcsen  arcsen 
 5 13 
 5 7 
l) y = sen  arccos  arcsen 
 13 25 
 3 5
m) y = tg  arcsen  arctg 
 5 12 

2) Determine o domínio e a imagem de cada função:

a) y = arcsen 2x
b) y = 3.arctg x
c) y = arccos 2x
d) y = arcsen 4x

3) Resolva as equações:

a) arcsen(arccos x) = 0

b) arcsen x – arccos x =
2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 67

Capítulo 8

TRIÂNGULOS QUAISQUER

Para triângulos quaisquer, sejam eles retângulos, obtusângulos ou acutângulos, podemos


estabelecer duas importantes relações: a lei dos senos e a lei dos cossenos.

8.1 Lei dos Senos

a b c
   2R
senA senB senC

onde R é o raio da circunferência circunscrita ao triângulo.

Demonstração:
O  ACD é retângulo, já que está inscrito numa semicircunferência de diâmetro CD .
Temos que Bˆ  Dˆ , pois o mesmo arco AC corresponde aos dois ângulos.
Logo:
b b b
sen B = sen D =  sen B =  = 2R
2R 2R senB
De forma análoga, temos:
a c
= 2R e = 2R
senA senC
Assim:
a b c
   2R
senA senB senC

Exemplo: Num triângulo ABC, a = 2 cm, b = 4 cm e A = 30º. Calcule a medida do


ângulo B̂ .
Solução:
Pela lei dos senos, temos:
a b 2 4 2 4
      2.senB  2  senB  1
senA senB sen30º senB 1 senB
2
Mas, B < 180º. Então: B = 90º
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 68

8.2 Lei dos Cossenos

Para os lados a, b e c, temos,respectivamente:

a2 = b2 + c2 – 2.b.c.cosA
b2 = a2 + c2 – 2.a.c.cosB
c2 = a2 + b2 – 2.a.b.cosC

Demonstração: (para um triângulo acutângulo)

Pelas relações métricas e trigonométricas dos triângulos retângulos, temos:


i) No  ABH: c2 = h2 + n2  h2 = c2 – n2 (1)
n
cos B =  n = c. cos B (2)
c
ii) No  AHC: b2 = h2 + m2
Substituindo (1) em b2 = h2 + m2, temos:
b2 = (c2 – n2) + m2
Mas, como m = a – n, podemos escrever:
b2 = c2 – n2 + m2  b2 = c2 – n2 + (a - n)2  b2 = c2 – n2 + a2 – 2an + n2 
 b2 = a2 + c2 – 2an
Como n = c. cosB, vem:
b2 = a2 + c2 – 2.a.c.cosB
De forma análoga, temos:
a2 = b2 + c2 – 2.b.c.cosA
c2 = a2 + b2 – 2.a.b.cosC

Exemplo: Num  ABC, a = 2, c = 3 - 1 e b = 2 . Calcular o ângulo B.


Solução:
Pela lei dos cossenos, temos:
b2 = a2 + c2 – 2.a.c.cosB  2 = 4 + ( 3 - 1)2 – 2.2.( 3 - 1).cos B 
2.(3  3 ) 3
 4.( 3 - 1).cos B = 6 - 2 3  cos B = 
4.( 3  1) 2
3
Se cos B = , então: B = 30º
2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 69

8.3 Teorema da Área

A área de um triângulo qualquer é igual à metade do produto de dois de seus lados pelo
seno do ângulo compreendido entre esses lados.
Demonstração:
Dado um  ABC qualquer, acutângulo, retângulo ou obtusângulo, para qualquer caso
são válidas as seguintes relações:
1
S = . bc . sen A
2
1
S = . ab . sen C
2
1
S = . ac . sen B
2

1º caso: triângulo acutângulo


Dado o  ABC, acutângulo, sua área S pode ser
ah
expressa por: S = (1).
2
Sendo h a altura do  ABC em relação a um de
seus lados, no  BHA, retângulo em H, temos:
h
sen B =  h = c . sen B (2)
c
Substituindo (2) em (1), vem:
1
S = . ac . sen B
2

2º caso: triângulo retângulo (B = 90º)


Como o  ABC é retângulo, o cateto c também é
altura(c = h). Assim sua área S pode ser expressa
ac
por: S =
2
Como B = 90º, então sen B =1
ac ac
Mas, S = pode ser expressa por S = .1.
2 2
1
Daí: S = . ac . sen B
2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 70

3º caso: triângulo obtusângulo


ah
No  ABC,temos: S = (1).
2
No  BHA, retângulo em H, temos:
sen (180º - B) = sen B, logo:
h
sen B =  h = c . sen B (2)
c
Substituindo (2) em (1), vem:
1
S = . ac . sen B
2

Exemplo: Um  ABC tem lados a = 6 e b = 4. Sendo C = 45º, calcular a área do


triângulo.
Solução:
1 1 1 2
Temos: S = . ab . sen C  S = . 6 . 4 . sen 45º  S = . 6 . 4 . S = 6 2
2 2 2 2

Lista de Exercícios – VIII

1) Um triangulo ABC está inscrito em um circulo de 3 cm de raio. Sabendo que o


triangulo tem lado a medindo 3 cm, determinar a medida do ângulo  .

2) Num  ABC, temos b = 2 2 cm, B = 30º e C = 75º. Calcule o lado a e o ângulo  .

3) Calcule os lados a e c do  ABC, sabendo que A = 120º, B = 45º e b = 8 cm.

4) Calcule o raio do circulo no qual está inscrito um  ABC de lado a = 12 cm e ângulo


A = 30º.

5) Determine a medida do lado a de um triangulo inscrito em um circulo cujo diâmetro


mede 60 cm, sabendo que A = 60º.

6) Calcule o raio do circulo no qual está inscrito um  ABC de lado a = 15 cm e ângulo


A = 30º.

7) Calcule os lados b e c do  ABC, sabendo que B = 30º, C = 45º e a = 10 cm.

8) Calcule o perímetro do  ABC da figura, com aproximação de 0,01.

9) Calcule x e y com base nos dadas da figura:


Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 71

10) Num  ABC, a = 2, b = 4 e C = 60º. Calcule o lado c.

11) Num  ABC, sendo B um ângulo agudo, a = 1 + 3 , b = 2 e C = 30º, calcule c, os


ângulos A e B.

12) Num  ABC, a = 7 cm, b = 5 cm e c = 3 cm. Calcule A

13) Sendo a = 1 cm, b = 2 cm e C = 60º, calcule o lado c do  ABC

14) Calcule a medida do lado c de um triangulo, sendo a = 2 cm, b = 2 cm e B = 45º.

15) Em um  ABC, a = (3 2 - 6 ) cm, b = 2.( 3 -1) cm e A = 60º. Calcule c e os


ângulos B e C.

16) Dois lados de um triangulo medem 8 m e 12 m e formam entre si um ângulo de


120º. Calcule o terceiro lado.

17) Um  ABC tem lados a = 3 cm e b = 2 cm. Sendo C = 45º, calcular a área do


triângulo.
2
18) Determinar c em um triangulo de lados a = b = 1 e área S = ,sabendo que o
4
ângulo C é agudo.

19) Num triângulo isósceles, a = 3 , b = 1 e A = 120º.Determinar B, C , c e a área


desse triangulo.
a 2 .senB.senC
20) Mostrar que, num triângulo retângulo ABC, vale a fórmula S =
2.senA

21) Sendo a = (1 + 3 )cm, b = 2 cm e C = 30º, calcule a área do  ABC.

6 2
22) No  ABC, a = 2 m, b =( 6 - 2 )m e senC = . Calcule a área desse
4
triângulo.

23) O  ABC tem lados a = 3 e b = 2 e o ângulo C = 30º. Se triplicarmos o ângulo C, o


que acontecerá com a área do triângulo?
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 72

Capítulo 9

NÚMEROS COMPLEXOS

Antes de definirmos o conjunto dos números complexos, vejamos como operar com
pares ordenados.

9.1 Operações com pares ordenados

Consideremos o conjunto de todos os pares ordenados (x, y) do plano cartesiano, em


que x  R e y  R. Valem as seguintes definições:

i) Igualdade: (a, b) = (c, d)  a = c e b = d

ii) Adição: (a, b) + (c, d) = (a + c, b + d)


Exemplo: (-1, 2) + (3, 4) = (-1 + 3, 2 + 4) = (2, 6)

iii) Multiplicação: (a, b) . (c, d) = (ac – bd, ad + bc)


Exemplo: (1, 2) . (3, 1) = (1.3 – 2.1, 1.1 + 2.3) = (1, 7)

Observação: Todo par ordenado da forma (x, 0) pode ser identificado pelo número real
x, isto é: x = (x, 0), para todo x real
Para ilustrar esse fato, observe que:
a) (2, 0) + (3, 0) = (2+3, 0+0) = (5, 0) e 2 + 3 = 5
b) (2, 0) . (3, 0) = (2.3 – 0.0, 0.2 + 0.3) = (6, 0) e 2.3 = 6

Definição I: Chama-se conjunto dos números complexos, e representa-se por C, o


conjunto dos pares ordenados de números reais para os quais estão definidas a
igualdade, a adição e a multiplicação como para pares ordenados.

É usual representar-se cada elemento (x, y)  C, com o símbolo z, portanto:


z  C  z = (x, y) sendo x, y  R

Exemplo: Dados z1 = (2, 1) e z2 = ( 3, 0) calcular z1 + z2, z1 . z2 e z12


Temos:
z1 + z2 = (2, 1) + (3, 0) = (2 + 3, 1 + 0) = (5, 1)
z1 . z2 = (2, 1) . (3, 0) = (2.3 – 1.0, 2.0 + 1.3) = (6, 3)
z12 = (2, 1) . (2, 1) = (2.2 – 1.1, 2.1 + 1.2) = (3, 4)

9.2 Teorema 1: A operação de adição em C, verifica as seguintes propriedades:


A1 – propriedade associativa: (z1 + z2) + z3 = z1 + (z2 + z3),  z1, z2, z3  C
A2 – propriedade comutativa: z1 + z2 = z2 + z1,  z1, z2  C
A3 – existência do elemento neutro:  ea  C | z + ea = z  z  C
A4 – existência do elemento simétrico:  z  C,  z’  C | z + z’ = ea
As demonstrações ficam como exercício.
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 73

9.3 Subtração

Decorre do teorema anterior que, dados os complexos z1 = (a, b) e z2 = (c, d), existe um
único z  C tal que z1 + z = z2, pois:
z1 + z = z2  z’1 + (z1 + z) = z’1 + z2  (z’1 + z1) + z = z2 + z’1  ea + z = z2 + z’1 
z = z2 + z’1
Esse número z é chamado diferença entre z2 e z1 e indicado por z2 – z1, portanto:
z2 – z1 = z2 + z’1 = (c, d) + (- a, - b) = (c - a, d - b)

Exemplo: (7, 4) – (6, 1) = (7, 4) + (-6, -1) = (7 - 6, 4 - 1) = (1, 3)

9.4 Teorema 2: A operação de multiplicação em C, verifica as seguintes propriedades:


M1 – propriedade associativa: (z1 . z2) . z3 = z1 . (z2 . z3),  z1, z2, z3  C
M2 – propriedade comutativa: z1 . z2 = z2 . z1,  z1, z2  C
M3 – existência do elemento neutro:  em  C | z . em = z  z  C
M4 – existência do elemento inverso:  z  C*,  z”  C | z . z” = em
As demonstrações ficam como exercício.

9.5 Divisão

Decorre do teorema anterior que, dados os complexos z1 = (a, b)  (0, 0) e z2 = (c, d),
existe um único z  C tal que z1 . z = z2, pois:
z1 . z = z2  z”1 . (z1 . z) = z”1 . z2  (z”1 . z1) . z = z2 . z”1  em . z = z2 . z”1  z =
z2 . z”1
z
Esse número z é chamado quociente entre z2 e z1 e indicado por 2 , portanto:
z1
z2  a b   ca  db da  cb 
= z2 . z”1 = (c, d) .  2 , 2 = , 
a b a  b2   a2  b2 a2  b2 
2
z1

(1,2)  3 4   3 4   11 2 
Exemplo:  (1,2). 2 , 2 2 
= (1, 2).  ,  =  , 
3 4 3 4   25 25   25 25 
2
(3,4)

9.6 Teorema 3: Em C, a operação de multiplicação é distributiva em relação à adição:


D – z1 . (z2 + z3) = z1 . z2 + z1 . z3,  z1, z2, z3  C
Demonstração: Fica como exercício.

Observação: Verificadas as propriedades da adição e da multiplicação podemos afirmar


que C é portanto o corpo dos números complexos.

9.7 Unidade Imaginária

Chamamos unidade imaginária e indicamos por i o número complexo (0, 1). Notemos
que:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 74

i2 = i . i = (0, 1) . (0, 1) = (0.0 – 1.1, 0.1 + 1.0) = (-1, 0) = -1


isto é , a propriedade básica da unidade imaginária é:
i2 = -1
Aplicando a propriedade associativa da multiplicação, temos também:
i3 = i2 . i = (-1) . i = - i
i4 = i2 .i2 = (-1) . (-1) = 1
Mais geralmente, para todo n  N, temos:
i4n = 1, i4n+1 = i, i4n+2 = - 1, i4n+3 = - i

9.8 Forma Algébrica de um Número Complexo

Dado um número complexo qualquer z = (x, y), temos:


z = (x, y) = (x, 0) + (0, y) = (x, 0) + (y.0 - 0.1, y.1 + 0.0) = (x, 0) + (y, 0) . (0, 1)
isto é, z = x + y . i

Assim, todo número complexo z = (x, y) pode ser escrito sob a forma z = x + y . i,
chamada forma algébrica. O número real x é chamado parte real de z e o número real y
é chamado parte imaginária de z. Em símbolos indica-se: x = Re(z) e y = Im(z)

Observação: Dado um número complexo z = x + y.i, valem as seguintes afirmações:


i) Se y = 0  z = x e obtemos um número real. Dessa forma temos que os números
reais constituem um caso particular dos números complexos. Então: R  C.
ii) Se x = 0 e y  0  z = 0 + y.i  z = y.i. Esse tipo de número complexo é chamado
imaginário puro.

Exemplo: Determinar o valor de k de modo que z = (2k – 6) + 2i seja imaginário puro.


Solução:
A condição para que um número complexo seja imaginário puro é que a parte real seja
nula e a parte imaginária não seja nula.
Então devemos ter: 2k – 6 = 0  k = 3

A forma algébrica (x + yi) é muito mais prática que o par ordenado (x, y) na
representação dos números complexos, uma vez que ela facilita as operações. Vejamos
como ficam as definições de igualdade, adição e multiplicação de complexos, usando a
forma algébrica:

9.8.1 Igualdade: a + bi = c + di  a = c e b = d, isto é, dois números complexos são


iguais se, e somente se, têm partes reais iguais e partes imaginárias iguais.

9.8.2 Adição: (a + bi) + (c + di) = (a + c) + (b + d)i, isto é, a soma de dois números


complexos é um complexo cuja parte real é a soma das partes reais das parcelas e cuja
parte imaginária é a soma das partes imaginárias das parcelas.

9.8.3 Multiplicação: (a + bi) . (c + di) = (ac – bd) + (ad + bc)i, isto é, o produto de dois
números complexos é o resultado do desenvolvimento de (a + bi) . (c + di), aplicando a
propriedade distributiva e levando em conta que i 2 = -1:
(a + bi) . (c + di) = a(c + di) + bi(c + di) = ac + adi + bci + bdi 2 = (ac – bd) + (ad + bc)i
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 75

Exemplo: Dados z1 = 1 + i, z2 = 1 - i e z3 = 3 + 2i, calculemos z1 + z2 + z3 e z1 . z2 . z3:


z1 + z2 + z3 = (1 + 1 + 3) + i(1 – 1 + 2) = 5 + 2i
z1 . z2 . z3 = (1 + i).(1 – i).(3 + 2i) = 2 . (3 + 2i) = 6 + 4i

9.9 Conjugado de um Número Complexo

Chama-se conjugado do número complexo z = x + yi ao complexo z = x - yi

Exemplo: Obter o conjugado dos seguintes números complexos:


a) z = 1 + 2i  z = 1 – 2i
b) z = -3 –i  z = -3 + i
c) z = 3i  z = -3i
d) z = 5  z = 5

É imediato notar que o complexo conjugado de z é z:


( z )  ( x  yi )  x  yi  z
Por esse motivo dizemos que z e z são números complexos conjugados (um é
conjugado do outro).

9. 10 Teorema 4: z C, temos:


i) z + z = 2 . Re(z)
ii) z - z = 2 . Im(z) . i
iii) z = z  z  R
Demonstração: Fica como exercício.

9.11 Teorema 5: Se z1 e z2 são números complexos quaisquer, temos:


i) z1  z 2  z1  z 2
ii) z1 .z 2  z1 .z 2
Demonstração: Fica como exercício.

9.12 Divisão

Vimos anteriormente, como calcular o quociente de dois números complexos, contudo


esse cálculo fica facilitado se multiplicarmos o numerador e denominador pelo
conjugado do denominador.
z
Exemplo: Dados z1 = 3 + 2i e z2 = 1 + i, calcule 1 .
z2
z1 3  2i (3  2i).(1  i) (3  2)  (2  3)i 5 1
=     i
z2 1 i (1  i).(1  i) 11 2 2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 76

9.13 Representação Geométrica dos Números Complexos – Plano de Gauss


O número complexo z = a + bi é representado em um
sistema de coordenadas ortogonais pelo ponto de
coordenadas (a, b).
Ou seja, marcamos o coeficiente da parte real a no eixo
x e o coeficiente da parte imaginária b no eixo y.

Nomenclatura:
P = afixo ou imagem geométrica de z.
Plano cartesiano = plano complexo ou plano de Gauss ou plano de Argand-Gauss.
Eixo x = eixo real (Re)
Eixo y = eixo imaginário (Im).

9.14 Módulo e Argumento de um Número Complexo

Seja z = a + bi a forma algébrica de um número


complexo cujo afixo é o ponto P(a, b).
Vamos supor que P pertença ao 1º quadrante, como
indica a figura ao lado.
Unindo P à origem O, obtemos o segmento OP .
O  PQO é retângulo em Q. Aplicando o teorema de
Pitágoras, vem:
(OP)2 = (OQ)2 + (PQ)2  (OP)2 = a2 + b2  OP = a 2  b 2
A medida de OP é chamada módulo de um número complexo, e a indicamos por |z| ou
 (trata-se de uma letra grega; lê-se: “rô”).

Dessa maneira, o módulo de um número complexo z é a distância entre a origem e a


imagem geométrica de z.

Observações:
i) Se z = a, então |z| = a 2 = |a|, a  R.
ii) Se z = bi, então |z| = b 2 = |b|, b  R.
Consideremos  o ângulo formado pela semirreta OP e pelo eixo real positivo, tomado
a partir desse eixo, no sentido anti-horário.  é chamado argumento principal ou
argumento de z. Observe que  é tal que:
b a
0   < 2  e sen  = e cos  = , z 0
|z| |z|

Exemplo: Determinar o módulo, o argumento e fazer a representação gráfica do


número complexo z = 2 + 2 3 i.
Solução:
Temos: a = 2 e b = 2 3
Cálculo do módulo de z:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 77

 = |z| = 2 2  (2 3 ) 2 = 4  12 = 16 = 4
O módulo de z é  = 4.
Cálculo de argumento de z:
b 2 3 3
sen  =  
 4 2 

a 2 1 3
cos  =  
 4 2

Representação gráfica:

9.15 Forma Trigonométrica ou Forma Polar de um Número Complexo

Seja z = a + bi, z  0, a forma algébrica de um número complexo. Vimos que o


argumento  de z satisfaz:
 b
sen    b   .sen


cos   a  a   . cos 
 
Substituindo tais valores na forma algébrica, vem:
z = a + bi  z =  cos  +  sen  .i  z =  (cos  + i. sen )
Essa é a forma trigonométrica ou polar de um número complexo.

Veremos, adiante, que a forma trigonométrica é muito útil e prática nas operações de
potenciação e radiciação em C.

Exemplo: Escreva na forma trigonométrica o número complexo z = -1 + 3 i


Solução:
 
O número z = -1 + 3 i tem representação no segundo quadrante       .
2 
Temos:  = |z| = (1) 2  ( 3 ) 2 = 4 =2
3 1
sen  = e cos  =
2 2
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 78

2
Neste caso,   2ºQ. Logo:  
3
 2 2 
Assim: z = 2.  cos  i.sen .
 3 3 

9.16 Operações na Forma Trigonométrica

Sejam dois números complexos:


z1 =  1(cos  1 + i sen  1) e z2 =  2(cos  2 + i sen 2).

9.16.1 Multiplicação
Queremos encontrar uma expressão para z1 . z2 na forma trigonométrica. Temos:
z1 . z2 =  1(cos  1 + i sen  1) .  2(cos 2 + i sen  2) =
=  1.  2(cos  1 cos  2 + i cos 1 sen  2 + i sen  1 cos  2 + i2 sen 1 sen  2) =
=  1.  2[(cos  1 cos  2 – sen  1 sen  2) + i(sen 1 cos  2 + sen  2 cos  1)]
Assim:
z1 . z2 =  1.  2[cos (  1 +  2) + i. sen ( 1 +  2)]

Notemos que o número complexo obtido é tal que:


i) seu módulo é igual ao produto dos módulos de z1 e z2;
ii) seu argumento é igual à soma dos argumentos de z1 e z2.

Observação: Esse raciocínio pode ser generalizado para o produto de n números


complexos z1 . z2 . z3 . ... . zn, isto é:
z1 . z2 . z3 . ... . zn =  1.  2... .  n[cos (  1 +  2 + ... +  n) + i sen ( 1 +  2 + ... +  n)]

     
Exemplo: Sendo z1 = 2  cos  i sen  e z2 = 3  cos  i sen  , então:
 3 3  6 6
       
z1 . z2 = 2 . 3 . cos    i sen   , isto é:
 3 6  3 6 
  
z1 . z2 = 6  cos  i sen 
 2 2

9.16.2 Divisão
z1
Queremos encontrar uma expressão para na forma trigonométrica.
z2
z1  (cos  1  i sen  1 )
Temos:  1 , multiplicando numerador e denominador por
z 2  2 (cos  2  i sen  2 )
cos  2 – i.sen  2, temos:
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 79

z1  (cos  1  i sen  1 ) cos  2  i sen  2


 1 . =
z 2  2 (cos  2  i sen  2 ) cos  2  i sen  2
 1 (cos  1 cos  2  i cos  1 sen  2  i sen  1 cos  2  i 2 sen  1 sen  2
=
2
.
cos 2  2  (i sen 2 ) 2  =

 (cos  1 cos  2  sen  1 sen  2 )  i(sen  1 cos 2  sen  2 cos  1 )


= 1.
2 cos 2  2  sen 2  2
z 
Assim: 1  1 . [cos (  1-  2) + i sen (  1-  2)]
z2  2

Notemos que o número complexo obtido é tal que:


i) seu módulo é igual ao quociente entre os módulos de z1 e z2;
ii) seu argumento é igual à diferença entre o argumento de z1 e o argumento de z2.

 3 3    
Exemplo: Sejam z1 = 8  cos  i sen  e z2 = 2  cos  i sen  . Então:
 2 2   6 6
z1 8   3    3  
 .cos    i sen   , isto é:
z2 2   2 6   2 6 
z1  4 4 
 4 cos  i sen 
z2  3 3 

9.16.3 Potenciação

O cálculo da potência zn, n  N e z  C, fica muito trabalhoso quando escrevemos z na


forma algébrica, pois temos que desenvolver (a + bi)n usando o binômio de Newton.

Considerando a forma trigonométrica z =  ( cos  + i sen  ), lembremos que


zn = z . z . z . ... . z.

Utilizando a expressão para o produto na forma trigonométrica, vem:


zn =  .  .  . ... .  . [cos(  +  + ... +  ) + i sen( +  + ... +  )], isto é:
zn =  n.[cos(n  ) + i sen(n  )]
Esse resultado é conhecido como 1ª Fórmula de Moivre.

6
1 3
Exemplo: Vamos obter o valor de   i  .

 2 2 
Solução:
1 3
Seja z =  i ; é preciso escrever z na forma trigonométrica.
2 2
2
 1   3 
2

Temos: |z| =  =    =1
 2   2 
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 80

3 1 
sen   e cos     = 60º =
2 2 3
 
Assim, a forma trigonométrica de z é: z = 1 . (cos + i sen ).
3 3
Pela 1ª fórmula de Moivre, vem:
 
z6 = 16 . (cos 6 + i sen 6 )  z6 = cos 2  + i sen 2   z6 = 1
3 3

9.16.4 Radiciação

Dado o número complexo não nulo z =  (cos  + i.sen  ), vamos determinar os


números da forma w = r (cos  + i sen  ) de modo que wn = z, ou seja:
[r(cos  + i sen  )]n =  (cos  + i.sen  ) ou
rn (cos n  + i sen n  ) =  (cos  + i.sen  )
Dessa igualdade, obtemos:
rn =   r = n  , onde r  R+.
cos(n )  cos     2k
  n    2k    , (k  Z )
sen(n )  sen  n
Portanto:
   2k   2k 
w = n   cos  i sen  , (k  Z)
 n n 
Atribuindo-se a k os valores o, 1, 2, ..., n – 1, obteremos n complexos: w0, w1, w2, ...,
wn-1, que são as n raízes distintas de z =  ( cos  + i sen  ).

Observações:
i) Qualquer outro valor atribuído a k recairá numa das raízes já encontradas, o que vale
dizer que o número de raízes enézimas de um complexo z é igual a n.
ii) As n raízes do complexo z =  (cos  + i.sen  ) possuem o mesmo módulo igual a
n  e seus argumentos formam uma progressão aritmética onde o primeiro termo é

e
n
2
a razão é .
n
iii) Se n  3, os afixos das raízes enézimas de z são os vértices de um polígono regular
de n lados, inscritos numa circunferência cujo centro está na origem do plano de Gauss.

Você entederá melhor essas observações acompanhando com atenção os exemplos.

Exemplos:
a) Calcular as raízes cúbicas de 8i.
b) Calcular as raízes cúbicas de 27.
c) Resolver a equação 3x4 + 48 = 0, sendo U = C.
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 81

Lista de Exercícios – IX
1) Demonstre os teoremas 1, 2, 3, 4 e 5.

2) Determine os números reais a e b tais que (a + b) + (a – b) . i = 2.

3) Determine m de modo que z = (m2 – 9) + (m – 3) . i seja um número imaginário não


nulo.

4) Existe k tal que z = (-k + 2) + (k – 2) . i seja imaginário puro?

5) Resolva em C as equações:
a) x2 + 36 = 0 b) x2 + 7x + 10 = 0
c) x2 + 2x + 2 = 0 d) x2 + 100 = 0
e) x2 + 2x + 5 = 0 f) x2 – 6x + 13 = 0

6) Determine em que condições o número complexo z = x + (x 2 – 4) . i é real.

7) Determine os valores reais de x e y que verificam as igualdades:


a) x + 2yi = 3 + 5i
b) (-x + 2) + 3i = 5 + (y + 1)i
 1
c)  x   + (y2-1) i = 3i
 2
d) (x + y, -2x + 3y) = (2, 1)
e) (x – y – 1) + (2x – y)i = 0
f) (1 + i)(x + yi) = (1 + xi)(y + i)

8) Determine k e m para que: (2 + m)(1 + i) = k – 2i.

9) Seja z o conjugado do número complexo z tal que iz + 2 z + 1 – i = 0. Calcule z:

10) Determinar o complexo z, tal que (1 + i).z – (1 + 2i). z = 7 + 3i.

1 3
11) Sabendo que u = x + yi e v =  .i , x, y  R, determine a parte imaginária de
2 2
v. u .

12) Dados os números complexos z1 = a + bi e z2 = 1 – 2i. Como z1z2 = 15, então


determine z1 + z2.

13) Calcule:
a) (4 + i) + (-1 – 3i) + (-2 + i) b) –1 – (-2 + i) + (5 – i) – (3 – 7i)
c) 2 + (3 – i) + (-1 + 2i) + i d) (- 4 + i) (3 – 2i) + (2 + i)
e) (2 + i)2 – i(2 + i) . (2 – i) f) (1 + i)4
g) (1 + i)5 . (1 – i)5 h) 1 2i - i (-1 + i)
i) 7  4i  7  4i j)  3i  4(2  i)  (3  2i)
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 82

3  2i i 3
k) l) 
4i 1 i 1 i
5  5i 20 i 33  i 100
m)  n)
3  4i 4  3i i 12
o) i107 p) i – i200
100

1 1 1 1 1 (1  i ) 5  1
q) 2  8  10  99  101 r)
i i i i i (1  i ) 5  9
s) (- 3 -i)4 t) (1 + i)25
24
1 i 
100
 3 i
u)   v) 1  

1 i   2 
20
 1  3i  2  3i 2  3i
w)  
 x) 
 1  i  4  5i 4  5i

14) Represente graficamente e determine o módulo e o argumento dos seguintes


números complexos:
a) z = 1 – i b) z = 3 + i
c) z = 3i d) z = 3
2 2 1 1
e) z =  i f) z = i
2 2 2 2
g) z = - 5 – 5i h) z = -2i
i) z = 1 + 3 i j) z =  2  2i

15) Escreva na forma trigonométrica os seguintes números complexos:


a) z = -1 + 3 i b) z = 2 – 2i
c) z = -2 3 - 2i d) z = -2i
e) z = - 4 f) z = 5i
1 3
g) z = -2 3 + 2i h) z =  .i
2 2
1 i 2.(2  3i )
i) z = j) z =
i 1  5i
k) z = - i l) z = 2 2  2 2i
m) z = 3 + 3i n) z = 5 - 5 3 i
o) z = -8 – 8i p) z = - 3 + i

16) Escreva na forma algébrica os seguintes números complexos:


 5 5 
a) z = 2  cos  i sen 
 6 6 
4 4
b) z = cos + isen
3 3
 11 11 
c) z = 4  cos  i sen 
 6 6 
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 83

d) z = cos 0 + i sen 0
e) z = 2 (cos 240º + i sen 240º)
  
f) z = 3  cos  i sen 
 2 2
  
g) z = 2  cos  isen 
 4 4
  
h) z = 3 cos  isen 
 2 2
 7 7 
i) z = 8  cos  isen 
 6 6 
 2 2    
17) Sejam os números complexos z1 = 2  cos  i sen  , z2 = 4  cos  i sen  e
 3 3   6 6
 
z3 = cos + i sen . Determine:
2 2
a) z1 . z2
b) z2 . z3
z
c) 1
z3
z .z
d) 1 2
z3
e) z1 . z 2
  
18) Dado o número z = 2  cos  isen  , determine z7
 4 4
  
19) Calcule os valores das potencias z2, z3 e z9, sabendo que z = 2  cos  isen 
 3 3
20) Determine as raízes cúbicas de –i.

21) Encontre as raízes quartas dos seguintes números complexos:


a) z = 1 + i
b) z = - 1 - 3 i
c) z = - 8 - 8 3 i
d) z = 3 + i
Matemática Básica II – Kátia Suzana Medeiros Graciano 84

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. IEZZI, Gelson. Fundamentos da matemática elementar. Vol.3. Editora Atual

2.IEZZI, Gelson. Fundamentos da matemática elementar. Vol.6. Editora Atual

3. DANTE, Luiz Roberto. Matemática contexto e aplicações. Vol. 2 e 3. Editora Ática

4. GENTIL, Nelson. SANTOS, Carlos A. Marcondes. GRECO, Antonio Carlos e


GRECO, Sergio Emilio. Matemática. Vol. 2 e 3. Editora Ática.

Você também pode gostar