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EREM CORONEL NICOLAU SIQUEIRA

ESTUDANTES: Maria Vitória da Silva Pereira


SÉRIE: 3 ANO ”B”
PROFESSOR: FELIPHE
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA

DEMOCRACIA

Aguas Belas PE, 29 de Novembro de 2021

Origem
A democracia ocidental tem origem em Atenas, na Grécia Clássica. Os gregos antigos criaram a ideia de
cidadania, que se estendia àquele que é considerado cidadão e poderia, portanto, exercer o seu poder de
participar da política da cidade.

A democracia grega era restrita e essa ideia começou a mudar a partir da Revolução Francesa e do
Iluminismo moderno, que, por meio do republicanismo, passaram a advogar por uma participação política
de todas as classes sociais. Ainda na Modernidade, apesar de avanços políticos e de uma ampliação do
conceito de democracia, as mulheres não tinham acesso a qualquer tipo de participação democrática ativa
nos países republicanos, fato que somente começou a ser revisto com a explosão do movimento feminista
das sufragistas, que culminou na liberação, pela primeira vez na história, do voto feminino, na Nova
Zelândia, em 1893.

Apesar de conhecermos de perto a democracia, o conceito que designa a palavra é amplo e pode ser
dividido e representado de diferentes maneiras. Não existindo apenas um tipo de regime político
democrático, a democracia divide-se, basicamente, em: direta, participativa e representativa.
Tipos de democracia
As democracias podem ser classificadas quanto aos tipos diferentes, com base no modo como se
organizam, e também podem apresentar diferentes estágios de desenvolvimento. Por isso, o termo é
amplo e de difícil definição, pois o simples ato de dizer que “a democracia é o poder do povo" ou de
associar democracia à prática de eleições não define o conceito em sua totalidade.

Podemos estabelecer três tipos básicos de democracia:

Democracia direta
É a forma clássica de democracia exercida pelos atenienses. Não havia eleições de representantes. Havia
um corpo de cidadãos que legislava. Os cidadãos reuniam-se na ágora, um local público que abrigava as
chamadas assembleias legislativas, onde eram criadas, debatidas e alteradas as leis atenienses. Cada
cidadão podia participar diretamente emitindo as suas propostas legislativas e votando nas propostas de
leis dos outros cidadãos.

Os cidadãos atenienses tinham muito apreço por sua política e reconheciam-se como privilegiados por
poderem participar daquele corpo tão importante para a cidade, por isso eles levavam a sério a política. Os
cidadãos preparavam-se, mediante o estudo da Retórica, do Direito e da Política, para as assembleias.
Eram considerados cidadãos apenas homens, em sua maioridade, nativos de Atenas ou filhos de
atenienses e livres. As decisões, então, eram tomadas por todos, o que era viável devido ao número
reduzido de cidadãos.

Democracia representativa
É mais comum entre os países republicanos do mundo contemporâneo. Pela existência de vastos
territórios e de inúmeros cidadãos, é impossível pensar em uma democracia direta, como havia na Grécia.
Vários fatores contribuíram para a formação desse tipo de democracia, dos quais podemos destacar:

Sufrágio universal;

Existência de uma Constituição que regulamenta a política, a vida pública e os direitos e deveres de todos;

Igualdade de todos perante a lei, o que está estabelecido pela Constituição;

Necessidade de elegerem-se representantes, pois não são todos que podem participar;

Necessidade de alternância do poder para a manutenção da democracia.

Leia também: Direitos Humanos: o que são, artigos e como surgiram

As democracias representativas são regidas por constituições que estabelecem um Estado Democrático de
Direito. Nessas organizações políticas, todo cidadão é considerado igual perante a lei, e todo ser humano é
considerado cidadão. Não pode haver desrespeito à constituição, que é a carta maior de direitos e deveres
do país, e os cidadãos elegem representantes que vão legislar e governar em seu nome, sendo
representantes do poder popular nos poderes Executivo e Legislativo.

A vantagem desse tipo de organização política é a exequibilidade, e sua desvantagem é a brecha para a
corrupção e para a atuação política em benefício do bem privado e não do bem público. Por ser um
sistema em que a participação política não é exercida diretamente, mas por meio de representações, ele é
chamado de democracia indireta.
Democracia participativa
Nem uma democracia direta, como era feita na Antiguidade, e nem totalmente indireta, como acontece
com a democracia representativa, a democracia participativa mescla elementos de uma e de outra.
Existem eleições que escolhem e nomeiam membros do Executivo e do Legislativo, mas as decisões
somente são tomadas por meio da participação e autorização popular.

Essa participação acontece nas assembleias locais, em que os cidadãos participam, ou pela observação de
líderes populares, nas assembleias restritas, que podem ou não ter direito a voto. Também acontecem
plebiscitos para ser feita uma consulta popular antes de tomar-se uma decisão política. Esse tipo de
democracia permite uma maior participação cidadã, mesmo com a ampliação do conceito de cidadania e
pode ser chamada democracia semidireta. Muitos países republicanos ocidentais têm, em algum grau, o
desenvolvimento de algum tipo de democracia. Também existem grandes monarquias, como a Inglaterra,
que são democráticas. Em sua maioria, os países democráticos são países de democracia representativa.

O sistema político brasileiro pode ser chamado de representativo, mas a nossa Constituição Federal de
1988 permite uma ampla participação popular que, caso fosse efetivamente aplicada, poderia colocar-nos
no patamar de democracia participativa, inclusive prevendo a possibilidade de uma iniciativa popular
legislativa.

Alguns estados dos Estados Unidos exercem a participatividade semidireta, e um bom exemplo de país que
exerce a democracia participativa é a Suíça. Já a democracia direta não existe mais a nível nacional na
contemporaneidade devido à sua inexequibilidade perante a ampliação do conceito de cidadania.
Democracia no Brasil
Como tantas outras coisas no Brasil, a relação entre democracia e política aqui é complicada. Na Primeira
República, ou República Velha, tivemos um período provisório comandado por setores militares (1889 -
1894). Um período em que a chamada “política café com leite” deu início a um longo conchavo entre
líderes de São Paulo e Minas Gerais para a presidência do país.

Em 1930, uma chapa liderada por Júlio Prestes, paulista, é indicada e eleita. Porém os políticos mineiros
não aceitam a eleição, iniciando a Revolução de 1930, que acaba com a república e inicia a Era Vargas.
Uma característica da Primeira República era o voto de cabresto, em que os coronéis locais mandavam e
fiscalizavam as pessoas quando votavam, criando uma fraude que descaracteriza a legitimidade do
processo democrático.

A democracia só foi restabelecida no Brasil em 1945, e, em 1964, o país vive outro golpe contra a república
brasileira e contra a democracia. Trata-se do golpe civil-militar que impôs um regime de exceção entre
1964 e 1965, suspendendo direitos civis e a constituição, impondo a censura contra a imprensa e
fechando, por alguns momentos, o Congresso Nacional.

Em 1985, a ditadura militar acaba, mas deixa como marca as eleições indiretas para presidente. Há a
prevalência de um grande movimento, iniciado ainda no fim da ditadura, que se chamava “Diretas Já!” e
pedia o estabelecimento de eleições diretas para presidente. Em 1988, acontece a Assembleia Constituinte
que cria a Constituição Federal de 1988 e restabelece a possibilidade da democracia plena, reforçando
direitos e promovendo a igualdade.

O respeito a essa democracia, até mesmo por parte de representantes do Legislativo, do Judiciário e do
Executivo, e por parte da população civil, ainda é um problema, pois temos visto a violação sistêmica dos
valores constitucionais por parte de políticos eleitos pelo povo e por parte do próprio povo. Em meio a
altos e baixos, a democracia brasileira segue oscilando

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