Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
participações por mês, 84 queixas por dia e 4 queixas ou denúncias por hora.
O fenómeno da violência de género, dentro do qual a violência doméstica
1
DGAI (2010). Violência Doméstica: Análise das ocorrências participadas às Forças de Segurança
durante o ano de 2009. Direcção Geral da Administração Interna: Lisboa
2
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, p. 10.
Violência Contra as Mulheres: “Todo o acto de violência que tenha ou possa ter
como resultado o dano ou sofrimento (físico, sexual ou psicológico) da mulher, ou
maus tratos.
companheiro/a ou familiar.”4
3
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, p. 10.
4
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, pp. 10-11.
5
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, p. 11.
Nestas configurações de violência, coexistem várias formas de violência,
tanto de cariz físico, como psicológico, que a figura agressora exerce para, por
um lado, controlar e dominar a vítima, e por outro, impedir que esta tenha
capacidade de lhe fazer frente.
Violência Física: “Consiste no uso da força física com o objectivo de causar dano
dar estaladas, murros, pontapés, apertar os braços ou pescoço, atirar pela escadas
abaixo, queimar, atropelar, etc.”6
daquilo que o/a agressor/a possa fazer contra si e/ou contra os seus familiares,
sendo comum a utilização dos/as filhos/as para a imposição de poder sobre a
6
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, p. 17.
7
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, p. 16.
Estas estratégias de dominação e controlo criam um contexto de tensão e
Isolamento Social: Estratégias que visam afastar a vítima da sua rede familiar e
para a afastar do convívio com família e amigos. A própria vítima acaba também
por se afastar dos outros, quer por vergonha da situação de violência, quer por
perturbações emocionais ou psicológicas. Esta situação de isolamento torna-a
para a vitima e filhos/as.”8 Mesmo que a vítima tenha um emprego, não lhe é
permitida a gestão autónoma dos seus rendimentos, ficando o/a agressor/a
com eles.
do homem.
8
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, p. 18.
Como vimos, a violência de género, os tipos de violência exercidos e os
realidade mais comum, como poderemos inferir através da análise dos dados
das denúncias e queixas feitas às Forças de Segurança (PSP e GNR) em 20099.
dos casos. A violência física estava presente em 76% das situações, a psicológica
em 56% e a sexual em 1%.
9
DGAI (2010). Violência Doméstica: Análise das ocorrências participadas às Forças de Segurança
durante o ano de 2009. Direcção Geral da Administração Interna: Lisboa
De facto, a violência doméstica é a forma mais frequente de violência
sofrida pelas mulheres. Uma das questões mais complexas deste fenómeno é o
responsabilidades relativas aos seus filhos e filhas. Isto permite ao/à agressor/a
crime público, significando que, desde então, a denúncia pode e deve ser feita
por qualquer pessoa e não só pelos intervenientes na situação de violência.
sejam agressores nem que todas as mulheres sejam vítimas. Da mesma forma,
há indivíduos que são simultaneamente agressores e vítimas e há ainda as
a) Ao cônjuge ou ex-cônjuge;
b) A pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou
tenha mantido uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem
coabitação;
é punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave lhe não
couber por força de outra disposição legal.
4 – Nos casos previstos nos números anteriores, podem ser aplicadas ao arguido
as penas acessórias de proibição de contacto com a vítima e de proibição de uso e
6 – Quem for condenado por crime previsto neste artigo pode, atenta a concreta
gravidade do facto e a sua conexão com a função exercida pelo agente, ser
inibido do exercício do poder paternal, da tutela ou da curatela por um período de
um a dez anos.10
10
Redacção conferida pela Lei nº 59/2007, de 4 de Setembro.
11
Lei nº 107/99, de 3 de Agosto.
apoio a nível nacional12. Estas são constituídas por uma casa de abrigo e um ou
violência.
Mas não obstante toda a protecção dada às vítimas e as medidas de
Ciclo da Violência:
apaziguamento ou reconciliação.
entre o/a agressor/a e vítima, expressos por discussões que vão aumentando de
frequência. Em vez de recorrerem a estratégias não violentas de resolução
12
Lei nº 107/99, de 3 de Agosto, regulamentada pelo Decreto-Lei nº 323/2000, de 19 de
Dezembro.
13
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa
2. Fase do ataque violento ou do episódio de violência:
O episódio de violência começa com violência verbal e vai escalando para
estava em mim”).
14
DGAI (2010). Violência Doméstica: Análise das ocorrências participadas às Forças de Segurança
durante o ano de 2009. Direcção Geral da Administração Interna: Lisboa
Tende também a mostrar arrependimento e a fazer promessas de que irá
mudar e não voltará a ser violento/a, que aquela foi uma vez sem exemplo, e a
tratar a vítima com afecto e atenção.
o/a agressor/a, que se tratam apenas de actos isolados que não se vão repetir,
cria justificações para os actos do/a agressor/a, aceitando por vezes parte ou a
ainda existe amor na relação e que ainda existe a possibilidade efectiva do/a
agressor/a mudar o seu comportamento.
Escalada da Violência:
o risco para a vítima, pois esta vai perdendo a sensação de poder, o controlo
sobre a sua vida e a auto-confiança, assim como desenvolvendo sentimentos de
“enlouquecer”);
- Distúrbios de ansiedade, hipervigilância, medos, fobias, ataques de pânico;
15
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, pp. 31-32.