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Violência de Género

A violência de género assume-se como uma das maiores fontes de


desigualdade entre mulheres e homens e um grave atentado aos direitos

humanos. A presença deste fenómeno na nossa sociedade é preocupante pelos


valores que atinge.

Segundo dados recentes da Direcção Geral da Administração Interna


(DGAI)1, em 2009 o crime de violência doméstica foi o quarto crime mais

reportado às Forças de Segurança em Portugal e o segundo na tipologia de


crimes contra as pessoas.

Segundo as mesmas fontes, em 2009 foram registadas 30543 participações


de violência doméstica. Estes valores perfazem uma média de 2545

participações por mês, 84 queixas por dia e 4 queixas ou denúncias por hora.
O fenómeno da violência de género, dentro do qual a violência doméstica

ou conjugal tem especial ênfase, assume-se como verdadeiramente


multifacetado. De facto, este tipo de violência exprime-se de várias formas,

físicas ou psicológicas, e através de vários intervenientes, tais como entre


cônjuges ou família, entre pessoas tenham uma relação amorosa efectiva, entre

ex-companheiros/as, quer co-habitem juntos ou não.


Desta forma, existem alguns conceitos básicos relativos a esta temática

que devem ser clarificados.

Violência: “Qualquer forma de uso intencional da força, coacção ou intimidação


contra terceiro ou toda a forma de acção intencional que, de algum modo, lese a

integridade, os direitos e necessidades da pessoa.”2

1
DGAI (2010). Violência Doméstica: Análise das ocorrências participadas às Forças de Segurança
durante o ano de 2009. Direcção Geral da Administração Interna: Lisboa
2
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, p. 10.
Violência Contra as Mulheres: “Todo o acto de violência que tenha ou possa ter
como resultado o dano ou sofrimento (físico, sexual ou psicológico) da mulher, ou

a sua morte, incluindo a ameaça de tais actos, a coação ou a privação de


liberdade, realizada na esfera pública ou privada.”3

É comum chamar-se à violência contra as mulheres “Violência de Género”,

pois a sua génese e explicação radica na estrutura patriarcal da sociedade

(hierarquizada e desigual). É a violência que é exercida sobre a vítima por esta


ser mulher.

Dentro desta configuração, também se considera violência de género ou


violência contra as mulheres o tráfico de mulheres e raparigas, a prostituição e

pornografia forçadas, os homicídios por motivos de honra, o infanticídio


feminino, a mutilação genital feminina ou qualquer outra situação de abuso ou

maus tratos.

Violência Doméstica: “É um comportamento violento continuado ou um padrão


de controlo coercivo exercido directa ou indirectamente sobre qualquer pessoa

que habite no mesmo agregado familiar (cônjuge, companheiro/a, filho/a, pai,


mãe, avó/ô) ou que, mesmo não co-habitando, seja companheiro/o, ex-

companheiro/a ou familiar.”4

Violência Conjugal: “Constitui uma das dimensões da violência doméstica.


Refere-se a todas as formas de comportamento violento atrás referidas, exercidas

por um dos cônjuges, companheiro/a ou ex-companheiro/a sobre o/a outro/a.”5

3
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, p. 10.
4
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, pp. 10-11.
5
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, p. 11.
Nestas configurações de violência, coexistem várias formas de violência,
tanto de cariz físico, como psicológico, que a figura agressora exerce para, por

um lado, controlar e dominar a vítima, e por outro, impedir que esta tenha
capacidade de lhe fazer frente.

Violência Física: “Consiste no uso da força física com o objectivo de causar dano

físico ou orgânico, deixando ou não marcas evidentes (empurrar, puxar o cabelo,

dar estaladas, murros, pontapés, apertar os braços ou pescoço, atirar pela escadas
abaixo, queimar, atropelar, etc.”6

Violência Emocional e Psicológica: “Consiste em desprezar, menosprezar,

criticar, insultar ou humilhar a vitima, em privado ou em publico, por palavras


e/ou comportamentos; criticar negativamente todas as suas acções, características

de personalidade ou atributos físicos; gritar para atemorizar a vítima; destruir


objectos com valor afectivo para a vítima, rasgar fotografias, cartas ou outros

documentos pessoais importantes; persegui-la no trabalho, na rua, nos seus


espaços de lazer; acusá-la de infidelidade.”7

Dentro da violência emocional e psicológica, existem estratégias de

controlo que merecem especial atenção: a intimidação, a coacção e a ameaça.


Estas estratégias consistem em manter a vitima permanentemente com medo

daquilo que o/a agressor/a possa fazer contra si e/ou contra os seus familiares,
sendo comum a utilização dos/as filhos/as para a imposição de poder sobre a

vítima. Neste enquadramento, é também muito comum o/a agressor/a fazer


ameaças de que se suicida caso a vítima o abandone.

6
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, p. 17.
7
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, p. 16.
Estas estratégias de dominação e controlo criam um contexto de tensão e

violência iminente que mergulha a vítima na ansiedade e no medo, inibindo-a


de se insurgir.

Isolamento Social: Estratégias que visam afastar a vítima da sua rede familiar e

social, tais como proibição de sair de casa sem consentimento, proibição de


trabalhar fora de casa ou manipulações e ameaças contra a vítima ou terceiros

para a afastar do convívio com família e amigos. A própria vítima acaba também

por se afastar dos outros, quer por vergonha da situação de violência, quer por
perturbações emocionais ou psicológicas. Esta situação de isolamento torna-a

mais facilmente manipulável.

Abuso Económico: “Forma de controlo através do qual o agressor nega à vitima


o acesso a dinheiro ou bens, incluindo muitas vezes bens de necessidade básica

para a vitima e filhos/as.”8 Mesmo que a vítima tenha um emprego, não lhe é
permitida a gestão autónoma dos seus rendimentos, ficando o/a agressor/a

com eles.

Violência Sexual: É qualquer relação sexual sem consentimento, seja casal ou


não, o toque sexual não consentido nem desejado, com violência ou

intimidação, o acosso com insinuações sexuais, incitação a prostituição, a


proibição de exercer livremente a sua sexualidade. Muitas das vítimas desta

forma de violência não a encaram como tal, submetendo-se a ela, devido a


crenças interiorizadas de que estes são deveres conjugais ou exigências naturais

do homem.

8
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, p. 18.
Como vimos, a violência de género, os tipos de violência exercidos e os

intervenientes na situação podem ser bastante diversos. No entanto, a crença


de que esta acontece em contexto privado e entre marido e mulher é de facto a

realidade mais comum, como poderemos inferir através da análise dos dados
das denúncias e queixas feitas às Forças de Segurança (PSP e GNR) em 20099.

Perfil Estatístico da Vítima:

As vítimas são maioritariamente do sexo feminino (84%), agredidas pelo

cônjuge ou ex-cônjuge (82%). Em 80% dos casos as ocorrências sucederam-se


na casa onde reside a vítima e em 45% dos casos foram presididas por menores.

Apesar da maioria das vítimas apresentar baixos níveis de escolaridade


(72% possuía habilitações iguais ou inferiores ao 9º ano) uma parte significativa

(28%) possuía habilitações ao nível do ensino secundário ou superior. Mais de


metade (54%) estava em situação laboral activa, mas 30,5% eram

desempregadas ou domésticas. Ainda assim, 75% das vítimas não dependiam


economicamente do agressor.

Perfil Estatístico do/a Agressor/a:

A grande maioria é do sexo masculino (88%), casados/as ou em união de


facto (54%), tendo-se registado reincidência da situação de violência em 51%

dos casos. A violência física estava presente em 76% das situações, a psicológica
em 56% e a sexual em 1%.

A maioria estava laboralmente activa (70,5%) e 86% declaram não


depender economicamente da vítima. A nível das habilitações, 78% tinha

escolaridade igual ou inferior ao 9º ano, mas 22% possuía habilitações a nível


do ensino secundário ou do ensino superior. O consumo habitual de álcool

estava patente em 46% dos casos e o de estupefacientes em 11%.

9
DGAI (2010). Violência Doméstica: Análise das ocorrências participadas às Forças de Segurança
durante o ano de 2009. Direcção Geral da Administração Interna: Lisboa
De facto, a violência doméstica é a forma mais frequente de violência
sofrida pelas mulheres. Uma das questões mais complexas deste fenómeno é o

facto de ocorrer no contexto íntimo ou privado do casal, no qual o/a agressor/a


partilha uma proximidade afectiva com a vítima e conhece-a o suficiente para

saber exactamente que estratégias utilizar para a controlar.


Por outro lado, agressor/a e vítima partilham projectos de vida e

responsabilidades relativas aos seus filhos e filhas. Isto permite ao/à agressor/a

criar uma rede de dependências e controlo que dificultam a ruptura da situação


abusiva por parte da vítima.

Existem várias questões que explicam o porquê da violência de género se


associar maioritariamente à violência doméstica ou conjugal.

Um dos factores que legitimam o uso da violência entre o casal prende-se


com uma educação e cultura patriarcais que confere ao homem,

particularmente ao marido e ao pai, a ideia de propriedade e poder sobre a


mulher, especialmente a esposa, e sobre os filhos/as e que tem o direito de os

punir quando não se comportam como ele deseja.

Devido a esta aceitação da violência como legítima entre o casal, só a


partir de 2000 é que a violência doméstica passou a ser considerada como um

crime público, significando que, desde então, a denúncia pode e deve ser feita
por qualquer pessoa e não só pelos intervenientes na situação de violência.

Apesar dos agressores serem maioritariamente do sexo masculino e as


vítimas maioritariamente do sexo feminino, não significa que todos os homens

sejam agressores nem que todas as mulheres sejam vítimas. Da mesma forma,
há indivíduos que são simultaneamente agressores e vítimas e há ainda as

situações de violência recíproca ou mútua.


Actualmente, o Artigo 152º do Código Penal define e regula o crime de

violência doméstica e as respectivas penas da seguinte forma:


“1 – Quem, de modo reiterado ou não, infligir maus-tratos físicos ou psíquicos,
incluindo castigos corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais:

a) Ao cônjuge ou ex-cônjuge;
b) A pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou

tenha mantido uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem
coabitação;

c) O progenitor de descendente comum em 1º grau; ou

d) A pessoa particularmente indefesa, em razão de idade, deficiência,


doença, gravidez ou dependência económica, que com ele coabite;

é punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave lhe não
couber por força de outra disposição legal.

2 – No caso previsto no número anterior, se o agente praticar o facto contra

menor, na presença de menor, no domicílio comum ou no domicílio da vítima é


punido com pena de prisão de dois a cinco anos.

3 – Se dos factos previstos no nº 1 resultar:

a) Ofensa à integridade física grave, o agente é punido com pena de prisão


de dois a oito anos;

b) A morte, o agente é punido com pena de prisão de três a dez anos.

4 – Nos casos previstos nos números anteriores, podem ser aplicadas ao arguido
as penas acessórias de proibição de contacto com a vítima e de proibição de uso e

porte de armas, pelo período de seis meses a cinco anos, e de obrigação de


frequência de programas específicos de prevenção da violência doméstica.
5 – A pena acessória de proibição de contacto com a vítima pode incluir o

afastamento da residência ou do local de trabalho desta e o seu cumprimento


pode ser fiscalizado por meios técnicos de controlo à distância.

6 – Quem for condenado por crime previsto neste artigo pode, atenta a concreta

gravidade do facto e a sua conexão com a função exercida pelo agente, ser
inibido do exercício do poder paternal, da tutela ou da curatela por um período de

um a dez anos.10

Esta nova legislação foi um grande passo, tanto na maneira como se

passou a encarar o fenómeno da violência de género, violência doméstica e


violência conjugal, como pelas sanções atribuídas, especialmente tendo em

vista a reabilitação do/a agressor/a e a prevenção da reincidência da violência.


Um outro marco incontornável no combate a este flagelo consubstancia-se

nos planos nacionais criados neste sentido, particularmente o IV Plano Nacional


Contra a Violência Doméstica – 2011-2013.

Finalmente, em 2009 é dado um novo salto com a criação de um regime


jurídico de Prevenção da Violência Doméstica, Protecção e Assistência das suas
Vítimas11.

Esta lei traz uma série de avanços como a consagração do Estatuto da


Vítima, o cariz urgente dos processos de violência doméstica, novos meios

técnicos para controlo à distância dos agressores (como pulseiras electrónicas),


o direito das vítimas de violência a uma indemnização, a possibilidade de deter

um/a agressor/a que não seja apanhado/a em flagrante delito, e medidas de


apoio à vítima ao nível judicial, laboral, social e na saúde. Uma das mais

importantes medidas de apoio à vítima foi a criação pelo Estado de casas de

10
Redacção conferida pela Lei nº 59/2007, de 4 de Setembro.
11
Lei nº 107/99, de 3 de Agosto.
apoio a nível nacional12. Estas são constituídas por uma casa de abrigo e um ou

mais centros de atendimento, que prestam gratuitamente os serviços de


atendimento, abrigo, tratamento e reencaminhamento para mulheres vítimas de

violência.
Mas não obstante toda a protecção dada às vítimas e as medidas de

punição e reabilitação elaboradas para o/a agressor/a, a violência doméstica e


conjugal assume-se como extremamente difícil de quebrar pelas vítimas. Isto

deve-se ao facto destes fenómenos serem fruto de situações de violência

continuada e múltipla, que evoluem através de diversas fases que se repetem


ciclicamente.

São dois os processos que intervêm neste fenómeno: o ciclo da violência e


a escalada da violência13.

Ciclo da Violência:

O ciclo da violência é constituído por três fases: Fase do aumento da


tensão, fase do ataque violento ou do episódio de violência e fase de

apaziguamento ou reconciliação.

1. Fase do aumento da tensão:


Esta fase é caracterizada por episódios de tensão, divergência ou conflito

entre o/a agressor/a e vítima, expressos por discussões que vão aumentando de
frequência. Em vez de recorrerem a estratégias não violentas de resolução

destes conflitos, a necessidade de controlo sobre a vítima leva-o/a a utilizar


qualquer situação quotidiana (gestão da casa, refeições, horários, atrasos,

compras, etc) para provocar um ambiente de tensão e perigo iminente para a


vítima.

12
Lei nº 107/99, de 3 de Agosto, regulamentada pelo Decreto-Lei nº 323/2000, de 19 de
Dezembro.
13
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa
2. Fase do ataque violento ou do episódio de violência:
O episódio de violência começa com violência verbal e vai escalando para

uma combinação de diferentes tipos de violência. A violência de tipo


psicológico mais patente nas ocorrências registadas pelas Forças de Segurança

em 200914 refere-se a insultar a vítima (50%), seguindo-se as ameaças à sua


integridade física (31%), as ameaças de lhe retirar os/as filhos/as ou à

integridade destes/as (2%) e desvalorizações/culpabilizações da vítima (1%).

Segundo as mesmas fontes, as situações que desencadearam em situações


de violência foram as seguintes:

Estado alterado do/a denunciado/a devido ao consumo de álcool ou


drogas não legais (33%);
Aparentes “pormenores” ligados à rotina diária, à custódia/educação de
menores ou relacionados com comportamentos agressivos/violentos por

parte do/a denunciado/a devido a doença do foro psicológico (21%);


Questões monetárias, relacionadas com bens ou com desemprego (16%);

Ciúme ou desconfianças da parte do/a denunciado/a em relação à vítima


ou controlo dos movimentos da vítima (13%)

3. Fase de Apaziguamento ou Reconciliação:


Após o acto violento, o/a agressor/a faz tentativas de desculpar, atenuar

ou racionalizar a sua acção, atribuindo a culpa à vítima (“tu é que provocaste”,


“olha o que me obrigaste a fazer”) ou a factores externos (“foi o álcool”, “não

estava em mim”).

14
DGAI (2010). Violência Doméstica: Análise das ocorrências participadas às Forças de Segurança
durante o ano de 2009. Direcção Geral da Administração Interna: Lisboa
Tende também a mostrar arrependimento e a fazer promessas de que irá

mudar e não voltará a ser violento/a, que aquela foi uma vez sem exemplo, e a
tratar a vítima com afecto e atenção.

A vítima tende a restabelecer a normalidade o mais rapidamente possível e


a tentar esquecer o incidente. Em muitos casos, este é um autêntico período de

enamoramento, pelo que esta fase também se chama “lua-de-mel”.

No inicio da relação abusiva, a vítima acredita que é capaz de apaziguar

o/a agressor/a, que se tratam apenas de actos isolados que não se vão repetir,
cria justificações para os actos do/a agressor/a, aceitando por vezes parte ou a

totalidade da culpa pela situação.


A oscilação comportamental do/a agressor/a leva a vítima acreditar que

ainda existe amor na relação e que ainda existe a possibilidade efectiva do/a
agressor/a mudar o seu comportamento.

A primeira das 3 fases é a mais longa e a última a mais curta. Em situações


de violência continuada, a última fase tende mesmo a desaparecer. Na maioria

dos casos, oferecer resistência ou responder agressivamente tende a produzir


uma escalada na violência em vez de a suspender.

Escalada da Violência:

Além deste ciclo da violência, os actos de violência tendem a aumentar de


frequência, intensidade e perigosidade com o tempo. Esta questão vai aumentar

o risco para a vítima, pois esta vai perdendo a sensação de poder, o controlo
sobre a sua vida e a auto-confiança, assim como desenvolvendo sentimentos de

impotência e de “desânimo aprendido”.


A violência doméstica tem elevados custos, não só na esfera pessoal (física,

psicológica, emocional) como também custos sociais e económicos elevados


(despesas relacionadas com a saúde, segurança social, absentismo laboral,

polícia, justiça e serviços de atendimento dirigidos a vítimas, agressores e suas


famílias). Para além disso, há que ter em conta as taxas de homicídio e suicídio

relacionadas com situações de violência doméstica.

Consequências Traumáticas para as Vítimas de Violência Doméstica:15


- Danos físicos, corporais, cerebrais, por vezes irreversíveis;

- Alterações nos padrões de sono e perturbações alimentares;


- Alterações da imagem corporal e disfunções sexuais;

- Distúrbios cognitivos e de memória (flashbacks de ataques violentos,

pensamentos e memorias intrusivas, dificuldades de concentração, confusão


cognitiva, perturbações de pensamento, sensação de que se está a

“enlouquecer”);
- Distúrbios de ansiedade, hipervigilância, medos, fobias, ataques de pânico;

- Sentimentos de medo, vergonha, culpa;


- Níveis reduzidos de auto-estima e um auto-conceito negativo;

- Vulnerabilidade e dependência emocional, passividade, “desânimo aprendido”;


-- Comportamentos depressivos, por vezes com tendências suicidas;

- Quadro de Perturbação de Stress Pós-Traumático.

15
CIG (2009). Violência Doméstica: Compreender para Intervir. Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género: Lisboa, pp. 31-32.

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