Abel, reformado, contacta-o(a) contando o seguinte:
No dia 18/MAR/2021, quando ia a passar na rua em que morava, foi atingido no braço direito por uma telha. A telha caiu do prédio ao lado da sua residência; Abel mora na Rua dos Lírios, n.º 20, em Guimarães. O vizinho do lado, Bértolo, estava a fazer obras no telhado da sua casa (ambas são casas de rés-do-chão e primeiro andar). No decurso das obras, uma telha que Bértolo ia colocar soltou-se-lhe das mãos e veio a cair em cima do seu Cliente. Sofreu vários ferimentos, muitas dores, teve (até agora) de gastar 50,00€ em consultas médicas, e 78,00€ em medicamentos. Abel é reformado e vive sozinho. A sua reforma é de 300,00€/mês. A casa onde habita é dele e gasta com a sua pessoa em média 300€ por mês (alimentação, vestuário, água, luz…). Fica com ‘saldo zero’. Abel terá de fazer fisioterapia. Dado a idade, em que se recupera mais lentamente, serão 20 sessões que lhe custarão 50,00€ cada e que não são comparticipadas e para as quais não tem dinheiro. Por ora, e durante seis ou sete meses, vai ter de estar engessado «o que me incomoda muito – dá muita comichão -, e acho que também por isso devia ser indemnizado. Não acha, doutor(a)?». Depois de tirar o gesso, terá mesmo de fazer a fisioterapia. O vizinho, que tem bastante dinheiro e bens, não lhe quer pagar nada, «a não ser uns bagaços lá na tasca» porque diz que, como Abel ia na rua, e a rua é pública e não faz parte da casa de Bértolo, nada tem de pagar. Entretanto, fruto de ter o braço partido e bastantes dores, Abel não consegue tratar da sua higiene, cozinhar, comer sozinho, nem vestir e despir para dormir, entre outras normais tarefas, e terá de ser assistido por uma enfermeira que lhe cobrará 200,00€ por mês para tratar dele diariamente. O seu Cliente Abel não tem dinheiro para pagar à senhora que irá a tratar dele, mas entende que a enfermeira é indispensável até que fique curado. Felizmente, a senhora em causa disse que durante os primeiros meses, atendendo à situação de Abel, trabalhará sem receber; mas depois, claro, terá de ser paga por todo o período. De acordo com os médicos, Abel vai ter de ser assistido durante seis meses: porque teve fratura cominutiva dos ossos do braço direito o que demora, em média, e atendendo à idade de Abel, seis meses a curar completamente e a voltar a ser independente.
Com estes pressupostos, minute:
I. A peça correspondente ao meio processual adequado para tutelar os interesses
do seu cliente. II. A segunda peça que seja escolhida na sessão, integralmente, e ficcionando só o necessário.
LNP, PPC O Caso da Telha sem Asas
Abel, reformado, contacta-o(a) contando o seguinte:
No dia 18/MAR/2021, quando ia a passar na rua em que morava, foi atingido no braço direito por uma telha. A telha caiu do prédio ao lado da sua residência; Abel mora na Rua dos Lírios, n.º 20, em Guimarães. O vizinho do lado, Bértolo, estava a fazer obras no telhado da sua casa (ambas são casas de rés-do-chão e primeiro andar). No decurso das obras, uma telha que Bértolo ia colocar soltou-se-lhe das mãos e veio a cair em cima do seu Cliente. Sofreu vários ferimentos, muitas dores, teve (até agora) de gastar 50,00€ em consultas médicas, e 78,00€ em medicamentos. Abel é reformado e vive sozinho. A sua reforma é de 300,00€/mês. A casa onde habita é dele e gasta com a sua pessoa em média 300€ por mês (alimentação, vestuário, água, luz…). Fica com ‘saldo zero’. Abel terá de fazer fisioterapia. Dado a idade, em que se recupera mais lentamente, serão 20 sessões que lhe custarão 50,00€ cada e que não são comparticipadas e para as quais não tem dinheiro. Por ora, e durante seis ou sete meses, vai ter de estar engessado «o que me incomoda muito – dá muita comichão -, e acho que também por isso devia ser indemnizado. Não acha, doutor(a)?». Depois de tirar o gesso, terá mesmo de fazer a fisioterapia. O vizinho, que tem bastante dinheiro e bens, não lhe quer pagar nada, «a não ser uns bagaços lá na tasca» porque diz que, como Abel ia na rua, e a rua é pública e não faz parte da casa de Bértolo, nada tem de pagar. Entretanto, fruto de ter o braço partido e bastantes dores, Abel não consegue tratar da sua higiene, cozinhar, comer sozinho, nem vestir e despir para dormir, entre outras normais tarefas, e terá de ser assistido por uma enfermeira que lhe cobrará 200,00€ por mês para tratar dele diariamente. O seu Cliente Abel não tem dinheiro para pagar à senhora que irá a tratar dele, mas entende que a enfermeira é indispensável até que fique curado. Felizmente, a senhora em causa disse que durante os primeiros meses, atendendo à situação de Abel, trabalhará sem receber; mas depois, claro, terá de ser paga por todo o período. De acordo com os médicos, Abel vai ter de ser assistido durante seis meses: porque teve fratura cominutiva dos ossos do braço direito o que demora, em média, e atendendo à idade de Abel, seis meses a curar completamente e a voltar a ser independente.
Com estes pressupostos, minute:
III. A peça correspondente ao meio processual adequado para tutelar os interesses
imediatos do seu cliente. IV. A segunda peça que seja escolhida na sessão, integralmente, e ficcionando só o necessário.