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- Ventilação realizada sem a necessidade de uma VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA: todo e qualquer

via aérea artificial (tubo endotraqueal e canula de suporte ventilatório mecânico oferecido sem a
traqueostomia – traqueóstomo); necessidade de uma via aérea artificial;
- O ventilador é conectado ao paciente sem a
necessidade de um tubo dentro da boca ou do
nariz do paciente, ou quando não usa o - Máscaras maiores são menos claustrofóbicas que
traqueóstomo; as que tem apoio próximo aos olhos;

- O fluxo de ar é oferecido utilizando uma máscara, - Vantagens da VNI:


pronga, boquilha, etc. A interface utilizada para - menos risco de lesionar as vias aéreas
conectar o ventilador ao paciente pode ser de superiores;
diversos tipos, mas jamais vai ser uma via aérea
artificial; - menos risco de pneumonia associada a
ventilação mecânica;
- Em comparação com a ventilação não invasiva, a
invasiva traz muito mais prejuízos ao paciente, - menos risco de broncoaspiração;
como, por exemplo, a infecção respiratória, que é
mais recorrente/prevalente na ventilação invasiva, - paciente não precisa estar sedado (a
porque o tubo que está passando pela via aérea, sedação é um fator de risco para desenvolver
ou o traqueóstomo retiram do paciente alguns fraqueza muscular)
mecanismos de defesa. É gerada uma - permite a comunicação com o terapeuta;
comunicação direta do meio externo com o meio
interno, então o risco de infecções é muito maior;
- Não é todo paciente que pode fazer VNI, como, - A VNI surgiu com um médico (C. Sullivan)
por exemplo, um paciente que sofreu trauma de britânico que publicou um artigo em 1983, que
face e está com diversas fraturas, queimadura de descobriu que o uso da VNI resolvia a AOS;
face na região de contato, claustrofobia; não se
pode colocar a máscara nele; - Para que haja adequada ventilação do pulmão é
necessário gerar um gradiente de pressão
- Se não houver contraindicação relativa ou transpulmonar (Gtp = Palv. – Ppleural). Para que o
absoluta, a primeira opção de ventilação é sempre ar entre no pulmão uma dessas pressões precisa
a VNI; variar (existem meios de tornar a pressão pleural
mais negativa, e quando isso acontece o Gtp
- Complicações da ventilação invasiva: lesões das aumenta, fazendo com que uma maior quantidade
vias aéreas superiores (o tubo passando pode de ar entre). A respiração espontânea torna a
lesionar as pregas vocais e depois da extubação ele pressão pleural mais negativa, porque quem faz
está disfônico; pode ter um tubo grosso demais esforço para isso acontecer são os músculos
dentro da via aérea ou um balonete interno – cuff, respiratórios. Então, para que haja uma ventilação
que se estiver com uma pressão muito grande pulmonar adequada é necessário que se tenham
pode lesionar a traqueia, pode causar um edema músculos fortes.
de glote, traqueomalácia – dilatação da traqueia,
estenose traqueal), o paciente não se alimenta, não Se o músculo tiver alguma fraqueza
fala, não consegue se alimentar com o tubo dentro identificada na manovacuometria ele não será
da boca; capaz de promover uma ventilação pulmonar
adequada, ele precisa de ajuda, e aí para corrigir
isso tem que aumentar a pressão alveolar, que é
isso o que os equipamentos de VNI fazem: A VNI feita em pacientes com insuficiência
AUMENTO DA PRESSÃO ALVEOLAR; respiratória aguda (DPOC ou EAP cardiogênico)
reduz as chances deles serem intubados e reduz a
- A VNI diminui o trabalho dos músculos mortalidade;
respiratórios, porque se consegue garantir a
mesma ventilação aumentando a pressão alveolar, - Casos de indicação com evidência razoável:
e aí o músculo trabalha menos. Então, se o objetivo
for dar repouso aos músculos respiratórios é - Pacientes imunocomprometidos:
possível fazer isso com VNI, só que não é um transplantados (se alguém tiver feito um transplante
repouso absoluto, é relativo, ele continua de órgão sólido ou medula óssea, ele precisará
trabalhando, mas com menos intensidade; tomar imunossupressores para evitar a rejeição do
órgão transplantado. Nesses casos, o risco de
- Objetivos da VNI: diminuir o trabalho muscular infecção é grande, porque o sistema imunológico
respiratório; não está trabalhando de forma adequada. Se esse
paciente, por algum motivo desenvolver
- Se o pulmão estiver colapsando a VNI também insuficiência respiratória aguda no pós-transplante,
ajuda; ele NÃO pode ser intubado, tem que fazer VNI),
- Usos da VNI: pacientes com câncer são imunossuprimidos por
causa da quimio;
- oferecer repouso muscular;
- Cuidados paliativos (ex.: pacientes com
- Terapia de expansão pulmonar; câncer terminal);
- pós extubação (para prevenir que ele faça
a insuficiência respiratória pós-extubação – VNI
- Indicações da VNI: preventiva);
- Insuficiência respiratória (porque a - Existem 3 formas de usar VNI no desmame:
insuficiência aumenta o trabalho muscular facilitadora, preventiva e curativa. Os terapeutas
respiratório); optam preferencialmente pela preventiva. A
- AOS (manter a via aérea aberta); facilitadora é aquela que se tira do ventilador e vai
direto para VNI, faz só para DPOC e . . .?
- pré-intubação (o pcte está com
insuficiência respiratória); - A profilaxia tem um nível moderado de
recomendação;
- durante o exercício físico (para aumentar
a capacidade aeróbia do pcte); - Quando ele já tem insuficiência respiratória após
ter sido extubado tem moderada recomendação
- Casos de insuficiência respiratória aguda: CONTRA, a chance de ele voltar a ser intubado é
maior;
- DPOC exacerbada, descompensada (maior
nível de evidencia cientifica de beneficio do uso da
VNI. Nível de evidência A – alto grau de
recomendação). Quando um paciente com DPOC - A ventilação invasiva também oferece repouso
desenvolve insuficiência respiratória aguda, o muscular, no entanto, o paciente precisa estar
terapeuta tem obrigação de tentar reverter com sedado e aí o repouso é absoluto, que pode levar
VNI, não pode intubar de cara, porque o risco de a hipotrofia por desuso;
mortalidade é maior se for direto para intubação - O centro controlador da respiração (drive
sem tentar VNI; respiratório – músculos respiratórios) tem que ser
- EAP (edema agudo pulmonar) suficientemente capaz de manter uma adequada
cardiogênico – de origem cardíaca; ventilação; só que esses músculos estão o tempo
inteiro vencendo cargas, porque o SR oferece
carga respiratória mecânica a passagem do ar (as
vias aéreas as vezes estão mais estreitas, o pulmão - melhora a oxigenação;
tá um pouco duro). Se os músculos conseguem ter
capacidade similar à carga imposta essa balança - reduz o trabalho muscular respiratório;
não se desequilibra e o pcte consegue respirar - melhora a complacência;
normalmente. No entanto, se houver uma redução
da eficiência muscular, as cargas impostas à - Contraindicações absolutas da VNI:
ventilação se tornam mais pesadas, elas se
sobrepõem à eficiência do músculo e a balança se - pacientes que precisam de intubação de
desequilibra. emergência por algum outro motivo que não seja
respiratório (ex.: coma profudo);
Por outro lado, se estiver tudo normal, mas
a carga estiver muito alta, também desequilibra. E ai, - paciente que teve parada
para reequilibrar isso, tem que adicionar VNI, através cardiorrespiratória;
do aumento da pressão alveolar, aumentar o Gtp e Essas são as duas situações onde não se deve
diminuir o trabalho que está sendo imposto ao fazer a VNI, fora isso, pode ser tentado em QUASE
músculo e gerando sobrecarga; todo mundo (lembrar das CI relativas);
- A região dependente do pulmão tem alvéolos CI relativas:
menos expandidos, mais fechados que os alvéolos
da região não dependente; a região que expande - Paciente com rebaixamento do nível de
melhor é a que está para cima. Na região consciência (exceto pacientes com rebaixamento
dependente a troca gasosa está ruim, ou seja, está por causa da DPOC);
em shunt (desequilíbrio da relação
ventilação/perfusão). Quando se aplica a VNI o - paciente comatoso;
shunt diminui e o tamanho do alvéolo aumenta, ou Quando se está em coma, a proteção das vias
seja, produz expansão pulmonar. aéreas ficam comprometidas, então o risco de
- Efeitos fisiológicos da VNI: vomitar broncoaspirar é muito grande, mas o
paciente DPOC grave fica sonolento por causa da
- diminuição do shunt; retenção de CO2 (encefalopatia hipercapnica),
então a VNI no DPOC é MUITO indicada;
- aumento do tamanho do alvéolo;
- Modos Ventilatórios:
- aumenta o volume de ar dentro do
alvéolo no final da expiração (aumenta a CRF – - CPAP (pressão positiva contínua nas vias
CRF = VR + VRE, que é calculada pela aéreas): tanto na ins quanto na ex está oferecendo
pletismografia de corpo inteiro); a mesma pressão. NÃO OFERECE PRESSÃO
SUPORTE. Só atinge a oxigenação, não melhora a
- melhora a troca gasosa; ventilação
- se houver liquido aumentando a tensão - BILEVEL (BIPAP): dois níveis – pressão na
superficial, quando se joga a pressão positiva a ins maior que a pressão na ex. (ex.: pressão na ins
água sai, diminuindo a tensão, aumentando a de 12 e pressão na ex de 4, o delta de pressão é
complacência pulmonar; 8, isso é pressão suporte – diminui o trabalho
- melhora a patência das vias aéreas; respiratório, aumenta o volume pulmonar, lava o
CO2);
- melhora a ventilação colateral (polos de
coin – alvéolo-alveolo; canais de martin – Indicação CPAP:
bronquíolo-bronquiolo; canais de Lambert – - insuficiência respiratória aguda do tipo 1
bronquíolo-alveolo; (hipoxemia) – EAP cardiogênico
- redistribui o liquido intra-alveolar (joga ele - AOS;
pra fora);
- paciente imunocomprometido: CO2
normal, com hipoxemia;
- pós-operatorio e cirurgia abdominal
(quando tem a insuficiência tipo 1)
- Indicação BILEVEL:
- insuficiência respiratória aguda tipo II
(hipercapnia) – DPOC exacerbado;
- Hipercapnias agudas (para descanso das
musculaturas respiratórias)
O bilevel também consegue resolver a hipoxemia,
além de resolver a troca gasosa, por isso, na
prática, ele pode ser usado para tudo, mas para
fins didáticos, o CPAP é para AOS e IRA tipo e o
BIPAP para o resto;
- Hoje os ventiladores específicos para VNI são
muito completos;
Tipos de mascaras:
- capacete (helmet);
- mascara facial total (dificilmente é usada na
AOS)
- dispositivos orais (muito usado em
pacientes com distúrbios neuromusculares;
- híbridas;
- pronga nasal;

Nasal e oronasal, vantagens e desvantagens:


Nasal: mais confortável; permite expectoração, fala,
alimentação
Oronasal: mais claustrofóbica; maior área (mais
retenção de CO2); mais indicada quando o nariz
está obstruído, em casos de IRA;
USO AGUDO: facial
USO CRONICO: nasal;

- Mascaras inadequadas/mal fixadas podem causar


lesão de face

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