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AIDEEN COLLINS ESTÁ DE SACO CHEIO. ELA ESTÁ À BEIRA DE UM COLAPSO


NERVOSO COM SUA INTERMINÁVEL GRAVIDEZ, SUA RECÉM-DESCOBERTA
PARANOIA, MAS, PRINCIPALMENTE ELA ESTÁ DE SACO CHEIO COM SEU
NAMORADO GRUDENTO E IMPLICANTE.
KANE SLATER ESTÁ MAIS FELIZ DO QUE NUNCA. ELE ESTÁ PRESTES A
TORNAR-SE PAI PELA PRIMEIRA VEZ COM A MULHER QUE AMA. MAL SABE
ELE QUE AIDEEN É LITERAL E FIGURATIVAMENTE UMA BOMBA-RELÓGIO. ELE
SÓ PRECISA SOBREVIVER MAIS ALGUMAS SEMANAS DE EXPLOSÕES
HORMONAIS ASSASSINAS E TUDO FICARÁ BEM... OU ASSIM ELE ESPERA.
AMBOS ESTÃO PRESOS PELA EXPECTATIVA DA CHEGADA DE SEU BEBÊ,
MAS NO FUNDO DE SUAS MENTES EXISTE UMA SOMBRA QUE NÃO
DESAPARECE. NENHUM DELES FALA SOBRE ISSO, MAS A PRESENÇA ETERNA
DESSA SOMBRA JOGA DÚVIDA SOBRE O RELACIONAMENTO.
BIG PHIL CONSEGUIU ENTRAR EM SUAS MENTES E ENRAIZOU-SE LÁ COMO
UMA FIGURA CAÇADORA. SEM ESFORÇO, ELE DESTRÓI COISAS E CAUSA
PROBLEMAS. ELE OS OBSERVA DE LONGE, ESPERANDO PODER SEPARAR SUA
FAMÍLIA.
OS INSTINTOS DE AIDEEN DE PROTEGER OS SEUS ESTÃO MAIS FORTES QUE
NUNCA. SE BIG PHIL QUER MACHUCAR AQUELES A QUEM ELA AMA, ELE VAI
TER UMA BELA BRIGA EM SUAS MÃOS.
AIDEEN IDOLATRA KANE, E O QUE AIDEEN IDOLATRA, ELA PROTEGE.
Dor.

Dor de estômago.

Dores de estômago severas.

Isso era o que eu estava experimentando atualmente... e


era tudo por causa de um maldito biscoito. Se eu não
conseguisse a bondade açucarada e crocante em minha barriga
roncando em breve, eu teria um chilique que iria envergonhar
Nico Slater.

"Keela, por favor," Eu choraminguei, me sentindo a beira


das lágrimas. "Apenas me dê um pouco de biscoito, eu não vou
contar..."

"Aideen!"

Eu estremeci quando sua voz encheu a sala de estar.

"Ah, merda," eu murmurei sob minha respiração, e evitei


olhar para a porta onde eu sabia que ele estava.

Em vez disso, concentrei-me na árvore de Natal decorada


que estava atrás de Keela.

Keela Daley — que ainda era minha melhor amiga, por


alguma estranha razão — estava sentada no meu sofá, atuando
como descanso de pés para as minhas pernas inchadas. Dois
dias antes, o gesso que eu usei em minha perna quebrada pelas
últimas oito semanas foi removido. Meu joelho e canela estavam
curados, mas ainda eram vulneráveis a dano; logo, eu tinha que
levar as coisas com calma, o que significava ficar sentada a
maior parte do tempo.

Eu não estava exatamente feliz com a perspectiva de ficar


sentada em minha bunda vinte e quatro horas por dia, sete dias
por semana, mas se isso ajudaria minha perna a ficar mais
forte, era algo que eu teria que fazer.

Eu olhei de relance para meu antebraço então, suspirando


para a recém-formada cicatriz. Curou-se há algumas semanas,
e Kane assegurou-me que estava com essa cor avermelhada
porque era nova. Ao longo do tempo, iria... desvanecer-se para
uma cor mais clara.

Eu esperava isso porque, caso contrário, eu poderia me


ver vestindo um monte de tops de mangas longas no futuro.

Keela recuperou minha atenção quando sorriu


diabolicamente para mim e colocou o restante do seu biscoito
de chocolate na boca com — movimento de buceta — então
olhou para a esquerda e ergueu as mãos. "Não vou dar-lhe
Kane. Eu juro."

Eu ignorei a presença do meu namorado e foquei na puta


que estava na minha frente.

"Você é uma péssima amiga."


Ela olhou para mim e encolheu os ombros. "Prefiro ser
uma amiga de merda do que uma amiga morta."

Eu zombei. "Ele não te mataria por me dar um pouco de


biscoito..."

"Eu certamente iria matá-la por dar-lhe um biscoito." Uma


voz rouca me cortou.

Eu suspirei em frustração e olhei para o amor da minha


vida, que estava empenhado em me fazer sofrer. Eu olhei
fixamente para ele e implorei-lhe silenciosamente.

"Faz oito semanas desde que saí do hospital, Kane. Oito


semanas. Minha perna e braço estão perfeitamente curados, e
minha garganta nem dói mais. Estou farta de sopa e alimentos
macios. Eu estou grávida, o que significa que estou sempre com
fome, e eu sinceramente não aguento mais essa comida ruim de
hospital. Por favor, deixe-me comer um pacote de biscoitos".

"Um pacote inteiro?" Keela riu alegremente. "Quanta


gordura de merda. Como no inferno você saltou de comer um
único biscoito para comer um pacote todo?"

Eu bati meu calcanhar em sua coxa. "Calada, sua vaca


traidora!"

Ela assobiou e ajustou o meu pé - mas fez como eu pedi, e


fechou a boca.

"Aideen," Kane suspirou e esfregou sua cabeça.

Ele repetiu essa ação muitas vezes durante as últimas


semanas.
"Não estou sendo rigoroso para te chatear, boneca, mas
você ouviu o médico. Nada de alimentos sólidos até que sua
garganta esteja totalmente curada. Você tem apenas mais
alguns dias, e então estará boa. Por que arriscar? A primeira
vez que você comeu comida sólida depois que o fogo fez um
corte em sua garganta foram necessários pontos. Você
realmente quer ir por esse caminho outra vez?"

Kane estava firme quando falou, mas eu pude ver a


emoção nos olhos dele.

"Você quer se submeter a mais uma cirurgia, ficar


incapacitada de falar e ter que comer por um tubo?
Pessoalmente, eu não quero te ver nesse estado. Quase morri
na primeira vez."

Eu pensei no momento angustiante quando, sete semanas


atrás, eu engoli um pouco de sanduíche de presunto, e minha
garganta irrompeu em dor. Uma única fatia de pão com crosta
deslizou internamente pela minha já sensível garganta como se
estivesse me rasgando. Isso resultou em um corte doloroso que,
por sua vez, me levou a cuspir uma horripilante quantidade de
sangue, fazendo aqueles que me amavam levar um susto
enorme. Eu fiz Gavin e as meninas gritarem, e quase dei a Kane
e meu pai um ataque cardíaco.

Para ser honesta, eu também me assustei até a morte.

A dor após a cirurgia para suturar e fechar a ferida e o


fato de ter que ser alimentada através de um tubo me
desgastou. Sem contar a confusa que se seguiu durante
semanas. Era definitivamente algo que eu nunca queria
experimentar outra vez.

Nunca mais.

Eu olhei para Kane, em seguida, para Keela, e então para


os meus dedos, que estavam brincando com o cobertor macio
que cobria Keela e eu.

"Não, não", eu respondi a Kane, fazendo questão de


manter minha cabeça e olhar abaixados, para que ele não
pudesse ver que meus olhos encheram de lágrimas.

Eu odiava o quão facilmente eu chorava agora.

A gravidez me transformou numa covarde.

"Baby"? Kane perguntou.

Eu fungei.

Merda.

"Estou bem", disse, e esfreguei debaixo do meu nariz com


a palma da minha mão.

"Use um lenço, porquinha," disse Keela, com revolta


pulsando em seu tom.

Eu ri e chorei ao mesmo tempo.

"A deixe em paz, Keela." Kane estalou.

Ela não lhe deu nenhuma atenção.


"Se você limpar o ranho no cobertor, que Deus me ajude,
eu vou te matar, lentamente."

Eu continuei a rir, só parando quando senti uma pontada


na costela.

"Por que você a faz rir assim?" Kane resmungou. "Ela vai
acabar se machucando."

Eu praticamente pude sentir Keela rolarando os olhos


para ele.

"Renda-se, grande homem. Ela está grávida, não inválida.


Dê-lhe um tranco, prometo que ela não vai quebrar."

Kane sorriu perversamente. "Dar-lhe um tranco é o que


fez eu ter que me preocupar com ela, em primeiro lugar."

Os olhos da Keela brilharam com admiração. "Não posso


esperar para ver como você vai se comportar quando esse bebê
nascer. Provavelmente vai ter a pobre criança embrulhada em
plástico bolha desde o primeiro dia."

"Ele vai ser um super bebê, ‘o escolhido’ se preferir. Ele


não será frágil."

Keela riu alegremente. "Continue mentindo para si


mesmo, companheiro".

Olhei para cima bem a tempo de flagrar Kane mostrando


seu dedo médio para Keela - e presenciar ela mostrando ambos
de volta para ele.

Eu balancei minha cabeça em gozação.


"Já chega, crianças. Mamãe já está muito cansada e com
muita fome para aguentar suas besteiras por hoje,” declarei,
bocejando.

Kane atravessou a sala e agachou-se perto de mim. Ele


colocou o cotovelo no braço do sofá atrás de mim e gentilmente
arranhou minhas costas com os dedos. "Por que você não vem
para a cama comigo?"

Sua voz era baixa e convidativa.

"Talvez porque ela tenha companhia, ou seja, eu, seu


bastardo sujo." Keela deflagrou. "Pare de seduzi-la quando eu
estou sentada ao lado de sua bunda feia."

Eu sorri para Keela, e Kane sorriu para mim. Ele usou a


mão livre para percorrer o rastro de lágrimas já esquecido em
meu rosto. "Vamos lá minha boneca".

Keela deu uma risadinha. "Isso é adorável, mas você ainda


esta sendo desagradável."

Eu bati meus olhos na direção dela e divertidamente


perguntei. "Você se importa?"

"Nem um pouco," ela admitiu. "Faça o que tem que fazer".

Kane me cutucou e me deu uma piscadela. "Você não


devia tê-la alimentado - agora ela nunca vai sair."

Keela engasgou em horror simulado. "Eu não sou um cão.


Como se atreve!"
"Eu nunca disse que era". Kane divergentemente sorriu, e
então se levantou a toda sua altura. Virando-se, ele saiu de
nossa sala de estar, andando pelo corredor até a cozinha.

Keela empurrou minhas pernas e o cobertor que estava


nos cobrindo de seu corpo, ficando de pé.

"Não vá embora quando estou falando com você, Kane


Slater!" ela gritou, saindo da sala e indo atrás dele.

O riso baixo de Kane não fez nada alem de enfurecê-la


ainda mais.

"Ou o que? Você vai me matar?" Ele brincou.

"Pode ter certeza que eu vou... não sorria para mim assim,
logo que eu puder eu vou te matar!"

Eu ri para mim mesma.

Eles se comportavam como irmão e irmã, e eu adorava


tudo isso, porque eles se amavam. Seria um saco se meu
namorado e minha melhor amiga não se dessem bem.

"Não jogue isso para mim!" Kane de repente gritou.

Keela fez um gesto sarcástico. "É apenas um pote de


manteiga, bebe chorão".

"É um pote de manteiga congelado! Você poderia ter


atirado um tijolo na minha cabeça, que o efeito seria o mesmo!"

"Isso pode ser arranjado, grande homem."

"Você é uma pessoa um pouco má. Espero que você saiba


disso."
"Sim".

Eu ri de suas conversas e afundei de volta no meu sofá,


puxando o cobertor sobre meu corpo.

"Deixe ele em paz, Keela."

Ouvi algo sendo colocado na mesa ou no balcão da


cozinha. O que quer que fosse, caiu com um baque.

"Você tem sorte que ela quer você vivo e ileso."

"E você tem sorte que ela te quer aqui muitas vezes, caso
contrário, eu iria proibi-la de entrar neste edifício."

Keela fervia. "Você ficou louco com o poder."

Eu sorri.

Kane disse para Keela recentemente que era dono do


prédio em que eu morava, bem como de muitos outros em
Dublin.

Ela não estava brava, só um pouco magoada que Alec não


tivesse contado sobre as propriedades secretas de Kane. Mas,
uma vez ela superou o código' de irmão', ela ficou bem com
tudo isso, como eu sabia que ela eventualmente ficaria.

Ela também guardou o segredo, porque não queria que os


negócios de Kane fossem transmitidos para o resto do grupo.
Ele gostava de sua privacidade, e ela tinha respeitado isso.

"É melhor agradecer a Deus por eu ter que ir para casa


alimentar Storm. Eu limparia o chão com você, caso contrário."

"Até a próxima, baixinha".


Keela casualmente entrou na sala e declarou, "Eu odeio o
seu namorado."

Eu segurei meu peito. "Isso é uma pena, porque eu adoro


o seu."

O lábio da Keela contorceu-se. "Eu vou estar de volta hoje


à noite, só tenho que ir e alimentar..."

"A fera gorda, sim. Eu te ouvi."

Keela rosnou. "Achei que a gravidez te faria sentimental e


daria uma oportunidade a Storm. Mas não, você ainda o trata
como trapo."

Na mente da Keela, Storm era o seu bebê.

"Isso seria pedir demais, Kay".

O olho esquerdo dela se contorceu antes que ela se virasse


e saísse da minha casa, me dando o dedo ao longo do caminho.
"Eu vou me lembrar disso tudo quando você estiver no auge da
dor do trabalho de parto."

Eu ainda resmungava quando ela fechou a porta do


apartamento. Em seguida, eu me encolhi e orei silenciosamente
para que o carma não fizesse meu parto ser extradoloroso,
porque eu provoquei muito Storm... que revidou na maioria das
vezes. Pensando bem, eu não deveria sofrer por causa disso.

Eu me inclinei para trás e fechei os olhos com um suspiro,


apenas para abri-los rapidamente quando percebi que ninguém
estava na sala comigo.
Eu estava por minha conta.

Pânico me atingiu.

"Kane"! Eu gritei enquanto olhava ao redor da sala, à


espera que alguém fosse saltar e me agarrar.

Ouvi os passos dele enquanto ele andava pelo corredor em


direção à sala de estar, segurando uma caneca branca em sua
mão, com vapor saindo dela. Ele rapidamente colocou a caneca
na nossa mesa de café quando viu minha cara, e correu para
mim.

"O que foi?" ele perguntou, colocando uma mão na minha


barriga enquanto formulava uma pergunta silenciosa.

Eu engoli e balancei minha cabeça. "Nada, é só que... Eu


pensei que estava sozinha por um segundo e... Você sabe, fiquei
com medo."

Kane piscou os olhos. "Você me disse que não tinha mais


medo de ficar sozinha."

Eu olhei para baixo. "Eu menti".

Kane suspirou e se ajoelhou no chão à minha frente. "Vou


matá-lo por colocar medo em você."

Eu apertei meus olhos fechados com mais força quando o


rosto machucado de Big Phil surgiu na minha cabeça.

"Eu sei".

Kane beijou o lado da minha cabeça. "Você quer me


ajudar com minha injeção?"
Ele não precisava mais da minha ajuda agora, mas
apreciei sua tentativa de colocar meu foco nele, tirando-o do
monstro que me perseguia.

Eu ainda sonhava sobre aquela noite, e em meu sonho eu


continuava presa na minha antiga sala de aula – e o rosto
desfigurado de Big Phil estava sempre presente em todos eles.
Isso me atormentava durante horas, quando então eu me
sentava em estado de vigília pensando no 'e se'.

E se eu não tivesse conseguido sair a tempo?

E se eu tivesse inalado mais fumaça?

E se ele ainda estivesse por perto nos vigiando, esperando


o momento certo de atacar outra vez?

Eu não dava voz aos meus pensamentos, mas eles me


incomodavam, e eu sabia que essas mesmas perguntas
assombravam Kane. Ele estava apenas guardando tudo para si
mesmo porque não queria me chatear.

Nós dois sofríamos em silêncio.

Eu sabia que Kane, seus irmãos, meus irmãos, e o tio de


Keela, Brandon, estavam procurando Big Phil, mas nada disso
aliviava minha mente. Ele me pegou uma vez antes, e poderia
fazer de novo se quisesse. Ele era esse tipo de pessoa... se
queria alguma coisa, ele conseguia.

Era só uma questão de tempo.


Acho que Kane sabia disso muito bem, também. Era uma
das razões pelas quais eu nunca estava sem companhia
masculina.

Quando Kane não estava comigo, um dos irmãos dele ou


dos meus estavam. Era uma espécie de segurança 24 horas por
dia, e um impasse para os rapazes que tinham que ficar
comigo. Kane foi tão longe a ponto de modificar o complexo de
apartamentos em que eu vivia, triplicando os detalhes de
segurança.

Embora nada disso fosse totalmente reconfortante.

Minha mente era meu pior inimigo desde que percebeu


que Big Phil tinha me encontrado primeiro, antes de encontrar
os rapazes. Fiquei doente de preocupação.

"Pare de pensar nele."

Olhei nos olhos de Kane quando ele falou, e balancei a


cabeça. "Eu estou tentando, realmente estou. Eu só não posso
evitar."

"Eu vou te proteger." Kane jurou, os olhos dele trancados


nos meus. "Ninguém nunca mais vai machucar você."

Eu sorri levemente. "Meu cavaleiro em tatuagens


brilhantes...."

Kane mexeu as sobrancelhas. "Vou adicionar mais


algumas à minha coleção em breve."

Eu pisquei os olhos. "Onde você está as colocando?"


Ele me mostrou os dois pulsos, então estendeu a mão e
esfregou os meus polegares sobre as pequenas manchas de
tinta na pele.

"Colocarei seu nome no meu pulso esquerdo, e o do nosso


filho no meu pulso direito. Os pulsos são uma parte letal do
nosso corpo, se cortados; qualquer laceração poderia ser
potencialmente fatal. Sem você e o nosso bebê eu estaria morto,
portanto, colocarei ambos num lugar onde eu possa ver, e então
nunca vou perde-los de vista.”

Eu toquei no meu peito enquanto um nó se formava na


minha garganta.

"Isso foi incrivelmente lindo, e estranhamente perturbador


ao mesmo tempo."

Kane sorriu, e meus olhos seguiram a cicatriz grossa que


curvava a boca dele. Considerei ser mais educada e desviar o
olhar, mas não pude fazê-lo. Meu olhar ficou preso na carne
manchada até que meus olhos vidraram. Então vaguei meu
olhar pelo rosto deslumbrante dele, e por seus braços tatuados
onde mais pedaços danificados de tecido eram visíveis.

Eu amava meu homem, mas odiava que seu corpo perfeito


tivesse sido contaminado com tais marcas, que alem de tudo
traziam um monte de lembranças desagradáveis. Ultimamente
eu me encontrei pensando em Big Phil quando me concentrava
nas cicatrizes de Kane por muito tempo. Lembrava-me de tudo
que me disseram sobre ele - e não acho que poderia esquecer,
mesmo que tentasse. O filho da puta doente usou a promessa
de Kane, de proteger Damien de dano, a seu favor.

Marco Miles foi o principal homem que tomou as decisões


no que se referia aos irmãos, mas Big Phil deslizou a trela para
controlar Kane. Ele decidiu sozinho como criar seu reinado, e
foi o único a bater violentamente em Kane quando esse não
fazia como lhe era dito.

Isso geralmente acontecia quando Kane não queria ferir


inocentes. Ele foi amarrado com corda pelos pulsos, e recebeu
chicotada após chicotada pelo corpo todo, quando não era
também esfaqueado com agulhas como castigo pelo desafio.
Phil sempre encontrava grande prazer em torturar em nome da
suposta formação de Kane.

Ele encontrava prazer em magoá-lo.

Em determinado momento, Kane tirou a vida do filho


pervertido de Big Phil, e agora, em troca, ele queria a minha
vida e a do nosso filho que estava por nascer. Eu estava com
pavor das coisas que ele poderia fazer em busca de vingança, e
sabia que, eventualmente, estaríamos todos no meio do conflito.

Só não sabia se acabaria viva no final.

"Baby". A voz de Kane me abalou de meus pensamentos.


"Você está okay?"

Piscando os olhos, eu olhei para os pulsos dele e sorri


levemente.

"Mal posso esperar para vê-los quando você tiver feito."


Kane divertidamente me cutucou. "Vou fazê-las amanhã,
se o Junior se não se apressar e desocupar o local antes disso."

Eu dei uma risadinha. "Ela vai sair quando estiver


pronta."

"Como uma típica mulher, então?" Kane meditou. "Do seu


jeito, ou a opção da saída."

Eu balancei minha cabeça para cima e para baixo. "Você


finalmente entendeu".

"Ainda bem que será um menino, então." Ele sorri quando


se inclinou e beijou minha cabeça. "Eu te amo, boneca".

"Eu também te amo."

Kane sorriu e disse, "Você quer saber algo engraçado?"

"Sempre".

"Há mais de 7 bilhões de pessoas neste planeta, e eu só


posso tolerar onze."

Eu levantei uma sobrancelha. "Quem são essas onze


pessoas?"

Ele levantou as duas mãos e deixou cair um dedo para


cada pessoa que ele nomeou. "Você, Branna, Bronagh, Keela,
Alannah, Alec, Dominic, Ryder, Damien, Tony o entregador de
pizza e Susan que trabalha no metrô na vila."

Eu resisti ao impulso de rir.

"Por que os dois últimos? Não os conheço."


Kane apontou seu dedo para mim. "Tony me traz comida,
e Susan me faz comida. Os deixarei em paz, eles são boas
pessoas."

Eu disse. "Você realmente precisa expandir seu círculo de


pessoas."

"Eu preciso fazer um monte de coisas, mas isso não


significa que eu vou." Ele encolheu os ombros.

Eu sorri. "Por que não houve menção de meu pai ou


irmãos nessa lista?"

Kane mordeu o lábio inferior, em seguida, sorriu


largamente. "Sua família são os meus favoritos, estão acima de
qualquer lista... obviamente."

Eu cantarolava. "Obviamente".

"Tenho agradado a minha senhora com minha resposta?"


ele perguntou em um sotaque britânico horrível.

Eu estava prestes a dizer sim, mas então os olhos dele


caíram para os meus seios, e ele lambeu os lábios.

Divertidamente eu abri meus olhos. "Você é um homem."

Ele se levantou e deu um passo gigante para trás


enquanto seus olhos caíam para sua própria virilha. Então ele
olhou de volta para mim e disse. "Eu estou consciente disso."

"Não, você é assim—"

"Bonito? "Sexy"? O melhor sexo da sua vida?"

Eu estreitei meus olhos. "Irritante'".


"Mas ainda bonito, sexy e o melhor sexo da sua vida?"

Meu lábio se contorceu. "Suponho".

"Posso viver sendo irritante se tenho todo o resto só para


mim."

"Você está realmente me irritando."

Ele sorriu. "Não, estou chateando você?"

"É a mesma coisa."

"Não realmente. São palavras diferentes.”

Eu estava realmente perdendo a paciência.

"Elas têm significados semelhantes embora," afirmei.

Kane dobrou seus braços sobre o peito e disse. "Mas ainda


são diferentes palavras."

E só então foi o suficiente.

"Se aproxime de mim, então eu posso te bater."

"Sim," ele riu. "Isso vai acontecer."

Eu me inclinei para trás e fechei os olhos. "Você me deixa


louca, sabia?"

Uma mão agarrou minha coxa, me fazendo saltar. Eu abri


meus olhos e fiquei surpresa ao ver Kane pairando sobre mim.
O homem podia se mover rápido para alguém tão grande.

"É justo, uma vez que você deixa o meu corpo louco o
tempo todo."
Eu levantei minhas sobrancelhas. "Eu me pergunto se
você ainda vai me querer assim quando estivermos com nossos
oitenta".

"Não há dúvida sobre isso. Eu vou correr atrás de você na


minha cadeira de rodas para conseguir um pouco do seu mel."

Eu desatei a rir e inclinei minha cabeça contra a dele


quando ele rastejou sobre mim e se escondeu entre eu e o
encosto do sofá.

"Quantos bebês você vai me dar?" ele murmurou enquanto


sua mão distraidamente acariciava meu abdômen inchado.

Olhei por cima do ombro para ele. "Quantos você quer?"

"Pelo menos cinco".

Eu mordi meu lábio inferior. “Cinco no total ou cinco


meninos? Podemos ter sempre meninas, e meu corpo não será
capaz de aguentar até que você consiga sua equipe de futebol
de rapazes."

Kane ressoou com riso baixo. "Cinco no total é suficiente.


Venho de cinco irmãos, e você também. Gosto do número
cinco.”

Eu me inclinei para trás e beijei sua testa. "Cinco serão,


então."

"Terão que ser próximos em idade, também," afirmou.


"Tão logo esse nasça, nós teremos que começar a trabalhar no
próximo."
Meu lábio se curvou para cima. "Teremos montes e
montes de sexo então?"

"Sim," ele gorjeou. "Temos que certificar-se de que seu ego


esteja parado."

Eu ri e apertei meu estômago.

Kane deslizou a mão sobre a minha, e deu-lhe um


apertão. "Nós teremos um bebê", ele sussurrou.

"Teremos, de fato", eu respondi.

"Eu não poderia estar mais feliz, Aideen," Kane disse, e


então se sentou. Ele olhou para mim por um longo momento,
antes de levantar e sair da sala.

Eu o vi sair da sala em confusão. Querendo saber o que


ele estava fazendo, sai do sofá e seguiu-o pelo corredor até o
nosso quarto.

"Querido, o que se passa?" Eu pedi na entrada.

Ele estava em frente a sua mesa de cabeceira, procurando


por algo na gaveta.

"Eu queria fazer isso depois que o bebê chegasse, e queria


que fosse perfeito e romântico, mas não posso esperar mais."

Olhei fixamente para ele quando ele deixou cair as mãos


do seu lado. Ele se virou para me enfrentar e então caminhou
até mim, seus olhos presos nos meus.

"O que você quer dizer?" Eu perguntei curiosamente.


Kane pegou minhas mãos delicadamente, respirou fundo
e, em seguida, fez a coisa mais fora do normal do mundo.

Ele ficou de joelhos.

"Aideen—"

"Omeudeus" Eu ofeguei, retirando minhas mãos das dele


para que pudesse cobrir meu rosto.

"Eu te amo mais do que nunca pensei que fosse possível


amar uma mulher." Ele sorriu largo, e seus olhos reluziram.
"Você é meu tudo, e tem dado sentido a minha vida apenas por
existir. Eu não posso colocar em palavras o amor que sinto, e
saber que você está carregando meu filho... é surpreendente.
Eu te amo tanto, e espero que você me dê à honra de se tornar
minha esposa."

"Omeudeus."

Com uma bochecha curvada pelo sorriso, Kane disse as


palavras que eu sempre sonhei ouvir - e que todas as garotas
em seu juízo perfeito queriam ouvir também. "Você quer casar
comigo, boneca?"

"Kane", eu sussurrei.

Kane levantou a mão direita e revelou um anel de


diamante solitário e grande, com minis diamantes envoltos na
aliança. Sem palavras, ele levantou minha mão esquerda, e eu
puder ver através dos olhos borrados quando ele deslizou o anel
no meu dedo anelar, selando-o no lugar com um beijo que
gritava ‘para sempre’.
"Sim", eu disse quando finalmente pude encontrar minha
voz. "Sim, eu vou casar com você. Sim. Sim. Um milhão de
vezes sim!"

Kane ficou em pé, pegou minhas mãos e me puxou contra


seu peito. Ele bateu os lábios nos meus, e depois beijou meu
rosto quando eu comecei a chorar.

Lágrimas fluíram rapidamente dos meus olhos, e soluços


começaram quando eu não consegui mais me controlar.

"Não posso acreditar nisto," eu chorei.

Kane me beijou mais uma vez. "Fiquei apavorado em


propor, com medo que você dissesse não. Eu sei que você me
ama, mas foda-se, isso foi a coisa mais assustadora que eu já
fiz. A incerteza levou anos da minha vida."

Pisquei os olhos com o choque. "Quando? Como?”

"Comprei o anel há semanas, logo depois que você foi...


machucada. Pedi, então, permissão para seu pai e irmãos, e
depois deles me darem uma dura por algumas horas, eles me
deram sua aprovação e me chamaram de idiota."

Eu chorei de novo. "Um pedido de permissão?"

"É claro", respondeu o Kane. "Você é preciosa para eles, e


eu não a levaria para longe deles sem o seu aval. Eu também
não teria dois dias antes deles me caçarem e baterem em mim
se eu não pedisse".

Eu tanto ria quanto chorava agora.


Eu joguei meus braços ao redor dele da melhor maneira
que pude, considerando que o meu estômago me impedia de
estar totalmente pressionada contra ele. Seus braços
firmemente enrolaram em volta de mim, e por alguns segundos
apenas estávamos em silêncio, abraçados um ao outro. Kane
quebrou o silêncio quando riu.

"O que é tão engraçado?" Eu perguntei.

Kane se afastou e disse, "Damien ainda esta se


acostumando a me ver com você e saber que você está
realmente tendo meu filho. Saber que estamos noivos vai
explodir sua mente."

Eu sorri quando pensei em minha nova pessoa favorita.

"Ele vai ficar feliz por nós", eu disse com um aceno de


cabeça. "Todos eles vão."

Kane pressionou a testa contra a minha e disse, "Você é


minha para sempre, agora."

Eu sorri mais largo do que nunca. "E não queria que fosse
de nenhuma outra maneira."

Nós dois viramos as cabeças quando uma voz gritou: "O


irmão favorito chegou!"

Eu sorri. "Falando do diabo."

A boca de Kane se curvou quando ele me pegou pela mão


e me levou para fora do nosso quarto, andando pelo corredor
em direção à nossa sala de estar, onde encontramos Damien
Configurando o Xbox de Kane com dois controles wireless.
"Qual jogo você tem?" Kane questionou quando caiu em
nosso sofá.

Damien quase gritou com emoção. "Fifa 16."

Kane aplaudiu com entusiasmo, mas parou quando


encontrou meu olhar. Eu sorri quando ele corou e focou em seu
irmão.

"Hey, Dame." Eu disse.

Damien olhou por cima do ombro para mim e piscou. "Ei


linda."

Kane revirou os olhos, mas não disse nada enquanto eu


sorria para o seu irmão mais novo. Ele aceitou totalmente que
eu estava apaixonada por seu irmão, assim como estava pelo
resto dos irmãos Slater.

"Dame", eu sussurrei.

Ele olhou para mim e sorriu enquanto eu mexia meus


dedos da mão esquerda na direção dele. Ele apertou seus olhos
por alguns segundos, não entendendo o que eu estava fazendo
até que viu o anel. Suas sobrancelhas levantaram e seus lábios
se separaram.

Ele levantou-se e girou em torno para olhar entre Kane e


eu com a boca aberta.

"Cale-se!", gritou ele depois de um longo trecho de


silêncio. Kane desatou a rir, e eu também.

"Vocês! É de verdade?"
Eu balancei minha cabeça para cima e para baixo, meu
sorriso de orelha a orelha. "Estamos noivos. Ele propôs antes de
você entrar. Eu obviamente disse que sim."

O choque de Damien era evidente, mas então, havia


também a sua felicidade por nós.

"Parabéns", ele engasgou antes de se apressar para


envolver seus braços grandes ao meu redor, me apertando
firmemente.

Quando ele me soltou, ele mergulhou na direção de Kane.


Ele amaldiçoou-o quando começou a bater e dar-lhe pontapés
enquanto ambos estavam deitados em uma bagunça no sofá,
rindo loucamente. "Três dos meus irmãos estão envolvidos, sem
contar Dominic que ainda não propôs a Bronagh," Damien
disse quando se levantou.

Eu sorri. "Vai acontecer".

"Eu pensei que já teria acontecido por agora, mas sinto


que ele fará em breve. Ele venera o chão que aquela garota
pisa."

Eu abracei meu anel quando embalei minha mão em meu


peito, e então olhei para Kane. "Assim que as meninas
chegarem aqui, eu vou começar a planejar o nosso casamento."

Kane engoliu. "Eu preciso estar fortemente envolvido?


Quer dizer, você sabe que eu vou fazer qualquer coisa que você
pedir, mas não percebo realmente a importância de flores e
cores e tal. Eu não quero fazer ou dizer a coisa errada."
Olhei para ele novamente e disse. "Querido, você só
precisa aparecer no dia e fazer o que eu faço."

Ele beijou meus dedos. "Posso fazer isso. Será um bom


negócio, boneca!"

Eu sorri e sai da sala para ir ao banheiro, então poderia


tomar um banho. Quando me despi, liguei o chuveiro e esperei
a água aquecer, deixando minha mente a deriva.

Era difícil acreditar que Damien estava em casa há seis


semanas. Mesmo se eu tentasse, não acho que poderia
esquecer o dia em que ele caminhou de volta para a vida de
seus irmãos, mergulhando diretamente no meu coração
também.

Ele fez uma grande entrada.


Há seis semanas...

"Oh, meu Deus," Kane bufou em descrença. "Oh, meu


Deus."

Eu estava lá com ele, e também não podia acreditar no


que estava vendo.

Eu alcancei Kane, mas ao invés de um corpo rígido, meus


dedos agarraram apenas ar rarefeito. Num segundo Kane estava
do lado da minha cama, e no outro estava do outro lado da
sala, abraçando seu irmão mais novo e levantando-o no ar - o
que não era uma tarefa fácil já que Damien era como Nico:
enorme em estatura.

"Prazer em vê-lo também." Damien riu quando Kane o


colocou de volta no chão.

Kane estendeu-o no comprimento do braço, olhou para ele


por mais um longo momento e, em seguida, esmagou-o em
outro abraço.

Damien gemeu e deu um tapa nos lados em Kane. "Não


consigo respirar."
Eu ri, mas então recuei em dor.

Minha garganta dóia tanto.

"Damien!" Kane repetia em voz alta, tocando o rosto do


irmão como se estivesse verificando se ele era real.

"Foda-se, irmãozinho, você está aqui."

Damien sorriu e acenou com a cabeça. "Eu estou aqui".

Kane balançou a cabeça em descrença. "Como você está


aqui? Quer dizer, não estou reclamando, só não entendo o que
está acontecendo agora."

"Dominic me ligou ontem à noite, e me contou o que


aconteceu. Eu peguei o primeiro voo para cá, pousei há cerca
de uma hora e vim direto para cá."

Kane esfregou seu rosto com as mãos. "Os outros não


sabem que você está aqui?"

Damien balançou a cabeça. "Não, eu não disse nada a


Dominic, no caso de não conseguir um voo."

Kane exalou um grande fôlego. “Merda. Ele vai te matar


por não lhe dizer."

Damien gargalhou. "Eu sei".

Sem aviso, Kane abraçou Damien novamente. "Não


acredito que você está realmente aqui. Estou viajando duro com
isso."

Damien deu um tapinha nas costas de Kane, mas não


disse nada, como se eles compartilhassem um momento
especial. Quando eles finalmente se separaram, Kane virou com
um sorriso brilhante no rosto e fez um gesto para mim.

“Está é Aideen, minha senhora," ele se aproximou de mim


e esfregou meu estômago, "e esse é o bebê Slater, sua sobrinha
ou sobrinho."

Damien olhou para o meu estômago. "Ainda não acredito


nisso. É loucura pensar que você vai ser papai".

"Nem me fale."

Damien afastou seus grandes olhos cinzas da minha


barriga, e seu olhar focou no meu rosto. Ele parou ao lado de
Kane, e olhando para mim disse. “Olá, linda. É um privilégio
finalmente conhecê-la pessoalmente."

Ah, o garoto escorria charme.

Que Deus ajudasse a garota por quem ele se interessaria -


a moça não teria a menor chance.

Kane olhou para o irmão e, de repente, levantou a mão e o


acertou na parte de trás da cabeça.

"Droga", Damien ressou com riso enquanto esfregava a


nuca. "Meus reflexos não são o que costumavam ser. Eu sabia
que isso ia acontecer, mas ainda não pude me mover para detê-
lo a tempo."

Kane sorriu com alegria. "Você vai aprender".


Damien abanou a cabeça sorrindo e, em seguida, olhou
para mim. Eu olhava para ele sem piscar, o que ele achou
divertido.

"Eu sei que você está se perguntando por que está com
esse idiota," Ele apontou para Kane, "quando poderia ter tido
tudo isso." Ele fez um gesto para seu corpo enquanto fazia uma
manobra com o quadril.

Eu queria rir, mas o melhor que pude fazer foi grasnar um


som de gorgolejo, o que me causou um estremecimento de dor.

"Dame", Kane olhou com uma carranca para ele. "Não a


faça rir; a garganta dela está muito machucada. Ela inalou
muita fumaça, e engasgou-se tanto com isso que tem vários
cortes, e dói ao tossir."

A cara de Damien caiu. "Eu sinto muito, Aideen. Eu não


sabia."

Eu acenei para Kane e dei um sorriso de boca fechada


para Damien. Eu continuei a silenciosamente estudá-lo. Eu
formulava o que poderia dizer, mas estava tão assustada.
Nunca tinha conhecido gêmeos idênticos na vida real, e à
semelhança entre Damien e Nico era estranha.

"Se seu cabelo fosse castanho," eu sussurrei, e retive um


estrmecimento. "Eu acho que você seria Nico".

"Ainda bem que meu cabelo é loiro," Damien piscou.

E então ele pareceu ainda mais com Nico, o que fez toda a
experiência ficar mais estranha para mim.
Kane riu para mim. "Por que você está olhando para ele
assim?"

Como o quê?

Dei de ombros, sem olhar para longe de Damien. "Estou


tentando encontrar algo mais para diferenciá-lo de Nico... Estou
assustada aqui. Há dois deles." Minha voz era tão baixa; eu vi o
esforço dos irmãos para entender o que eu disse.

Eu sempre soube que eles eram gêmeos, mas ver Damien


pessoalmente realmente mexeu com a minha cabeça - ele
parecia tanto com Nico que era assustador. Também já tinha
ouvido as meninas listarem as diferenças entre eles, mas nem
pela minha vida eu conseguiria identificar uma delas, além da
cor do cabelo.

Damien riu. "Isso é legal. Não estive ao redor de alguém


que achasse estranha a semelhança entre eu e Dominic há
muito tempo."

Kane acariciou as costas de seu irmão. "Você está em casa


agora, e tem tempo de sobra para isso novamente."

Damien assentiu com a cabeça. "É bom estar de volta."

Kane "Parece ainda melhor ter você de volta", disse


alegremente. "Você estará aqui quando meu bebê nascer, mano.
Você não tem ideia de como isso me faz feliz."

Os dentes de Damien brilharam como pérolas quando ele


sorriu. "Eu ainda estou viajando na ideia de você ser pai, e que
eu vou ser tio."
Kane olhou para a minha barriga "Acho que vamos
tropeçar nele até que ele cresça".

"Ela", eu sussurrei distraidamente.

Damien olhou entre Kane e eu. "Algum de vocês sabe o


sexo?"

"Tecnicamente não," Kane disse, "mas eu acho que é um


menino, e Aideen acha que é uma menina."

Damien levantou a mão. "Eu voto num rapaz. Sabemos


como lidar com os homens Slater. Mulheres Slater, por outro
lado? Temos zero de experiência com elas."

"Amém," Kane respirou. "Imagine pequenos irlandeses em


versões de mulheres Slater? Foda-se, é assustador só de
pensar."

Eu sorri diabolicamente quando sussurrei, "Elas vão


parecer e falar como nós, meninas. Não vejo problema."

Kane brincou "Não, porque você é mulher."

Eu ri um pouco, mas rapidamente apertei minha garganta


com a mão boa.

Kane enfiou a mão no meu braço. "Chega de conversa,


okay?"

Assenti com a cabeça para Kane, e então olhei para


Damien... e continuei a olhar para ele.

Ele rachou sob meu olhar depois de um minuto.

"Pare de olhar para mim! Sinto que estou sendo violado!"


Kane riu, em seguida, retomou seu lugar na cabeceira da
minha cama. "Como você sabia que ela estava neste hospital?"

Damien sentou do outro lado da minha cama. "Dominic


mencionou durante seu telefonema ontem à noite."

Kane arranhou a barba em seu queixo. "Eu pensei que


você estava guardando dinheiro para seu bônus de Natal?"

Damien franziu as sobrancelhas. "Minha futura cunhada


está gravemente ferida e você espera que eu fique
tranquilamente a mais de quatro mil quilômetros de distância?
Sem chance."

Eu sorri enquanto Kane ria. "Foi mal, eu devia ter pensado


nisso."

"Sim," Damien concordou. "Você deveria".

Eu assisti os dois conversarem. Provocando um ao outro,


batendo um no outro, abraçando um ao outro... só
aproveitando estar na companhia um do outro.

Foi lindo.

Eu fechei os olhos e comecei a dormir. Mas então, quando


Kane falou em seguida, dormir já estava fora de questão.

"O que você vai fazer sobre Alannah?" Kane de repente


perguntou a Damien.

Despertando totalmente o meu interesse.

Abri meus olhos, mas rapidamente os fechei novamente


quando Damien olhou em minha direção.
"Abaixe a voz, mano."

"Está tudo bem, ela está dormindo", respondeu Kane.

Damien coçou o pescoço e disse baixinho, "Eu vou rezar


para ela não me estripar quando me ver."

Kane respondeu. "Ela não é o Bronagh. Ela não vai te


machucar."

"Você diz isso agora," Damien resmungou, "mas não sabe


o quanto ela me odeia."

"Não", riu Kane. "Estou falando sério, porem. Ela não vai
te machucar. A garota é o oposto polar do resto delas, não faria
mal a uma mosca. Ela sequer levanta a voz... como ela é a
melhor amiga de Bronagh ainda me deixa perplexo. Elas são tão
diferentes."

Os opostos se atraem em amigos.

"Vocês passam muito tempo com ela?" Damien perguntou


a Kane, já que eu ainda estava fingindo dormir.

"Sim, ela é parte da panelinha das garotas. Quando não


está trabalhando ou com os pais ela esta... sai com a gente."
Enquanto ele falava, eu podia ouvir o sorriso na voz do Kane. "A
menina é mortalmente doce. Ela é adorável." O barulho na
garganta de Damien foi audível.

"Estou nervoso pra caramba para vê-la. E se ela explodir


em mim?" ele questionou.
"Ela ficará completamente okay e vai cumprimenta-lo
como um ser humano normal. Essa merda entre vocês
aconteceu há anos atrás, e ela provavelmente já se esqueceu
disso."

Kane estava presente há quatro meses, quando Alannah


saiu da casa enquanto Damien estava em uma chamada de
FaceTime na presença dela? Aquela garota não tinha esquecido
de nada.

"Talvez", murmurou Damien. "Voltar aqui me lembra de


todos os tipos de desordem. Não de uma maneira ruim, então
você pode parar de franzir a testa para mim. Eu só quero dizer
que é tão surreal. Parece que eu nunca fui embora".

"Você vai querer sair depois de uma semana em nossa


casa. Nunca está realmente vazia, e as meninas fazem muito
barulho."

Porco insolente!

"Pior do que apenas o Bronagh e Branna?”, Damien riu.

"Muito pior. Keela e Aideen são como garotas numa


campanha publicitária: gritam ainda mais alto."

Damien riu. "Não posso acreditar que vocês quatro estão


em relacionamentos estáveis. Eu sou o único solteiro. Que
porra é essa? Todos vocês costumavam ter medo da palavra
'namorada'."

Kane disse. "Eu ainda estou com medo; não medo dela,
mas de quanto eu a amo. É aterrorizante para mim saber que
algo poderia acontecer com ela, e que então ela não estaria mais
aqui. Quase a perdi na outra noite, mano. Eu deixaria de existir
se não a tivesse, e não tenho dúvidas de que esse sentimento
vai triplicar quando ela tiver o bebê".

Eu ouvi um som de tamborilar. "Nós vamos protegê-la, e


ao bebê."

"Nós precisamos: eles são minha vida."

"Ela é uma Slater, e nós cuidamos dos nossos."

Eu ouvi o orgulho na voz do Kane quando ele disse, "Sim,


acho que ela é uma Slater."

"Ela é, e as outras três também são. Bronagh, Branna,


Keela e Aideen e são para vocês, e eu posso dizer isso apenas
pela maneira que todos falam sobre elas."

Kane suspirou. "Ryder e Branna estão brigando muito."

Silêncio.

"Dominic mencionou que estava preocupado com eles,"


murmurou Damien.

"É ruim, e eu não acho que eles vão chegar ao final disso
juntos." Ele baixou a voz ainda mais. "Não diga isso a qualquer
uma das meninas - só Deus sabe o que elas poderiam fazer se
soubessem que Ryder e Branna podem terminar de verdade."

Interiormente eu rolei meus olhos.

Não éramos estúpidas: sabíamos que as coisas entre


Ryder e Branna não estavam boas. Éramos apenas mais
otimistas do que os rapazes quanto ao jeito de resolver isso. Eu
tinha fé nos dois. Todo mundo tem seus momentos de altos e
baixos, e este era o baixo Ryder e Branna.

Eu abri meus olhos e me mexi quando ouvi uma voz atrás


da porta do meu quarto. Pareceu-me semelhante a de Damien,
o que significava que só podia ser Nico.

"Isso é Nico", eu disse asperamente.

Kane olhou para mim com olhos surpresos antes de


mudar sua atenção para Damien e menear a cabeça na direção
da porta. Sem falar uma palavra, Damien saltou para seus pés
e foi para a porta, se escondendo atrás dela.

Kane esfregou as mãos e olhou para mim. "Dez euros que


ele chora."

Eu suspirei, mas não aceitei a aposta.

Kane e eu olhamos para a porta quando Nico entrou no


quarto, embolsando seu telefone.

"Ei," ele sorriu para mim quando bateu as mãos com seu
irmão. "Eu pensei que você estaria dormindo."

"Vou dormir mais tarde," eu sussurrei.

Uma sombra se moveu atrás de Nico, e com um sorriso


escondido eu assisti quando Damien rastejou atrás do irmão.

"Está se sentindo melhor?" Nico me perguntou, seus olhos


cheios de preocupação.
"Claro que sim", respondeu Damien. "Ela finalmente viu
meu rosto pessoalmente, e isso faz tudo melhor."

Nico se virou tão rápido que quase tropeçou.

"Damien!", ele rugiu. "Que porra é essa?"

Como um raio, Nico saltou para frente e mergulhou para


Damien, que estava rindo quando abriu os braços. O peito de
Nico colidiu com o Damien, e seus braços se envolveram em
torno de seu irmão gêmeo enquanto seu rosto caia para o
ombro do Damien.

Damien estava sorrindo quando pôs as mãos nas costas


de Nico, mas logo baixou a cabeça para ombro dele e deixou
suas emoções assumirem.

Deixei minhas emoções tomarem conta também; Eu


estava em lágrimas ao vê-los.

"Vocês dois estão fazendo Aideen chorar, idiotas".

Nico e Damien riram quando se separaram e limparam os


olhos discretamente. Mas eles só se separaram por um
segundo, porque rapidamente se abraçaram novamente. Eles
deram outro tapinha nas costas um do outro e se chamaram
com nomes brutos.

"Seu cretino," Nico afirmou, socando Damien no ombro.


"Por que não me disse que estava voltando para casa? Eu não
estava preparado, mano, não estava preparado. Você me fez
chorar!"
Damien riu e limpo ambos os olhos. "Então o que? Você é
legal demais para chorar?"

"Eu não choro!" Nico rosnou, escovando as costas da mão


direita em suas bochechas.

Eu resmunguei. "Você chorou quando Kane estava no


hospital, antes de descobrimos que estava tudo bem.”

Kane se animou. "Ah, doce irmãozinho, você se importa."

"Vai se foder, Kane!" Nico disse, em seguida, bateu os


olhos em mim. "Você não poderia ter segurado isso para si
mesma, poderia, princesa?"

Eu sorri. "Não, marido".

O lábio de Nico arqueou.

"O que ela quis dizer com marido?" Damien questionou,


sua sobrancelha levantada.

"Sim," Kane mexeu suas sobrancelhas desenhadas juntas.


"O que ela quis dizer com marido?"

Nico explicou: "No dia em que você entrou em colapso, eu


tive que fingir para o guarda de segurança na sala de
emergência que Bronagh, Branna, Aideen e Alannah eram todas
minhas esposas. Ele disse que elas precisavam ser da família
para entrar, então eu disse a ele que elas eram casadas comigo.
E ele acreditou em mim, também," ele disse com orgulho.

Kane esperou apenas um segundo antes de explodir em


gargalhadas. Damien e Nico rapidamente o seguiram.
Eu revirei meus olhos.

Irmãos.

"Pior dia de sempre," eu sussurrei.

Queria calá-los.

Kane se inclinou para mim e beijou minha cabeça. "Eu


acho que o pior dia foi ontem à noite, boneca".

Quando eu me machuquei.

Piquei os olhos. "Você acha que ele sabe que eu não


morri?"

Os rostos dos irmãos endureceram. Qualquer menção à


Big Phil ou a sua antiga vida parecia ter esse efeito sobre eles.

"Espere até eu encontrar esse filho da puta," Nico


resmungou sob sua respiração.

"Não aqui," Kane murmurou a seu irmão, e então focou


em mim. "Não pense nele. Ele não merece um segundo do seu
tempo. Pense sobre a nossa pequena. Não vai demorar muito
mais agora até que ela esteja aqui."

Não acho que eu iria facilmente parar de pensar no


homem que quase matou meu filho e um estudante inocente
enquanto tentava me matar.

Pensei então em Caleb, e me senti tão grata a ele. A


maioria dos adolescentes não arriscaria se machucar a fim de
ajudar sua professora, mas Caleb fez. Conheci seus pais no
início do dia e agradeci-lhes profusamente pela coragem do seu
filho. Eu não tive chance de falar com ele ainda porque, assim
como a minha, sua garganta estava muito rasgada de tossir. A
boa notícia era que ele estaria deixando o hospital em breve, o
que me confortou; significava que ele não estava tão ferido
quanto poderia ter ficado.

Eu sorri para Kane e disse, "ela".

Kane sorriu. "Você não vai desistir, vai?"

"Porque ela é uma garota," eu sussurrei.

"Você vai dar ao meu filho um complexo por chamá-lo de


menina o tempo todo."

Eu sorri largamente, e descansei a cabeça contra o meu


travesseiro.

"Onde está Bee?" Damien pediu a Nico quando os três se


sentaram.

Damien sentou-se do lado da minha cama, mas estava


consciente que ele não tocou minha perna ferida.

Você a perceberia mesmo que não tentasse. O molde que


estava nela era azul brilhante, e havia uma rampa de
travesseiros debaixo, para mantê-lo elevado.

Nico apontou o polegar por cima do ombro. "Ela estava me


seguindo. Ela queria estacionar meu carro."

"E você deixou?" Damien engasgou.

Nico riu. "Ensinei ela a dirigir, e ela dirige bem para uma
menina
O 'para uma menina' implicava em que a declaração foi
silenciosa.

Damien declarou alegremente: "Quero assustá-la. Como


faço isso?"

Nico levantou-se e tirou seu casaco de capuz cinza.


"Coloque isso e fique de costas para a porta. Não há mais
lugares, e ela vai se sentar no seu colo, pensando que você sou
eu."

Ah, isso ia ser tão bom.

Damien tinha um sorriso de merda na cara quando


colocou o capuz de Nico na cabeça. Nico moveu-se para a porta
e escondeu-se no mesmo local que Damien tinha estado alguns
minutos antes. Damien então sentou-se no lugar de Nico e
puxou para cima o capuz enquanto Kane arrumava o cobertor
na cama, fazendo parecer que havia menos lugar para sentar do
que realmente tinha.

Esperamos alguns minutos, e quando a porta do meu


quarto abriu, prendemos nossa respiração.

"Ei", Bronagh sussurrou quando entrou no quarto e


fechou a porta atrás dela sem se virar.

"Ela está acordada," Kane sorriu. "Não precisa sussurrar."

"Oh", Bronagh franziu a testa e andou. "Você tem dormido


muito?"

Eu balancei minha cabeça.


"Como está se sentindo?" ela perguntou enquanto seus
olhos procuravam no quarto por um assento. Quando ela viu
que não havia nada, ela fez exatamente o que Nico disse que
faria. Ela tocou o ombro de Damien e se sentou em seu colo. Os
braços de Damien a abraçaram, aconchegando-se contra ela.

"Estou muito melhor", eu sussurrei, sorrindo.

Os olhos de Bronagh se iluminaram. "Estou tão feliz em


ouvir isso. Você está se recuperando."

Eu balancei a cabeça e olhei para ela.

Ela inconscientemente estava descansando contra o peito


de Damien. Mas quando olhou para mim e Kane, franziu os
olhos por nos encontrar encarando. Ela inclinou a cabeça de
volta para falar com quem pensou ser Nico, mas assim que os
olhos dela pousaram no rosto de Damien, instantaneamente
ficaram grandes

"Damien!" ela gritou, envolveu-se em torno dele.

Eu joguei meu braço ferido no ar.

"Como ela pode distingui-los?" Eu disse asperamente,


dobrando meu antebraço queimado contra meu peito. "Eu
quero saber a diferença entre eles, não gosto de não saber."

Kane estava rindo de mim, e o mesmo fazia Nico enquanto


saía de trás da porta. Mas ele perdeu seu sorriso enquanto
caminhava de volta, chutando a perna do irmão quando
Damien escorregou a mão pelas costas de Bronagh.
"Ah, dá um tempo," Damien gemeu. "Eu não toquei nela
em anos!"

"Eu te amo, mas vou quebrar todos os seus dedos se você


não larga-la".

Damien removeu as mãos de Bronagh e as sustentou no


ar. Rindo, ele disse, "É ela quem está sentada no meu colo,
mano."

"Droga, Bronagh," Nico disse - mas tinha um sorriso no


rosto quando falou.

"Não vou deixá-lo," Bronagh chorou. "Ele pode fugir de


novo."

Damien revirou os olhos. "Eu não vou a qualquer lugar,


seu bebezão."

"Falando de bebê", sorriu Kane.

Nico olhou para Kane e sorriu antes de olhar novamente


para Damien. Damien, por sua vez, olhou para o Nico e franziu
a testa. "Que bebê? O de Kane?"

Nico balançou a cabeça.

"Então de quem?"

Nico assentiu com a cabeça para Bronagh, e Damien


mudou sua linha de visão para a bagunça que estava chorando
em seu colo.

Por um segundo Damien apenas olhou para ela, mas, em


seguida, seus olhos se arregalaram.
"Bronagh está grávida?!"

Nico riu alegremente. "Sim, mano."

"Oh, meu Deus!" Damien gritou para o irmão, em estado


de choque. "Dominic, Cale a boca!"

Todo mundo caiu na gargalhada. Eu quase o fiz também,


mas me contive rapidamente antes de continuar. Eu realmente
me controlei para não falar ou fazer barulho.

"Você está realmente grávida?" Damien perguntou a


Bronagh, seu sorriso quase tocando as orelhas.

Bronagh acenou com a cabeça, seus olhos brilhando com


lágrimas. "Estou realmente grávida."

"Parabéns!" Ele sorriu e beijou o rosto dela, e depois a


abraçou firmemente antes de se levantar com Bronagh ainda
em seus braços, apenas para esmaga-la em um abraço com
Nico. Nico riu e abraçou ambos - felicidade irradiava deles.

"Mais alguém está grávida?" ele questionou. "Diga-me


agora, porque meu coração não pode lidar com toda esta
excitação."

Bronagh riu e abraçou Damien firmemente. "Só eu e


Aideen até agora."

"Santo. Foda-se."

Ele socou Nico e disse, "Você não está filmando espaços


em branco, depois de tudo."

"Ha ha ha," Nico disse, mas sorriu como um tolo.


"Por que você não me contou, seu viado?" Damien pediu a
Nico, uma carranca formando-se em sua linda cara.

Nico olhou fixamente para suas mãos. "Ela só me contou


ontem à noite. Fiquei no escuro por algum tempo também,
mano."

Todos nós olhamos para Bronagh quando ela cutucou


entre Nico e Damien e envolveu seus braços em volta de
Damien. "Eu senti tanto a sua falta".

Ele a segurou e beijou o topo de sua cabeça. "Eu também,


querida."

Eu os assisti com um enorme sorriso no rosto, e disse:


"Onde estão os outros? Eu quero vê-los serem surpreendidos,
também. É muito divertido."

Todo mundo riu.

"Vou ligar para eles e dizer-lhes para virem", Kane disse,


tirando seu telefone.

Nico curiosamente perguntou, "O que você dirá a eles?"

"Que há boas notícias, e que eu quero toda a família aqui


antes de contar o que é."

Eu sorri.

Passamos os próximos trinta minutos falando,


compartilhando histórias antigas e novas com Damien até Kane
de repente ficar de pé de um salto. E atirou-se para a porta e
abriu-a rapidamente antes de fechá-la.
"Eles estão vindo", ele correu. "Damien, atrás da porta.
Rápido".

Damien fugiu para a porta e escorregou por trás dela


rapidamente. Pouco depois ela se abriu e Alec entrou no quarto.
Ele estacou quando viu Kane parado ao lado da porta, e apenas
olhou para ele.

"Onde você vai?"

"A lugar nenhum", respondeu Kane. "Eu ouvi vocês


falando, assim resolvi abrir a porta para todos."

"Oh". O rosto de Alec relaxou. “Obrigado, mano. Isso é


uma boa coisa, vindo de você."

Nós suspiramos de alívio quando ele entrou na sala,


seguido por Ryder, Keela e Branna. Eu sorri quando a vi. Ela
levou um tempo fora do trabalho apenas para que pudesse ir e
voltar entre o hospital para ajudar Kane e eu com tudo o que
precisávamos para os próximos dias.

Ela era um amor, mas parecia uma casca de seu antigo eu


quando ela ficou ao lado de Ryder.

"Qual é a notícia?" ela perguntou. "Você disse a Alec que


era uma boa notícia ao telefone."

"É uma boa notícia", Kane começou, um sorriso lento


estendendo-se em seu rosto. "Mas não é algo que eu posso
mostrar ou dizer."

Ryder levantou uma sobrancelha. "Quem pode, então?"


Eu ri quando Damien deslizou à direita da Keela e
apareceu ao lado de Kane, dando tapinhas no ombro dele.

"Vou assumir a partir daqui, mano."

Eu sorri largo quando realização cercou Branna, Ryder,


Keela e Alec. Branna deixou seu telefone e bolsa caírem no chão
quando se atirou para frente.

"Damien!" Ela chorou e pulou em seus braços abertos.

Ele riu quando a apanhou em pleno ar, colocando seus


braços firmemente ao redor dela. "Mamãe urso, senti sua falta."

Branna desatou a chorar enquanto os irmãos, e Keela, e


Damien olhavam para ela com os olhos arregalados. Ryder
pisou para frente e, sem hesitação, agarrou Damien. Isto
resultou num sanduíche de irmãos Slater, com recheio de
Branna.

Momentaneamente me perguntei quão próximo foi o


contato físico de Ryder e Branna desde que seus problemas
começaram. Eu balancei minha cabeça para limpá-la dessa
preocupação enquanto olhava para Alec e Keela. Keela estava
em lágrimas quando abraçou um Alec que estava se segurando
para não chorar.

"Seu bastardo", ele fungou. "Eu vou chorar".

Damien riu e estendeu o pescoço para que pudesse ver


Ryder e Branna. "Dominic chorou também, se te faz sentir
melhor."
"Idiota!" Nico irritadamente cuspiu, fazendo Damien rir
mais. "Você disse que não contaria a ninguém."

Alec limpou debaixo de seus olhos. "Isso me faz sentir


melhor, na verdade."

"Minha culpa," Damien riu para Nico.

Nico revirou os olhos, mas sorriu para seu gêmeo. Ele


olhou para Bronagh então, que estava olhando Damien com um
sorriso que dividia suas bochechas.

"Está feliz?" ele murmurou, escorregando a sua mão ao


redor da cintura dela e a puxando mais perto ao seu lado.

As mãos dela foram instantaneamente para seu abdômen


quando a cabeça dela balançou de cima para baixo. Ela olhou
para Dominic enquanto seus olhos jorravam com lágrimas.
"Mais feliz do que já estive. Ele está em casa, e nós vamos ter
um bebê. Um bebê de verdade, Dominic."

Dominic inclinou a cabeça para Bronagh e escovou os


lábios nos dela. "O primeiro de muitos, menina bonita."

"Ah".

Todo mundo olhou para mim, e isso me fez corar. Kane riu
de mim e cutucou-me, se aproximando da minha cama paa
poder subir e sentar-se ao meu lado.

"Eu te amo", eu sussurrei para ele.

Ele me olhou nos olhos e disse, "Eu amo você também."


"O inferno deve congelar por Kane amar" Damien
comentou, fazendo com que todos rissem.

Eu sorri e cutuquei a bochecha de Kane com o meu nariz.

"Quer dizer que você não viu os porcos voando ai fora?"


Eu brinquei.

Damien riu.

"Covinhas"! Eu falei. "Nico tem covinhas e você não...


Espere, não, as suas são... menores. Droga."

Damien focou seu sorriso devastador em minha direção.

"Basta ficar com o cabelo, bonita. É o que todo mundo


faz."

Eu me derreti. "Eu vou encontrar alguma coisa.


Eventualmente. Só terei que olhar muito para você até
conseguir."

"Por mim tudo bem."

"Mas por mim não," Kane rosnou.

"Por favor", Nico riu. "Eu pego ela me encarando o tempo


todo. Fora todos aqueles olhares para a minha virilha e meu
pau."

Kane estava fora da cama e enfrentando Nico no chão em


poucos segundos. Damien roubou o lugar de Kane na minha
cama em seguida, e juntos assistimos Nico e Kane caídos no
meio do meu quarto de hospital.
Ele atou as mãos atrás da cabeça e sorriu. "É tão bom
para caralho estar em casa."

Era bom. Nossa família estava toda crescendo agora.

Com seus irmãos era onde Damien pertencia.

Coloquei minha cabeça em seu ombro e sorri.

Quem teria pensando que eu cairia no amor fraternal com


outro irmão Slater?

Não eu, isso era uma maldita certeza.


"Aideen?"

Eu balancei minha cabeça e puxei meus pensamentos de


volta, colocando minha cabeça para fora do chuveiro quando
ouvi a voz de Kane.

"Estou no chuveiro. Está tudo bem?"

"Sim, eu só queria ver quanto tempo você vai ficar? Eu


queria tomar banho também."

Eu não estava no chuveiro há muito tempo.

"Não sei", respondi. "Estou tentando lavar minhas pernas,


mas é difícil de dobrar."

A porta do banheiro abriu e Kane entrou apenas de cueca.

Foda.

Deixei meus olhos fazerem uma trilha pelo seu corpo, e


mordi meu lábio inferior com à visão.

"Você tem sorte de já estar grávida," ele rosnou, vendo


meus olhos admirá-lo.

Eu bati meus olhos brilhando para ele e sorri. "Você está


se juntando a mim?”
Ele assentiu com a cabeça e entrou no chuveiro. Eu me
virei para pegar minha esponja, mas pulei e a deixei cair
quando senti Kane duro contra mim. Suas mãos fortes
achataram contra minha barriga, e eu me virei para encará-lo
quando ele deslizou atrás de mim.

Peguei a esponja e levantei-me, dando um olhar para


Kane. "Não brinque. Você não me fode mais. E eu quero come-lo
vivo."

Kane sorriu. "É um desafio?"

Fechei os olhos quando a cabeça dele mergulhou em


minha direção, os lábios dele entrando em contato com o meu
pescoço. Eu gemi em resposta, e Kane deu um aperto em meu
traseiro antes de trazer a mão até minha cintura.

"Você é tão quente," ele murmurou contra minha pele.

Eu sorri e abri os olhos. "Está me chamando de quente?"

"Gostosa".

Eu ri e olhei para baixo. "Você pode pegar a minha


esponja? Caiu de novo."

Kane se agachou, agarrou a esponja, beijou minha barriga


e depois levantou-se e se elevou sobre mim.

Eu olhava-o. "Eu amo que você seja mais alto que eu."

"Não dói o pescoço olhar para mim?" ele questionou.

Eu perversamente sorri. "Você geralmente me tem de


costas antes que eu possa sentir qualquer desconforto."
Kane riu quando enfiou sua cabeça sob o jato de água
quente, seu cabelo rapidamente ficando encharcado. Eu
espremi algum sabão líquido na minha esponja e continuei meu
trabalho de me esfregar.

Kane a tirou de mim quando eu tinha acabado; Ele


abaixou-se e esfregou minhas as pernas e costas, terminando a
limpeza da minha pele.

"Abra as pernas para mim," ele pediu com a sua voz


rouca.

Eu fiz como ele pediu conforme ele ensaboava meu corpo.


Eu lambi meus lábios quando suas mãos esfregaram a face
interna das minhas coxas, apenas roçando minha boceta. Eu
baixei as minhas mãos em punhos no seu cabelo quando seus
dedos se aproximaram do meu clitóris e começaram a esfregar
em torno do feixe de nervos sensível.

"Oh".

Eu senti Kane mover seu corpo, mas estava feliz que ele
manteve sua mão entre minhas coxas. Seus dentes de repente
beliscaram meu mamilo, e isso fez com que eu abrisse os olhos
e assobiasse contra ele.

"Sensível".

Ele sorriu timidamente para mim antes de baixar a boca


aos meus seios novamente, esfregando seus lábios suavemente
sobre o pico endurecido. Minha respiração ficou rápida
conforme a sensação de ondulação rapidamente inundou meu
corpo. Senti o braço livre de Kane segurando na minha cintura
conforme ele aumentava o ritmo com os dedos.

"Vamos, querida," ele sussurrou quando soltou a boca do


meu mamilo e mudou-se para meu ouvido.

"Eu — ah."

Ele enfiou a língua na minha orelha e fez meus olhos


girarem quando meu núcleo explodiu. Eu acho que gritei
quando ele beliscou meu clitóris pulsando apenas para
massageá-lo mais uma vez, fazendo meu quadril dar pinotes em
sua mão enquanto eu cavalgava meu orgasmo.

O tempo silenciosamente passou enquanto eu voltava à


terra, e quando abri os olhos encontrei meu namorado
deslumbrante pairando sobre mim com uma expressão
presunçosa no rosto.

"Noventa segundos."

Preguiçosamente eu sorri de volta para ele. "Isso acontece


tão rápido porque eu estou sensível, e você sabe disso. Eu vou
voltar para ao "normal" depois do bebê nascer.”

Seu sorriso presunçoso se aprofundou. "Eu a fiz gozar em


menos de dois minutos na primeira noite que tive você".

Eu ergui minha sobrancelha. "Você contou os segundos


que demorou para eu gozar?"

"É claro".

Eu gargalhei. "Isso é uma coisa de homens?"


Kane deu de ombros. "Provavelmente só uma coisa
minha."

Eu olhei para ele de soslaio por alguns instantes antes de


curvar a cabeça e pressiona-la contra seu peito duro.

Passaram segundos, quando eu de repente estremeci.


Kane sentiu meu arrepio e nos virou, nos colocando
diretamente sob o jato quente do chuveiro.

Eu cantarolei. "Isso é tão bom."

"Você ainda está dolorida?" ele questionou quando


esfregou as mãos sobre os meus ombros.

Balancei a cabeça. "É só por causa de todo o peso que eu


estou carregando na minha barriga com o bebê."

"Que tal uma massagem depois do banho?"

"Parece bom pra mim, papai."

Eu ia falar quando Kane de repente disse, "Você acabou


de fazer xixi?"

Eu amassei minha cara em nojo. "Que nojo. Eu não. Por


que você perguntaria isso?"

"A água ficou um pouco mais quente de repente."

Franzi a testa. "Eu não fiz xixi.”

"Está tudo bem se você fez —"

"Kane". Cortei-o. "Eu não fiz.”


Ele sorriu, me provocando. "Existem dois tipos de pessoas
no mundo: aquelas que fazem xixi no chuveiro e aquelas que
mentem sobre isso."

Eu enrolei minhas mãos em punhos.

"Eu não mijei no chuveiro sangrento."

"Mentirosa".

"KANE"! Eu gritei "Eu fui ao banheiro antes de entrar. Se


eu tivesse mijado na porra do chuveiro, eu diria isso".

"Uh-huh."

"Eu vou mijar em você se você continuar com isso."

"Isso é uma maneira de marcar seu território"?

Cobri meu rosto com minhas mãos. "Eu odeio você," eu


resmunguei.

"Agora eu definitivamente sei que você está mentindo."

Eu baixei minhas mãos e olhei para ele. "Eu te odeio".

Ele sorriu. "Então eu amo o jeito que você me odeia."

Meu lábio se curvou e ele viu.

"Ah-ha! Fiz você sorrir, você não pode mais estar me


odiando."

Eu resmunguei, "Quantos anos você tem? Quinze? Um


sorriso não o exime - eu posso ficar muito chateada por
semanas, até mesmo anos."

Kane piscou. "Mesmo contra o pai do seu filho?"


"Especialmente contra o pai do meu filho."

O olhar de horror de Kane me fez rir. Ele me puxou para


perto e beijou a coroa da minha cabeça, me ajudando a
terminar de lavar os lugares que eu não alcançava. Ele lavou e
passou condicionador no meu cabelo também, simplesmente
porque ele gostava de fazê-lo por mim.

Eu fiz a minha parte e esfreguei as costas dele, de vez em


quando parando e beijando uma de suas muitas cicatrizes – o
que o fez sorrir enquanto me observava através do reflexo do
vidro. Ele continuou esfregando o vapor para longe, para que
pudesse ver o que eu estava fazendo, e me deu calafrios saber
que ele não podia tirar os olhos de mim.

Ambos ficamos sob o jato de água, só tocando e beijando


um ao outro até a água começar a ficar fria. Então saímos, e
Kane me enrolou em uma toalha branca enorme, na qual eu me
aconcheguei. Eu vi como ele enrolou uma toalha menor em sua
cintura.

"Eu estou sempre congelando quando saio do chuveiro,


por isso me aconchego nas toalhas assim. Você não sente frio,
já que não tem nada cobrindo a parte superior do seu corpo?"

Kane riu da minha pergunta. "Às vezes eu faço, às vezes


não. Não interessa, porem, porque ele só leva alguns minutos
para me secar e vestir alguma coisa."
Eu expirei. "Eu não sou como você em tudo. Sento-me na
minha cama, envolvida em minha toalha antes de ter impulso e
vontade para conseguir me vestir."

"Isso é coisa de mulher?" Kane esmiuçou, repetindo as


minhas palavras anteriores.

Eu fiz o mesmo. "Provavelmente só uma coisa minha."

"Duvido", brincou Kane. "Eu posso imaginar Bronagh


fazendo a mesma coisa que você - mas ela é muito mais
preguiçosa."

Eu tomei sem ofensa ser chamado de preguiçosa, porque


era verdade.

Eu dei uma risadinha. "Não a deixe ouvir você dizer isso.


Ela tem andado tão bem depois do programa de gestão de raiva,
mas você sabe que a raiva é uma coisa que ela tem que lidar na
vida. Para que não a seja causa de uma recaída."

Kane segurou ambas as mãos no ar. "Dominic pode fazer


isso tudo por conta própria, sem a minha ajuda."

Esfreguei a água do meu nariz na minha toalha e, em


seguida, assisti Kane secar seu corpo delicioso antes de
escorregar em um par de boxers. Eu franzi a testa quando
meus olhos pousaram em sua coxa esquerda.

"Mude para a perna direita quando estiver injetando


insulina por um tempo," Eu resmunguei. "Sua perna esquerda
está toda machucada."
Kane olhou para sua perna e depois para mim. "Ei, não
fique triste, são só alguns hematomas. Nem posso senti-los."

Mas eu podia vê-los.

"Eu odeio que você tem que se injetar insulina todos os


dias pelo resto de sua vida, e equilibrar a sua dieta, caso
contrário coisas más acontecem."

Não pense em coisas ruins.

"É um pequeno preço a pagar, boneca. Você sabe que é."

Eu sabia, mas ainda assim não gostava.

"Você está indo bem, não está?" Eu perguntei com olhos


esperançosos.

Ele assentiu. "Incrível, querida."

"Promete?"

"Eu prometo".

Isso me relaxou.

A última coisa que eu precisava era Kane doente por


causa da diabetes novamente. A última vez que isso aconteceu,
Porra, foi uma merda. Também assustou-me - e a todos os
outros - até a morte.

"Vista-se".

Eu pisquei ao repentino pedido. "Por quê?"

"Meus irmãos estão aqui. O resto deles, quero dizer."


"Kane", reclamei. "Você poderia ter me dito. Isto é tão
embaraçoso. Eu podia lidar com Damien porque ele mantem
esse volume de jogo realmente alto, mas não teria deixado você
no chuveiro comigo se soubesse que todos eles estavam aqui."

Kane tirou sarro de mim. "Como se você pudesse ter me


parado."

"Bom ponto," Eu resmunguei.

Kane olhou para mim... então eu suspirei e acenei.

"Vá para fora para eles, eu posso me vestir sozinha. Não


estou inválida."

Kane não discutiu comigo. Ele beijou minha cabeça e saiu


correndo do quarto, fechando a porta atrás dele quando saiu.
Sem dúvida ele queria voltar a jogar esse jogo de futebol
estúpido.

Eu levei meu tempo até secar meu cabelo e corpo, antes


de vestir leggings, um top e um dos casacos de Kane.
Escorreguei meus pés em meus chinelos e amarrei meu cabelo
em um coque antes de sair do quarto.

Ouvi Kane e seus irmãos falando, então naturalmente


permaneci quieta, ouvindo o que diziam.

Eu cheguei mais perto da sala de estar, parando ao lado


da porta aberta e ouvindo.

"Como pode estar com medo dela? Ela é pequena, com


uma barriga de grávida". Nico riu.
Kane abaixou a voz. "Eu não tenho medo dela. Estou com
medo dos hormônios."

Nico correspondeu a voz de Kane, em volume. "Por que


você está falando sobre eles como se fossem um ser separado?"

"Eles são um ser separado," afirmou Kane. "Eles são o mal


puro, porra. Entende-me? Mal."

Damien riu. "Hormônios não vão embora, sabe? As


mulheres sempre são hormonais, só triplica durante a
gravidez."

"Exatamente. Eu só tenho que sobreviver as próximas


semanas, então as coisas vão voltar a ser como normalmente
eram."

Ryder gargalhou. "Você quer dizer quando Aideen cuspia


palavrões sempre que o via?"

"Ahhh", suspirou de Kane. "Os bons tempos".

Eu cobri minha boca para que eles não me ouvissem dar


uma risadinha. Com um sorriso, eu andei para trás alguns
passos e que fiz um pequeno barulho ao pisar, o que fez a sala
ficar em silêncio. Eu limpei o sorriso da minha cara enquanto
caminhava para a sala, levantando as sobrancelhas quando
encontrei todos os olhos em mim.

"Está tudo bem?"

Eles assentiram com a cabeça, mas não responderam à


minha pergunta.
"Tem certeza?"

Novamente eles apenas acenaram com a cabeça.

Eu os olhei e disse: "Okaaaay."

Eu caminhei até o sofá e fui até o espaço livre ao lado de


Alec. Ele distraidamente pôs o braço ao redor dos meus
ombros, e então me aninhei em seu lado e observei como os
outros jogaram o jogo de futebol e conversavam entre si.

"Alec", eu murmurei.

Ele olhou para mim. "Hmm"?

"Você ainda acha que Matt Bomer é quente?"

Ele bufou. "Sim, por que?"

Dei de ombros. "Pensei que Keela pudesse bloquear todos


os titulares de pau bonito do mundo".

Alec explodiu em gargalhadas e até mesmo Kane — que


estava perto de nós — riu.

"Eu não sou cego, querida, apenas muito apaixonado para


perceber quaquer outra pessoa."

Meu coração derreteu.

"Você é estritamente um adorador do sexo feminino


agora?"

"Eu sou estritamente um adorador de Keela agora."

Eu sorri. "Quando soube que era bisexual?"

"Sempre soube".
"Sério?"

Ele assentiu.

"Eu nunca fui hetero, e também nunca fui gay - sempre


fui bi-sexual. Aconteceu de eu dormir mais com homens do que
com mulheres. Quer dizer, não é como se eu ligasse um
interruptor e decidisse que ia ter um pau nas próximas seis
horas, e que depois era hora de ter uma buceta. Eu gosto de
quem eu gosto, independentemente do sexo."

Os irmãos do Alec riam, mas eu também estava no meio


da conversa para rir.

"E agora?" Eu questionei.

"E agora eu não vejo ninguém alem de Keela. Nenhum


homem, nenhuma mulher, só ela."

Eu sorri. "Isso é tão doce."

Kane disse. "Alec não é doce."

"Lamento discordar", atirei de volta. "Ele é muito doce."

Alec bateu seu punho fechado contra o peito. "Não me


odeie, mano, mas eu gosto que a sua garota pense que eu sou...
doce."

Kane tentou se levantar para bater em Alec, mas eu


segurei Kane no lugar com minhas pernas e me esparramei
sobre aquele ser humano doce quando parei a luta iminente.

"Deixe-o!" Eu gritei.

"Ele está se referindo a algo sexual!"


Eu rolei meus olhos. "Como você sabe isso?"

"Porque ele é meu irmão e eu o conheço".

Eu inclinei a cabeça para trás e olhei para Alec. "Está


tentando irritá-lo?"

Alec deu de ombros, um sorriso tocando seus lábios.


"Estou aborrecido, provocar-lhe me diverte."

Irmãos.

"Não lutem", eu gemi, e desisti de empurrar o corpo do


Kane. "Estou muito grávida para tentar pará-lo."

Kane enfiou a mão na minha coxa. "Por que não vai para a
cama?"

"Porque se eu dormir agora, estarei acordada a noite


toda."

Nico zombou do outro lado da sala. "Comece o trabalho de


parto e coloque o pirralho para fora então."

Eu ri, "não posso apressar o trabalho de parto. Vai


acontecer quando for a hora. Eu tenho duas semanas ainda, de
qualquer forma, e é muito comum estar em atraso...".

"Oh, meu Deus," Alec engasgou, colocando uma mão


dramaticamente sobre o peito. "Nós não podemos esperar por
muito tempo. Oito meses e meio é tempo suficiente!"

Diga-me sobre isso.

"O que ajuda a induzir trabalho de parto?" Nico perguntou


curiosamente.
Dei de ombros. "Longas caminhadas, comida picante, chás
de ervas, sexo..."

"Faça isso!" Alec me cortou.

Suspirei. "Eu gostaria, mas Kane não quer transar


comigo."

"O quê"? Alec e Nico gritaram em uníssono, em seguida,


olharam para o seu irmão com uma mistura de choque e nojo.

Ryder e Damien olharam para ele com olhos descrentes


também.

"Não me julguem, idiotas," Kane apontou o dedo indicador


para eles. "Você não tenta ter sexo com sua namorada quando
ela está perto de dar a luz uma criança. Estou muito apavorado
que vou bater a cabeça do bebê ou algo... ele esta tão baixo. Ele
agora tem uma preensão segura de onde está em sua boceta.
Esta literalmente fora dos limites. Eu só... Não posso tocá-la
assim. É a mãe do meu filho!"

Eu rolei meus olhos depois de ouvir esta desculpa um


bilhão de vezes ao longo da última semana e meia.

"É estranho que eu estou imaginando como a boceta de


Aideen parece agora?" Nico murmurou em voz alta.

Engoli em seco. "Sim, seu pervertido!"

"Não me culpe," Nico afirmou, olhando para Kane, "ele


trouxe sua boceta para a conversa."
A palavra boceta estava começando a parecer estranha
para mim.

Segurei as mãos no ar. "Vamos parar de falar sobre a


minha, vagina, okay? Brilhante".

Um véu de silêncio caiu sobre a sala, até Alec abrir a boca.

"Eu vou fazer isso, se Kane não fizer."

"Mano-".

Eu olhei para Alec com uma sobrancelha levantada. "Você


está se oferecendo para fazer sexo comigo?"

"Sim," Alec respondeu sem hesitação. "Quero conhecer o


meu sobrinho... E estou disposto a fazer tudo para ajudar."

Era estranho que minha primeira reação fosse defender o


sexo do meu filho como fêmea em vez de rejeitar o irmão do
meu namorado que apenas tinha se oferecido para me foder?

"Cinco segundos."

Num piscar de olhos a voz de Kane chamou a minha


atenção. Seu corpo já não estava sob minhas pernas. Olhei
para cima e encontrei Kane, que agora estava em cima de Alec
como um animal pronto para atacar.

Alec inclinou-se tão longe pelo sofá quanto podia. "Mano,


estou tentando ajudar-"

"Três segundos".

"Ora, isto é um gesto doce para você-"

"Um segundo".
Alec se levantou e saiu do meu apartamento gritando,
"pelo menos pense nisso," enquanto corria.

"Eu nunca o vi se mover tão rápido em toda minha vida."


Nico riu. "É como se ele tivesse tido um vislumbre do elenco de
Magic Mike e fosse atrás deles."

Eu desatei a rir, e ri tanto que pensei que saiu um pouco


de xixi.

"Eu. Amo. Seus. Irmãos."

Kane olhou da porta da sala de estar para um Nico


risonho, e para Damien e Ryder, e resmungou, "eu odeio os
bastardos".
"Cale-se!" Vozes femininas gritaram umas sobre as outras.

Eu cobri meus ouvidos e ri.

Minha mão esquerda foi arrancada da minha orelha


quando Bonagh a puxou até o rosto e inspecionou meu anel
assassino de noivado.

"É lindo", ela jorrou.

Keela e Branna chegaram mais perto e falavam sobre o


anel, também.

"Quando ele pediu?" Keela gritou. "E como?"

Eu tinha um enorme sorriso na cara quando contei a elas


como Kane propôs, e o que ele disse e fez enquanto estava
propondo. Cada uma das meninas apertou seu peito e suspirou
sonhadora.

"Eu amo o seu noivo," Keela deu uma risadinha,


sublinhando a palavra.

Eu ri. "Sim, ele é tudo."


"Vai ser um noivado para sempre, como o meu, ou um
rápido?" Branna pediu. Seus olhos estavam em mim, mas sua
mente estava claramente em outro lugar.

Eu hesitei e disse, "antes que seja tarde, acho. Ele quer


que eu engravide de novo logo após esse bebê nascer, assim
todos os nossos filhos estarão próximos em idade. E não quero
mais ser uma baleia no meu vestido tão cedo."

A mandíbula da Keela caiu. "O que? Quantos filhos ele


quer?"

"Cinco", eu respondi.

Bonagh engasgou. "Dominic quer cinco, também."

Olhei entre as meninas num piscar de olhos. "Todos


querem cinco?"

Keela levantou o dedo e arrancou o telefone do bolso,


aproveitando a tela para colocar o telefone no alto-falante e
segurando a face para cima na palma da mão enquanto a
campainha soava.

"Gatinha", a voz do Alec ronronou pelo alto-falante apenas


alguns segundos mais tarde.

Keela sorriu. "Eu tenho uma pergunta para você."

"Diga".

"Quando eventualmente tivermos filhos, quantos você


quer?"

"Cinco", Alec instantaneamente respondeu.


Olhei para o telefone.

"Por que cinco"? Keela pediu.

"Porque eu venho de cinco... é uma coisa que sempre


gostei de mim e meus irmãos. Se fôssemos ter crianças, todos
gostaríamos de ter cinco."

"Tudo bem, obrigado, querido. Falo com você depois."

Keela desligou antes que Alec pudesse dizer outra palavra.

"Foda! Cinco crianças cada um."

"Isso são vinte crianças Slater, se todas nós alcançarmos a


cota", ponderou Branna. "Vinte e cinco quando Damien
eventualmente se instalar."

Eu soltei um grande suspiro. "Nossas pobres bundas da


porra."

Estão desatei num ataque de riso.

"Então, ouvi Alec resmungando sobre Kane expulsá-lo


mais cedo," Keela disse-me com uma sobrancelha levantada
quando nosso riso diminuiu. "Você sabe do que se trata?"

Eu ri. "Sim, sim".

"Diga", Bronagh falou enquanto comia uma barra de


chocolate, inclinando-se sobre o contador na cozinha de
Damien, Branna e Ryder. Eu vim com Kane, então ele poderia
treinar com Nico e levantar pesos com Alec.
Bronagh e Keela vieram junto com eles, então nós
estávamos tendo uma conversa feminina enquanto eles
trabalhavam.

"Mias cedo, no meu apartamento, Nico estava


perguntando o que me ajudaria a apressar o trabalho de parto.
Naturalmente eu listei as coisas que supostamente ajudam,
mas os rapazes se concentraram em uma em particular."

"Sexo", Bronagh e Keela disseram em uníssono.

"Exato" eu ri. "Bem, eu disse aos rapazes que Kane está


com medo de transar comigo enquanto estou tão grávida, e Alec
se ofereceu para levar uma pela equipe."

Keela arrebentou em gargalhadas.

"Não!"

"Ele fez".

Bronagh abanou o rosto. "Então, o que exatamente ele


fez?"

"Alec se ofereceu para fazer sexo comigo, para me ajudar a


entrar em trabalho de parto."

Keela bufou. "Eu vou ter sexo com você se isso ajuda-la a
entrar em trabalho de parto."

"Eu também, e vou estar feliz em fazer isso," Bronagh


gorjeou.

"Você será feliz em fazer o que?"


Nós olhamos para a porta quando Nico e Kane entraram
na cozinha. Bronagh sorriu, conscientemente flertando com o
namorado.

"Keela e Bronagh estão se oferecendo fazer sexo com


Aideen, para ajudá-la no trabalho de parto."

Ouvi um grito agudo vindo do corredor.

"Aceito!"

Olhei com olhos arregalados quando Alec derrapou na


cozinha, se encaminhando para seus irmãos como se eles
fossem pinos e ele uma bola de boliche.

"Aceite a proposta, Aideen” ele declarou quando tentou


ficar em pé. "Sonho com uma merda assim há anos!"

"Eu vou chutar a sua bunda quando me levantar!" Nico


rosnou do chão.

Alec virou e o chutou no estômago. "Cale-se e deixe que


elas pensem sobre isso! Isto é importante."

Eu ri de Alec, e olhei para as meninas, que estavam


balançando a cabeça. Então decidi brincar com ele e seus
irmãos, simplesmente porque poderia usar o entretenimento.

"Tudo bem, vai buscar os vibradores."

"Oh, meu Deus." Alec colocou suas mãos em ambos os


lados do rosto. "Este é o melhor dia da minha vida."

Keela mordeu o lábio inferior. "O que quer que eu faça


com eles?"
Seus olhos brilharam. "Finalmente está acontecendo".

Bronagh cobriu a boca com a mão quando não conseguiu


controlar o riso que saiu dela. A atenção de Alec zoneava nela e
na boca dela.

"Você... você está brincando... não está?" ele sussurrou,


lágrimas legítimas caindo de seus olhos.

E então Keela riu também.

"Isso foi cruel, Aideen," Alec sussurrou, e limpou as


lágrimas que manchavam suas bochechas. "Então, porra, cruel
demais. Não falem comigo novamente. Não gosto mais de
nenhuma de vocês."

Ele saiu da cozinha com Keela rindo enquanto corria atrás


dele. Eu olhei para Kane e Nico quando eles grunhiram, e os
encontrei olhando para mim.

"O quê"? Eu perguntei.

Nico piscou os olhos. "Você não deveria mentir desse jeito,


não sobre sexo a três. É doloroso".

"Só é doloroso porque este é um trio que não está se


tornando realidade, e isso está matando a todos vocês."

Kane entrou na conversa "Não diminui a dor de você


mentir sobre isso. Você deu esperanças vãs ao pobre Alec."

"Apenas para Alec?" Eu sorri.

Kane olhou para mim. "Para eu e Dominic também".

"Isso mesmo" Nico rosnou.


Eu ri. "Vocês são muito fáceis de enganar.”

"Você fez Alec chorar."

Eu na verdade me sentia culpada por isso.

"Alec chorou ontem quando descobriu que KFC foi


atualizado no menu," Bronagh o cortou , "chorar não é grande
coisa, confie em mim".

Esse conhecimento instantaneamente me fez sentir


melhor.

"Ele é perfeito demais, eu o amo." Eu sorri alegremente.

Bronagh assentiu com a cabeça em acordo. "Eu também."

"Ei," Kane rosnou.

Eu rolei meus olhos. "Eu te amo, também, obviamente."

Kane foi apaziguado com isso.

"Bronagh", Nico resmungou.

Ela olhou para ele e disse, "O quê"?

Seus lábios se diluíram numa linha. "Diga que me ama


também."

Ela sorriu largamente. "Eu também te amo, Dominic."

Nico então sorriu e balançou a cabeça contente. Para


homens grandes com aparência e personalidades para morrer,
eles precisavam de garantias constantes de que nós, meninas,
os amavámos.
Ou isso ou eles só gostavam de ouvir-nos dizê-lo tão
frequentemente.

Eu bocejei quando saí do banheiro. Eu estava prestes a


virar e ir para meu quarto, então poderia voltar para a cama,
quando ouvi uma voz familiar na cozinha. Eu franzi a testa
quando virei, caminhando para o final do corredor e entrando
na cozinha.

"Ei, Ryder," Eu disse quando o vi sentado em frente a


Kane na nossa mesa de cozinha.

Kane levantou suas sobrancelhas. "Eu pensei que você já


estava na cama."

"Eu estava, mas acordei para ir ao banheiro e ouvi a voz


dele, e pensei que alguma coisa poderia estar errada. Já passa
da meia-noite."

Ryder coçou o pescoço. "Desculpe por passar tão tarde."

"Está tudo bem?" Eu perguntei, preocupada.

Ele assentiu. "Sim, só preciso falar com Kane."

Eu sabia que era a minha deixa para oferecer-lhes uma


boa noite, mas então olhei para Kane e vi que ele estava
totalmente vestido quando há apenas algumas horas ele estava
com o peito nu e em um par de shorts.
"Por que você está vestido?" Eu perguntei, franzindo a
testa.

Kane olhou para baixo em si mesmo, em seguida para


mim, e então disse, "só ia sair com Ryder para um lanche.”

"E me deixar sozinha?" Eu perguntei, meus olhos bem


abertos pelo pânico.

Ele não faria isso - não com Big Phil lá fora.

"Não," Kane imediatamente respondeu. "Eu ia acordá-la e


deixá-la no Alec, para você poder dormir lá com ele e Keela."

Num piscar de olhos eu disse. "O que seria tão importante


que faria você incomodá-los comigo tão tarde?"

Silêncio.

Franzi a testa. "Kane, aonde você vai?"

Kane hesitou, olhando para Ryder, que evitou seu olhar.

Eles estavam tramando algo.

"Você vai ficar aqui comigo," afirmei a Kane.

Ryder suspirou e olhou para Kane. "Fique com ela, eu


tenho isto."

"Tem certeza?" Kane questionou.

Ryder assentiu com a cabeça e levantou-se, piscando para


mim antes de sair do apartamento. Eu olhei para Kane e cruzei
meus braços no peito.

"Que diabos foi isso?"


Kane coçou o pescoço. "O que foi o que?"

"Não me trate como idiota. Aonde você ia com Ryder?"

Ele desviou o olhar. "Não preciso te contar tudo, Aideen."

"Espere um segundo sangrento", eu rebati, e agarrei seu


casaco para impedi-lo de andar para longe de mim. "Você tem
que me dizer, porque eu sei que ele está envolvido com drogas e
Deus sabe o que mais".

"O que Ryder faz é problema dele—"

"Mas eu estou com você!" Cortei-o. "O que você faz é meu
negócios, se está associado a essa merda."

Kane rangeu a mandíbula. "Você não confia em mim?"

"Nisto?" Eu questionei. "Não, eu não posso. Não quero que


você vá com Ryder."

Kane riu sem humor. "Ele é meu irmão."

"Não me importo se ele é o próprio Jesus Cristo," rugi. "Ele


está aprontando alguma, e eu não quero você envolvido com
tudo que ele tem nas mãos."

"O que você quer que eu faça?" Kane exigiu. "Virar as


costas para o meu irmão? A resposta é, inferno, não. Ser leal é
uma parte de quem eu sou; eu nunca vou virar as costas para
os meus. Você sabe disso."

Eu balancei minha cabeça em descrença. "Não estou


pedindo que dê as costas a Ryder, só as merdas em que ele está
envolvido."
"Porque você está tão certa de que ele está tramando
algo?"

Isso foi uma pergunta capciosa.

"Porque você está agindo de forma diferente. Há alguns


meses atrás, antes de me mudar pra cá, eu estava em sua velha
cozinha às seis da manhã, e ele e Nico estavam indo para algum
lugar, para que ele pudesse fazer alguns 'negócios'. Ele não tem
um emprego, então eu sei que está ele fazendo seu dinheiro de
algum lugar," disse com raiva. "Ele não me deixará descobrir o
que era, mas no fundo eu sabia que era algo complicado. Eu
tinha muito para me importar no momento, no entanto. Ah, e
para não mencionar a vez em que eu quase cheirei cocaína
porque encostei minha mão no casaco dele, naquela mesma
cozinha. Explique isso."

Kane beliscou a ponte de seu nariz. "Eu não estou


conversando com você sobre o negócio de Ryder, então
esquece."

Eu pisquei com a demissão.

"Eu te avisei que não ficaria com você se você não fosse
honesto comigo sobre coisas assim. Eu não estava brincando
quando disse que já teria ido embora se você voltasse para
aquela vida."

Os olhos do Kane estreitaram para mim. "Não me ameace,


Aideen. Você é minha."
"E eu vou ser sua para sempre, mas isso não significa que
eu vou ficar com você enquanto você faz Deus sabe o que com
seu irmão obscuro. Eu amo o Ryder, mas ele é um babaca!"

Os olhos de Kane se contorceram, e então eu me virei e


afastei-me dele, conhecendo bem o ponto em que ele passava do
ponto da razão. Entrei no nosso quarto e disse por cima do meu
ombro, "Aproveite o sofá."

Eu alcancei a porta e me virei para fechá-la, mas Kane


pulou entrando no quarto e bloqueando o caminho.

"Você não está me expulsando da nossa cama."

"Não quero estar perto de você agora, então, sim, eu


estou."

Ele não se moveu.

"Não me faça escolher. Não posso escolher entre você e


Ryder. Eu te amo tanto."

Eu coloquei minha mão sobre meu rosto em desespero por


um momento, antes de descartá-la de volta ao meu lado. "Eu
não estou, porra, pedindo para você escolher. Não quero você
ajudando Ryder com o que for que ele esteja fazendo. É isso".

"Ele precisa da minha ajuda."

Eu estava furiosa.

"Diga-me o que você está fazendo com ele."

Kane hesitou, em seguida, suspirou e disse, "Eu não


posso. Cabe a ele, se ele quiser, dizer às pessoas ou não."
Eu levantei minha mão.

"Última chance. Me diga onde você estava indo com


Ryder."

Kane estava dividido entre sua lealdade comigo e sua


lealdade para o irmão.

"Não posso, querida. Por favor, confie em mim quando


digo que não é algo obscuro. Estou apenas tentando ajudá-lo."

Apertei meus dentes com raiva. "Eu sei que ele está
envolvido com as coisas do seu passado, e agora você também
está. Você me prometeu que tudo ficaria para trás."

"É—"

"Não é!" Eu gritei. "Ele está lá fora, e em vez de tentar


encontrá-lo, você está brincando de gangster com Ryder".

"O quê?" ele perguntou, seus olhos bem abertos com


choque. "Estou colocando tudo o que tenho em encontrar
aquele filho de uma cadela. Só não mencionei a você porque
não quero que esteja ciente do idiota."

Ah.

Ele parecia tão longe de mim. "Você não entende a merda


com Ryder".

"Então me ajude a entender."

"Eu não posso. Ryder me fez prometer não te contar,


porque você diria a Branna."

Era definitivamente algo obscuro.


"Eu sabia que era algo fodido," cuspi.

"Aideen—"

"Me diga."

Ele olhou para mim, mas ficou mudo.

"Saia!" Eu gritei. "Pegue o que é seu e dê o fora daqui. Eu


não posso lidar com isso agora."

"Tudo bem", ele rugiu de volta, e eu me afastei. "Eu vou


pegar o que é meu e sair."

Por um segundo eu não sabia o que estava acontecendo,


mas depois realização me bateu. Esse filho da puta estava
tentando levantar minha bunda grávida.

"Kane!" Eu guinchei quando ele me agarrou com seus


braços por trás de meus joelhos e deslizou os braços na minha
cintura, me levantando. Meus braços instintivamente se
envolveram firmemente em volta do pescoço do Kane.

"O que diabos você acha que está fazendo?" Perguntei,


dando um suspiro.

Ele caminhava em direção a porta do nosso apartamento.


"Você disse para pegar o que é meu e dar o fora daqui. Estou
fazendo exatamente isso."

Eu.

Era disso que se tratava.

Eu era sua.
Por um momento eu olhei para ele e, em seguida, meu
coração se encheu de prazer. Eu seria amaldiçoada se não
amasse ele e seus modos alfa. Olhei para ele, e então comecei a
chorar.

Ele parou de andar.

"Por que você está chorando?"

"Porque eu te amo,” afirmei, dando um tapa nele. "Não


quero te deixar, mas também não quero segredos entre nós."

Kane suspirou. "Eu te amo, também. Por favor, confie em


mim quando digo que não é nada que eu não possa resolver, e
que terá acabado em breve."

Eu engoli. "Você promete que o que quer que seja não vai
tirar você de mim?"

"Aideen querida, eu prometo," ele disse, beijando o lado da


minha cabeça. "Eu não vou a lugar nenhum."

Balancei a cabeça. "Sinto muito por ter brigado".

Eu realmente sentia. Não estava feliz que eu ainda não


soubesse o que ele estava fazendo com Ryder, mas respeitava e
amava Kane demais para não acreditar na palavra dele de que
tudo ficaria okay.

"Você está arrependida porque está verdadeiramente


arrependida ou só porque não quer que eu te carregue para fora
do apartamento porque está frio lá fora?"

Eu sorri levemente. "Ambos".


Kane riu e abaixou a cabeça, então poderia beijar minha
bochecha. Eu suspirei quando brinquei com as pontas do seu
cabelo. "Você não pensaria assim, mas agora estou tão quente
para você."

Kane olhou pra mim e disse, "Sério?"

"Oh, sim." Balancei a cabeça. "Adoro quando você me


reivindica como sua. É tão sexy."

Ele rosnou, e meu clitóris pulsou de repente à vida.

"Adoro quando você faz sons como esse, também."

Kane sorriu e me colocou cuidadosamente para baixo no


chão. Eu deslizei minhas mãos por seus braços e lambi meus
lábios.

"Eu amo como você é grande. Você me faz sentir pequena,


o que é uma coisa notável, já que eu estou enorme agora."

Kane continuou a rir. "O que mais é tão grande sobre mim
que você ama?"

Eu sorri. "Eu vou te dar dois palpites, mas você só vai


precisar de um."

"Você pode ser doce comigo o quanto quiser; Eu não vou


transar com você."

Eu choraminguei. "Mas Kane—"

"Não. Já falamos — ele gritou — sobre isso. Ele está tão


baixo que eu tenho medo de bater na cabeça dele ou algo
assim."
Eu gemi. "Seu pau não é longo o suficiente."

"Muito obrigado."

"Não", eu ri. "Quero dizer..."

"Eu sei o que você dizer, mas ainda não consigo fazer isso.
Ele é nosso bebê, e está tão perto de chegar nesse mundo. Isso
me assusta, saber que ele pode estar vivo enquanto estou
dentro de você. Como... se ele pudesse estar acordado enquanto
eu estou comendo a mãe dele. Isso não é legal para nenhum
dos envolvidos, Aideen."

Eu cruzei minhas pernas quando risos eclodiram fora de


mim, mas já era tarde demais.

"Fiz xixi!" Eu ri. "Isso é culpa sua."

Kane riu alto enquanto me abraçava. "Vamos lá, calcinha


irritada. Vamos para o banheiro."

Ele me levou pela mão, e me matou não saber o que ele


estava fazendo. Eu, porem, decidi colocar minha confiança nele
quando ele me pediu para fazê-lo, porque o amava mais do que
a própria vida.

A coisa de sexo, embora?

Essa merda não estava indo bem em tudo.

Eu ia seduzir Kane... mesmo que isso me matasse.


"Aideen?"

Agora. Não.

"Baby, acorde."

Rosnei. "Por quê?"

Senti uma mão tocar meu traseiro.

"São quase onze horas. Se você dormir mais tempo, não


vai conseguir dormir esta noite."

Eu solucei e enterrei meu rosto no travesseiro. "Mas eu


estou tão cansada."

Eu estava exausta devido aos movimentos do bebê, que


me mantiveram acordada durante a noite. Normalmente eu
conseguia cochilar durante as viradas da bebê na barriga, mas
a noite passada ela estava tão firmemente enfiada sob minhas
costelas que doía ficar deitada. Eu tive que ficar quase sentada
para que realmente pudesse respirar.

"Eu sei que você está, querida, mas você pode tirar uma
soneca mais tarde. Eu prometo."

Hmmm.
Uma soneca soava bem.

"Posso tirar uma soneca agora?", Perguntei, meus olhos se


abrindo para dar uma espiada ao meu redor.

A baixa risada ruidosa de Kane causou um sorriso lento


que se espalhou por todo o meu rosto.

"Você não é uma pessoa da manhã, não é?", ele devaneou.

"Não, não sou. Há uma razão para “manhã e luto” terem o


mesmo som1."

Ele riu mais alto, e então - não tão gentilmente dessa vez -
golpeou meu traseiro novamente.

"Levante esse seu lindo traseiro."

Eu fiquei onde estava.

"Ou o que?"

Kane me deu um olhar de 'não me teste'. "Você não quer


saber 'ou o que'."

Eu sabia que ele faria algo que eu não iria gostar se o


testasse, então dramaticamente suspirei enquanto me
levantava de joelhos e sentava sobre meus calcanhares. Olhei
para Kane e fiz beicinho.

Ele só sorriu para mim enquanto se inclinava sobre a


cama, serpenteava sua mão ao redor do meu pescoço - onde me
segurou com força - e me puxava para frente até que sua boca
cobrisse a minha.
1 Mornin’ and Mournin’, tem sons parecidos no inglês.
Eu gemi em sua boca e levantei minhas mãos para seus
bíceps, apertando-o levemente.

"Bom dia", ele murmurou contra os meus lábios.

Eu chupei seu lábio inferior antes liberá-lo com um pop, e


disse: "Me foda e vai ser realmente um bom dia."

Kane resmungou. "Aideen."

Merda.

"Por favor," eu implorei. "Você sabe como estou sensível.


Eu preciso de algum estímulo e liberação, ou começo a doer."

Kane fez uma careta. "Você sabe que eu posso fazer você
gozar sem te foder, Boneca."

Eu resmunguei. "É ótimo, mas não é o mesmo. Eu sinto


falta de você dentro de mim."

"Você está tentando fazer eu me sentir culpado," Kane


disse, endurecendo sua mandíbula.

Eu continuei a fazer beicinho. "Está funcionando?"

"Não", ele disse através de dentes cerrados.

Olhei para o lado e depois para baixo, e sorri quando vi


sua ereção esticada contra seus jeans. Estendi a mão para
pegá-lo, mas Kane rapidamente agarrou meu pulso, parando
meus movimentos.

"Kane" Eu vociferei, raiva crescendo dentro de mim. "Por


favor, me fode. Faz mais de cinco semanas desde que você
estipulou esta porcaria de 'sem sexo'. Não é mais engraçado.
Devemos usar esse tempo para ter tanto sexo quanto possível,
uma vez que não será possível foder por semanas após eu ter o
bebê!"

Um músculo trabalhou em sua mandíbula enquanto ele


me encarava, o que só me incomodou ainda mais.

"Eu não me sinto confortável fazendo sexo com você


quando você está tão perto de ter o bebê."

Tristeza esmagou minha raiva.

"Você... você acha meu corpo desagradável?" Eu


perguntei, e então olhei para longe quando lágrimas brotaram
em meus olhos. "Você acha que eu estou feia?"

Kane humildemente amaldiçoou antes de baixar minha


mão que ele ainda segurava à frente de sua calça jeans,
esfregando a palma da minha mão sobre seu membro
endurecido. "Será que isso parece como se eu achasse que seu
corpo está desagradável ou feio?"

Eu funguei. "Não."

"Olhe para mim."

Eu olhei.

"Você é a mulher mais bonita em quem eu já coloquei os


olhos, e está tão sexy grávida que meu pau quase não pode
suportar tudo isso. Quando você está inchada com meu bebê,
minha atração por você aumenta. Seu. Corpo. É. Perfeito."

Eu olhei para ele. "Então por que você não me fode?"


Ele corou um pouco. "Eu só não gosto da ideia do meu
pau estar tão perto do nosso bebê. Eu sei que você me disse
que é impossível tocá-lo, mas isso só... me deixa louco. Sinto
muito."

Eu ainda estava chateada, mas também estava tranquila


por ele não me achar desinteressante porque eu estava grávida
e, bem, do tamanho de uma baleia.

"Está tudo bem", eu disse, embora ainda desejasse que


pudéssemos ter relações sexuais.

Eu não queria apenas o orgasmo que o sexo trazia; eu


adorava a intimidade e a proximidade de estar tão perto de
Kane. Isso é do que eu estava começando a sentir tanta falta.

"Você está brava?"

Brava? Não.

Chateada? Sim.

"Não, eu não estou brava", respondi, abraçando seu corpo


ao meu.

Eu o senti relaxar e suspirar de alívio. Depois de um


minuto, fui para o banheiro. Quando eu tinha acabado de ir ao
banheiro e tomar o banho da manhã, me olhei no espelho.

Eu sempre quis ter relações sexuais enquanto olhava para


Kane no momento que ele me fodia por atrás. Eu coloquei
minhas mãos sobre o balcão do banheiro, me inclinei para
frente e cruzei as pernas quando o pulsar entre elas se
intensificou.
Caramba.

"O que você está fazendo?"

Olhei para o lado quando ouvi sua voz, em seguida, olhei


para o meu corpo. Era evidente o que eu estava fazendo,
considerando que eu estava sendo muito óbvia.

"Eu me sinto muito quente agora. Meu clitóris está


doendo, e eu estava imaginando se você faria uma coisa para
mim?"

Ele parou atrás de mim e me olhou desconfiado pelo


espelho, perguntando: "O que você quer?"

"Eu quero gozar nessa posição... mas com seu pau


estimulando meu clitóris".

A ingestão aguda da respiração de Kane quase me fez


sorrir.

Quase.

"Que tipo de monstro é você?", Ele acusou.

Eu sorri inocentemente. "O que você quer dizer?"

"Você tem alguma ideia de como será difícil para eu fazer o


que você quer sem te foder?"

Eu tive uma ideia.

"Eu posso dar-lhe um boquete depois que eu gozar, se


você quiser?" Eu ofereci enquanto Kane abria e fechava a boca.
Ele olhou para mim por alguns instantes antes de dizer, "Ok", e
começou a desafivelar o cinto em torno de seus quadris e
desabotoar sua calça jeans.

Eu pisquei.

Isso foi mais fácil do que eu pensei que seria.

"Estou muito excitada", eu gritei, fazendo Kane bufar.

Eu fique em pé na frente do balcão e me virei quando ele


se aproximou de mim. Sem falar, ele abaixou a cabeça e
capturou minha boca com um beijo faminto. Eu enredei minhas
mãos em volta do seu pescoço e atei meus dedos em seus
cabelos, fazendo-o rosnar na minha boca.

"Vire-se," ele ordenou, sua voz baixa e rouca.

Meu pulso disparou quando fiz o que ele mandou. Eu tirei


minhas mãos de seu cabelo, me virei e agarrei o balcão diante
de mim. Kane se ajoelhou e colocou as mãos sobre a barra do
short do meu pijamas e calcinha.

Depois de dar um puxão rápido, ele os tinha em torno de


meus tornozelos. Eu pisei fora deles e os chutei para o lado.
Então olhei para cima, esperando ver Kane, mas só viu a mim
mesma.

"Kane?"

"Dobre-se para frente um pouco mais."

Eu me inclinei para frente tanto quanto podia sem sentir


muito desconforto no meu estômago e nas costas. Eu tive que
ampliar minha posição e agarrar a bancada mais forte do que
antes para me equilibrar.

"Ok, agora o que-KANE!"

Eu gritei quando sua língua quente e úmida de repente


mergulhou no meu corpo, e suas grandes mãos calejadas
trancaram em minhas coxas enquanto ele se deleitava em mim.

Eu segurei minha respiração por um momento, mas gemi


de prazer quando Kane removeu a língua do meu corpo e
lambeu seu caminho até o meu clitóris. Ele chupou o feixe de
nervos em sua boca e o massageou com movimentos de vai e
vem entre os lábios, fazendo-me jogar minha cabeça para trás
enquanto calor inundava meu núcleo.

Eu estava prestes a gozar.

"Kane", eu gritei. "Use o seu pau, por favor."

Ele rosnou quando tirou a boca do meu clitóris e


levantou-se atrás de mim. Eu ouvi o farfalhar de seus jeans
enquanto ele fazia como eu implorei. De repente, ele colocou a
mão na parte inferior das minhas costas e chutou meus
tornozelos com o pé, obrigando-me a abrir mais minhas pernas
- tanto quanto eu possivelmente poderia sem me machucar.

Senti meus olhos rolarem para trás quando Kane deslizou


a cabeça de seu pênis contra mim, usando meus sucos como
lubrificação.

"Foda-se", ele chiou através do que soava como dentes


cerrados. "Você está tão molhada, baby."
Eu gemi em resposta, e empurrei minhas costas para trás
contra ele. Ele chupou uma respiração e usou as duas mãos
para agarrar meus quadris, cravando seus dedos em minha
carne e me advertindo para ficar parada.

"Kane, por favor", eu implorei, sentindo o pico do meu


orgasmo iminente se acalmar.

Ele tirou a mão direita do meu corpo, segurou seu pênis e


esfregou a cabeça para trás e para frente sobre o meu clitóris.

Sim!

"Você está perto?", Ele perguntou, sua voz tensa.

Eu não respondi. Em vez disso, olhei para cima e, através


do espelho, encontrei seu olhar quando fui um pouco para
frente. No momento em que senti o pau de Kane deslizar de
volta à minha entrada, eu empurrei para trás. Kane rugiu e
agarrou firme meus quadris, evitando me penetrar
completamente. Ele olhou para baixo e quase rosnou quando
eu mexi meu traseiro contra ele, tentando introduzir mais do
que apenas a cabeça.

"Vocês. É. Má."

"Não", eu respirei. "Estou excitada, e quero que você me


foda."

"Aideen-"

"Me olhe enquanto transa comigo."

"Aideen," Kane rosnou em advertência. "Eu não posso."


Eu fiz beicinho. "Por favor, apenas tente colocar a cabeça
um pouco mais... Eu realmente preciso te sentir, Kane. Estou
implorando."

Kane serrou sua mandíbula, mas seus olhos se fecharam


enquanto eu esfregava para trás contra ele.

"Apenas... apenas a ponta?", Ele sussurrou, estalando um


olho aberto.

Inferno. Não.

Mas eu balancei a cabeça para apaziguá-lo.

"Apenas a ponta, baby", eu repeti.

Eu estava vomitando besteira porque assim que tivesse


uma chance, eu iria empurrar para trás e tomar tudo dele.

"Oh, merda," Kane rosnou. "Isto é… Deus!"

Eu tremi quando arrepios irromperam sobre a minha pele.


"Sim, só um pouco mais."

Os dedos de Kane cavaram em meus quadris. "Você não


está tornando isso... mais fácil. Porra. Como é possível você
estar mais apertada?"

Lambi meus lábios. "Falta de uso, talvez?"

Kane bateu na minha bunda e disse, "Espertinha."

Eu sorri para mim mesma, levando-o um pouco mais


profundo quando ele empurrou seus quadris para frente. Ele
assobiou como se estivesse com dor. Ele realmente ficaria com
dor se não cedesse às necessidades de seu corpo e me tomasse.
Tomando a situação em minhas próprias mãos - ou vagina
- eu empurrei para trás com todo o meu poder, e num
movimento fluido as bolas de Kane de repente estavam
profundamente dentro de mim. Ele rugiu quando suas mãos me
apertaram com força. Ele ainda se segurou por mais dois
segundos antes de se perder.

"Porra! Sinto muito, filho."

Seu controle era coisa do passado; ele socou em mim com


tanta força que pensei que seria dividida em dois.

"Era isso que você queria?", Ele rosnou quando se


inclinou para frente eu mordeu meu ombro.

Eu arqueei minhas costas e gemi alto, "Sim!"

As mãos de Kane estavam por todos os lados enquanto ele


me fodia. Eu sequer podia soltar o balcão para alcançar minhas
mãos para trás e senti-lo, porque sem o equilíbrio, eu cairia de
cara no chão.

"Deus, eu senti falta dessa boceta", ele grunhiu enquanto


me penetrava.

Segurei firme no balcão quando senti meu orgasmo voltar


a se agitar dentro de mim.

"Sim, sim!" Eu gritei. "Kane, Porra!"

"Olhe para mim."

Eu levantei meu olhar para o espelho e vi seu rosto torcer


com prazer quando ele fixou seus olhos nos meus.
"Você está comigo?", Ele perguntou, seus olhos quase
fechados de tão encobertos com êxtase.

Eu empurrei de volta contra ele e fechei meus olhos.


"Sempre".

Ele acelerou o passo e me fodeu com tanta força que eu


parei momentaneamente de respirar quando meu corpo
explodiu. Eu avidamente suguei o ar quando meus pulmões
começaram a queimar. Meu domínio sobre o balcão afrouxou
quando o pulsar dos meus dedos curvados abrandou e meus
quadris pararam de empurrar.

"Uau", eu sussurrei, e pressionei minha bochecha na


bancada de mármore frio.

Eu tremi quando senti Kane deslizar para fora de mim,


com as mãos ainda em meus quadris.

"Foda-se", ele gemeu. "Isso foi fantástico."

Eu sussurei concordando.

Eu ainda estava me recuperando quando ouvi Kane se


mover. Pulei de repente quando um pedaço de tecido molhado e
frio pressionou entre as minhas pernas.

"Calma", Kane murmurou. "Eu estou apenas limpando


você. Eu gozei mais do que o habitual."

Cansada, eu ri. "Isso é o que acontece quando você nega


sexo a si mesmo: suas bolas explodem quando você finalmente
cede."
Kane gargalhou enquanto continuava a me limpar, antes
de colocar o pano que usou no cesto de roupa sujas no canto do
banheiro. Eu fiquei ali em pé quando ele ficou atrás de mim e
colocou os braços a minha volta. Ele acariciou o lado do seu
rosto contra o meu, e deslizou as mãos sobre a minha barriga.

"Eu não posso acreditar que você me seduziu."

Eu ri. "Eu não posso acreditar que demorou tanto tempo


para eu seduzi-lo com sucesso. Normalmente eu só tenho que
olhar para você do jeito certo e você é um jogo ganho."

Ele beliscou meu ombro. "Eu estava preocupado com o


pequenino."

Eu cobri minhas mãos com as dele. "Sexo é recomendado


até o fim da gravidez. Eu te disse. E na grande maioria das
vezes também é ótimo para ajudar a induzir o parto."

Kane olhou para mim através do espelho e disse: "O que


estamos esperando então? Quarto. Agora."

Eu ri quando ele pegou minha mão e me puxou para fora


do banheiro. Com um olhar determinado no rosto dele e um de
puro deleite no meu, fomos para o nosso santuário.

A perspectiva de entrar em trabalho de parto cedo nunca


pareceu, ou foi, tão boa.
"Onde estão James, Harley e Dante?", Perguntei para
Gavin enquanto segurava o telefone no meu ouvido.

Fiquei tão aliviada quando ele atendeu ao telefone, e que


estava em casa ao invés de ter saído com seu amigo estúpido,
Jason Bane, para fazer somente Deus sabe o que. Eu estava
sentada na minha cama conversando com Gavin porque todos
os irmãos de Kane estavam na nossa sala de estar, e eu tive
uma súbita vontade de ouvir sobre um dos meus rapazes. Eles
estavam sempre visitando, mas não tanto quanto os irmãos
Slater, e isso só me fez sentir falta deles.

Eu estava entediada também.

Eu costumava passar a noite corrigindo os trabalhos de


casa dos meus alunos, mas desde que entrei em licença
maternidade eu não tinha mais nada para fazer no que dizia
respeito ao trabalho, e sentia falta.

Sinto falta dos meus alunos.

Eu tinha direito a vinte e seis semanas de licença


maternidade pagas, mais um adicional de dezesseis semanas de
licença maternidade não remuneradas caso eu precisasse de
mais tempo em casa.

Normalmente as mulheres tiravam duas semanas de folga


antes do nascimento iminente de seu filho, mas como isso era
tão flexível no meu trabalho, eu tirei oito das dezesseis semanas
não remuneradas que eu tinha, e usei-as depois que fui
atacada, o que a escola estava mais do que feliz em fornecer.
Eu suspirei enquanto afastava os pensamentos de quanto
sentia falta do trabalho, e foquei no telefonema de meu irmão.

"James e Harley estão em um encontro as cegas duplo, e


Dante está aqui comigo jogando Fifa."

Que porra de jogo. Kane e seus irmãos estavam jogando o


mesmo jogo constantemente.

"Diga ‘ei’ para o Dante".

"Diga a ele você mesma, estou te colocando no viva voz


agora."

Eu sorri. "Dante, por que você está jogando vídeo game


com Gavin numa Sexta à noite, em vez de ter saído?"

O bufo de Dante foi alto. "Olá para você também, querida


irmã."

Eu sorri.

"Respondendo à sua pergunta, é só dez e meia ainda, e eu


não vou a lugar nenhum até as doze. Ninguém chega nos
clubes quando eles acabam de abrir."

Revirei os olhos. "Não me lembro da última vez que fui a


um clube, então me poupe os detalhes."

Meus irmãos riram.

"Você ainda está grávida?" Gavin perguntou.

Eu sorri. "Não, eu tive o garoto e decidi não contar a vocês dois".

Dante riu. "Você foi bem nessa."


"Tanto faz. Quando você acha que vai ter o bebê? Você
está grávida desde sempre."

Nem me fale.

"Faltam duas semanas até a provável data de nascimento


do bebe, então pode levar um tempo ainda."

Ambos suspiraram e me fizeram sorrir.

"Sinto saudades de vocês dois."

Dante bufou. "Você me viu dois dias atrás."

"Dois dias é muito tempo," eu contrapus.

"Vou passar aí amanhã, tá legal?"

Eu balancei a cabeça, mesmo ele não podendo me ver.

Eu abri minha boca para falar quando ouvi Gavin rosnar,


"Porra, Nico."

"O quê?" Eu questionei quando aplausos irromperam na


minha sala de estar.

"O idiota apenas marcou contra mim."

Eu pisquei. "Você está jogando com Kane e seus irmãos?"

"Sim, nós estamos fazendo turnos," Dante respondeu.

Meninos e seus brinquedos sangrentos.

"Ok, eu vou deixar todos brincando." Eu franzi a testa.


"Até amanhã."

"Tchau," a voz de Gavin soou antes do telefone desligar.

Adeus para você, também, irmão mais novo.


Eu balancei a cabeça, joguei meu telefone na minha mesa
de cabeceira e me levantei. Eu estava entediada, e mesmo não
querendo assistir os rapazes jogando seu jogo de futebol, era
desconcertante ficar deitada na cama sem fazer nada.

As meninas - exceto Branna, que estava trabalhando - saíram


para jantar, e porque foram a um restaurante que serve sushi, eu não
pude ir. Sushi estava fora dos limites para mim. Isso já me deixava
doente antes de eu estar grávida. Apenas o cheiro bastava para me
enjoar, então era um ‘não’ definitivo agora que eu ia ter um bebê.

Eu saí do meu quarto e parei na porta da frente quando


uma chave entrou na fechadura e a maçaneta agitou levemente.
Eu dei um passo para trás com o coração acelerado até que vi
quem era a pessoa chegando e pude me acalmar.

"Keela", eu respirei. "Você me assustou."

Ela parecia muito surpresa ao me ver de pé bem atrás da


porta, mas rapidamente exalou e se aproximou de mim.

"Como foi o jantar-"

"Eu preciso de sua ajuda."

Eu ampliei meus olhos. "Com o que?"

"As meninas", Keela murmurou.

Engoli em seco. "O que sobre as meninas?"

"Shhh!"
Eu estremeci e olhei para a porta do quarto assim que ela
abriu e Nico e Kane praticamente caíram para dentro. Kane
colocou a mão em seu peito quando me viu.

"Porra. Eu pensei que algo estava errado."

Olhei para Keela, que estava olhando para mim.

"Meu erro."

Nico se endireitou. "Keela, onde são Bronagh e Alannah?"

Ela arranhou seu pescoço. "No elevador."

Eu cutuquei o braço dela.

"O que está errado?"

Ela gemeu. "Não me culpem, eu não sabia o que elas


estavam bebendo-"

"Keela?", Disse a voz de Alec severamente por trás de seus


irmãos. "O quê aconteceu?"

Eu pisquei para Alec - nunca o tinha ouvido soar tão sério antes.

"Brongah e Alannah, elas estão tipo... bêbadas".

Nico engasgou. "Bronagh está grávida!"

"Sim", disse Keela, e arranhou seu pescoço novamente.


"Nós estávamos no jantar, e ela e Alannah beberam estas
bebidas estranhas. O menu dizia que eram sem álcool... mas
não eram. O garçom misturou os pedidos. Ela não bebeu muito,
apenas algumas doses".
Nico levantou uma sobrancelha. "Onde diabos ela está?
Eu posso lidar com ela-"

"Promete que não vai ficar bravo?"

"Keela," Nico disse, seu tom perigosamente baixo. "Onde


está Bronagh?"

Keela cedeu sob seu olhar. "Eu disse a você que ela está
no elevador... mas ela esta lá sentada só de sutiã e calcinha,
subindo e descendo do primeiro ao ultimo andar, com
Alannah... que também está bêbada e semi-nua."

E assim de repende Damien começou a empurrar seu


caminho através de seus irmãos tão rápido que fez Kane rir.

"Alannah semi-nua e bêbada?", Ele perguntou. "Damien


Slater está no caso."

Todos os irmãos riram, mas os gêmeos ignoraram as


risadas e correram para fora do apartamento. Segui-os, só
porque queria ver o desdobramento dos próximos minutos. Eu
andei atrás de Damien e Nico, e cruzei meus braços sobre o
peito quando Nico apertou o botão do elevador.

"Está no segundo andar e subindo", Damien murmurou.

Todos nós assistimos o indicar dos andares, e vimos o


número subir mais e mais até que o elevador sibilou e as portas
duplas se abriram. Eu cobri minha boca com minhas mãos
quando vi o que vi.

"Não", Bronagh falou arrastado. "Seus peitos são


definitivamente maiores que os meus."
"Sério?" Alannah murmurou, segurando seus seios em
suas mãos. "Eu não acho que e-eles são."

O que no mundo?

"Oh, meu Deus." Eu ri.

Nico amaldiçoou quando a pegou. "Droga, Bronagh!"

Bronagh e Alannah viraram suas cabeças e explodiram em


gargalhadas quando perceberam que nós três estávamos
olhando para elas.

"Nós fomos pegas", gritou Alannah, agitando as mãos no


ar. "Não há mais sexo lésbico no elevador!"

Damien fechou uma mão em punho, o trouxe à boca e


mordeu. Eu não sabia se ele queria rir dela ou se estava se
controlando para não pegá-la ali e agora.

Seu olhar estava exclusivamente travado nela.

"Damien!" Gritou Alannah com excitação quando seus


olhos pousaram sobre ele e ela se levantou.

Observei-a com os olhos arregalados, porque ela só estava


vestindo uma calcinha preta.

Era isso.

"Sim, Alannah?", Ele perguntou, ganhando um ponto por


manter contato visual com ela.

Ela cobriu os seios nus com ambas as mãos. "Meus seios


não parecerem maiores do que a ult-última vez que os viu?"
Nico colocou os pés nas portas do elevador quando elas
tentaram fechar. Ele bateu no botão de parada de emergência e
olhou para sua namorada.

"Eu não posso acreditar nesta merda", ele grunhiu,


colocando a mão direita para cima como um leque ao lado do
rosto para formar uma divisão, para que ele não pudesse ver o
corpo de Alannah.

"Damien," Alannah pressionou, "eles parecem maiores ou não?"

Olhei para Damien, e o pobre bastardo estava olhando


para os peitos de Alannah como se fossem sua próxima
refeição. Eu lhe dei uma cotovelada, e ele olhou para mim antes
de limpar a garganta e olhar para o rosto de Alannah.

"Hum, por que nós não te vestimos? Isso soa bem?"

Alannah preguiçosamente sorriu. "Você vai me vestir?"

"Você. Eu. Sexo louco no elevador. A-Agora."

Olhei para Bronagh quando ela falou, e ri quando ela


agarrou os ombros de Dominic e o puxou para baixo em cima
de seu corpo.

"Bronagh!", ele gritou surpreso. "Eu poderia te machucar.


Porque você não me deixaria vestí-la e nós-"

"Você me disse, contudo, que me amava nua."

Nico resmungou. "Eu disse, mas-"

"Então deixe-me ficar nua, eu gosto de estar livre", disse ela,


e requebrou - fazendo seus seios, e outros lugares, tremerem.
Eu gargalhei, então peguei meu telefone e comecei a gravar.
Não havia nenhuma maneira no inferno que eu não iria filmar isso.

"Bronagh, pelo amor de Deus, pare de fazer isso," Nico


implorava enquanto ajustava a frente de suas calças.

"Dance comigo!", Ela riu, fazendo-me rir ainda mais.

Nico pressionou o rosto no topo da cabeça dela enquanto


seus ombros balançavam de tanto rir. Troquei o telefone para
Damien, e vi que ele também estava rindo enquanto Alannah
tentava dançar sensualmente.

E eu digo ‘tentava’ porque ela falhou, e falhou


miseravelmente. Eu cruzei minhas pernas e uivei de tanto rir. Isso
chamou a atenção dos ocupantes do interior do meu apartamento.

"O que elas estão fazendo?" A voz de Keela perguntou


atrás de mim.

Olhei por cima do ombro e acenei com a minha mão livre,


porque não conseguia falar. Eu mal podia respirar de tanto rir.

"Alannah!" Keela engasgou quando ficou do meu lado e


viu o que ela estava fazendo.

Damien pegou a blusa dela do chão e segurou-a na frente


dela quando seus irmãos apareceram atrás de nós. Ele estreitou
os olhos para eles, e Ryder riu.

"Você sendo protetor, irmãozinho?"

Damien manteve seus olhos estreitos.


"Elas não estão decentes. Você, Alec e Kane, voltem para
dentro do apartamento."

"Não!" Alannah gritou em protesto. "Vamos ter uma or-


orgia. Bem aqui no elevador. Todos nós."

Eu empurrei meu telefone para Keela continuar a gravar para


mim, para que eu pudesse me dobrar para frente e aliviar a dor
súbita no meu lado. Mãos de repente agarraram meus quadris.

"Aideen?" Kane murmurou, sua voz cheia de preocupação.

Eu balancei minha cabeça. "Eu só tive uma... fisgada", eu


disse, rindo. "Eles são tão engraçados."

"Eu acho que nunca vi tanta pele de Alannah antes", Alec


murmurou. "E eu definitivamente nunca a ouvi falar sobre
sexo. Ela deve estar realmente bêbada para querer uma orgia
com todos nós."

Kane riu de seu irmão, mas concordou com a cabeça.

Eu olhei para Nico enquanto ele colocava Bronagh de pé e


conseguia vestir a camiseta dela sobre sua cabeça. Ele estava
no meio de colocar os braços através os buracos e puxá-la para
baixo até os quadris.

"Quase pronto, menina bonita."

Bronagh virou o nariz para cima. "Não me chame de


Bronagh ou menina bonita nunca mais."

Nico sorriu para ela. "Como irei chamá-la se não de


Bronagh ou minha menina linda?"
Ela lhe deu um olhar mortal e disse: "A partir de-deste
momento em diante eu serei conhecida como MC Hammered".

Eu explodi num ataque de riso e cambaleei para trás,


batendo no peito vibrando de Kane. Ele cruzou os braços em
volta de mim e descansou as mãos em cima da minha barriga, e
o queixo no topo da minha cabeça.

"Ok, MC Hammered, você quer colocar suas mãos sobre meus


ombros, para que eu possa vestir suas calças de novo em você?"

Bronagh olhou para Nico por um longo momento, e depois


disse: "Eu quero me ca-casar."

Ah Merda.

Todos os traços de riso evaporaram, e pesado silêncio se


prolongou.

"Você quer se casar?" Nico repetiu como se tivesse ouvido mal.

Bronagh assentiu com a cabeça. "Estamos ju-juntos para


sempre, nós vivemos juntos por e-eras, e agora vamos ter um
bebê. Eu te amo com todo o meu coração. O lote to-todo do
mesmo. Eu quero me casar... então... você casa comigo?"

Nico ainda estava imóvel quando disse: "Sim, baby, eu vou


me casar com você."

Eu sorri e bati palmas de emoção.

"Sim!", Disse Bronagh, e bateu as mãos com ela mesma.


"Eu te-te amo."

Eu ri. "Ela não vai se lembrar disto amanhã".


Kane beijou o topo da minha cabeça.

"Não, mas nós vamos."

"Eu também te amo, MC Hammered"

Nico disse, fazendo-nos rir - e Bronagh sorrir. Nós os


assistimos se abraçarem por um momento, até que Alannah
limpou a garganta.

"Será que ninguém que-quer ter relações sexuais


comigo?", ela perguntou, parecendo cansada. "Eu prometo que
eu sou boa nisso".

Todos os olhos caíram sobre Damien.

Ele olhou para nós. "Muito obrigado, pessoal!"

Eu sorri. "Disponha."

Ele sussurrou para mim, em seguida, olhou para Alannah,


que tinha afundado até o chão do elevador. Damien se ajoelhou
diante dela e pegou suas leggings descartadas, colocando seus pés
através dos orifícios das pernas. Ele levantou as mãos dela e as
colocou sobre seus seios, em seguida, lentamente puxou a legging
até os joelhos. Agarrando-a pelos cotovelos, ele a puxou em pé
enquanto mantinha-se de joelhos diante dela.

Alannah inclinou a cabeça para o lado e franziu a testa


para ele. "Você as tirou de mim antes, e agora está colocando-as
de volta... nós fizemos um círculo completo?"

Damien se acalmou, e então pressionou sua testa contra


as coxas nuas dela antes de agarrar a bainha da calça e
deslizá-la até que se encaixasse confortavelmente em torno dos
quadris dela. Ele pegou o sutiã e a camiseta, bloqueado o corpo
dela com o dele para que não pudéssemos vê-la.

Eu vi Alannah deixar cair os braços que estavam cobrindo


seus peitos, e Damien olhou para o teto antes de voltar a olhar
para ela. Ele vestiu-a com o sutiã, então a blusa, e a abotoou.

Quando ele terminou e ia dar um passo longe dela - eu o


vi se preparar para dar um passo para trás - Alannah de
repente avançou e caiu contra seu peito. Damien a pegou e
olhou para seu rosto antes de suspirar.

"Como diabos ela pode ir de pedir às pessoas para fazer


sexo para adormecer em pé em cima de mim?"

Keela embolsou meu telefone e disse: "Elas beberam


alguma merda estranha. Coquetéis de frutas. Não havia muito
álcool neles quando eu perguntei à equipe, porque fiquei
imaginando o que as tinha deixado tão tontas. Não havia
praticamente nenhum álcool em tudo, eu fui assegurada... elas
são apenas fracas para beber."

Bronagh de repente riu. "Eu não sou fraca, per-pergunte


ao Dominic. Eu posso beber bastante".

Nico estava saindo do elevador quando Bronagh falou, e


olhou para nós e balançou a cabeça antes de sorrir para
Bronagh. "Claro que você pode, querida."

Eu bufei.

Ele foi tão precipitado.


Nós seguimos os rapazes de volta para o meu
apartamento, e então Kane abriu o sofá-cama. Nós rimos
quando as duas meninas começaram instantaneamente a
roncar depois que os gêmeos as deitaram ali.

"Deixe-as aqui esta noite", eu disse para os gêmeos. "Eu


vou cuidar delas."

Nico hesitou, mas acenou com a cabeça.

Damien arranhou seu pescoço. "Devemos ligar para


alguém e avisar sobre Alannah?"

Eu balancei minha cabeça. "Ela vive por conta própria.


Você não precisa avisar ninguém".

"Sem namorado?"

Ryder sorriu. "Ela está solteira."

Damien não respondeu, mas o olhar de alívio em seu rosto


foi evidente.

Ele me fez sorrir enquanto agarrava o grande cobertor na


parte de trás do sofá e o colocava sobre as meninas. Nós todos
olhamos para elas por um minuto até que Alec e Keela viraram,
se despediram e saíram do apartamento. Ryder checou seu
telefone e seguiu o exemplo.

Nico e Damien rondaram por mais alguns minutos, mas


quando eu lhes assegurei que cuidaria bem das meninas, eles
desistiram, me abraçaram e saíram.
"Você pode ir para a cama, querida," Kane disse. "Eu vou
jogar Fifa mais um pouco."

Eu balancei a cabeça e olhei para as meninas, sorrindo


para seus roncos. A pele delas brilhava como as luzes
cintilantes da Árvore de Natal, e as diferentes decorações ao
redor da sala brilhavam sobre sua formas adormecidas.

"Eu vou dormir aqui fora, também," ele disse, acenando


para o sofá em que sempre se sentava. "Só para manter meus
olhos nelas enquanto você dorme um pouco."

Eu sorri. "Você é o melhor."

Ele sorriu diabolicamente. "Vamos trocar de manhã,


quando elas acordarem."

Pensando nisso, o sorriso deixou meu rosto, e


preocupação assumiu quando percebi que teria que lidar com a
ressaca de Bronagh e Alannah totalmente sozinha.

Foda-se.
"Santa Maria Mãe de Deus, estou morrendo!"

Eu sorri enquanto mexia o açúcar nas duas canecas de


chá com desenhos de Natal na minha frente. Eu coloquei a
colher na pia quando acabei, e olhei para um pacote de
analgésicos que Kane deixou no balcão antes de ir para a cama
esta manhã, bem quando Bronagh e Alannah acordaram
gemendo de dor.

Segurando as alças das canecas, deixei minha cozinha e


entrei na sala de estar, balançando a cabeça para Bronagh e
Alannah, que estavam ambas ainda no sofá cama, enterradas
sob o cobertor que as cobria.

"Eu tenho chá", anunciei, mantendo minha voz baixa.

Ambas as meninas resmungaram.

Eu coloquei as canecas na mesa de café sem dizer uma


palavra. Voltei para a cozinha e verifiquei as frituras que eu
tinha cozinhado. Os ovos estavam mexidos, as salsichas
fatiadas, o pudim e as batatas picadas e cozidas, ou seja, tudo
preparado e pronto para servir.
Eu desliguei meu fogão, servi dois pratos para as meninas
e coloquei uma tampa sobre a comida restante, reservando-a
para Kane, quando acordasse. Eu trouxe os pratos para a sala
de estar e parei à porta por alguns segundos. Eu sorri para
mim mesma quando ouvi as duas meninas fungarem.

"Vocês são capazes de comer?" Eu questionei.

Bronagh enfiou a cabeça para fora do cobertor. "Eu


vomitei quatro vezes desde que acordei. Acho que seria capaz de
digerir alguma coisa agora".

Eu andei até elas e esperei-as se sentarem e ajustarem as


almofadas antes de lhes entregar os pratos de alimentos que
iriam curá-las da ressaca.

"Alannah?"

Ela gemeu, mas saiu do esconderijo sob o cobertor e


sentou-se como Bronagh. Eu andei até ela e entreguei-lhe a
comida, sorrindo quando ela lambeu os lábios.

Eu ajustei alguns dos ornamentos da minha árvore de


Natal, em seguida, foquei em Alannah e franzi a testa.

"Você está bem?"

Ela balançou a cabeça levemente e estremeceu, como se a


ação a ferisse.

"Não, minha cabeça está martelando."


Voltei para a cozinha e agarrei o pacote de analgésicos de
cima do balcão, retornando para o lado de Alannah e segurando
o pacote para ela.

Seus ombros caíram com alívio quando ela me ofereceu


um sorriso de dor e aceitou as pílulas.

Eu ri. "Você vai ficar bem em poucas horas".

Ela tirou dois comprimidos da embalagem, colocou-os em


sua boca e, em seguida, estendeu a mão para seu chá, tomando
alguns pequenos goles antes de engolir um grande gole.

"Hmmmm", ela gemeu. "Você faz um chá significativo,


Ado. É realmente bom."

Meu peito se encheu de orgulho. Esse era praticamente o


melhor elogio que uma pessoa irlandesa poderia receber.

"Obrigada." Eu sorri, me sentindo um pouco presunçosa.

Bronagh copiou as ações de Alannah, engolindo alguns


analgésicos com seu chá e gemendo de prazer quando o líquido
deslizou para baixo em sua garganta.

"Ela está certa, está ainda melhore do que o de Ryder, e


Branna o ensinou bem.”

Eu estava muito orgulhosa de mim mesma quando me


sentei no assento de Kane e assisti as meninas comerem suas
comidas.
"Eu estou tão envergonhada sobre a última noite",
murmurou Alannah antes de mandar para baixo um pouco de
batatas picadas e cozidas.

Eu sorri. "Vocês estavam bêbadas."

"Caindo de bêbadas", Bronagh corrigiu. "Eu nem me


lembro de algumas das merdas que fiz. E, não importa o que o
garçom disse, aqueles não eram apenas coquetéis de fruta."

Alannah silenciosamente concordou com a cabeça e, em


seguida, sacudiu os olhos para mim. "Eu lembro de certas
partes, mas não tudo... quão ruim eu estava?"

Eu esfreguei meu queixo. "A verdade?"

Ela assentiu com a cabeça.

"Você pediu que todos se despissem para uma orgia, então


ficou louca quando ninguém o fez e começou a pedir para
alguém fazer sexo com você, garantindo que era realmente boa
nesse departamento. Isso durou um tempo."

"Oh, Cristo," Alannah choramingou, cobrindo o rosto com


as mãos.

Mordi minha bochecha interior. "Você também estava


apenas de calcinha, e todo mundo viu seus peitos. Ahn, e você
pediu para Dame se eles estavam maiores do que a última vez
que ele os viu."

"Oh, porra do inferno", ela gritou, mas rapidamente


agarrou sua cabeça.
Olhei para Bronagh e a encontrei olhando para mim.

"O que eu fiz?", Ela perguntou com uma expressão


temerosa.

Eu bufei. "Tentou estuprar o Nico no elevador, pediu-lhe


para dançar com você... Oh, você intitulou-se MC Hammer,
também, o que foi bastante engraçado."

Bronagh corou carmesim. "Eu nunca sobreviverei a isso."

"Você não vai?" Alannah resmungou. "Eu nunca mais


conseguirei olhar os irmãos Slater nos olhos outra vez."

Bronagh ficou quieta enquanto comia um pouco mais de


comida, fazendo algumas reflexões óbvias. Eu vi seus olhos se
encherem de lágrimas assim que ela disse, "Você acha que eu
machuquei o bebê com o álcool?"

"Querida," Eu suspirei. "Você só bebeu alguns drinks. O


bebê vai ficar perfeitamente bem. Não se preocupe, você me
ouviu?"

Bronagh assentiu com a cabeça, limpou a olhos e


continuou a comer sua comida. Eu baixei minha mão ao meu
ventre quando o bebê começou a se mover, mas rapidamente
voltei meu olhar para Bronagh quando ela engasgou. Observei a
faca e o garfo caírem em seu prato enquanto ela levava as mãos
sobre a boca.

"O que foi?", Perguntou Alannah, entrando em pânico.

"Eu pedi para o Dominic se casar comigo!" Bronagh gritou.


Eu estourei em risos. "Tinha esquecido disso."

Bronagh rosnou. "Como você pode esquecer algo assim?"

Eu dei de ombros. "Eu estava pensando em toda a outra


merda engraçada que você disse e fez."

Os olhos de Bronagh estavam selvagens. "Eu não posso


acreditar que pedi isso a ele. Eu não posso acreditar, porra!"

Eu levantei uma sobrancelha. "Você quer casar com ele?"

"O que você-"

"Você quer se casar com ele?"

Bronagh piscou. "Sim, eu o amo."

"Então é um negócio feito. Ele disse que sim, de qualquer


maneira."

Bronagh engasgou novamente. "Será que ele realmente fez


isso?"

Eu balancei a cabeça. "Sim, você pediu para ele se casar


com você, e ele disse que sim."

Ela arrastou-se da cadeira e praticamente mergulhou para


o telefone de minha casa. Ela pegou o telefone, pressionando
alguns botões e o colocando na orelha.

Após alguns segundos, ela disse, "Você disse sim sobre se


casar comigo ontem à noite? Porque Aideen disse que você
disse".

Sem Olá, apenas direto ao ponto.


Eu assisti enquanto Bronagh de repente explodia em
lágrimas.

"Você está brincando?" Ela perguntou a Nico.

A resposta de Nico fez com que ela desse um grito agudo.

Ela se virou para mim. "Ele estava falando sério! Nós


estamos noivos".

Levantei-me e dei-lhe um grande abraço, seguida por


Alannah, que fez a mesma coisa. Bronagh desligou o telefone
após Nico promete vir direito para ela.

Bronagh virou-se para mim e engoliu. "Você não sente


como se eu tivesse roubado sua vez, não é?"

Eu pisquei. "Volte, novamente? O que?"

"Você e Kane acabaram de ficar noivos, e agora eu e


Dominic. Me desculpe, eu o pedi tão perto de Kane pedir a
você."

"Não diga mais nada, sua boba. Estou muito feliz por
vocês dois."

Bronagh relaxou e deu-me outro abraço. Nós nos


sentamos na sala depois de recolher os alimentos das meninas
e colocar os pratos na máquina de lavar louça.

"Vocês querem ver?", Perguntei.

"Ver o quê?" Bronagh e Alannah responderam em


uníssono.
Eu peguei meu telefone do bolso do meu roupão, e agitei-o
em seus rostos.

"O vídeo que eu gravei de vocês duas na noite passada."

O olhar de terror que passou por ambos os seus rostos me


fez rir em voz alta.

"Você... você nos gravou naquele estado?", perguntou


Bronagh, tanto irritada quanto chocada.

Eu balancei a cabeça. "Eu não consegui evitar, vocês


estavam tão divertidas."

"Eu não quero ver," Alannah resmungou.

Bronagh cruzou os braços sobre o peito. "Eu também


não."

Em jeito de brincadeira, eu revirei os olhos. "Eu não vou


mostrar para ninguém... exceto-"

"Exceto?" Alannah me cortou, suas sobrancelhas juntas.

"Só que eu posso ter enviado uma copia para Gavin na


noite passada, mas ele apagou depois que assistiu, porque
disse que vocês eram ambas suas amigas e que não estaria
envolvido em zoar 'vocês duas".

"Pelo amor de Deus," Alannah resmungou, colocando seu


rosto entre as mãos.

"Exclua o vídeo." Isso veio de Bronagh.

Eu fiz uma careta. "Mas é divertido-"

"Aideen." Ambas as meninas me cortaram.


Eu bufei quando bati na tela do meu telefone e selecionei
a opção de excluir o vídeo. Antes de eu clicar em excluir, porem,
eu olhei para as duas meninas por mais um tempo e disse:
"Vocês tem certeza?"

"Sim."

Suspirei e apaguei o vídeo, em seguida, embolsei meu


telefone. "Vocês não são divertidas."

"A mortificação com a qual eu terei que viver também não


é divertida," Alannah murmurou.

Eu mordi meu lábio inferior e disse:

"Não foi tão ruim assim..."

Ela me cortou com um olhar fixo, então eu disse, "Ok, foi,


mas você estava bêbada."

"Como se isso importasse para os irmãos," ela murmurou.

Nós nos sentamos e assistimos televisão, conversando


aqui e ali em voz baixa, como se estivéssemos apenas
esperando os analgésicos fazerem sua mágica. Vinte minutos
depois de tomá-los, o peso da dor tinha aliviado, e no timing
perfeito de quando a porta de entrada do meu apartamento se
abriu e uma voz gritou: "Onde está a minha noiva bunduda?"

Bronagh gritou – obrigando Alannah a tapar os ouvidos


com os dedos - e se remexeu para fora da cama enquanto corria
para a porta da sala de estar. Nico apareceu na porta e riu
quando pegou Bronagh, que tinha pulado em cima dele quando
estava perto o suficiente para fazê-lo.
Bronagh cobriu a boca de Nico com a dela, e beijou-o
longa e duramente.

Eles me fizeram limpar a garganta e dizer: "Estou feliz por


vocês dois, mas arranjem a porra de quarto."

Eles se separaram e riram, mas antes de Nico soltar


Bronagh ele deu-lhe um apertão na bunda e, olhando por cima
do ombro, completou: "Você está entrando ou o quê?"

Eu me arrepiei quando Damien entrou e encostou-se à


moldura da porta.

Ele ignorou Nico, levantando a mão e fazendo um gesto


com o dedo para Bronagh vir até ele. Bronagh praticamente
flutuou ao seu encontro.

"Parabéns, mana," murmurou Damien antes de envolvê-la


em seus braços, abraçando seu corpo ao dele.

Bronagh abraçou-o de volta, e riu quando ele lhe


espremeu mais apertado puramente para provocar Nico.

"Juro por Deus", murmurou para Nico si mesmo.

Alannah ficou de pé e começou a empurrar o sofá-cama de


volta para a posição de sofá. A coisa entrou mais suave quando
Nico a ajudou. Ela evitou olhar para ele, porem, e ocupou-se
colocando as almofadas de volta às suas posições originais.

Quando ela terminou com isso, dobrou o cobertor que ela


e Bronagh tinham usado durante a noite, colocando-o em
seguida sobre o encosto do sofá.
Damien permaneceu junto à porta, seguindo atentamente
os movimentos dela com os olhos. Ele olhou por cima do ombro
quando a porta do apartamento abriu, cumprimentando o
visitante com um aceno de cabeça e mudando-se para o lado
para deixá-lo entrar na sala de estar.

Quando vi meu irmão Gavin chegando, bufei


mentalmente.

Todo mundo tinha uma chave para o meu maldito lugar.

"Qual é a história?", Perguntou Gavin, sorrindo para


Alannah e Bronagh.

Alannah corou e desviou o olhar, enquanto Bronagh


estreitou os olhos.

"Por favor, não faça ou diga algo que fará todos me


mandarem de volta às aulas de controle de raiva."

Gavin riu e ergueu a mãos. "Eu não vou abrir a boca."

Bronagh olhou para mim e sorriu.

"Você lhe ensinou bem."

"É o meu trabalho."

Ela bufou, e sentou-se no sofá ao lado de Nico e Alannah.

Gavin veio até mim e sentou-se no braço da cadeira onde


eu estava sentada. Ele se inclinou e beijou minha cabeça em
saudação. Aproximei-me dele e inclinei-me contra seu peito.

Eu quase perguntei ao merdinha se ele tinha saído da


gangue de Brandon, mas lembrei-me que Keela tinha me
assegurado que seu tio estava cortando Gavin sem ele saber.
Ele respeitava minha decisão de querer o que era melhor para o
meu irmão, e sua gangue certamente não era nada disso.

"Damien," Nico suspirou. "Porque você esta aí parado?"

Damien deu de ombros, ainda olhando para Alannah, que,


por sua vez, estava fingindo limpar a sujeira por debaixo de
suas unhas.

Nico olhou para Alannah, depois de volta para Damien, e


disse: "Vamos lá, vocês dois. É assim que vai ser cada vez que
ambos estão numa sala ao mesmo tempo?"

Alannah apertou uma das mãos em um punho e disse:


"Deixe isso quieto, Nico."

Ele fez, mas não ficou feliz em fazê-lo.

"Oi Alannah," Damien disse de repente.

Ela se recusou a olhar para ele quando resmungou: "Eu


gostaria que fossemos contas de mídias sociais. De preferência
no Twitter."

Damien franziu as sobrancelhas, confuso. "Uh, por quê?"

"Então eu poderia deixar de segui-lo na vida real e ter zero


de interação com você. Eu gostaria disso para que você nunca
fosse capaz de pensar ou falar livremente sobre os... eventos de
ontem à noite."

"Talvez você ainda possa fazer isso", Damien sorriu, "mas


seria chamado de homicídio qualificado."
Eu ri, mas desviei o olhar quando Alannah me lançou um
olhar com seus olhos ainda vermelhos.

"Desculpe," eu murmurei.

Gavin passou o braço por cima do meu ombro. "Eu estou


me divertindo com isso", ele murmurou. "Ela era tão quieta na
escola. Jamais teria acreditado no que ela fez se você não
tivesse me mostrado esse vídeo."

Damien estalou o pescoço em nossa direção.

"Aideen!", Ele gritou.

Porra.

"Fizeram-me excluí-lo... além disso, não é como seu eu


tivesse dado um zoom nos peitos dela."

Gavin bufou. "Ainda um vídeo de qualidade, mesmo sem o


zoom... Eu não sabia que você podia rebolar assim, Alannah".

Ela não podia - ele estava apenas brincando com ela.

Nico riu discretamente, mas desviou o olhar quando


Damien o encarou.

"Eu queria que o chão se abrisse e me engolisse agora."


Alannah fungou. "Esta é a segunda coisa mais embaraçosa que
já me aconteceu."

"Qual foi a primeira?", Perguntou Gavin.

Eu dei uma cotovelada nele, e ele agarrou o ponto de dor


em seu corpo e assobiou para mim com os dentes cerrados.

"Babaca!"
Eu sorri, mas Damien só rangeu sua mandíbula antes de
olhar para Alannah, que tinha o rosto entre as mãos. "Olha,
Aideen excluiu o vídeo. Ninguém mais vai vê-lo, e eu vou avisar
todos os outros para não falar sobre isso de novo, ok?"

Alannah ficou em silêncio por um momento, e então olhou


para cima. "Por que você quer me ajudar?", ela perguntou a
Damien.

Ele piscou. "Porque eu quero ser seu amigo, Alannah".

"É um pouco tarde para isso, você não acha?"

Damien ficou em silêncio. "Olha, eu estou muito, muito


arrependido do que eu fiz-"

"Pare, Damien," Alannah sussurrou. "Não aqui, não


agora."

Damien fechou a boca e deu um aceno firme.

As coisas ficaram um pouco estranhas então.

"Eu estou indo para casa, para morrer na paz do meu


próprio apartamento", Alannah retumbou.

"Eu vou te levar para casa", a voz de Kane de repente


afirmou.

Todos olhamos para a porta, onde Kane estava em pé


atrás de Damien, totalmente vestido. Ele piscou para mim em
saudação, ganhando um sorriso em troca.

Alannah assentiu com a cabeça, sem sequer olhar para


ele. Ela se aproximou de mim, me abraçou e beijou meu rosto.
"Ligue se entrar em trabalho de parto. Caso contrário, deixe-me
morrer com esta ressaca em paz."

Saudei-a. "Positivo, chefe."

Ela sorriu para mim levemente antes de abraçar Gavin e


beliscar seu braço, o que lhe fez sibilar e chamá-la de babaca
como tinha feito comigo. Ela sorriu para ele antes de se virar.

"Obrigada por me ajudar ontem à noite," ela murmurou


para Damien antes de sair do apartamento. Kane pegou as
chaves do carro e correu atrás dela.

Damien se deixou cair no sofá após a porta do


apartamento fechar. "Ela me odeia."

Levantei-me e mudei-me para o sofá, sentando-me ao lado


dele.

"Ela não te odeia, Dame... ela ainda esta machucada, e


confusa. Isto é difícil para ela também. Você ficou longe por um
longo tempo."

Ele ficou em silêncio então, e eu olhei para Bronagh e


Nico, que estavam franzindo a testa para ele. Eu chamei a
atenção de Nico e balancei minha cabeça, dando-lhe um sinal
para sair, e levar Bronagh com ele. Ele acenou com a cabeça e,
em seguida, deu uma desculpa que resultou nele e em Bronagh
se despedindo e saindo do meu apartamento.

Olhei para Damien.

"Fale comigo."
Ele ficou em silêncio por tanto tempo que eu achei que ele
não ia se abrir, mas ele me chocou quando começou a falar.

"Eu sai por causa dela."

Eu pisquei para a admissão súbita, e Gavin se levantou


quando Damien falou.

"Eu vou fazer um chá enquanto vocês conversam", disse


ele, saindo da sala e fechando a porta atrás de si.

Eu olhei para Damien e disse: "Explique isso."

Ele não olhou para mim quando disse: "Eu tenho certeza
que você ouviu falar sobre o truque que eu costumava usar com
as meninas quando era criança?"

Eu não ia mentir, então apenas balancei a cabeça.

"Eu me comportei dessa forma porque era a única conexão


com outras pessoas que eu podia controlar. Depois que os
meus pais morreram... Eu era um desastre. Meus irmãos me
protegeram de toda a merda enquanto crescíamos, então eu não
odeio os meus pais como eles fazem. Eu tinha uma namorada...
e não sabia disso na época, mas ela estava grávida. Ela foi
morta quando a merda de tempestade com Trent começou."

Ouvi enquanto Damien falou, minha garganta fechada


pela emoção. Eu realmente sentia muito por ele. Eu tinha
chorado como um bebê há alguns meses, quando Kane contou
alguns detalhes sobre as coisas que Damien passou.

"Eu quis voltar para Nova York para fazer as pazes com
ela, e do meu próprio jeito, eu fiz exatamente isso."
"Você a encontrou?", Eu sussurrei.

Ele assentiu. "Ela foi enterrada num túmulo com o nome


de Trent, o sobrinho de Marco Miles. Eu providenciei para que a
lápide fosse removida e substituída por outra com as
informações corretas. Eu... eu pedi para gravar um anjo nela,
também, para o nosso bebê. Eu não sei se o coração dele já
batia quando Nala foi morta, mas esse bebê era parte de mim.
Era meu, você entende?"

Eu distraidamente coloquei minha mão em meu estômago.

"Eu não estava pronto para ser pai, e ainda não estou,
mas teria aprendido caso Nala não tivesse sido morta e tivesse
dado à luz o bebê. Eu nunca teria deixado Nova York - eu teria
ficado, e cuidado deles".

Lágrimas escorreram dos meus olhos.

"Claro que você teria, querido." Assegurei-lhe. "Não


importa as coisas que você têm feito, isso não muda que você é
uma boa pessoa. Você deixou sua família apenas para que
Alannah não fosse mais machucada toda vez que te visse. Eu
sei que você também foi embora para fazer as coisas direito
para Nala, mas certamente teve o melhor interesse de Alannah
no coração, também."

Damien lambeu os lábios. "Eu não fui embora só por


Alannah. Fui por mim, também. Eu precisava descobrir minha
merda, sem meus irmãos me ajudando de alguma maneira
como sempre fizeram. Eu precisava me curar por mim mesmo."
Eu empurrei meu cabelo para fora do meu rosto.

"E você descobriu tudo que precisava?"

"Sim", ele acenou com a cabeça. "Eu entendi que não


posso mudar o passado, mas aprendi que posso moldar meu
futuro. Eu posso ser uma boa pessoa, sem usar minha
aparência para manipular as pessoas como eu fiz no passado.
Eu estou no controle, mais ninguém."

Estendi a mão e pressionei meus lábios na sua bochecha.

"Você é um bom homem, Damien."

Ele olhou para mim e sorriu. "Por quê Kane teve a sorte de
te conhecer primeiro?"

Eu ri. "Cale a boca, eu sou muito mais velha que você."

Ele riu e jogou o braço em volta do meu ombro. "É


provavelmente melhor assim. Eu não acho que seria capaz de
lidar com você, de qualquer maneira. Você é muito experiente
para mim." Eu estava tremendo com o riso, porque nós dois
sabíamos que o garoto podia formar círculos em torno de mim
com a quantidade de parceiras que já teve, enquanto eu
conseguia contar todos os homens com quem já dormi numa
mão.

Depois, quando já conversávamos sobre coisas mais leves,


Gavin voltou para a sala enquanto Damien zapeava pelos
canais da televisão, e juntos nós assistimos um filme. Coloquei
minha cabeça no ombro de Damien, e ele relaxou contra mim.
Eu o compreendi mais nos últimos minutos do que quando
Kane falou para mim sobre ele, e o que aprendi fez com que
meu coração sangrasse. Damien era um homem perturbado,
que estava tentando corrigir seus erros.

Eu sabia que a única coisa que o mantinha prisioneiro de


si mesmo era Alannah. Até que as coisas estivessem bem entre
eles eu duvidava que ele fosse capaz de ser verdadeiramente
feliz.

Eu queria ajudar de alguma forma, mas sabia que ele


precisava fazer isso por conta própria.

Ele precisava se afastar dos braços protetores de seus


irmãos, e criar raízes.

O único problema era que eu não sabia se eles iam


permitir.
"Eu vou estar de volta em algumas horas, ok?"

Eu balancei a cabeça para Kane enquanto tomava um gole


da minha água. "Ok."

Ele beijou minha cabeça e, em seguida, virou-se para sair


de casa, deixando-me na sala com Nico, Alec, e Damien -
Branna estava na cozinha.

"Eu aposto cinquenta euros que ele vai se machucar," Nico


murmurou para seus irmãos.

Damien bufou. "Eu sei que ele vai, então não estou
aceitando essa aposta."

"Do que vocês estão falando?"

Nico deu de ombros. "Ele não tem se exercitado


corretamente há algum tempo... ele tem ficado por perto desde
que você se machucou, mas vai querer acompanhar o treino de
Ryder agora".

Eu pisquei. "Ele vai saber que não deve exagerar."

Eu esperava.
Eu não queria que ele se machucasse.

"Ele vai exagerar em alguma coisa, não tenho nenhuma


dúvida sobre isso em minha mente."

Eu resmunguei. "Eu estou há cerca de dois segundos de


segui-lo e obrigá-lo a ficar em casa, e não quero fazer isso
porque ele quase não saiu do meu lado ao longo das últimas
semanas. Então, mude o sangrento tópico."

"Sua perna", Alec subitamente deixou escapar. "Como está


sua perna?"

Eu ri mentalmente para ele, que parecia extremamente


orgulhoso de si mesmo por mudar de assunto tão rapidamente.

"Está tudo bem", eu disse, me inclinando um pouco para


alongá-la. "Ela fica um pouco dura às vezes, mas não dói ou
qualquer coisa assim."

"E o seu braço?" Damien perguntou.

Eu olhei para o meu antebraço e fiz uma careta para a


cicatriz de queimadura desagradável que o desfigurava.

"A única coisa dolorosa sobre isso agora é ter que olhar
para ele".

"E sobre a sua garganta?" Isto veio de Nico.

Eu bufei para os três irmãos.

"Eu estou falando, por isso é obvio que está ótima. Estou
bem. Perfeitamente bem."
Eles balançaram a cabeça, mas continuaram me
encarando.

Eu estava prestes a rir e questionar por que eles ainda


estavam olhando para mim, mas algo aconteceu.

Algo molhado e súbito.

Eu arregalei meus olhos. Tão rápido quanto possível, eu


pulei para os meus pés. Engoli em seco e abracei minha barriga
quando água jorrou entre as minhas coxas.

"Oh, merda," Nico sussurrou enquanto olhava para mim


com os olhos arregalados. "Por favor, me diga que isso não é o
que eu acho que é?"

Eu não podia responder; minha garganta estava entupida


com choque.

"Bro!" Alec sussurrou para Nico. "Ela esta grávida, não tire
sarro dela por urinar em si mesma. O bebê está pressionando a
bexiga dela, tenha piedade!"

Alec olhou para mim e sorriu. "Não se preocupe com isso,


linda, vamos ajudá-la a limpar tudo e-"

"Branna," eu chamei, minha voz tremendo.

Silêncio.

Damien abriu a boca quando percebeu o que aconteceu, e


chamou seu nome mais alto. "Branna!"
Alec balançou a cabeça. "Por que parece como se vocês
três tivessem visto um fantasma? É apenas xixi... eca, por que
isso tem um cheiro engraçado?"

Eu olhei para baixo, encarando o líquido claro acumulado


em volta dos meus pés. Eu engasguei quando mais desse
líquido escorreu pelas minhas pernas. Era a sensação mais
estranha do mundo não ser capaz de pará-lo.

"Branna!" Gritei de novo.

Eu ouvi ela dar descarga no banheiro do corredor. "Estou


chegando. Estou lavando as mãos, querida."

Tomei algumas respirações profundas, em seguida,


choraminguei quando uma dor súbita rasgou meu abdome. Era
tão dolorosa e fora do comum que eu escorreguei na água em
que estava. Eu quase caí, mas Damien e Alec atiraram-se do
sofá e rapidamente cada um pegou um dos meu braços. Eles
me acalmaram e tentaram evitar pisar na água que ainda
estava pingando de mim.

Eu podia sentir isso.

"Oh, merda," Alec sussurrou então, rapidamente virando a


cabeça e gritando, "Branna, está acontecendo. Obtenha seu
traseiro de parteira aqui!"

Ouvi um grito animado vindo do corredor, e passos, em


seguida, passos apresados.
Branna entrou na minha sala de estar, olhou para os
irmãos de ambos os meus lados, em seguida, para a água nas
minhas pernas e pés.

Um sorriso largo se espalhou em seu rosto. "Sua bolsa


estourou antes de suas contrações começarem? Isso é
brilhante, amada."

"Eu só senti uma dor aguda logo depois dela estourar",


expliquei. "Durou apenas alguns segundos, porém, é sempre
tão ruim assim?"

Branna balançou a cabeça. "Não, geralmente contrações


acontecem durante algumas horas, em seguida, sua bolsa
estoura, elas intensificar e bam, você é mamãe."

Pisquei rapidamente quando medo de repente me encheu.

"Por que eu não tive as horas de contrações? Por que


minha bolsa estourou primeiro?"

Branna riu, e os irmãos me moveram para fora da poça


que tinha virado uma mancha seco no chão. "Cada parto é
diferente, querida. Você pode um ter um parto muito rápido, ou
pode ainda estar em trabalho de parto amanhã ou no próximo
dia. Tudo depende de quão rápido esse pequeno quer sair".

"Você jura que isso é normal?", Perguntei, de repente


tremendo. "Eu ainda tenho duas semanas. Eu não posso mais
ter um parto em casa, tenho que ir para o hospital agora?"

"Calma, você não precisa ir a qualquer lugar, a menos que


eu diga." Branna colocou as mãos no meu rosto e sorriu para
mim. "Querida, você e o bebê estão bem. A bolsa de três em
cada cem mulheres, aproximadamente, vai estourar antes que
elas completem trinta e sete semanas, e você está na marca de
38 semanas. Como eu disse, cada gravidez é diferente; não há
nenhuma maneira de escrever um manual sobre ‘como ter um
bebê’. Tudo que eu tenho que fazer agora é simplesmente
monitorar você e o bebê durante o trabalho de parto. É só
seguir as orientações do seu corpo. Isso é perfeitamente normal,
e você não tem nada para se preocupar, eu prometo."

Eu balancei a cabeça, tomando algumas respirações para


tentar me acalmar.

"Eu vou mudar para o Modo Parteira agora, ok?" Branna


sorriu.

Eu balancei minha cabeça e me vi sorrindo quando Nico e


Alec beijaram minhas bochechas em uníssono, seguidos por
Damien, que beijou meu nariz.

"Vamos fazer isso, Ado," Alec disse animadamente.

Eu ri. "Você pode ligar para Kane e pedir para ele voltar
para casa?"

Alec me beijou mais uma vez. "Vou fazer isso."

Ele se afastou de mim e correu fora da sala, seu telefone


já pressionado na orelha. Eu olhei para Branna quando ela
mudou-se para o grande saco que tinha deixado aqui algumas
semanas atrás. Desde que ela era minha parteira atribuída,
fazia sentido ela deixá-lo aqui, desde que eu raramente saía do
apartamento.

"Seu líquido está ligeiramente amarelado, o que é


completamente normal", Branna me informou. "Eu posso ver
que você está ainda vazando, mas não por muito tempo. Essa
poça ali foi um jorro, obviamente, de modo que não sobrou
muito para sair. Mas, apenas para termos certeza, vamos levá-
la lá para dentro para se trocar. Então eu quero colocar um
absorvente em você, para controlar a cor dessa água, ok? Eu
vou tomar notas no seu formulário conforme avançamos a
partir daí."

Eu balancei a cabeça. "Ok, e então o que?"

"Então eu vou verificar o batimento cardíaco do bebê, e


podemos ter um bate-papo."

Verificar o batimento cardíaco do bebê e ter um bate-papo.

"Entendi."

Branna e Nico me ajudaram a deixar a sala de estar e


entrar no meu quarto. Nico e Damien saíram e fecharam a
porta, para que eu pudesse me despir e me trocar.

"Posso tomar banho?", Perguntei a Branna.

Ela balançou a cabeça. "Espere mais hora. Eu só quero


observar sua água para certificar-me de que não há mudança
de cor."

Eu balancei a cabeça. "Você pode molhar um pano para


que eu possa lavar minhas pernas, por favor?"
Branna balançou a cabeça para cima e para baixo e, em
seguida, saiu do meu quarto e entrou no banheiro. Ela voltou
com um pano quente e úmido. Ela me ajudou a me despir e, em
seguida, pegou o pano e lavou a metade inferior do meu corpo.

Eu corei. "Sinto muito que você tenha que fazer isso, eu


estou tão envergonhada."

Branna bufou enquanto lavava minhas coxas. "Babe, eu


ajudo estranhos a fazer isso diariamente no trabalho. Estou
feliz em te ajudar - você é uma das minhas melhores amigas."

Eu fiquei emocional. "Estou tão feliz você vai trazê-la a


esse mundo."

Branna levantou-se quando terminou, inclinando-se em


minha direção e envolvendo os braços ao meu redor. "Eu
também amor. Isto é uma honra."

Quando ela se afastou, ela me deu uma camisola azul-


bebê que batia nos meus joelhos. Ela pegou um par de
calcinhas de vovó de um dos muitos novos pacotes que eu tinha
comprado para depois que a bebê nascesse. Ela também pegou
um dos meus absorventes grandes e colocou-o na calcinha, em
seguida, ajudou-me a vesti-la.

Eu suspirei. "Eu me sinto melhor sabendo que isso vai


absorver a água. Parecia tão estranho quando tudo só saiu sem
aviso."

Branna sorriu quando nos sentamos na minha cama. Ela


me fez algumas perguntas sobre quando minha bolsa tinha
estourado, em seguida, me pediu para deitar na cama e foi
buscar o Doppler portátil, para que pudesse verificar o
batimento cardíaco do bebê.

Quando ela voltou para o meu quarto, Nico, Alec e Damien


estavam pairando pela porta do quarto olhando para dentro. Eu
sorri para eles e acenei.

"Entrem. Eu estou decente."

Eles entraram no quarto, mas rapidamente fizeram um


show de olhar para o teto quando Branna levantou minha
camisola até meus seios. Eu ri para eles e disse: "Eu estou
vestindo calcinha de vovó, rapazes. Tudo que vocês verão é
barriga e perna, se olharem."

Eles hesitantemente espiaram para mim, em seguida,


olharam totalmente quando viram que não tinha nada privado
dando show. Alec subiu na cama e sentou-se ao meu lado,
enquanto os gêmeos mantiveram um ou dois metros de
distância da cama, me olhando com cautela.

"Onde está Kane?", Perguntei a Damien. "Ele está a


caminho de casa?"

Ele lambeu os lábios e disse: "Ele não atende ao telefone,


mas deixamos mensagens de texto e de voz. Nós continuaremos
tentando ligar até que ele atender."

Eu fiz uma careta. "Ele está com Ryder, então por você
não tentam-"
"Já fizemos." Nico me cortou. "Nenhum deles atende. Eles
estão ambos provavelmente fazendo sets, e seus telefones estão
no modo silencioso."

Eu pisquei. "E se ele perder o nascimento?"

Branna riu. "Querida, isso leva um tempo. Confie em mim,


ele vai estar aqui."

Eu balancei a cabeça para Nico e disse: "Ele tomou sua


injeção esta manhã? Eu não me lembro se ele fez ou não".

"Ele tomou-a," confirmou Alec. "Ele estava guardando a


agulha naquele balde amarelo no balcão da cozinha quando eu
cheguei mais cedo."

Eu balancei a cabeça e relaxei um pouco.

Eu olhei para Nico. "Será que você ligou para Bronagh?"

"Ela e Keela estão na cidade à procura de uma nova cama


desde nossa cabeceira... quebrou."

Eu bufei. "Você quebrou a cabeceira da sua cama?"

Ele deu de ombros, sorrindo. "Estava prestes a acontecer


em algum momento. Eu estou realmente surpreso por ter
durado tantos anos conosco fazendo sexo nela."

Eu ri.

Minha atenção voltou para Branna quando ela apertou


um pouco de gel no meu estômago. Ela ligou a pequena
máquina de medir o batimento cardíaco do bebê, em seguida,
colocou o Doppler no gel na minha barriga e girou-o ao redor.
Primeiro houve estática, em seguida, quase que
imediatamente ouvimos um belo som batendo.

Eu sorri, assim como Branna.

"O coração está tão forte como sempre."

"É só eu", Alec murmurou, "ou o batimento cardíaco


parece assustador, semelhante a batida da música Jingle
Bells?"

Nós rimos, e ouvimos os batimentos por um minuto mais


antes de Branna colocar a máquina de lado e limpar minha
barriga. Nós conversamos por mais alguns minutos então, até
que tudo parou quando dor me golpeou.

"Oh, merda," eu estremeci e me curvei para frente,


segurando meu estômago como se isso de alguma forma fosse
ajudar a aliviar a dor.

"Respire," a voz de Branna acalmou. "Lembre-se de sua


respiração."

Certo, minha respiração.

Grande inspiração, longa expiração, grande inspiração,


longa expiração.

Abaixei minha cabeça de volta para o travesseiro quando a


dor diminuiu. "Merda, dói muito."

"Isso é trabalho de parto, querida." Branna riu enquanto


se ocupava agarrando itens diferentes de sua bolsa,
cantarolando enquanto o fazia. Ela parecia saltitar ao invés de
seu passo arrastado de costume, e estava mais feliz do que a
tinha visto há muito tempo.

Eu esperava que fosse por causa do bebê que estava


chegando, e não porque eu estava com dor, porque foi disso que
as próximas quatro horas consistiram. Dor, dor, risadas, e mais
porra de dor.

Era insuportável.

Eu nunca tinha sentido nada assim antes na minha vida,


e não havia qualquer trégua para isso também. Eu tomei uma
respiração profunda para aliviar a dor, mas, mesmo isso apenas
minimizava-a ligeiramente, fazendo-me ter vertigens.

Através da minha dor, notei que Kane ainda não estava


comigo, e quanto mais dor eu sentia, mais irritada eu ficava
sobre isso. Eu precisava dele aqui, e ele estava longe de ser
encontrado.

Damien chegou ao ponto de ir procurá-lo no ginásio, mas


voltou sozinho, explicando que o gerente tinha dito que eles
saíram algumas horas atrás.

Nós não tínhamos nenhuma ideia de onde eles estavam, e


todos os tipos de coisas horríveis percorreram minha mente.
Coisas como ‘e se Big Phil de alguma forma estivesse com ele’?

Tentei não pensar nisso conforme as contrações chegaram


mais rápido, e durando mais tempo. Branna permaneceu o
tempo todo monitorando o batimento cardíaco do bebê, que
sempre se manteve firme e forte como o esperado. Ela também
checava para ver quão longe eu estava dilatada a cada trinta
minutos, e durante as últimas horas eu fui de cinco
centímetros a dez.

Os irmãos tinham armado no nosso quarto a piscina de


parto que Kane e eu tínhamos comprado semanas atrás, e
Branna tinha acendido algumas velas e providenciado música
suave e instrumental.

Tudo isso realmente me ajudou a relaxar - ou relaxar


tanto quanto possível.

Eu estava a ponto de puxar minha camisola para longe do


meu corpo e me abanar quando calor atacou cada polegada do
meu corpo. Eu estava nua da cintura para baixo, mas eu não se
importava. Eu vestia um confortável sutiã esportivo por baixo,
mas nada mais.

Eu estava longe demais com a dor para mesmo considerar


os irmãos ficando desconfortáveis. Eu não me importava mais
com eles ou com qualquer outra pessoa; Eu só me preocupava
com o meu próprio conforto.

"Foda-se, foda-se, fooooda-se," eu rosnei quando me


inclinei para frente e coloquei minhas mãos na cama. Eu me
balançava de um lado para o lado enquanto tentava me
concentrar na música ao invés de na dor que me apunhalava.

"Branna," eu disse com uma voz muita calma quando o


desejo de tirar o bebê do meu corpo apareceu. "Eu preciso
empurrar. Eu preciso empurrar agora".
Branna e os rapazes me levaram à piscina de parto.

"Isso é muito diferente do que eu imaginei que seria ver as


partes íntimas de Aideen," Alec murmurou atrás de mim
enquanto eu entrava na piscina de parto.

Nico se engasgou. "Você imaginou isso? Bro, ela é a garota


do nosso irmão. A mãe da nossa sobrinha ou sobrinho."

Eu olhei para eles enquanto ficava de joelhos e inclinava-


me sobre a borda da piscina.

Alec piscou. "Eu imaginei isso desde que a conheci... eu


deveria estar arrependido? Porque eu não estou".

Nico balançou a cabeça. "Vou contar a Kane que você


disse isso."

"Você sempre foi uma cadela fofoqueira!" Alec assobiou.

"O tempo e o lugar, bro," Damien resmungou. "O tempo e


o lugar".

Eu queria rir deles; eles pareciam pequenos menininhos


brigando. Mas eu não podia, porque tudo em que eu conseguia
focar era na dor que me consumia.

"Kane!" Eu chorei quando uma poderosa contração me


rasgou. "Oh, por favor. Eu preciso dele."

"Morte!" Alec assobiou. "Isto é o que ele pediu por não


responder à sua porra de telefone!"

Nico concordou com a cabeça, em seguida, agarrou minha


mão e apertou-a.
"Ele estará aqui, Ado."

"Quando?" Eu gritei, apertando a mão de Nico quando a


dor que eu sentia foi intensificada. "Eu vou fodidamente matá-
lo se ele já não estiver morto ou coisa pior."

O rosto de Nico ficou vermelho, e seus olhos quase


saltaram das órbitas.

"Ow," ele choramingou. "Ow. Ow. Isso machuca."

Eu soltei sua mão e foquei em Alec rindo de Nico quando


ele balançou a mão e segurou-a contra seu peito.

"Eu não posso fazer isso," eu ofeguei.

Branna olhou para cima e trancou os olhos nos meus.


"Babe, só mais alguns minutos e você vai ser mamãe. Você
consegue."

Eu não conseguiria.

Eu não poderia fazê-lo, porra!

"Faça isso parar," Eu gritei quando minha vagina


queimou. "Faça isso parar. Damien!"

"Oh Cristo", ele sussurrou, chegando mais perto de mim.


Pânico completo apoderou-se dele, mas ele não podia fazer
nada além de ficar do meu lado e esfregar minha mão. Alec
tomou seu lugar na minha frente.

"Distraia-a," Nico sussurrou para ele, com os olhos


travados no espaço entre as minhas pernas.
A maneira que eu estava posicionada não era nada
delicada, certamente.

"Sons of Anarchy!" Alec subitamente gritou. "Eu vou


colocar nesse show e você pode-"

"Cale. A. Boca.", eu rosnei enquanto olhava para ele. "E


não mova um músculo sangrento. Você é meu ponto de
equilíbrio."

Ele começou a entrar em pânico, e começou a cantar, "Eu


te amo, você me ama. Nós somos uma família feliz-"

"Alec!" Nico estalou. "A música do Barney? Sério?"

Alec colocou as mãos na lateral de sua cabeça e


choramingou: "Eu não sei o que fazer!"

"Basta fazer o que Aideen pedir," Branna disse com uma


voz calma enquanto enxugava minha testa com um pano úmido
e frio.

Alec olhou para Branna, em seguida, para mim, em


seguida, para Nico. "Preciso me retratar. Eu não quero bebês,
nunca."

"Bronagh já está grávida," Dominic gritou em suas mãos.


"É tarde para puxar para fora."

"Eu nunca vou fazer sexo sempre novamente," Damien


sussurrou.

Pelo amor de Deus.


"Pare de empurrar?" Alec, em seguida, sugeriu. "Aperte
suas bochechas juntas e mantenha esse pequeno Slater aí até
Kane chegar."

Branna e Nico olharam para Alec, que estava


demonstrando para mim o que eu tinha que faze com a minha
bunda. Eu não queria copiá-lo, porque ele parecia constipado, e
isso me assustou.

"Não é assim que funciona, Alec," Branna disse então,


voltando a olhar para mim, sorrindo. "Querida, você está
fazendo tudo lindamente."

"Ela não pode estar indo tão bem, porque Kane ainda não
está aqui!" Alec indicou pela segunda vez. "Ele precisa estar
aqui para isto".

Branna riu. "Diga isso ao bebê."

Alec fez exatamente isso. A aberração sangrenta da


natureza se ajoelhou ao lado da piscina, levou as mãos aos
lados da boca e gritou: "Pare sua viagem pelo canal vaginal, nós
não estamos prontos para você ainda. Seu pai está no ginásio
puxando ferro, tenha um pouco de respeito e espere por ele!"

Dominic puxou Alec para longe da minha parte do corpo


mais privada, e bateu-lhe no nariz. "Pare."

Alec pulou de susto e silenciosamente levantou os dedos


ao nariz enquanto olhava para o irmão com os olhos
arregalados.

"Eu não posso acreditar que você fez isso para mim."
Nico balançou a cabeça, mordendo o interior da bochecha,
provavelmente para não cair na gargalhada. Branna esfregou o
ombro de Alec, sorrindo antes de olhar de novo para mim e
piscar.

"Aideen?!"

Oh, graças a Deus.

Branna sorriu largamente. "No quarto!"

Segundos se passaram, e então Kane e Ryder irromperam


no quarto. Eu não olhei para cima. Em vez disso, eu abaixei
minha cabeça e gritei quando outro golpe de dor nadou pelo
meu abdômen.

"Se dispa e entre na piscina com ela, ela precisa de você",


Branna ordenou a Kane.

"Onde diabos você estava?" Eu gritei quando empurrei de


novo.

Ignorei tudo e peguei as duas bolas que Branna tinha me


dado anteriormente, continuando a apertar e liberá-las em
minhas mãos, concentrando toda a dor que eu sentia nos
objetos.

E respiração! Eu realmente precisava lembrar da minha


respiração.

Ouvi tagarelice sem sentido e sons de itens batendo no


chão do meu quarto, então ouvi salpicos de água, como ondas
batendo contra mim.
Kane estava na piscina.

Senti uma mão pressionada contra a minha, em seguida,


vários beijos no meu ombro.

"Estou aqui, boneca."

Comecei a chorar - o alívio de tê-lo aqui me atingiu como


uma bomba. Eu estava apavorada que ele fosse perder o
nascimento do bebê.

"Sinto muito", ele sussurrou, beijando o lado da minha


cabeça. "Estou tão arrependido."

Virei a cabeça para ele, pressionando-a ao lado de seu


rosto. "Eu não posso fazer isso."

Kane sorriu. "Do que você está falando? Você já está


fazendo isso, e está fazendo, porra, de forma impressionante."

"Claro que sim", concordou Branna.

Kane interligou suas mãos nas minhas, e não fez nenhum


som quando eu apertei com toda a energia que eu tinha.

"Deus, isso dói!" Eu gritei, segurando nossas mãos unidas


sob o meu estômago.

"Abra suas pernas o máximo possível, querida, e assim


que começar outra contração, se abaixe um pouco e empurre,
ok?"

Eu balancei a cabeça em entendimento para Branna.


Soltei as mãos de Kane quando ela me instruiu a mover minhas
mãos sob minhas coxas conforme eu empurrava. Não demorou
muito para uma contração de acertar, e quando o fez, eu fiz
como Branna tinha dito e empurrei.

As contrações eram dolorosas e absolutamente horríveis,


mas empurrar?

Empurrar. Doía. Como. O. Inferno.

Eu gritei mais alto do que já tinha feito em toda a minha


vida quando queimação rasgou minha vagina. "Ahhhhhhh!" Eu
vibrei até que minha contração desapareceu, mas mesmo assim
a sensação de queimação permaneceu.

"Branna," Eu chorei, apertando meus olhos fechados.


"Está queimando."

Eu senti um pano fresco contra minha cabeça.

"Empurre de novo na próxima contração, ouviu? Você


precisa empurrar novamente com tudo que tem."

Foi o que eu fiz. Por mais trinta minutos eu empurrei


como o inferno conforme as contrações queimavam meu corpo,
até que pensei que fosse entrar em colapso por exaustão.

"Ela está coroando, o que significa que a cabeça está


quase fora, Kane", Branna sussurrou. "Você está prestes a
segurar seu bebê."

Medo me atingiu.

"Branna, ajude-o", eu implorei, aterrorizada que Kane


pudesse deixar o bebê cair sem querer.
"Eu estou pronto", ele suspirou. "Eu cuido disso, Boneca,
confie em mim. Empurre tão duro quanto puder, mais uma
vez."

Ryder e seus irmãos se precaveram na minha frente, e


cada um deles agarrou minhas mãos, braços e pernas,
deixando-me usá-los como alavanca.

"Vamos fazer isso, Ado." Alec sorriu.

Eu balancei a cabeça, então prendi uma respiração


enorme e, com todas as minhas forças, me abaixei um pouco e
empurrei como se minha vida dependesse disso.

"Boa menina, boneca," Kane aplaudiu. "Continue


empurrando, continue... empurrando."

"A cabeça está totalmente fora", Branna gritou alguns


segundos mais tarde.

Mais dor ardente inundou minha vagina, e eu gritei,


rapidamente inspirando e expirando através da dor.

Nico se moveu para o lado para obter uma melhor vista, e


riu. "Nada além de cabelo escuro, um verdadeiro Slater." Ele
tentou comemorar com Damien, que apontou para seu próprio
tufo de cabelos brancos, fazendo Nico estremecer e dizer:
"Desculpe, bro."

Eu gritei bem alto mais uma vez quando a pressão na


minha vagina aumentou, intensificando a ardência.

Kane estava rindo quando disse, "Ombros estão fora...


peito... torso... bunda... pernas... e os pés. Você fez isso, baby."
Eu caí para frente quando senti o bebê deixar-me.

"É um menino...!" Kane de repente anunciou. "É


definitivamente um menino."

Engoli em seco e tentei olhar para baixo entre as minhas


pernas, mas a água estava turvada com sangue. "Você tem
certeza?"

Branna cuidadosamente me sentou e inclinou-me contra a


piscina, levantando minha perna para que Kane pudesse cortar
o cordão umbilical, então eu não me machucaria, ou ao bebê.
Virei a cabeça e explodi em lágrimas enquanto olhava para
Kane, que tinha o nosso bebê protetoramente envolto em seus
braços grandes. Eu estava sorrindo e chorando, tudo ao mesmo
tempo, até que notei algo.

O bebê não estava chorando.

"Branna," eu disse. "Por que ele não está chorando? "

"É normal, dê-lhe um segundo." Branna disse, mas então


se aproximou e pegou o bebê de Kane sem perguntar.

Ele ainda não estava chorando.

Cinco segundos se passaram, mas parecia uma vida.

"Oh, por favor," Eu gritei quando pânico me envolveu. "Por


favor, faça-o chorar."

Kane agarrou meus ombros quando eu tentei me levantar.


Eu empurrei-o para longe de mim e tentei me aproximar de
Branna. Ela não podia se mover muito longe, porque o cordão
umbilical do bebê ainda não tinha sido cortado.

"Vamos lá, baby boy", balbuciou Branna para o bebê


enquanto esfregava-o rudemente com uma das nossas toalhas
de bebê. Ela continuou com isso enquanto eu chorava e Kane
me abraçava por trás.

Alec tinha as mãos em ambos os lados da cabeça, Nico e


Damien estavam ambos roendo as unhas, e Ryder estava
apenas olhando para o bebê nos braços de Branna.

O tempo foi congelado até... magia.

O gemido mais alto que você pode imaginar saindo de um


recém-nascido encheu meu apartamento, e foi o melhor som
que eu já tinha ouvido em toda a minha vida.

Eu chorei ainda mais pelo alívio de confirmar que bebê


estava vivo, e Kane, que estava se sacudindo atrás de mim,
choramingou levemente e pressionou o rosto na minha nuca.

"Você, seu pirralho," Branna riu carinhosamente enquanto


terminava de limpar o rosto do bebê. "Dando a sua mamãe e
papai um susto como esse".

"Aos seus tios do caralho, também," Alec declarou,


curvando-se para frente e colocando as mãos nos joelhos,
ofegando como se tivesse corrido uma maratona.

Branna andou até o nosso lado e se abaixou. Ela baixou


os braços e gentilmente descansou o bebê contra o meu peito.
Eu corri meus olhos sobre ele até que olhei fixamente entre
suas pernas.

"É um menino", eu chorei de felicidade. "Nós temos um


filho."

Kane passou os braços em torno de nós dois, e beijou o


lado do meu rosto. "Obrigado, baby."

"Pelo quê?" Eu funguei, olhando para trás para vê-lo.

"Por dá-lo a mim", ele disse, antes de beijar meus lábios.

Chorei de felicidade e olhei de novo para o meu filho, que


começou a chorar em voz alta agora. "Shhh", eu murmurei,
gentilmente o balançando. "Mamãe está com você."

Meu coração explodiu de amor naquele momento.

Eu era mãe de alguém.

"Ele parece com você, Kane." Branna comentou


suavemente através de suas próprias lagrimas.

"De jeito nenhum", ele murmurou, seus olhos fixos no


rosto do nosso filho. "Ele é bonito, e isso é tudo Aideen."

Eu sorri com alegria, e deixei meus olhos vagarem sobre o


rosto do meu filho. Ele tinha um bonito nariz de botão,
bochechas rechonchudas, uma cabeça cheia de cabelo
castanho escuro e gordos lábios rosados. Eu levantei-o e
inclinei sua cabeça até minha boca, para beijá-lo.

"Eu amo você", sussurrei. "Eu amo te tanto, baby boy".


Kane reposicionou-se atrás a mim. Ele colocou suas
pernas em cada lado dos meus quadris, puxando a mim a ao
nosso bebê para trás e contra seu peito. Ele inclinou a cabeça
de um lado da minha, e nós dois ficamos olhando para o
anjinho em meus braços.

"Eu não posso acreditar que o fizemos." Murmurei. "Ele é


perfeito."

"Ele é," Kane concordou.

Branna estendeu a mão e gentilmente pressionou no meu


peito, e o bebê borbulhou e cantarolou enquanto relaxava ainda
mais contra mim. Fechei os olhos enquanto ela remexia em sua
bolsa de enfermagem e pegava alguns objetos. Eu a senti voltar
e inclinar-se sobre mim e o bebê, mas só abri meus olhos
quando a ouvi falar com Kane.

"Corte entre o grampo e meus dedos".

Eu abri meus olhos e vi Branna entregar a Kane um par


de tesoura de formato engraçado e, em seguida, olhei para o
cordão umbilical do bebê. O que eu só posso descrever como
um prendedor branco tinha sido preso perto do umbigo do
bebê, e Branna estava mostrando à Kane onde cortar.

Kane fez o que ela disse, e cortou o cordão umbilical do


nosso filho. Demorou alguns cortes, mas ele corta-o e entregou
a tesoura de volta a Branna.
"Você pode querer arrancar meus olhos agora, mas eu
posso pegá-lo para alguns minutos? Vou secá-lo e envolvê-lo em
algo agradável e acolhedor."

Eu fiz uma careta para Branna. "Por quê?"

Branna riu. "Eu tenho que ajudá-la a expulsar a placenta,


querida, e quero pesá-lo".

Oh, certo.

"Ok," Eu cuidadosamente entreguei meu filho para ela.

Branna sorriu quando se inclinou e beijou minha cabeça.


"Ele vai estar de volta em seus braços antes que perceba."

Eu esperava que sim, porque já sentia falta dele.

Branna pesou o bebê, e ele tinha nascido com 4,542 kg.

Quase. Cinco. Quilos.

Eu tinha pavor de pensar o quão grande ele teria ficado se


tivesse completado o tempo de gestação.

Depois de pesá-lo, Branna limpou-o e colocou-o no Moisés


ao lado da cama. Todo o mundo, exceto Kane, saiu do quarto,
quando Branna veio para o meu lado.

Os dez minutos seguintes foram dolorosos, mas não tão


dolorosos quanto o trabalho de parto propriamente dito.

"Aqui vamos nós", disse Branna quando pressionou no


meu estômago mais uma vez.

Estremeci quando senti algo passar através do meu corpo.


2
No original, 10 libras.
"Tudo feito", anunciou então Branna, enfiando a mão na
água e levantando um punhado de algo desagradável,
colocando-o num saco plástico ao lado dela.

Branna levantou o nosso filho do Moisés e devolveu-lhe


para mim. Eu o segurei em meus braços, certificando-me que o
cobertor em que ele estava envolvido não tocasse na água da
piscina.

Olhei para cima quando ouvi um suave clique. Notei que


Branna tinha saído da sala, e então estávamos somente Kane, o
nosso filho e eu.

"Eu fiquei assustada quando ele não chorou."

Kane beijou meu ombro. "Eu também, amada. Meu


coração parou."

O meu tinha parado, também.

Nosso filho chorava agora, o que me fez dar risada quando


Kane disse: "Eu amo o choro dele." Eu olhei para o bebê, então
murmurei para Kane, "Você não acha que a fumaça daquela
noite pode tê-lo machucado, certo?"

"Não", respondeu ele. "Olhe para ele; ele é tão saudável


como pode ser. Rosa e todo grande."

Seu rostinho estava pressionado contra o meu peito, e seu


instinto assumiu. Ele tentou sugar minha pele, então eu
nervosamente reposicionei-o sob meu peito enquanto lembrava
do que Branna tinha me ensinado. Kane se aproximou e
ajustou meu peito e mamilo com a mão até que estava próximo
a boca do bebê.

Demorou cerca de um minuto para ajustar e escovar meu


mamilo contra a boca do nosso filho, mas ele finalmente
agarrou-me e começou a sugar.

"Ow," Eu estremeci.

"Você está bem?" Kane perguntou, sua voz quase um


sussurro.

Eu balancei a cabeça, mas continuei a estremecer. "Isto


dói um pouco, mas está tudo bem. Branna disse que um pouco
de dor é normal".

Kane pressionou o rosto do lado do meu, e nós dois


observamos nosso filho se alimentando pela primeira vez. Eu
ouvi um clique, mas não olhei para cima. Ouvi mais alguns
movimentos e, em seguida, o som de um obturador.

Olhei para cima e vi Branna sorrindo e desculpando-se


enquanto guardava o telefone no bolso da calça.

"Desculpe, o momento era muito perfeito para não


fotografar."

Eu sorri e olhei de novo para o meu filho.

"Como está tudo?" A voz de Branna sussurrou.

"Perfeito."

"Branna," Kane murmurou. "Ele está mamando."


"Brilhante", ela sorriu quando aproximou-se. "Você está se
sentindo bem, Aideen?"

Eu balancei a cabeça.

Eu me sentia incrível.

Eu olhei para o bebê quando a pressão sobre o meu


mamilo diminuiu. Eu notei que ele soltou meu mamilo e
lambeu os lábios algumas vezes, antes de apenas deitar em
meus braços num êxtase de bebê.

"Seu colostro3 deve ter gosto bom," Kane riu. "Olhe para
ele."

Eu sorri. "Eu o amo muito."

"Eu também, Boneca".

"Coloque-o em sua cesta Moses," Branna instruiu "e nós


vamos tirá-la da piscina. Eu te quero seca e em roupas quentes
o mais rapidamente possível. Não quero que pegue um resfriado
ou algo. Você está muito vulnerável agora."

Kane entrou em ação quando saiu da piscina de parto.

Ele cuidadosamente colocou o nosso filho em seu


bercinho, que estava do meu lado da cama. Ele veio para mim
depois, e com a ajuda de Branna, eles me levantaram e tiraram
da piscina de parto. Caminhei lentamente para longe da piscina
e fiz uma careta. Eu podia me mover, mas doía fazê-lo.

3
O primeiro líquido segregado pelas glândulas lactíferas logo depois do parto. Difere do leite típico pelo conteúdo maior
de proteínas (tais como albumina e globulinas) e anticorpos, vitaminas e minerais, e pelo menor conteúdo de açúcares e
gorduras. Fornece ao recém-nascido humano ou animal corpos imunizantes essenciais e auxilia no estabelecimento da
função intestinal.
Branna correu e pegou uma bacia de água quente, e então
ela e Kane me deram um banho de esponja. Levou apenas um
minuto, mas eu me senti tão revigorada depois que apenas
relaxei contra Kane quando ele passou uma grande toalha ao
meu redor e me secou.

Ele também se secou e trocou de roupa em tempo recorde.


Quando eu estava completamente seca, Branna verificou
minhas partes privadas mais uma vez e disse que estava muito
satisfeita por eu não ter tido nenhum rasgo ou machucado.
Quando ela me deu permissão, eu vesti um grande par de
calcinha de vovó, que tinha a mãe de todos os maxi absorventes
já posicionado. Depois disso, vesti um novo par de pijama bem
solto. Kane também me deu um prendedor de cabelo e segurou
meus quadris enquanto eu amarrava meu cabelo num coque no
alto da minha cabeça.

Eu precisava lavá-lo e tomar banho adequadamente, já


que não cheguei a fazer nada disso como queria no início do
trabalho de parto, mas agora tudo podia esperar até amanhã.
Eu estava razoavelmente limpa e totalmente exausta.

Eu precisei da ajuda de Kane para subir na cama, uma


vez que ela era bem alta. Quando finalmente escalei sob minhas
cobertas, estremeci um pouco, em seguida, olhei para o relógio
na parede e vi eram sete e meia da noite.

Eu não podia acreditar; parecia que o dia era infinito, mas


era só sete e meia! Isso significava que eu só tinha estado em
trabalho de parto durante sete horas. Parecia muito tempo, mas
eu sabia pelas minhas pesquisas, e por Branna, que isso era
considerado um nascimento rápido, especialmente para uma
mãe de primeira viagem.

"Você está pronta para alguns visitantes?" Kane


perguntou.

Eu pisquei. "Quem está aqui?"

Ele bufou. "Seu pai, todos os seus irmãos, todos os meus


irmãos, e todas as garotas".

Eu sorri e balancei a cabeça. "Claro que eles podem


entrar. Eles esperaram tanto por esse bebê quanto nós."

Kane saiu da sala para recebe-los enquanto Branna


pegava meu filho do berço e colocava-o em meus braços.
Branna tinha colocado um chapéu azul bebê na cabecinha dele,
para mantê-lo aquecido. Ele estava firmemente embrulhado
num cobertor grosso, confortavelmente aninhado.

"Ele não está vestido."

Eu pisquei. "Você poderia vesti-lo? Eu quero ver como


você faz, assim poderei te copiar. Tenho medo de machucá-lo".

Branna sorriu quando pegou meu filho dormindo e deitou-


o na cama. "Eu lavei-lhe rapidamente como fiz com você, então
você poderá dar-lhe o seu primeiro banho amanhã, depois de
descansar um pouco."

Eu balancei a cabeça e vi como ela desenrolou o cobertor


do meu filho. Me inclinei para verificá-lo entre as pernas.
Eu sorri quando Branna riu. "Eu estou apenas checando
para ter certeza que ele é realmente um rapaz... Eu não posso
acreditar. Eu pensei com certeza que ele era uma menina."

"Kane e todos os irmãos estavam certos, pela sangrenta


primeira vez", ela riu.

Eu não olhei para cima quando a porta do meu quarto se


abriu - eu estava muito focada no que Branna estava fazendo.
Ela era colocando cuidadosamente a fralda mais ínfima no meu
filho, consciente do grampo em seu cordão umbilical.

"Oh meu Deus," eu ouvi um sussurro feminino.

Senti as pessoas entrarem na sala, mas não consegui


desviar o olhar das mãos de Branna enquanto ela vestia meu
filho. Ela gentilmente colocou um body nele, seguido de uma
roupinha azul bebê, luvas e um casaco branco.

Ela ajustou o chapéu, e eu sorri quando ele bocejou e fez


um ruído alto.

Branna levantou-o, beijou-lhe a bochecha, em seguida,


colocou-o em meus braços. Eu olhei para cima e sorri. Todo
mundo estava no meu quarto, e todos tinham enormes sorrisos
em seus rostos. Havia algumas lágrimas, também.

"Aideen", soluçou Keela, antes de vir para o meu lado da


cama. Ela inclinou-se e beijou meu rosto. "Parabéns, querida."

Sorri em agradecimento e olhei para meu filho quando ela


colocou a mão no seu pequeno braço.

"Ele é perfeito", ela sussurrou.


Eu concordava plenamente.

"Querida". Olhei para cima e sorri largamente. "Ei, papai".

A determinação do meu pai quebrou quando lágrimas


caíram de seus olhos. Keela assumiu seu lugar na frente de
Alec enquanto meu pai sentava ao meu lado na cama,
colocando um braço em volta dos meus ombros. Ele beijou meu
rosto e me abraçou antes de nós olharmos para o meu
pacotinho de alegria.

"Ele parece com você", meu pai murmurou. "Tão bonito."

Eu sorri novamente e levantei meus braços.

"Você quer segurá-lo?"

Meu pai acenou com a cabeça e se levantou. Ele estendeu


as mãos e gentilmente pegou seu neto, segurando-o
protetoramente contra seu peito. Lágrimas brotaram dos meus
olhos enquanto eu o assistia interagir com meu bebê.

Ele murmurou para o bebezinho quando ele choramingou


um pouco, balançando-o de um lado para o outro.

"Ei, amigo," ele sussurrou, seus olhos úmidos. "Eu sou


seu Vovô".

Era isso.

Minhas lágrimas vieram rápido e furiosamente, fazendo


alguns dos rapazes rirem.

"Parabéns, irmãzinha."
Eu sorri para James quando ele veio me abraçar, seguido
pelos meus outros irmãos. Gavin abraçou-me por mais tempo, e
disse-me que me amava mais do que qualquer coisa no
mundo... exceto seu sobrinho. Isso me fez rir.

"Qual é o nome dele?" Isto veio de Bronagh.

Olhei para Kane, que parecia tão perdido quanto eu me


sentia.

"Não temos ideia ainda."

Todo mundo riu de nós.

Abracei os irmãos de Kane em seguida, agradecendo e me


desculpando com Nico, Alec e Damien por qualquer dano ou
desconforto que possa ter trazido a eles durante meu parto.
Eles sorriram para mim e acenaram como se não fosse nada
demais.

Eu chorei um pouco mais quando cheguei às meninas.


Todos elas choravam, mesmo Alannah, que era geralmente a
melhor de nós em controlar suas emoções.

Todos nós rimos e conversamos enquanto meu filho era


passado em torno. Eu assisti como todos e cada um dos
presentes caiu de amor pelo meu filho, e isso só fez com que
meu amor por eles aumentasse ainda mais.

Eu não sei quanto tempo ficamos ali, mas pelo tempo que
todos saíram, inclusive Branna - depois de verificar-nos mais
uma vez - eu estava perto de dormir sentada. Eu tinha acabado
de alimentar o bebê de novo e me acomodar na cama quando
um interruptor acendeu dentro de mim.

Foi uma sequência estranha de eventos. Num momento eu


estava totalmente cativada pelo meu filho recém-nascido, a
ponto de esquecer tudo, e no próximo a névoa de alegria que
moldava minha mente foi levantada, e confusão se instalou.

Olhei para Kane e franzi a testa.

Eu não pensei muito nisso mais cedo porque estava em


trabalho de parto, e depois disso nada mais me ocorreu, porque
eu estava tão distraída com o bebê e tudo mais... mas agora que
eu tive um minuto para pensar, estava curiosa para saber onde
Kane tinha estado o dia todo.

Eu estava realmente curiosa para saber por que ele quase


perdeu o nascimento do nosso filho.

"Kane?"

Ele estava dobrando a piscina de parto.

"Hmmm?"

Eu não pestanejei. "Onde você estave durante todo o dia


hoje?"

Ele congelou.

Sua hesitação em responder fez meu estômago revirar.

"Kane?" Eu sussurrei.

Os músculos em suas costas contraíram.


"O quê?", Ele perguntou, depois de um momento de
silêncio.

Ele sabia exatamente o que eu tinha perguntado, mas


estava protelando.

"Alec te ligou diversas vezes, e para Ryder também, mas


nenhum dos dois respondeu. Onde você estava?"

"Eu estive na academia por cerca duas horas", ele


respondeu.

Engoli em seco. "E no resto do tempo?"

Ele colocou a piscina de parto de volta em seu recipiente,


em seguida, virou-se para me encarar.

"Ajudando Ryder a transportar... algumas coisas."

Lágrimas brotaram nos meus olhos.

"Kane".

Ele deu um passo para frente. "Eu juro que se soubesse


que você teria o bebê hoje eu não teria saído do seu lado".

Eu segurei minha mão no ar. "Fique onde está."

Kane ficou tenso, mas acenou com a cabeça.

Baixei a mão para o meu estômago e expirei. "Você estava


movimentando drogas ou armas... não estava?"

Kane abriu a boca, mas fechou-a quando as palavras não


saíam. Eu vi suas mãos embolarem em punhos quando senti as
lágrimas que rolaram dos meus olhos derramando sobre
minhas bochechas.
"Por favor, deixe-me ir até você."

Eu balancei minha cabeça. "Eu estava em trabalho de


parto durante todo o dia... e você estava fora, ajudando Ryder
com essas coisas horríveis".

Kane engoliu em seco. "Eu estou-"

"Seus irmãos seguraram minhas mãos, me ouviram gritar


e xingar, e fizeram tudo ao seu alcance para me ajudar. Eles
nunca me deixaram, durante todo o tempo que durou o parto.
Eles estavam cagando de medo, mas estavam aqui para mim."

"Aideen," Kane sussurrou, seus próprios olhos embaçados


com lágrimas não derramadas.

"Você quase perdeu a chegada do seu filho a esse mundo."

Kane não conseguiu mais segurar meu olhar. Ele baixou a


cabeça e afundou os ombros, envergonhado.

"Estou com nojo de mim mesmo por não ter estado aqui
para tudo."

Eu estava com nojo dele por isso também.

"O que eu tinha te dito?", Perguntei.

Ele olhou para mim e encolheu os ombros.

"Eu disse que não ficaria com você enquanto você ainda
estivesse ligado a essa vida".

Puro pânico marcou as características de Kane.


"Por favor", ele implorou em voz baixa. "Por favor, me
perdoe. Eu não vou fazer isso de novo. Eu não vou ajudar Ryder
nunca mais. Juro pela minha vida."

Doeu-me vê-lo tão desesperado, mas eu decidi que tinha


que ser cruel agora. Eu o amava, e não estava deixando nosso
relacionamento falhar por causa de seus erros estúpidos. Ele
era meu para sempre, e eu precisava fazê-lo perceber que o
bebê e eu éramos dele.

Eu mantive minha expressão em branco tanto quando


possível; Eu tentei o meu melhor para ser sem coração.

Eu estava prestes a dar-lhe o susto de uma vida.

"Eu acho que você deveria sair", eu disse, travando o meu


olhar com o dele.

"Aideen", ele engasgou, tropeçando para frente até que


seus joelhos bateram em nossa cama. "Por favor, eu estou te
implorando, não faça isso".

Não quebre antes dele.

"Eu não fiz nada. Você fez," eu respondi sem pressa. "Eu
lhe pedi, não, eu implorei, repetidamente, para me dizer o que
você e Ryder estavam fazendo, e eu implorei para você não se
envolver com ele... mas você me ignorou completamente. Você
disse que o que quer que estivessem fazendo não iria afastá-lo
de mim, mas afastou. Você quase perdeu o nascimento do seu
filho por isso... então me diga, valeu a pena?"
"Eu sinto muito," ele resmungou enquanto lágrimas caíam
de seus olhos e escorriam sobre suas bochechas.

Fazê-lo sentir a mãe de todos os medos.

"Não, eu que sinto muito, Kane," eu disse, sacudindo


minha cabeça. "Sinto muito por ter deixado isso chegar tão
longe. Eu realmente pensei que o seu amor e respeito por mim
seriam suficientes para você fazer a coisa certa, mas,
obviamente, eu não vallho a pena. Você escolheu algo perigoso,
ilegal e simplesmente doentiu sobre mim."

Eu olhei para a minha mão esquerda, tirei o anel de


noivado do meu dedo e atirei-o no final da cama, onde pousou
diante de Kane. Ele olhou para mim com os olhos arregalados e
um olhar de tristeza tão absoluta que foi quase demais para
suportar. Mas eu precisava que ele percebesse que poderia me
perder por algo que pensou não ser um grande problema.

Eu o queria totalmente apavorado.

"Por favor, não me deixe", ele gritou. "Eu morreria sem


você."

Eu olhei para o nosso filho, para que ele não visse minha
atuação caindo aos pedaços. "Se você não me coloca em
primeiro lugar, o que garante que ele será sua prioridade?"

Eu olhei para Kane enquanto ele agarrava meu anel de


noivado e se arrastava até a cama, até estar cara a cara comigo.

"Eu estou te implorando para não fazer isso. Você e esse


menino precioso são o meu tudo, eu juro."
Eu fiz uma careta. "Eu não sei se isso é suficiente para
fazermos essa relação funcionar."

"Boneca", ele respirou, colocado suas mãos em minhas


bochechas. "Estou disposto a fazer o que for preciso para fazer
nossa relação funcionar. Eu não quero perder minha razão de
viver. Vocês e o nosso filho. Eu nunca pensei que fosse possível
amar duas pessoas tanto quanto eu amo vocês dois. Eu te amo
tanto que dói. Por favor, não tire minha razão de viver."

Maldito seja!

Inclinei-me para ele. "Você jura por sua vida que acabou
com qualquer coisa relacionada à sua antiga vida?"

"Eu juro." Ele acenou com a cabeça freneticamente. "Eu


juro por Deus."

Eu olhei para ele por um longo momento antes de


balançar a cabeça e dizer: "Tudo bem então."

Kane se desintegrou na minha frente, e pressionou a testa


contra a minha. Eu me obriguei a não desmoronar, mas, meu
Deus, como foi difícil. Eu nunca o tinha visto tão quebrado, e
me eviscerava saber que eu era a causadora dessa dor, mas eu
tive que fazer o que fiz.

Eu tive que assustá-lo para fazê-lo realmente acreditar


que eu ia terminar com ele; se eu não tivesse feito nada, quem
sabe por quanto tempo ele teria 'Ajudado' Ryder. Por tudo que
eu sabia, isso provavelmente teria nos forçados a nos separar
há longo prazo, e quebrado nossa família.
"Eu te amo pra caralho", ele sussurrou.

Coloquei meus braços em volta do pescoço dele. "Eu


também te amo, querido... agora me dá meu anel de volta."

Kane limpou o rosto antes de colocar o anel de volta no


meu dedo e beija-lo. Eu levantei minha mão e acariciei seu
rosto até que ele estava olhando para mim.

"Você tem meu coração", eu disse a ele. "Nunca se esqueça


disso."

Ele acenou com a cabeça. "Eu não vou, nunca."

Beijei-o então, e ele me beijou de volta com uma fome


feroz. Durou alguns momentos antes dele se afastar, para
remexer ao redor até se deitar debaixo das cobertas ao meu
lado.

"Deite-se", insistiu ele. "Preciso abraçá-la."

Ele me ajudou a deitar na cama antes de se estender ao


meu lado.

"Boneca?"

Eu aconcheguei-me contra ele e murmurei: "Sim."

"Sei digo isso o tempo todo, mas eu realmente te amo com


todo o meu coração. Você sabe disso, certo?"

Fechei os olhos e sorri. "Eu sei, querido. Sinto muito por


ser tão horrível, nunca mais quero te machucar ou fazer você
chorar."
"Você tinha todo o direito de ficar furiosa comigo. Eu
quase perdi o nascimento do nosso filho por causa de Ryder e
seus acordos estúpidos."

Eu me aconcheguei no travesseiro. "Não vamos mais falar


sobre isso. Está feito agora, e você já tomou sua decisão. Você
conseguiu chegar a tempo para o nascimento e isso é tudo que
importa".

Senti Kane concordar quando me abraçou, baixando as


mãos para o meu estômago.

"Está toda flácida," eu resmunguei.

Kane bufou. "É estranho sua barriga não estar mais


enorme e esticada. Eu ainda posso sentir uma pequena
elevação, mas Branna disse que vai voltar ao normal em poucos
dias, quando seu ventre iniciar o processo de voltar ao normal."

Olhei por cima do meu ombro. "Você conversou com ela


sobre esse tipo de coisa?"

"Todo o tempo," ele concordou. "Eu quero saber o que está


acontecendo com você."

Eu sorri e olhei para frente, encarando fixamente o


bercinho do nosso filho.

"Como vamos chamá-lo?" Eu questionei.

Kane suspirou. "Eu não sei. Do que você gosta?"

Eu sorri. "Promete que não vai rir?" Kane acenou com a


cabeça, então eu disse, "Jax".
Ele quebrou sua promessa e riu, histericamente.

"Ei."

"Desculpe", ele riu mais.

Eu fiz uma careta. "Você não gosta."

"Na verdade, eu gosto. Eu só estava pensando em como


Jax Teller nos uniu naquele fatídico dia na casa de Ryder e
Branna."

Eu sorri. "Através de Jax Teller todas as coisas são


possíveis."

Kane riu. "Jax Slater... parece legal."

"Jax Slater," eu repeti. "Eu amo isso."

"Então, estamos de acordo em seu nome ser Jax?"

Eu balancei a cabeça com entusiasmo e disse: "Sim, mas


qual será seu nome do meio?"

"Eu estava pensando em seu nome do meio ser o mesmo


do seu avô."

Senti meu lábio inferior tremer.

"Sério?"

"Claro," Kane concordou. "Seu pai é impressionante, e o


olhar de admiração e amor no rosto dele quando olhou para
você e Jax encheu meu coração. Ele é um bom homem, e será
um avô impressionante."

Eu sorri. "Vovô. Isso é tão bonito, eu amo isso."


Kane riu. "Então seu nome será Jax Daniel Slater?"

"Sim! Espere, Jax Daniel... é apenas comigo, ou esse som


lembra Jack Daniels?"

Kane de repente explodiu em gargalhadas.

"Nós não podemos mudar agora, nós já concordamos."

Oh cara.

Eu ri baixinho. "Mas meu pai receberá o direito sair fora


dessa".

"Eu amo você, Jax," Kane murmurou quando seu


gargalhar acalmou.

Eu coloquei minhas mãos em cima das dele e disse, "Eu e


você?"

"Eu e você."

Eu sorri, fechando os olhos quando o sono me pegou. A


última coisa da qual lembrei antes de cair na escuridão foi que
o meu coração estava ainda mais cheio de amor pelo outro
homem Slater que entrou na minha vida e a dominou.
Doze semanas depois...

Era um som já familiar, que fez uma mãe cansada


suspirar, e um novo tio entrar em pânico.

"Por favor, não me diga que você fez isso, Jax."

Jax peidou uma segunda vez, e só para confirmar, agora


foi mais alto do que antes.

"Oh, meu Deus!" Nico engasgou, oferecendo-me o bebê


quando o mau cheiro alcançou suas narinas. "Rápido, leve-o."

Eu sorri para o rosto sorridente de Jax, e para o revoltado


de Nico.

"Não."

Nico olhou para mim com grandes olhos horrorizados. "O


que quer dizer com ‘não’? Ele precisa ter sua fralda trocada! Ele
fede."

Fiquei sentada. "Você vai mudá-lo".

"Eu?!" Nico gritou.


Ele parecia aterrorizado.

Eu balancei a cabeça calmamente. "Você precisa praticar.


Bronagh terá seu bebê antes que você perceba. Troca de fralda
é um habilidade que você precisa dominar, mais cedo ou mais
tarde."

Nico parecia visivelmente doente.

"E se eu machucá-lo? Ele é tão pequeno."

Eu brinquei. "Você fugiu com essa desculpa quando ele


era um recém-nascido, mas ele tem doze semanas de idade
agora; está muito maior e mais resistente. Você não vai quebrá-
lo."

"Mas-"

"Você vai trocar a fralda dele."

Nico gemeu em derrota, e olhou Jax. "Eu te amo,


homenzinho, mas não amo os presentes que você deixa em
suas fraldas."

Eu bufei. "Acostume-se; Você tem tudo isso chegando só


para você."

Nico resmungou para si mesmo enquanto levantava-se


com Jax em seus braços e caminhava em direção à porta da
sala de estar.

Ele parou na porta e olhou novamente para mim antes de


dizer: "Eu preciso de você para me dizer o que fazer. Venha
comigo." Eu ri quando me levantei e seguiu-o para fora da sala
de estar, até o quarto de Jax. Encostei-me o batente da porta do
quarto e observei como Nico colocou meu filho em cima do
trocador.

"O que devo fazer primeiro?", Perguntou Nico, sem tirar os


olhos de Jax.

"Tire seu macacão e body. Abra a fralda que ele esta


usando, enrole-a com uma mão e jogue-a no saco de lixo no
lado de cima da mesa. Antes de fazer isso, porém, retire alguns
lenços umedecidos, assim você pode agarrá-los rapidamente
para evitar uma bagunça. Fraldas limpas estão à sua direita.
Quando ele estiver limpo e você já tiver passado talco, coloque a
fralda limpa e vista-o. Fácil."

"Fácil? Missões espaciais precisam de menos instruções


da porra da NASA!"

Eu caí na gargalhada.

"Você está bem?", Eu perguntei rapidamente quando ele


começou a suar frio.

Nico se recompôs e assentiu com a cabeça. "Nós podemos


fazer isso, não podemos, amigão?", ele falou para Jax.

Jax tinha os dedos na boca e estava ocupado mastigando-


os, mas quando Nico falou com ele, ele deu à seu tio toda sua
atenção. Ele começou a falar em sua linguagem bebê, e
derreteu meu coração.
"Ele faz isso com você, seus irmãos e meus irmãos o
tempo todo! Ele sorri e tenta falar, mas com as meninas ele
nem pisca. Ele simplesmente as ignora."

Nico não olhou para cima enquanto continuava a


desabotoar o macacão de Jax quando disse, "Ele é um Slater,
está programado nele escolher os caras sobre as minas."

Eu ri. "Vou contar para as meninas que você as chamou


de minas."

"Eu vou negar até a morte", disse Nico, sorrindo para si


mesmo.

Eu suspirei e assisti enquanto Nico despia Jax de suas


roupinhas. Ele fez um bom trabalho em tirá-las suavemente.
Ele estava prestes a abrir os lados da fralda quando a porta do
apartamento abriu.

Eu me inclinei para trás e olhei para ver quem era. Eu vi


um braço e uma tatuagem de dragão colorida, que me disse
quem meu visitante era.

"Hey, Alec."

Alec entrou no meu apartamento e fechou a porta atrás de


si mesmo. Ele olhou em minha direção depois de ouvir minha
saudação. Sorrindo, ele andou pelo corredor em minha direção.

"Hey, gravidinha."

Eu brinquei. "Eu lhe disse para não me chamar assim ate


que a barriga comece a aparecer de novo".
"Desculpe, eu esqueci."

Brincando, eu revirei os olhos, e guinchei quando Alec


cutucou meus lados.

"Eu não posso acreditar que você está grávida de seis


semanas", disse ele com admiração. "A primeira vez que você e
Kane tiveram relações sexuais depois de Jax nascer ele já te
engravida de novo. Seu pau é letal."

Eu ri. "Foi o acúmulo de nenhum sexo por seis semanas...


ele só ficou animado."

"Não me diga." Alec riu.

Eu balancei a cabeça, rindo também. "Nós queríamos


tentar de novo, de qualquer maneira, por isso funcionou muito
bem."

Funcionou tudo muito bem, já que eu estava de seis


semanas em minha segunda gravidez, e nós não poderíamos
estar mais felizes com isso. Mesmo que eu pudesse ter usado
algum tempo para perder o peso que ainda tinha que eliminar
da gravidez de Jax, eu ainda estava delirantemente feliz.

Desta vez eu faria as coisas de forma diferente. Eu


planejava me exercitar regularmente com Kane e comer melhor,
para ajudar a controlar o meu ganho de peso. Eu também
queria usar alguns cremes e óleos o corpo, para ajudar a
reduzir as chances de estrias. Minha barriga, quadris, coxas e
até mesmo meus seios foram destruído com elas na primeira
gravidez, e se possível, eu iria tentar evitá-las completamente
na segunda rodada.

Meu corpo já parecia um roteiro para o inferno roxo e rosa


- eu não precisava adicionar mais nada a ele.

"Dominic ainda está aqui?", Perguntou Alec, ganhando


minha atenção.

Eu balancei a cabeça. "Ele está aqui."

Eu me inclinei para trás, apoiando meu ombro no batente


da porta, e bufei quando Alec veio atrás de mim para que
pudesse ver o interior do quarto de Jax.

Ele disse: "Que porra ele está fazendo?"

Nico ainda tinha as pontas dos dedos sobre as bordas da


fralda, mas hesitou em abri-las.

"Trocando sua primeira fralda," Eu respondi para Alec.

Ele grunhiu em desgosto. "Por quê?"

"Porque Bronagh está grávida. Ele precisa aprender."

Alec bufou. "O que há para aprender? Você tira a fralda


suja, limpa e passa talco, e, em seguida, coloca uma fralda
limpa. Eu assisti Teen Mom, sei do que estou falando."

"Não é assim tão fácil!" Nico sibilou, sem afastar os olhos


de Jax e sua fralda.

Alec bufou. "Claro que é."

"Ajude-me, então," Nico desafiou.


"Eu cuido disso", disse Alec, passando por mim e entrando
no quarto de Jax.

Alec parou ao lado de Nico e olhou para o sobrinho.

"Meu pequeno homem!", Ele jorrou. "Você é tão bonito - oh


Jesus! Que cheiro é esse?"

Nico grunhiu e cobriu o nariz com a mão. "É Jax".

"Oh, bro," Alec sussurrou, apertando as narinas com os


dedos. "Isso não está certo, ele deveria cheirar assim? Ele pode
ter uma doença."

Nico engasgou, e deu um tapa feminino no ombro de Alec.


"Não diga isso!"

Eu estava segurando minha barriga de tanto rir.

"Ele está bem", eu ofeguei, "esse cheiro é normal."

Alec franziu o rosto em desgosto. "Fede como se algo


tivesse se arrastado para dentro de sua bunda e morrido ali".

"Pare com isso!" Eu gargalhei.

Alec balançou a cabeça enquanto olhava para o meu filho.


"Você fede mais que o Storm, cara. Isso não é legal."

Jax ainda estava mastigando seus dedos quando riu para


Alec e começou a falar com ele. Jax estava conversa
veementemente enquanto Alec respondia com acenos de cabeça
e perguntas engraçadas.

Nico sorriu para Jax. "Quem é seu tio preferido, eu ou


esse idiota?" Ele apontou o polegar para Alec.
Jax resmungou alguns sons, mas, com toda honestidade,
parecia realmente como se ele tivesse pronunciado 'lec' em sua
sentença de bebê, o que, evidentemente, fez Alec gritar de
alegria.

"Ele. Disse. Alec!"

Nico revirou os olhos. "Ele não fez. Ele estava soprando


bolhas de saliva."

"Ele fez. Ele disse o meu nome. Eu sou seu favorito," Alec
anunciou com orgulho. "Boa escolha, pequeno homem".

Nico balançou a cabeça para o irmão.

Alec sorriu de volta para Nico. "Quando Bronagh tiver seu


bebê, eu vou ser o favorito dele, também."

"Eu duvido disso."

"Nunca duvide do confidente do bebê."

O confidente do bebê?

Bati minhas mãos em meus joelhos quando chorei de


tanto rir. Nico e Alec eram hilariantes quando separados, mas
juntos eles eram demais para lidar.

"Ok, confidente do bebê," Nico desafiou. "Você pega o talco


enquanto eu troco a fralda."

"Eu cuido disso," Alec respondeu com um aceno de


cabeça.

Então olhou para mim e perguntou: "Onde esta o talco?"


Eu apontei para a estante de livros que nós tínhamos
convertido num suporte para todas as coisas necessárias para
limpar Jax. Eu tinha alguns talcos de diferentes tipos para Alec
escolher, e pude vê-lo tenso quando ficou na frente da
prateleira e olhou para todos eles.

"Alec!" Nico soltou. "Depressa!"

Eu olhei para Nico e viu que ele tinha tirado a fralda de


Jax, e estava atualmente jogando-a no saco de lixo no lado da
mesa como se fosse uma granada.

Ele pegou um punhado de lenços umedecidos, muitos


lenços umedecidos, e rapidamente começou a limpar o traseiro
e as partes privadas de Jax.

"Tem cocô até sob suas bolas!", Ele gritou em


consternação.

Cobri minha boca com a mão para abafar minha risada.

"Sinto muito ter que limpá-lo aqui, bro," Nico disse a Jax,
que apenas riu dele.

Nico balançou a cabeça. "Você esta apreciando tudo isso,


não é? Seu merdinha."

Jax bateu palmas, o que fez Nico rir. Quando terminou de


limpar Jax, Nico olhou por cima do ombro para o seu irmão, e
balançou a cabeça. "Qual é o problema, confidente do bebê?
Você está tendo problemas com o pó de bunda?"

"Não!" Alec respondeu instantaneamente. "Eu estou


apenas tentando tomando uma decisão."
"Bem, se apresse."

Eu comecei a uivar de tanto rir quando Alec se atrapalhou


com os nervos enquanto olhava para os diferentes tipos de
talco. Ele estava pulando para frente e para trás e de um pé
para o outro, como se isso fosse ajudá-lo a completar sua tarefa
mais rápido.

"Alec!" Nico estalou. "Me dê o talco maldito! Ele não quer


mais ficar aqui deitado. Depressa!"

"Não me apresse!" Alec gritou enquanto digitalizava


rapidamente os olhos sobre os rótulos dos produtos do bebê.

"Ah-ha!", Ele gritou. "Achei. Este é o que Kane usa nele!"

Nico rosnou. "Abra-o e dê-me aqui, então!"

Alec se virou e olhou para o talco. Ele agarrou o corpo da


garrafa com uma mão e usou a outra mão para girar a tampa.

Não aperte o frasco!

Tentei avisa-lo do perigo iminente, mas foi muito tarde.


Alec abriu o talco, e a pressão sobre o corpo da garrafa
proveniente de seu aperto fez pó branco disparar do topo da
garrafa diretamente para seu rosto.

Por um segundo tudo parou e, em câmera lenta, uma


nuvem de fumaça branca baixou, revelando a cabeça de Alec e
a parte superior de seu corpo. Quando percebi o que tinha
acontecido, admito que me molhei um pouquinho.
Eu caí no batente da porta quando meu riso se tornou um
chiado em meu peito. Eu cruzei minhas pernas para me
impedir de ter um acidente completo, abanando minha cara
quando parecia que eu estava superaquecendo.

"Você está brincando comigo!?"

Alec gritou, em seguida, cuspiu quando o pó entrou em


sua boca.

"Sem xingar!" Nico estalou.

Alec esfregou o pó dos olhos e, em seguida, estendeu a


mão e deu um tapa nas costas da cabeça de Nico. "Olhe para
mim! Não me diga para não xingar, porra!"

Nico abaixou a perna e tentou chutar Alec com uma greve


para trás. "Se eu não tivesse este bebê nesta mesa, eu chutaria
seu traseiro!"

Oh, Deus, por favor.

Eu ia ter um ataque cardíaco de tanto rir. Eu assisti


através dos meus olhos turvos quando Nico levantou Jax do
toucador e colocou-o em seu cercadinho, assim ele poderia
brincar com Alec.

"Pare," eu implorei.

"Isso não é engraçado, Aideen!" Alec gritou para mim. "Eu


pareço o Tony de Scarface, após mergulhar de cabeça numa
pilha de cocaína."

Era isso.
Eu tinha atingido meu limite.

Eu afundei até o chão e chorei de tanto rir, a ponto de


sentir uma dor horrendo na barriga.

"Ela caiu!" Alec gritou e correu para mim.

Eu gaguejava e tossia.

"É o bebê?", Perguntou Alec, em puro pânico, quando se


ajoelhou ao meu lado e colocou as mãos cheias de talco na
minha barriga.

"Não", eu chiei. "É vocês dois. Assim... tão engraçado!"

Alec sussurrou em desgosto. "Eu pensei em você tinha se


machucado, sua cadela! Não me assuste assim novamente."

Eu continuei a rir. "Eu te amo tanto."

Alec revirou os olhos. "Pare de professar seu amor por


mim. Eu não vou fazer sexo com você, desista já disso."

Dei um tapa no peito e ombro de Alec enquanto lágrimas


de riso escorriam pelo meu rosto.

Ele era demais.

Deitei-me no chão e continuei a rir.

Eu não conseguia ouvir nada além do meu próprio riso até


que passos vibraram nas tábuas do chão debaixo de mim. Eu
abri meus olhos e, através do borrão das lagrimas de meu riso,
eu vi o meu primeiro e único.

"Kane," Eu gargalhei.
Ele inclinou a cabeça enquanto olhava para mim. "Você
está bem?", Ele perguntou com um sorriso em seu rosto.

"Eu estou perfeita", eu disse, enxugando meu rosto.

Ele balançou a cabeça para mim. "Boneca, por que você


está no chão chorando de tanto rir? E o que é todo esse pó?"

Eu não conseguir juntar duas palavras para formar uma


frase e responder sua pergunta, então só apontei para o quarto
de Jax.

Kane virou a cabeça e olhou para o quarto, e dentro de


segundos seus olhos se arregalaram. "O que... o que diabos
aconteceu aqui?"

"Eles aconteceram!" Eu uivei.

Eu levantei minha cabeça e vi que Alec e Nico estavam


brigando, e que estavam ambos cobertos de talco agora, não
apenas Alec. Ambos pararam e começaram a se levantar
quando viram Kane. A trégua durou pouco, porém, porque logo
em seguida Alec murmurou algo que fez Nico se jogar na
direção dele novamente, resultando em ambos caindo no chão
como uma tonelada de tijolos quando o peso do corpo de Nico
pressionou Alec.

Kane não moveu um músculo; ele simplesmente balançou


a cabeça e desviou o olhar de seus irmãos, que estavam rolando
em meio ao pó branco como crianças wrestling. Seus olhos
voltaram para mim e ele sorriu. "Você quer uma mão para
levantar?"
"Eu não acho que possa ficar de pé. Acho que estou
paralisada de tanto rir."

Kane riu e se abaixou, enfiando as mãos sob os meus


braços e me puxando. Num segundo eu estava no chão, e no
seguinte eu estava de pé, ao lado do meu amor. Encostei-me
nele e coloquei meu rosto na curva de seu pescoço.

"Você acabou de perder a coisa mais engraçada que eu já


vi em toda a minha vida. Eu juro, Kane," eu ofegava. "Foi
fantástico. Tudo começou com Nico trocando uma fralda, então
Alec entrou e boom! Talco por toda parte."

Kane vibrou com uma risada silenciosa enquanto passava


um braço em volta da minha cintura, para me segurar de pé. "O
que aconteceu para levá-los a brigar como crianças?"

"Alec amaldiçoou quando o talco explodiu sobre ele, e Nico


riu dele por isso. Alec bateu em Nico, Nico bateu em Alec, em
seguida, eles começaram a rolar pelo chão como estão fazendo
agora."

Kane riu e se afastou de mim, entrando no quarto de Jax.


Ele pôs o pé na cabeça de Nico e parou todos os movimentos do
par de wrestlers descontrolado.

"Eu pressiono meu pé e esmago seus crânios juntos.


Vocês querem ter que explicar às suas meninas por que ambos
estão com os olhos roxos quando chegarem em casa?"

Alec chiou. "Eu não posso respirar! Tire este bastardo


gordo de cima de mim."
"É músculo!" Nico estalou, puxando o cabelo de Alec.

Ele, literalmente, estendeu a mão e puxou o cabelo de seu


irmão.

"Ei, é o suficiente!", Disse Kane, rindo. "Levantem-se vocês


dois, nenhum de vocês está dando um bom exemplo para seu
sobrinho. Ele está vendo tudo o que vocês estão fazendo agora."

Nico saiu de cima de Alec e sentou-se. Ele encarou Jax,


que estava deitado em seu cercadinho no canto do quarto, com
a cabeça virada na direção da briga dos irmãos.

"Você não se importa de me ver ensinar ao tio Alec uma


lição, não é, amigo?" Nico balbuciou.

Jax gritou com prazer e bateu palmas, me fazendo rir.

"Você, seu pequeno traidor!" Alec tossiu enquanto


continuava deitado no chão.

Eu balancei minha cabeça. "Você está bem, confidente do


bebê?"

"Não, eu acabei de ser atacado!" Alec respondeu, atirando


punhais em Nico.

"Do que você o chamou?" Kane me perguntou enquanto


pegava Jax.

Nico levantou-se e resmungou: "Você não quer saber."

Eu sorri e disse para Kane, "Eu vou te contar mais tarde."

Ele acenou com a cabeça e olhou para seus irmãos,


bufando.
"Vocês parecem ridículos."

Nico resmungou. "Isso não teria acontecido se-"

"Se você não tivesse me apressado." Alec cortou Nico.

Nico deu um passo em direção a Alec, mas Kane se moveu


entre eles, segurando Jax em seu peito.

"Parem."

Alec revirou os olhos, mas focou no pó em suas roupas.


Nico fez o mesmo, e saiu do quarto direto para o banheiro. Alec
foi para a cozinha, e quando eu ouvi a água correndo eu ri.

"Quando vocês estiverem limpos, podem voltar aqui e


limpar este quarto."

Nico não disse nada, mas Alec reclamou, o que só fez


Kane rir. Nós caminhamos para a cozinha quando a porta do
nosso apartamento se abriu novamente e Ryder entrou, com
Branna, Bronagh e Keela ao reboque. Nós todos nos
cumprimentamos, mas assim que Nico entrou na cozinha – com
menos talco agora - Bronagh focou exclusivamente nele.

"Você lembra dos colegas de trabalho de Branna, que me


dão um checkup completo a cada semana quando eu vou
buscá-la na sexta-feira?"

Nico assentiu com a cabeça, e continuou para limpar o pó


de bebê de suas roupas e pele.
"Então, aconteceu tudo como sempre," ela explicou, seu
sorriso ainda no lugar. "E eu estou completando exatamente
vinte e seis semanas hoje."

"Isso é ótimo, querida. Então nós já estamos mais do que


no meio caminho, certo?"

Bronagh assentiu com a cabeça, seu sorriso praticamente


dividindo seu rosto.

"Por que você está sorrindo para mim assim? "Nico


questionou.

"A técnico de ultrassom fez uma pequena descoberta


também... sobre o sexo do bebê."

Nico engasgou. "Eu pensei que nós concordamos em não


saber."

"Nós fizemos", Bronagh acenou com a cabeça, "mas ela


deixou escapar por engano."

"Você sabe o sexo?", Perguntei.

Bronagh assentiu com a cabeça. "Eu e Branna - ela estava


do meu lado quando a mulher contou por acidente."

Nico nervosamente lambeu os lábios. "Conte-me então."

"Você tem certeza? Se você não quiser saber então-"

"Bronagh." Ele a cortou. "Me conte."

Silêncio.
Eu olhei para ela, repreendendo-a silenciosamente pelo
desnecessário suspense, o que a fez rir antes de anunciar: "É
uma menina."

Eu gritei de alegria, pulando para cima e para baixo, o que


deixou Jax animado - ele começou a pular e gritar nos braços
de Kane. Kane estava congelado, embora, assim como Alec e
Ryder. Eles estavam todos olhando para Nico, que ainda estava
absolutamente chocado.

"Sinto muito", disse ele. "Eu devo tê-la ouvido mal.


Entendi que você disse que estávamos tendo uma menina."

Bronagh piscou, surpresa com a falta de... expressão de


Nico. "Nós estamos tendo uma menina".

"Você está enganada," Nico disse calmamente. "Nós vamos


ter apenas meninos."

Bronagh reprimiu um sorriso. "Vamos?"

"Sim, vamos," Nico rebateu.

"Bem, querido, então eu não sei o que te dizer, porque é


uma menina na minha barriga... não um menino."

Nico empalideceu e imediatamente virou-se para Kane.


"Eu posso trocar a minha garota quando ela nascer por Jax?"

"Dominic!" Branna xingou.

Kane recuou e virou Jax para longe dos olhos selvagens de


seu tio. "Sem chance."
Nico olhou para o teto de repente e gritou: "Eu pedi um
um menino, não uma menina! Isso não fazia parte do negócio!"

Branna olhou para mim, confusa.

"Com quem ele está falando?"

Olhei para o teto, em seguida, de volta para Branna e


sorri. "Jesus".

Branna riu e divertidamente balançou a cabeça para Nico.


"Boa sorte em sua busca por conselhos, mas não tenha muitas
esperanças de respostas... ele nunca responde quando eu
peço."

Eu não sei por que, mas eu olhei para Ryder quando


Branna falou isso, e vi o peso de suas palavras caindo sobre ele.
Ele parecia perturbado por saber que ela estava falando com
Deus sobre algo... parecia que ele queria ser aquele com que ela
falava, ao invés.

Eu deixei um sorriso pequeno curvar meus lábios.

Ele não estava tão desligado quanto queria que todos


pensassem. Ele ainda amava Branna, mas por alguma estranha
razão estava lutando contra isso, e eu não tinha ideia do
porquê.

"Você está brincando comigo agora?" Bronagh perguntou,


seus olhos enchendo de lágrimas. "É melhor que você esteja,
porque isso não é engraçado".

Nico suspirou. "Não fique chateada, é apenas um


choque... Eu realmente achei que iriamos apenas ter meninos."
"Por quê?", Perguntou Bronagh.

"Porque Kane teve um menino... não é justo eu não ter um


também."

Bronagh franziu a testa. "Da próxima vez pode ser que


seja um menino".

Nico colocou seu rosto entre as mãos.

"E se ela fizer sexo muito jovem? E se os meninos na


escola se comportarem com ela como eu fiz com você? Oh
Cristo, eu preciso me sentar."

Ele puxou uma cadeira ao lado de Ryder e sentou-se.

"Ela nem sequer nasceu e você está pensando sobre-"

"Nós vamos ter que ensinar Jax a ficar em torno dela e


assustar os meninos," Kane sugeriu.

Alec assentiu com a cabeça. "Boa ideia, um homem nosso


vai ajudar."

"Vai ajudar no quê?"

Ryder levantou uma sobrancelha. "A proteger a Menina


Slater dos outros meninos... o que mais?"

Eu coloquei minha mão em meu peito. "Isso é


sangrentamente adorável."

Bronagh sorriu para Nico antes de se mover para mais


perto dele, colocando a mão em sua cabeça. Levou um segundo,
mas ele virou-se e beijou sua barriga crescente antes de olhar
para ela.
"Uma menina?"

"Uma menina."

Ele inspirou e expirou. "Nós podemos lidar com uma


menina".

Parecia que ele estava tentando convencer a si mesmo.

"Nós poderíamos lidar com vinte delas enquanto


continuarmos a ser uma equipe."

"Vinte?" Nico balbuciou. "Nunca. De maneira nenhuma."

Bronagh riu.

Aproximei-me e dei-lhe um longo abraço.

"Parabéns, querida."

Ela me apertou de volta. "Você pode estar esperando uma


menina desta vez, também. Nunca se sabe."

"Não se atreva a desejar isso para nós, Bronagh Murphy!"


Kane quase rosnou. Eu me inclinei e beijei Nico na testa. "Você
vai ser um grande pai, não importa o que."

Seu lábio tremeu. "Obrigado, Ado."

"Onde está Dame?", Perguntei a Bronagh. "Ele sabe?"

Ela balançou a cabeça. "Ele está fora, procurando


emprego. Nós vamos dizer-lhe mais tarde."

Eu balancei a cabeça e me movi para Kane e Jax, pegando


meu filho lindo quando ele se inclinou em minha direção com
os braços estendidos. Eu segurei-o em meus braços, beijei-lhe a
bochecha gordinha e inclinei-me contra o lado de Kane. Eu
franzi a testa quando Big Phil entrou em minha mente.

Eu queria me chutar; eu sempre pensava no filho de uma


repugnante cadela quando me sentia completamente feliz. Isto
era um lembrete de que ele permanecia sólido lá fora, e ainda
queria sua vingança.

Uma parte de mim queria que ele atacasse e acabasse logo


com isso, enquanto outra parte de mim queria adiar o confronto
para sempre.

O último era só uma utopia, porém, porque eu sabia que


Big Phil era como um serpente. Ele estava esperando para nos
atacar quando menos esperássemos. E esse conhecimento me
fazia viver com medo constante.

Eu balancei o pensamento para longe e olhei para Ryder,


que estava olhando para Branna, mas que desviou o olhar
quando ela olhou para ele.

"O que nós vamos fazer sobre Branna e Ryder?",


Murmurei para Kane.

Ele virou a cabeça e olhou para o par em questão, antes


de olhar de novo para mim e suspirar.

"Nós não podemos fazer nada, boneca." Ele franziu a testa,


sua voz baixa. "Eles vão sair desta mais forte como um casal,
ou vão quebrar e seguir seus próprios caminhos."

Essa possibilidade me fez sentir doente.


"Ryder e Branna estarão constantemente em torno um do
outro, mesmo que eles se separem; seus irmãos vão se casar
eventualmente, e eles compartilharão uma sobrinha agora."

Kane suspirou. "Sim, as coisas serão difíceis se eles se


separarem".

Kane pegou Jax de mim e caminhou até Alec, que deu


instantaneamente a seu sobrinho toda a sua atenção.

Eu sorri e olhei dos meus meninos para Ryder e Branna


mais uma vez. Branna tossiu depois de beber um pouco de
água, por isso, Ryder distraidamente alcançou-a e acariciou
entre suas omoplatas, para ajudá-la a acalmar a garganta,
enquanto usava a mão livre para tocar na tela de seu telefone.

"Talvez haja esperança para eles, depois de tudo",


murmurei.

"Claro que há," Bronagh disse atrás de mim. "Eles


pertencem um ao outro. Eles só precisam de uma pancada forte
na cabeça para perceber."

Virei-me e encontrei Keela e Bronagh amontoadas atrás de


mim, suas vozes baixas.

"Nós temos Ash Wade." Keela diabolicamente sorriu.

Eu pisquei.

"Quem é Ash Wade?", Perguntei, mantendo minha voz


baixa, também.
"Ele é o novo enfermeiro que trabalha na sala de parto
com Branna," Bronagh informou-me, seu sorriso tão grande
que a fazia parecer assustadoramente feliz.

Eu balancei lentamente minha cabeça. "Ok, mas como


Ash vai ser a pancada na cabeça que Ryder e Branna tanto
precisam para perceber que foram feitos um para o outro?" Eu
questionei.

Keela piscou. "Vamos apenas dizer que depois que Branna


me contou que há um lindo e novo macho trabalhando com ela
na maternidade, eu tenho tido algumas ideias. O que um Slater
odeia mais do que tudo nesse mundo quando se trata de suas
mulheres? O que eles não podem suportar ter cheirando em
torno do que é deles?"

Uma luz se acendeu na minha cabeça, e eu sorri.

"Outros homens".

"Exatamente." Bronagh vibrou. "E o que as mulheres dos


irmãos Slater amam ganhar de outros homens?"

Senti-me culpada quando disse: "Atenção".

"E por quê?" Keela empurrou.

Eu sorri. "Porque a atenção de outros homens faz os


nossos homens atuarem como homens das cavernas. Nós
somos deles, e eles não tem nenhum problema em dizer isso à
outro homem. Ou mulher."

"E ela certamente não é apenas um rostinho bonito."


Bronagh piscou. "Nós não precisamos de outros homens, mas
quando eles nos mostram atenção, colhemos os benefícios.
Estou pensando que se Ash mostrar a Branna alguma atenção,
isso pode bater Ryder cabeça forte o suficiente para soar o
alarme de todos os sinos de que ele realmente pode perdê-la. E
então Branna vai ver a reação dele e boom! Eles vão voltar a
seus velhos e saudáveis hábitos."

Inclinei a cabeça para o lado e disse: "Você percebe o quão


ruim o resultado pode vir a ser, não é?"

Bronagh deu de ombros. "Eu vou conversar com Ash, e


quando ele souber o que está acontecendo vai ter vontade de
ajudar. Todo mundo adora Branna, e fariam qualquer coisa por
ela."

Eu suspirei. "E se isso ficar realmente ruim e ambos


quiserem nos matar por interferir em seu relacionamento?"

Keela deu de ombros. "As coisas entre eles não podem


ficar pior do que estão agora."

Tem certeza disso?

Eu mordi minha bochecha. "Eu suponho. "

"Isso significa que você vai ajudar?" Bronagh perguntou,


as sobrancelhas levantadas.

Eu ia?

Eu pisquei. "Que diabos, sim, eu vou. Não posso deixa-las


fazer isso mim, ou algo definitivamente poderá explodir".
Bronagh empurrou seus quadris e guinchou. "Isso vai ser
perfeito", ela anunciou, em seguida, virou-se e se afastou, com
Keela a reboque.

Eu levantei minha mão e esfreguei meu pescoço, sentindo-


me muito conscientes da inquietude que passou a residir no
meu estômago. Eu balancei a sensação para fora, e olhou
através da sala para Ryder e Branna, que estavam ambos na
frente do sofá, ignorando o enorme elefante branco entre eles.

Eu nervosamente engoli, e calmamente murmurei para


mim mesma, "O que de pior poderia acontecer?"

Uma voz no fundo da minha cabeça sussurrou uma


palavra.
CAPÍTULO 01

Branna

Não chore.

Eu repeti o pensamento mais e mais enquanto estava


sentada no apartamento de Aideen e Kane, assistindo Bronagh
interagir com Dominic, sua mão distraidamente acariciando seu
abdômen onde sua bebezinha estava crescendo.

Eu mordi minha bochecha quando desviei o olhar do casal


feliz, focando meus olhos na TV de plasma na parede à minha
frente. Meus olhos observavam o programa que estava
passando, mas meu cérebro não tinha ideia do que estava
acontecendo, porque estava noutro local. Eu me endireitei e
torci para não parecer tão fora de orbita, mas eu não teria sido
surpreendida se todos percebessem o quão terrível eu me
sentia.

Eu estava com ciúmes.


Eu ficava verde de inveja cada vez que olhava para Kane e
Aideen interagindo com o doce bebê Jax, mas meu coração
tinha literalmente se partido quando assisti como Dominic
interagiu com Bronagh. Ela era minha irmã mais nova. Eu era
toda uma década mais velha que ela, e ela tinha me
ultrapassado na viagem para a maternidade.

Eu não tinha dúvida de que ela iria se casar antes de


mim, também.

Eu odiava me sentir tão amarga para o meu próprio


sangue. Eu estava além de feliz por eles, mas os odiava um
pouco também, tudo ao mesmo tempo. Ela e Dominic eram
sólidos. Eles se davam tão bem, e seu amor, embora às vezes
extremamente intenso, era verdadeiro, do tipo que duraria para
sempre. Quanto mais eu me permitia pensar sobre eles, mais
deprimida eu me sentia quando pensava no meu próprio
relacionamento.

Eu não acho que poderia sequer ser ainda classificado


como um relacionamento, inclusive. Ryder e eu... nós dois
mudamos. Em algum lugar ao longo do caminho, tínhamos
deixado de sermos bons um para o outro. Tínhamos deixado de
amar um ao outro. O fim tinha começado com discussões
normais, que cresceram para plenos concursos de gritos e
explosões verbais. Nós não estávamos mais nem mesmo nessa
fase de raiva; estávamos sempre em silencio.

Nós ignorávamos um ao outro, e quando eventualmente


interagíamos, nunca era agradável.
Eu não sabia onde tínhamos errado, mas Ryder e eu...
não estávamos mais apaixonados. Doía admitir isso, mas era a
verdade. Eu o amava muito, mas não estava mais apaixonada
por ele, e isso quebrava meu coração, porque eu não tinha ideia
de como nós tínhamos chegado ao ponto em que estávamos. Eu
não fazia ideia do que tinha feito de errado.

Era triste.

Olhei à minha esquerda, para onde ele estava sentado no


sofá de Aideen. Ele estava, como de costume, digitando na tela
do seu telefone, sem dar-me um segundo pensamento. Eu
quase ri quando lembrei como, muitos meses atrás, eu
costumava me sentir magoada quando ele dava ao telefone mais
atenção do que dava a mim. Mas agora? Agora eu apreciava que
o dispositivo estúpido sustentasse seu olhar, porque eu não
queria que ele olhasse para mim e realmente me visse como
costumava fazer - porque então ele iria ver quão fraca eu havia
me tornado.

Eu não queria que ele visse que eu estava quebrada.

Eu olhei para a frente e, em seguida, à minha direita.


Segurei a garrafa de água que eu tinha pegado do refrigerador
de Aideen quando cheguei, destampando a garrafa e tomando
um gole do líquido frio.

Eu arregalei meus olhos quando um pouco de água


desceu pelo caminho errado e entrou em meus pulmões. Baixei
a garrafa e imediatamente comecei a tossir, levantando minha
mão e apertando-a contra meu peito.

Eu pulei de susto quando senti uma mão pressionar nas


minhas costas e bater levemente, me ajudando a recuperar a
compostura. Eu olhei para trás e para minha esquerda quando
Ryder afastou sua mão de mim, sem desviar os olhos da tela de
seu telefone.

Olhei para ele fixamente, cegamente.

Eu não tinha certeza do que fazer com seu gesto amável, o


que era terrivelmente triste. Ele era meu noivo, e eu estava além
de surpresa por ele ter me tocado. Ele não me tocava mais. Não
se pudesse evitar, de qualquer maneira.

"Obrigada", eu disse humildemente a ele.

Ele não olhou para mim quando disse, "Não há de quê."

O silêncio caiu sobre nós de novo, e minha tristeza voltou.

Eu odiava me sentir tão deprimida.

Eu olhei para longe dele, observando ao redor da sala.


Meus olhos pousaram em Aideen quando Bronagh e Keela se
afastaram dela, com sorrisos espalhados por seus rostos
bonitos.

O que elas estavam aprontando agora?

Eu sorri para mim mesma levemente, e sacudi minha


cabeça.
Eu olhei para minha perna quando meu próprio telefone
se vibrou. Enfiei a mão no bolso e o peguei, sorrindo quando o
nome do meu colega de trabalho brilhou em toda a tela.

Ash Wade.

Ele se juntou a nossa equipe no hospital há cerca de dez


semanas. Ele era um homem de vinte e oito anos de idade que
tinha se mudado de Londres com vinte, e adorado tanto viver
aqui que nunca mais voltou para casa.

Ash era uma piada. Ele fez-me rir nos dias em que pensei
que não conseguiria fazer nada além de chorar. Ele falou
comigo, e escutou o que eu tinha para dizer. Muito. Ele tornou-
se um bom amigo em pouco tempo, e eu estava muito grata por
tê-lo encontrado nesse ponto da minha vida, quando eu
precisava desesperadamente de alguém para me segurar. Ash
era pura luz; e me iluminava a qualquer dia.

Arrastei meu dedo pela seta verde na tela, em seguida,


trouxe o telefone ao meu ouvido.

"O que você quer?", Perguntei, sorrindo.

Ash bufou através do receptor. "É uma boa coisa que eu


não disquei meu último número e pedi sexo por telefone
considerando que você atendeu a chamada assim."

Eu ri com alegria, o som me surpreendendo - e os outros -


ao meu redor. Eu olhei para frente quando senti muitos pares
de olhos em mim - mas apenas um que me fez ficar tensa.

Os olhos dele.
Nós tínhamos nos afastado, mas eu provavelmente jamais
poderia evitar a sensação que tomava conta de quando ele me
olhava. No momento em que seus olhos fixaram no meu corpo,
fiquei hiper consciente de cada movimento que fiz.

"Branna?" A voz de Ash chamou. "Você está aí, anjo?"

Eu não pude evitar, e de brincadeira rolei meus olhos. Ash


tinha decidido me chamar de Anjo quando o avô de um dos
nossos pacientes de algumas semanas atrás continuou me
chamando assim quando se dirigia a mim. Pedi-lhe para parar
com isso, mas ele não o fez, e o apelido parecia que ia ficar.

"Estou aqui", respondi. "Desculpe, apenas me distrai por


um segundo."

"Não se preocupe", Ash então baixou a voz. "Você não vai


acreditar no que aconteceu na enfermaria hoje depois que você
foi para casa."

Ash trabalhava na sala de parto comigo, e além de


algumas horas extras aqui e ali, tínhamos os mesmos horários.

"Se você me disser que a paciente do quarto quatro, que


gritou alucinadamente durante todo o dia, parou quando eu sai
daí, eu vou amaldiçoá-la".

O riso profundo de Ash encheu meu ouvido, e aqueceu


meu coração dolorido.

"Não, ela ainda estava gritando quando eu saí... mesmo


quando conseguiu sua epidural e estava paralisada da cintura
para baixo."
Eu ri. "Sempre aparecem algumas exageradas."

Ash grunhiu. "Se você diz."

Eu gargalhei. "O que aconteceu?"

"A senhora no quarto um, você sabe, a ruiva quente com


peitos enormes?"

Ash podia ser brilhante, mas ainda era um homem.

Eu balancei minha cabeça bem-humorada.

"Sim, o que aconteceu com ela?"

"Ela se cagou quando empurrou. Então o marido dela se


assustou ao não entender o que estava acontecendo, e
desmaiou, batendo na cama quando caiu e fazendo a merda
literalmente voar por toda parte."

Eu caí do braço do sofá quando riso irrompeu para fora de


mim.

"Eu juro", Ash riu comigo. "Foi tão divertido quanto


repugnante."

Limpei sob meus olhos com minha mão livre quando


lágrimas de riso escorreram.

"Será que o parto dela correu bem?", Perguntei,


alternando automaticamente para o modo parteira. "E o marido,
ele está bem?"

"Ambos estão muito bem. Ela teve um menino, mas eu


duvido que o marido vá pisar dentro de uma sala de parto
novamente. Ele fez a esposa jurar trazer a mãe com ela no
futuro".

Eu continuei a rir. "Aposto que todos vocês riram um


bocado sobre isso".

"Nós fizemos", confirmou Ash. "Sally quase se mijou de


tanto rir depois de limpar o bebê."

Sally tinha 57 anos de idade e era a 'Mãe' da maternidade.


Eu não estava de plantão com ela muitas vezes, mas quando
acontecia, ela me fazia rachar de rir com os contos de seus dias
mais jovens.

Eu balancei a cabeça, sorrindo alegremente. "Eu não


posso dizer que sinto muito por perder isso. Eu já acompanhei
53 grávidas durante o parto, e nenhuma delas teve quaisquer
problemas com fluidos corporais ou cocô. Graças a Deus."

"Você sabe que seu primeiro paciente amanhã vai se cagar


só por causa desse comentário, não é?"

"Morda-me!" Eu brinquei.

Ash riu alegremente. "Eu vou te ver de manhã."

Ele me pegava no meio do caminho para o trabalho desde


que eu tinha vendido meu carro no ano passado, já que Ryder
sempre precisava de sua Rover.

"Sim, eu vou te ver, então."

Eu guardei meu telefone e bocejei antes de olhar para


Ryder, que ainda estava ocupado com seu telefone.
"Você planeja ficar aqui muito tempo ainda?" Eu
perguntei, não olhando para suas mãos.

Ele olhou para mim e balançou a cabeça. "Você quer sair


agora?"

Eu balancei a cabeça. "Estou no turno das oito da manhã


e quero ir dormir cedo."

Ryder acenou com a cabeça. "Vou ver se Damien quer


uma carona de volta."

Eu distraidamente sorri quando pensei sobre o meu


menino. Ele ajudou a trazer um pouco de vida de volta para
mim quando voltou e se mudou de volta para a casa. Ele a fez
parecer menos vazia.

Eu pisquei quando Ryder levantou-se da cadeira. Ele me


ofereceu sua mão e, por um momento, eu estava hesitante
sobre colocar minha própria mão na dele. Ainda assim, sacudi
esse pensamento e deslizei minha mão na sua grande e
calejada.

Lambi meus lábios quando ele me levantou, mas franzi a


testa quando ele soltou minha mão e passou por mim, andando
em direção a seus irmãos. Eu tentei não deixar isso me
derrubar, mas não pude evitar. Eu sentia falta dele. Eu sentia
falta de estar perto dele. Eu sentia falta de fazer sexo com ele.
Eu já não conseguia me lembrar da última vez que tínhamos
transado, e odiava isso.
Eu disse adeus para as meninas e os irmãos, e pisquei
para Kane quando ele andou na direção do quarto de Jax para
colocá-lo para cama. Dei os parabéns a minha irmã e Dominic
por descobrir o sexo de seu bebê mais uma vez, e segui Ryder
para fora do apartamento de Aideen, andando pelo corredor ao
seu lado antes de entrarmos no elevador.

"Dame vai voltar para casa mais tarde," Ryder disse


enquanto apertava o botão para o térreo.

As portas do elevador se fecharam, encerrando-nos juntos


no pequeno espaço. Senti que ele olhava para mim, então
mantive meus olhos à frente, certificando-me que meu corpo
ficasse tenso e imóvel, também.

"Com quem você estava falando no telefone?", ele me


perguntou, sua voz tão baixa que eu mal o ouviu.

Eu estava um pouco irritada por sua pergunta invasiva,


considerando que ele nunca respondia a nenhuma das minhas
próprias perguntas. Eu quis responder-lhe com minhas
próprias múltiplas questões, perguntando-lhe onde ele ia toda
noite quando pensava que eu estava dormindo, e por quê ele
estava em seu telefone o tempo todo - mas a verdade era que eu
não tinha energia para enfrentar uma briga.

Ele não ia responder se eu perguntasse, de qualquer


maneira; ele nunca o fez.

"Apenas Ash, que trabalha na maternidade comigo."


Com o canto do olho, eu vi Ryder dar um aceno de cabeça.
Ele nunca conheceu Ash, então eu tinha nenhuma ideia do que
se passava em sua mente com a minha resposta.

"Você está bem?", Perguntou ele de forma aleatória.

Fiquei tão surpresa com sua pergunta que olhei para ele
com as sobrancelhas levantadas e disse: "Sim, por que não
estaria?"

Ele deu de ombros, olhando para mim, sem piscar os


olhos. "Você mal sorriu quando Bronagh anunciou que estava
tendo uma menina."

Porque eu tinha feito minha dança feliz no hospital


quando ela descobriu.

Eu olhei para frente. "Eu tive um longo dia no trabalho, só


estou cansada."

"Muito cansada para ficar feliz pela sua irmã?"

Como ele ousa!

"Eu estou feliz por ela. Apenas não senti necessidade de


provar para alguém que estou feliz por ela, Ryder."

Silêncio.

"Parece-me que você está um pouco…"

"Um pouco o quê?" Pressionei.

A porta do elevador abriu exatamente quando Ryder disse,


"Ciumenta".
Saí do elevador, educadamente acenando para o
segurança no saguão, e rapidamente andando na direção da
entrada principal.

"Branna?" Ryder gemeu. "Espere um segundo."

Eu não fiz. Peguei meu ritmo e quase corri para fora do


complexo de apartamentos. Quando cheguei lá fora, acenei para
os guardas de segurança nas portas e fui direto para a Land
Rover de Ryder, que estava estacionada entre os carros de
Dominic e Alec.

Corri para a porta do passageiro e fiquei olhando para a


maçaneta até ouvir Ryder suspirar e destravar as portas do
carro. Eu agarrei a alça, abri a porta e entrei no carro, batendo
a porta atrás de mim.

"Droga, Branna," Ryder reclamou quando sentou no banco


do motorista. "Não desconte seu mau humor no meu carro."

Foda-se você e seu carro estúpido.

"Eu não estaria de mau humor se você não tivesse dito


algo tão..."

"Tão o que?"

"Insensível!", Eu terminei.

"Insensível", Ryder repetiu, girando o corpo para me


encarar. "Como eu dizendo que você está com ciúmes de
Bronagh é insensível?"

Eu não conseguia nem olhar para ele.


"Você não é estúpido. Pense nisso, e eu tenho certeza que
vai perceber por que."

Ryder não moveu um músculo enquanto continuou a


olhar para mim.

"Você está com ciúmes", ele murmurou, em seguida,


engasgou. "Você quer um bebê?"

Olhei pela janela, sem responder-lhe.

"Branna," ele pressionou. "Você quer um bebê?"

Sem olhar para ele, eu disse, "eu tenho querido um bebê por
anos, e apenas nunca falei nada sobre isso com você por causa do
tanto de merda que aconteceu para as nossas famílias e, sendo o
casal mais antigo, nós tivemos que empurrar tudo de lado para
garantir que todos ficassem bem. Somos as figuras parentais. Nós
garantimos que todos os outros estejam bem antes mesmo de
considerar cuidar das nossas próprias necessidades".

Ryder ficou em silêncio enquanto eu falava, assim eu


pressionei.

"Você sabe que eu amo crianças, e eu provavelmente teria


tido algumas ainda antes de te conhecer se dependesse só da
minha vontade, mas minha vida foi colocada em espera quando
meus pais morreram. Eu precisei me concentrar em Bronagh: não
em mim, nela. Ser uma parteira sempre foi meu sonho, e foi a
única coisa que me permiti querer. É por isso que eu trabalhei tão
duro para me tornar uma em meus vinte e tantos anos, enquanto
a maioria apenas aproveita a malcriação adolescente."
Olhei para ele quando ele permaneceu em silêncio.

"Você acha que nós estamos num ponto onde devemos ter
um filho?", perguntou ele.

Eu pude ouvir a dúvida atada à voz dele.

Isso me matava, mas eu concordava com ele.

"Não, não estamos nem em posição de cuidar de um cão,


muito menos de uma criança."

Ryder olhou para frente e enfiou a chave na ignição,


ligando o carro.

"Além disso", ele brincou, "Nós realmente teríamos que


foder para poder engravidá-la."

Sua raiva era esperada.

Eu apoiei minhas mãos em minhas coxas, resistindo ao


impulso de enrola-las em punhos. "Nós provavelmente
poderíamos arranjar isso, se você não saísse todas as noites
para fazer sabe Deus o quê."

O silencioso 'ou quem' estava implícito, mas as palavras


nunca saíram dos meus lábios. Eu estava apavorada demais em
confirmar que era um "Quem" a razão pela qual ele me deixava
a cada noite.

Eu não achava que seria capaz de lidar com isso, se fosse


o caso, e decidi que era melhor nem saber. Minha irmã e o resto
das meninas iriam me bater duro por recorrer a esta forma de
pensar, mas elas não sabiam no que minha vida em casa ou
meu relacionamento com Ryder tinham se tornado.

Elas pensavam que sabiam, mas realmente não o faziam.

"Não diga essa besteira", Ryder rosnou quando saiu do


estacionamento. "Estou em casa muito, e ainda assim você
nunca chega perto. Você deixou nossa cama para dormir no
antigo quarto de Dominic, o mais distante possível de mim que
você pode ficar sem sair da nossa casa."

Eu me senti enojada.

"Meu propósito nesta terra não é abrir minhas pernas


para você sempre que lhe agradar."

"Não", Ryder concordou, "mas seria bom se eu pudesse te


foder, pelo menos, uma vez na porra da semana. Eu não toco
em você há meses. Eu me contentaria com a porra de uma
punheta neste ponto."

Ele falou de mim como se eu não fosse nada mais do que


um objeto sexual.

"E de quem é a culpa?" Eu berrei, jogando minhas mãos


no ar. "Você se afastou de mim. Nós não conversamos mais,
não rimos, não fazemos nada alem de brigar um com o outro, e
a maldita culpa disso é sua. Você nos relegou a esta rotina, e a
coisa triste é que eu não sei nem mesmo porquê! Eu não sei o
que você faz quando sai de casa todas as noites, ou por que
você está sempre em seu telefone, e é patético que eu apenas
tenha aceitado isso, mas eu estou tão cansada. Eu brigo com
você o tempo todo, e acabo exausta demais para fazer qualquer
outra coisa."

Virei a cabeça e olhei para fora da janela do carro,


segurando as lágrimas em meus olhos para não deixá-las cair.
Eu não queria chorar. Eu estava cansada de chorar.

"Eu já te disse que estou cuidando de algumas coisas. Isso


é tudo que você precisa saber."

Fechei os olhos - ainda me eviscerava ele não querer


compartilhar seus segredos comigo.

"Eu não acredito em você, Ryder."

"Então eu não sei o que te dizer, Branna."

"Que tal dizer a verdade, apenas uma vez?" Eu rebati.


"Apenas me diga onde você vai e o que faz quando sai."

Suas mãos apertaram o volante quando nos aproximamos


da nossa rua.

"Eu não posso te dizer, você não compreenderia."

Eu olhei para baixo, na direção das minhas coxas, e engoli


em seco.

"Eu não posso te entender se você não me ajudar a fazê-lo."

Ryder grunhiu quando estacionou na frente da nossa


casa. "Isto é sobre mim, ok? Não é nada para você se
preocupar, e você vai se preocupar se eu e contar, e eu não
quero que isso aconteça. Nós já estamos sob muita pressão com
Big Phill ainda a solta; meus assuntos não precisam adicionar
mais stress".

Ele saiu do carro, fechou a porta e caminhou até a nossa


casa, deixando-me sozinha com meus pensamentos.

"Eu não posso mais fazer isso", eu disse em voz alta,


forçando-me a ouvir as palavras dessa vez.

Nós não poderíamos continuar do jeito que estávamos.


Alguma coisa tinha que mudar, e nesse momento eu sabia
exatamente o que tinha para fazer para iniciar o processo de
cura para as muitas feridas que haviam sido abertas e expostas
ao longo dos últimos anos.

Eu tinha que fazer uma mudança. Eu precisava me


separar do próprio ser que me feria assim... mesmo que ele não
tivesse a intenção de me machucar.

Eu apertei meus olhos fechados quando dor me golpeou.


Os fragmentos restantes do meu coração quebrado ruíram em
um milhão pedaços quando eu tomei uma decisão que ia mudar
minha vida. Uma decisão que afetaria não só a mim, mas a
minha família e amigos também, e muito.

Estendi a mão e agarrei o painel de instrumentos do carro,


para evitar entrar em colapso quando minha mente sussurrou o
que eu precisava fazer para ser livre. Eu tinha que romper com
Ryder.

Não chore.

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