Você está na página 1de 3

MPHEMBA

Para o povo Bakongo, todos os poderes excepcionais e sobrenaturais resultam de algum tipo
de comunicação com os mortos (ANCESTRAIS ), e o túmulo é um lugar onde qualquer um, não
apenas um especialista em ritual ou chefe (NGANGA), pode buscar ajuda. Os túmulos podem
ser marcados com cerâmicas desenhadas, terracotas locais, garrafas de bebidas, presas de
marfim, pele de grandes animais ou figuras de pedra. As diferenças na prática ocorreram ao
longo do tempo e com a localidade, e com o caráter e importância do ancestral. Alguns povos
do kongo, principalmente os da região do Mayombe, colocam figuras de madeira perto de seus
túmulos. Essas figuras ficavam abrigadas em estruturas cobertas abertas lateralmente que
serviam para preservar seu pigmento branco(MPEMBA) que faz a ligação do nza com o
mpemba e proteger a madeira. Branco é a cor do outro mundo(MPEMBA), o mundo espiritual
não físico, e caulim, ou argila branca, é um ingrediente comum em ingredientes para rituais
locais. Em termos simplificados, a argila branca neste contexto é o oposto da vida, que está
presente na pele de uma pessoa e no solo de uma terra fértil. Mesmo assim, essa figura,
embora em contato com o mundo invisível, ela torna-se muito viva. Os olhos embutidos da
figura refletem a luz e, para os povos do kongo, eles sugerem a capacidade de olhar para o
mundo espiritual. Seus olhos bem abertos (meeso mapene) expressam a atenção que ela está
prestando às palavras de um ancião (o ancestral falecido em um contexto funerário) sobre o
bem-estar de seu filho ou, em uma relação ancestral-descendente, os futuros filhos de toda a
família. Seu olhar também enfatiza sua presença no mundo físico dos vivos. Certamente ela
parece presa em um momento de tempo, pronta para se mover. Ajoelhar-se sobre uma perna
dobrada é uma postura menos bem documentada do que ajoelhar-se, que significa um gesto
de respeito. A postura assimétrica também mostra respeito, mas é mais dramática, pois é
possível realizar ações posteriores.

Essa postura também é empregada em figuras de caçadores. Tanto nas figuras de madeira
nkisi nkondi quanto nas figuras de sepultura de pedra com objetos de ataque (mintadi) se
ajoelham como se estivessem prontas para apresentar suas armas a uma pessoa em posição
de autoridade. Esta figura feminina apoia sua mão esquerda atrás da criança, um significado
dede quem esta apoiando e protegendo a próxima geração. A palma da mão direita aberta
repousa sobre um vaso de cerâmica, como se estivesse oferecendo comida aos que partiram.
O recipiente também pode estar relacionado ao uso de panelas de cerâmica comuns para
guardar remédios rituais, mesmo não tendo uma certeza de qual das duas funções o mesmo
representa é sempre importante citar detalhes dede informações. Esse tipo não figurativo de
nkisi era comum entre os povos do kongo e ainda sobrevive nos dias de hoje. O colar da figura
pode ser um amuleto ou gráficos. Não parece ser uma insígnia de liderança, como um colar de
dente de leopardo que tem essa reprersentação. Ela também não tem o penteado exuberante
de alto status ou a touca de fibra com nós que aparece em algumas figuras. Ela tem uma corda
torácica acima dos seios, dentes esculpidos em escarificações, feitos para realçar sua beleza. A
escarificação é pintada em vez de esculpida. Os agrupamentos de três pontos no peito
simbolizam a "trindade" dos vivos representados pela criança, o líder e o idoso. Embora
referida como uma criança, a figura menor não corresponde às visões sentimentais modernas
da infância. Ele é um adulto em miniatura na aparência. Sem os aspectos de gênero da
infância, ele é uma representação da fertilidade contínua do grupo como um todo e da família
do ancestral em particular. Sua pose, com os braços cruzados sobre o peito, é um gesto com o
qual ele se envolve em silêncio, significando "Não tenho nada o que dizer".

TATA RUMBE

REF:

Agnes E. Meyer, Washington, D.C.,to 1972

Goodman, Elaine Sooy. 2009. "Warren M. Robbins and the Founding of the National Museum
of African Art." Tribal Art XIII:2 (51), p. 92, no. 13.

Kreamer, Christine Mullen. 2010. "Impermanent by Design: The Ephemeral in Africa’s


Tradition-based Arts." African Arts 23 (1), pp. 20-21, no. 10.

Kreamer, Christine Mullen and Adrienne L. Childs (eds). 2014. Conversations: African and
African American Artworks in Dialogue from the Collections of the Smithsonian National
Museum of African Art and Camille O. and William H. Cosby, Jr. Washington, D.C.: National
Museum of African Art, Smithsonian Institution, title page, left, p. 51, pl. 2.

Museum of African Art. 1972. African Art in Washington Collections: A Loan Exhibition at the
Museum of African Art. Washington, D.C.: Museum of African Art, p. 44, no. 316.

National Museum of African Art. 1981. Life...Afterlife: African Funerary Sculpture. Exhibition
brochure. Washington, D.C., cover.
National Museum of African Art. 1999. Selected Works from the Collection of the National
Museum of African Art. Washington, DC: Smithsonian National Museum of African Art, p. 118,
no. 80.

Park, Edwards. 1983. Treasures of the Smithsonian. Washington, D.C.: Smithsonian Books, p.
397.

Patton, Sharon F. 2004. Treasures: Smithsonian National Museum of African Art. Washington,
D.C.: National Museum of African Art, Smithsonian Institution. Folio.

Quarcoopome, Nii (ed). 2009. Through African Eyes: The European in African Art, 1500 to
Present. Detroit: Detroit Museum of Art, pp. 138-139, no. 1.

Robbins, Warren M. and Nancy I. Nooter. 1989. African Art in American Collections.
Washington, D.C.: Smithsonian Institution Press, p. 361, no. 938.

Smithsonian Institution. Office of Folklife Programs and Renwick Gallery of the National
Museum of American Art. 1982. Celebration: A World of Art and Ritual. Washington, D.C.:
Smithsonan Institution Press, p. 140, no. 185, illustrated p. 34.

Walker, Roslyn A. 1983. African Art in Color. Exhibition brochure. Washington, D.C.: National
Museum of African Art, Smithsonian Institution, no. 6.

Você também pode gostar