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Positivismo lógico
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O positivismo lógico hoje em dia é desconsiderado pela maioria dos filósofos. Mas, as correntes
filosóficas desdobradas de Kuhn (que estabelece o caráter paradigmático da ciência) e Paul
Feyerabend (demonstrando que na prática científica a ciência não evolui segundo normas pré-
estabelecidas) geraram graves problematizações de suas idéias.
Índice [esconder]
1 História
2 Principais Temas
2.1 Verificacionismo
2.2 Conhecimento analítico e sintético
2.3 Ciência Unificada
3 Críticas ao Positivismo Lógico
4 Estado atual dentro da Filosofia
5 Veja também
5.1 Pessoas
6 Referências
O positivismo lógico surgiu no início do século XX com o Círculo de Viena. Em princípio, o Círculo de
Viena, liderado por Moritz Schlick, era um grupo de discussão constituído por cientistas e filósofos com
o objetivo de criar uma nova filosofia da ciência com uma rigorosa demarcação do científico e do não-
científico. 1 Teve influências de Ernst Mach, Percy Bridgman e Ludwig Wittgenstein, sendo este último
autor do Tractatus Logico-Philosophicus, que os membros do Círculo se inspiraram expressamente
neste livro para a construção das suas doutrinas. 2 A partir de 1929, o positivismo lógico começou a ter
reconhecimento internacional e já possuía vários defensores, entre eles estavam filósofos e cientistas
escandinavos, polacos, britânicos, alemães e norte-americanos. Um grupo que se destacou foi o
Círculo de Berlim, liderado por Hans Reichenbach, em resposta à metafísica hegeliana. 1
No fim dos anos 30, os membros do Círculo de Viena se dispersaram devido a morte de Schlick e na
Alemanha o grupo também se desfez devido aos avanços do nazismo. Enquanto isso, o positivismo
lógico estava sendo difundido por Alfred Jules Ayer na Inglaterra. 3
Após a II Guerra Mundial, as doutrinas do positivismo lógico eram cada vez mais atacadas por
pensadores como Willard Van Orman Quine, Karl Popper, Thomas Kuhn, Peter Strawson e Hilary
http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo_l%C3%B3gico
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Putnam, chegando a sua total decadência por volta dos anos 60. 3
Como um movimento em reação à filosofia idealista que rondava as Universidades alemãs da época, o
positivismo lógico teve como características marcantes a busca por uma ciência unificada, a anti-
metafísica, através do verificacionismo, e a definição de conhecimentos analítico e sintético.
Para definir se uma asserção era significativa ou não, os positivistas lógicos se utilizaram do critério de
verificacionismo para fazer a demarcação entre o que era científico e o que não era. Assim, uma
asserção somente era "cognitivamente significativa" se existisse um procedimento finito para
determinar conclusivamente sua verdade. Uma consequência disso, é que afirmações metafísicas,
teológicas e da ética falhavam nesse ponto, então eram considerados como "pseudo-problemas".3 4
Mas o problema de saber realmente o que era empiricamente verificável fez surgir algumas vertentes
entre os positivistas lógicos. As mais importantes foram o verificacionismo forte e o verificacionismo
fraco.
Verificacionismo forte: Afirmava que uma asserção é verificável somente se a sua verdade podia
ser conclusivamente estabelecida pelo experimento. Mas essa vertente foi bastante criticada
porque era muito restritiva. Principalmente porque não verificava asserções negativas ou
universais. Schlick era o maior defensor deste tipo de verificacionismo.
Verificacionismo fraco: Em resposta ao verificacionismo forte, Ayer propôs uma versão mais fraca.
Afirmava que uma asserção era verificável se era possível a experiência para torná-la provável.
Mas também recebeu críticas por ser abrangente demais. 1
O conhecimento analítico é tautológico (pode ser explicado por ele mesmo), e portanto pode ser
validado a priori. Exemplos disso são a matemática pura e a própria lógica. Para entender melhor,
pode-se dizer: "Todo homem solteiro é não-casado". Esta frase é verdadeira, e pode-se comprovar
isso apenas analisando os elementos da frase.
O conhecimento sintético são afirmações sobre o mundo real, e de acordo com os positivistas só
pode ser validado a posteriori, ou seja, pela observação. Um exemplo disso é a frase: "Hoje está
um dia frio", que é verdadeira somente se tem uma comprovação experimental, que nesse caso,
seria o próprio locutor da frase sentindo frio naquele dia. 3
Uma outra característica dos positivistas lógicos era que buscavam uma "teoria unificada da ciência",
que pudessem usar para defender a ciência e diferenciá-la do que fosse metafísico e religioso,
considerado por eles como bobagem não-científica. Eles buscavam o desenvolvimento de uma
linguagem comum em que todas as afirmações científicas pudessem ser expressas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo_l%C3%B3gico 2/4
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Essa ciência unificada era caracterizada pelo reducionismo, onde se acreditava que tudo podia ser
reduzido pelas explicações científicas, criando uma ciência mais fundamental. Alguns positivistas
lógicos afirmavam que o desenvolvimento dessa ciência e seus métodos de maneira satisfatória seria
aquela que mais correspondesse à física exemplar. 5
As primeiras críticas ao positivismo lógico surgiram quando alguns filósofos afirmaram que seus
princípios fundamentais não podiam ser formulados de forma consistente. O próprio critério de
verificabilidade não era verificável e, assim, não era consistente. 1 Havia também problemas com as
afirmações universais. Por exemplo, a frase "Todos os homens são mortais." não é possível ser
verificada, mas é verdade de fato. E isso levou a um enfraquecimento do movimento.6
Percebendo o problema, Karl Popper afirmou que o critério de verificabilidade era um termo muito forte
para a ciência, e substituiu pelo critério de falseabilidade. 4Porém, Popper acreditava que o fato de
simplesmente substituir o critério de demarcação utilizado pelos positivistas lógicos não era suficiente
para manter o movimento, pois o mesmo já estava "morto", devido à muitos outros enganos
fundamentais na filosofia positivista.6
Outros filósofos também atacaram o positivismo lógico com críticas, como Willard Van Orman Quine,
que criticou a distinção entre conhecimentos analítico e sintético e definiu como "dois dogmas do
empirismo" 7 , e também Thomas Kuhn, que criticou o fato dos positivistas lógicos não darem atenção
suficiente para a História da Ciência. 4
Após receber várias críticas de alguns filósofos, o positivismo lógico foi cada vez mais "abandonado"
pelos seus defensores. Ao final dos anos 60, o movimento já tinha praticamente seu fim. No fim dos
anos 70, um de seus principais defensores, Ayer, disse em uma entrevista: "Acho que o mais
importante defeito dele... era que quase tudo nele era falso.".8 Mas esse movimento mantém um lugar
importante na história da filosofia da ciência como antecedente de filosofias contemporâneas, como o
neopositivismo.
Referências
1. ↑ a b c d Pedro Galvão (2006). Positivismo Lógico. Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo_l%C3%B3gico 3/4
09/11/2014 Positivismo lógico – Wikipédia, a enciclopédia livre
http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo_l%C3%B3gico 4/4