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Capítulo 1: Ação ergonômica e Análise do trabalho

A primeira ação ergonômica é transformar o trabalho, essa mudança serve para


contribuir para que as situações de trabalho que não alterem a saúde dos operadores,
para que eles possam exercer as suas competências ao mesmo tempo no plano
individual e coletivo, encontrando possibilidades de valorização das capacidades
próprias. Também, para alcançar objetivos econômicos determinados pela empresa, em
função dos investimentos realizados ou futuros. Na visão dos autores esses objetivos são
complementares, desde que sigam um procedimento focado em duas lógicas
simultaneamente, uma centrada no social e outra na produção.
Porém, existem alguns aspectos financeiros, técnicos ou organizacionais que
dificultam a ergonomia do homem no seu local na hora de produção, e para isso é
preciso se adaptar, dentre alguns desses aspectos citados pelos autores são:
● Os objetivos quantitativos e qualitativos de produção estão esboçados;
● Quando o orçamento do investimento está decidido;
● As principais escolhas tecnológicas já foram feitas.
E só depois de todas esses objetivos que a empresa elabora, que começa-se a
pensar no trabalhador, com algumas das seguinte dúvidas:
● De quem e quantos dispomos ?
● Sua idade ?
● Seu estado de saúde ?
É fácil perceber que a organização do trabalho em si, deverá empregar
procedimentos tentando corrigir uma concepção que já foi moldada incompleta, por
exemplo, são focados os aspectos que vão trazer lucro e maior produção para
empresa, e não serão bem explorados aspectos relacionados à especificidade do
funcionamento humano. Fazendo com que ocorram erros, que são culpados por uma má
gestão, concepção ou escolha técnica, onde na verdade, tem origem na falta de
adaptação do meio de trabalho para o funcionário.
Após isso, o autor referencia diversas trechos de falhas operacionais em empresas
de diversos tipos, e argumenta que são falhas originárias do desconhecimento do
trabalho, ou chamados de atividade de trabalho, que são normalmente negligenciadas pela
empresa:
● Falta de informações que detectam no ambiente;
● A maneira como eles tratam essas informações, em função de sua formação e
experiência profissional;
● Os raciocínios que fazem decidir ações;
● Os gestos, e esforços que exercem e a postura que adotam, graças os quais agem
sobre ferramentas, objetos e o ambiente do trabalho.
E esses erros são fundamentais para a existência do funcionamento de uma
oficina, visto que analisando-os é possível pensar em formas da realização dos objetivos da
empresa preservando o estado físico, psíquico e social dos empregados. A definição dessas
tarefas ocorridas anteriormente, é dada pela representação errônea do trabalho real, que é
como realmente é realizado o trabalho na prática. Assim os empregados em questão são
vistos como “meios de trabalho” que são obrigados a se adaptar aos constrangimentos
decorrentes de escolhas técnicas e organizacionais.
Também é necessário lembrar, que a ação ergonômica não consiste apenas em
aplicar métodos, realizar medidas, fazer observações e conduzir entrevistas para
saber o que é melhor para o trabalhador, ela deve, se ajustar com o contexto do local
e inscrever as possíveis transformações do trabalho elaborado por diversos pontos
de vistas e interesses próprios.

Capítulo 2: Trabalho, tarefa e atividade


A etimologia da palavra ergonomia (uma das palavras chave do estudo) é dada por
dois radicais ergon + nomos, que significam ciência do trabalho, aquilo que tem como
objetivo definir as regras do trabalho, focando nas condições de trabalho. Inclusive,
cada vez mais as pessoas conhecem essa palavra, porém, não como ela realmente foi
definida inicialmente, um exemplo dado pelo autor, é de uma pessoa que comprou um
aspirador com um “cabo ergonômico”, que teria um significado popular de algo que seja
mais confortável.
De acordo com um ergonomista da escola franco-belga o cerne na prática de tornar
algo ergonômico é baseado na atividade do trabalho, essas diversas formas de
representar esta prática mostra que realmente é necessário um estudo para entender
todas as suas faces. Este por sua vez, foi muito modificado e se moldando perante a
complexidade de questões subjacentes impostas das sociedades durante o tempo.
É certo que a ergonomia tem por objeto o trabalho, que o mesmo, possui várias
realidades, utilizado normalmente para designar condições de trabalho (trabalho penoso,
trabalho pesado), o resultado do trabalho (trabalho malfeito, trabalho muito bom) ou a
própria atividade do trabalho (fazer seu trabalho, um trabalho difícil, estar cheio de
trabalho), pode-se concluir que o trabalho é a unidade dessas três realidades.
É de extrema importância lembrar que o problema é complicado no instante que o
objetivo não é só mais conhecimento, mas também ação, contudo é necessário saber as

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características ideais das condições térmicas do trabalho, do ambiente sonoro, para o
melhor funcionamento do operador e do resultado do trabalho.
Logo, tem-se a tarefa, um termo que possui relação estreita com as condições e
dos resultados do trabalho, que resume-se a um conjunto de objetivos dado aos
trabalhadores, juntamente com um conjunto de prescrições definidas externamente
para atingir estes objetivos particulares, seja o presidente que cuidará do arsenal
comercial e financeiro, o empregado que terá prazos para cumprir e máquinas para tomar
conta. Desta forma, dando o conceito do trabalho prescrito conhecido como “o que deve
ser feito ?”, baseado nas atividades de trabalho de uma empresa, o trabalho real por
sua vez, é “como é realmente feito o trabalho”, quando se coloca em ação tudo que
foi planejado, chegando ao resultado do trabalho.
Um conceito interessante que explica a estratégia para os operadores realizarem
suas tarefas dadas pela dimensão pessoal do trabalho é denominada de objeto real, que é
basicamente como o operador utiliza suas características pessoais particulares para
atingir os objetivos da tarefa que lhe foi confiada, e isso pode ser utilizado de várias
formas (física, psicológica,...), seja do operador se sentir bem por estar fazendo algo que lhe
faz bem, ou até sentir-se explorado pela empresa que o mesmo presta o serviço. O conceito
é muito importante, pois ajuda a entender o psicológico do trabalhador e achar a melhor
forma de como ele pode se sentir na empresa e o que ele sente de errado para que possa
ser mudado.
Pensando no campo sócio econômico, o caráter social e econômico do trabalho
são inseparáveis. Socialmente falando, o resultado dessa atividade resulta em algo que
será inserido na sociedade e poderá ser vendido no mercado, concorrendo com vários
outros produtos. Já economicamente, o homem pode obter pela atividade do trabalho algo
como:
● Uma obra pessoal, que poderá ou não dar-lhe satisfação, orgulho, etc..;
● Um bem ou um serviço que terá utilidade social no momento do ato de troca
(escambo ou troca por intermédio de um equivalente monetário).
Indo em direção aos pontos de vista das situações de trabalho, o autor compara na
contemplação de uma mesma paisagem, porém ela é contemplada por diversos
observadores e por diferentes formas, uma situação do trabalho pode ser vista da mesma
forma, revelando seus aspectos baseados nos diferentes pontos de vista, eles são
importantes o confronto de ideias e evolução das situações de trabalho.
1. Dos resultados: É a leitura do funcionamento da empresa, de como os vários
departamentos, para os quais foram construídas numerosas ferramentas de

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avaliação. Cada uma delas expõe uma face dos resultados da empresa, e são feitas
diferentes leituras;
2. Das condições de produção: Quanto menor a empresa, menos estruturado ele é,
considera o funcionamento da empresa a partir do uso dos meios de produção. Este
ponto de vista provoca uma leitura específica, mas não exclui as contradições,
e se mostra dependente dos resultados;
3. Da atividade de trabalho: Começa a se esboçar a partir desenvolvimento dos
departamentos de gestão e recursos humanos, que cada vez mais se diferenciam
dos departamentos de pessoal. É uma manifestação de um ponto de vista da
atividade contínua, na prática.
Por último, temos a construção de uma ação ergonômica a partir do ponto de vista
do trabalho, o autor formula por três grandes etapas em três linhas, e as liga com conceitos
passados nos tópicos anteriores que localizam-se nas meio de colunas, o quadro se resume
a:
1. A instrução da demanda: Contribui para a implantação das condições de
confrontação dos pontos de vista. Localiza os momentos, atores e estruturas para
se apoiar no decorrer da ação ergonômica, e se junta, mesmo que de maneira
contraditória, a qualidade de reformulação dos problemas levantados do ponto de
vista do trabalho;
2. A formulação do diagnóstico: Consiste em articular o que a análise da atividade de
trabalho enumerou, com características de diversos atores (população, sistema
técnico, clientela, tarefas,...). Tem por objetivo cumprir para as mudanças das
representações sobre trabalho feitas pelas diferentes áreas da empresa;
3. Memorial descritivo das transformações: Trata-se da redefinição dos objetivos e
dos meios de ação aos investimentos, à gestão dos recursos humanos, à
organização. E da implantação das condições, baseadas em discussões feitas
nos meios éticos, sociais e institucionais.

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