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Nota de aula referente à aula que seria ministrada no dia 09/09/2021.

AULA 3 – ENERGIA E A PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA

Nesta aula iremos relembrar alguns conceitos importantes já conhecidos por vocês,
esta etapa será importante para o andamento da disciplina.

A energia é um conceito fundamental da termodinâmica e um dos aspectos mais


significativos de análise em Engenharia. Existem várias formas de energia, sendo
algumas formas apresentadas a seguir:

Energia Cinética (EC): A energia cinética EC, se deve ao movimento de um objeto.


Quando a sua velocidade se altera, sua EC também será modificada.

 propriedade extensiva

Em que m é a massa e V a velocidade. A variação de energia cinética, ∆EC, é dada por:

Energia cinética no estado inicial


Energia cinética no estado final

As unidades utilizadas para a energia cinética: N.m = J ou ft.lbf

Lembrando a definição de priedades extensivas e intensivas:


 Propriedade extensiva: são aquelas que dependem do todo do sistema, como
exemplos: volume, massa, número de mols, entalpia, energia interna, energia
cinética, energia potencial, entre outros.
 Propriedade intensiva: são aquelas que não dependem do todo do sistema, como
exemplo: pressão, temperatura e massa específica.

Energia Potencial (EP): A energia potencial EP, se deve a alteração da localização de


um corpo em relação ao campo de força.

 propriedade extensiva
Onde, m é a massa, g a aceleração da gravidade e z altura do objeto. A variação de
energia potencial é dada por:

Energia potencial no estado inicial


Energia potencial no estado final

As unidades utilizadas para a energia potencial: N.m = J ou ft.lbf

Energia Interna (U): A energia interna U, agrupa todas as formas de energia menos
a cinética e a potencial. A seguir alguns exemplos:

Aquecimento de um fluido aumenta a energia interna do sistema:

Energia é armazenada por compressão de uma mola:

Bateria sendo recarregada:

Assim, temos que a variação de energia interna é:


 propriedade extensiva

Energia interna no estado inicial


Energia interna no estado final

A variação de energia global do sistema (∆E) é dada por:

Variação de energia interna


Variação de energia potencial
Variação de energia cinética

Até agora avaliamos as forças que afetam a velocidade e a posição. Entretanto, na


engenharia a interação com a vizinhança ocorre de forma mais complexa, variando
outras propriedades. Os conceitos de EC e EP não são suficientes.

Outra definição importante que devemos saber é a definição de trabalho (W). O


trabalho está associado a um processo entre trocas energéticas entre dois sistemas
termodinâmicos. Desta forma, o trabalho é uma forma de transferir energia. Um
sistema realiza trabalho sobre suas vizinhanças se o único efeito sobre tudo aquilo
externo ao sistema puder ser o levantamento de um peso.

É importante lembrar que não precisa ter ocorrido é se o efeito pudesse ter sido a
elevação de um peso, comforme exemplo mostrado a seguir.

Vamos imaginar que este sistema (gás contido em um cilindro pistão) esteja sendo
aquecido, conforme mostra a figura. Durante o aquecimento, o gás se expande e se o
pistão for móvel ele irá realizar o movimento para cima, desta forma levantando o peso
que está sobre o pistão. Não estou dizendo que sempre existirá um peso na parte
superior do pistão, isto é apenas um exemplo, que seria possível o levantamento de um
peso por meio de um processo de expansão de um gás, ou seja, por meio da realização
de trabalho.

A definição clássica de trabalho é o trabalho mecânico definido em um deslocamento


x, assim:
Os limites de integração significam do estado 1 ao estado 2

Distância de deslocamento do pistão

Força associada a pressão exercida pelo gás

É importante ressaltar que existem várias formas de realizar trabalho:

 Trabalho por reação química;


 Trabalho elástico (deformação de uma mola);
 Trabalho elétrico (motor elétrico).

Existe também uma convenção de sinais, sendo esta muito importante para a análise de
sistema termodinâmicos:

W > 0 trabalho realizado pelo sistema.

W < 0 trabalho realizado sobre o sistema.

Sendo estes demonstrados na figura a seguir:


W (+)

SISTEMA
W (-)

É importante ressaltar que em alguns livros o sinal pode ser apresentado de forma
inversa, desta forma deve-se sempre verificar e especificar qual a convenção de sinais
adotadas para a compreesão correta da análsie do sistema.

Outra informação importante que devemos ter conhecimento é que o trabalho não é
uma propriedade do sistema ou vizinhança. Assim, não existe variação de trabalho.

 Diferencial inexata

Como vimos anteriormente, as energias cinética, potencial e interna são propriedades do


sistema. Isto por que existe um valor em cada ponto, por exemplo: existe um valor de
energia cinética no estado 1 (estado inicial) e um valor de energia cinética no estado 2
(estado final), assim podemos obter a variação de energia cinética. Outro exemplo de
propriedade do sistema é o volume, este depende do estado inicial e final. Assim, temos
a variação do volume do sistema:

 Diferencial exata

Como não existe um valor para o trabalho no estado inical e não existe um valor de
trabalho para o estado final do sistema, também não existe variação de trabalho pois,
o trabalho depende de cada processo percorrido (área abaixo do caminho 1 até 2
mostrada na figura). Assim para cada caminho percorrido (caminhos A, B e C), o
valor do trabalho será diferente, mesmo que todos tenham percorrido do ponto 1
(estado 1 ou estado inical do sistema) ao ponto 2 (estado 2 ou estado final do
sistema). Desta forma, a interpretação do trabalho como área abaixo da curva nos
permite demonstrar que o trabalho depende do processo, ou seja do caminho
percorrido.

(1)
P
C
B
A
(2)

Das diversas formas de se realizar trabalho, conforme mensionado anterirormente.


Tem-se ainda a realização de trabalho por expansão ou compressão, comforme
descrito a seguir:
Trabalho por expansão ou compressão: Trabalho realizado pelo movimento da
fronteira de um sistema compressível simples em, um processo quase estático. A
Figura a seguir, apresenta um esquema de um processo de expansão de um gás em um
cilindro pistão.

A (área do pistão)

gás

F = P.A

x1 x2

Retornando para a definição de trabalho, temos:


Temos ainda que a força total no êmbolo é P.A, fazendo a substituinção:

dV

Em que, P é a pressão, A é a área e dV a variação de volume do sistema. Logo, fazendo


a substituição de dV:

Equação deduzida para o caso de um gás ou líquido em um conjunto cilindro


pistão. Pode ser aplicada para qualquer sistema desde que a pressão seja
uniforme ao longo da fronteira movel.

Para integrar esta equação, precisamos conhecer uma relação entre a pressão do fluido
na fronteria movel e volume do sistema. No entanto esta relação pode ser difícil, ou
mesmo impossível de ser obrtida para compressões e expansões reais. É importante
saber que a pressão só está definida no estado de equilíbrio, caso não esteja em
equilíbrio a pressão local em cada ponto do sistema é distinta (ou seja, existirão vários
valores de pressão, conforme mostra a figura).

P1 P3

P4
P2

Um tipo idealizado de processo, chama-se processo em quase equilíbrio. Para que isso
ocorra, devemos considerar que a compressão ou expansão do sistema seja lenta o
suficiente para que a pressão seja a mesma em cada ponto, ou seja, o sistema passa por
situações de equilíbrio, onde a pressão é bem definida em todas as etapas do processo.
Um exemplo de processo de quase equilíbrio pode ser imaginado utilizando a figura a
seguir, na qual temos um sistema composto por um gás inicalmente em um estado de
equilíbrio.

Conforme mostra a figura, a pressão do gás é mantida uniforme por meio dos grãos de
areia inseridos sobre o pistão. Imagine que um grão de de areia seja retirado,
permitindo que o pistão se mova para cima à media que o gás se expande ligeiramente.
Durante a expandão, o gás se afastaria apenas ligeiramente do equilirio e o sistema
atingiria um novo estado de equilíbrio, em que a pressão e as demais propriedades do
sistema teriam novamente um valor uniforme. Se vários grãos de areia forem retirados
um após o outro, o gás passaria por diversos estados de equilíbrio sem se afastar do
estado de equilíbrio. Desta forma, o gás sofreria um processo de quase-equilíbrio.
Temos uma relação gráfica do diagrama pressão-volume demonstrada na figura a
seguir. Cada ponto da curva que formam a linha azul da figura, representa um estado de
equilíbrio que o sistema atingiu durante o caminho percorrido do estado 1 ao estado 2.

É importante saber que :


 Se o volume aumenta dV é positivo, logo W é positivo.
 Se o volume diminui, dV é negativo, logo W é negativo (Processo de
compressão, logo o trabalho é realizado sobre o sistema, conforme mostrado
anteriormente na conveção de sinais).

Um processo em quase-equilíbrio também pode ser descrito por uma expressão:

Em que, n é a constante para p processo em questão. Para uma expressão deste tipo o
processo é chamado de politrópico.

Na próxima aula, vamos continuar com outras definições importantes.

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