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ABNT NBR 15575-1 2013 Final
ABNT NBR 15575-1 2013 Final
APRESENTAÇÃO
4) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta
informação em seus comentários, com documentação comprobatória;
Participante Representante
SECOVI Ronaldo Sá
SIAMFESP Roney Honda Marguthi
SINAPROCIM Daniel de lucoas
SINAPROCIM Anderson Oliveira
SINCER Luis Fernando
SINCO ENGENHARIA Paulo Rogério Luongo Sanchez
SINDICERAM Angela Waterkemper Vieira
SINDUSCON-AM Maria Livia Costa
SINDUSCON-BC Mário Luiz Rambo
SINDUSCON-BA Marcos Galindo Pereira Lopes
SINDUSCON-BA Carlos Marden Passos
SINDUSCON CAXIAS Oliver Chies Viezzer
SINDUSCON-CE Aldo de Almeida da Oliveira
SINDUSCON-CE Alexandre Araújo Bertini
SINDUSCON-CE Antonio Eduardo Cabral
SINDUSCON-CE José Ramalho Torres
SINDUSCON-CE Eduardo B. Cabral
SINDUSCON-CE Aldo de Almeida da Oliveira
SINDUSCON-DF Dionyzio Klaydianos
SINDUSCON-DF Cândida Maciel
SINDUSCON-GO Renato de Sousa
SINDUSCON-MG José Maria Paula
SINDUSCON-MG Roberto Matozinhos
SINDUSCON-MT Sheila R. Marcon Mesquita
SINDUSCON-NOR MARINGÁ José Maria Soares
SINDUSCON-NORTE-PR Mariana Martins Pedrão
SINDUSCON-PR Renato C. Keinert Jr.
SINDUSCON-PR Ivanor Fantin Junior
SINDUSCON-PR Mariana Martins
SINDUSCON-PR João Carlos Perussolo
SINDUSCON-RIO Lydio Bandeira de Mello
SINDUSCON-RIO Roberto Lira
SINDUSCON-RS Gabriel Rodrigues
Prefácio
Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da Diretiva ABNT, Parte 2.
Esta Norma, sob o título geral "Edificações habitacionais – Desempenho", tem previsão de conter as
seguintes partes:
Scope
This part of ABNT NBR 15575 provides the requirements and performance criteria that are applied to
residential buildings, as a whole integrated, as well as be evaluated in an isolated way for one or more
specific systems.
This part of ABNT NBR 15575 is not applicable to works in progress or to completed buildings up to the
date of entry into force of this Standard. Also, it is not applicable to repair works nor "retrofit" nor
temporary buildings.
This part of ABNT NBR 15575 is used as a procedure for performance evaluation of constructive
systems.
The requirements provided in this part of ABNT NBR 15575 (Clauses 4 to 17) are supplemented by the
requirements provided in ABNT NBR 15575-1 to ABNT NBR 15575-6.
The electrical systems of residential buildings are part of a broader set of Standards based on ABNT
NBR 5410 and, therefore, the performance requirements for these systems are not provided in this part
of ABNT NBR 15575.
This part of ABNT NBR 15575 provides criteria for thermal, acoustic, luminous and fire safety
performance, that shall be met individually and alone by the conflicting nature itself of the measurements
criteria, e.g., acoustic performance (window closed) versus ventilation performance (open window).
Requirements applicable only for buildings up to five floors will be specified in their respective Clauses.
Introdução
Normas de desempenho são estabelecidas buscando atender aos requisitos dos usuários, que, no caso
desta Norma, referem-se a sistemas que compõem edificações habitacionais, independentemente dos
seus materiais constituintes e do sistema construtivo utilizado.
O foco desta Norma está nos requisitos dos usuários para o edifício habitacional e seus sistemas,
quanto ao seu comportamento em uso e não na prescrição de como os sistemas são construídos.
Por sua vez, as Normas de desempenho traduzem os requisitos dos usuários em requisitos e critérios, e
são consideradas como complementares às Normas requeridas, sem substituí-las. A utilização
simultânea delas visa atender aos requisitos do usuário com soluções tecnicamente adequadas.
No caso de conflito, diferença ou divergência de critérios ou métodos entre as Normas requeridas e esta
Norma, deve-se atender a todos os critérios e métodos de todas as Normas.
A abordagem desta Norma explora conceitos que muitas vezes não são considerados em Normas
requeridas específicas, por exemplo, a durabilidade dos sistemas, a manutenibilidade da edificação e o
conforto tátil e antropodinâmico dos usuários.
Todas as disposições contidas nesta Norma aplicam–se aos sistemas que compõem edificações
habitacionais, projetados, construídos, operados e submetidos a intervenções de manutenção que
atendam às instruções específicas do respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção.
Requisitos aplicáveis somente para edificações de até cinco pavimentos são especificados em suas
respectivas seções.
Esta parte da ABNT NBR 15575 refere–se aos requisitos dos usuários e aos requisitos gerais comuns
aos diferentes sistemas, estabelecendo as diversas interações e interferências entre estes.
1 Escopo
1.1 Esta parte da ABNT NBR 15575 estabelece os requisitos e critérios de desempenho que aplicam–
se às edificações habitacionais, como um todo integrado, bem como serem avaliados de forma isolada
para um ou mais sistemas específicos.
1.2 Esta parte da ABNT NBR 15575 não se aplica a obras em andamento ou a edificações concluídas
até a data da entrada em vigor desta Norma. Também não se aplica a obras de reformas nem de
“retrofit” nem edificações provisórias.
1.3 Esta parte da ABNT NBR 15575 é utilizada como um procedimento de avaliação do desempenho
de sistemas construtivos.
1.4 Os requisitos estabelecidos nesta parte da ABNT NBR 15575 (Seções 4 a 17) são
complementados pelos requisitos estabelecidos nas ABNT NBR 15575-1 a ABNT NBR 15575-6.
1.5 Os sistemas elétricos das edificações habitacionais fazem parte de um conjunto mais amplo de
Normas com base na ABNT NBR 5410 e, portanto, os requisitos de desempenho para esses sistemas
não são estabelecidos nesta parte da ABNT NBR 15575.
1.6 Esta parte da ABNT NBR 15575 estabelece critérios relativos ao desempenho térmico, acústico,
lumínico e de segurança ao fogo, que são atendidos individual e isoladamente pela própria natureza
conflitante dos critérios de medições, por exemplo, desempenho acústico (janela fechada) versus
desempenho de ventilação (janela aberta).
1.7 Requisitos aplicáveis somente para edificações de até cinco pavimentos são especificados em
suas respectivas seções.
2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para
referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se
as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).
ABNT NBR 5671:1990, Participação dos intervenientes em serviços obras de engenharia e arquitetura
ABNT NBR 6136, Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – Requisitos
ABNT NBR 7398, Produto de aço ou ferro fundido galvanizado por imersão a quente – Verificação da
aderência do revestimento – Método de ensaio
ABNT NBR 7400, Galvanização de produtos de aço ou ferro fundido por imersão a quente – Verificação
da uniformidade do revestimento – Método de ensaio
ABNT NBR 8094, Material metálico revestido e não revestido – Corrosão por exposição à névoa salina
– Método de ensaio
ABNT NBR 8096, Material metálico revestido e não revestido – Corrosão por exposição ao dióxido de
enxofre – Método de ensaio
ABNT NBR 8800, Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios
ABNT NBR 10151, Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da
comunidade – Procedimento
ABNT NBR 10834, Bloco vazado de solo-cimento sem função estrutural – Especificação
ABNT NBR 13281, Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Requisitos
ABNT NBR 13434-1, Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 1: Princípios de projeto
ABNT NBR 13434-2, Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 2: Símbolos e suas
formas, dimensões e cores
ABNT NBR 14037:2011, Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das
edificações – Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos
ABNT NBR 14762, Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio
ABNT NBR 15210-1, Telha ondulada de fibrocimento sem amianto e seus acessórios – Parte 1:
Classificação e requisitos
ABNT NBR 15215-3, Iluminação natural – Parte 3: Procedimento de cálculo para a determinação da
iluminação natural em ambientes internos
ABNT NBR 15220-3, Desempenho térmico de edificações – Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro
e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social
ABNT NBR 15220-4, Desempenho térmico de edificações – Parte 4: Medição da resistência térmica e
da condutividade térmica pelo princípio da placa quente protegida
ABNT NBR 15319, Tubos de concreto, de seção circular, para cravação – Requisitos e métodos de
ensaio
ABNT NBR 15526, Redes de distribuição interna para gases combustíveis em instalações residenciais e
comerciais – Projeto e execução
ABNT NBR 15961-2, Alvenaria estrutural - blocos de concreto - parte 2 - Execução e controle de obras
ABNT NBR 17240, Sistemas de detecção e alarme de incêndio – Projeto, instalação, comissionamento
e manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio – Requisitos
ISO 7726, Ergonomics of the thermal environment – Instruments for measuring physical quantities
ISO 8302, Thermal insulation – Determination of steady-state thermal resistance and related properties
– Guarded hot plate apparatus
ISO 10052, Acoustics – Field measurements of airborne and impact sound insulation and of service
equipment sound – Survey method
ISO 15686-1, Buildings and constructed assets – Service life planning – Part 1: General principles and
framework
ISO 15686-2, Buildings and constructed assets – Service life planning – Part 2: Service life prediction
procedures
ISO 15686-3, Buildings and constructed assets – Service life planning – Part 3: Performance audits and
reviews
ISO 15686-5, Buildings and constructed assets – Service life planning – Part 5: Life cycle costing
ISO 15686-6, Buildings and constructed assets – Service life planning – Part 6: Procedures for
considering environmental impacts
ISO 15686-7, Buildings and constructed assets – Service life planning – Part 7: Performance evaluation
for feedback of service life data from practice
ISO 16032, Acoustics – Measurement of sound pressure level from service equipment in buildings –
Engineering method
UNE – EN 410 – 1998, Vidrio para la edificación – Determinación de las características luminosas y
solares de los acristalamientos
ASHRAE Standard 140, American Society Of Heating, Refrigerating And Airconditioning Engineers. New
ASHRAE standard aids in evaluating energy analysis programs: Standard 140-2007
ASTM C1371, Standard Test Method for Determination of Emittance of Materials Near Room
Temperature Using Portable Emissometers
ASTM C177, Standard Test Method for Steady-State Heat Flux Measurements and Thermal
Transmission Properties by Means of the Guarded-Hot-Plate Apparatus
ASTM C351-92B, Standard Test Method for Mean Specific Heat of Thermal Insulation
ASTM C518, Standard Test Method for Steady-State Thermal Transmission Properties by Means of the
Heat Flow Meter Apparatus
ASTM E424-71, Standard Test Methods for Solar Energy Transmittance and Reflectance (Terrestrial) of
Sheet Materials
ASTM G154-06, Standard Practice for Operating Fluorescent Light Apparatus for UV Exposure of
Nonmetallic Materials
ASTM D1413-07, Standard Test Method for Wood Preservatives by Laboratory Soil-Block Cultures
BS 7453, Guide to durability of buildings and building elements, products and components
JIS A 1423, Simplified test method for emissivity by infrared radio meter
3 Termos e definições
Para os efeitos desta parte da ABNT NBR 15575, aplicam-se os seguintes termos e definições.
3.1
agente de degradação
tudo aquilo que age sobre um sistema que contribui para reduzir seu desempenho
3.2
absortância à radiação solar
quociente da taxa de radiação solar absorvida por uma superfície pela taxa de radiação solar incidente
sobre esta mesma superfície (ver ABNT NBR 15220-1)
3.3
capacidade térmica
quantidade de calor necessária para variar em uma unidade a temperatura de um sistema em kJ/(m 2.K)
calculada conforme 4.3 da ABNT NBR 15220-2:2005
3.4
componente
unidade integrante de determinado elemento da edificação, com forma definida e destinada a atender
funções específicas (por exemplo, bloco de alvenaria, telha, folha de porta)
3.5
condições de exposição; ações
conjunto de ações atuantes sobre a edificação habitacional, incluindo cargas gravitacionais, ações
externas e ações resultantes da ocupação
3.6
construtor
pessoa física ou jurídica, legalmente habilitada, contratada para executar o empreendimento, de acordo
com o projeto e em condições mutuamente estabelecidas
3.7
critérios de desempenho
especificações quantitativas dos requisitos de desempenho, expressos em termos de quantidades
mensuráveis, a fim de que possam ser objetivamente determinados
3.8
custo global
custo total de uma edificação ou de seus sistemas, determinado considerando-se, além do custo inicial,
os custos de operação e manutenção ao longo da sua vida útil
3.9
desempenho
comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas
3.10
degradação
redução do desempenho devido à atuação de um ou de vários agentes de degradação
3.11
dia típico de verão
definido como um dia real, caracterizado pelas seguintes variáveis: temperatura do ar, umidade relativa
do ar, velocidade do vento, radiação solar incidente em superfície horizontal para o dia mais quente do
ano segundo a média do período dos últimos 10 anos. A Tabela A.2 apresenta os dados para algumas
cidades
3.12
dia típico de inverno
definido como um dia real, caracterizado pelas seguintes variáveis: temperatura do ar, umidade relativa
do ar, velocidade do vento, radiação solar incidente em superfície horizontal para o dia mais frio do ano
segundo a média do período dos últimos 10 anos. A Tabela A.3 apresenta os dados para algumas
cidades
3.13
durabilidade
capacidade da edificação ou de seus sistemas de desempenhar suas funções, ao longo do tempo e sob
condições de uso e manutenção especificadas
NOTA O termo "durabilidade" é comumente utilizado como qualitativo para expressar a condição em que a
edificação ou seus sistemas mantém seu desempenho requerido durante a vida útil
3.14
elemento
parte de um sistema com funções específicas. Geralmente é composto por um conjunto de
componentes (por exemplo, parede de vedação de alvenaria, painel de vedação pré-fabricado, estrutura
de cobertura)
3.15
empresa especializada
organização ou profissional liberal que exerce função na qual é requerida qualificação técnica específica
e cujo controle e disciplina são deferidos legalmente pelos conselhos e ordens profissionais
3.16
especificações de desempenho
conjunto de requisitos e critérios de desempenho estabelecido para a edificação ou seus sistemas. As
especificações de desempenho são uma expressão das funções requeridas da edificação ou de seus
sistemas e que correspondem a um uso claramente definido; no caso desta Norma, referem-se ao uso
habitacional de edificações
3.17
requisitos do usuário
conjunto de necessidades do usuário da edificação habitacional a serem atendidas por este (e seus
sistemas), de modo a atender às suas funções
3.18
estado da arte
estágio de desenvolvimento de uma capacitação técnica em um determinado momento, em relação a
produtos, processos e serviços, baseado em descobertas científicas, tecnológicas e experiências
consolidadas e pertinentes
3.19
falha
ocorrência que prejudica a utilização do sistema ou do elemento, resultando em desempenho inferior ao
requerido
3.20
fornecedor
pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços
3.21
garantia legal
direito do consumidor de reclamar reparos, recomposição, devolução ou substituição do produto
adquirido, conforme legislação vigente
3.22
garantia certificada
condições dadas pelo fornecedor por meio de certificado ou contrato de garantia para reparos,
recomposição, devolução ou substituição do produto adquirido
3.23
incorporador
pessoa física ou jurídica, comerciante ou não, que, embora não efetuando a construção, compromisse
ou efetive a venda de frações ideais de terreno, objetivando a vinculação de tais frações a unidades
autônomas, em edificações a serem construídas ou em construção sob regime condominial, ou que
meramente aceita propostas para efetivação de tais transações, coordenando e levando a termo a
incorporação e responsabilizando-se, conforme o caso, pela entrega em certo prazo, preço e
determinadas condições das obras concluídas
3.24
inovação tecnológica
aperfeiçoamento tecnológico, resultante de atividades de pesquisa, aplicado ao processo de produção
do edifício, objetivando a melhoria de desempenho, qualidade e custo do edifício ou de um sistema
3.25
inspeção predial de uso e manutenção
verificação, através de metodologia técnica, das condições de uso e de manutenção preventiva e
corretiva da edificação
3.26
manual de uso, operação e manutenção
documento que reúne apropriadamente todas as informações necessárias para orientar as atividades
de operação, uso e manutenção da edificação
NOTA Também conhecido como manual do proprietário, quando aplicado para as unidades autônomas, e
manual das áreas comuns ou manual do síndico, quando aplicado para as áreas de uso comum.
3.27
manutenção
conjunto de atividades a serem realizadas ao longo da vida total da edificação para conservar ou
recuperar a sua capacidade funcional e de seus sistemas constituintes de atender às necessidades e
segurança dos seus usuários
3.28
operação
conjunto de atividades a serem realizadas em sistemas e equipamentos com a finalidade de manter a
edificação em funcionamento adequado
3.29
manutenibilidade
grau de facilidade de um sistema, elemento ou componente de ser mantido ou recolocado no estado no
qual possa executar suas funções requeridas, sob condições de uso especificadas, quando a
manutenção é executada sobre condições determinadas, procedimentos e meios prescritos
3.30
norma de desempenho
conjunto de requisitos e critérios estabelecidos para uma edificação habitacional e seus sistemas, com
base em requisitos do usuário, independentemente da sua forma ou dos materiais constituintes
3.31
norma requerida
conjunto de requisitos e critérios estabelecidos para um produto ou um procedimento específico, com
base na consagração do uso ao longo do tempo
3.32
patologia
não conformidade que se manifesta no produto em função de falhas no projeto, na fabricação, na
instalação, na execução, na montagem, no uso ou na manutenção bem como problemas que não
decorram do envelhecimento natural
3.33
pé-direito
distância entre o piso de um andar e o teto desse mesmo andar
3.34
prazo de garantia legal
período de tempo previsto em lei que o consumidor dispõe para reclamar dos vícios (defeitos)
verificados na compra de produtos duráveis
3.35
prazo de garantia certificada
período de tempo, acima do prazo de garantia legal, oferecido voluntariamente pelo fornecedor
(incorporador, construtor ou fabricante) na forma de certificado ou termo de garantia ou contrato, para
que o consumidor possa reclamar dos vícios (defeitos) verificados na compra de seu produto. Este
prazo pode ser diferenciado para cada um dos componentes do produto a critério do fornecedor
3.36
requisitos de desempenho
condições que expressam qualitativamente os atributos que a edificação habitacional e seus sistemas
devem possuir, a fim de que possam atender aos requisitos do usuário
3.37
retrofit
remodelação ou atualização do edifício ou de sistemas, através da incorporação de novas tecnologias e
conceitos, normalmente visando valorização do imóvel, mudança de uso, aumento da vida útil,
eficiência operacional e energética
3.38
ruína
característica do estado-limite último, por ruptura ou por perda de estabilidade ou por deformação acima
dos limites de estado-limite último estabelecido em normas
3.39
sistema
maior parte funcional do edifício. Conjunto de elementos e componentes destinados a atender com uma
macrofunção que a define (por exemplo, fundação, estrutura, vedações verticais, instalações
hidrossanitárias, cobertura)
NOTA As ABNT NBR 15575-2 a ABNT NBR 15575-6 tratam do desempenho de alguns sistemas da
edificação.
3.40
transmitância térmica
transmissão de calor em unidade de tempo e através de uma área unitária de um elemento ou
componente construtivo; neste caso, dos vidros e dos componentes opacos das paredes externas e
coberturas, incluindo as resistências superficiais interna e externa, induzida pela diferença de
temperatura entre dois ambientes. A transmitância térmica deve ser calculada utilizando o método de
cálculo da NBR 15220-2 ou determinada através do método da caixa quente protegida da
ABNT NBR 6488
3.41
usuário
pessoa que ocupa a edificação habitacional
3.42
vida útil
VU
período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às atividades para as quais foram
projetados e construídos considerando a periodicidade e a correta execução dos processos de
manutenção especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção (a vida útil não pode
ser confundida com prazo de garantia legal e certificada)
NOTA Interferem na vida útil, além da vida útil de projeto, das características dos materiais e da qualidade da
construção como um todo, o correto uso e operação da edifícação e de suas partes, a constância e efetividade
das operações de limpeza e manutenção, alterações climáticas e níveis de poluição no local da obra, mudanças
no entorno da obra ao longo do tempo (trânsito de veículos, obras de infraestrutura, expansão urbana, etc.). O
valor real de tempo de vida útil será uma composição do valor teórico de Vida Útil de Projeto devidamente
influenciado pelas ações da manutenção, da utilização, da natureza e da sua vizinhança. As negligências no
atendimento integral dos programas definidos no Manual de Uso, Operação e Manutenção da edificação, bem
como ações anormais do meio ambiente, irão reduzir o tempo de vida útil, podendo este ficar menor que o prazo
teórico calculado como Vida Útil de Projeto.
3.43
vida útil de projeto
VUP
período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado a fim de atender aos requisitos de
desempenho estabelecidos nesta Norma, considerando o atendimento aos requisitos das normas
aplicáveis, o estágio do conhecimento no momento do projeto e supondo o atendimento da
periodicidade e correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual de
Uso, Operação e Manutenção (a VUP não pode ser confundida com tempo de vida útil, durabilidade,
prazo de garantia legal e certificada)
NOTA A VUP é uma estimativa teórica de tempo que compõe o tempo de vida útil. O tempo de VU pode ou
não ser confirmado em função da eficiência e registro das manutenções, de alterações no entorno da obra, fatores
climáticos, etc.
4 Requisitos do usuário
4.1 Generalidades
Para os efeitos desta Norma, apresenta-se uma lista geral de requisitos dos usuários, descrita em 4.2 a
4.4 e utilizada como referência para o estabelecimento dos requisitos e critérios. Sendo atendidos os
requisitos e critérios estabelecidos nesta Norma, considera-se para todos os efeitos que estejam
atendidos os requisitos do usuário.
4.2 Segurança
segurança estrutural;
4.3 Habitabilidade
estanqueidade;
desempenho térmico;
desempenho acústico;
desempenho lumínico;
funcionalidade e acessibilidade;
4.4 Sustentabilidade
durabilidade;
manutenibilidade;
impacto ambiental.
4.5.1 Em função das necessidades básicas de segurança, saúde, higiene e de economia, são
estabelecidos para os diferentes sistemas requisitos mínimos de desempenho (M) que devem ser
considerados e atendidos.
4.5.2 Os valores relativos aos níveis intermediário (I) e superior (S) estão indicados no Anexo E das
ABNT NBR 15575-1, ABNT NBR 15575-2 e ABNT NBR 15575-3, no Anexo F da ABNT NBR 15575-4 e
no Anexo I da ABNT NBR 15575-5.
Convém que fabricantes de produtos, que sem Normas Brasileiras específicas ou que não tenham seus
produtos com o desempenho caracterizado, forneçam resultados comprobatórios do desempenho de
seus produtos com base nesta Norma ou em Normas específicas internacionais ou estrangeiras.
5.3 Projetista
Os projetistas devem estabelecer a Vida Útil de Projeto (VUP) de cada sistema que compõe esta
Norma, conforme a Seção 14.
Cabe ao projetista o papel de especificar materiais, produtos e processos que atendam ao desempenho
mínimo estabelecido nesta Norma com base nas normas requeridas e no desempenho declarado pelos
fabricantes dos produtos a serem empregados em projeto.
Quando as normas específicas de produtos não caracterizem desempenho, ou quando não existirem
normas específicas, ou quando o fabricante não publicar o desempenho de seu produto, é
recomendável ao projetista solicitar informações ao fabricante para balizar as decisões de
especificação.
Quando forem considerados valores de VUP maiores que os mínimos estabelecidos nesta Norma, estes
devem constar dos projetos e/ou memorial de cálculo.
5.4.1 Salvo convenção escrita, é da incumbência do incorporador, de seus prepostos e/ou dos
projetistas envolvidos, dentro de suas respectivas competências, e não da empresa construtora, a
identificação dos riscos previsíveis na época do projeto, devendo o incorporador, neste caso,
providenciar os estudos técnicos requeridos e prover aos diferentes projetistas as informações
necessárias. Como riscos previsíveis, exemplifica-se: presença de aterro sanitário na área de
implantação do empreendimento, contaminação do lençol freático, presença de agentes agressivos no
solo e outros riscos ambientais.
5.4.3 O Manual de Uso, Operação e Manutenção da edificação (3.26) deve atender ao disposto na
ABNT NBR 14037, com explicitação pelo menos dos prazos de garantia aplicáveis ao caso, previstos
pelo construtor ou pelo incorporador e citados no Anexo D.
NOTA Recomenda-se que os prazos de garantia estabelecidos no Manual de Uso, Operação e Manutenção,
ou documento similar, sejam iguais ou maiores que os apresentados no Anexo D.
5.5 Usuário
O usuário não pode efetuar modificações que piorem o desempenho original entregue pela construtora.
6 Avaliação de desempenho
6.1 Generalidades
6.1.2 Para atingir esta finalidade, na avaliação do desempenho é realizada uma investigação
sistemática baseada em métodos consistentes, capazes de produzir uma interpretação objetiva sobre o
comportamento esperado do sistema nas condições de uso definidas. Em função disso, a avaliação do
desempenho requer o domínio de uma ampla base de conhecimentos científicos sobre cada aspecto
funcional de uma edificação, sobre materiais e técnicas de construção, bem como sobre os diferentes
requisitos dos usuários nas mais diversas condições de uso.
6.1.2.1 Recomenda-se que os resultados desta investigação sistemática, que orientaram a realização
do projeto, sejam registrados por meio de documentação fotográfica, memorial de cálculo, observações
instrumentadas, catálogos técnicos dos produtos, registro de eventuais planos de expansão de serviços
públicos ou outras formas conforme conveniência.
6.1.3 Os requisitos de desempenho derivados de todos os requisitos dos usuários podem resultar em
uma lista muito extensa; neste sentido é conveniente limitar o número de requisitos a serem
considerados em um contexto de uso definido. Dessa forma, nas Seções 7 a 17 são estabelecidos os
requisitos e critérios que devem ser atendidos por edificações habitacionais.
6.1.4 Os requisitos de desempenho previstos nesta Norma devem ser verificados aplicando-se os
respectivos métodos de avaliação explicitados nas suas diferentes partes.
6.1.5 Todas as verificações devem ser realizadas com base nas condições do meio físico na época do
projeto e da execução do empreendimento.
6.2.1 Generalidades
A avaliação do desempenho de edificações ou de sistemas, de acordo com esta Norma, deve ser
realizada considerando as premissas básicas estabelecidas nesta Seção.
NOTA Recomenda-se que a avaliação do desempenho seja realizada por instituições de ensino ou pesquisa,
laboratórios especializados, empresas de tecnologia, equipes multiprofissionais ou profissionais de reconhecida
capacidade técnica.
O relatório deve ser elaborado pelo responsável pela avaliação e deve atender aos requisitos
estabelecidos em 6.7.
6.3.1 Implantação
Para edifícios ou conjuntos habitacionais com local de implantação definido, os projetos de arquitetura,
da estrutura, das fundações, contenções e outras eventuais obras geotécnicas devem ser
desenvolvidos com base nas características do local da obra (topográficas, geológicas, etc.), avaliando-
se convenientemente os riscos de deslizamentos, enchentes, erosões, vibrações transmitidas por vias
férreas, vibrações transmitidas por trabalhos de terraplenagem e compactação do solo, ocorrência de
subsidência do solo, presença de crateras em camadas profundas, presença de solos expansíveis ou
colapsíveis, presença de camadas profundas deformáveis e outros.
Devem ainda ser considerados riscos de explosões oriundas do confinamento de gases resultantes de
aterros sanitários, solos contaminados, proximidade de pedreiras e outros, tomando-se as providências
necessárias para que não ocorram prejuízos à segurança e à funcionalidade da obra.
6.3.2 Entorno
Tais fenômenos também não podem prejudicar a segurança e a funcionalidade da obra, bem como de
edificações vizinhas.
Do ponto de vista da segurança e estabilidade ao longo da vida útil da estrutura, devem ser
consideradas as condições de agressividade do solo, do ar e da água na época do projeto, prevendo-
se, quando necessário, as proteções pertinentes à estrutura e suas partes.
6.5 Amostragem
6.5.1 No caso de sistemas construtivos já utilizados em outras obras, pode-se considerar na avaliação
a realização de inspeções de campo, atendendo aos requisitos e critérios de desempenho
estabelecidos nesta Norma, desde que se comprove que a edificação habitacional ou o sistema seja
igual ao da avaliação que se deseja proceder e que a amostragem seja representativa.
6.5.2 Do ponto de vista da durabilidade, as avaliações de campo somente devem ser aceitas se a
construção ou instalação tiver ocorrido há pelo menos dois anos.
6.5.3 Sob qualquer aspecto, deve-se tomar a máxima precaução para, com base nas análises de
campo, não se inferir ou extrapolar resultados para condições diversas de clima, implantação,
agressividade do meio e utilização.
6.5.4 Sempre que a avaliação estiver baseada na realização de ensaios de laboratório, a amostragem
deve ser aleatória.
6.6.1 Quando uma Norma Brasileira requerida contiver requisitos suplementares a esta Norma, eles
devem ser integralmente atendidos.
6.6.2 Na ausência de Normas Brasileiras requeridas para sistemas, podem ser utilizadas Normas
Internacionais requeridas relativas ao tema.
6.7.1 O relatório resultante da avaliação de desempenho deve reunir informações que caracterizem o
edifício habitacional ou sistema analisado.
6.7.3 A amostra tomada para ensaio deve ser acompanhada de todas as informações que a
caracterizem, considerando sua participação no sistema.
6.7.4 A partir dos resultados obtidos deve ser elaborado um documento de avaliação do desempenho,
baseado nos requisitos e critérios avaliados de acordo com esta Norma.
7 Desempenho estrutural
7.1 Generalidades
De acordo com a ABNT NBR 8681, os estados-limites de uma estrutura estabelecem as condições a
partir das quais a estrutura apresenta desempenho inadequado às finalidades da construção.
O manual do proprietário, ou documento similar (ver 3.13 da ABNT NBR 14037:2011), deve conter as
informações relativas às sobrecargas limitantes no uso das edificações.
As estruturas devem ser projetadas, construídas e montadas de forma a atender aos requisitos
estabelecidos na ABNT NBR 15575-2, consideradas as especificidades registradas nas Normas
Brasileiras vigentes.
No estado-limite último, o desempenho estrutural de qualquer edificação deve ser verificado pelas
Normas Brasileiras de projeto estrutural específicas.
Análise do projeto estrutural, verificando sua conformidade com as Normas Brasileiras específicas e
com as premissas de projeto indicadas em 7.2.3 e na ABNT NBR 15575-2.
Dessa forma, devem ser atendidos todos os requisitos estabelecidos nas seguintes Normas:
ABNT NBR 15961-2, para a execução e controle de obras de alvenaria estrutural de blocos de
concreto;
ABNT NBR 14762, para estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio;
instabilidade.
Em casos particulares, pode ser necessário considerar outros estados-limites últimos, conforme as
Normas Brasileiras específicas de projeto estrutural.
Devem ser previstas nos projetos considerações sobre as condições de agressividade do solo, do ar e
da água na época do projeto, prevendo-se as proteções aos sistemas estruturais e suas partes.
O edifício habitacional ou o sistema deve ser projetado, construído e montado de forma a atender aos
requisitos e critérios especificados nas ABNT NBR 15575-2 a ABNT NBR 15575-6.
Análise do projeto estrutural conforme Norma Brasileira específica e verificações estabelecidas nas
ABNT NBR 15575-2 a ABNT NBR 15575-6.
Os requisitos desta Norma relativos à segurança contra incêndio são pautados em:
proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de incêndio;
garantir condições razoáveis para o emprego de socorro público, onde se permita o acesso
operacional de viaturas, equipamentos e seus recursos humanos, com tempo hábil para exercer as
atividades de salvamento (pessoas retidas) e combate a incêndio (rescaldo e extinção);
De forma a atender aos requisitos do usuário quanto à segurança (ver 4.2), devem ser atendidos os
requisitos estabelecidos na legislação pertinente e na ABNT NBR 14432.
Os edifícios multifamiliares devem ser providos de proteção contra descargas atmosféricas, atendendo
ao estabelecido na ABNT NBR 5419 e demais Normas Brasileiras aplicáveis, nos casos previstos na
legislação vigente.
As instalações elétricas das edificações habitacionais devem ser projetadas de acordo com a ABNT
NBR 5410 e Normas Brasileiras aplicáveis.
NOTA Especial atenção deve ser dada para evitar o risco de ignição dos materiais em função de curto-
circuitos e sobretensões.
As instalações de gás devem ser projetadas e executadas de acordo com as ABNT NBR 13523 e
ABNT NBR 15526.
Quando houver ambiente enclausurado, devem ser atendidas a ABNT NBR 15526 e outras Normas
Brasileiras aplicáveis.
As rotas de saída de emergência dos edifícios devem atender ao disposto na ABNT NBR 9077.
A comprovação do atendimento aos requisitos estabelecidos em 8.4.1 deve ser feita por inspeção em
protótipo ou ensaios conforme Normas Brasileiras específicas.
Caso não seja possível o atendimento ao critério de isolamento de risco à distância ou proteção (8.5.1),
a edificação não é considerada independente e o dimensionamento das medidas de proteção contra
incêndio deve ser feito considerando o conjunto de edificações como uma única unidade.
8.5.1 Critérios
As medidas de proteção, incluindo no sistema construtivo o uso de portas ou selos corta-fogo, devem
possibilitar que o edifício seja considerado uma unidade independente.
Análise do projeto ou inspeção em protótipo, aplicando a ABNT NBR 6479 para a determinação da
resistência ao fogo de portas e selos corta-fogo, bem como atendendo à legislação vigente.
A edificação habitacional deve atender à ABNT NBR 14432 e às normas específicas para o tipo de
estrutura conforme mencionado em 8.6.2.
A segurança no uso e na operação dos sistemas e componentes da edificação habitacional deve ser
considerada em projeto, especialmente no que diz respeito a agentes agressivos (por exemplo,
proteção contra queimaduras e pontos e bordas cortantes).
Assegurar que tenham sido tomadas medidas de segurança aos usuários da edificação habitacional.
a) rupturas, instabilidades, tombamentos ou quedas que possam colocar em risco a integridade física
dos ocupantes ou de transeuntes nas imediações do imóvel;
c) deformações e defeitos acima dos limites especificados nas ABNT NBR 15575-2 a
ABNT NBR 15575-6.
Devem ser previstas no projeto e na execução formas de minimizar, durante o uso da edificação, o risco
de:
a) queda de pessoas em altura: telhados, áticos, lajes de cobertura e quaisquer partes elevadas da
construção;
c) queda de pessoas em função de rupturas das proteções as quais devem ser ensaiadas conforme
ABNT NBR 14718 ou possuírem memorial de cálculo assinado por profissional responsável que
comprove seu desempenho;
d) queda de pessoas em função de irregularidades nos pisos, rampas e escadas, conforme a ABNT
NBR 15575-3;
f) ferimentos ou contusões em função da operação das partes móveis de componentes, tais como
janelas, portas, alçapões e outros;
A edificação habitacional deve atender aos requisitos das Normas pertinentes, tais como,
ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5419, ABNT NBR 13523, ABNT NBR 15526 e ABNT NBR 15575-6.
10 Estanqueidade
10.1 Generalidades
Atender aos requisitos especificados nas ABNT NBR 15575-3 a ABNT NBR 15575-5.
Análise do projeto e métodos de ensaio especificados nas ABNT NBR 15575-3 a ABNT NBR 15575-5.
Devem ser previstos nos projetos a prevenção de infiltração da água de chuva e da umidade do solo
nas habitações, por meio dos detalhes indicados a seguir:
d) ligação entre os diversos elementos da construção (tais como paredes e estrutura, telhado e
paredes, corpo principal e pisos ou calçadas laterais).
Devem ser previstos no projeto detalhes que assegurem a estanqueidade de partes do edifício que
tenham a possibilidade de ficar em contato com a água gerada na ocupação ou manutenção do imóvel,
devendo ser verificada a adequação das vinculações entre instalações de água, esgotos ou águas
pluviais e estrutura, pisos e paredes, de forma que as tubulações não venham a ser rompidas ou
desencaixadas por deformações impostas.
Análise do projeto e métodos de ensaio especificados nas ABNT NBR 15575-3 a ABNT NBR 15575-5.
11 Desempenho térmico
11.1 Generalidades
A edificação habitacional deve reunir características que atendam aos requisitos de desempenho
térmico, considerando-se a zona bioclimática definida na ABNT NBR 15220-3.
Esta parte da ABNT NBR 15575 estabelece um procedimento normativo apresentado a seguir com um
procedimento informativo mostrado no Anexo A para avaliação da adequação de habitações:
Para a realização das simulações computacionais devem ser utilizadas como referência as Tabelas A.1,
A.2 e A.3 apresentadas no Anexo A, que fornecem informações sobre a localização geográfica de
algumas cidades brasileiras e os dados climáticos correspondentes aos dias típicos de projeto de verão
e de inverno.
Na falta de dados para a cidade onde se encontra a habitação, recomenda-se utilizar os dados
climáticos de uma cidade próxima com características climáticas semelhantes, na mesma Zona
Bioclimática brasileira (conforme indicado na ABNT NBR 15220-3). Se o clima na cidade não for
semelhante ao de nenhuma outra que tenha dados disponíveis, recomenda-se evitar o método da
simulação computacional.
Para a geometria do modelo de simulação, deve ser considerada a habitação como um todo,
considerando cada ambiente como uma zona térmica. Na composição de materiais para a simulação,
deve-se utilizar dados das propriedades térmicas dos materiais e/ou componentes construtivos:
Propriedade Determinação
O valor máximo diário da temperatura do ar interior de recintos de permanência prolongada, tais como,
salas e dormitórios, sem a presença de fontes internas de calor (ocupantes, lâmpadas, outros
equipamentos em geral), deve ser sempre menor ou igual ao valor máximo diário da temperatura do ar
exterior.
O nível para aceitação é o M (denominado mínimo), ou seja, atende ao critério de 11.3.1 mostrado na
Tabela 2:
Apresentar condições térmicas no interior do edifício habitacional melhores que do ambiente externo, no
dia típico de inverno, conforme 11.4.1, nas zonas bioclimáticas 1 a 5. Nas zonas 6, 7 e 8 não é
necessário realizar avaliação de desempenho térmico para inverno.
O nível para aceitação é o M (denominado mínimo), ou seja, atende ao critério de 11.4.1 mostrado na
Tabela 3:
Nível de Critério
desempenho Zonas bioclimáticas 1 a 5 Zonas bioclimáticas 6, 7 e 8
Nestas zonas, este critério não
M Ti,mín. (Te,mín. + 3 °C)
pode ser verificado.
Ti,mín. é o valor mínimo diário da temperatura do ar no interior da edificação, em graus Celsius;
Te,mín. é o valor mínimo diário da temperatura do ar exterior à edificação, em graus Celsius.
NOTA Zonas bioclimáticas de acordo com a ABNT NBR 15220-3.
A avaliação deve ser feita para um dia típico de projeto, de verão e de inverno.
a) conjunto habitacional de edificações térreas: selecionar uma unidade habitacional com o maior
número de paredes expostas e seguir o procedimento estabelecido em 11.5.1 e 11.5.2;
b) edifício multipiso: selecionar uma unidade do último andar, com cobertura exposta, e seguir o
procedimento estabelecido em 11.5.1 e 11.5.2.
11.5.1 Simular todos os recintos da unidade habitacional, considerando as trocas térmicas entre os
seus ambientes e avaliar os resultados dos recintos dormitórios e salas, considerando as condições
apresentadas abaixo.
A edificação deve ser orientada conforme a implantação. A unidade habitacional desta edificação
escolhida para a simulação deve ser a mais crítica do ponto de vista térmico.
Caso esta orientação da edificação não esteja definida, esta deve ser posicionada de tal forma que a
unidade a ser avaliada tenha a condição mais crítica do ponto de vista térmico.
a) verão: janela do dormitório ou da sala voltada para oeste e a outra parede exposta voltada para
norte. Caso não seja possível, o ambiente deve ter pelo menos uma janela voltada para oeste;
b) inverno: janela do dormitório ou da sala de estar voltada para sul e a outra parede exposta voltada
para leste. Caso não seja possível, o ambiente deve ter pelo menos uma janela voltada para sul;
Adotar uma taxa de ventilação do ambiente de 1 ren/h. A taxa de renovação da cobertura deve ser a
mesma, de 1 ren/h.
A absortância à radiação solar das superfícies expostas deve ser definida conforme a cor e as
características das superfícies externas da cobertura e das paredes expostas, conforme orientações
descritas a seguir:
b) parede: assumir o valor da absortância à radiação solar correspondente à cor definida no projeto.
Caso a cor não esteja definida, simular para três alternativas de cor:
11.5.2 A unidade habitacional que não atender aos critérios estabelecidos para verão deve ser
simulada novamente considerando-se as seguintes alterações:
12 Desempenho acústico
12.1 Generalidades
A edificação habitacional deve apresentar isolamento acústico adequado das vedações externas, no
que se refere aos ruídos aéreos provenientes do exterior da edifícação habitacional, e isolamento
acústico adequado entre áreas comuns e privativas.
A edificação deve atender ao limite mínimo de desempenho conforme estabelecido nas ABNT NBR
15575-4 e ABNT NBR 15575-5.
Propiciar condições de isolação acústica entre as áreas comuns e ambientes de unidades habitacionais
e entre unidades habitacionais distintas.
Os sistemas de pisos e vedações verticais que compõem o edifício habitacional devem ser projetados,
construídos e montados de forma a atender aos requisitos estabelecidos nas ABNT NBR 15575-3 e
ABNT NBR 15575-4.
Propiciar condições mínimas de desempenho acústico no interior da edificação, com relação a fontes
padronizadas de ruídos de impacto.
Os sistemas que compõem os edifícios habitacionais devem atender aos requisitos e critérios
especificados nas ABNT NBR 15575-3 e ABNT NBR 15575-5.
Análise do projeto e atendimento aos métodos de ensaios especificados nas ABNT NBR 15575-3 e
ABNT NBR 15575-5.
13 Desempenho lumínico
13.1 Generalidades
Para o período noturno, o sistema de iluminação artificial deve proporcionar condições internas
satisfatórias para ocupação dos recintos e circulação nos ambientes com conforto e segurança.
Contando unicamente com iluminação natural, os níveis gerais de iluminância nas diferentes
dependências das construções habitacionais devem atender ao disposto na Tabela 4.
Sala de estar
Dormitório
60
Copa/cozinha
Área de serviço
Banheiro
Corredor ou escada interna à unidade
Corredor de uso comum (prédios) Não requerido
Escadaria de uso comum (prédios)
Garagens/estacionamentos
* Valores mínimos obrigatórios, conforme método de avaliação de 13.2.2.
NOTA 1 Para os edifícios multipiso, são permitidos para as dependências situadas no pavimento térreo ou em
pavimentos abaixo da cota da rua, níveis de iluminância ligeiramente inferiores aos valores especificados na tabela acima
(diferença máxima de 20 % em qualquer dependência).
NOTA 2 Os critérios desta tabela não se aplicam às áreas confinadas ou que não tenham iluminação natural.
NOTA 3 Deve-se verificar e atender às condições mínimas requeridas pela legislação local.
As simulações para o plano horizontal, períodos da manhã (9:30 h) e da tarde (15:30 h),
respectivamente, para os dias 23 de abril e 23 de outubro e sua avaliação deve ser realizada com
emprego do algoritmo apresentado na ABNT NBR 15215–3, atendendo às seguintes condições:
considerar a latitude e a longitude do local da obra, supor dias com nebulosidade média (índice de
nuvens 50 %);
supor desativada a iluminação artificial, sem a presença de obstruções opacas (janelas e cortinas
abertas, portas internas abertas, sem roupas estendidas nos varais, etc.);
simulações para o centro dos ambientes, na altura de 0,75 m acima do nível do piso;
simulações nos pontos centrais de corredores internos ou externos à unidade, a 0,75 m do nível do
piso;
para escadarias, simulações nos pontos centrais dos patamares e a meia-largura do degrau central
de cada lance, a 0,75 m acima do nível do piso;
para o caso de conjuntos habitacionais constituídos por casas ou sobrados, considerar todas as
orientações típicas das diferentes unidades;
para o caso de conjuntos habitacionais constituídos por edifícios multipiso considerar, além das
orientações típicas, os diferentes pavimentos e as diferentes posições dos apartamentos nos
andares;
Contando unicamente com iluminação natural, o Fator de Luz Diurna (FLD) nas diferentes
dependências das construções habitacionais deve atender ao disposto na Tabela 5. (Ver ISO 5034–1).
Sala de estar
Dormitório
0,50 %
Copa/cozinha
Área de serviço
Banheiro
Corredor ou escada interna à unidade
Corredor de uso comum (prédios) Não requerido
Escadaria de uso comum (prédios)
Garagens/estacionamentos
* Valores mínimos obrigatórios, conforme método de avaliação de 13.2.4.
NOTA 1 Para os edifícios multipiso, são permitidos para as dependências situadas no pavimento térreo ou em
pavimentos abaixo da cota da rua níveis de iluminância ligeiramente inferiores aos valores especificados na
tabela acima.
NOTA 2 Os critérios desta tabela não se aplicam às áreas confinadas ou que não tenham iluminação natural.
Realização de medições no plano horizontal, com o emprego de luxímetro portátil, erro máximo de ± 5
% do valor medido, no período compreendido entre 9 h e 15 h, nas seguintes condições:
medições em dias com cobertura de nuvens maior que 50 %, sem ocorrência de precipitações;
medições realizadas com a iluminação artificial desativada, sem a presença de obstruções opacas
(janelas e cortinas abertas, portas internas abertas, sem roupas estendidas nos varais, etc.);
para escadarias, medições nos pontos centrais dos patamares e a meia-largura do degrau central
de cada lance;
para o caso de conjuntos habitacionais constituídos por casas ou sobrados, considerar todas as
orientações típicas das diferentes unidades;
para o caso de conjuntos habitacionais constituídos por edifícios multipiso considerar, além das
orientações típicas, os diferentes pavimentos e as diferentes posições dos apartamentos nos
andares;
na ocasião das medições não pode haver incidência de luz solar direta sobre os luximetros, em
nenhuma circunstância;
o Fator de Luz Diurna – FLD é dado pela relação entre a iluminância interna e a iluminância externa
à sombra, de acordo com a seguinte equação:
Ei
FLD 100
Ee
onde
Os requisitos de iluminância natural podem ser atendidos mediante adequada disposição dos cômodos
(arquitetura), correta orientação geográfica da edificação, dimensionamento e posição das aberturas,
tipos de janelas e de envidraçamentos, rugosidade e cores dos elementos (paredes, tetos, pisos etc.),
inserção de poços de ventilação/iluminação, eventual introdução de domus de iluminação, etc.
A presença de taludes, muros, coberturas de garagens e outros obstáculos do gênero não podem
prejudicar os níveis mínimos de iluminância especificados.
Nos conjuntos habitacionais integrados por edifícios, a implantação relativa dos prédios, de eventuais
caixas de escada ou de outras construções, não podem prejudicar os níveis mínimos de iluminância
especificados.
Recomenda-se que a iluminação natural das salas de estar e dormitórios, seja provida de vãos de
portas ou de janelas. No caso das janelas, recomenda-se que a cota do peitoril esteja posicionada no
máximo a 100 cm do piso interno, e a cota da testeira do vão no máximo a 220 cm a partir do piso
interno, conforme Figura 1.
Os níveis gerais de iluminação promovidos nas diferentes dependências dos edifícios habitacionais por
iluminação artificial devem atender ao disposto na Tabela 6.
Análise de projeto ou inspeção em protótipo, utilizando um dos métodos estabelecidos no Anexo B, para
iluminação artificial.
14 Durabilidade e manutenibilidade
14.1 Generalidades
Projetistas, construtores e incorporadores são responsáveis pelos valores teóricos de Vida Útil de
Projeto que podem ser confirmados por meio de atendimento às normas Brasileiras ou Internacionais
(por exemplo, ISO e IEC) ou Regionais (por exemplo, Mercosul) e não havendo estas, podem ser
consideradas normas estrangeiras na data do projeto. Não obstante, não podem prever, estimar ou se
responsabilizar pelo valor atingido de Vida Útil (VU) uma vez que este depende de fatores fora de seu
controle, tais como o correto uso e operação do edifício e de suas partes, a constância e efetividade das
operações de limpeza e manutenção, alterações climáticas e níveis de poluição no local, mudanças no
entorno ao longo do tempo (trânsito de veículos, rebaixamento do nível do lençol freático, obras de
infraestrutura, expansão urbana, etc.).
O valor final atingido de Vida Útil (VU) será uma composição do valor teórico calculado como Vida Útil
de Projeto (VUP) influenciado positivamente ou negativamente pelas ações de manutenção, intempéries
e outros fatores internos de controle do usuário e externos (naturais) fora de seu controle.
14.2 Requisito – Vida útil de projeto do edifício e dos sistemas que o compõem
Projetar os sistemas da edificação de acordo com valores teóricos preestabelecidos de Vida Útil de
Projeto.
O projeto deve especificar o valor teórico para a Vida Útil de Projeto (VUP) para cada um dos sistemas
que o compõem, não inferiores aos estabelecidos na Tabela 7, e deve ser elaborado para que os
sistemas tenham uma durabilidade potencial compatível com a Vida Útil de Projeto (VUP).
Na ausência de indicação em projeto da VUP dos sistemas, é permitido que os valores adotados
correspondem aos relacionados na Tabela 7 para o desempenho mínimo.
Para os casos não abrangidos pela Tabela 7, a determinação da Vida Útil de Projeto VUP mínima pode
basear-se nas recomendações da Tabela C.4.
Análise do projeto.
O projeto do edifício deve atender os parâmetros mínimos de VUP indicados na Tabela 7. Caso sejam
adotados valores superiores aos da Tabela 7, estes devem ser explicitados no projeto. Os sistemas do
edifício devem ser adequadamente detalhados e especificados em projeto, de modo a possibilitar a
avaliação da sua Vida Útil de Projeto. É desejável conhecer as especificações dos elementos e
componentes empregados, de modo que possa ser avaliada a sua adequabilidade de uso em função da
Vida Útil de Projeto VUP estabelecida para o sistema.
Na análise do projeto, a avaliação do atendimento à Vida Útil de Projeto VUP pode ser realizada pela
utilização da metodologia proposta pelas ISO 15686-1 a 15686-3 e ISO 15686-5 a 15686-7.
Complementarmente, esta Norma relaciona a Bibliografia recomendada para avaliação do atendimento
à Vida Útil de Projeto (VUP).
O período de tempo a partir do qual se iniciam os prazos de vida útil deve ser sempre a data de
conclusão do edifício habitacional, a qual, para efeitos desta Norma, é a data de expedição do Auto de
Conclusão de Edificação ou “Habite-se”, documento legal que atesta a conclusão das obras.
A avaliação da Vida Útil de Projeto VUP de qualquer um dos sistemas ou do edifício pode ser
substituída pela garantia por uma terceira parte (companhia de seguros) do desempenho destes.
Decorridos 50 % dos prazos de Vida Útil de Projeto (VUP) conforme Tabela 7, contados a partir do auto
de conclusão da obra, sem a necessidade de intervenções com custo de manutenção e reposição
iguais ou superiores à categoria D conforme Tabela C.3, desde que não previstas no Manual de Gestão
de Manutenção, considera-se atendido o requisito de Vida Útil de Projeto (VUP), salvo prova objetiva
em contrário.
Os valores de Vida Útil de Projeto também podem ser comprovados por verificações de atendimento
das Normas Brasileiras requeridas na data do projeto, bem como constatações em obra do atendimento
integral do projeto pela construtora.
O edifício e seus sistemas devem apresentar durabilidade compatível com a Vida Útil de Projeto VUP
preestabelecida em 14.2.1.
b) pela comprovação da durabilidade dos elementos e componentes dos sistemas, bem como de sua
correta utilização, conforme as Normas a elas associadas que tratam da especificação dos
elementos e componentes, sua aplicação e métodos de ensaios específicos, como ABNT NBR
5649, ABNT NBR 6136, ABNT NBR 8491, ABNT NBR 9457, ABNT NBR 10834, ABNT NBR 11173,
ABNT NBR 13281, ABNT NBR 13438, ABNT NBR 13858-2, ABNT NBR 15210-1, ABNT NBR
15319, ABNT NBR 6565; ABNT NBR 7398; ABNT NBR 7400; ABNT NBR 8094; ABNT NBR 8096 e
outras Normas Brasileiras específicas, conforme o caso;
d) por análise de campo do sistema através de inspeção em protótipos e edificações, que possibilite a
avaliação da durabilidade por conhecimento das características do sistema obedecendo ao tempo
mínimo de comprovação da durabilidade (ver Seção 6) e considerando a vida útil pretendida;
e) pela análise dos resultados obtidos em estações de ensaios de durabilidade do sistema, desde que
seja possível comprovar sua eficácia.
14.2.5 Premissas
As condições de exposição do edifício devem ser especificadas em projeto, a fim de possibilitar uma
análise da Vida Útil de Projeto(VUP) e da durabilidade do edifício e seus sistemas.
As especificações relativas à manutenção, uso e operação do edifício e seus sistemas que forem
considerados em projeto para definição da Vida Útil de Projeto(VUP) devem estar também claramente
detalhadas na documentação que acompanha o edifício ou subsidia sua construção.
14.3 Manutenibilidade
Manter a capacidade do edifício e de seus sistemas e permitir ou favorecer as inspeções prediais, bem
como as intervenções de manutenção previstas no Manual de Uso, Operação e Manutenção, conforme
responsabilidades estabelecidas na Seção 5.
Convém que os projetos sejam desenvolvidos de forma que o edifício e os sistemas projetados tenham
o favorecimento das condições de acesso para inspeção predial através da instalação de suportes para
fixação de andaimes, balancins ou outro meio que possibilite a realização da manutenção.
O projeto do edifício e de seus sistemas deve ser adequadamente plenejado, de modo a possibilitar os
meios que favoreçam as inspeções prediais e as condições de manutenção.
A incorporadora ou construtora (no caso de não haver incorporação) deve fornecer ao usuário um
manual que atenda a ABNT NBR 14037.
Na gestão de manutenção, deve-se atender a ABNT NBR 5674, para preservar as características
originais da edificação e evitar a perda de desempenho decorrente da degradação de seus sistemas,
elementos ou componentes.
NOTA Salvo manutenções de rotina (por exemplo, limpeza), intervenções na estrutura devem ser feitas sob
responsabilidade de profissional ou empresa especializada, podendo o manual substituir instruções específicas
por recomendação de literaturas especializadas.
Além estabelecido acima, recomenda-se que sejam atendidos os requisitos de 15.2 e 15.3.
15.2.1 Critério
Os materiais, equipamentos e sistemas empregados na edificação não podem liberar produtos que
poluam o ar em ambientes confinados, originando níveis de poluição acima daqueles verificados no
entorno. Enquadram-se nesta situação os aerodispersóides, gás carbônico e outros.
15.3.1 Critério
Gases de escapamento de veículos e equipamentos não podem invadir áreas internas da habitação.
O sistema de exaustão ou ventilação de garagens internas deve permitir a saída dos gases poluentes
gerados por veículos e equipamentos.
15.4.1 Critério
16 Funcionalidade e acessibilidade
16.1 Requisito – Altura mínima de pé direito
Apresentar altura mínima de pé-direito dos ambientes da habitação compatíveis com as necessidades
humanas.
Em vestíbulos, halls, corredores, instalações sanitárias e despensas é permitido que o pé-direito seja
reduzido ao mínimo de 2,30 m.
Nos tetos com vigas, inclinados, abobadados ou, em geral, contendo superfícies salientes na altura piso
a piso e ou o pé-direito mínimo, devem ser mantidos, pelo menos, em 80 % da superfície do teto,
permitindo-se na superfície restante que o pé-direito livre possa descer até o mínimo de 2,30 m.
Análise de projeto.
Apresentar espaços mínimos dos ambientes da habitação compatíveis com as necessidades humanas.
Análise de projeto.
16.3 Requisito – Adequação para pessoas com deficiências físicas ou pessoas com
mobilidade reduzida
A edificação deve prever o número mínimo de unidades para pessoas com deficiência física ou com
mobilidade reduzida estabelecido na legislação vigente, e estas unidades devem atender aos requisitos
da ABNT NBR 9050. As áreas comuns devem prever acesso a pessoas com deficiência física ou com
mobilidade reduzida e idosos.
As áreas privativas devem receber as adaptações necessárias para pessoas com deficiência física ou
com mobilidade reduzida nos percentuais previstos na legislação, e as áreas de uso comum sempre
devem atender ao estabelecido na ABNT NBR 9050.
Análise de projeto.
O projeto deve prever para as áreas comuns e, quando contratado, também para as áreas privativas, as
adaptações que normalmente referem-se a:
a) acessos e instalações;
No projeto e na execução das edificações térreas e assobradadas de caráter evolutivo, deve ser
prevista pelo incorporador ou construtor a possibilidade de ampliação, especificando-se os detalhes
construtivos necessários para ligação ou a continuidade de paredes, pisos, coberturas e instalações.
NOTA Edificações de caráter evolutivo são aquelas comercializadas já com previsão de ampliações.
As propostas de ampliação devem ser devidamente consideradas nos estudos de arquitetura, devendo
atender aos níveis de funcionalidade previstos nesta Norma.
Análise de projeto.
As diretrizes para verificação dos requisitos dos usuários com relação a conforto tátil e antropodinâmico
são normalmente estabelecidas nas respectivas Normas requeridas dos componentes, bem como nas
ABNT NBR 15575-2 a ABNT NBR 15575-6.
No caso de edifícios habitacionais destinados aos usuários com deficiências físicas e pessoas com
mobilidade reduzida (PMR), os dispositivos de manobra, apoios, alças e outros equipamentos devem
atender às prescrições da ABNT NBR 9050.
Não prejudicar as atividades normais dos usuários, dos edifícios habitacionais, quanto ao caminhar,
apoiar, limpar, brincar e ações semelhantes.
Os elementos e componentes da habitação (trincos, puxadores, cremonas, guilhotinas etc.) devem ser
projetados, construídos e montados de forma a não provocar ferimentos nos usuários.
Os elementos e componentes que contam com Normalização específica (portas, janelas, torneiras e
outros) devem ainda atender aos requisitos das respectivas Normas.
Apresentar formato compatível com a anatomia humana. Não requerer esforços excessivos para a
manobra e movimentação.
18 Adequação ambiental
18.1 Generalidades
18.1.1 Técnicas de avaliação do impacto ambiental resultante das atividades da cadeia produtiva da
construção ainda são objeto de pesquisa e, no atual estado da arte, não é possível estabelecer critérios
e métodos de avaliação relacionados à expressão desse impacto.
18.1.2 De forma geral, os empreendimentos e sua infraestrutura (arruamento, drenagem, rede de água,
gás, esgoto, telefonia, energia) devem ser projetados, construídos e mantidos de forma a minimizar as
alterações no ambiente.
18.1.3 A ABNT NBR 15575-6 estabelece requisitos relativos ao consumo de água e à deposição de
esgotos sanitários.
Independentemente dessas recomendações, devem ser atendidos os requisitos das ABNT NBR 8044 e
ABNT NBR 11682, bem como da legislação vigente.
18.3.2 Recomenda-se a utilização de madeiras cuja origem possa ser comprovada mediante
apresentação de certificação legal ou provenientes de plano de manejo aprovado pelos órgãos
ambientais.
18.3.3 Recomenda-se recorrer ao uso de espécies alternativas de madeiras que não estejam
enquadradas como madeiras em extinção, sendo que as características destas espécies podem ser
encontradas na Bibliografia.
18.3.5 Recomenda-se aos projetistas que avaliem junto aos fabricantes de materiais, componentes e
equipamentos os resultados de inventários de ciclo de vida de seus produtos, de forma a subsidiar a
tomada de decisão na avaliação do impacto que estes elementos provocam ao meio ambiente.
As águas servidas provenientes dos sistemas hidrossanitários devem ser encaminhadas às redes
públicas de coleta e, na indisponibilidade destas, deve-se utilizar sistemas que evitem a contaminação
do ambiente local.
NOTA É recomendado para as instalações hidrossanitárias privilegiarem a adoção de soluções, caso a caso,
que minimizem o consumo de água e possibilitem o reuso, reduzindo a demanda da água da rede pública de
abastecimento e minimizando o volume de esgoto conduzido para tratamento, sem com isso reduzir a satisfação
do usuário ou aumentar a probabilidade de ocorrência de doenças.
18.4.2 Critério
No caso de reuso de água para destinação não potável, esta deve atender aos parâmetros
estabelecidos na Tabela 8:
NOTA Podem ser utilizados outros processos de desinfecção além do cloro, tal como a aplicação de raio
ultravioleta e aplicação de ozônio.
a
No caso de serem utilizados compostos de cloro para desinfecção.
b
uT é a unidade de turbidez.
c
uH é a unidade Hazen.
As instalações elétricas devem privilegiar a adoção de soluções, caso a caso, que minimizem o
consumo de energia, entre elas a utilização de iluminação e ventilação natural e de sistemas de
aquecimento baseados em energia alternativa.
Tais recomendações devem também ser aplicadas aos aparelhos e equipamentos utilizados durante a
execução da obra e no uso do imóvel (guinchos, serras, gruas, aparelhos de iluminção,
eletrodomésticos, elevadores, sistemas de refrigeração etc.).
Anexo A
(informativo)
A.1.2 Medir a temperatura de bulbo seco do ar no centro dos recintos dormitórios e salas, a 1,20 m do
piso. Para as medições de temperatura, seguir as especificações de equipamentos e montagem dos
sensores, apresentadas na ISO 7726.
A.1.3 Para avaliar edificações existentes, considerar as situações apresentadas a seguir e realizar a
avaliação conforme A.6.4 a A.6.7:
a) no caso de uma única unidade habitacional, medir nos recintos indicados em A.6.2, tal como se
apresentam;
b) em conjunto habitacional de unidades térreas e edifícios multipiso, escolher uma ou mais unidades,
que possibilitem a avaliação nas condições estabelecidas a seguir:
verão: janela do dormitório ou sala voltada para oeste e outra parede exposta voltada para
norte;
inverno: janela do dormitório ou sala de estar voltada para sul e outra parede exposta voltada
para leste;
caso as orientações das janelas dos recintos não correspondam exatamente às especificações
anteriores, priorizar as unidades que tenham o maior número de paredes expostas e cujas
orientações das janelas sejam mais próximas da orientação especificada.
A.1.4 Para avaliação em protótipos, recomenda-se que eles sejam construídos considerando-se as
condições estabelecidas a seguir:
nas regiões bioclimáticas 6 a 8 (ABNT ABNT NBR 15220-3), protótipo com janela do dormitório ou
sala voltada para oeste;
nas regiões bioclimáticas 1 a 5 (ABNT ABNT NBR 15220-3), construir um protótipo que atenda aos
requisitos especificados a seguir:
condição de inverno: janela do dormitório ou sala de estar voltada para sul e outra parede
exposta voltada para leste;
condição de verão: janela do dormitório ou sala voltada para oeste e outra parede exposta
voltada para norte.
A.1.5 Obstrução por elementos externos: quando possível, as paredes e as janelas dos protótipos
devem ser desobstruídas (sem presença de edificações ou vegetação nas proximidades que
modifiquem a incidência de sol e/ou vento).
NOTA No caso de avaliação em protótipo, este deve reproduzir as condições mais semelhantes possíveis
àquelas que serão obtidas pela edificação real, evitando-se desvios de resultados causados por sombreamentos
ou ventilação diferentes da obra real.
A.1.6 Período de medição: O dia tomado para análise deve corresponder a um dia típico de projeto, de
verão ou de inverno, precedido por pelo menos um dia com características semelhantes. Recomenda-
se, como regra geral, trabalhar com uma sequência de três dias e analisar os dados do terceiro dia.
Para efeito da avaliação por medição, o dia típico é caracterizado unicamente pelos valores da
temperatura do ar exterior medidos no local.
A.1.7 Os valores da temperatura do ar exterior dos dias típicos de verão e inverno de diversas
localidades são apresentados nas Tabelas A.2 e A.3. Caso a cidade não conste nestas tabelas, utilizar
os dados climáticos da cidade mais próxima, dentro da mesma região climática, com altitude de mesma
ordem e grandeza.
Anexo B
(normativo)
B.1 Generalidades
A verificação do atendimento aos requisitos e critérios de desempenho lumínico deve ser efetuada por
meio de um dos métodos propostos a seguir, considerando que o uso dos métodos de cálculo resultará
em valores de iluminância média com no máximo 10 % de erro sobre os valores medidos in loco.
medições sem nenhuma entrada de luz externa (portas, janelas e cortinas fechadas);
medições realizadas com a iluminação artificial do ambiente totalmente ativada, sem a presença de
obstruções opacas (por exemplo, roupas estendidas nos varais);
para escadarias, medições nos pontos centrais dos patamares e a meia largura do degrau central
de cada lance.
cálculos sem nenhuma entrada de luz externa (portas, janelas e cortinas fechadas);
cálculos realizadas com a iluminação artificial do ambiente totalmente ativada, sem a presença de
obstruções opacas (por exemplo, roupas estendidas nos varais);
para escadarias, cálculos nos pontos centrais dos patamares e a meia largura do degrau central de
cada lance.
Anexo C
(informativo)
C.1 Conceituação
A vida útil (service life) é uma medida temporal da durabilidade de um edifício ou de suas partes
(sistemas complexos, do próprio sistema e de suas partes: subssistemas; elementos e componentes).
A Vida Útil de Projeto (design life) é definida pelo incorporador e/ou proprietário e projetista, e expressa
previamente.
Conceitua-se ainda a vida útil estimada (predicted service life) como sendo a durabilidade prevista para
um dado produto, inferida a partir de dados históricos de desempenho do produto ou de ensaios de
envelhecimento acelerado.
A Vida Útil de Projeto (VUP) é basicamente uma expressão de caráter econômico de um requisito do
usuário.
A melhor forma para se determinar a VUP para uma parte de uma edificação é através de pesquisa de
opinião entre técnicos, usuários e agentes envolvidos com o processo de construção. Em países
europeus, isto foi feito durante as décadas de 60 e 70 para a regulamentação dos valores das VUP
mínimas requeridas.
A VUP pode ser ainda entendida como uma definição prévia da opção do usuário pela melhor relação
custo global versus tempo de usufruto do bem (o benefício), sob sua óptica particular. Para produtos de
consumo ou para bens não duráveis, o usuário faz suas opções por vontade própria e através de
análise subjetiva, tendo por base as informações que lhe são disponibilizadas pelos produtores, o efeito
do aprendizado (através de compras sucessivas) e a sua disponibilidade financeira. Assim, para regular
o mercado de bens de consumo, é suficiente que se imponha um prazo mínimo (dito “de garantia” e de
responsabilidade do fornecedor do bem), para proteção do usuário, somente contra defeitos “genéticos”.
No entanto, para bens duráveis, de alto valor unitário e geralmente de aquisição única, como é a
habitação, a sociedade tem de impor outros marcos referenciais para regular o mercado e evitar que o
custo inicial prevaleça em detrimento do custo global e que uma durabilidade inadequada venha a
comprometer o valor do bem e a prejudicar o usuário. O estabelecimento em lei, ou em Normas, da
VUP mínima configura-se como o principal referencial para edificações habitacionais, principalmente
para as habitações subsidiadas pela sociedade e as destinadas às parcelas da população menos
favorecidas economicamente.
A VUP é uma decisão de projetos que tem de ser estabelecida inicialmente para balizar todo o processo
de produção do bem. Quando se projeta um sistema ou um elemento (por exemplo, a
impermeabilização de uma laje), é possível escolher entre uma infinidade de técnicas e materiais.
Alguns, pelas suas características, podem ter Vida Útil de Projeto (VUP) de 20 anos, sem manutenção,
e outros não mais que 5 anos. Evidentemente, as soluções têm custo e desempenho muito diferentes
ao longo do tempo.
Definida a VUP, estabelece-se a obrigação de que todos os intervenientes atuem no sentido de produzir
o elemento com as técnicas adequadas para que a VU atingida seja maior ou igual à VUP. Sem este
balizamento, quem produz o bem pode adotar qualquer uma das técnicas disponíveis e empregar
qualquer produto normalizado sem que ele esteja errado, do ponto de vista técnico. É evidente que a
tendência é optar pelo produto de menor custo inicial, ou seja, sem a definição da VUP, a tendência é
de se produzir bens de menor custo inicial, porém menos duráveis, de maior custo de manutenção e
provavelmente de maior custo global.
A VU pode ser normalmente prolongada através de ações de manutenção. Na Figura C.1 este
comportamento é esquematicamente representado. Quem define a VUP deve também estabelecer as
ações de manutenção que devem ser realizadas para garantir o atendimento à VUP. É necessário
salientar a importância da realização integral das ações de manutenção pelo usuário, sem o que se
corre o risco de a VUP não ser atingida.
Por exemplo, um revestimento de fachada em argamassa pintado pode ser projetado para uma VUP de
25 anos, desde que a pintura seja refeita a cada 5 anos, no máximo. Se o usuário não realizar a
manutenção prevista, a VU real do revestimento pode ser seriamente comprometida. Por consequência,
as eventuais patologias resultantes podem ter origem no uso inadequado e não em uma construção
falha.
Manutenção
desde a entrega
O impacto no custo global da VUP é fator determinante para definição da durabilidade requerida. O
estabelecimento da VUP é, conceitualmente, resultado do processo de otimização do custo global. O
sistema de menor custo global não é normalmente o de menor custo inicial nem o de maior
durabilidade; é um dos sistemas intermediários. O ideal do ponto de vista da sociedade é a otimização
destes dois conceitos conflitantes, isto é, deve-se procurar estabelecer a melhor relação custo x
benefício. Atualmente, sem que o usuário tenha se conscientizado de suas escolhas, a opção por
construções de menor custo, porém menos duráveis, está necessariamente transferindo o ônus desta
escolha para as gerações futuras.
O usuário de uma edificação tem limitações econômicas no momento de sua aquisição, porém pode
não tê-las no futuro. Então, em princípio, pode optar por uma menor VUP em troca de um menor
investimento inicial, porém esta escolha tem um limite inferior, abaixo do qual não é aceitável do ponto
de vista social, pois esta situação impõe custos exagerados de reposição no futuro para toda a
sociedade. Assim, considerando-se tanto as limitações de recursos da sociedade de investimento na
infraestrutura habitacional do País, quanto às necessidades de proteção básica do usuário, é que se
estabelece nesta Norma o conceito de VUP mínima.
Outros países estabeleceram somente o conceito de VUP mínima e deixaram para o mercado o
estabelecimento da vida útil de projeto além do mínimo. Nas ABNT NBR 15575-1 a ABNT NBR 15575-6
propõe-se uma classificação da VUP em dois níveis (mínimo e superior). Uma VUP além do mínimo se
justifica, neste momento, por diversas razões:
para caracterizar que existe a opção pela minimização de custos de operação e manutenção ao
longo do tempo através de uma VUP maior;
para induzir o mercado a buscar soluções de melhor custo-benefício além das que atendam à VUP
mínima.
Para parametrização da VUP, com fundamento nestes conceitos, foram utilizados conhecimentos já
consolidados internacionalmente, principalmente os da BS 7453.
As Tabelas C.1, C.2 e C.3 relacionam os parâmetros adotados para a determinação da VUP.
A Tabela C.4 foi construída com base nos parâmetros descritos nas Tabelas C.1, C.2 e C.3.
Valor sugerido de VUP para os sistemas, Efeito da falha Categoria de VUP Categoria de custos
elementos e componentes (Tabela C.1) (Tabela C.2) (Tabela C.3)
Entre 5 % e 8 % da VUP da estrutura F 1 A
Entre 8 % e 15 % da VUP da estrutura F 1 B
Entre 15 % e 25 % da VUP da estrutura E, F 1 C
Entre 25 % e 40 % da VUP da estrutura D, E, F 2 D
Entre 40 % e 80 % da VUP da estrutura qualquer 2 D, E
Igual a 100 % da VUP da estrutura qualquer 3 qualquer
NOTA 1 As VUPs entre 5 % e 15 % da VUP da estrutura podem ser aplicáveis somente a componentes. As demais VUPs
podem ser aplicáveis a todas as partes do edifício (sistemas, elementos e componentes).
NOTA 2 Existem internacionalmente diversas e variadas proposições para determinação da VUP do edifício. No entanto,
em relação aos edifícios habitacionais, observa-se que elas apresentam notável convergência, situando a VUP destes
edifícios entre 50 e 60 anos.
Nesta Norma, recomenda-se a VUP mínima para as diversas partes do edifício, conforme consta na
Tabela C.6, adotando o período de 50 anos para a VUP mínima da estrutura do edifício, de modo a
compatibilizar, para a construção de habitações de interesse social (HIS), as limitações quanto ao custo
inicial com os requisitos do usuário em relação à durabilidade e aos custos de manutenção e de
reposição, visando garantir, por um prazo razoável, a utilização em condições aceitáveis do edifício
habitacional.
Este prazo, inferior ao aceito internacionalmente como mínimo, foi adotado nas ABNT NBR 15575-1 a
ABNT NBR 15575-6 em função das condições socioeconômicas existentes atualmente e pode ser
modificado quando da sua revisão, recomendando-se manter os percentuais estabelecidos na Tabela
C.4. Deve-se atentar que um período de vida útil de 50 anos implica que anualmente devem ser
construídas mais de 1,2 milhão de habitações somente para repor o estoque habitacional existente hoje
no País, número bastante expressivo diante da realidade atual.
Para a VUP superior do edifício, recomenda-se o prazo de 75 anos (ver Tabela C.5), de modo a balizar
o setor da construção de edificações em relação ao que é tecnicamente possível de ser obtido,
empregando os materiais e componentes e as técnicas e processos construtivos hoje disponíveis.
Dentre os aspectos previstos acima, os itens a) e b) são essenciais para que o edifício construído tenha
potencial de atender integralmente a VUP e sua implementação depende do projetista, incorporador e
construtor. Já Os itens c), d) e e) são essenciais para que se atinja efetivamente a VUP e dependem
dos usuários. No entanto, para que possam ser atendidos, é fundamental que estejam informados no
Manual de Uso, Operação e Manutenção do edifício, a ser entregue pelo empreendedor aos usuários.
A definição da VUP é realizada pelo projetista de arquitetura e especificada em projeto para cada um
dos sistemas, com base na Tabela 7, respeitando os períodos de tempo mínimos estabelecidos. Na
ausência destas especificações, as ABNT NBR 15575-1 a ABNT NBR 15575-6 permitem que foram
adotadas as VUP mínimas estabelecidas na Tabela 7. O projetista pode especificar também a VUP de
partes do edifício não contemplados na Tabela 7, atendendo aos requisitos do usuário e pode tomar
como base o que se recomenda neste Anexo.
Aos usuários é incumbido realizar os programas de manutenção, segundo ABNT NBR 5674,
considerando as instruções do Manual de Uso, Operação e Manutenção e recomendações técnicas das
inspeções prediais.
A inspeção predial configura-se como ferramenta útil para verificação das condições de conservação
das edificações em geral, para atestar se os procedimentos de manutenção adotados são insuficientes
ou inexistentes, além de fornecer subsídios para orientar o plano e programas de manutenção, através
das recomendações técnicas indicadas no documento de inspeção predial (ver Bibliografia).
Pisos internos 13 20
Vedação vertical externa 40 60
Vedação vertical interna 20 30
Cobertura 20 30
Hidrossanitário 20 30
* Considerando periodicidade e processos de manutenção segundo a ABNT
NBR 5674 e especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e
Manutenção entregue ao usuário elaborado em atendimento à ABNT NBR
14037.
Para se atingir a VUP, os usuários devem desenvolver os programas de manutenção segundo ABNT
NBR 5674. Os usuários devem seguir as instruções do Manual de Uso, Operação e Manutenção, as
instruções dos fabricantes de equipamentos e recomendações técnicas das inspeções prediais. A
inspeção predial configura-se como ferramenta útil para avaliação das condições de conservação das
edificações em geral, para atestar se os procedimentos de manutenção adotados são insuficientes ou
inexistentes, além de fornecer subsídios para orientar o plano e programas de manutenção, através das
recomendações técnicas indicadas no documento de inspeção predial (ver Bibliografia).
Anexo D
(Informativo)
D.1 Introdução
O desempenho dos sistemas que compõem o edifício habitacional durante a sua Vida Útil (VU) está
atrelado às condições de uso para o qual foi projetado, à execução da obra de acordo com as Normas,
à utilização de elementos e componentes sem defeito de fabricação e à implementação de programas
de manutenção corretiva e preventiva no pós-obra.
D.2 Diretrizes
D.2.1 Este Anexo fornece diretrizes para o estabelecimento dos prazos mínimos de garantia para os
elementos, componentes e sistemas do edifício habitacional.
D.2.2 Apesar desta Norma tratar do desempenho de sistemas e não do desempenho de elementos e
componentes, encontram-se indicados alguns prazos de garantia, usualmente praticados pelo setor da
construção civil, para que os elementos e componentes que usualmente compõem os sistemas
contemplados atendam condições de funcionabilidade.
D.3 Instruções
D.3.1 Generalidades
D.3.1.1 Convém que o incorporador ou o construtor indique um prazo de garantia para os elementos e
componentes de baixo valor e de fácil substituição (por exemplo, engates flexíveis, gaxetas
elastoméricas de caixilhos e outros).
D.3.1.2 Pode ocorrer que alguns elementos, componentes ou mesmo sistemas específicos, próprios
de cada empreendimento, não estejam incluídos na Tabela D.1. Nestes casos, recomenda-se ao
construtor ou incorporador fazer constar, em seu Manual de Uso, Operação e Manutenção ou de áreas
comuns, os prazos de garantia desses itens.
D.3.2 Prazos
D.3.2.1 A contagem dos prazos de garantia indicados na Tabela D.1 inicia-se a partir da expedição do
“Auto de Conclusão”, denominado “Habite-se”.
Anexo E
(Informativo)
Níveis de desempenho
E.1 Generalidades
E.1.1 As ABNT NBR 15575-1 a ABNT NBR 15575-6 estabelecem os níveis mínimos (M) de
desempenho para cada requisito, que devem ser atendidos.
E.1.2 Considerando a possibilidade de melhoria da qualidade da edificação, com uma análise de valor
da relação custo/benefício dos sistemas, neste Anexo são indicados os níveis de desempenho
intermediário (I) e superior (S) e repetido o nível M para facilitar a comparação.
E.1.3 Recomenda-se que o construtor ou incorporador informe o nível de desempenho dos sistemas
que compõem o edifício habitacional, quando exceder o nível mínimo (M).
O valor máximo diário da temperatura do ar interior de recintos de permanência prolongada, tais como,
salas e dormitórios, sem a presença de fontes internas de calor (ocupantes, lâmpadas, outros
equipamentos em geral), deve ser sempre menor que o estabelecido em 11.3.1. Para maior conforto
dos usuários, recomenda-se para os níveis intermediário (I) e superior (S) os valores apresentados na
Tabela E.1.
Nível de Critério
desempenho Zonas bioclimáticas 1 a 51 Zonas bioclimáticas 6, 7 e 8
M Ti,mín. (Te,mín. + 3 °C)
Nestas zonas, este critério não
I Ti,mín. (Te,mín. + 5 °C)
precisa ser verificado
S Ti,mín. (Te,mín. + 7 °C)
Ti,mín. é o valor mínimo diário da temperatura do ar no interior da edificação, em graus Celsius.
Te,mín. é o valor mínimo diário da temperatura do ar exterior à edificação, em graus Celsius.
NOTA Zonas bioclimáticas de acordo com a ABNT NBR 15220-3.
Contando unicamente com iluminação natural, os níveis gerais de iluminamento nas diferentes
dependências do edifício habitacional devem atender ao disposto para iluminação em 13.2.1 e 13.2.2.
Para maior conforto dos usuários, recomenda-se para os níveis intermediário (I) e superior (S) os
valores apresentados na Tabela E.3 e Tabela E.4.
Os níveis gerais de iluminação promovidos nas diferentes dependências dos edifícios habitacionais por
iluminação artificial devem atender ao disposto em 13.3.1. Para maior conforto dos usuários,
recomenda-se para os níveis intermediário (I) e superior (S), os valores apresentados na Tabela E.5.
As recomendações relativas aos níveis de desempenho mais exigentes que o mínimo para a vida útil de
projeto estão detalhadas no Anexo C.
Este item visa informar em caráter não obrigatório níveis de desempenho acústico aos ocupantes
quando são operados equipamentos instalados nas dependências da edificação. Equipamentos
individuais cujo acionamento aconteça por ação do próprio usuário (por exemplo, caixa d’água em
habitações unifamiliares, trituradores de alimento em cozinha, etc.) não podem ser avaliados por esse
requisito; trata-se somente de equipamentos de uso coletivo ou acionados por terceiros que não o
próprio usuário da unidade habitacional a ser avaliada.
O método consiste em medir o nível de pressão sonora durante um ciclo de operação do aparelho
hidrossanitário. A avaliação deve ser realizada no dormitório da unidade habitacional ao lado, acima ou
abaixo do local onde o equipamento está instalado (ruído percebido) quando há o acionamento do
aparelho (ruído emitido). A medição deve ser feita com todas as portas dos banheiros, dormitórios e de
entrada, assim como todas as janelas das duas unidades habitacionais fechadas.
Este requisito visa proporcionar adequação acústica aos ocupantes quando são operados
equipamentos instalados nas dependências da edificação, tais como elevadores e suas casas de
máquinas, sistemas coletivos de exaustão/ventilação e pressurização de “shafts”, sistemas de
refrigeração e calefação, geradores (quando não emergenciais) e portões automatizados. Ruídos de
equipamentos hidrossanitários são tratados na ABNT NBR 15575-6.
Equipamentos individuais cujo acionamento aconteça por ação do próprio usuário (por exemplo,
trituradores de alimento em cozinha, persianas elétricas, exaustão de banheiros ou lavabos, etc.) não
podem ser avaliados por esse requisito; trata-se somente de equipamentos de uso coletivo ou
acionados por terceiros que não o próprio usuário da unidade habitacional a ser avaliada.
A medição do desempenho acústico deve ser realizada no dormitório da unidade habitacional ao lado,
acima ou abaixo do local onde o equipamento está instalado (ruído percebido) quando há o
acionamento do equipamento (ruído emitido). A medida deve ser feita com todas as portas dos
banheiros, dormitórios e de entrada, assim como todas as janelas das duas unidades habitacionais
fechadas.
NOTA Geradores de emergência, sirenes, bombas de incêndio e outros dispositivos com acionamento em
situações de emergência não podem ser contemplados neste requisito.
O método simplificado de campo permite obter uma estimativa dos níveis de pressão sonora de
equipamento predial em operação em situações onde não se dispõe de instrumentação necessária para
medir o tempo de reverberação no ambiente de medição, ou quando as condições de ruído ambiente
não permitem obter este parâmetro. O método simplificado é descrito na ISO 10052.
O equipamento é operado conforme a ISO 16032, durante pelo menos um ciclo de operação. As
condições de operação do equipamento e os procedimentos de medição constam nas ISO 16032 e ISO
10052. Para a realização dos ensaios, o ciclo de operação do produto deve atender aos critérios
especificados na Norma Brasileira respectiva ao mesmo, tais como, potência ou velocidade mínima e
máxima de operação; tempo de acionamento, etc.
Métodos de avaliação
Devem ser avaliados os dormitórios das unidades habitacionais autônomas. As portas e janelas devem
estar fechadas durante as medições. Se o nível de ruído máximo no ambiente interno, com
equipamento fora de operação, LAai, no momento da medição, for superior aos valores da Tabela E.7, o
equipamento em questão deve ser avaliado em outro horário mais silencioso em que seja possível a
medição.
Devem ser obtidos o nível de pressão sonoro contínuo equivalente padronizado de um ciclo de
operação do equipamento predial, LAeq,nT, e o nível de pressão sonora máximo, LASmáx.,nT, do ruído
gerado pela operação do equipamento. O ciclo de operação do produto deve atender aos critérios
especificados na Norma Brasileira respectiva ao produto. Devem ser atendidos simultaneamente os
critérios de 12.4.1 e 12.4.2.
Tabela E.7 – Valores máximos do nível de pressão sonora contínuo equivalente, LAeq,nT, medido
em dormitórios
LAeq,NT
Nível de desempenho
dB(A)
≤ 30 S
≤ 34 I
≤ 37 M
Tabela E.8 – Valores máximos do nível de pressão sonora máximo, LASmáx.,nT, medido em
dormitórios
LASmáx.,nT
Nível de desempenho
dB(A)
≤ 36 S
≤ 39 I
≤ 42 M
Anexo F
(Informativo)
Este Anexo visa apresentar como sugestão algumas das possíveis formas de organização dos cômodos
e dimensões compatíveis com as necessidades humanas.
NOTA 1 Esta Norma não estabelece dimensões mínimas de cômodos, deixando aos projetistas a competência de formatar os ambientes
da habitação segundo o mobiliário previsto, evitando conflitos com legislações estaduais ou municipais que versam sobre dimensões
mínimas dos ambientes.
NOTA 2 Em caso de adoção em projeto de móveis opcionais, as dimensões mínimas devem ser obedecidas.
Bibliografia
[1] ABNT NBR 15220-1, Desempenho térmico de edificações – Parte 1: Definições, símbolos e
unidades
[2] ABNT NBR 15220-5, Desempenho térmico de edificações – Parte 5: Medição da resistência
térmica e da condutividade térmica pelo método fluximétrico
[3] ASTM C1363, Standard Test Method for Thermal Performance of Building Materials and Envelope
Assemblies by Means of a Hot Box Apparatus
[4] ASHRAE. 2001. ANSI/ASHRAE Standard 140-2001, Standard Method of Test for the Evaluation of
Building Energy
[5] American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers, Inc. USA, Atlanta:
2001, Analysis Computer Programs
[6] Publicação IPT N° 1791, Fichas de características das madeiras Brasileiras, São Paulo, 1989
[7] Publicação IPT N° 1157, Métodos de Ensaios e Análises em Preservação de Madeiras, São Paulo