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À PRESTIDIGITAÇÃO

REVELADA
CORRÊA PEREIRA

À PRESTIDIGITAÇÃO
REVELADA
NOVISSIMOE COMPLETOMANUALDA PRESTIDIGITAÇÃO
MODERNA

sa NA a

CONTENDO AS MAIS NOVAS E INTERESSANTES


SORTES DE PHYSICA, CHIMICA, CARTAS, MOEDAS, ILLUSIONISMO,
SOMBRAS CHINEZAS, ETC.

NA NANA
O MAIS AGRADAVEL PASSATEMPO EM FAMILIA.

NUMEROSAS
E NITIDAS GRAVURAS,

2* EDIÇÃO

SÃO PAULO

CASA VANORDEN

1920
A PRESTIDIGITAÇÃOREVELADA

INTRODUCÇÃO

Com a publicação deste meu modesto tra-


balho, que faço devido aos insistentes pedidos
de “diversos amigos, penso preencher uma

lacuna existente nos compendios em portuguez,


por enfeixar sortes completas de physica, chi-

mica, cartas, moedas, ilusionismo e sombras


chinezas.
As descripções são curtas, os termos os

mais claros possiveis, gravuras nitidas, facili-


taudo assim, quanto possivel, a
aprendizagem
dos amadores e curiosos deste genero de re-

creação, propria para reuniões


Foram ellas traduzidas «
compiladas dos
melhores compendios existentes, contendo a

mais, diversas sortes ineditas.


=

gioo
Foi o
presente trabalho dividido em cinco
partes distinctas: a primeira parte, contém as

sortes de physica, chimica, mechanica e ontras

sortes avulsas; a segunda parte enfeixa as

de cartas movimentos
sortes e seus principaes ;
a terceira parte descreve as sortes de moedas
e seus movimentos basicos; na quarta parte
reunimos as sortes de illusionismo, e, final-
mente, na quinta e ultima parte, encerrando
o livro, as sombras chinezas.
Convem notar que um grande auxiliar do
amador, e que muito contribue para a com-

pleta illusão das sortes, perante espectadores,


os

é saber distrahilos com palavreado proprio,


devendo tudo porém ser feito, com a maxima
naturalidade.
Por parte dos que se dedicam à prestidi-
gitação, espera o autor ter a presente obra o

melhor acolhimento possivel, desejando que


elles consigam tirar o melhor partido pos-
sivel della.

Do Avror.
Collegas
Attendendo ao
obsequioso convite
do meu amigo
sr. Corrêa Pereira, ilustre amador de
prestidigitação,
venho “

prefaciar o seu livro Prestidigitação Revelada”


Dedicando-me ha muitos annos na minha terra,
na
propaganda e
divulgação desta arte, que se tem
tornado uma distracção em familia, onde tenho conse-

guido desenvolver extraordinariamente o numero de


amadores, tendo muitos delles se tornado profissionaes,
como muito bons artistas, estou certo que este livro
será bem acolhido entre vós.
Ha mais de quinze annos
que a literatura mia-

gic: à entre nós, nada tinha produzido, não obstante o

desenvolvimento que a
prestidigitação tem alcançado
no Brasil nestes ultimos tempos. "Todos se interessam

por ella; nos theatros, nas salas, nas reuniões familiares,


nos clubs ou em qualquer sociedade ella apparece,
despertando sempre o maior interesse pelas pessoas as

mais cultas e de todas as classes socines.


No livro que o distincto professor Corrêa Pereira
offerece ao
publico, o amador
profissional, encon- ou

trará com clareza e precisão plicação ilustrada


a dos
melhores “trues” para se
produzir os effeitos magicos
que têm causado a admiração de muita gente instruida,
—8—

Não publicando este livro,


vão pensar porém, que
que vae revelar muitos bons “trues”, elle va vos pre-
judicar. Pelo contrario, elle vos fará uma grande pro-
paganda. Si alguns espectadores que o tenham lido,
assistem a uma sessão de prestidigitação, procurarão
“trucs
com paixão o “truc” empregado e como estes

são tão numerosos como a areia do mar, esta pesquiza,
constituirá um sport de novo genero, que concorre para
augmentar o lucro e o successo do prestidigitador.
Aos direi elle não vae revelar
principiantes que
milagres, pois não pretende fazer teurgias; são simples
jogos recreativos e instructivos, baseados na physica e
na chimica e mais especialmente na optica e na me-

chanica, com auxilio naturalmente de um pouco de


dextreza e habilidade, que constitue a melhor colleeção
de sortes de prestidigitação, dignas de figurar no

programma do melhor artista, muitas das quaes ao

alcance de qualquer amador para serem apresentadas


em qualquer salão.
Ahi está, senhores amadores e
profissionaes, mais
um livro que certamente vos será util e que não dei

xará de vossa bibliotheca magica.


faltar na

Abril —

1920.

J. Prixoro.
A REVELADA
PRESTIDIGITAÇÃO

CONSELHOS UTEIS

Art. 1.º —

O amador não deve dizer nunca aos

espectadores, qual sorte


respectivo effeito, pois
a e seu

se der qualquer movimento em falso, serão descobertos


os meios empregados, prejudicando quasi sempre o

espectaculo inteiro. .

Art. 2.º —
E' de grande vantagem, conhecer-se
varias maneiras de executar a mesma sorte; pois pode
acontecerque algum espectador conheça a sorte exhibida,
empregando então o amador outro movimento, para a

mesma sorte, sahindo desta maneira airosamente do


)

embaraço.
Art. 3.º —

Não algum repetir


se deve em caso

a mesma pois iriamos


sorte, de encontro ao art. 1.º,
estando os
espectadores já previnidos.
Art. 4.º Si qualquer

espectador pedir para ser


repetida alguma sorte, não se deve nunca recusar dire-

ctamente, porque causaria o amador má impressão na

assistencia, demonstrando os seus parcos recursos;

usando-se de um subtertugio qualquer e


para evitar
q
ÃO ms
os insistentes pedidos, promette-se aos espectadores
repetia, e
para que o. cffeito seja maior, sob forma

diversa, executa-se outra qualquer, que tenha, porém,


tambem alguma relação com a anterior, affirmando

categoricamente o amador ser a mesma, apresentada


somente por outro processo. Assim satisfará os as:

tentes.
Art. 5.º —) amador nunca deve executar sortes

de uma só especie, pois podem os espectadores assim


adivinhar os movimentos, por verem sempre repetidos
Convem, dividir
os mesmos gestos. portanto, sempre
os
espectaculos, com sortes alternadas, de agilidade, de
combinações, de physica e chimica, ficando dessa ma-

neira o espectador desnorteado.


Art. 6º —

O amador deve sempre, com habili-


dade, usar de esperteza, para convencer o publico, que
é outro o meio empregado. Por exemplo: si for sorte

de combinação, o amador dirá que depende de agilidade


e vice-versa.
Art. 7.º —

Antes de iniciar os seus trabalhos, o

amador deve examinar o local, escolhendo o que lhe

pareça o mais conveniente. Deve trazer sempre as

sortes já preparadas, para evitar sahidas, que sempre


causam descontianças ao auditorio.
Art. 8.º —

As sessões não devem prolongar-se


demais, para não entadar os assistentes.
Art. 9.º —

O amador não deve attribuir os etfeitos


das sortes a pós mysteriosos, dispondo ou como de um

poder sobrenatural; pelo contrario, deve convencer, que


attribue a uma causa qualquer desconhecida.
sd es

Art. 10. —

Antes de iniciar trabalhos, o ama-


os

dor deve estar


preparado com os
subterfugios e respostas
apropriadas, para qualquer observação feita por qual
quer espectador.
Art. 11. —

O amador em vez de munir-se da


classica varinha magica, pedirá a uma das senhoritas
presentes, o seu leque, que substituirá perfeitamente
a primeira.
Art. 12. —

Quando estiver o amador executando


os movimentos mais difficeis, procurará distrahir a

assistencia, com algumas anecdotas chistosas ou alguma


historia.
Kia
PRIMEIRAPARTE

Sortes diversas de Physica, Chimica,

Equilibrio, Trucs de salões


PRIMEIRA PARTE

Nós indecifraveis

Elpeito. —

Produzir no meio de uma corda atada


nos dois pulsos, nós à vontade dos espectadores
Explicação. —

O amador mune-se de mm pedaço


de corda, com um metro de comprimento, pedindo a
qualquer espectador atal-a em seus dois pulsos. Cobre-se
em
seguida à mão esquerda, com um grande lenço, e,

com a mão direita, pega-se a corda em dois logares


semelhante a um laço, distante uns vinte centimetros
da mão esquerda. Introduzem-se as duas partes da
corda por baixo da corda que prende o
pulso (do lado
da palma da mão); dá-se uma volta na corda, fazendo-a
passar pelas pontas dos dedos, descendo pelas costas

da mesma mão, taz se passar por báixo da corda que


prende o
pulso; [az «doa voltar pelo mesmo trajecto,
fica a corda livre. Uma vez terminados estes movi-
mentos, o nó achar-se-à produzido na corda, de uma

maneira mysteriosa, que se


pode repetir quantas vezes

se quizer

16 —

O Tamboril magico (')

examinar,
Preparação. — Dão-se, para aos especta-
dores, dois tambori de metal. São estes construidos
de maneira que um entre com facilidade no outro,
devendo ficar um
pequeno espaço entre os dois, para
collocar-se uma folha de papel, que cubra a cireumfe-
rencia completamente. Depois dos espectadores terem
examinado os tamboris, collocam-se ambos sobre a

mesa. “Tomamos uma folha de papel, collocame


que
no tamboril menor, introduzindo-se então o arco maior,
que ao
apertar-se estica bem o
papel pela pressão;
em seguida, com uma tesoura, cortam-se as partes
sobresalentes do papel, cobrindo assim este a
parte de
metal. O amador então dirigindo-se os
para especta-

(1) Estes tamboris encontram-se à venda com J. Prixoro, Caixa Postal


n.º 968.
ae 17 =
dores, dirá « Pelo exame
que fizeram nos tamboris e

no papel, viram que não contêm


preparação alguma,
vou fazer, porém, apparecer lenços, fitas de papel,
flores,
ete.». Isto
parecerá impossivel, à primeira vista; mas,
pela deseripção que o amador lê abaixo, verifica que
trabalho é de facilidade.
o uma:
grande
*

Descripção. —

Os tamboris, alem da
descripção
acima, levam ainda um contra-arco, grudado com

papel da mesma côr dos primeiros. Secco o


papel,
collocam-se os objectos que se quer fazer apparecer,
cobrindo-se do lado opposto, com outra folha de papel

igual aosprimeiro: Tem-se a mão em baixo da mesa,

junto á quina para que seja facil, no momento oppor-


tuno, apoderar-se delle. Mostramos os dois tamboris

depois de collocada a folha de


papel, conforme expli-
cação acima, levanta-se rapidamente este tamboril, pe-
gando na mesma occasião o
que se encontra do lado
da mesa, cortando o
papel justo pelas extremidades da
eircumferencia. Quando se executa esta sorte, faz-se
um buraco no
papel, para poderem apparecer os
obje-
etos promettidos, conforme se vê na gravura

O nó desfeito

Dá-se um nó em um
lenço qualquer, devendo-se
preferir, porém, o de seda, como indica o cliché

Aperte-se um
pouco o nó, puxando as suas duas

pontas superiores; em seguida aperta-se bem, puxando


com força pela primeira ponta e como esta extremidade
mas
[Bia

pertence à mesma parte do lenço, quando puxamos


linha tortuosa tinha tomado o nó
perde a que e segue
em linha recta.
Por outro lado, forma a segunda ponta
a parte que
do lenço, faz á roda da primeira uma especie de nó
de correr, que se pode fazer escorregar facilmente, com

o pollegar e indicador da mão direita, no momento em

que o nó se embrulhar no resto do lenço. Esta sorte

pela sua naturalidade e rapidez, mesmo sendo feita à

vista dos espectadores estes não a farão.

A bengala e o annel

Efeito. —

Fazer: passar um annel de um lenço,


para uma bengala, segura pelas extremidades por dois

espectadores.
Explicação. —

Para realização da presente sorte,

precisamos nos" munir de um lenço, no qual tenha


em uma das suas
extremidades, presa por meio de um

fio de linha, uma argola, semelhante a um annel de


19 —

ouro. Pede-se um annel emprestado, e nesse entremeio


de tempo emquanto não nos
entregam o objecto, mos-
tramos o lenço aos espectadores, na ponta do qual está
presa a argola, que seguramos com a mão di
reita; com a mão esquerda, pegamos na outra ponta,
dirigindo-nos para espectadores, dizemos
os que vamos

embrulhar no lenço o annel que nos acabam de em-

prestar.
Para poder receber o annel e ficar com a mão

livre, passamos para a mão esquerda, a ponta do lenço


onde Estando assim
se encontra
a argola. com a mão
direita livre e de posse do annel, pegamos novamente
a ponta do lenço, onde está a argola, e, fingindo col-
locar no lenço o annel, empalmado este (sobre empal-
mação, vide a secção de moedas, onde os leitores en-

contrarão a empalmação applicavel a esta sorte), pomos


a ponta do lenço onde está a
argola.
Passará desapercebido este truc, dando-se imme-
diatamente o lenço para segurarem, não porém ao dono
do amnel. Pedimos a
qualquer espectador uma ben-

gala, a qual seguramos no castão com a mão esquerda,


e no lado opposto com a mão direita, enfiamos nella
o annel que está nessa mão, e o empurramos até o

meio da bengala, encobrindo-se sempre o annel com

a mão.
Com a mão nesta posição, pedimos a duas pes-
soas presentes, segurarem as extremidades da bengala,
e
apoderando-nos do lenço que está em poder do

espectador, collocamos sobre a mão. Uma vez executado



20 —

este movimento, retiramos a mão, ficando só o


lenço,
sempre se;
pela parte
uro argola. Então onde estiver a

virando-nos para os espectador diremos. que, atten-

dendo ao nosso poder magico, ordenamos que annel o

passe do lenço para a bengala. dizendo: um... dois...


tres, passe. Puxando-se com rapidez o lenço, este

faz girar annel osobre a bengala, dando a impressão


de ter passado, neste momento para a bengala. Em

seguida damos o annel para ser examinado. para verem

que é o mesmo.

O amador insensivel

Efeito. —

Introduzir no olho direito um prego


e fazelo passar através das carnes para o olho esquerdo,
é
pela bocea.

Explicação. —

Sem o menor prejuizo para o


globo
ocular, pode-se introduzir no canto dos olhos, entre a

palpebra inferior e o
globo, um prego de prata ou

chumbo, de um centimetro de comprimento por dois


millimetros de diametro.
Bastará para retirar o
prego, um
pequeno movi-
mento de pressão, com o dedo, no canto dos olhos, de
baixo para cima.

Preparação da sorte. —

Com antecedencia devida,


collocamos um dos pregos no olho esquerdo e outro
na bocca, Munidos de um terceiro, diremos aos espe-
ctadores, nos seguintes termos
:
« Não se devem admirar os presentes, pois, sendo
tenho insensivel
um magico, por obrigação ser tambem ;
sesDem
vou provar isto com factos, para que não se julgue
que é só prosa. Podia enterrar uma faca, punhal, etc.,
porém, havendo na assistencia senhoras e senhoritas,
tenho receio do sangue impressionar os espectadores ;
usarei então de um meio menos violento, para mostrar
o meu poder sobrenatural.» Uma vez terminada esta

floreação, aliás necessaria, introduzimos desembaraçada-


mente o prego no olho direito; fingimos fazer uma

pequena pressão com o dedo sobre a carne, diremos

que o fizemos passar, através do nariz, para o olho


esquerdo, de onde retiramos o que tinhamos collocado
previamente. Este mesmo prego, introduzido nova-

mente na mesma vista, empregando o mesmo truc,


faremos apparecer na bocca, etc.
Uma vez terminado o trabalho, damos um geito
qualquer para ficarmos em um logar retirado, afim de
nos livrarmos dos pregos.

Transformação assombrosa

Efeito. —

Não pensem os nossos leitores que esta

transformação, que achamos assombrosa, seja alguma


mysti cação; trata-se somente de uma curiosa expe-
riencia de prestidigitação. Emprega-se na exhibição
um
copo, apparentemente cheio de tinta, sendo collo-
cado este em cima de uma mesa. Com o fim de provar
que o
recipiente contém realmente tinta, submerge-se
parcialmente no liquido um cartão de visita ou uma

carta de baralho, que sahirá ennegrecido. Uma vez

os assistentes convencidos que o


copo contém tinta,

92 —

pede-se a qualquer pessoa presente um annel, e, ao se

pretender banhalio no
liquido, deixa-se cahir, como

por descuido, até o fundo


O amador sefingirá aborrecido, com a sua desas-
trada acção e declara, vae sanar o seu descuido,
que
não introduzindo o dedo na tinta, para não sujal-o,

mas convertel-a-á em agua. Para isso pega-se um lenço


grande ou um guardanapo, o
que estiver mais á
mão, cobre-se com elle o
copo, e, quando descobrilo,
apparece: a agua clara, podendo então ser tirado
o annel.
25 DB==
Descripção. Como se realiza semelhante

meta-

morphose? Vamos explicala. O copo contém agua


e uns dois peixes, postos com antecedencia, porém não
se vê porque na face interior do copo se põe uma

faixa de papel preto, presa em uma de suas extremi-

dades, por um fio preto, cuja extremidade livre, pro-


vida de uma cortiça, pende por fora do copo.
Desnecessario é dizer, que o fio e a cortiça o

amador deve occultar das vistas dos espectadores. Co-


berto o
copo com o lenço, diz o amador que é chegada
a occasião de operar milagre.
o Ao retirar o lenço,
tira-se a cortiça e a feixa de papel com toda a natu-

ralidade no meio do lenço.


Quanto ao cartão, tambem o amador já tem de
antemão preparado, com uma face somente, alguns
centimetros. Ao introduzilo no liquido mostra-se aos

assistentes somente a
parte em branco do cartão; uma

vez posto no liquido, faz-se um pequeno movimento

para que os assistentes se convençam que existe tinta


no copo. Retirado minutos depois, mostra-se ao publico
a parte tingida de preto,

A colher fundida

Esta experiencia é digna de figurar no programma


de qualquer amador, sendo muito facil a sua fabri-

cação e de muito effeito. Ella é propria para ser

executada na hora do chá, chocolate ou café. Não se

deve porém operar com mais de uma colher, cada vez

que se for realizar este truc.


coffee

Explicação. —

Deitem-se em um cadinho 130

grammas de bismutho e aqueça-se até o metal se der-


reter. Nesta occasião ajuntam-se 90 grammas de chumbo
e 60 grammas de estanho; esta mistura põe-se em

uma fôrma de gesso, de antemão preparada, com o

desenho de uma colher de café. Uma vez fria a mis-


tura é tirada do molde e
polida até obter o brilho
um tanto semelhante ao da prata.
Uma vez terminados estes preparativos, na occa-

sião do chá ou café, bem quentes, deixa-se a chicara


da pessoa que se
quer assustar com o truc, sem a

colher, para que, no moment: de ser reclamada, se

lhe dar a colher preparada. Ao mexer, ella se derrete,


causando espanto geral. Ha tambem outra formula,
que é a mais usada: 8 partes de bismutho, 5 de chumbo
e 3 de estanho. Porém, quer seja usada a primeira,
quer segunda a formula, as colheres fundem-se a 94

centigrados, temperatura esta inferior à da agua fer-


vendo. Esta experiencia é baseada sobre a de Darcet.

As areias coloridas

Efeito —Dispõem-se tres pratos, um em seguida


ao outro, sobre uma mesa, contendo cada um areias
de côres differentes, por exemplo: verde, vermelha e

branca, as quaes se mostram aos espectadores. Collo-


ca-se mais um prato fundo sobre a mesa, com agua até O

meio. O amador volta-se para os espectadores e dirá


«Neste prato fundo, contendo agua, collocando uma

pequena quantidade destas tres areias, farei apparecer


(98) =
umá só côr, à vontade de
qualquer assistente, tendo
ainda obs vação importante a fazer, e é
porém uma

que a areia sahirá completamente secca».

Preparação —

Põe-se uma panella em cima do fogo,


colocando-se dentro della areia e um pouco de cera,

que se misturam bem, por meio de uma colher de

pau; derretida a cera, empregnada de areia, retira-se


do fogo, pondo-se em cima de um pedaço de papel,
para esfriar. -Uma vez fria e bem peneirada, dá-se a

côr que se deseja por meio da anilina. Convem, antes

de executar-se esta sorte, experimentar, para ver si


está em condições; pode-se amassar e estarelar com

facilidade, conforme a gravura indica.

Depois de mostradas as areias nos pratos, pega-se


a quantidade necessaria e
põe-se n'agua; a cera
impede
de entrar a
agua na areia, Com as areias assim prepa-
radas, é facil executar esta sorte.

Prisioneira libertada

Efeito —

Trata-se, como se vê nas gravuras abaixo,


de nos deixarmos prender e de nos libertarmos sem auxilio
26

de terceiros. Atae em uma cadeira uma corda ou bar-


bante, com o
comprimento de um metro, mais ou menos,
de modo que elle faça uma especie de annel, de accordo
com as lettras (A e B) da gravura n. 1. Passae
no barbante um outro do mesmo comprimento (C);
mandae que vos amarrem os dois pulsos (gravura n. 1).
O barbante que vos liga as mãos, tornar-vos-á prisio-
neiro. E” liberteis, cortar a corda
preciso que vos sem

ou a desatar da cadeira.

Descripção. —

Pegae com a mão direita o bar-


bante 4 pelo
e B passae-o meioque separa no intervallo
o vosso pulso esquerdo do bracelete do barbante C,
o cerca. Puxae então o laço da figura n. 2. Quando
que
esse laço o permittir, passae por elle vossa mão esquerda,
e
prompto; estareis liberto completamente, sem que o
barbante atado na cadeira o incommode mais.

O limpador de chaminé, moderno

Sobre uma pá de ferro, colloca-se uma pequena


mistura composta de tres partes de salitre, duas de
=s 7 == '

tartaro e uma de Hor de enxofre. Faz-se ferver esta

mistura na base da chaminé, pois logo que comece a

cahir
ebullição, a mistura. explodindo. fará
a fuligem.
Caso seja necessario, poderá repetir experiencia, sem
a

perigo algum. Este é o


processo moderno para limpar
chaminé. $

Dois venenos uteis

Para que os leitores não ignorem, vou explicar o

seguinte: o sal de cozinha, tão usado no tempero, sendo


necessaria a sua presença em qualquer prato, é com-

posto de dois venenos violentissimos, os acidos hydro-


chlorico e caustico.

Meio pratico para rejuvenecerem


as flores murchas

Quando as flores começarem a murchar, por já


estarem muitos dias n'agua, mergulham-se os seus

caules até o calice, em agua fervendo, e logo que esta


arrefece, as flores, readquirem as vivacidades primitivas.

Vinho surpreza

Em qualquer reunião familiar, quando for ser-

vido o vinho do Porto ou licor, collocam-se entre os

copos ou calices, um ou quantos se quizer que tenham


o tundo falso c as
paredes ocas, contendo um
liquido
colorido qualquer, porém que combine com à cor do
vinho ou licor que for servido na occasião. O resto

do copo ou calice encha-se com


petalas de ro
nu DB =

o momento de servir, o amador se olferece para


distribuir os calices para as senhoritas e demais pre-
sentes, porém quando vae entregar a qualquer se-

nhorita o calice preparado, finge cahir, fazendo a moça

levar um grande susto.

E' esta sorte propria para reuniões familiares.

O segundo olfacto

Efeito. -—

Distinguir entre muitas, uma moeda


escolhida e marcada por um
espectador.
Como começo da sorte, collocamos dentro de um

prato seis moedas. Dizemos então para as pessoas pre-


sentes que apesar de não ser cão de caça, descobrimos
o segredo desta notavel faculdade, provando que uma

vez escolhida uma das seis moedas e marcada para


ser mais tacilmente reconhecida, nós a indicamos. Uma
vez escolhida a moeda, a pessoa que a escolheu pas-
saa de mão em mão, para que todos possam conhe-
cela depois de terminada a sorte; porém, o fim não é

este, e sim aquecer a moeda com o calor das mãos.

pedimos collocar esta, juntamente


Depois
que no
prato,
para
em um chapeu. sacudindo-se bem
com

para
as

misturalas. Introduzindo a mão no


chapeu pegando
uma por uma das moedas, achamos com grande faci-
lidade a moeda marcada pela frinldade das outras

que estavam no prato, e entregamos para os


especta-
dores verilicarem que é a mesma que foi escolhida e

marcada,

99 —

A faca magica

Ejfreito. —

Fazer cahir licor da ponta de uma faca,


completamente secca.

E" muito simples a execução desta sorte, porém


é grande o effeito quando bem executada. Embebe-se
de um licor qualquer um pedaço de esponja, que se

oceulta atraz da orelha. Mostramos as mãos, para que


os espectadores verifiquem que não temos nada empal-
mado, o mesmo fazendo com a faca, que está sem

preparação alguma. Recebendo-a, dizemos aos especta-


dores, todas as vezes que executarmos esta sorte, que
ella é de
magia preta e que ficamos sempre com re-

ceio de alguma feitiçaria, pedindo, pois, que uma

pessoa presente nos venha fazer uma cruz no cotovello.


De certo que nenhum dos presentes se recusará a vir
fazer este pequeno serviço. Approximando-se de nós a

pessoa que se quizer encarregar de fazer essa escon-

juração, dobramos o
braço, que levantamos um
pouco,
apresentando assim o cotovello para a pessoa fazer o

signal, ficando assim a mão ao alcance da orelha; uma

vez feita a cruz, empalma-se a esponja, fazendo-se uma

leve pressão com o cabo, para comprimir a esponja


contra a faca. Ve-se então correr pela lamina da faca
o licor em que a esponja estiver embebida. Colloca-se
então a faca sobre a mesa e procuramos desemba-

raçar-nos da esponja, o mais depressa possivel, pondo-a


no bolso, com o
pretexto de tirar o lenço para limpar
“as mãos.

30 —

O mysterio de uma rosa

lapellaNa do paletot, fazer upparecer uma rosa

inesperadamente. O amador, dirige-se a uma senhorita,


de flores dizendo: Pelo conhecimento
por se tratar
- que
tenho de horticultura, descobri um
processo importante
para as pessoas interessadas.
Vou expor a minha descoberta, para ver se ob-
tenho a approvação geral dos espectadores.
Os instrumentos necessarios são dois somente

esta caixa que contém as sementes e esta varinha ma-

gica para apressar a fecundação. Com o


poder de mi-
nha preciosa varinha,
consegui dispensar a agua e a terra,
os dois elementos principaes para as plantas, não dei-
xando de ter uma certa importancia esta experiencia
*

Supponhamos, que a senhorita deseja uma rosa,

por ser a mais querida do bello sexo. Toma-se uma

semente da caixa e colloca-se na


lapella; fazendo tres

movimentos mysteriosos e com auxilio da minha va-

rinha magica dizemos, um... dois... e tres... Appa-


rece uma linda rosa, que nem bem nasceu, já esta

completamente desabrochada, perfumando este recinto»


Explicação. —A vosa que se faz apparecer na

lapella, é uma Hor artificial, sem haste; passando pelo


centro um fio de retróz preto, com um nó na
ponta
Este mesmo fio atravessa a causa
superior à esquerda
do paletot e depois o
panno, por um ilhoz, amarran

do-se este n'um elastico. O elastico prende-se, em um

botão existente na
perna da calça, um pouco acima
do joelho.
A ros a é colocada por baixo do braço, e quasi
atraz da
espadua esquerda, onde fica retida até a ocea-

sião precisa.
Para fazer apparecer a rosa, segura o amador a

varinha na mão esquerda, batendo com ella na di-


reita dirá as tres palavras sacramentaes um... dois...
etr -
quando disser «tres», bate com a varinha,
para a
esquerda, levantando o
braço por um motivo

qualquer, a rosa é puxada pelo elastico, e vem

collocar-se immediatamente na
lapella.
O amador porém quando for executar esta sorte,
deve trazer a caixa na mão esquerda.
Pode-se executar esta sorte com qualquer flor,
devendo-se porém escolher as que imitarem o
quanto
possivel as naturaes, para ser o effeito maior.

Os dados mathematicos

Efeito. —Jogar dois dados mais de uma vez

sobre a mesa, adivinhar a somma dos pontos de cima


e de baixo, sem fazer pergunta alguma.
sobre dois dados
Execução. —Jogamos a mesa

sommando os pontos deste lance. Tomamos um dos


dados jogados, sommando o total dos pontos do lado
de baixo, juntando-os ao
primeiro lance. Tornamos a

jogar novamente este mesmo dado sobre a mesa,


vemos o total dos pontos que elle marca, incluindo,
na somma que já temos. Sommando agora os pontos
dos dois dados, que se acham sobre a mesa, si addi-
"88 =

cionarmos o numero (7) mentalmente, teremos somma

haviam fornecido.
igual à que as nossas operações nos

Preparação da sorte. —

Uma vez mostrado aos

faz esta delles faz


espectadores como se operação, um a

ás escondidas. retirando-se discretamente. O amador

logo que o espectador se retire, verá o total que deram


os dados, que addicionando mais sete mentalmente,
dirá como sendo o total que espectador
o reuniu nas

tres Variando este numero quasi sempre, só


operações.
temos porém que augmentar sempre o numero sete,
ao total que derem os dois dados no fim.

Prisão inutil

Efeito. —

Mandar amarrar, por qualquer espe-


ctador, os dedos pollegares e libertal-os sem auxilio
extranho.

Deseripção.

O amador munido de barbante ou

fita si a assistencia for na sua maioria senhoras e se-

nhoritas, com 50 centimetros de comprimento, pede


que qualquer pessoa pr ente, amarre os dedos
para
pollegares.
Terminado collocamos mãos de-
este preparati o. as

baixo da mesa, mostrando inmediatamente aos especta-


dores a mão direita livre da esquerda, que se conserva

da O amador então vira-se os


sempre debaixo mesa. para
diz: «Para mostrar meu
poder ma-
espectadores, e o

gico, sempre que me


vejo preso assim, dá-me vontade
de tomar vinho, para saudar o meu carcereiro». Uma
vez tomado o vinho, o amador colloca novamente a
mão direi a debaixo da mesa,
apparecendo ambas as

mãos atadas, como no


principio da sorte. Pedimos então
ao nosso carcereiro, para que nos dê a liberdade, pois
a fita ou barbante estão atados tão forte, que poderão
perturbar a circulação do sangue, causando-nos forte
dór. Servirá este floreado, para que espectadores não
os

percebam simplicidade da sorte.


a Segue-se a explicação.
Preparação da sorte. —Pede-se para amarrarem

o dedo pollegar da mão esquerda, com uma das pontas


da fita ou-
barbante,pedindo porém que dêm nó cégo.
Seguramos a outra ponta da fita entre os dedos indi-
cador e
pollegar da mão direita conservando ambas as

mãos distendidas uns 15 centimetros, mais ou menos.

Passamos depois os quatro dedos da mão direita sobre


o centro da fita, fechando esta mão, colloca-se na mão

esquerda, cuja palma se apoiará nas costas da mão

direita. Depois de bem unidos os dois dedos pollegares


pedimos para atal-os, com um nó cégo bem apertado,
Verifica-se então, que para livrar-se a mão direita, é
necessario somente tirar os quatro dedos desta mão.
do centro da fita, o que passará desapercebido pelos
espectadores, pois à mão esquerda fica encoberta. Para
tornalos a amarrar, é somente necessario collocar a

mão direita de novo na sua primitiva posição. Executada


esta sorte com habilidade, é de grande effeito.

o
charutoespirita
Efeito. —

Fazer um charuto, subir, descer e

executar outros movimentos dentro de um copo, á von-

tade dos espectadore:



84 —

Preparação. —

Para chamar mais attenção, em vez

de copo, collocamos sobre a mesa uma taça de cham-

pagne (esta porém vazia). A um dos espectadores pe-


dimos um charuto, que posto na taça começará a-executar
os movimentos que o amador deseje, dizendo que at-

tribue este phenomeno á nossa grande força magne-


tica. Depois tirando-se o charuto dá-se ao seu dono e

damos a taça para que os espectadores verifiquem que


não encontram nenhuma mystificação.

Execução da
sorte. —

Devemos, em primeiro logar,


“nos achar munidos de um fio de cabello com o com-

primento de 30 ou 50 centimetros, á vontade do amador,


prendendo-se em ambas as extremidades bolinhas de
cera virgem. Collocamos uma das bolinhas sobre o

botão inferior do casaco e outra no botão superior do


lado esquerdo. Emquanto esperamos o charuto, tiramos
a bolinha de cera do botão superior, guardando-a entre
os dedos da mão
esquerda, pegando com essa mão a

taça, na qual pedimos que o espectador colloque o cha-


ruto. Depois de posto o charuto, voltamos para os pre-
sentes e dizemos: «E' verdade, ia me esquecendo de
dar a taça para examinarem», não sendo porém mais
do que um pretexto para o amador tirar o charuto da

taça, pegando-o pela parte superior, collocando-lhe a bola.


de cera. Emquanto examinam a taça, voltamos o cha-
ruto em sentido contrario, collocando-o novamente na

taça. Para fazer o charuto alguns movimentos, ergue-


mos com a maior naturalidade a taça; o fio de cabello
com este pequeno movimento estica-se fazendo com
que o charuto execute alguns movimentos, parecendo
querer sahir da vasilha
Para porém disfarçar, devemos ter a mão direita
um pouco para cima do charuto, que fingimos estar

magnetisado. Depois de se ter feito os movimentos


promeítidos, tomamos o charuto entre pollegar
o e o

indicador, como para mostral-o, sendo porém só para


livralo da bola de cera.

Para que os espectadores fiquem bem convencidos,


que não usamos de nenhum true, daremos o charuto é

a taça para serem novamente examinados.

O mysterio

Maneira pratica para tirar a camisa de qualquer


pessoa, sem despir-se. '

A” primeira vista todos os espectadores julgarão,


que a
pessoa que se presta para esta experiencia está
combinada com o amador. Para sua execução, é ne-

cessario somente ligeireza. A pessoa porém que se

prestar a isto, deve estar vestida com uma camisa bem


tolgada.
Desabotoa-se o collarinho da camisa, em seguida os

punhos, amarrando-se um barbante em uma das casas da

manga esquerda. Passamos a mão nas costas da pessoa,


puxamos a camisa e Yha fazemos passar por cima da

cabeça, depois puxando-a para diante, deixamol-a, sobre


e estomago. Terminada a
primeira operação, passamos
para a mão direita; puxaremos esta manga para fora,
de maneira a fazer sahir o braço de dentro; ficando

86 —

assim a camisa enrodilhada, quer sobre o estomago e

na manga direita; fazemos então uso do barbante, que


já tinhamos amarrado na casa da manga esquerda,
para apanhar a manga que deve ter subido, e para
tirarmos tudo por este lado, finalizando a sorte

O annel de papel

Cortemos uma tira de papel de 1,50 de compri-


mento, por dez
(10) centimetros de largura. Collemos
as duas extremidades, dando porém em uma dellas
uma meia volta.
O tamanho regular do annel de papel assim for-
mado impede que pessoa alguma note o subterfugio.
Entregamos o annel e uma tesoura qualquer
a pessoa
presente e
pergunta-se qual seria a sua opinião, si divi-
dissemos o annel em dois, em seu comprimento. Res-

ponderia immediatamente que ficariam os dois anneis:


Pede-se então a determinada pessoa que queira fazer a

gentileza de executar a
experiencia, e ella ficará muito

admirada, vendo que não ha mais do que um annel,


mas o dobro maior do que primeiro.
o Cortando-se
este annel ao meio, em seu comprimento, teremos dois
anneis enganchados um no outro.

Transformação do assucar em carvão

O assucar, como devem saber todos os leitores, é

composto de carbone e de agua, e a agua é formada pela


combinação de dois gazes, o hydrogenio e o oxygenio.
ais

E' tão grande a affinidade do acido sulfurico pela agua


que, si collocarmos em um copo, agua até o meio e lan-

çarmos nella algumas gottas de acido sulfurico, a com-

binação se opera com tal energia e


rapidez, que o

recipiente aquece as mãos do operador. Esta reacção


chimica é
aproveitada para demonstração por analyse
da composição chimica do assucar. Collocando-se uma

certa quantidade de assucar em pó em um copo, e

sobre elle algumas gottas de acido sulfurico, a agua


do assucar abandona o carbone immediatamente para
se combinar, com o acido, não restando minutos depois
si não uma massa negra no fundo do eopo, de
carvão.

A circumferencia e a bola de papel

bola de
Efeito. —Retirar uma papel do centro
de uma circumferencia, sem passar pelas linhas da
mesma e nem rasgar o
papel no centro.

Este truc, apesar de parecer difficil e de impos-


sivel execução, é muito facil.

Explicação. —

Collocada a bola no centro, o

amador perguntará qualquer


a
pessoa presente si é
'

capaz de fazer. Ninguem consegue fazer, então o

amador executa a sorte que se resume em desviar a

bola do centro, mais para o lado.

N. B. —

Dizem-se estes preambulos todos, justa-


mente para desviar a attenção dos assistentes para a

sorte.
cs RSam
Fazer com que uma agulha fluctue
em um copo d'agua

Efeito —

Todos os leitores devem gaber, que os

metaes, mineraes, corpos duros etc. uma vez introdu-


zidos n'agua submergem logo. Acontecendo porém ao

contrario com os
corpos porosos, como a cortiça, ma-

deira etc. Dirá então o amador aos


assistentes: «apesar
da agulha ser uma peça de aço», com o auxilio de
minha magica,
vara a farei fluctuar n'um copo d'agua.
Colloca-se a
agulha sobre uma folha de papel de
cigarro: logo que o papel molhar-se irá para o fundo
ficando porém a agulha fluctuando.

Andar com os pés nos bolsos

Será possivel? Ha de ser a pergunta geral, dos

queridos leitores que lerem este truc, ou receberem


esta pergunta, de alguem. Dirá o amador: apesar de
não se achar ninguem aqui presente, no mundo da

lua, o enygma é o mais facil possivel para resolver.


Pega-se em um
paletot e collocam-se os pés nos bolsos.
Está portanto resolvida a charada.

Para colorir as violetas de verde,


vermelho e branco

Para se obter esta coloração, é preciso molhar as

violetas e
expor depois, as que se querem colorir de
vermelho ao vapor do gaz acido hydrochloridrico, as

89 —

de côr verde ao do ammonia, e as de branco, sujeitam-se


a acção do chloro.
O mesmo effeito produz mergulhando-se em so-

luções acidas, alcalinas ou chloruretos.

Partir um pau collocado em cima de dois


copos com agua, sem os quebrar nem

derramar o conteúdo

Collocam-se dois copos sobre dois bancos da


mesma altura ou cadeiras, distantes entre si meio ou

um metro. Sobre as bordas dos copos, põe se a ma-

deira, que serve para executar este phenomeno de


inercia.
Batendo-se com toda a força, com um pedaço de
madeira mais grossa, a que se acha sobre as bordas
dos copos quebra-se, sem causar o menor damno aos

copos e nem derramar o seu conteúdo.

Para gravar em relevo a casca


de um ovo

Escolhe-se um ovo de casca


espessa, lava-se bem,
depois de bem limpo dei -se seccar; escreve-se ou

desenha-se em cima com uma


penna nova, com gor-
dura derretida, o que se quizer: em seguida colloca-se
o ovo dentro de uma vasilha com acido sulfurico, de-
luido em agua; tres horas depois, retira-se o ovo é

passa-se em agua fria. O acido ataca o carbonato de


cal da casca do ovo, achardo-se sem acção sobre as

partes de gordura, estas apparecem em relevo.


=

0 ==
Maneira pratica de levantar-se um homem,
com sete dedos apenas

Esta admiração a todas


experiencia causa sempre
de ser de facil execução.
as pessoas presentes, apesar
Pela gravura verifica-se

que basta somente que


todos
aspessoassó que forem executar a

elevação, aspirem em um
tempo, conjunctamente
com a
pessoa que for elevada. Verifica-se pela gravura,
que uma vez que a força seja destruida equitativamente,
não é impraticavel Além
a sua execução. da gravura
=

dl =

presente, pode-se levantar uma pessoa horizontalmente,


por mais gorda que seja mesmo que as pessoas esco-

lhidas para executarem a


experiencia sejam as mais
fracas:

' Tinta sympathica

Com uma solução de sal ammoniaco e agua, gra-


duada à vontade pelo amador, poderá usar com van-

tagem em qualquer occasião, com suecesso.

Meio de obter-se rosas azues

Para obter-se artificialmente rosas azues, collo-


camos o caule da rosa commum (principalmente da
branca), n'uma solução de dez centimetros cubicos de

agua, 2 grammas de salitre e 2 de anilina azul. Em

poucos momentos, ficará a rosa com uma bella colo-


ração azul.

Derreter uma moeda dentro de uma


casca de nóz sem queimal-a

Colloca-se qualquer moeda dentro de uma casca

de nóz, contendo uma mistura de tres partes de ni-


trato de potassio, que se faz seccur em uma colher
de ferro, uma de enxofre moido e tina
parte serragem
de madeira. Accendendo-se esta mistura, tudo se derre-
terá, sem causar o menor prejuizo à casca de nóz, que
se conserva completamente intacta.

42 —

Collocar uma moeda dentro de um copo


e apparecerem duas

Em um copo sem
pé, com agua até o meio,
colloca-se uma moeda de prata. Cobre-se com um prato,
virando-se ao contrario, de maneira que o
prato fique
sobre a mesa e o copo com o fundo para cima. Olhan-
do-se para a moeda, vê-se outra por cima da primeira,
em tamanho menor.

Para tornar um pau incombustivel

Esta experiencia, consiste em dissolver, até á sa-

turação, terra siliciosa, bem lavada e desembaraçada


das materias' extranhas, n'uma -solução de alcali caus-

tico, untando-se a madeira. Esta camada resiste à acção


do ar, da agua e do fogo. Duas vigas assim prepa-
radas e postas sobre um edificio que se incendie, resis-
.

tem á acção do fogo.

Meio seguro para tornar os papeis


incombustiveis

A execução deste maravilhoso processo é de grande


simplicidade. Qualquer papel serve, escripto, pintado
ou limpo; o que é necessario é molhal-o n'uma forte

solução de agua de alumen e fazel-o seccar bem. Po-


de-se, portanto, com facilidade mostrar a efficacia do

processo, pondo o pedaço de papel assim preparado


sobre a luz de uma vela. Ha entretanto, alguns papeis

49 —

que precisam ser embebidos mais tempo de que os

outros. Neste caso é necessario recomeçar a operação


até o
papel ficar bem saturado.

Engulir a luz de uma vela sem

queimar-se

Approxima-se uma vela accesa dos labios e aspi-


ra-se com força; desde logo a chamma penetra na
bocca
sem queimar.
a Este effeito é devido estabelecer-se pela
aspiração, uma corrente de ar, que leva comsigo o calo-
rico para o
corpo, e
impede de se fixar nos labios.

Para tornar successivamente azul e vermelho,


um licor verde, por meio do ar da res-

piração e dar-lhe estas mesmas côres

Cora-se de verde, a tintura de violetas, por meio


de uma pequena quantidade de ammonia ou outro

qualquer alcali, fazendo-se passar em seguida por meio


de um tubo, o ar da respiração. Em pouco tempo o

licor passará a azul, e em seguida a vermelho.


Podem-se-lhe tornar a dar as mesmas côres por
quantidade successiva de aleuli. Nesta experiencia o
gaz acido carbonico, que é produzido pela respiração,
neutraliza o alcali e restabelece assim a côr azul: uma

nova dóse de acido torna o licor vermelho. O alcali

que se junta de novo restabelece a côr azul, neutrali-


«ando o acido, e o toma verde, quando é em excesso.
mm

Bd! es

Côr azul mysteriosa

Dissolvendo-se limalha de cobre em ammonia,


temos uma côr azul. Collocada n'um vidro aberto ella

apparecerá, quantas vezes se queira. Este pheno-


meno é produzido pelo ar.

Derreter uma moeda de prata na

palma da mão

Esconde-se mistura li-


na mão esquerda uma
de
malha de chumbo com azougue. Pede-se uma moeda
a qualquer pessoa presente, que com o dedo pollegar
e o index da mão direita, finge-se que se introduziu
na mão esquerda, quando na realidade, empalma-se,
fazendo-a escorregar pela manga a dentro. Apertando
com fo) a mão esquerda, a
amalgama de azougue e

chumbo derrete-se com o calor da mão e cahe no chão:

parecendo aos assistentes ter derretido a moeda.

Apanha-se a amalgama do chão, e


fingindo-se
que se torna a collocar na mão, deixa-se cahir a moeda
da manga, apresenta-se ao publico dizendo ter readqui-
Convem
rido o seu
estado primitivo. primeiro exercitar-

.
se bem, na empalmação (Vide empalmações de moedas
na secção competente) para que o effeito seja maior.

Mudar uma moeda de prata em cobre


e vice-versa

Limam-se uma das faces de duas moedas, uma de


outra de cobre, porém devem ser ambas de
prata e
ad

tamanho igual, grudando-as em seguida. Pela maneira


que se executam os movimentos da mão, dá a ilusão

perfeita da mudança referida.

Sorvete magico

Efeito —O amador apresenta aos espectadores


imme-
dois copos com agua que, misturados, formam
diatamente um sorvete de limão. Em seguida, e à

vontade dos espectadores, elle irá se transformando


em sorvete de creme, de morango, de chocolate e para
terminar transforma em-um punch, com fogo.
desta
Preparação —Para a execução sorte pre-
para-se uma solução bem concentrada de sal amargo
e agua, em
partes iguaes, deixando assentar bem. Tem-
se um copo até o meio, desta solução e outro

igualmente até o meio, de alcool rectificado a 42

graus. Sobre a mesa tereis tambem por m bem dissi-

muladas, em montes separados, umas pitadas de ni-


lina em pó fino, amarella,
bem vermelha e preta.
Execução. Apresentam-se dois

copos, que sendo


“de liquidos incolôr, os espectadores julgam agua ser

crystalina. Dizendo que ides fazer este


liquido trans-
formar-se em sorvete de limão; parecerá, á primeira

vista impossivel porém com auxilio da boa estrella,


verão ser cousa facilima. Pega-se no copo que contém
o alcool e vae-se derramando sobre o
copo que contém a

solução de sal amargo, porém em pequenas quanti-


dades; mexe-se ao mesmo tempo com uma colher.
Estes dois liquidos não tardarão a formar um precipitado
=46—

parecido com o sorvete, Emquanto se mostra ao publico


o sorvete magico, deixa-se pousar a colher na anilina
amarella que ao retomal-a para mexer novamente pro-
duzirá uma côr parecida com o creme. Torna-se a
pousar
a colher na anilina vermelha, para produzir depois o

sorvete de morango e em seguida na anilina preta


para formar o chocolate.

Para finalizar direis que ides preparar um punch,


para o
que é sulficiente chegarlhe um phosphoro
acceso para que se enflamme, devido ao alcool que
contém

Maneira facil de se sentar sem

cadeira

A titulo de curiosidade, publico a gravura abaixo,


que representa um
grupo de collegiaes que depois de
haverem-se divertido bastante, cançados e sem cadeiras
para sentarem-se, arranjaram esta maneira original de
descançarem sentados sem cadeiras, como se vê na

gravura que segue.

Parecerá á primeira vista ser uma cousa impos-


sivel, mas pela gravura se verifica o contrario. Este
divertimento é muito bonito e interessante, porém só
sendo executado por grande numero de pessoas, taes

como collegiaes, clubs, militares, etc. Para se desfazer

porém o circulo, é necessario que todas as pessoas se

levantem n'um só tempo, pois se assim não for feito,


os restantes cahirão.
==id==
"

elle frequentemente usado, segundo conta Tis-


sandier, na revista La Nature, pelos soldados francez
quando destacados para a Africa, devido a ser o solo

muito alagadiço. Quando elles se encontram em terra


firme sentam-se da maneira excentrica como se vê

gravura acima.

Ovo ardente

Toma-se um ovo, vi -se e enche-se de cal viva


e
camphora em partes iguaes e colloca-se dentro de
uma vasilha com agua; em seguida sahirão chammas
do ovo.
scr

fifios

A serpente artificial

Experiencia propria para a época de São João e


que se pode fabricar com a maior facilidade. Mistura-
se o
sulfucyanureto de potassio n'uma solução de ni-
Es ÃO
poa;

trato acido de mercurio. Obtemos m uma


parte
branca, que se torna consistente, juntando-lhe um pouco
de gomma arabica liquida. Com essa massa envolvemos
em forma eylindrica, de um centimetro mais ou menos

de altura.
Obteremos como se vê na gravura que acompanha,
um effeito belissimo; bastará collocar-se um pedaço deste
sobre a mesa ou pires, accender-lhe com phosphoro,
teremos o
que denominam a serpente de Pharaó.

Fumar á distancia

Ejteito —

De um
copo completamente va rio, fazer
apparecer certa quantidade de fumo.

Descripção. —Colloca com antecedencia, uma

pequena quantidade de acido chloridrico n'um copos


4
e

10 cus

humedecendo-se ligeiramente um pires que vae servir


de tampa, com ammoniaco, só se collocando
—este
no momento em que for realizar a sorte; para que
o etteito, porém, seja maior se cobrirá com um lenço
ou guardanapo. Terminado este preparativo, pede-se
um cigarro ou um charuto, dizendo-se que de um

canto da sala, soltando um ou dois boccados de


fumaça, ella irá apparecer copo. dentro do De facto
tirando-se o lenço do copo, apparecerá elle cheio de

tumaça semelhante ú do fumo, produzida pelo contacto


dos dois acidos o chlorydato de ammoniaco. E" de

simples execução. e de grande effeito.

Annel constante e inconstante


,

Mergulha-se um fio de linha crua de comprimento


regular, em uma colher de sopa de agua distillada e

um pouco de sal de cozinha; deixa-se um dia inteiro

mergulhado o fio, tira-se deixando secar. Em qualquer


reunião o amador pedirá nos convidados, dois anneis,
declarando que em um delles se encontra a inconstancia
e no outro a constancia. Para isso trago commigo dois
fios que confirmarão a minha opinião. Em seguida en-

fiamos um annel em cada fio. Amarrados os fios


horizontalmente em duas cadeiras, o amador com um

phosphoro queimará um fio de cada vez. O fio

preparado queima-se sem que deixe cahir o annel, o

mesmo porém não acontecendo com o fio não prepa-


rado, que uma vez
queimado, o annel cahirá logo.
=

Bd es
Tirar uma moeda de dentro de um copo
sem se molhar os dedos

Colloca-se uma moeda dentro de um


copo ou

uma vasilha qualquer enche-se em seguida, de agua.


Convida-se qualquer dos presentes para retirar a moeda
do interior agua, da sem Ninguem molhar os dedos.
poderá executar,
a fazendo-a, porém, o amador com a

maior facilidade, introduzindo no


copo, um pouco de
lycopodio (que se encontra em qualquer drogaria ou
pharmacia). Introduzindo-se a mão para retirar-se as

moeda, o pó gruda na pelle, avitando assim molhar


os dedos, sentindo-se entretanto a friagem da agua.

Equilibrio do ovo

Efeito. — Fazer com que um ovo se conserve

em pé na
parte mais aguda sem o
quebrar. No fim
de um jantar em que estejam reunidas pessoas conhe-

cidas, procuramos puxar a conversa para a descoberta


da America e o seu descobridor Christovam Colombo.
Quando for occasião opportuna então faremos uma

aposta á toda a assistencia, qual será capaz de


collocar um ovo em pé, na parte mais aguda. Natu-
ralmente ninguem quererá apostar. Então o amador,
procurando dar tempo, conversando sobre outros as-

sumptos, para poder sacudir o ovo de maneira que a

pellicula interna da clara se misture com a gemma,


cujo liquido equilibrando-se internamente, faz com que
o ovo conserve-se em pé.

5 —

Procurar uma folha de papel

Egito. —

Propormos a uma pessoa collocar uma

folha de papel branco em logar bem visivel, sem que


esteja oceulto e ao alcance da sua mão, que ella não

achará,
Descripção. —

Acceita a
proposta, pedimos para
a pessoa se retirar da sala, desafiando que ella encontre

o papel, quando voltar à mesma. Colloca-se um papel


branco no
peitilho da camisa, de maneira que duas
das extremidades fiquem sob a gravata, fazendo-se
tambem passar os botões por pequenos buracos feitos,
em logares proprios. Terminados os preparativos, cha-
mamos a pessoa para a sala. Todos os presentes se

divertirão, por verem frustrados os esforços empre-


gados pela pessoa para encontrar o papel. Depois de

passado algum tempo, mostramos á assistencia onde


achará o papel.
Bala de sebo

Carregando-se uma espingarda com um toco de


vela, em vez de bala de chumbo, fazendo-se pontaria
para qualquer taboa, o toco de vela furará a taboa,
como se fosse de chumbo.

Rosa feiticeira

Etteito. — Colher algumas rosas vermelhas e trans-


formal-as em brancas, sem preparativo algum.
Desecripção. —

Colhe-se uma certa quantidade de


rosas vermelhas; collocando-se no fogo uma quantidade

58 —

regular de enxofre o €
pondo as rosas uma de cada
ver. às chammas do enxofre, ellas ficarão brancas. Em
seguida o amador introduz todas na agua fria, distri-
buindo-as logo nos vasos que tiverem na sala; porém,
as rosas devem ser collocadas de maneira que fiquem
mergulhadas só até o caule.
Este preparativo deve ser feito (4) quatro horas
antes de se executar esta sorte. Chegada a occasião
de se executal-a, mostra-se à assistencia os vasos; con-

têm rosas brancas colhidas do seu jardim, porém


como não desejo aborrecer os presentes, vou fazer
outras sortes deixando as rosas brancas enfeitando esta
sala. Passada uma hora, o amador volta-se para os

vasos onde estão as rosas, fingindo-se assustado, ver

fica que as rosas branc mysteriosamente


s, mudaram
de côr, não podendo culpar ninguem, dirige-se à as-
sistencia dizendo: «Com certeza foi algum magico, que

operou este milagre».

Processo pratico para tirar nodoas


negras em desenhos, etc.

Toma-se agua oxygenada, carregada 8 ou 9 vezes

o seu volume de oxygenio, applicada com um pincel


sobre as nodoas, estas desapparecerão em dois minutos

Transfiguração

Em uma reunião de amigos, resolve-se pregar


um susto. Preparamos em um pires um decilitro de

54 —

espirito de vinho, misturado com duas colheres de sal


de cozinha e uma pitada de açafrão. Apagando-se
todas as luzes, accende-se a mistura. Todos os pre-
sentes, momentos depois de accesas novamente as luzes,

apresentarão os r tos com apparencia cadaverica,

Champagne artificial

E" esta uma


experiencia que produzirá grande
effeito e impressão em todos que a ella assistam, de
vendo porém o amador executal-a com toda a pru”
dencia para que ninguem suspeite do subterfugio em-

pregado. Escava-se uma rolha, de garrafa de cham-


pagne, deixando porém na
parte externa certa espes-
sura de cortiça. Na escavação feita, que deve ficar na

“*parte intemna do gargalo da garrata, colloca-se um

pouco de acido tartarico pulverizado: fechamos logo a

abertura com um circulo de papel, collado com gomma


arabica. Pegamos então n'uma garrafa bem solida, a

qual enchemos de agua ou vinho branco para a sur-

preza ser mais agradavel, na qual dissolvemos, 4

grammas de bicarbonato de soda (sal de Vichy) e 20

grammas de assucar finissimo, lançando sobre isto um

calice de bom cognac. Arrolhamos em


seguida a
gar-
rafa com a rolha já preparada, passando um fio de
arame ou barbante bem forte. Isto feito, provamos
ser capaz de fabricar instantaneamente champagne
(depois de mostrar-se que a garrafa não contém nada
mais que agua pura ou vinho branco) é bastante in-
clinarmos um pouco a garrafa, para que o conteúdo,

55 —

molhe o
papel que oceulta o acido fartarico pulve
«ado, este dissolve-se [ormando no contacto do bicar-
bonato de soda o acido carbonico. Como o volume de
gaz assim produzido ultrapassa o do conteúdo, o acido
dissolve-se no vinho e o saturio dá-lhe o
picante e o

espumoso do champagne natural. Cortamos a rolha,


esta saltará até o tecto, expulsa pela pressão e nós

podemos oferecer aos assistentes uma taça de cham-


*

pagne.

Mascara original

E" um true que tem varias applicações na


pres-
tidigitação. Tomamos seis partes de azeite e uma parte
de phosphoro
e
amassamos isto com areia. Obtemos
assim uma solução com a qual podemos esfregar im-

punemente no rosto e nas mãos, ainda que seja como

se sabe, o
phosphoro um violento veneno. Uma vez

terminada esta operação, nos dirigimos para um


logar
escuro; o rosto apparecerá coberto de chammas azu-

ladas e lividas, no meio das quaes os olhos e os labios

apparecer; o com manchas negra:

Dilatabilidade dos solidos

Toma-se uma argola de ferro, qual entre


na

justamente uma bola do mesmo metal; aquecendo-se


esta ultima, collocada novamente na argola não poderá
passar, por ter augmentado de volume. Só depois de
Ê

esfriar é que poderá passar na argola.



56 —

Mergulhar a mão no chumbo fundido


sem se queimar

Derrete-se o chumbo numa capsula de ferro e

mergulha-se a mão ou o dedo antes de todo o metal


estar derretido. Tem-se já visto que o calorico tem a

posse em equilibrio com o todos os corpos. Ora, na fusão


de accumular moleculas fundidas, di-
em logar se nas

rige-se para as que o não estão ainda 8 rouba-lhes o

calor. Nota-se desta maneira, que não se" poderia, sem

grande perigo, tentar a mesma experi ncia quando o

metal, estivesse completamente fundido

Poder absorvente dos corpos o calorico

Os corpos que têm maior poder radiante, têm

tambem maior poder absorvente.

Exemplo —

Collocando-se dois pedaços de gelo, um

em um
pedaço de panno branco e outro em um panno
preto, o gelo que derrete primeiro, será o
que estiver
collocado no
panno preto.

Equilibrio com o jogo de dominós

Com um pouco de paciencia e em uma mesa per-


feitamente horizontal, consegue-se com todas as
pedras
do jogo de dominós, equilibrar-se passando ao mesmo

tempo uns minutos distrahidos.


57 —

Deve-se principiar formando a base horizontal,


só collocando 'a
pedra que apoia as restantes depois
de tudo construido.

Para fazer um bebedor deixar de beber

Convida-se qualquer nosso amigo, emerito bebedor,


a esvaziar algumas garrafas de bom vinho, o que elle
não deixará de neceitar. Mas de antemão passamos pelos
bordos do seu
copo, uma pequena quantidade de colo-

58—
quintida. Applicada esta
substancia, será
completamente
impossivel o ne o
amigo beber, emquanto nós vamos

bebendo tranquil mente.

Vulcão artificial

Prepara-se uma massa com 30 libras de enxofre


em
pó, outra quantidade de agua. Enterra-se esta
mistura a dois pés de profundidade; passadas mais ou

menos 15 horas, forma-se um vulcão semelhante ao

verdadeiro.

Ilusão'de optica
A titulo de curiosidade publico a
gr vura abaixo,
pela originalidade do arranjo das circumferencias reu-

nida , que com


pequeno movimento circulatorio das
mãos, tem- »
a illusão perfeita que giram entre si as
circumferencias.
ssUBO amas

Explica-se perfeitamente este phenomeno, da re-

tina dos olhos conservar as figuras por certo espaço


de tempo.

Erguer uma garrafa com uma palha


Escolhendo-se uma palha forte, dobrando-se a dez
centimetros da extremidade e introduzindo a pequena

parte dobrada dentro de uma garrafa, puxando pela


extremidade, que fica fora, conforme a
gravura que
acompanha, conseguimos erguer a garrafa.

60 —

A cruz e as bolas de pão

Apostamos com qualquer pessoa presente, que


não é capaz de fazer uma cruz, com tres bolas de
miolo de pão. Depois de muitos esforços inuteis das

pessoas que nos ouvem (porque com effeito, é impos-


sivel fazer uma cruz com tres bolas de pão) agarramos
nellas '

e traçamos uma cruz na mesa.

Resistencia do ar

Colloca-se um pedaço de taboa fina, de 15 centi-


metros de largura e meio metro de comprimento, em

cima de uma mesa, mas de maneira que fique para


fora um palmo de taboa. Depois de terminado este

preparativo, o amador fará uma aposta com


qualquer
pessoa presente, que colocado um jornal estendido
sobre a taboa ella não cahirá. Estendido o jornal sobre
a taboa alisa-se o mais possivel, para tirar o ar e

juntal.o bem á mesa. Depois de feito este arranjo por


violenta que seja a batida a taboa não cahi

Expor um fio de linha á chamma


sem o queimar

Pegae um fio de linha ou canhamo, embrulhae


com elle uma pedra bem lisa exponde
e á flamma de
uma vela, que o fio não se queimará.

61 —

As bodas de Caná

Tomam-se duas garrafas transparentes cheias de

agua. Em cada uma delas deita-se uma


pequena quan-
tidade de salicilato de soda e em uma só deitam-se

algumas gotas de perochtoreto de ferro. Esta ultima

garrafa tomará uma cor semelhante ao vinho e a pri-


meira conserva-se transparente como se fosse agua.
Por outro lado, tomam»: se dois copos. Em um delles
deita-se uma ou duas gottas de perochloreto de ferro.
E no segundo um
pouco de acido sulfurico. Derra-
mando-se o
liquido transparente da garrafa, no
copo
contendo perochloreto ' de ferro, transformê rapida-
mente em vinho e derramando o
liquido da garrafa
que apparenta o vinho, no copo contendo acido sulfu-
rico transforma-se em agua
Pode-se tambem tomando-se a gay afa que contém

agua, encher o
primeiro copo que sahir: vinho. To-
mando-se depois este copo e virando-o para o segundo
o
liquido volta a ser agua.

Ovo que corre

Introduzindo-se um grilo n'um ovo vazio, fe-


chando-se em
seguida a abertura com cera, collocan-
do-se à noite proximo à luz sobre à mesa, o grillo di-
vigi seú logo para a claridade, obrig: ndo com o seu

peso 0 ovo à rolar naquella direcção.


N.B. —
O Grillo deve ser encerrado no ovo mi-
nutos antes da experiencia.

602 —

Ilusão no tocar

Collocados os dedos médio e indicador da mão

direita, na
posição da gravura

sobre uma bola de miolo de pão, fazendo-se um


pe-
queno movimiento giratorio, tem-se a
completa ilusão
o

que se tem duas e'não uma bola.


6 —

Fazer passar um ovo de um copo


para o outro

de vantagem se obser wr
que o
gaz,
ainda que invisivel como incolor, como o ar, pode
exercer algumas acções mechu sensíveis, desde

que ellas sejam animadas de movimentos rapidos. A


natureza nos olferece numerosos exemplos, quando a
a

atmosphera está em movimento e O ar. Soprando-se


toda força dentro de um copo de
portanto com a

al que contenha um ovo. conforme a gravura,


á

pa este para o segundo copo.


Com dextreza e um com toda a
força dos
sopro
pulmões não é impossivel. de accordo com a corrente
de
desenvolvida pelo ar, fazer passar um ovo um
copo
para outro. Um sopro forte sem tomar a respiração é
bastante.

Pão endiabrado

Toma-se um pão fres o não muito cozido, fura-


se em um dos lados, e por ahi introduz-se um pouco
de azougue vivo; tapa-se a abertura e
aquece-se bem

o
pão; aperas quente o
p o começará a saltar, não
sendo possivel contel-o.

O ovo transformista
Modo de fazer um ovo passar por dentro
de um annel

Colloca-se um ovo dentro de uma vasilha con-

tendo certa quantidade vinagre de branco bem forte;


passados alguns minutos o ovo estará tão flexivel e

a casca elastica, que com facilidade passará pelo ammel,


seja qual for o diametro. (O) mesmo se pode fazer
com o ovo em uma garrata brahca. Uma vez collo-
cado o ovo, põe-se um pouco de agua fria retomando
o ovo a sua forma primitiva.
=

65

Os confeitos e os chapeus

Pega-se tres confeitos e tres chapeus collocando-


se sobre uma mesa. O amador come os confeitos e

aposta com qualquer das pessoas presentes que é capaz


de fazer apparecer os tres confeitos debaixo de qual-
quer dos tres chapeus. Acceita a aposta por um dos

espectadores, o amador pega em um dos chapeus e


fingindo pensar para arranjar o meio de fazer
surgir
os confeitos, põe o chapeu na cabeça e diz: está ganha
a aposta, pois o
chapeu está por cima dos confeitos,
visto estes estarem no meu estomago.

A garrafa infernal

Para esta experiencia convem procurar o amador


uma garrafa preta ordinaria, porém que seja bem
grossa e resistente, e que esteja em perfeito estado.
Collocando-se dentro della uma mistura de meio litro

de-agua commum, 90 grammas de limalha de ferro e

60 grammas de oleo de vetriolo, uma vez arrolhada ella,


aquece-se, tirando a tampa e pondo um pedaço de papel
acceso na bocca, se ouvirá um estrondo semelhante ao

tiro de uma espingarda. Arrolhando-se novamente, po-


de-se repetir esta experiencia, quantas vezes se quizer.

A garrafa de Satanaz

Manda-se fabricar uma garrafa de folha, com

pequena repartição interna em forma cylindrica que


« 5
66 —

hindo do fundo, va até o gargalo. No tundo deste

compartimento faz-se um furo, que combine perfeita-


mente com outro furo feito na mesa. Quando se executar

esta sorte, enchemos a garrafa de vinho do Porto;


depois de servir algumas pessoas presentes, colloca-se
novamente sobre a mesa, justamente em correspon-
dencia com o buraco existente na mes +
para poder
um nosso ajudante collocar uma mechasinha de pol-
vora oecultamente. Lançando-se fogo parecerá que as

chammas sahem do interior da garrafa. Uma vez

extincta a labareda, podemos commodamente acabar de


servir os nossos convidados, estando certos que alguns
dedo de Satanaz meio.
recusarão, . pois julgam ter no

Esta sorte feita com todo o cuidado e execução,


produz sempre um lindo cffeito.

Uma sessão de telepathia

Em presença da habilidade dos magicos modernos,


o
segredo das correspondencias parece estar bem
exposto. E” sufficiente passar sobre a testa uma carta

fechada, para conhecer o seu conteúdo... Doze cartas


serão lidas antes de as abrir.
Em uma bandeja preparae se
lapis, seis enve-

loppes e seis papel. Convidam-se


pedaços de
seis espe-
ctadores a
escreveralgumas
palavras ou perguntas, soli-
citando que a lettra seja o mais legivel possivel, do-
brem e uma vez collocados nos enveloppes, fechem.
Deve-se, porém, combinar previamente com qualquer
espectador, para que vos diga o
que tenciona escrever,
=

67 =

pedindo-lhe que faça um


pequeno signal, mesmo com

a unha, para poderdes conhecer no meio dos outros.

Reunidos todos os
enveloppes em uma bandeja, pegae
um qualquer, menos o que está marcado, esse re-

servae-o para o fim. Chegou o momento de tomar um

ar inspirado. Passae lentamente a carta pela testa.

Suppondo que o espectador com quem se combinou


escreveu: «O que é a magia?» responderei « magia
a é
a arte de enganar aos espertos», e ao mesmo tempo
*
dirá:« Vou versi li bem».
Abre o
enveloppe e lê baixo, como para veri-
ficar si se enganou, retendo de memoria o que effec-
tivamente esteja escripto no papel. Pega-se no segundo
enveloppe, passa-o pela testa sem o abrir e diz em

voz alta o
que tinha lido no primeiro e assim até

chegar no ultimo, que é a chave do mysterio. Dizendo

sempre o que tem lido no enveloppe antecedente, e

que depois de dizer o conteúdo abre-se sempre e com

pretexto de ver, si enganou-se.


Finalizando, misturam-se todos
papeis na ban- os

deja e pede-se para que os espectadores verifiquem e

se convençam que as respostas foram realmente justas.

Apparição de tres estigmas na mão

E' a presente sorte de uma simplicidade extraor-


dinaria, mas que produz um. grande effeito.
Efeito. —

Fazer tres pequenos riscos sobre uma

mesa, qualquer espectador dando tres pancadas sobre


a mesa, faz apparecer os riscos na palma da mão.
=

Bis
Deseripção. Sobre uma mesa pede-se a qualquer

pessoa presente para traçar tres pequenos riscos sobre


ella. Depois de mostrar a palma da mão aos presentes,
para verificarem que não tem signal algum, collocan-
do-se a mão por baixo da mesa, recommendando para
que batam tres vezes sobre os traços. Uma vez assim

praticado, mostra-se a mão, verificando todos os pre-


sentes que os traços passaram para a
palma da mão.

O truc está em antes de principiar a sorte fazer


tres riscos de giz, sobre as unhas, dos dedos indicador,
medio e annular da mão direita, pois no momento

que a
pessoapancadas der
mesa, as tres na fecham-se
os tres dedos
palma da mão, fazendo forte
na pressão,
para que os riscos fiquem bem visiveis, pois este ma-

nejo ninguem pode perceber, visto a mão estar occulta

pela mesa.

O dedal magico

Efeito. —

Tendo um dedal no indicador da mão

direita, finge-se passalo para a mão esquerda aberta.


Fecha-se esta e retira-se 'o indicador sem o dedal, acre-

ditando os espectadores que elle tenha ficado na mão

esquerda, porém o amador, abre esta, para verificarem


que tambem não está nesta mão.

Eccplicação. —

No momento de fechar a mão

esquerda, todos os dedos da


mão direita, estando cur-

vados com excepção do indicador, curva-se rapida-


mente este, de modo a levar a ponta delle e o dedal

para o interior da mão direita. Pode-se então facilmente


ecolôbica

deixalo sem que espectador perceba


o entre a base
carnuda do dedo pollegar e o indicador. O dedal ficará
ahi preso, com' uma pequena contração que se deve
fazer com esses dois dedos. Comprehende-se então, que
é facil retirar o dedo, abrir-se a mão esquerda e mos-

trar que o dedal desappareceu. Pode-se tambem pro-


duzir a operação inversa. Envolver o dedo com a mão

esquerda, retirar este e mostrar que o dedal voltou

para o seu logar, o que se


consegue curvando o dedo
n'um movimento brusco de passar
antes a mão nelle,
o que deve passar desapercebido. Esta sorte bem exer-

citada, é uma das mais curiosas e que se pode classi-


ficar como jogo de dextreza, o que aliás não passa de
uma pequena mystificação.

Para predizer o futuro

Pega-se uma folha de papel de seda verde e uma

amarela, colloca-se uma na outra, formando uma ban-


deirinha, qual pinta-se em grandes caracteres
na um
numero qualquer, por exemplo: 28691. Por outro lado,
arranja-se um pedaço de papel grosso, e nelle escre-

ve-se a lapis, 3 parcellas com 4 algarismos cada uma,


as quaes dêm forçosamente o numero escripto na ban-
deira, por exemplo:
9865
9943
ses
Tendo isto preparado faz-se uma bolinha da ban-
deira, que se tem occulta na manga esquerda, na oc-

casião de dirigir-se aos espectadores. Mostra e dá para


maTOsue
examinarem os dois pedaços de papel de seda das
mesmas côres da bandeira e fazendo-se uma bolinha
dos mesmos, escamoteia-se
pegando preparada que
e na

se achava occulta, dá-se


qualquer espectadorpara
guardar. Pega-sé depois no papel contendo os 3 nu-

meros, e
apresenta-se elle sobre uma bandeja com a

parte branca para cima, para que tres espectadores


escrevam nmnelle tres numeros com quatro algarismos
cada dá-se um
um. Depois a outro espectador para som-
mal-o, nomeando o total em voz alta. Porém, no mo-

mento de pedir à quarta pessoa


se para fazer a somma

total, o amador, pretextando qualquer cousa vira do lado


em que já estavam escriptos os numeros de antemão.
Uma vez nomeada a somma total, pede-se para a pessoa
que tem a bola guardada na mão para abrir a bo-
linha, verificando com espanto geral que tem os mesmos

numeros e o total.

Copo diabolico

Efeito. —

Esta sorte physica, consiste, em fazer

apparecer ou desapparecer uma. moeda de 100 réis,


em baixo de um
copo, produzindo sempre um grande
effeito nos assistentes, e é muito facil a suã execução.
Descripção. —

Pega-se um copo e passa-se na bei-


rada uma boa colla ou gomma arabica, colla-se nelle
um quadrado de papel de côr lisa, rosa por exemplo,
ou azul, verde, branco, ete., pois não é a côr do papel
que irá prejudicar ou dar maior effeito á sorte; logo
que esteja secco recortam-se as bordas do papel que
meios

tenha ficado para fora, de modo que o copo fique tapado


com a rodella de papel. Sobre a mesa que se vae rea-

lizar a sorte, coloca-se uma folha de papel da mesma

côr da que está collocada no copo, e


põe-se este sobre
a folha de
papel com a bocca para, baixo. Mostra-se
aos espectadores uma moeda, qual joga-se na folha
a

do papel, Cobre-se o copo o lenço e pegando-se


com

nelle cobre-se a moeda. Ao retirar o lenço, chama-se


a attenção dos assistentes que a moeda desappareceu.
Esta maneira mais sorte.
é a pratica de executar esta

Transmutação assombrosa

O amador avança para o auditorio, com


duas chi-
caras, que dá aos espectadores para examinar. Apre-
senta, em seguida, duas caixas ou latas tendo cada
uma de 15 a 25 centimetros sobre 10 ou 15 de al-
tura. Uma contém f o branco e a outra feijão preto.
Alem das duas chicaras acima, temos mais duas bem

iguaes, quaes as encheremos um pouco acima do meio


de feijão preto e a outra com feijão branco, na mesma

proporção.
Tomamos uma das chicaras examinadas e intro-
duzimos na caixa de
feijão branco, deixando a pri-
meira, trazendo a segunda chicara preparada que estava
mettida caixa: na O mesmo fazemos na caixa de feijão
preto. Tiradas as chicaras preparadas cobrimos logo,
com os pires, que devem ficar virados para ar. Viradas
as chicaras sobre pires
os uma de cada vez o que se

faz facilmente segurando-as na mão direita e assen-


tando a esquerda sobre o pires. Levantando-se as chi-

caras, os assistentes verificarão, que a transmutação


operou-se mysteriosamente, porque a camada superior
sendo diminuta, ficará coberta pela camada inferior

que é abundante.

Dados que trocam de pontos

Efeito. —

Tomando-se dois dados communs entre


o indicador e o
pollegar, faz-se os
pontos de cima mu-

darem para baixo e os deste lado para aquelle. Pode-


se tambem, querendo, fazer mudar só os pontos de
um lado, conservando os outros lados.

Para se obter este optimo resultado, collocam-se


os dados reunidos sobre a mesa mas de maneira que
as suas faces superiores marquem dois e tres, as do
lado direito marquem tambem dois e tres, as do lado
esquerdo marquem quatro e cinco e finalmente a face
do dado que está sobre a mesa, tambem quatro e cinco.
Postos os dados nesta posição, levantam-se segurando-os
com os dedos pollegar e o indicador da mão direita.
Desta forma ficam expostos, dois e tres por cima e

quatro e cinco por baixo. As outras faces preparadas,


que representam dois e tres, quatro e cinco, ficam
encobertas, primeiras
as com o dedo indicador e as

segundas pelo pollegar. Para se obter as mudanças


precisas, basta rolar nos dedos um quarto de volta aos

dados, no acto de virar a mão, para mostrar os pontos


de baixo ou de cima. Este manejo consegue-se facil-
mente, logo que o amador acompanhe esta explicação,
munido de dois dados.
N. dá dados
B.—
O quarto de volta que se aos

fica
(na occasião opportuna) é imperceptivel, porque,
encoberto pelo movimento que se dá à mão, quando
dados
se mostram os aos espectadores. -
Papel phantastico para cigarros

Em primeiro logar mune-se de uma tolha de

papel para cigarro, 2.º) Amarrota-se ella e faz-se uma

bolinha o menor possivel. 3.º) Conserva-se esta bolinha


oceulta entre os dedos da mão esquerda.
Descripção da sorte. Dirigindo-nos aos assistentes, —

pedimos uma tolha de papel para cigarro, fazendo-lhe


notar que o achamos de boa qualidade e ao mesmo tempo,
o amador rasga o papel, como que por descuido, par-
tindo-o em seguida em quatro ou oito pedaços, dizendo
o amador aos assistentes, que com o auxilio de uma

magnifica colla em seu poder, vae concertar o damno


causado. Não mais do que friccional-o nossos
temos em

dedos, fazendo uma bolinha substituindo-se esta pela


folha inteira, que temos occulta. Com o
pretexto depois
de tirar a colla da algibeira, leva-se nesta, occasião a

bolinha rasgada, desembaraçando-se della. Em seguida


ee pá
com muito cuidado, vae-se desembrulhando a folha
de papel que se mostra espectadores,
aos se conforme
tinha promettido, apresentando-se a bola completamente
concertada.

Os espertos logrados

Efeito. —

Collocar alguns anmneis, que são empres-


tados duas fitas, pedindo á dois
pelos espectadores, em

dos presentes que segurem nas extremidades, para


amador tirar amneis, tocar extre-
depois o os sem nas

midades, entregalos
e novamente aos seus donos.

Descripção. — Parece á primeira vista ser isto


uma cousa impossivel, porém, com a descripção abaixo,
os queridos leitores verão que não passa de um truc

simples. Dobra-se dois barbantes iguaes, ou fitas, bem


resistentes, de mameira, porém, que as suas extre-

midades se encontrem, atando os dois barbantes ou

fitas com um fio de retroz bem frato (devidamente pre-


parado), pedindo então a duas das pessoas presentes
das extremidades das fitas.
que segurem cada uma

E" deste momento em diante que se começa a

executar o truc, pois julgam as pessoas que seguram


as duas extremidades das duas fitas, quando, de facto,

seguram somente a extremidade de uma só fita. Não


devem essas pessoas ficar longe uma da outra, nem

puxar os barbantes ou fitas, pois pode acontecer ar-

rebentar-se o fio e cahirem no chão os anneis. Para

que se fique mais seguro da sorte, pede-se o barbante


ou a fita, dando-lhe uma laçada, trocando o amador
nas

as extremidades, que cada um segura, não são as extre-

midades dos dois barbantes que seguram, mas sim de


um só. Cobre-se então a laçada com um lenço para.
que os
espectadores não fiquem conhecendo o truc;
rebenta-se o retroz e entrega-se os anneis a seus donos,
ficando então as duas pessoas que seguram as extre-

midades espantadas por não saberem explicar, como

e por onde sahiram os anneis. Esta sorte é tambem


conhecida pelo «Collar da minha avó».

O papel e a faca

Efeito. —

Fazer papel
com que seis pedacinhos de

desappareçam appareçam e faca. na lamina de uma

Descripção. Collocam-se sobre a lamina


de uma
faca seis pedacinhos de papel, sendo, porém, tres pe-
daços em cada face de lamina. Tirando-se um pedaço
não ficam mais que quatro, tirando-se o segundo não
ficam mais que dois, tirando finalmente o terceiro, des-

apparecem os seis pedaços. Passado, porém, alguns


instantes, elles tornam a apparecer novamente na faca,
sem ser necessario applical-os. Tudo está na agilidade
e habilidade do amador, em
apresentar sempre aos

olhos dos espectadores o mesmo lado da faca fingindo


porém, mostrar os dois. Por meio deste truc, o espe-
ctador julga ver dois pedaços de papel de cada lado,
quando na realidade existem dois em cima e tres em

baixo. Obtem-se isto, voltando ligeiramente a faca com

o dedo polegar, na mesma occasião que viramos a

mão para mostrar o outro lado da faca. Quando por


= Êos
meio deste processo, acabamos de tirar os tres pedaços
de papel, um depois outro de um dos lados da faca,
e que fazemos ver que elles não existem do outro lado,
mostrando sempre o mesmo visto restarem somente tres

de um lado empregando o mesmo truc, fazel-os reappa-


recer depois tiral-os successivamente como fizemos no prin-
cipio, mostrando que cada vez existem dois de menos.

O dado inexplicavel (')

E” de grande utilidade o conhecimento desta sorte


“aos amadores devido ás suas diversas applicações.
Pedem-se dois chapeus quaesquer, mostram-se para
os espectadores, pedindo que examinem bem, certifi-
cando-se de que não ha preparação «alguma, «a seguir
collocam-se ambos, em cima da mesa. Mostra-se um

dado dizendo-se, que se tratajogo de executar um com

elle, auxiliado pelos


chapeus. dois
Depois do exame
dos espectadores nos chapeus, põe-se elles em logar
bem visivel. Colloca-se um
chapeu sobre o outro,
de maneira que a copa do primeiro entre na do

segundo. Depois de posse de um dado, colloca-se


na
copa do primeiro chapeu dizendo: vou fazer passar
o dado do primeiro chapeu para o segundo; cobrirei
primeiro porém com este copo, que é aberto nas faces

superior e inferior para o exame ser mais facil. Para


passar com mais facilidade, vou trabalhar com a faca

que trago commigo, pedindo licença aos donos dos

(%) Para a execução desta sorte, encontram-se já promptos Os uppare-


lhos com 1. Peixoto, caixa postal n.
968 -
São Paulo.
us ==

cortal-os. dada
chapeus, para Uma vez
a licença, finge-se
furalo, passando a mão em redor do chapeu dizendo

passa; dá-se uma batida na mesa com a vara, levan-


tase o copo ensinado, depois de passar o braço por
dentro delle mostra o amador ter o dado desappa-
recido. Pega-se então um dos chapeus, fazendo o

dado cahir.

A construeção do dado. —

Apesar da gravura ser

bem clara, vou dar a descripção completa para a con-

strueção do dado. Corta-se um cubo de um


pedaço de
madeira, com 10 centimetros de cada lado. Manda-se
fazer uma caixa sem fundo que cubra totalmente, pintando-
se ambos de preto, com os pontos em branco. Note-se
porém, que a face superior deste dado, deve ser dividida
em duas partes iguaes, abertas como si fossem duas sortes.
No outro fundo forra-se de cartão bem forte, de
modo porém que fique coberto inteiramente o dado; de-
vendo esta parte do dado ser um pouco mais alta para
que quando se passar a mão por dentro, as portinhas
abram-se e se encontrem nas paredes interiores do copo, fi-
o dado.
cando o campo desta
maneira
livre para funccionar
ss

E qa

O annel fugitivo

Efeito. —Pede-se o annel de um espectador o

qual embrulhado n'um lenço some-se, indo appa-


recer n'outro.
Preparação. -—

Quando se for executar esta sorte,

arranja-se uma bandeja pedindo-se a diversos especta-


dores os seus anneis servindo-se de um qualquer, para
a execução da sorte. Uma vez escolhido o annel per-
gunta-se a
quem pertence, fazendo ver que não ha
combinação alguma, entre o dono do amnel e o amador.
Nesta mesma occasião diz-se ter escolhido o annel
maior para poderem todos os assistentes ver melhor e

com mais facilidade. Contando uma historia qualquer


para encher o
tempo. Mostra-se depois um lenço sem

preparação alguma, pedindo-se para qualquer espe-


ctador segural-o, sendo de preferencia uma senhorita,
depois de collocado o annel no lenço. Pede-se mais
outro lenço a qualquer dos presentes, depois de mos-

trado que nada contém, se enrola pedindo-se para


uma segunda senhorita segurar. O amador virando-se
para os espectadores dirá: que o annel que se acha
no interior do primeiro lenço, obedecendo somente o

poder da sua vara magica, passará para o segundo


lenço. Dando-se tres pancadas no primeiro lenço e
sacudindo-o por uma das pontas verifica-se que o annel
desappareceu deste mysteriosamente.
das
Explicação da sorte.
—Colloca-se em uma

quatro pontas de um lenço, um annel. Em seguida


pega-se em uma bandeja e na sua falta n'um prato ou
=

PB os
pires, para que os
espectadores possam depositar os

anneis pedidos, para o amador escolher um, e iniciar


a sorte, devolvendo os restantes. Já de posse do lenço
preparado, fingimos collocar o annel escolhido; nesta
oceasião porém escamoteia-se (!) o annel na mão, pe-
dindo-se para guardar o lenço. Pede-se outro, que depois
de mostrado dobra-se collocando o 'annel pedido ao

espectador, dizendo que o annel vae passar para o

outro lenço, obedecendo somente a varinha magica.


Pegando-se na
ponta do
lenço, onde se acha o annel
dizendo que passe, sacode-se elle, o annel não cahirá;
abrindo-se o segundo lenço, vê-se o annel no meio

deste.
Maneira pratica de se accender uma vela
sem phosphoros

Preparação. Apparecendo na

sala, onde estão


reunidos diversos espectadores, para assistirem o espe-
ctaculo, fingindo grande admiração, amador vê que o

as luzes estão completamente apagadas, e nota que os


assistentes principiam a reclamar contra este abuso. E'
nesta occasião que o amador, procura justificar-se di-
zendo que talvez seja um lamentavel descuido do seu

empregado, ou algum defeito na installação, porém


vae tentar remediar o mal, com o auxilio da sua va-

rinha magica, para conseguir illuminar a sala, com as

velas de precaução, que se acham no porta-bibelots,


na mesa e no
piano.
() Vide escamoteação de moedas,
nt secção competente.
25180)
vm
Explicação. —Collocamos nas velas, uma pe-
de polvilho, misturado com chlo-
quena quantidade
rato de potassa, assucar refinado branco, em quanti
dades iguaes e bem misturados. Em um copinho
contendo acido sulfurico, occulto em um logar conve-

niente, para no momento proprio approximando-se a

varinha (') nas velas estas inflammam-se ipmmediata-


mente. Pode-se executar esta sorte tambem em reuniões
familiares.

Passa-tempo

Em qualquer reunião, tendo-se um


espectador
como compadre, pode-se executar esta sorte, com suc-

cesso. Combinamos, para a pessoa fazer as perguntas


designando, pelas lettras do alphabeto, os objectos que
estiverem sobre a mesa.

Exemplo. —

Os objectos que se acham sobre a mesa

são: alfinetes, fructeira, copo, garrafa, laranja etc. Cada


um desses objectos, combinamos com antecedencia com

o compadre que em lettras do alphabeto serão. Exemplo:


alfinete representa 4, a fructeira representa B, o
copo C,
e assim por diante. Colocamos um lenço sobre os nossos

olhos ou iremos para uma sala contigua. A cada um


dos espectadores o
compadre pede para marcar um dos

objectos que estão sobre a mesa.

O compadre então começa a interrogar o amador


de accordo com a explicação acima.

() Estas varinhas encontram-se com J. Peixoto, caixa postal


n. 968. Pedir catalogos. proprias,
SEGUNDA PARTE

Movimentos e sortes com cartas


SORTES DE CARTAS

Com as explicações que abaixo descrevo, ficam


os leitores habilitados, a executar quaesquer sortes de
cartas, sem o concurso de terceiros.
O maior dos problemas a resolver, é o de se ter

que dar explicações a outrem; porem, procurarei sup-


prir o mais possivel esta lacuna existente, na proporção
de minhas forças.
Dividirei por partes as minhas explicações para
que, com a maior" facilidade, os amadores possam com-

prehender com segurança e habilidade, todos os de-


talhes, que me esforçarei para que sejam os mais com-

pletos possiveis.
Recommendo, porém, que uma vez lidas as minhas
a maior assiduidade,
explicações, pratiquem com com um

baralho que devem ter na mão, nesta occasião, os movi-


mentos basicos e essenciaes para a execução das prin-
cipaes sortes de cartas.
São seis os
principaes movimentos que se devem
conhecer, com a maxima segurança, para depois po-
der-se entrar detalhadamente, nas sortes das cartas.

1º— O Salto com as cartas.


2.º
— A Transmutação das cartas

sa

3 Porçar a carta

4º A Empalma
5º A Arredagem
6º—V carta

1.º MOVIMENTO

O salto com as cartas

Dá-se esta denominação ao movimento que se

executa com o baralho, para, depois de dividido, fazer

passar a metade do baralho de baixo para cima,

Pega-se n'um baralho qualquer, colocando-o na

palma da mão esquerda, de maneira que uma das suas

extremidades fique junta á base do dedo pollegar e

este pousc levemente em cima do baralho; os dedos


restantes na outra extremidade pousando sobre as cartas
conforme a gravura acima
Com a mão direita pegam-s as outras extremi-
dades do baralho, entre o
pollegar que o
segura por
=

85 =

baixo c os restuntes na outra extremidade, apoiando


somente com o dedo médio, nesta posição o divide-se
baralho ao meio, com o dedo poliegar da mão direita
callocando nelle o dedo minimo da mão esquerda.
Uma vez assim, pega-se entre o pollegar da di-
reita por um lado, e dedo médio da esquerda na
outra extremidade (ficando a quarta extremidade co-

berta pela parte carnuda da palma da mão conforme


se vê na
gravura); faz-se passar a metade de baixo para
a base do polegar, emquanto que com o annular, o

médio e o indicador da mão esquerda, que são os que


descançam em cima do baralho, aperta-se levemente
com o dedo minimo, fazendo-se como que se vae abrir,
deixando-se passar a metade de cima para baixo, em-

quanto que a outra cahirá naturalmente em cima.


Convem, porém, sempre que se for executar este
movimento inclinar-se um pouco o dorso da mão di-
reita para o braço esquerdo, pois assim as cartas pas-
sarão com mais facilidade.

2.º MOVIMENTO

A Transmutação das cartas

E' este um movimento em falso dado pelo amador,


sendo este, um dos movimentos mais importantes para
a. execução das sortes de cartas, por causar
sempre
grande admiração aos
espectadores, pois fingindo-se
collocar as cartas no meio do baralho, coloca-se por
baixo, circumstancia esta que ignoram por completo
=186==

os
espectadores, motivo pelo qual torna-se de grande
effeito este movimento.

Pede-se a qualquer das pessoas presentes, escolher


uma carta, que, uma vez retida de memoria, se colloca
novamente no baralho; corta-se este ao meio, executan-

do-se o salto, fica a carta escolhida pelo espectador em

cima, pensando pelo contrario os assistentes, achar-se


ella no meio, por ignorarem este movimento, que passa
desapercebido.
Pegaremos uma carta qualquer, que se levará

presença da pessoa que a tinha escolhido antes, entre


os dedos annular e médio da mão direita, ficando a

parte inferior da carta encostada na


parte carnuda da
palma da mão, proximo ao pulso, conforme se verifica
na gravura abaixo,

pa
afl

emquanto que com a mão esquerda segur: se todo O

baralho, com o pollegar e o indicador; empurra-se a

carta que está em cima um pouco para fora uns tres

centimetros mais ou menos, ficando com os dedos médio,


annular e minimo, um pouco abertos, para poderem, na
A —

occasião opportuna, receber a carta, que se acha na

mão direita.
Nesta oceasião esconde-se do espectador a carta

presa com os dedos indicador e médio da mão direita


interrogando: « Foi esta a carta escolhida?» Immedia-
tamente o espectador protestará
que não; dá-se uma

meia volta para dar tempo á pessoa dizer a carta esco-

lhida; vira-se a mão direita para a esquerda, nesta

occasião juntam-se as mãos, largando-se a carta presa


nos dedos indicador e médio da mão direita, em cima
dos dedos médio, annular e minimo da mão esquerda;
logo que toque com os dedos minimo e annular, pegará
com presteza a carta que está em cima, que é justa-
mente a carta pensada pelo espectador. Vira-se então

para a
pessoa que escolheu a carta, pede-se que abra
sua mão. Uma vez aberta a mão, colloca-se a carta,
sem que ninguem veja qual seja, pedindo ao espectador
que cubra com a outra perguntando-se neste mo-
mão,
mento, qual a carta pensada. Uma vez respondida a

pergunta o amador dirá, que por sua ordem a carta

que se encontra em suas mãos, se transformará na

carta por elle pensada; o espectador abre a mão e ve-


rifica com espanto, que é effectivamente a carta que
elle pensou.

8.º MOVIMENTO

Forçar a carta

E' obrigar a uma pessoa determinada que vae escolher


uma carta qualquer, tirar a que convem ao amador.

88 —

Abre-se o baralho em forma de leque, conforme


a gravura abaixo, pondo-se com uma pequena saliencia a

carta,que quizer o amador obrigar o


espectador a tirar,
sendo porém a carta nossa conhecida.

Immediatamente leva-se o baralho na direcção


da mão da pessoa que vae tirar a carta, a qual rara-
mente tira carta differente. Porém se a pessoa escolher
outra carta, que não seja por nós preparada, é preciso
o amador, allegando qualquer motivo passar para
outra sorte qualquer.

4º MOVIMENTO

A Empalmação

Consiste a
empalma em fazer desapparecer
uma ou mais cartas do baralho, sem que os
especta-
dores vejam. Convem, porém, notar que este movi-
mento deve ser executado pelo amador com grande
agilidade, porque se assim não for feito será muito
difficil passar desapercebido ás pessoas presentes.
as

BO =

Pega-se n'um baralho qualquer na mão esquerda


e com o pollegar da mão direita, levantam-se as cartas

que se quer empalmar, só por uma das extremidades


do baralho, que deverá ser a
que está junta ao dedo
minimo da mão esquerda, collocando-se este dedo de-
baixo das cartas que se vão empalmar.

sta disposição, abaixa-seÀ a mão direita aberta,


descançando-a em cima do baralho e fazendo de ma-

neira que a ponta das cartas que estão na direita do


dedo minimo, apoiem ponta
se na do dedo pollegar
da direita, descançando porém na outra extremidade
do baralho, nas phalanges juntas aos dedos ânnular e

médio; abaixa-se então o resto do baralho, fazendo


de modo as pontas das cartas,
porém que empurrem
as outras, que se adaptaram com facilidade na
palma
da mão conforme se vê na gravura acima, ficando
bem empalmadas.
e

m as cartas

»o MOVIMENTO
-A Arredagem
E' fingir que se pega na carta que está debaixo do
masso e
segurar verdadeiramente a antecedente. Consegue-
se este movimento com facilidade depois de alguns
ensaios.
=

90 ==
Pegu-se um baralho qualque ,
pelas extremidades
e com as costas da mão viradas para cima conforme
indica a gravura: o
pollegar por um lado, e os dedos
restantes pelo outro. Virando-se a mão, como
para
mostrar a carta que se encontra por baixo,
qual sup- a

ponhamos ser a dama de ouros, voltando-se em seguida


para a posição primitiva; nesta occasião porém com o

dedo minimo da mão esquerda, retiramos a carta de-


baixo, para o
logar posterior, emquanto com a ponta
dos dedos médio, annular e indicador da mão direita,
fingimos tirar a carta de baixo que na realidade é a

segunda.

Porém na
arredagem leva-se com esta carta uma

outra, pondo em cima a que estava por baixo de todas,


collocando uma semelhante sobre a mesa, de maneira

que, parecerá sem duvida, que ha de ser a dama de


ouros forçosamente, pois os
espectadores julgam estar
carta escolhida, dando volta
a no
baralho, porém a

carta desejada, será a dama de espadas, porque com

a antecedencia devida, teremos collocado todas as damas

juntas, resultando que ao dar a volta e mostrando a

carta que escolheram na mesa, se transformou em outr:

causando admiração geral aos assistentes.


aslé dOsena
6º E ULTIMO MOVIMENTO

Vêr a carta

No decorrer de algumas sorte àspreciso vezes é

vê: e a ultima carta; não se poderá vel-a porém, sem

ter algum motivo justificado, empregando-se então este


movimento. Com o baralho preso n'alguma extremi-
dade pelo dedo pollegar por baixo e os dedos annular
e médio da mão direita em cima, deixa-se escorregar a

ponta do dedo annular da mão esquerda pela outra

extremidade do baralho, movimento este que facilita


muito vêr-se a ultima carta. Pois em diversas sortes,
é preciso saber-se qual a carta que está debaixo de
todas. Este movimento, não é notado pelos especta-
dores, porque julgam ser algum movimento necessario

para o amador, valendo-se disto para saber o que lhe


convem.
SORTES DE CARTAS

A actividade do olfacto

Efeito. —

Uma carta escolhida por um espectador,


collocada novamente no baralho, ser reconhecida pelo
olfacto. E

Descripção. —

Pede-se a uma das pessoas presentes,


para tirar qualquer carta, marcala bem e collocar
novamente no baralho, sobre a parte que se acha na

mão esquerda, com a face virada para baixo. 'Tocamos


va carta, allegando ser preciso, para ser encontrada

depois. Mas é somente para dar tempo, que o amador

veja a ultima carta do baralho, que está na mão

direita, que por consequencia ficará por cima da carta

baralho
escolhida. , Dá-se immediatamente o para par-
tirem, quantas vezes quizerem; voltando-se depois para
o ar, vae-se cheirando uma por uma até chegar na
escolhida, a qual cheiramos bem, dizendo: foi esta a

escolhida,
Observação. — Pode acontecer, de ser partido o

baralho, justamente na carta vista pelo amador, será


a escolhida a ultima e a nossa conhecida a
primeira.

94 —

Curiosa adivinhação

baralho collocado
Efeito, —Com um completo,
sobre a mesa, depois de bem baralhado e dividido em.
tres massos, adivinhar-se as cartas que estão em cima
de cada um dos massos.

Explicação. —

Baralhadas bem as cartas, dividem-


se em tres massos, tomando o numero de pontos
da carta de cima dos tres massos; começando do nu-

mero de pontos, collocamos tantas cartas quantas forem


necessarias para alcançar o numero 18; assim: se

a
primeira carta valer nove pontos, collocaremos nove

cartas mais, para alcançar o numero indicado.


Contam-se os pontos e collocam-se as figuras
.o ar.
para

Os quatro reis unidos

Efeito. —

Distribuir pelo baralho, os quatro reis,


reunindo-os depois.
do
Descripção. — Tira-se baralho duas cartas dit-
ferentes, que se mostram justamente com os tres reis,
pois o quarto já está em cima do baralho. Abre-se em

seguida os tres restantes em forma de leque, tendo,


porém, o cuidado em occultar bem as outras duas
cartas, que se acham juntas, collocando-as todas depois
em cima do baralho. ir ra-se o
primeiro rei e colloca-
se em baixo; a segunda carta que os
espectadores
julgam ser outro rei, colloca-se no meio, fazendo-se o

mesmo, com as duas cartas, como na antecedente; ti-


nalmente, mostra-se a quarta carta que é um rei e se
95 —

cima do baralho. Temos, portanto, depois das


põe em
combinações realizadas, tres reis em cima e um em

baixo do baralho, apesar de que espectadores julgam


os

que os quatro reis, foram distribuidos, em differentes


logares do baralho.

Pede-se a "qualquer espectador, para partir o ba-


ralho, causando espanto geral, o
apparecimento dos

quatro reis reunidos.

Observação. --

Pode-se tambem executar esta sorte

por meio do salto, porém, além de ser muito mais


dificil a sua execução, requer grande habilidade, razão

pela qual resolvi explicar somente a


primeira.

Eureka «

ffeito. —

Declarar a somma total de tres cartas

escolhidas por qualquer espectador.


Desciipção. —

De um
completo, tiram-se
baralho,
tres cartas, sem que ninguem perceba, ús quaes se

conta o valor de cada uma dellas separadamente, ad-


dicionando em cada uma quantas cartas forem precisas,
para completar quinze pontos. Pede-se o restante das

cartas, tendo porém o cuidado de não esquecer de contar

o total das cartas restantes, diminuindo-se o numero 4,


a somma das cartas restantes dará o total das tres

cartas escolhidas. Vamos dar um exemplo, para que a

explicação, seja melhor comprehendida: por exemplo,


as cartas escolhidas foram:
r


96

y 24)
Its
e

ê 48 *s
As cartas escolhidas, conforme explicação acima,
têm sempre completar
que o precisas,
numero de cartas

para chegar quinze: pois bem, ao oito de ouros.


a para
completar o numero 15, são precisas sete cartas; para
o dois de copas são precisas treze cartas e finalmente

para o
quatro de paus, são precisas onze cartas, fi-
cando todas as cartas que serviram para completar
fora das restantes do baralho. Segue-se o exemplo pra-
tico para maior segurança.

De ouros 8 + T= 15
»
copas 2 + 13= 15

»opaus 4fIL= 15

14 31

Sommando as cartas que completam o numero ló,


teremos: 7+1IB4-11=31+3 as que foram esco-

lhidas temos 34. São 52 as cartas do baralho, menos

as 834 conforme o calculo acima dá o total de 18, que,


subtrahindo o numero 4, teremos então o mesmo total
exacto das escolhidas.

Desapparição de uma carta na mão

Ejfreito. —Collocar uma carta sobre a mão e fa-


zel-a desapparecer.
—97—

Descripção. — Pega-se na mão direita uma carta,

pelo centro, pela parte inferior,


e segurando-a entre a

ponta do pollegar, por um lado e os dedos médio e

indicador pelo outro: mostra-se ao


publico, chamando
a sua attenção, que o que estão vendo é somente as

costas da mão. Os dedos que a


prendem se acham
encolhidos, e desta maneira, deixa-se a carta escorregar
por cima das unhas dos dedos médios e annular, fa-
«endo-se forte pressão, com a
ponta do dedo pollegar.
Nestas condições, pois, os dedos médio e annular estão
bem encolhidos, as suas
pontas quasi tocam na palma
da mão.

Ape: ar disto, os dedos annular e médio, ficam tão

encolhidos que as suas pontas quasi tocam na palma


da mão, resultando portanto, ficar a carta segura pelos
dedos indicador e minimo, em cada umas das suas

extremidades.

A carta bailarina

reita
Efeito. —Fazer passar uma

vice-versa.
carta da mão di-

para a esquerda e

Descripção. —

Escolhem-se dois azés, por exemplo


o de paus e o de ouros. Tira-se com todo cuidado de
um outro baralho, as cartas equivalentes às duas cartas
as
ques se collocam a de paus na de ouros seguindo-
se o mesmo criterio com a de ouros, tendo-se todo o

cuidado, em que sejam bem collocadas e limpas. De-


ve-se executar porém estes arranjos, antes de dar início
ao
espectaculo. Divide-se o baralho em dois montes,
pondo-se as duas cartas debaixo de cada um delles.

98 —

Com a mão direita, segura-se o monte em que foi


collocado o uz de paus e com a esquerda o az de
ouros; mostra-se aos expectadores, chamando a sua at-

tenção, para que verifiquem bem as cartas, que se

acham em ambaseas mãos. Diz-se que o az de paus


ordenado, passará para a mão esquerda e o az de ouros

da esquerda tambem passará para a direita. Toda a

sciencia porém, para se executar este movimento, está


na agilidade do amador, em tirar os pontos que estão

collados nas cartas. Mostra-se depois aos espectadores,


como as cartas obedeceram á ordem. Esta sorte, feita
com agilidade, é de grande effeito.

Fazer apparecer dentro de um lenço


cartas de jogar

Efeito. —Pedir a um espectador para escolher


diversas cartas, que depois de bem baralhadas, vão

apparecer dentro de um lenço.


Deseripção. —

Apresenta-se um baralho, aos espe-


ctadores, pedindo para tirar quatro cartas. Postas outra

vez no baralho, applica-se o salto, para que as esco-

lhidas fiquem em cima, baralhando-se para que ne-

nhum espectador fique desconfiado. Solicita-se a


qual-
quer das pessoas presentes, uma senhorita, de prefe-
rencia, fazer o
obsequio de emprestar um lenço, em-

quanto porém o lenço não chega, o amador tira as

quatro cartas de cima que são justamente as escolhidas,


empalmando-as com a mão direita, tomando immedia-
tamente as cartas pelas extremidades, com a mesma
v
|

mão, entre o
pollegar por um lado e o annular pelo
outro. Recebe-se o lenço, com a mão esquerda, o mais
aberto possivel. Colloca-se o baralho no centro, pon-
dose nesta occas ão direita,
a mão
conjunctamente
com o baralho debaixo do lenço; encolhendo com a

mão esquerda o baralho e o lenço pela parte de fora,


retira-se a mão direita do lenço. com toda a natura-

lidade. Dobra-se rapidamente o lenço na palma da


mão direita, que leva empalmada as quatro cartas.

-
Com este movimento, as cartas cahem dentro do lenço.
Resultando assim, que as cartas escondidas cahem dentro
do lenço, ficando adherentes, as empalmadas. na parte
baixa exterior do mesmo, fazendo-se porém, de ma-

neira que as dobras do lenço cubram as quatro cartas,

ficando assim escondidas e de modo que não caiam.


Nesta disposição, pede-se a um espectador. para que
segure o lenço junto ao baralho. Pede-se depois um

canivete ou uma tesoura; dirige-se para as pessoas


que escolherem as cartas dizendo: que para poderem
sahir as cartas escolhidas que estão dentro do lenço, é

preciso tazer um pequeno vorte, pedindo, pois, (diri-


gindo-se ao
proprietario lenço) do a necessaria autori-

«ação ao dono, pois é indispensavel fazel-o, para se

adivinhar as cartas pensadas. Com a tesoura finge-se


cortal-o, extremidade do baralho; simu-
pela uma vez

lado corte, a carta escolhida, o ul-


o
pergunta-se para
timo espectador. for dita carta toi
Depois que que
escolhida, com a ponta do dedo indicador (parte in-
tferior) e o
pollegar, na extremidade, tira-se fazendo
saltar a carta escolhida. Repete-se a mesma operação

100 —

com as emtas, devolvendo-se em seguida o lenço ao

seu dono, completamente intacto.

As vinte cartas

“reito. —Adivinhar até vinte cartas pensadas pelos


espectadores, applicando-se o calculo seguinte:
Collocam-se as vinte cartas do baralho, duas a duas
sobre uma mesa, formando dez montes ao todo; pede-se
então para que diversas pessoas retenham de memoria
duas cada uma, dos dez montes, que se fizerem. Uma vez

pensadas as cartas, recolhem-se os dez montes nova-

mente, sem os tirar porém da ordem, dispondo-se sobre a

mesa, de modo que fiquem representados pela ordem


das palavras abaixo:

MU TOUS
1 2 3 4 5

D E D
6 7.8 9/10

NOM EN
tl 12 13 14/15

Co CcIS
16 17/18 19 20

O primeiro monte das duas cartas, põe-se no nu-

mero 1 e 13; o
segundo nos numeros 2 e 4; o ter-
ceiro nos numeros 3 e 10; seguindo-se assim sempre
a ordem das duas lettras iguaes; quando, por exemplo,
o
espectador disser que as cartas pensadas estão na

101 —

primeira e terceira linha se saberá logo, que é à

lettra M; se estiverem ambas na terceira linha serão

os numeros 11 e a lettra N: se estiverem na segunda


e quinta serão os numeros 9 e 19, a lettra 1, e assim

por diante.

Deverão, porém, os amadores, antes de dar inicio


a esta sorte, decorar bem as palavras acima, para
que, com algum engano, não prejudiquem o effeito da
sorte.

Metamorphose de uma dama de copas,


por um az de paus € vice-versa

referidas
Efeito. —Com as duas cartas acima

preparadas com antecedencia devida, tendo, nas costas


de duas damas de copas pintadas com tinta nankin, por
ser a mais preta e colladas com todo o cuidado que
nos convem, portanto, o az de paus, os quaes produ-
irão os effeitos, que o amador desejar.
Descripção. —

Inicia-se a sorte, tendo as duas


cartas em cada mão uma, mostrando porém, as cartas
uma de cada naipe, aos espectadores. * Estende-se em

seguida os braços, porém de maneira que as mãos não

se
approximem, para evitar suspeitas ás pessoas pre-
sentes

Apparição de uma carta no bolso

Com um baralho completo, depois de bem ba-


ralhado por um dos espectadores, pede-se para que

102 —

elle escolha uma carta qualquer das apresentadas em

forma de leque.
Voltando o baralho na sua forma primitiva, na-

divide-se
tural, ao meio, para que o
espectador colloque
a carta escolhida. Fingindo-se cobrir com a outra me-

tade, applica-se o salto, ficando assim a carta em cima


do baralho. Em seguida baralha-se em falso, sem a

tocar portanto, collocando em seguida o baralho no

bolso.

Pergunta-se então á pessoa que escolheu a carta:

«Quantas cartas quer que eu tire, para que saia a que


escolheu?» Supponhamos que diz ser quatro de espa-
das, tiramos então tres cartas de baixo, e a quarta se

tirará a que estiver em cima do baralho, que foi a

escolhida.

Processo moderno das vinte cartas

magicas

Tomam-se vinte cartas de um baralho e


dispõem-
se duas a duas sobre a mesa. Pede-se depois a diversas

pessoas, que retenham de memoria um desses casaes

isto é, as duas cartas de um dos dez (10) montes. Re-


colhem-se de novo todos os montes uns sobre os outros,
conservando-os porém na mesma ordem, dispondo-se
as cartas de cada casal sobre a mesa, de maneira que
fiquem sempre representados pelas duas lettras e nu-

meros da seguinte forma:


Pelo quadro acima comprehende-se que o
pri-
meiro casal será collocado nos dois quadros que tem

a letra 4-1 (Primeira primeiro e linha,


quinto qua-
drado). O segundo casal, nos dois quadros B-2 (na se-
gunda linha quadrados segundo e quinto), e assim por
diante. O amador, depcis de compor duas ou tres

vezes as cartas, conforme o


quadro acima, para pra-
ticar bem, verá a facilidade de as adivinhar com rapidez,
não havendo necessidade de decorar cousa
alguma, como
nos processos antigos, como tambem supera dos mesmos

pela simplicidade para se encontrar rapidamente as

Si
cartas pensadas, empregando-se a seguinte regra.
nos disserem que as cartas pensadas se acham na pri-
meira e
segunda linha, invertemos esse numero para
2 e 1 e tomamos a segunda carta da primeira linha
e a primeira carta da segunda. Si, porém, disserem
estar terceira, invertemos 3 1,
na primeira e para e

tirando-se a terceira da primeira e a


primeira da ter-

ceira. Si for a
primeira e a
quarta invertemos 4 e 1,

104 —

o
que quer dizer que devemos tirar a quarta da pri-
meira linha e a
primeira da quarta. Si for a. segunda
e a terceira. pelas regras explicadas acima já devem
saber os leitores que devemos tirar a terceira carta da
segunda linha e segunda da terceira,
a e assim por
diante. Si as cartas pensadas estiverem na
primeira
linha «
questão é mais facil. Na primeira linha será
a primeira e a
quinta, na segunda linha será a se-

gunda e quinta, na terceira linha será a terceira e

a quinta, na quarta linha será a quarta e a quinta.


Portanto, verifica-se ser mais facil esta sorte, em que
não é preciso reter quasi nada de memoria.

A carta no chapeu

De commum uecordo com um


espectador, este

pensará no az de copas, collocando-se uma semelhante


com a devida antecedencia no fundo do chapeu.
Pergunta o amador, se algum dos presentes quer
pensar em uma carta qualquer; o
espectador já de

combinação, apressa-se a pensar; garante-se então á


a stencia, que dentro de um
chapeu, apparecerá a

»arta pensada, .

Fazendo o amador menção de entregar o baralho,


o espectador dirá, que não é necessario, pois a carta

já está pensada.
Empalma-se a carta, pedindo e: tão para a pessoa

que escolheu a carta verificar si ella se acha no

baralho; depois de uma busca infructifera, o


espectador
dirá que não está.
105


Vira-se então o amador para a assistencia di-
sendo: «Como podia estar, si ella está dentro deste

chapeu conforme prometti?> Pelo mesmo


processo,
pode-se executar tambem esta sorte na algibeira.

Augmento de cartas

Efeito. —O amador augmentar o numero de


cartas escolhidas, pelos espectadores, à sua vontade.
Explicação. —Com um baralho na mão, pede-se
vontade,
a qualquer pessoa presente, escolher, à sua

algumas cartas que não contando e guarda-as, só contando


o numero de cartas tiradas, quando perguntado pelo
amador. Nesta occasião diz-se que não é necessario o

espectador dizer o numero de cartas escolhidas, porque


vae-se adivinhar quantas foram as tiradas; pelo peso
total de um baralho, é muito facil conhecer-se que
faltam tantas grammas, que são justamente as cartas

que o Sr. tem em seu poder. Diz-se, por exemplo, que


foram tiradas 14 cartas do baralho, confirmando o

espectador. Pedem-se então as cartas escolhidas que


estão nas mãos do espectador e dão-se as cartas restantes
do baralho que estão em nossas mãos; solicita-se a

qualquer pessoa presente um lenço, para se embrulhar


as 14 cartas, entregando-as para qualquer espectador
guardar. A seguir, pede-se á pessoa que escolheu as

cartas que entregue o resto do baralho. Dá-se novamente

o baralho outro espectador escolher outra carta,


para
dizendo-se depois que elle tenha escolhido: «Vamos
fazer carta por carta para dentro do lenço, para
passar
106


ficarem juntas das quatorze cartas, que já estão lá;
precisando porém o numero de car! ns igual aos
ser

pontos que indique a carta escolhida». Perguntando-se


qual a carta escolhida, elle dirá que foi o cinco de

paus. «Pois bem, si foi o cinco pensado, temos que fazer

passar para o lenço, cinco cartas; somente com auxilio


de minha varinha mag ma farei passar as referidas das

que tenho na mão». Dá-se uma bandeja ou um prato


para outro espectador segurar em que se collocam as

cartas, que se vão contando em voz alta, 1,2,3,4 e 5

guardando-se as restantes na ponta da mesa.

Pegam-se bandeja,
s

as que estão na a: quaes se

contam novamente, e collocam-se na mão esquerda, em

seguida, prendendo-se por uma extremidade com a

ponta do dedo polegar e


pela outra com os dedos
restantes, põe-se a mão direita esquerda por cima da
dizendo 1, 2, 4 e 5
desapparecem
«passem», as

cartas, que vão para o


lenço, juntar-se com as qua-
torze que lá estão. Abrindo-se o lenço verifica-se que,
de facto, estão dezenove cartas, quatorze escolhidas
pelo primeiro espectador e cinco que fizemos passar,
valor igual em cartas escolhidas pelo segundo espe-
etador.

Execução da sorte.
— De um baralho completo
retiram-se quatorze cartas, que se collocam entre as

restantes e o dedo minimo, tal como para a execução


do salto. Pede-se então, para qualquer espectador esco-
lher diversas cartas, que uma vez escolhidas, deixa-se
escorregar nesta occasião, sem retirar o dedo minimo
do ponto marcado. Escolhe o
espectador quantas cartas

107 —

quizer, se fará porém o


possivel para forçar si puder
todo o masso de cartas separadas; no caso contrario se

contará quantas cartas ficaram restando, as quaes se

descontam ou augmentam, temos neste caso, que ter

uma sobre as quatorze, que collocamos, podendo desta


maneira se saber com exactidão o numero das cartas

escolhidas; em seguida, finge-se um grande esforço


para adivinhar o numero de cartas escolhidas, depois
de contar alguma historia diremos o numero exacto;

pede-se ao espectador para contar e conferir, mas

em voz alta; aproveita-se a occasião em que a pessoa


está occupada na verificação e contagem das cartas,

para empalmar-se as que forem necessarias. que são

as que constituem o
augmento, que suppomos serem

cinco. Depois de terminada a verificação, o espectador


vê o amador tinha acertado com o numero. Di-
que
espectador, pedimos as cartas
rigindo-se para o que
estão em seu poder, guardando o restante das cartas,

por alguns instantes. Aproveita-se a occasião, para


juntar-se as cartas empalmadas, com as
que recebemos
do espectador, que, sommadas, sabemos serem 14. Na
occasião em que se solicita um lenço, cobrimos todas
as cartas que temos no momento, que são dezenove,

julgando espectadores, são somente


porém os que qua-
torze. Em seguida entrega-se o lenço para qualquer
espectador segurar.* Baralham-se as cartas restantes
com um pretexto qualquer, até encontrar-se um cinco

que se colloea com toda a naturalidade em cima do


baralho. Applicando-se o salto, guarda-se bem o logar
em que se operou este movimento, pois será justa-

108 —

mente o 5. Mostra-se então a carta referida, d ndo-


é ella
se que que indica à carta escolhida; passando-se |
para dentro do lenço o numero de cartas igual, appli-
cando-se neste momento para o auditorio todo o pa-
lavreado proprio. O amador
fingindo collocar as cartas

na mão esquerda. applica a empalmação. Com a di-


reita apodera-se das restantes, já separadas, e juntas
na quina da mesa, soltam-se as que se acham em-

palmadas
Pede-se depois, para qualquer espectador contar
as cartas que estão dentro do lenço, ficando todos ad-
mirados. de encontrarem 19 cartas em vez de 14
TERCEIRA PARTE

Movimentos e sortes com moedas


TERCEIRA PARTE

SORTES COM MOEDAS

Regras e principios, para a execução das diversas maneiras


de se escamotearem moedas

São quatro os principaes movimentos essenciaes,


para a escamoteação de moedas:
1º —

A Empalmação
2º —

O Torniquete
Corrida
3.º
—A
4.º —

A Escamoteação à italiana

Vamos explicar, separadamente, cada um destes


movimentos, o mais simples e claro possivel, para que
possam ser melhor comprehendidos
1.º MOVIMENTO

A empalmação
Entre os processos empregados na escamoteação
de moedas, é este um dos mais naturaes e uteis, da
sua
especie, motivo porque o
explicamos em primeiro
logar. Esta operação consiste em reter, e occultar na

cavidade da palma da mão direita uma ou mais moe-

das, que fingimos collocar na mão esquerda. Eis como

se deverá proceder:

12 —

1.º —

Colloca-se uma moeda qualquer entre o

médio, anular pollegar e da mão direita, a qual se

mostra aos espectadores.

2.º —

Leva-se, em seguida, esta mão para a di-

recção da esquerda, fingindo-se deixar ahi a moeda.

3.º —

No trajecto os dedos viram-se naturalmente,


e a moeda fica então oceulta dos espectadores, pelas
costas da mão. Aproveita se esta circumstancia para
exccutar-se o
que se
segue:
4º —

O pollegar deixa a moeda e os mais dedos


restantes, a conduzem rapidamente para à concavidade
da palma da n » conforme a gravura.

Acabada esta operação, a mão direita deve se

achar sobre a esquerda que se entre-abre, como


que
para receber a moeda

13 —

5.º
—Apoia-se a

fecha-se
ponta dos dedos da
fa
mão direita
na mão esquerda e esta, para zer crer que
a moeda ficou nella.

6.º-— À mão direita deixa então a mão esquerda;


mas, para a illusão ser
completa, é necessario que a

mão direita se conserve aberta o mais que poder, se

apesar della conservar ainda a moeda empalmada.

2.º MOVIMENTO

O torniquete

Esta escamoteação, distingue-se pela sua elegancia


e simplicidáde; a
segurança da sua execução deve, em

certos casos, preferir-se a todas as outras. A illusão


não deixa nada a desejar.
Deve-se da seguinte maneira:
proceder
1.º —

Tem-se uma moeda de qualquer valor ou

cantos, entre o
pollegar. o indicador e o
tamanho, pelos
O interior desta mão se acha
médio da mão esquerda.

as —

voltado, para o seu lado, emquanto que a mão direita fica


em posição de tomar a moeda como se vê na gravura.
2.º —

Envolve-se a moeda com os dedos da mão


direita, como que para a tomar, passando os
quatro
dedos desta mão, entre o pollegar e o indicador da
mão esquerda; e no momento em que a moeda se

acha occulta pelos quatros dedos, deixa-se cahir natu-

ralmente na cavidade da palma da mão esquerda.


3.º —

Continua-se o movimento com a mão di-


reita como se tivessemos tomado a moeda e
separam-
se as duas mãos, uma da outra.

A quéda da moeda, e à sua retirada apparente,


devem ser simultaneas
4.º —

Suspende-se a mão direita fechada, acompa-


nhando-a com os olhos, emquanto que a mão esquerda,
cahindo, permitte desembaraçarmo-nos da moeda.
Este systema de escamoteação, se applica a todo
o objecto que se possa occultar na palma da mão,
taes como, bolas, relogios, ovos, fructas etc.

3º MOVIMENTO

A corrida

Não ha nada mais simples, mais natural, que


esta escamoteação :
“Eis como se
opéra:
1.º Tem-se moeda de valor
uma
qualquer

ou

tamanho, entre o
pollegar e o indicador da mão direita.

115 —

2.º
—No momento que
ahi
se leva esta mão para
a esquerda, como
para deixar a moeda, deixa-se

escorregar esta para as extremidades dos dedos annular


e médio, mantendo-se a moeda segura pelas bordas,
entre os dedos indicador e minimo, conforme se vê
na gravu

3º —

A mão tem-se virada ligeiramente no tra-

jecto, e quando ella se acha sobre a esquerda, finge-se


deixar nesta a moeda, quando, na realidade, a conser-

vamos presa, entre os dois dedos da mão direita.


fe-

—As duas mãos separam-se; a esquerda
cha-se e a direita conserva-se aberta, com as costas vi-
radas para o
publico, sem que seja possivel suppor
que se tem uma moeda nas
pontas dos dedos.

4.º MOVIMENTO

Escamoteação á italiana

1.º —

Tem-se uma moeda, entre o indicador e o

pollegar da mão direita.


116 —

o —

Deixa-se escorregar a moeda para a base do

pollegar e a
parte carnuda da palma da mão, onde
se retém, tendo o cuidado de não a deixar apparecer
do lado das costas da mão, como se vê na gravura
abaixo,

Esta operação tem de ser executada na occasião


de dirigir a mão direita para a mão esquerda, como

para ahi deixar a moeda.


Este movimento, tão
simples e tão natural, é
muito difficil de ser explicado claramente. Cada leitor
deve procurar a maneira mais commoda de executar
este movimento, pois uma vez achada e com algum
exercicio, acabará por executal-o com grande facilidade.
Para fazer a moeda voltar para as pontas dos
dedos, nada mais facil: fecha-se a mão, deixa-se cahir
o
braço e a moeda escorrega naturalmente para as

pontas dos dedos, onde se toma, para mostral-a de


novo aos espectadores.
Esta escamoteação, é de grande illusão; pode-se
empregala, com todo o proveito, em muitas sortes
de moedas.
Observação. -

Em todas as escamoteações expli-


caudas, em logar de se guardar ou deixar empalmada
moeda na mão, o seria em algumas occasiões
a que
desastroso, pode-se empregar os Horeados, costumeiros,

fazela na mesma mão.


e reapparecer
ORTES DE MOEDAS

A moeda mysteriosa

Esta sorte é muito 1 il e a sua execução produz


sempre grande illusão.

Sentamo-nos em «qualquer cadeira, que esteja


mais à mão, conforme a posição da gravura abaixo

Mostramos uma moeda qualquer aos espectadores,


e diremos que colocando-a sobre o
joelho e pondo-se
os dedos médio, annular e indicador sobre a moeda
mo
EB me

estregando-se ligeiramente, ella desapparecerá. Para isso,


temos de antemão preparado na calça uma prega, em

forma de bolso para que, quando formoeda,


a friccionada
dedos, vá cahir naturalmente, conforme
pelos: tres se

vê na segunda gravura

A moeda no copo d'agua

Efeito. —

Collocar uma moeda, dentro de úm copo


d'agua, e tirala depois sem molhar os dedos.

Descripção. —

Pede-se uma moeda qualquer, a

um espectador, e colloca-se dentro de um copo cheio


d'agua. Em seguida propõe-se, a
qualquer pessoa pre-
sente, tirar a moeda; nenhuma será Então di-
capaz.
rigimo-nos para a mesa, e sem que ninguem perceba
collocamos dentro um
pouco de licopodium, (este é en-
contrado em qualquer pharmacia) sobre a agua, conse-

guindo depois facilmente tirar a moeda, conforme foi pro-


mettido. '

IB =

A moeda e o lenço
Colloca-se sobre uma
lenço
mesa, um
qualquer;
pede-se a um espectador uma moeda. Virando-se para
os espectadores d se. «Vou collocar esta moeda no

centro deste lenço, (juntando centro


as
pontas no con-

forme se vê na
gravura),

eella desapparecerá>. Para isto, basta o amador estar pre-


venido com um pedaço de cêra, ou não a tendo, um

pedaço de sabão commum que grudará sem que nin-

guem perceba, na primeira ponta que ficar na moeda,


fazendo uma pequena pressão. Depois correndo-se a

mão bainhas do lenço, a moeda virá cahir natu-


pelas
ralmente na mão. Sacode-se o lenço para ficar bem
demonstrado que a moeda desappareceu

Moeda composta
moeda de 400
Efeito. —Mostrar uma reis na

palma da mão, e transformala em um nikel de 200


reis, dos antigos: e vice-versa.
Para esta sorte é necessario li-
poder-se executar

mar-se a moeda de 400 reis e soldar-se á de 200 reis


dos de maneira duas formem uma só
antigos, que as

peça, tendo duas apparencias, conforme o lado que


fôr mostrada. Pode-se fazer esta sorte, com moedas de

cobre, ouro, etc.

Mostra-se em primeiro logar a moeda de 400 reis,


na ponta dos dedos médio e annular. Fechando-se,
porém, a mão a moeda cahirá naturalmente na palma
da mão, apparecendo então a moeda de 200 reis.
Para desapparecer, fingimos que a collocamos na

mão esquerda, fazendo-se movimentos de abrir e fechar


com mão, como se recebesse a moeda, empalma-se na

direita, qual a deve ficar


para que bem aberta, ne-

nhum espectador suspeite que ella está lá. Pede-se em

seguida a qualquer pessoa presente que dê um sopro


na mão esquerda, verificando com espanto que a moeda
fazendo-se
desappareceu. Porém, um movimento de mão,
deixa-se cahir a moeda da direita onde estava empal-
mada, na esquerda; porém este movimento deve ser

rapido. Passados alguns instante o amador mostra a

moeda, que reappareceu, na sua mão, com espanto geral.

A moeda viajante

Elreito. —Fazer passar uma moeda de uma mão

para outra, varias vezes, com os braços completamente


inmoveis.

Explicação. —Pode-se executar esta sorte com

qualquer moeda, sendo, porém, preferivel uma de dia-


128 —

metro pequeno, para facilitar as evoluções. Com um

de cêra, collocada sobre a unha do dedo médio


pedaço
de cada prendemos
mão, a moeda n'um daquelles
dedos. Dirigindo-se para os
espectadores, mostram-se

as mãos completamente limpas e bem estendidas, pois,


nesta posição, ninguem verá a moeda. Pede-se um nikel

emprestado, solicitando á pessoa que o colloque em nossa

palma da mão. Uma vez depositada a moeda, faz-se


resvalala até á ponta do dedo pollegar, fechando-se a

mão; o dedo contendo a cêra grudará na moeda. Então


diremos aos espectadores que, com a mão fechada e

os braços estendidos, vamos


passar a moeda de uma

mão, para outra, sem fazer movimento algum. No mo-

mento em que um dedo leva a moeda emprestada, o

outro larga a moeda collocada de antemão. Abrindo-se a

mão a moeda da mão direita parecé ter ido para a

esquerda e vice-versa. Como medida de cautela, o

amador deve sempre executar de preferencia esta sorte,


com moedas suas, porque pode acontecer ás vezes, que
fique alguma cêra agarrada na moeda, ficando dessa
maneira descoberto o truc. Esta sorte, além de ser de
grande effeito, tem a vantagem de se
poder repetir
quantas vezes se quizer.
QUARTA PARTE

Hiusionismo
QUARTA PARTE

O sacco dos mysterios

Eteito. —

Collocar uma pessoa dentro de um sacco,


conseguindo ella sahir delle, sem rasgar o sacco, e sem

cortar o barbante.
Descripção. —

Mostra-se ao
publico, um sacco sem

preparo algum, com o tamanho necessario para caber


dentro uma
pessoa. Uma vez verificado o sacco, pede-
se para entrar nelle um espectador (de commum ac-

cordo com o amador); em seguida pede-se a outro

espectador, para vir amarrar a abertura do sacco,


lacrando-o em seguida,
Terminando este movimento, faz o amador vêr
ao publico que é impossivel sahir do saeco, sem abril-o
ou rasgal-o,
Cerrando-se a cortina em um pequeno espaço
de tempo e abrindo-a novamente, com
surpreza vê-se a

pessoa fora do sacco, com elle na mão, estando o

sacco em perfeito estado com o nó lacrado intacto.

Explicação —

A pessoa, ao entrar no sacco, leva


debaixo do vestido, um segundo sacco, em tudo seme-

lhante ao
primeiro
O amador junta as extremidade do sacco, na mão,
quando a pessoa entrar, na occasião em que ficar uma

128 —

pequena abertura separada da extremidade superior, o

segundo saeco a se encontra, passa


em
que pessoa
para fora e uns vinte centimetros do pri-
separam
meiro. Segura os dois com a mão esquerda, e com a

mão direita enrolu-se o barbante ou a fita, ao redor


de ambos, de maneira porém, que não appareçam as

extremidades do primeiro, dando-se umas tres voltas,


collocada
para que a fita lacrada, seja no
ses rundo sacco

Estando ainda a cortina cerrada, com um pe-


queno movimento a pessoa sahe do primeiro acco,

fazendo-o desapparecer, mostrando aos espectadores o

segundo completamente intacto, como o deix am os

espectadores, julgando todos ser 0 primitivo sacco.


129 —

é uma sorte de ilusionismo das que maior effeito causa,

podendo ser executada em


qualquer reunião familiar

A aranha fallante

E' uma sorte de ilusionismo de grande effeito,


propria para grandes exhibições em theatros, exposições
permanentes, etc.
E esta a
primeira vez que ella figura, escripta
em
portuguez, nos livros deste genero.
Para sua
execução é necessario, em primeiro logar,
uma escada com (6) seis degraus, com apoios de ambos

os lados, conforme demonstra a gravura acima, collo-


cando-se no fim da escada duas pequenas columnas
conforme se vê na gravura letras c e d. Do primeiro
degrau sahem fios de arame, imitando a teia das ara-

9

1380 —

obas, mas separados da escada uns 25 centimetros,


mais ou menos; assim uma vez instalado o tecido
e terminada a escada, apparecerá a cabeça de uma

a falando, cantando, recitando e


respondendo a

as
perguntas que lhe fizerem.
A escada deve ter de 1 metro à 1 50 cts. de

largura, contendo seis degraus, devendo ter cada degrau


a altura de 10 a 20 centimetros cada um

No tim do ultimo
degrau, colloca-se um
espelho
com uma inclinação, de modo que forme com
pequena
escada conforme se verifica na
a um angulo agudo,
gravura que segue que fiquem refle tidos
c os degraus
8] vcs

restantes, fazendo por conseguinte o elfeito de uma

escada com 12 degraus. O espelho deverá ter a lar-

gura de Imetro a 1,15 centimetros, por meio de uma


passagem que ha no apoio das costas, entrando apro-
ximadamente um centimetro de cada lado.
Sua altura deve ser de 80 a 90 centimetros até
um metro, não devendo nunca, em hypothese alguma,
exceder desta altura; deve-se ter a precaução, porém,
de pintar todos os cantos do espelho de preto. Veri-
fica-se na primeira gravura nesta sorte as lettras q e b,
indicando o logar onde termina o espelho; para que
fique dissimulado, se colloca em suas extremidades,
dois obstaculos longos de que pela forma designe a

aranha. Estas serão construidas de algodão em forma


de bolsas, feitas de um
panno escuro e bem atraves-
sadas por arame, dando-se porém a inclinação que na

occasião nos convenha mais.

O que contém o corpo da aranha é do feitio de


um cesto feito de vime ou arame coberto de um panno
preto e posto de costas para o publico, tendo em uma

extremidade um lógar para a pessoa determinada col-


locar a cabeça. Pelas lettras que tem na gravura «be
def, passa um arame fino, que se cruza com todos
os outros em todo seu comprimento; imitando o
quanto
possivel a teia da aranha. Em cima, esta rede termina no

canto do espelho, lettras a e b e onde se colloca a supposta


aranha. O operador para disfarçar o mais possivel o

canto do espelho, que se apoia no angulo do ultimo

degrau, pinta todos os angulos dos degraus com uma

lista preta. Com o intuito de que a pessoa possa



182 —

devido e hora e não pre-


oceupar o
espaço, no
tempo
judique o
espelho, colloca-se na mesma direcção, uma

taboa no lado contrario, que é o logar destinado para


que a pessoa determinada colloque a cabeça, no ponto
indicado. Para que se ajuste bem e não se veja a clari-
dade atraz, põe-se na extremidade desta abertura, almo-
fadas de crina preta para produzir maior illusão.
A iluminação é indifferente, podendo ser a electri-
cidade, gaz ou kerozene, só o
que deve ser é bem
tarta.

Desapparição de uma dama

Efeito. —

No meio do palco de um theatro col-


loca-se uma cadeira sobre um jornal. Convida-se em

seguida uma senhora (nossa comadre de representação)


a sentar-se sobre a cadeira, cobrindo-a com um véo de
fazenda leve, para que os
espectadores possam per-
ceber que a senhora está de facto sentada.

183

Dirá o amador, um dois e tres, a senhora desap-
com o véo.
pareceu
Descripção. —

O jornal que os leitores notam na

primeira gravura debaixo da cadeira, é para encobrir.


o
alçapão existente palco, correspondendo
no alçapão ao

feito no jornal, para operar em occasião opportuna.


Ambos os
alçapões, precisam ser rigorosamente iguaes.

A cadeira senhora é
»
na a uma ca

deira já preparada, que não pos ue na frente travessa

de madeira. O as ento é movel, que com a pressão


da pessoa sentada, abaixa podendo assim a senhora

passar no alçapão descançadamente. O insignificante


184 —

apparelho de arame existente nas costas da cadeira, é

para ajudar o trabalho, ando invisivel para o


pu-
blico, devido ao seu insignificante diametro, pois antes
de iniciar-se o espectaculo, o
apparelho acha-se oceulto

pelas costas da cadeira, conforme se verifica pela pri-


meira gravura
Uma vez sentada a
pessoa colloca-se o apparelho
de arame para cobrir a
cabeça e os hombros, não no-

tando esta operação porque o amador nesta occasião


tem levantado na frente da cadeira o véo, depois de
mostrado aos espectadores, para verificarem que nada
contém.

Depois de verificado pelos espectadores, o amador


cobre a pessoa que está sentada, com o véo; mesmo

185 —

depois de já ter desapparecido a


pessoa, os assistentes
terão a illusão perfeita de que a mesma ainda se en-

contra na cadeira, isto graças ao apparelho de arame.

que dá a impressão e forma da cabeça e dos hombros


Terminados estes apparatos todos, que o amador
entremeia com alguma historia, dá o signal combinado,
para que o alçapão abra-se dando logar que a pes-
soa que estiver sentada passe commodamente. O em-

pregado encarregado, uma vez passada a


pessoa, im-
mediatamente fecha alçapão, tendo porém
o o cuidado
de concertar os cortes do papel, para que não deixe

vestigios do true empregado. Uma vez livre do peso a

cadeira retorna á sua posição primitiva. O véo depois


de terminada a operação, é escamoteado pelo amador,
devido a um elastico existente na sua manga; o
appa-
relho de arame, terminada a funcção, é collocado no-

vamente nas costas da cadeira.

N. B. —

Convem observar que os amadores, antes


de executarem este truc, precisam ter todo o cuidado
em disfarçarem bem o
alçapão feito no jornal, pois o
mais difficil é passar desapercebido este arranjo dos
olhos do publico.

Cremação de uma dama

Dos jogos de espectaculo


prestidigitação, é um

que sempre produzindo grande ef-


interessa
distrahe, e

feito, a escamoteação ou desapparição de seres vivos.


Os prestidigitadores apresentam este exercicio, por
differentes maneiras, porém sempre com grande apparato.
136 —

A primeira preoceupação amador, procurar do


convencer os
espectadores que, para de
a realização deste
exercicio não ba mystificação, alguma. Para isso, isola
o local da experiencia do resto da scena,
por meio de
um biombo que dá para os
espectadores examinarem
e conhecerem

O biombo não se abre senão com a


frente, para
o
publico; não tem pot us d imuladas; do recinto
por elle fechado não se
pode sahir senão pela frente,
na qual está
publico. o No centro do cercado
espaço
pelo biombo, ha um banco de quatro pés delgados.
simples, existindo debaixo um candelabro com quatro
velas (appurentemente).
O true esta ahi, porque dos quatro pés que o

existem vista effectiva-


publico julga vêr, só a sun

mente dois.

Debaixo do banco e formando um angulo recto,


cujo vertice corresponde exactamente ao logar que o

candelabro ha dois espelhos que reflectem os


occupa,
do banco braços do candelabro, que, sendo
pés e os

dois de cada quatro e dão a illusão


especie, parecem
perfeita da realidade.
188 —

Cahe então um involucro, «que por breves mo-

mentos oceulta à dama, desapparecendo esta por um

alçapão, deixando no seu logar uma caveira com os res

pectivos ossos, restos da supposta cremação.

Pela forma estão dispostos


que os
espelhos. o

publico não dá por elles; estando, porém, nelles a chave


da experiencia, que apesar de parecer a exhibição mais
extraordinaria do mundo, pela deseripção acima o ama-

dor verifica ser cousa muito facil.

A jaula mysteriosa
E' esta sorte de illusionismo uma das que mais

effeito produz na assistencia, por ser a sua invenç


139 —

muito recente. A jaula é, conforme se verifica na gra-


vura n. 1, construida com quatro angulos iguaes, tendo
tres delles suas
correspondentes travas afim de que não

impeça de se ver a segunda jaula, existente no meio

da primeira, tendo na frente uma porta, com dobra-


diças, que poderá mover-se com a maior facilidade.
servindo para dar entrada, quando se introduz a pessoa.
que o
publico vê perfeitamente.

Deseripção do apparelho. —“Colloca-se no meio do


palco, em logar preparado, a 'jaula, com uns 25 cen-

timetros mais alto que(o soalho, para que os assistentes


não julguem haver preparação alguma, podendo-se
collocar por baixo da jaula, lampadas electricas, para
140


que os
espectadores possam ver todo o logar onde se

está executando a sorte, como tambem a illusão será


maior.
A jaula externa, deve ter 17,60 de largura por 2,
de altura, tendo na frente uma tela enrolada na parte
superior, para abaixal-a quando for occasião, esta tela
é no mesmo molde do «store». A jaula interna, deve
ter a
largura de uns 50 centimetros, mais ou menos,

que é a medida sufficiente para caber uma pessoa.


As jaúlas devem ser collocadas sob uma taboa, de-
vendo estar a mesma suspensa de 10 a 25 centimetros,
á vontade do operador. Por cautela deve o
operador
ter tres taboas para tapar as faces lateraes e trazeira
da jaula maior; devem as
pessoas que executarem esta
sorte ficar prevenidas, de que quanto maior for a illu-

minação, maior exito conseguirão.


Ultimados 'os preparativos acima, e collocadas
ambas as jaulas nos logares descriptos, abaixa-se a

tela existente na jaula maior e collocam-se as tres taboas


na forma indicada anteriormente. Convem, porém, que
o amador pinte as jaulas de côres differentes.
Convidam-se tres assistentes para fiscalizarem, a

execução da sorte, ficando cada uma em cima das tres


faces. Apresenta-se
espectadores uma senhorita, aos

que irá se na
prestar jaula, entrando paraella entrar

pela porta na frente existente


da jaula, que é fechada,
contorme a descripção feita no
principio, e construida
com grades, como o restante de ambas as jaulas.
Abaixa-se a cortina, deixa-se passar uns 2 a 3
minutos, entretendo para isto os espectadores, com uma
=

ag)
=
historia qualquer; levantando-se porém a cortina no-

vamente, os espectadores ficam admirados, de, no logar


da primitiva moça encontrar-se outra, completamente
differente a qual pede-se para sahir. Os espectadores
vigilantes é que ficam pasmados, sem saberem explicar
como se deu a transformação, estando tão fiscalizado
o local. O amador faz sciente aos assistentes dizendo
que não ha mais ninguem na jaula, vae portanto
abaixar a cortina; para certificar-se porém, melhor, o

amador levanta novamente a cortina (fingindo espanto);


encontra-se no logar da segunda senhorita
a
primeira,
causando admiração geral. Para ultimar a sorte, pede-
se para a senhorita entrar novamente na jaula; des-
cida a cortina e levantada immediatamente, nota-se
com grande surpreza que não ha ninguem no interior
da jaula.
Para satisfazer melhor aos leitores, vou na gra-
vura abaixo, dar a ideia perfeita das ditas jaulas, su-

perficialmente, com as explicações necessarias


A linha 4, é um
espelho; a linha B indica o se-

gundo espelho que é collocado jaula n'um canto da


menor. terminando angulo da jaula maior.
o Assim

dispostos os espelhos, a grade lateral reflecte nos mesmos,


dando a illusão de ser o fundo da jaula maior. O

espelho indicado pela lettra A, que reflecte tambem


súas correspondentes grades, é na realidade uma porta
que permitte entrar em um pequeno espaço existente
entre dois espelhos, formando um
quartinho sufficiente
para que uma pessoa possa se esconder. A jaula
menor, tem duas portas: a porta por onde entra a

142 —

pessoa. na linha inferior do quadrado central, e a se-

gunda, na linha (, que se deve passar, para escon-

der-se entre os espelhos; a linha 4, gira sobre seus

gonzos, até as grades, ao passo que à da jaula menor,


da linha (', tem as suas molas na parte opposta do
espelho, de maneira que estando fechada as duas portas
juntam-se. A porta por onde entra e sabe a pessoa,
conforme linha da superior do quadrado central,
a
parte
gira até á do forma angulo. No que
parte espelho que

se refere ao tecto das jaulas, a menor pode ser coberta


com madeira, e a maior com madeira tambem, porém
pintada de
preto, cahindo assim naturalmente naparte
superior da menor, cobrindo-a. A base que compõe
as jaulas deve ser coberta de preto tormando desenhos,
distinguindo desta maneira os
espelhos

143 —

A cabeça que falla

Eº esta uma das mais engenhosas invenções, para


recreação do povo. inventada pelo Sr. M. Tobin, tendo
sido representada em Londres, pela primeira vez. com

a denominação de «Esphinge-.
-
A cabeça que os leitores estão vendo sobre a

mesa é a cabeça de um
compadre, que para
presta, com a devida antecedencia

Pela combinação exacta de espelhos estanhados,


que estão adaptados aos pés da mesa, podendo desta
maneira o
compadre collocar-se debaixo da mesa, sem

ser visto, e passar a cabeça pelo alçapão feito no centro


da mesa, cuja abertura fica encoberta pela caixa, em

que se acha a cabeça.


A mesa é
composta de tres pernas, embora ap-
parente possuir quatro. Entre as tres pernas, existem
entalhes, para se encaixarem dois espelhos estanhados,

144 —

conforme se vê na gravura, lettras (7 (7, nos quaes por


detraz se oeculta o
corpo da pessoa. na lettra H. Os

espelhos devem ser


dispostos, em angulo recto, approxi-
madamente a 450

Os lados da seena À e B, completam assim a


parte
da scena que fica occulta pelos espelhos, desta ma-

neirá os espectadores pensam vêr. através das pernas


da mesa, o fundo da scena

A caixa conforme se vê na gravura desta sorte,

vem completamente vazia e fechada, occultando um

alçapão semelhante ao que se acha no meio da mesa

Assim que o amador a colloca sobre a mesa, O

compadre abre o
alçapão identico que tem no centro
da mesa, e o da caixa, enfiando a cabeça por estas
duas aberturas; tira então o amador o
lenço grande
que cobria a caixa, para mostrar os
espectadores o
tj

simulon ter trazido O restante da ilusão, fica a


que
tornar
argo do amador e do seu compadre, procurando,
a seena o mais attrahente possivel,

No local onde o amador realizar a presente sorte,


não deve haver muita luz, para não prejudicar o ef-

teito da illusão

10
QUINTA PARTE

Sombras chinezas
AS SOMBRAS CHINEZAS

O estudo « sombras, é um ramo importante


das scienci Uma das vaz des que confirmam a ver-

dade de que a terra é redonda, é à forma que tomam

os eclipses da lua visto ter-se observado nestes


que

Andorinha

succede é que sombra redonda da terra


eclipses, o
que a

della, é projectada pelo sol sobre a lua cau


ou parte
sando assim um eclipse parcial ou total, segundo a

sombra chegue a cobrila parcial ou totalmente


150 —

Mas a
parte do lado seientifico, que tem o estudo
das sombras, é digno de saber-se que proporciona
agradavel entretimento, de preferencia para as crianças

Palhaço
O
cinematographo das mãos, permittam-nos os

caros leitores a expressão, é de execução fa Con-

Cavallo

siste em fazer projecçõ sobre uma


parede ou uma tela
151

de collocado em logar apropriado, dependendo


“panno,

Touro

u sua projec

Coelho
uma luz bem intensa, para produzir silhuetas seme-

antes a animaes, pessoas, etc.


152 —

Naturalmente, alem de atirar as sombras formando


s

sobre a
superficie escolhida para este tim, é

Gato

necessario
interpor as mãos entre esta
superficie e a

Elephante
luz. Quanto máis da luz
perto estejam as mãos menos
clura será “a sombra projectada; ao
passo que quanto
mais perto da da luz,
superficie e
portanto mais
longe

Gallo

mais clara e vem definida será projectada a figura,


ainda que tambem menor

Diplomata

Nesta secção, vão illustradas varias posições das

mão , que servem para projectar sombras á semelhança


154 —

de imagens. São tacilir z


s

de aprender, com um pouco


de pratica, estas ainda mesmo crianças.
posi des, por
Com o fim, todavia, de amenizar e tornar mais agra-
davel este praticar-se movimentos
pa sa-tempo, podem
de dedos e mãos, simulem os movimentos das
que

imagens, cujas gravuras publicamos. A fim de recordar


a posição das mãos para fazer tal ou
qual figura,
de toda conveniencia, praticar com
frequencia
Assim poderá amador ter
o o
ensejo de impro-
visar, em qualquer reunião familiar, um entretimento

agradavel

155 —

As varias sombras que aqui apresento, são apenas

algumas das tantas, que poderão fazer os leitores, com

um pouco de pratica.

Velho

Porém, na oceasião
que forem executar a sonibra.

façam-no com todo o cuidado, pois às vezes a mu-

dança de posição de um dedo muda inteiramente o

Negro

caracter da sombra projectada e


que n'outras, basta
mudar o angulo da luz. Quanto melhor illuminação
156

possuir a sala onde se realizam as projecções, mais


eluvas e de melhores contornos apparecer ão us sombras.
Pa aquelles que desejam dar maior s
pretenções
no entretimento recomendamos arranjar uma tela

grande de panno branco, semelhante +


que usam os

cinematographos. Sendo usada esta tela gs ande, O

amador deveri collocu-se entre esta e a luz, deix indo

que os
espectadores se sentem do lado opposto.

Às gravuras vão em varios tamanhos, para os

leitores poderem. graduar na representação, as ptro-


jecções dese,
INDICE

eng
5
Introdueção .

Colegas . 28
7

Conselhos uteis. . Lc
; 9

PRIMBIRA PARTE

Nós indecifraveis .
15

O Tamboril magico .
den E a

O
A
nó desfeito .

anel.
lioengnin SRS de Psenend

geo
Ouro

a AR
TS
Vengala e o a 3 nd

O amador insensivel . . cc Ds dee o DO)

Transformação assombrosa É RAS ÃO a o

A colher fundid 23
As axeias coloridas... 24
Prisioneira libertada . 2 cc s 25
O limpador de chaminé, moderno. . . 00. 2%

Dois venenos nteis . Lc

Meio flores murchas 27


pratico para rejuvenecerem as . .

Vinho surpreza. . cc o tec at co Cs a DE


O segundo olfacto. . cc
28
faca 490
A magica É “og hos Se É om
el
Tao

O de 30
mysterio uma rosa. . Lc

Os dados mathematicos . ct

inutil: dB
Prisão ou vs rea ae dm a

churmto BB
O espirita. . cc
ct

BD
O
imgatómo) ao a ae

caemtuo sd

dr
158 —

O amel de papel. Lc 36

Transformação do assucar em carvão. cc 36


A ecircumferencia e a bola de papel. . cc 37
Fazer com que uma agulha finctue em um copo d'agua. 38
Andar com os pés no bolso. . Lc a8
Para colorir as violetas de verde, vermelho e branco .

Partir um pau collocado em cima de dois copos com

ugua, sem os quebrar nem derramar o conteúdo


Para gravar em relevo a casca de um ovo . . a us

Maneira pratica de levantar-se nm homem com sete dedos


apenas Lc Cc 40
Tinta sympathica . o ..
4
Meio de obter-se rosas azues . .. agr ER 41
Derreter umu moeda dentro de uma casca de nóz sem

queimala. . é os ta Sm & 41
Colocar mui; mogda:dentro;da-uih copos spparsosrem
duas wu ug pa Sama SOR 42
fãro bortasauis pai intombndéiia. ces a 42
Meio seguro para tornar papeis incombustiveis os 42

Engulir a luz de uma vela sem queimarse. . . 43


Para tornar suecessivamente azul e vermelho, um licor

verde, por meio do ar da respiração e darlhe estas


mesmas € 43
Côr azul mysteriosa . . a a dês 44
Desistei dia aibeda; de-prata palboa cio dE mao. 44
Mudar wma moeda de prata em cobre e vice-versa . . 44
Sorvete magico. .. O 45
Maneira fncil de se sentar sem cadeim . 00 E 46
Ovo ardente. 3 a unerê a 47
A serpente artificial. 0. E mm é mem 48
Fumar á distancia. cc 49
Ammel constante e inconstante. . Lc 50
Tirar uma moeda de dentro de um copo sem molhar os

dedos. BA emas gas 5

Equilibrio do ovo. cc cc

159 —

Procurar uma folha de papel


Bala de sebo
Rosa feitic EE E » E
ã a

Processo pratico para tirar nodoas negras em desenhos,


etc.

Transtiguração .

Champagne artificial s

Mascara original . . ..

Dilstabilidade; dos: solidos RR

Mergulher a mão no chumbo inadido sem se queimer


Poder absorvente dos corpos o calorico .

Equilibrio com o jogo de dominós


Para fazer um Debedor deixar de bebe:
Vulcão artificial. a sema 3

Illusão de optica . x PR gs e

Eiguortiia ganda COnCAMA Palha


A cruz e as bolas de pão
Resistencia do ar. . % E g

Expor um fio de linha óhanima sem o


queimar. a

As bodas de Caná. LL cc 1
Ovo que corre . E sE ÉS E : sm: É

Ilusão no tocar +. ssa goma ca bo

Fazer passar um ovo de um copo para o outro... 63


Pão endiabrado. a É ua Cr 64
O ovo transformista. Modo de fazer um ovo passar por
dentro de um anel. Lc cc 64
Os confeitos e os chapens . cc 65
A garrata infernal. . RR)
A garrafa de Satanaz. z 65
Uma sessão de telepathin Lc cc 66

Apparição de tres estigmas na mão . 0. cc 00067


O dedal magico. . cc BB
Para predizer o futuro A)
Copo dinbolico. . cc
TO
assombrosa a
Transmutação . cc cc

Dados que trocam de pontos . .. VR


160 —

Papel phantastico para cigarros. cc

ad
Bs
Os espertos logrados . cc ca

O papelea ren.
O dado inexplicavel
O annel Ingi . o
Es

Maneira pratica de se aecender mma vela sem phosphoros.


a Ss
Passa-tempo .

SEGUNDA PARTE

Sortes de cartas cc
ss

1.º Movimento —

O salto com as cartas . g

2.º Movimento —

À 'Pransmutação das cartas so


3.º Movimento —

Forçar a cata... 87

4.º
5.º
Movimento
Movimento —

A
A empalmação
arredagem .
. cc
ss
so

6.9 e nltimo movimento —

Vêr a carta 91

de cartas 93
Sortes 98
Curiosa adivinhação . é R sm 94

Os reis unidos 94
quatro
Eureka 95

de carta mã 96
Desapparição uma na
õ,
A carta bailarina , : 97
Fazer appareoer dentro de min lençocártas dá jogar. 9s
100
As vinte cartas
. &

Metamosphose de: mma dame de copas, por um az, de

pans e vice-versa ZE 101

Kpparição-da ama cama do bold a 2 5a o 101


Processo modemo das vinte cartas magicas. . 102
A exrta-no chapen. cc cc 104

Angmento de emtas . se 105

TERCEIRA PARTE

Sortes com moedas a na


1º Movimento
— À empalinação 11

161 —

Pag

»o Movimento —

O tomiquete. . cc cc... IB
3.º Movimento —

A corrida . cms nm o A
4:Moviniento— Esemiotenção átaliinm . 2. 5
A moeda mysteriosa + Lc cc 9
A moeda no copo agua, Lc cc 20
A moeda e o lenço Bass ai go 120
Moeda composta igemarasara

A moeda viajante . LL cc 22

Quarta PARTE

O sacco dos mysterios LL cc

A aranha falante cc cc 29

Desapparição de uma dama. . cc 0 IB

Cremação de uma dama . . vc 0 185


A jaula mysteriosa. Ce e BB
A cabeça que fala. . cc cc 48

Quinta PARTE

As sombras chinezas . . cc
cc
48
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