DISCIPLINA: Conteúdos e Processos de Ensino de História
Professora: Adão Donizete Acadêmico/a: Clarelis Gabriella Eduarda Costa Campos Maria de Fátima Patrícia Paula Honorato Silva
TEXTO: A Nova LDB, Os PCNs e o Ensino de História. (FONSECA, 2003)
GRUPOS 5 e 6
- Fazerem a leitura e comentarem o papel da Nova LDB e os PCNs para o Ensino de
História levando em consideração os/as autores/as que sustentam o texto quanto ao mapa cultural e político e as crises que o permeia; As orientações da LDB e PCNs para que de fato ocorra aprendizagens por meio do Ensino de História enquanto documentos de Políticas Educacionais; As abordagens do Ensino de história dos 60 aos 90, observando os movimentos políticos e socioculturais que influenciaram esses momentos históricos. O texto inicialmente aborda os aspectos que permeiam as mudanças no campo político, educacional e social. A autora trás em sua reflexão conceitos que ampliaram os debates acerca das diversas mudanças no campo educacional perpassado desde os anos 90. O relativismo e o multiculturalismo segundo Fonseca (2003) são conceitos que descreve o mundo social da atualidade com ideologias políticas interligadas a constituição do homem, como o ser das mudanças, e não mais os afetados por essas mudanças. É nesse novo mapa cultural e político que emerge a crise da educação, de valores, que dissemina nessa nova sociedade formada por mudanças sobrepostas a mudanças e criações. Em meio a esses conflitos entra em questão o dilema entre os historiadores de estabelecer e compreender a relação orgânica entre educação, cultura, memória e o ensino de História. Para tanto, a autora evidencia a necessidades de compreender a Lei de Diretrizes e Bases e os Parâmetros Curriculares Nacionais interligadas ao ensino de História. Fonseca (2003) cita Hanna Arandet (1972) quando elucida o conceito de Educação em sua abrangência, e aborda as concepções de Forquin (1993) para evidenciar os mecanismos da educação escola cultivada e entendida como cultura determinante desse processo. Essa situação é analisada por Hanna Arandet (1972) como relativa à crise da educação e da autoridade, advinda da globalização que se configura por mudanças culturais políticas e sociais extremistas. A crise da educação moderna baseia-se numa certa incompatibilidade de caráter intrínseco (essencial) entre o ato de educar, a preservação e transmissão cultural e as atitudes do homem contemporâneo perante o homem do passado. O fracasso escolar ocorrido em 1969 na Inglaterra, põem em pauta que tal fracasso está interligado na relação entre escola, cultura e classes sociais e em como os educadores adapta os conteúdos para serem ministrados numa classe tão heterogênea de alunos, ou seja, como as individualidades dos estudantes são representadas no diversos setores sociais. Nesse contexto existe uma disputa teórica e política no processo de elaboração do currículo, em ênfase na elaboração do currículo de história. Daí surgem vários questionamentos perante as aulas de história, como por exemplo: o que da cultura, da memória, da experiência humana devemos ensinar e transmitir aos homens em nossas aulas de história? O que é significativo, válido e importante de ser ensinado da história do Brasil e do mundo? O que e como ensinar nas aulas de história? Para quê? Por quê? Para respondê-los deve-se analisar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Escolar que diz que deve ser transmitido aos alunos de história os seguintes aspectos:
Art. 26 - Os currículos do Ensino Fundamental e Médio devem ter uma base
nacional comum, a ser complementada em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. Parágrafo 42 – O ensino de História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígenas, africana e européia. Art. 36 - O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção 1 deste capítulo e as seguintes diretrizes: 1 - Destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania. Já os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de história põem alguns objetivos gerais que o aluno deve alcançar no ensino de história. Nesse cenário os alunos deverão ser capazes de: ● Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos sociais, em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas e políticas reconhecendo diferenças e semelhanças entre eles: ● Reconhecer mudanças e permanências nas vivências humanas presentes em sua realidade e em outras comunidades, próximas ou distantes no tempo e no espaço; ● Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a diversidade reconhecendo-a como um direito dos povos e indivíduos e como elemento de fortalecimento da democracia.
(Final)
No interior da diversidade é possível destacar algumas perspectivas trilhados
pela história ensinada: a concepção curricular temática e multicultural não só só nos PCNs, nos textos curriculares das escolas e na prática cotidiano do professor de história. Há dois vieses que se destacam na proposta de ensino que requer considerações. Primeiro lugar, não basta introduzir novos temas no currículo, nova perspectiva multicultural. Sabemos que aquilo que o professor ensina ou deixa de ensinar é o que o aluno aprende ou deixa de aprender, isso vai além do prescrito Goodson (1996). É preciso auscultar o currículo real reconstruído no cotidiano escolar, a linguagem dos professores, exemplos que utilizam, atitudes com alunos, forma de agrupamento dentro e fora da sala de aula, preconceitos transmitidos no material, e o que é exigido nas avaliações historicamente,mecanismos de seleção e exclusão. Em segundo lugar, reconhecer o óbvio: o professor não aperta no vazio. Os saberes transmitidos na escola a sujeitos que trazem consigo um conjunto de crenças, significados, valores, atitudes adquiridos nos outros espaços educativos. Implicam a necessidade de nós professores incorporarmos no processo de ensino e aprendizagem outras fontes de saber histórico. O professor, ao diversificar as fontes e dinamizar a prática do ensino democratiza o acesso ao saber. Em terceiro lugar, essa perspectiva de ensino temático e multicultural presente nos PCNs devem vir acompanhados de uma mudança pedagógica na formação Inicial e continuada do docente. A formação se dá em longo prazo da história de vida do sujeito. É na ação que os saberes do professor são mobilizados reconstruídos, e assumem significados diversos. Contudo, ensinar e aprender história requer a retomada de uma velha questão: o papel formativo do ensino de história requer assumir o ofício de professor de história como uma luta política e cultural. Tanto no texto da Bittencourt quanto no texto de Fonseca, o ensino de história é discutido numa concepção abrangente, remetendo as memórias, experiências, compreender o espaço/tempo de marcos históricos, refletir os acontecimentos que antecederam e sucederam tais acontecimentos, para ambas o ensino de História proporciona ao Homem consciência do mundo, de suas raízes e cultura.