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Teoria do isolamento dos atos processuais – ex. se um processo estava em curso durante o
CPC passado, com a vinda do novo CPC, a sentença desse processo se dá logo após a entrada
em vigência do novo código, a sentença será de acordo com as normas do novo CPC, aplica-se
a sistemática de honorários advocatícios do art. 85, porque cada ato processual será regido
pelo diploma processual vigente na data da prática daquele ato, existem algumas exceções,
mas a regra geral é essa.
O processo civil, como um todo, é embasado no tripé: processo, ação e jurisdição. Dentro de
jurisdição, se estuda, por exemplo, os poderes do juiz (art.139), na ação se estuda os
elementos da ação: parte, demanda, causa de pedir e condições da ação, como legitimidade,
ad causam e interesse de agir, sendo que possibilidade jurídica do pedido não é mais condição
da ação. No processo se estuda toda a relação jurídica processual formada entre partes e o
estado juris naquela relação triangular, e também todos os deveres, ônus, poderes,
faculdades, derivados dessa relação jurídica processual.
1 – Estabelecer expressa e implicitamente verdadeira sintonia fina com a CF: isso significa que
todo o CPC, inclusive todos os ramos do direito devem ser filtrados à luz dos princípios e
valores constitucionais, se vê a repercussão disso em vários institutos, como no art. 1, o
contraditório é um grande exemplo.
2 – Criar condições para que o juiz possa proferir decisão de forma mais rente à realidade
fática subjacente à causa: o enfoque do novo código é sobre o sistema de autocomposição de
conflitos, para que o juiz possa proferir a decisão de forma mais rente à realidade fática,
ouvindo as partes e levando em consideração o que as partes estão dizendo. Ainda, no art.
489, p. 1º está elencado o rol das decisões que são nulas se o juiz não observar aqueles
preceitos, dentre eles o IV que diz que se o juiz não analisar os argumentos elencados pelas
partes em suas petições, a decisão é nula. Outro exemplo é o amicus Curi, que auxilia o juiz
conhecendo a situação técnica daquela questão jurídica ou fática subjacente. Tem também a
audiência pública, métodos auto compositivos como mediação, conciliação, dentre vários
outros.
4 – Dar todo o rendimento possível a cada processo em si mesmo considerado. Ex.: coisa
julgada de questão prejudicial (art. 503, p. 1), antes, coisa julgada incidia só no dispositivo da
decisão, agora, com o novo CPC, a coisa julgada pode incidir sobre as questões prejudiciais
tratadas na fundamentação, respeitando sempre os requisitos do art. 503, p 1. Essa mudança
foi tão grande, que o novo código, a respeito desse artigo, aplicou uma exceção àquela teoria
do isolamento dos atos processuais, que cada ato será regido de acordo com o código vigente
na data, mas existe essa exceção,(art.1053) só vai ser aplicado para processos protocolados a
partir de 18/03/16 (vigência novo cpc), para os que já estavam em andamento, isso não se
aplica.
5 – Finalmente, sendo talvez este último objetivo parcialmente alcançado pela realização
daqueles mencionados antes, imprimir maior grau de organicidade ao sistema, dando-lhe,
assim, mais coesão. Ex.: a própria organização do código, que está organizado de forma mais
logica, mais sistemática, dividido em parte geral, parte especial, etc.
Todo processo civil, será relido, interpretado e aplicado à luz dos princípios e valores
constitucionais. O fenômeno da constitucionalização do direito se subdivide em 2:
constitucionalização e inclusão e constitucionalização e releitura, a diferença básica entre os
dois institutos é: inclusão significa que há institutos na nossa CF que não eram inseridos nas
condições pretéritas, por exemplo proteção à união estável, proteção ao consumidor,
proteção incisiva aos idosos, às crianças e aos adolescentes não existiam nas constituições
passadas. Foram incluídos institutos que antes não eram tratados.
Releitura – todos os institutos, todos os ramos do direito devem ser relidos à luz dos valores
constitucionais, ex. no processo civil: contraditório (arts. 9 e 10). Antes, o contraditório para
ser obedecido bastava o juiz dar ciência e reação à parte, ou seja, “olha parte, um ato aqui foi
praticado, se manifeste agora”, pronto. Agora, com o influxo do neoconstitucionalismo, com a
influencia da CF, o contraditório formal se transmudou no contraditório substancial, formado
não pelo binômio, mas sim pelo trinômio ciência, reação e poder de influenciar as decisões do
juiz, ou seja, não basta apenas o juiz abrir vista as partes para que elas se manifestem, o
contraditório substancial exige que o juiz se debruce sobre aquilo que a parte falou e ainda
exige que o juiz não prolate decisões de oficio, inclusive nas matérias de ordem pública, sem
antes ouvir as partes, portanto, falta de pressuposto processual, falta de condição da ação,
etc., o juiz irá suscitar, abrir vista as partes e depois decidir.
Lembrando que esse rol de princípios é exemplificativo, existem vários outros princípios que
não estão aqui arrolados, ex. segurança jurídica, instrumentalidade das formas, devido
processo legal, etc.
Questões:
Qual é a ideia do principio da primazia de mérito? O novo cpc trouxe essa revolução de
jurisdição para juris satisfação, a função do juiz é sentenciar o mérito e depois de sentenciar o
mérito, entregar o bem da vida àquela parte que tem razão, por isso, ao longo de todo o
processo o juiz vai relativizando certos vícios formais, como se sabe, vigora a
instrumentalidade das formas, se um ato foi praticado de forma diversa mas atingiu a
finalidade, não tem problema. Antes, se no processo constasse vicio formal, o juiz
simplesmente rejeitava o recurso, agora não, deve intimar e conceder prazo de 5 dias (art.932,
p.u). Ex.: se o recorrente esquece de preparar o recurso (pagar parte das as custas, o porte de
remessa e retorno), o ministro e o desembargador devem intimar o recorrente para que
complemente as devidas custas em 5 dias (art. 1007 p. 2 e 4). Mas se o recorrente não pagou
nada das custas, paga-se em dobro o preparo, é uma forma de “punição” para o pagamento
zerado do preparo. Outro exemplo é o artigo 485, p. 7, o juiz se prolatar uma decisão sem o
exame do mérito, por qualquer coisa elencada no 485, se a parte prejudicada apelar, o juiz
pode se retratar no prazo de 5 dias, o juiz admite que errou ao extinguir o processo sem
resolução do mérito, retrata-se em 5 dias e continua de onde parou, para solucionar o mérito
no final. No antigo código eram raríssimas as hipóteses de retratação do juiz, no novo são
várias e a mais importante é a do 485, p 7. Outro exemplo: o juiz diante de uma petição inicial
equivocada, intima a parte autora para emendar a petição, corrigir o vício. E também o art.
317, o juiz deve, como norma geral, diante de qualquer vício, intimar as partes para sanar.
Ultima dica relacionada a primazia do mérito (pode muito cair na prova!): Supondo que A e B
estão litigando, B chega para o juiz e diz que há uma nulidade que o beneficia e pede a
extinção do processo sem a resolução do mérito, só que, ao mesmo tempo, o juiz analise a
demanda e percebe que B tem razão no mérito também. O juiz vai preferir extinguir o
processo sem resolução do mérito ou com resolução do mérito? Claro que é com resolução do
mérito, justamente pelo principio da primazia. Segundo o art. 282, p. 2 e o 488 do novo cpc,
diz que o juiz diante de uma nulidade se verificar que a parte tem razão no mérito, prolata a
decisão no mérito, flexibilizando a nulidade ocorrida, porque para a parte, é melhor ter a
solução do mérito, pois esta faz coisa julgada material e a outra parte não poderá repropor
aquela demanda.
Cooperação –
Art. 6 todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva – No antigo código não existia isso expressamente.
Lembrar do mnemônico PESCA, são quatro deveres decorrentes da cooperação direcionados
ao juiz: P – prevenção; ES – esclarecimento; C – consulta; A – adequação.
Prevenção – o juiz se constatar um vicio na petição inicial, como dever de cooperação, ele deve
intimar a parte para sanar o vicio formal. Mesma coisa o art. 317, existe uma relação entre o
principio da cooperação e o da primazia do mérito.
Esclarecimento – 489, p.1 constam os itens que a decisão do magistrado deve obedecer, sob
pena de nulidade. O juiz deve esclarecer de modo muito fundamentado, rente a realidade
fática, as suas decisões, não podem ser decisões genéricas. Em sentido inverso, o juiz pode
intimar as partes para que esclareçam melhor as suas alegações, e mais, a decisão do
magistrado pode ser até de modo compartilhado, a decisão de saneamento ocorre lá na frente
do processo, depois da inicial, da audiência de conciliação, contestação, replica, etc. ai o juiz
olha para o processo e fixa os pontos controvertidos e sobre eles recairá a produção
probatória. Antes, o juiz fazia isso sozinho, era o chamado despacho saneador, tinha natureza
jurídica de decisão. No novo cpc, o juiz pode chamar as partes para que todos juntos saneiem
o processo (357 p. 3).
O parágrafo único não é taxativo, e sim exemplificativo. Outro exemplo é a ação possessória, o
juiz pode reintegrar a posse liminarmente. Também embargo de terceiros. E improcedência
liminar do pedido, o juiz olha e identifica que o pedido do autor está precedente obrigatório,
como sumula vinculante, IRDR, recurso repetitivo do STJ, etc.
Predomínio da teoria do isolamento dos atos processuais – art. 14 – a norma processual não
retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Exceções: coisa julgada das questões prejudiciais só se aplicam para novos processos (art.
1053), porque como a coisa julgada de questão prejudicial é uma novidade e tanto, só vai se
aplicar para processos protocolados a partir de 18/03/16.
JURISDIÇÃO
Princípios da jurisdição:
Principio da territorialidade: existe um artigo importante na lei de ação civil publica (art. 16).
Na lei de ação civil pública, o governo ao longo do tempo foi percebendo que estava perdendo
várias ações civis públicas, e um juiz podia resolver milhares de conflitos que são prejudiciais à
fazenda, que tem que arcar com o pagamento, indenização, etc. A ideia do governo foi limitar
o potencial lesivo dessas ações públicas, então trouxe o artigo 16 que diz: a sentença civil fará
coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o
pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer
legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. A
ideia é: eu sou juiz federal da subseção de Toledo, interior do paraná, essa subseção abrange
18 municípios, se eu prolatar uma sentença numa acp, ficará limitado só nesses 18 municípios ,
porém, o stj veio dizendo que o legislador se equivocou nisso, porque uma coisa é
competência, outra coisa é decidir quais são os efeitos da coisa julgada, ex.: você se divorcia e
o divorcio é valido apenas em determinados municípios, fora dali você não é divorciado, o que
é um absurdo. Por isso que o stj em um julgado diz que: a eficácia das decisões proferidas em
ações civis publicas coletivas não deve ficar limitada ao território da competência do órgão
jurisdicional que prolatou a decisão.
Equidade: o art. 140 do novo cpc, permite ao juiz decidir pela justiça no caso concreto, mas o
código exige que a aplicação da equidade seja prevista expressamente em lei, ou seja, o juiz só
pode aplicar a justiça no caso concreto, relativizando alguns limites legais, se a lei permitir.
Exemplos de aplicação da equidade: juizados especiais, art. 25 da lei 9099; jurisdição
voluntária, art. 723 do ncpc, art. 180 do CTN, CLT também aceita aplicação da equidade,
código de defesa do consumidor, e no código civil, como exemplo responsabilidade civil do
incapaz (art. 928), art. 416 que trata da clausula penal, se a clausula for excessiva o juiz pode
reduzir equitativamente o valor daquela clausula penal por achar injusto no caso concreto.
FORMAS ALTERNATIVAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITO
Autotutela – em regra é crime, art. 345 do código penal, mas, excepcionalmente é permitida
em nosso ordenamento, ex.: se um sujeito invadir sua casa você tem o poder do desforço
possessório (repeli-lo imediatamente, inclusive utilizando-se da força física).
Transação – 844 CC, duas partes abrem mão de uma parcela do que querem para entrar em
um acordo.
Submissão – o autor se submete ao réu quando ele renuncia ao direito sob o qual se funda
ação. Ao renunciar, o juiz homologa uma sentença de mérito e acaba o processo. O réu se
submete ao autor quando reconhece a procedência do pedido, paga o que deve a acabou.
Art. 334 – o juiz deve designar audiência com antecedência mínima de 30 dias, sendo que o
réu deve ser citado com no mínimo 20 dias de antecedência, se o réu não quiser entrar em
acordo na audiência, ele deve peticionar com 10 dias de antecedência dizendo que não quer
participar da audiência de conciliação.
A parte pode constituir representante para comparecer na audiência em seu lugar. E devem
estar acompanhadas por seus advogados ou defensores.
Pressupostos de existência:
Ou seja, o que precisa para existência de um processo é juiz, parte e demanda. A parte precisa
ter capacidade de ser parte, ou seja, ser pessoa de direito.
Agora, para esse processo ser válido, é preciso “adjetivar” esses substantivos.
Pressupostos de validade:
Ou seja, o juiz precisa ser competente e imparcial, a parte precisa ter capacidade de ir à juízo
autonomamente (sem precisar de representação ou assistência) e capacidade postulatória.
A demanda deve respeitar a regularidade formal, por exemplo, a petição inicial deve estar
apta, respeitando todos os requisitos do 319. A citação deve ser válida, sem haver equívocos,
como deixar de citar alguém, etc.
Possibilidade jurídica do pedido era condição da ação, agora é matéria de mérito. Se uma parte
autora pede, por exemplo, pede uma cobrança de uma divida de jogo, é impossível. O estado
do RJ pede para se separar do Brasil, é um pedido impossível, pois a própria CF diz que a RFB é
composta pela União indissolúvel dos estados e municípios. Esses pedidos são julgados no
mérito para que se faça coisa julgada material e não haja mais discussão.
COMPETÊNCIA
O art. 51 do CPC diz que se eu for demandar à união, eu tenho 4 possibilidades: foro do meu
domicilio, foro do local ou ato que originou a demanda, foro do local da coisa ou o Distrito
Federal.
Se a União for a autora, a demanda deve ser proposta no foro de domicilio do réu.
O novo código criou isso para os Estados e DF, no art. 52: “é competente o foro de domicilio do
réu para as causas em que seja autor a união, estados ou distrito federal.” Se eu que moro no
estado do paraná, quiser ajuizar uma demanda contra o estado do rio de janeiro, eu posso
propor a demanda no meu domicilio e o rj terá que se deslocar até o meu domicilio para se
defender. (Esse artigo está sendo bastante questionado, é objeto de críticas) (????)
Art. 53, I – guardião do filho incapaz; ultimo domicilio do casal; domicilio do réu. Demandas
envolvendo relações de família (união estável, divorcio, etc.), no cpc passado, a mulher tinha
privilégio, o foro era no domicilio da mulher, no novo cpc, o foro de domicilio da mulher não
será o competente, há outros critérios, e o primeiro é: quem ficou com o incapaz?. Se não
houver incapaz (filho) o foro será no ultimo domicilio do casal, porém se nenhum dos dois
estiver morando neste ultimo domicilio, o foro será no domicilio do réu.
Obs.: alteração legislativa em 2019: se houver vítima de violência doméstica familiar, será
competente o foro de domicilio da vítima.
Ainda sobre competência, existem mais 3 artigos SUPER importantes para a prova:
Competência absoluta (matéria, pessoa e função - MPF), o juiz pode reconhecer de oficio e em
qualquer grau de jurisdição. (1:28)