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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE PERNAMBUCO

ALUNA: ADEILDA CORDEIRO DOS SANTOS SILVA

DISCIPLINA: ESTÁGIO II

PROFESSOR: EDIVALDO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA Nº VARA DO


JÚRI DA COMARCA DE RECIFE

Pedro Álvares Cabral, brasileiro, solteiro, soldador, residente na Rua dos unidos, 48,
bairro da Boa Vista, Recife-PE, processo criminal em epígrafe, movido pelo Ministério
Público do Estado de Pernambuco, vem, através da sua advogada, Adeila Cordeiro dos
Santos Silva, OAB/PE nº 1702099, escritório com sede no Pina s/n, no bairro do Recife,
estado de Pernambuco, onde recebe intimações e endereço eletrônico
adeildas@hotmail.com (documento de procuração anexa aos autos), perante Vossa
Excelência, com fundamento no artigo 588 do Código de Processo Penal, apresentar

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com fulcro no art. 581, inciso IV, do CPP.

Requer seja recebido e processado o presente recurso e, caso Vossa Excelência entenda
que deva ser mantida a respeitável decisão, que seja encaminhado ao Egrégio Tribunal de
Justiça com as inclusas razões.

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

Recife, 30/11/2021.

Adeilda Cordeiro dos Santos Silva


OAB/PE nº 1702062
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

RECORRENTE: Pedro Alvares Cabral

RECORRIDA: Justiça Pública

Autos do processo nº 00000000

Egrégio Tribunal,

Colenda Câmara,

Douto Procurador de Justiça,

Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. juiz "a quo", impõe-se a reforma de
respeitável sentença que pronunciou o Recorrente, pelas seguintes razões de fato e
fundamentos a seguir expostas:

I – DA SINTESE DO OCORRIDO

O Requerente foi denunciado pela prática do delito de matar alguém art. 121, § 2º,
inciso II e IV do Código Penal Brasileiro, na forma do art. 14, I do mesmo diploma legal.

Segundo consta da Denúncia, o Requerente teria usando uma arma de fogo e deferido
disparos contra a vítima Marcopolo, atingindo-a pela frente. O motivo da autoria e
materialidade do fato segundo relato das testemunhas foi, em relação ao motivo fútil, as
testemunhas oculares disseram que a vítima tinha chamado o acusado de ladrão e teria
apalpado suas nádegas.

Em relação a emboscada, afirmaram que fato ocorreu quando o acusado estava frente a
frente com a vítima, e se enfrentaram de igual para igual, tendo o acusado atirado na
vítima pela frente.

Oferecida denúncia pelo Ministério Público em desfavor do Requerente, pela prática do


crime previsto no artigo 121 do Código Penal Brasileiro, qual seja:
Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Contudo, após a denúncia do Ministério Público pelo crime de homicídio, o juiz


além de acolher a denúncia, pronunciou o requerente com base no § 2º, II e IV do art. 121
pelos crimes qualificados apontados na exordial, quais sejam:

§ 2° Se o homicídio é cometido:

II - por motivo fútil;

IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou


torne impossível a defesa do ofendido;

Entretanto, pelas razões de mérito que passamos a conduzir, respaldaremos que a


decisão de pronúncia proferida com base nos crimes supracitados, não condizem com os
fatos, conforme a seguir.

2 - DO DIREITO

2.1. DA INEXISTENCIA DA QUALIFICADORA POR MOTIVO FÚTIL

Primeiramente, o meritíssimo juízo deixou de observar fatos relevantes


constantes dos autos, conforme veremos a seguir:

Num primeiro momento, sobre o depoimento das testemunhas de acusação,


deve-se notar que todas as testemunhas arroladas pela acusação confirmaram que o
recorrente foi ofendido pela vítima, que o chamou de ladrão e em seguida da ofensa
apalpou suas nádegas.

Todavia, a alegação de que o cometimento do crime foi por motivo fútil não
merece prosperar, pois, quando do cometimento do ato, o recorrente estava sob o
domínio de violenta emoção em decorrência das injustas provocação da vítima, porém,
fica claro que o decorrente não tinha a intenção de matar a vítima.
No caso em tela, não se caracterizou o cometimento de homicídio por motivo
fútil, pois, para que se caracterize a qualificadora, o motivo deve ser insignificante.
Desta feita, o que se vislumbra, é uma desproporção entre a pequena provocação e a
grave provocação.

2.2 DA INEXISTENCIA DA QUALIFICADORA DO ART. 121, § 2º INCISO IV, À


TRAIÇÃO, DE EMBOSCADA, OU MEDIANTE DISSIMULAÇÃO OU OUTRO
RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO
OFENDIDO.

A qualificadora foi inserida na sentença de pronúncia sem nenhum fundamento


ou subsunção dos fatos que pudesse levar a este equivocado entendimento.

Ora, como já demostrado nos autos, as próprias testemunhas atestaram que o fato
ocorreu quando o acusado estava frente a frente com a vítima, e se enfrentaram de igual
para igual, tendo o acusado atirado na vítima pela frente.

A perícia tanatoscópica atesta que o tiro tem orifício de entrada pela frente.

Apresentado os fatos, a defesa também requer que a atenuante imputada ao réu ao


classificar que o homicídio foi cometido com base no inciso IV do § 2º do art. 12, ou seja,
através de traição e emboscada seja desconsiderado, uma vez que segundo consta nos
autos da exordial, restou evidente que o recorrente não praticou nenhum tipo de
emboscada e que para essa classificadora seja considerada,

III - DO PEDIDO

Diante de todo o exposto requer:

a) Seja conhecido e provido o presente recurso em sentido estrito, para que nas razoes
recursais ocorra a reforma da decisão, decretando de pronto a despronúncia, visto que não
há indícios suficientes que comprovem a autoria dos fatos, conforme disciplina o art. 414
do Código de Processo Penal.
b) Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes
de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado art.
414 do CPP.

c) Requer subsidiariamente a desclassificação da conduta imputada ao requerente, como


homicídio qualificado pelo motivo fútil e pela emboscada e que considerado o que prevê
o caput do art. 121, do Código Penal.

Pede deferimento.

Recife 30 de novembro de 2021.

Adeilda Cordeiro dos Santos Silva


OAB/PE nº 1702062

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