Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
O objetivo deste curso é melhor servir ao Senhor da Seara que nos tem chamado e
enviado a pregar. É muito bom saber, como alguém já disse, que quando Deus
chama, Ele capacita. Quando capacita, ele envia, quando envia, ele supre: e
quando supre ele respalda. Cremos que assim será conosco! A Igreja precisa
urgentemente de obreiros e o mundo aguarda ansiosamente que se lhe preguem
a mensagem do Reino. Será que Deus poderá de fato, contar conosco? Nessa
inspiração que oramos para que Deus use esse pequeno curso para incendiar o
nosso coração com o amor à Palavra e às almas perdidas. Que o Espirito Santo que
desceu em Pentecostes e que usou todos os grandes pregadores da história se
digne de nos usar para a glória do santo e glorioso nome de Jesus.
Uma boa pregação deve ter por traz um bom pregador. Por isso, devemos nos
preocupar com algumas exigências bíblicas que o pregador do Evangelho deve
preencher para ser um vaso de bênçãos nas mãos do Senhor. Como ser um bom
pregador? Vejamos “10 mandamentos” para ser um bom pregador:
É imprescindível que ele tenha de fato, nascido de novo, que já. Tenha
experimentado o poder regenerador do Espírito Santo. É necessário que o
anunciador das boas novas já tenha, ele mesmo, provado do Evangelho, já
conheça e confesse ao Senhor. Pregadores não regenerados são como Jesus disse
“condutores cegos”, sendo o barranco e o destino tanto do condutor como do
conduzido (Mt. 15.14).
O pregador não deve ser movido apenas pelo “dever” ou mesmo pelo prazer, mas
principalmente por amor e gratidão àquele que o salvou: Jesus Cristo (I Coríntios
9.16-22; II Coríntios 5.14-15). Vale a pena lembrar que Cristo realizou sua obra na cruz
por amor e com alegria (Hb 12.2).
Aquele que deseja falar muito de Deus para os homens deve falar muito dos homens
para Deus. O exemplo de Jesus com respeito à oração deve impressionar cada
crente, principalmente o pregador. Somente em Lucas temos 10 referências de
como ele dependeu do Pai em oração para tudo: Lc. 3.21; 5.16; 6.12. 9.18; 9.29;
11.11; 22.32; 22.42; 23.34; 23.46.
O pregador deve ser puro no seu viver, levar uma vida irrepreensível (1 Tm. 3.2 e 7),
que tenha “bom testemunho dos que estão de fora”. Qualquer comportamento
irregular do pregador pode colocar em descrédito a sua mensagem. O que a
pessoa faz, fala muito mais forte do que o que apenas diz. Portanto, se o pregador
não vive a mensagem, os ouvintes não o aceitarão.
O pregador pode e deve trabalhar arduamente, buscar, pesquisar e ler, mas isso
deve ser apenas um complemento à revelação da palavra que recebeu do Senhor.
Ideias, argumentos e habilidade na exposição são recursos que o pregador pode e
deve buscar em fontes variadas. A mensagem, ou o conteúdo principal da Palavra
deve buscar e receber do Senhor (I Co. 11.23, 1 5.3; Gl. 1.11-12).
IX- DEVE SENTIR O PESO DO SEU MINISTÉRIO E NÃO SE GLORIAR DO QUE FAZ: I Co. 9.16
A capacitação para pregar deve ser constante na vida de todo pregador, que
precisa buscar ser:
a) Espiritualmente capaz;
Capítulo 02 - A PREGAÇÃO
O QUE É PREGAR?
2- O MÉTODO da Pregação:
3- O PROPÓSITO da Pregação:
O sermão tem por fim persuadir, convencer. Se não for assim, não e pregação
bíblica. A pregação visa resultados como qualquer agricultor espera que a semente
plantada germine e dê frutos (Veja At.6.27-29). Em última análise, o alvo do
pregador é sempre salvar ou edificar seus ouvintes. Ele sabe que a principal obra é
a do Espirito: convencer o homem “do pecado, da justiça do juízo” (Jo. 16.8-11). O
pregador deve sentir-se corresponsável por essa obra pelo fato de compreender
que Deus se serve de instrumentos humanos para realizá-la. O pregador deve pregar
como se tudo dependesse dele, porém ora, crê e espera como quem sabe que na
verdade, tudo depende de Deus.
O PREPARO DA MENSAGEM
a) O Preparo Constante
A vida toda do pregador deve ser um preparo constante para aquele momento
único e precioso no qual estará pregando a Palavra. Ele sabe que sua vida fala ou
“prega” mais alto. Sabe que de sua piedade pessoal, da sua “unção” (sem excluir
é claro, o principal - a Graça de Deus) pode depender todo o sucesso da sua
empreitada. O preparo constante passa pela vida de oração do pregador, seu
jejum, sua meditação na Palavra e a vigilância no seu testemunho pessoal de vida.
b) O Preparo Específico
Não existe pregação bíblica sem que se tenha um texto bíblico como base. A
verdadeira pregação bíblica, como já vimos, é a exposição da verdade divina
contida na Palavra de Deus. O texto bíblico é o que dá autoridade à mensagem, é
o que nos capacita a dizer: “assim diz o Senhor”. Algumas coisas simples, mais
importantes quanto à escolha do texto sobre o qual vamos pregar:
-Escolha os textos, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Faça isso com
objetividade. Não procure responder perguntas que ninguém está fazendo. Procure
mensagens que tragam lições pertinentes, estímulo, que aponte soluções para os
problemas. Enfim, que venham para exortar, edificar e consolar (1 Co. 14.3).
c) A Interpretação do Texto
-O texto pode ser interpretado com criatividade. Desde que não distorça seu
sentido original, pode-se criar maneiras novas de interpretar a Bíblia.
-Se possível, procure conhecer um pouco das línguas originais da Bíblia para
compreender melhor o sentido de alguns termos. Por exemplo, a palavra MUNDO
com três significados diferentes: a) cosmo, universo, tudo o que existe (Jo. 1.10). b)
social, os homens, a humanidade (Jo. 3.16). c) ético, sistema, influências (I João
2.15).
TIPOS DE SERMÃO
1- O Sermão EXPOSITIVO
2- O Sermão TEXTUAL
3- O Sermão TÓPICO
Quanto ao Sermão Tópico, pode-se dizer que não mantém necessariamente uma
relação analítica com uma passagem específica das Escrituras. O Sermão Tópico
trabalha sobre um determinado tema, buscando argumentos em vários textos da
Bíblia. Seria como um ‘estudo bíblico’ (guardadas as devidas proporções). Também
pode ser chamado de Sermão Temático. O pastor Ricardo Gondin faz uma
“defesa” do sermão expositivo cuja tese básica concordamos:
- O sermão expositivo não quer dizer necessariamente que tem de se expor todo o
texto, verso por verso, mas expor o conteúdo dele, trazer à luz a Palavra de Deus.
- Pregar expositivamente nos liberta, porque nos faz pregar somente aquilo que Deus
quer de falar. Pregar expositivamente esvazia tensões.
AS PARTES DE UM SERMÃO
1- O Tema do Sermão
O tema é parte do sermão que define a verdade principal a ser explicada. O tema
é o sermão resumido, e o sermão é o tema ampliado. O tema é às vezes chamado
de “proposição”. A escolha do tema dependerá inteiramente do pregador e do
texto abordado. O tema, ao ser anunciado antecipadamente, promove lucidez de
pensamento e facilita a boa compreensão da verdade divina apresentada. O tema
pode ser o fundamento de todo o sermão, nesse caso ele seria para o sermão o
que o alicerce é para o edifício. Organizado corretamente, o tema possibilita ao
pregador organizar seu material em torno da sua ideia dominante. O tema não é a
parte mais importante de um sermão e nem mesmo uma exigência fundamental,
mas quando se escolhe pregar a partir de um tema é preciso tomar alguns cuidados
como, por exemplo, com os títulos extravagantes ou irreverentes. Exemplos:
O tema para ser positivo deve ter algumas características. Dentre outras, ele precisa
de brevidade (deve ser condensado e eficaz), resumindo em 15 a 20 palavras a
ideia completa do que se haverá de pregar. Veja o exemplo de um bom tema,
baseado em João 3.5: Novo Nascimento: essencial à entrada no Reino de Deus.
2- A Introdução do Sermão
a) Deve ser breve - Uma vez que o objetivo da pregação é a entrega da verdade
divina a introdução não pode ser demasiadamente longa.
c) Deve ser objetiva - Uma introdução sem alvo desnorteia o auditório e isto faz com
que a mensagem fique sem sentido.
d) Deve ser simples e modesta - O que não significa medíocre, mas que o pregador
deve tomar cuidado com o maiúsculo. Qualquer complexo de superioridade deve
ser eliminado.
e) Deve ser variada - São vários os meios de se iniciar o sermão, por isso o pregador
deve variar sempre que possível a sua introdução para que sua mensagem não
fique cansativa e sem novidades para aqueles que sempre o ouvem.
c) De uma inteligente ilustração: uma história que chamará a atenção para o texto
ou o tema.
e) De uma história secular: tanto passada como presente, que pode fornecer
abundante material.
g) Quebra gelo: uma atividade dinâmica que desperte para o assunto a ser tratado.
3- A Divisão do Sermão
A divisão ou o corpo do sermão é sua parte principal. Ela é para o sermão o que é
o esqueleto é para o corpo humano, a estrutura sobre o qual o corpo se apoia. As
Divisões do Sermão têm por finalidade manter o pregador dentro dos limites do seu
tema, facilitar ao auditório o processo lógico da sequência dos pensamentos do
pregador e ajudar a memória do próprio pregador. Essa divisão é geralmente feita
através de pontos ou tópicos e subpontos ou subtópicos. A divisão do sermão é
muito importante por algumas razões:
f) A transição entre um ponto e outro deve ser feita de maneira sutil e agradável.
Quais seriam as fontes para a divisão? Se for um sermão expositivo ou textual, o texto
será a fonte, o que deve ser dividido. Se for um sermão temático, o tema ou assunto
é o que será dividido. De qualquer forma, a divisão ficará a critério do pregador,
utilizando quantos tópicos necessários para explanar a mensagem.
4- A Conclusão do Sermão
a) Deve ser breve - Sendo longa, impacienta o auditório e anula o efeito do sermão.
Corno diz A.W. Blackwood em seu livro ‘a preparação de sermões’: “O pregador
começa a andar ás voltas e o povo a inquietar-se, talvez com vontade de dizer o
que disse uma escocesa idosa, numas circunstâncias dessas: o reverendo acabou,
mas não quer parar! Confia ao teu povo, logo no começo, a alegre expectativa do
fim - de outra forma o sermão parecerá longo, porquanto um só minuto a mais na
conclusão pode criar um sentimento de mal-estar. Por que queres tornar-te
maçante? ”.
b) Deve ser simples - Com uma linguagem simples, clara e objetiva, ao mesmo
tempo penetrante e vigorosa.
Aqui cabe uma citação que todo o pregador deveria ter em mente ao subir e ao
descer ao púlpito: “Um preparo diligente, uma súplica humilde e uma apresentação
imbuída de poder é a parte que cabe ao pregador. Só Deus pode promover a
regeneração espiritual que se faz necessária à entrada do ouvinte no Reino de
Deus”.
Deus merece uma resposta de seu povo. Através do apelo, os ouvintes têm a
oportunidade de dar um retorno ao Senhor, confirmando o recebimento da
Palavra. Algumas orientações sobre o apelo:
A TRANSMISSÃO DA MENSAGEM
Como pregar bem? Não basta ter um bom sermão para fazer uma boa pregação.
Para o pregador transmitir bem a sua mensagem, ele precisa estar atento a alguns
elementos imprescindíveis. Para pregar bem, o pregador deve:
O pregador deve subir ao púlpito com o corpo descansado e com reservas físicas.
Em outras palavras, para pregar bem, o pregador deve ter saúde, tanto no corpo
quanto na alma. Essa “saúde” passa por tornar cuidado com o que se come, por
praticar algum tipo de atividade tísica apropriada a sua pessoa e por ser uma
pessoa feliz, alegre e bem motivada.
Cita-se aqui o autor Matyn Lloyde Jones: “em um sentido, o pregador é homem de
uma só coisa”. No passado houve quem dissesse à semelhança de João Wesley,
que os pregadores haviam se tornado ‘homens de um só livro’. Apesar disso,
expressar uma verdade, de maneira geral, ainda é mais verídico que o pregador é
um homem de uma só coisa. Trata-se daquilo para o que foi chamado, como uma
‘grande paixão da sua vida’.
Joao Wesley disse aos pregadores metodistas que eles deveriam estar preparados
para “pregar e morrer”. Ricard Baxter disse certa vez: “preguei como se não tivesse
certeza de pregar de novo”. Se o pregador, que ama a Palavra de Deus e o
ministério que Deus lhe deu, pregar sempre com esse pensamento em sua mente,
dará tudo de si, todo o seu melhor. Será como um arqueiro que tem uma única
flecha para matar um perigoso animal e sabe que não pode errar. Seria de
esmagador constrangimento para o pregador, pensar que de sua palavra pode
depender o destino eterno de seus ouvintes. Sabendo disso, certamente não faria
isso de forma leviana ou relaxadamente.
Não e tão fácil. Exige habilidade e coragem, mas proporciona grande liberdade ao
pregador, embora não seja aconselhável, porque pode se perder durante a
explanação.
b) Falar de memória
Quem tem uma mente mais privilegiada, e tem facilidade de memorização, pode
usá-la na pregação. O perigo aqui e ser extremamente mecânico e sem vida.
c) Ler um manuscrito
Funcionou no caso de alguns pregadores da história, mas eram homens que tinham
grande habilidade de oratória. Para o pregador comum pode ser muito
desvantajoso a leitura do sermão, podendo se perder no manuscrito, esquecendo-
se do ouvinte e tornando-se tremendamente frio ou formal.
d) Usando notas
Parece-nos ser o método ideal, mais fácil para o pregador e melhor para os ouvintes.
Notas bem elaboradas para o púlpito dão de relance a visão do manuscrito que
ficou em cima da mesa de estudo. Fortalece a segurança do pregador, sem, no
entanto, amarrá-lo e lhe dá a liberdade de uma comunicação direta aos seus
ouvintes.
3- A duração da mensagem
Não há regras fixas quanto a esse assunto, mas o discernimento e o bom senso do
pregador devem ser aplicados. Não há uniformidade quanto à duração na história
da pregação. Sempre houve pregadores que ‘falavam muito’ e outros que
‘falavam pouco’. Parece-nos que o assunto era considerado do ponto de vista da
eficácia. Não importa o tempo que o pregador usará, se ele consegue manter a
atenção dos ouvintes e ser eficaz na transmissão da mensagem. O comprimento do
sermão deve variar de acordo com o caráter do culto, a personalidade e eficácia
do pregador e a disposição e concentração dos ouvintes. Como é difícil
equacionar todos esses dados, aconselha-se a ter como limite máximo 25 ou 30
minutos.
4- O uso de ilustrações
5- O perigo do plágio
6- Autenticidade e estilo
7- Organização e método
Duas boas dicas, uma para facilitar a preparação de mensagens e outra para evitar
que se repita uma mensagem no mesmo lugar é “escrever” sua história como
pregador. Primeiro, o pregador deve ter uma “estufa” de sermões. Deve formar o
hábito de anotar mensagens, fazer observações bíblicas, anotar pensamentos em
agendas, usar rascunhos, etc., ou seja, tudo o que seja uma possível semente para
um futuro sermão deve ser guardado nessa estufa. Segundo, no próprio sermão ou
em outro lugar, o pregador deve anotar a data e o local onde pregou aquela
mensagem. Este é também um excelente hábito.
CONCLUSÃO
A primeira parte do ide ordenado por Jesus é pregar o evangelho (Mateus 28.20).
Mas então surge a pergunta: “como pregarão se não forem enviados?” (Romanos
10.15). A capacitação de pregadores é urgente para a grande demanda de
pessoas carentes de ouvir o evangelho. Jesus mesmo disse que não faltam almas e
sim pregadores, por isso precisamos de mais trabalhadores para a seara que é
grande (Mateus 9.38). Rogamos a Deus que levante uma geração de pregadores
fiéis à Palavra de Deus para alimentar multidões famintas pelo evangelho. Como
toda arte, para pregar é preciso exercício. Quanto mais você pregar, mas vai
crescer, buscando sempre fazer o melhor.