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educação básica
Resumo: Este trabalho tem como objetivo refletir sobre um tema relevante na educação
musical: a diversidade musical na educação básica, relacionando sempre, a realidade
sociocultural dos alunos com as estratégias pedagógicas do Educador Musical que tem a
missão de conduzir um aprendizado significativo como forma de apreensão de conhecimento,
sem desvalorizar a identidade cultural do indivíduo. Com base em uma pesquisa bibliográfica,
que abordou estudos e publicações atuais de grande relevância da área de Educação Musical,
bem como na área da Sociologia, Antropologia e Etnomusicologia que no decorrer das
décadas, nos proporciona uma (re) leitura na contemporaneidade. Podemos perceber que o
educador tem grandes desafios na condução de sua regência metodológica em uma sociedade
heterogênea. Por isso alguns desafios foram encontrados, dentre eles: respeito às diferenças,
valorização do cotidiano, lidar com a heterogeneidade, dentre outros.
Palavras-chave: educação musical, contemporaneidade, diversidade.
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre um tema relevante na educação
musical: a diversidade musical na educação básica. Para isso iremos comentar sobre o
educador musical e suas práticas instigando-o a pensar e re-pensar suas metodologias dentro
da sala de aula, propiciando uma dimensão: humana, educacional, sócio e cultural no processo
de ensino-aprendizagem. Devemos valorizar a diversidade e heterogeneidade, dos educandos,
como fatores preponderantes na formação do individuo, que por sua vez tem sua identidade
preservada pelo convívio social no contexto cultural, e ao mesmo tempo, por sua
aprendizagem constante nos diversos ambientes de ensino, de forma a entendermos que a
música faz parte da vida cotidiana do individuo conduzindo-o à construção de seus próprios
conceitos em seus próprios “mundos musicais” (ARROYO, 2002b). Para que isso aconteça,
faremos algumas considerações com um referencial teórico que englobe a educação musical
como área do conhecimento que dialoga com outras áreas como a Antropologia, Sociologia, e
tem a finalidade de conduzir o despertar do aluno na busca constante pelo conhecimento.
Assim sendo, discorreremos sobre diversidade musical segundo as professoras Oliveira
Sabemos que todos têm direito à educação. Segundo a LDB 9394/96 é afirmada que
a educação acontece desde a convivência familiar até o convívio social escolar,
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Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a
obrigatoriedade do ensino da música na educação básica.
Como educadores, devemos lembrar que os alunos não são iguais, ou seja, têm
conhecimentos, modos, cultura e ideais diferentes, por isso não podemos nem devemos
ensinar da mesma forma se apropriando das “receitas prontas”. Devemos respeitar e valorizar
as diferenças. Lembrar que cada indivíduo tem seu tempo de aprendizagem e que “a
diversidade é inerente ao ser humano” (BEINEKE, 2003). Não podemos desvincular a
diversidade da educação, porque não existe hegemonia em sala de aula. Precisamos fazer uma
“mistura” de saberes culturais para que o aluno se aproprie de todo o aprendizado a partir de
seu cotidiano. Mas como lidar com a heterogeneidade da educação musical na educação
básica? Para tentarmos compreender essa questão, devemos ser educadores observadores,
permitindo que os alunos se apropriem do conhecimento, mas intervindo quando necessário.
Segundo Beineke,
Sabemos que muitas vezes o professor não faz uso do acervo de conhecimentos dos
alunos e perde a oportunidade de construir um aprendizado significativo, pois “qualquer
proposta de ensino que considere essa diversidade precisa abrir espaço para o aluno trazer
música para a sala de aula, acolhendo-a, contextualizando-a [...]” (BRASIL, 1997, p. 53).
Quanto mais contato o educador mantiver com as diversas possibilidades de aprendizado
musical, maior será sua capacidade de interagir no meio educacional, colocando, em prática,
seus desejos e anseios diante de uma educação musical que possibilite ao aluno aprender
construindo seus próprios conceitos, ou seja, fazendo e produzindo música, unindo assim,
teoria e prática na construção do saber. Como nos afirma Freire “a reflexão crítica sobre a
prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando
blábláblá e a prática, ativismo” (FREIRE, 1996, p. 22).
Precisamos direcionar os ensinamentos, onde problemas têm que ser encontrados e
solucionados e não cumular os alunos com conteúdos sem significado. Seria apenas sufocá-lo
com informações. Segundo Morin, “mais vale uma cabeça bem-feita que bem cheia”
(MORIN, 2003, p. 21), ou seja, temos que estar atentos em nossas atitudes como educadores,
“não devemos depositar conhecimento” (FREIRE, 1996). Devemos construir juntos, um
aprendizado significativo para que todos sejam contemplados e não apenas os que são
“habilidosos” musicalmente. “As relações de reciprocidade todo/partes: como uma
modificação local repercute sobre o todo e como uma modificação do todo repercute sobre as
partes” (MORIN, 2003, p. 25).
Segundo Kraemer “a sociologia analisa o comportamento de pessoas observando as
influências sociais, instituições e grupos” (KRAEMER, 2000, p. 56). Na educação musical,
essas concepções se entrelaçam principalmente em escolas regulares da educação básica em
Conclusão
______. Mundos Musicais locais e Educação Musical. Revista em Pauta. Porto Alegre, v.
13, n. 20, 2002b, p. 95-121.
BRASIL. Lei Darcy Ribeiro (1996). LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional: lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. – 5. ed. – Brasília : Câmara dos Deputados, Coordenação Edições Câmara,
2010. 60 p. – (Série Legislação; n. 39).
PENNA, Maura; et al . É este o ensino de arte que queremos? . Uma análise das propostas
dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Editora Universitária. João Pessoa. 2001.
______. A Música como Fenômeno Sociocultural: perspectivas para uma educação musical
abrangente. In: MOUSINHO, Vanildo Marinho; QUEIROZ, Luis Ricardo Silva (Org.).
Contexturas: o ensino das artes em diferentes espaços. João Pessoa: Editora Universitária /
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