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Medicao de Nivel Detalhes
Medicao de Nivel Detalhes
MEDICÃO
Tudo que você precisa saber para ser um
especialista no assunto.
1
Guia Definitivo de Medição de Nível
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
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GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
POR QUE A MEDIÇÃO DE NÍVEL É TÃO IMPORTANTE?.......................................................................... 8
Eficiência e Redução de custos na medição de nível................................................................................................ 8
Segurança do trabalho na medição de nível.............................................................................................................. 9
CAPÍTULO II
O QUE É MEDIÇÃO DE NÍVEL?........................................................................................................... 10
Nível............................................................................................................................................................................ 10
Automação, controle e medição de nível................................................................................................................. 10
Automação de Processos......................................................................................................................................... 11
Automação de Processos Contínuos....................................................................................................................... 11
Automação de processos de manufatura................................................................................................................ 12
Fundamentos da Instrumentação Industrial........................................................................................................... 12
Como funciona um instrumento?............................................................................................................................. 13
Controle de Processos.............................................................................................................................................. 13
Tipos de Controle....................................................................................................................................................... 14
Malha a berta............................................................................................................................................................. 15
Malha Fechada.......................................................................................................................................................... 15
Etapas e conceitos fundamentais no controle de processos ................................................................................ 15
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Termos específicos mais usados em controle de processo................................................................................... 15
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
Identificação de instrumentação...................................................................................................................... 19
CAPÍTULO III
AGORA PASSAREMOS PARA O QUE INTERESSA: A MEDIÇÃO DE NÍVEL.............................................. 23
Classificação em medição de nível e tipos de medidores....................................................................................... 23
Medição de Nível Direta............................................................................................................................................ 23
Medição de Nível Descontínua................................................................................................................................. 24
Medição de Nível Indireta.......................................................................................................................................... 25
Cenário Atual da Instrumentação Industrial em Medição de Nível........................................................................ 25
Os principais desafios da Medição de Nível............................................................................................................ 26
Material Piezoelétrico........................................................................................................................................ 43
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GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
Chaves de Nível.................................................................................................................................................. 50
Chave de Nível por vibração...................................................................................................................................... 50
Fontes.................................................................................................................................................................. 60
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GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
DE NÍVEL É TÃO
Isso é resultado de dois fatores: redução dos custos de produção e au-
mento do foco em segurança do trabalho.
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GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
DE NÍVEL?
● A avaliação do estoque de tanques de armazenamento
● O controle dos processos contínuos em que existam volumes lí-
quidos ou sólidos, de acumulação temporária, amortecimento, mistura,
resistência etc.
quando utilizada com critério e de forma planejada, reduz drasticamente Automação de Processos
os custos, aumenta a produtividade e contribui com a qualidade e a segu-
rança na produção. Nos tópicos anteriores falamos bastante a respeito de processo, mas não
definimos o conceito para o âmbito da automação industrial.
A principal melhoria alcançada pela automação envolve a mão de obra.
Toda instrumentação faz com que os trabalhadores se livrem de ativida- Processo é uma operação ou uma série de operações realizadas por um
des monótonas, repetitivas e, principalmente, perigosas. É uma melhoria determinado conjunto de equipamentos, onde varia, pelo menos, uma ca-
tanto para o financeiro quanto para a segurança do trabalho no setor in- racterística física ou química de um material para obtenção de um produto
dustrial. final.
Embora a tecnologia que implementa processos ou sistemas automatiza- Ou seja, uma operação unitária, como são os casos da destilação, filtração
dos modernos exija diferentes graus de investimento, os resultados são ou aquecimento, é considerada um processo. Quando se trata de contro-
definitivamente garantidos e extremamente recompensadores. Por essa le, uma tubulação por onde escoa um fluido, um reservatório que contém
razão é que as indústrias que ainda resistem a essa realidade estão con- água, um aquecedor ou um equipamento qualquer é o que entendemos
denadas ao total fracasso. como processo.
A automação é classificada de acordo com suas diversas áreas. Além da Automação de Processos Contínuos
automação industrial, temos a automação bancária, comercial, agrícola,
predial, de comunicações e de transportes. O processo contínuo é aquele que operam ininterruptamente grande quan-
tidade de produtos e materiais nas mais diversas formas sem manipula-
No nosso Guia focaremos na medição de nível, instrumentação inserida ção direta. São processos caracterizados por tubulações, tanques, troca-
no contexto da automação industrial. Mas para chegarmos lá é preciso dores de calor, misturadores, reatores, entre outros.
entender os segmentos que a automação industrial percorre até chegar-
mos propriamente na medição de nível. As indústrias química, petroquímica, alimentícia e de papel e celulose, são
algumas áreas que os processos contínuos atuam.
A automação de processos contínuos e de processos de manufatura são
as duas vertentes da automação industrial. Um processo pode ser controlado por meio da medição de variáveis que
representam o estado desejado e pelo ajuste automático de outras variá- 11
É por esses dois segmentos que damos início ao nosso estudo.
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
veis, de maneira a se conseguir o valor que se deseja para a variável con- tos. Exemplos: sensores de posição e óticos;
trolada. As condições ambientais devem sempre ser incluídas na relação • Controle: a informação dos sensores é usada para controlar o
de variáveis de processo. sequenciamento de uma determinada operação. Os robôs são bons exem-
plos, pois o controle de suas posições é determinado por informações de
As variáveis de processo são as grandezas físicas que afetam o desem- sensores e por uma rotina de sequenciamento, acionando-se um conjunto
penho de um processo e podem mudar de valor espontaneamente em vir- de motores. Softwares de controle são conjuntos de instruções organiza-
tude de condições internas ou externas. Por essa razão, essas variáveis dos de forma sequencial na execução de tarefas programadas;
típicas de processos contínuos necessitam de controle.
• Acionamento: provê o sistema de energia para atingir determina-
As principais variáveis medidas e controladas nos processos contínuos do objetivo. É o caso dos motores elétricos, servoválvulas, pistões hidráu-
são: pressão, vazão, temperatura, nível, pH, condutividade, velocidade e licos etc.
umidade.
NÃO CONFUNDA AUTOMAÇÃO COM MECANIZAÇÃO
A mecanização é um processo que consiste no uso de máquinas para realizar
Automação de processos de manufatura um trabalho repetitivo, substituindo, assim, o desgaste laboral do homem.
A obtenção de medidas precisas e com o menor custo possível depende O sensor é o elemento de destaque para o processo de medição. A função
do instrumento empregado, da qualificação do usuário e do tratamento do sensor é converter o sinal da variável física em um sinal da variável de
matemático que as medições sofrem. saída apropriado.
Dessa forma, para o emprego de instrumentos e a interpretação correta Os sinais das variáveis devem ser escolhidos de modo que possam ser
dos seus resultados é fundamental que a pessoa encarregada dessa tare- manipulados e transmitidos em circuitos elétricos elétricos, preferencial-
fa entenda os princípios de medição dos instrumentos para que possam mente, para uma leitura direta ou para serem armazenados em computa-
ser feitas medições confiáveis dentro das faixas possíveis e característi- dores de uma forma histórica.
cas do instrumento.
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre medição de nível, é essencial a
É por isso que você está lendo esse material. Vai ser muito útil para você. apresentação de conceitos básicos de controle de processo, em que a me-
dição das variáveis de processo é fundamental.
Como funciona um instrumento?
Controle de Processos
Instrumento é um dispositivo que transforma uma variável física de inte-
resse em um formato passível de medição pela instrumentação industrial. Controle de nível em líquidos
O líquido adentra ao tanque com uma vazão,
Q
in; e sai com uma vazão Qout. O líquido no
Modelo simplificado de um instrumento Q
in tanque apresenta um nível h. A vazão de
Medida saída varia de acordo com o nível do tanque
de forma quadrática. Assim, quanto maior
for o nível do tanque maior será a vazão de
M
saída do tanque. Dessa forma, se Qout > Qin o
tanque irá esvaziar, e se Qout < Qin o tanque
Variável de Sinal da irá transbordar. Imagine que se deseja
medição física variável manter o nível em um valor desejado H inde-
Sensor pendentemente da vazão de entrada Qin.
Para atingir esse objetivo é necessária a
h utilização de alguma forma de controle
H nesse processo.
Q
out
Processo
Display
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GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
A função fundamental do controle de proces- ída. Se o nível estiver menor que o valor desejado, fecha-se a válvula, re-
duzindo a vazão de saída, fazendo com que o nível atual observado seja
sos é manter uma determinada variável em um elevado.
valor desejado mesmo quando ela for subme- Essas operações são feitas repetidamente pelo responsável técnico para
tida a perturbações externas. que o nível fique o mais próximo possível do valor desejado.
out
Q
h Atuador
H
Válvula
out
Q
Válvula
Tipos de Controle
Ainda temos o controle de processo manual. É um sistema mais rudimen-
Quando se fala em controle, deve-se, necessariamente, subentender a me-
tar, lento e trabalhoso. Basicamente consiste em uma pessoa observando
dição de uma variável qualquer do processo e a sua atuação no sentido de
o valor atual do nível e fazendo a comparação com o valor desejado.
mantê-la constante; isto é, a informação recebida pelo controlador é com-
parada com um valor preestabelecido (set point). Verifica-se a diferença 14
Se o valor medido é maior, abre-se a válvula, aumentando a vazão de sa-
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
entre ambos e age-se para diminuir ao máximo essa diferença. Trata-se da forma de controle usualmente mais empregada. Consiste na
medição da variável de processo, passando pela aferição do set point (va-
Essa sequência de operações caracterizam a chamada malha de controle, lor desejado) e ao fim alcançando um erro. O sinal de erro é transmitido a
dividida em controles de malha aberta e malha fechada. um controlador que faz a correção.
O controle com malha aberta tem a ação de controle independente da sa- Grande parte dos sistemas de controle realiza as seguintes etapas:
ída. Ou seja, a saída não tem efeito na ação de controle.
• Medição de um estado ou condição de um processo;
Configuração de controle em malha aberta • Um controlador calcula uma ação com base em um valor medido
de acordo com um valor desejado;
• Um sinal de saída resultante dos cálculos do controlador é utili-
Entrada
Controlador
Planta ou Saída zado para manipular uma ação do processo na forma de um atuador;
Processo • O processo reage ao sinal aplicado, mudando o seu estado ou
condição.
Nessa espécie de controle não existe elemento de realimentação, a saída
TERMOS ESPECÍFICOS MAIS USADOS EM CONTROLE DE PROCESSO
nem ao menos é medida ou comparada com uma entrada para efetuar a
ação de controle.
Faixa de Medida (range) é conjunto de valores da variável de medida com-
preendido dentro do limite superior e inferior ou de transmissão do instru-
É o contrário do controle em malha fechada.
mento.
Malha Fechada
Alcance (span) é diferença algébrica entre o valor superior e inferior da
faixa de medida do instrumento.
Feedback ou controle em malha fechada é o controle no qual o processo
pode ser realizado e compensado antes ou depois de afetar a variável con-
Variável de Processo (PV) é a variável a ser controlada em um processo.
trolada.
Trata-se de uma condição do processo que pode alterar a produção de 15
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
alguma maneira. Exemplos para variáveis de processo: pressão, vazão, ní- em porcentagem do span.
vel, temperatura, densidade etc.
Repetibilidade é a máxima diferença entre diversas medidas de um mes-
Variável Manipulada (MV) é a grandeza modificada com o intuito de man- mo valor variável, adotando sempre o mesmo sentido de variação. Expres-
ter a variável de processo desejado (set point). sa-se em porcentagem do span.
Set point (SP) é o valor a ser mantido para a variável de processo. Linearidade é a característica desejada na variável tanto em relação à en-
trada quando à saída de determinado instrumento.
Carga é uma espécie de perturbação que acontece em decorrência da va-
riação em variável secundária que altera a variável do processo. Sensibilidade (ganho) é a medida da resposta do instrumento, expressa
como variação na saída sobre variação na entrada. É o valor resultante do
Perturbações são alterações inerentes a qualquer processo. Existem dois span de saída dividido pelo span de entrada.
tipos de perturbações: carga e set point.
Resolução é a menor diferença substancialmente percebida entre indica-
Erro (offset) é a diferença existente entre a variável de processo e o set ções de um dispositivo mostrador.
point, podendo ser positiva ou negativa. Vale ressaltar que a redução ou
a extinção do erro é o propósito fundamental de um sistema de controle. Ajuste é uma operação destinada a fazer com que um instrumento de me-
dição tenha desempenho compatível com a sua utilização.
Exatidão é o maior valor de erro estático que um instrumento pode alcan-
çar no período de sua faixa de trabalho. Consiste no grau de concordância Calibração é um conjunto de operações que estabelece, sob condições
entre o resultado de uma medição e o valor verdadeiro do mensurando. específicas, a relação entre os valores indicados por um instrumento, ou
sistema de medição, ou valores representados por uma medida materiali-
Zona morta é a variação máxima que a variável pode ter sem provocar zada, ou material de referência com os valores correspondentes às gran-
alterações na indicação ou no sinal de saída de um instrumento ou em dezas estabelecidas por padrões.
valores absolutos do seu range.
Incerteza de medição é um parâmetro que expressa o intervalo no qual es-
Histerese é a diferença máxima apresentada por um instrumento para um tão os valores que poderão ser razoavelmente atribuídos ao mensurando
mesmo valor, em qualquer ponto da faixa de trabalho, quando a variável dentro de uma probabilidade específica. A incerteza de medição também é
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percorre toda a escala no sentido ascendente e descendente. É expressa caracterizada pela indicação quantitativa da qualidade dos resultados da
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
medição, sem a qual estes não poderiam ser comparados com os valores Simbologia em instrumentação industrial
de referência especificados ou com um padrão. Deve-se levar em conside-
Diagrama P&I
ração que o resultado de uma medição é somente uma estimativa do valor
do mensurando. Dessa forma, a expressão que representará o valor de tal
FIC SP
mensurando deverá incluir a incerteza de medição. 123
TIC
123
sua interconexão com o processo propriamente dito. Quando o símbolo é um hexágono, a representação diz respeito às fun-
ções de controladores e tipos de CLPs.
Símbolos são utilizados no P&I para representar elementos individuais,
como sensores e válvulas, ou a combinação de elementos, como malhas
de controle. Tipos de controladores
Sinal pneumático Sinal elétrico Às vezes é necessário completar a identificação do instrumento com um
sufixo.
Sinal hidráulico Tubo capilar
S
Sinal binário pneumático Sinal binário elétrico Variável Variável Área da atividade nº sequencial U
F
I
Identificação de instrumentação Identificação funcional Identificação de malha de controle X
O
As normas de instrumentação ISA S-5.1, 5.2, 5.3, 5.4, de 1992, estabe-
lecem símbolos, gráficos e condições para a identificação alfanumérica
de instrumentos ou funções programadas que deverão ser utilizados nos A identificação funcional é formada por um conjunto de letras, sendo elas
diagramas e malhas de controle de projetos de instrumentação. responsáveis por identificar qual é o tipo de medição ou indicação que se
está realizando. A primeira letra identifica a variável medida. Assim, um
As letras de identificação na simbologia ISA determinam: controle de temperatura se inicia com a letra T, o mesmo para pressão P.
Dessa maneira, a primeira letra da identificação funcional é selecionada • Letras que modificam a função do instrumento ou que funcionam
de acordo com a variável medida e não com a variável manipulada. A va- como complemento de explicação de função
riável manipulada é a variável controlada pela variável medida; logo, uma
válvula de controle comandada por um controlador de nível, que altera a A identificação funcional deve ser composta por no máximo 3 letras. A
vazão para controlar o nível, é identificada com LV, e não como FV. quarta letra só será admitida em caso de extrema necessidade, como são
os seguintes casos:
As letras subsequentes às das variáveis identificam as funções do instru-
mentos, sendo classificadas como: • Instrumentos mais complexos, permitindo ainda as letras serem
divididas em subgrupos
• Funções passivas: elemento primário, orifício de restrição, poço • No caso de um instrumento com indicação e registro da mesma
• Funções de informação: indicador, registrador, visor variável, a letra I pode ser omitida
• Funções ativas ou de saída: controlador, transmissor, chave e ou-
Primeira letra Letras sucessivas
tros Variável Letra de Função de Função de Letra de
• Funções modificadoras: alarmes ou indicação de instrumento mul- medida modificação leitura passiva saída modificação
tifunção
A Analisador Alarme Alarme
Densidade ou
Diferencial
No caso de LILL, deve-se explicar que o instrumento em questão está in- D peso específico
dicando um nível muito baixo(LL). Por isso é usada uma quarta letra, um L E
Tensão Elemento
(fem) primário
de Low (“baixo” em inglês). Se o instrumento indicasse um alarme de nível
alto ou extremamente alto as letras subsequentes seriam, respectivamen- F Vazão
te, H e HH, High. Medida
G dimensional Visor
Assim, temos que as letras subsequentes caracterizam as funções dos Comando Entrada
Alto
H manual manual
instrumentos na seguinte ordem:
Corrente
• Letras que indicam funções passivas ou de informação I elétrica Indicador 20
• Letras que indicam funções ativas ou saídas
J Potência Varredura
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PARA O QUE INTERESSA: A A medida do nível de um reservatório contendo líquido ou sólido é feita
com o objetivo de conservar a variável em um valor fixo ou entre dois va-
MEDIÇÃO DE NÍVEL. lores determinados, ou ainda para determinar a quantidade (volume ou
massa) do fluido em questão.
Por essa razão é importante entendermos quais são os tipos de medido- Trata-se de uma metodologia de medição de nível básica: você apenas 23
res de nível e em qual classificação eles estão inseridos. compara o nível de acordo com a referência estabelecida. Não é um tipo
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
Medição de Nível Descontínua Assim, os medidores de medição de nível descontínua podem ligar uma
bomba, acionar um alarme ou desencadear uma sequência de operações
Os medidores de nível que utilizam o método de medição descontínua de automáticas quando o nível atinge um ponto fixo cujo valor pode ser pre-
nível são compostos por duas partes principais: um detector de nível e um viamente ajustado.
circuito de saída, que pode estar energizado ou desenergizado.
Medição de Nível Indireta Os sistemas universais que a Instrumentação Industrial busca nada mais
são do que tecnologias que possam ser aplicadas tanto em sólidos, lí-
Agora chegou a vez de falar sobre os medidores de nível que atuam pelo quidos e como também em medições com interfaces complexas, tal qual
método de medição indireta. ocorre na indústria petroquímica, por exemplo.
Os medidores de nível que utilizam a metodologia da medição indireta são A eletrônica avançada diz respeito a medições mais precisas e eficazes,
chamadas assim porque fazem suas medições por intermédio de outras nas quais a interferência durante os processos industriais seja a menor
propriedades físicas além do nível. possível.
A medição indireta se utiliza de grandezas como capacitância, pressão, Além disso, os dispositivos mais comuns na medição de nível ainda são
empuxo e radiação. mecânicos, com muitas partes móveis.
A metodologia indireta é a melhor forma que a instrumentação industrial Consequentemente, existem sempre os riscos relacionados a eminência
encontrou para enfrentar os desafios que a medição de nível impõe. de desgaste, quebra e mal funcionamento mecânico.
O cenário atual da instrumentação voltada para a medição de nível requer Ou seja, dor de cabeça.
uma tecnologia que contemple todas as necessidades de produção e qua-
lidade que o mercado demanda aos mais diversos tipos de processo.
Tudo que a gente NÃO quer na nossa planta.
Cenário Atual da Instrumentação Industrial em Medição As tecnologias de medição de nível mais recentes, como é o caso das ele-
de Nível trônicas com contato, são extremamente simples de instalar e calibrar,
além de não possuírem partes móveis.
Atualmente a Instrumentação Industrial de um modo geral apresenta 3
necessidades básicas para desenvolver sua atividade: São uma verdadeira mão na roda.
• Sistemas Universais Não é a toa que as tecnologias mais modernas em Automação e Instru-
• Eletrônica Avançada mentação Industrial estão dedicado ao avanço da eletrônica aplicada aos
• Protocolos de Comunicação Digital mais diversos processos industriais. 25
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
Por fim, quanto aos protocolos de comunicação digital, o desafio está em prometendo a eficiência dos equipamentos.
trocar as ultrapassadas e instáveis malhas de segurança por um sistema
wireless (sem fio), mesmo que sobreposto por um sinal analógico. A espuma gerada em boa parte dos processos contínuos também se torna
um problema quando ela impede a medição precisa da grandeza preten-
Os principais desafios da Medição de Nível dida.
A Medição de Nível trabalha com a avaliação do estoque de reservatórios e Pó em suspensão é a poeira que está em praticamente todas as indústrias
o controle dos processos pontuais ou contínuos em que existam volumes desde a mineração, siderurgia, papel e celulose, química, petroquímica e
líquidos ou sólidos, de acumulação temporária, amortecimento, mistura, até mesmo em portos (terminais de embarque de graneleiros).
resistência etc.
A poeira gerada por esse tipo de material interfere na confiabilidade da
Durantes os processos industriais algumas intercorrências afetam a con- medição de nível realizada por aparelhos como os medidores sônicos, a
fiabilidade da medição de nível tornando-se verdadeiros desafios. laser, radares, ultrassons, capacitivos, garfos, hidrostáticos e eletromecâ-
nicos (ex: pá rotativa).
OS 4 PRINCIPAIS DESAFIOS DA MEDIÇÃO DE NÍVEL Outro desafio comum da medição de nível são as interfaces complexas.
A falha de um medidor de nível em um pro- atenção ao ser manuseada. A CNEN (Comissão Nacional de Energia Nu-
clear) orienta que os medidores de nível radiométricos devem ser utili-
cesso pode ser catastrófica! zados somente nos processos mais extremos, complicados mesmo, nos
casos em que a radiometria é uma necessidade real.
Além dos desafios elencados, as tecnologias existentes em instrumenta-
ção industrial para medição de nível ainda devem lidar com outras condi- Você não vai usar um avião supersônico para
ções de processo bastante severas como abrasão, viscosidade, choque
mecânico, arraste, pressão e vácuo. atravessar a rua, não é mesmo?
Todos esses problemas afetam negativamente a produtividade da planta Hoje, 10% de toda instrumentação industrial envolvendo medição de nível
ao gerar alarmes falsos, transbordamentos e/ou medição errônea. utiliza a Radiometria. É uma despesa muito alta para processos simples,
nos quais a tecnologia RF Admitância é extremamente mais eficaz em re-
lação ao custo, precisão e manutenção.
Mas qual é a solução para os problemas na
A tecnologia RF Admitância tem um custo benefício superior a todos os
Medição de Nível? instrumentos de medição de nível atualmente disponíveis no mercado.
A solução mais eficiente para a medição de nível enfrentar seus desafios
com incrustação, espuma, pó em suspensão e interfaces complexas é a
tecnologia RF Admitância.
Como funciona a tecnologia RF Admitância? tanque subir e tocar a condutor central do sensor, irá provocar um aumen-
to substancial da corrente capacitiva que fluirá através de um demulador
ENTENDENDO DE UMA VEZ POR TODAS COMO FUNCIONA A TECNOLOGIA e provocará mudança de status do relé, indicando assim presença real do
RF ADMITÂNCIA material.
A RF Admitância utiliza um sinal de radiofrequência (RF) para, diante de Pronto. O sistema de medição cumpriu perfeitamente com a sua função.
uma incrustação ou outra interferência, indicar a real presença ou ausên-
cia de produto, nível e/ou volume que está em contato com o elemento Trata-se de uma medição de alta confiabilidade mesmo diante dos maio-
sensor da Chave ou Transmissor de Nível. res desafios da medição de nível pontual ou contínua.
Gargalo de produção é o nome dado aos contratempos que prejudicam processos produtivos
QUAL É A UNIDADE DE MEDIDA DA CAPACITÂNCIA? de uma determinada planta. Eles comprometem a qualidade dos produtos e afetam a produ-
A unidade de medida de um capacitor é o farad (F). Um capacitor 1F é capaz de armazenar tividade da indústria. Um gargalo pode surgir em qualquer etapa de um processos industrial,
resultando na redução do desempenho da equipe e impactando negativamente os resultados
a carga de 1 coulomb (1C) quando conectado a uma fonte de 1V (volt). do setor ou até mesmo da empresa como um todo.
Dessa forma, toda vez que o nível de produto aumenta, não é somente a
área de contato que se eleva, mas também o volume de dielétrico contido
dentro do tanque.
Aceitando que a Capacitância é diretamente proporcional ao volume de A Corrente total de leitura (IT) de qualquer sistema por contato será uma
produto envolvido no processo, a capacitância gerada pela incrustação é fração capacitiva gerada pelo nível de produto(IC), mais uma fração capa-
desproporcional em relação ao restante do tanque. citiva gerada pela incrustação (iin) e por fim somada a um atributo indese-
jado, a Corrente resistiva (IR).
A incrustação está em cm enquanto o tanque tem m de produto.
3 3
Nenhum instrumento até então havia sido criado para eliminar a corrente
Quando se utiliza um sistema puramente capacitivo, a capacitância gera- resistiva da aferição sem a necessidade de recorrer aos medidores radio-
da por alguns centímetros cúbicos de produto incrustado será centenas métricas.
ou milhares de vezes menor do que a capacitância gerada por metros cú-
bicos de produto. A unidade eletrônica tem um a fonte de alimentação estabilizada que ali-
menta independentemente o terceiro terminal e independentemente a par-
te ativa.
A proporção é de 1m para 10 cm .
3 6 3
Com isso, uma vez que a fonte de alimentação é a mesma, a tensão apli-
Portanto, 1 m3 do produto no interior do tanque vai gerar uma capacitância cada será a mesma para os dois terminais. Se a tensão é igual, a diferença
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inúmeras vezes superior à capacitância de qualquer incrustação possível de potencial entre esses dois pontos é nula, por consequência a fuga de
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
corrente da parte ativa para o terceiro terminal reciprocamente, sendo as- Composição básica de um capacitivo convencional
sim ínfimas diante da medição final.
Elemento sensor de dois terminais, sendo eles um terra e outro a parte ativa, parcial ou total-
mente revestida por um plástico de engenharia.
Assim, uma barreira de potencial eletrônico que vai dificultar, mas ainda
não eliminar definitivamente a fuga de corrente da parte ativa para o terra.
Composição básica de um capacitivo com RF Admitância
A inovação tecnológica que a RF Admitância apresenta reside no sistema Elemento sensor de três terminais, sendo eles um terra, um escudo ativo (terceiro terminal) e
criado para a tensão que alimenta a parte não ativa (terceiro terminal), que uma parte ativa, parcial ou totalmente revestida por um plástico de engenharia.
por sua vez é referenciada ao terra do tanque, e também a tensão que ali-
menta a parte ativa do elemento sensor.
As chaves e transmissores de nível com tecnologia de admitância, ao tra-
balharem com radiofrequência (RF) e por possuírem circuito de proteção
Qual a diferença entre um medidor de nível contra incrustação, são os instrumentos que têm se mostrado mais efi-
cientes em praticamente todos os tipos de aplicação.
capacitivo e um medidor com RF Admitância?
Para processos mais complexos, a RF Admitância só é superada pelos
instrumentos radiométricos, utilizados prioritariamente em processos es-
pecíficos.
pelo balanceamento da Capacitância de saída do elemento sensor do ins- O problema da condutividade dos produtos está relacionado aos desa-
trumento. fios da medição de nível, pois ao se deparar com incrustação, espuma e
partículas em suspensão, o alarme de nível comum acusa a existência da
O circuito ponte é conectado diretamente ao elemento sensor que por sua corrente resistiva, gerando assim alarmes falsos e uma dor de cabeça da-
vez é conectado a uma blindagem (plástico de engenharia) juntamente ao quelas na sua planta.
terra que está em um lado da medição. O final do elemento sensor tem sua
própria blindagem conectada ao condulete que protege as terminações do É aí que entra a RF Admitância!
elemento sensor.
Durante o procedimento de ajuste, a capacitância do sensor no tanque é Medidor de nível com RF Admitância
balanceada pelo capacitor de ajuste de sintonia, e o circuito ponte perma-
nece em equilíbrio. O funcionamento dos medidores de nível por admitância levam em con-
sideração os já mencionados princípios de operação dos capacitores co-
No processo de ajuste, a capacitância do cabo mais a do sensor estão muns, mas com a tecnologia RF Admitância que faz toda a diferença.
balanceada, e a saída para a demodulação é de 0 volts.
Simplificando a teoria básica, o funcionamento dos medi-
Quando o nível do tanque sobe, uma capacitância proporcional ao volume dores de nível por admitância se dá pela seguinte manei-
é gerada. Isto causa uma mudança no sinal que está sendo enviado para o ra: a Capacitância (nível do tanque) sobe e sobe até tocar
demodulador, convertendo a mensagem em tensão contínua proporcional
ao desbalanço. o elemento sensor e assim um alarme de nível ser aciona-
do, dando início a alguma operação própria do processo
A mudança no sinal é amplificada e utilizada para energizar o relé. Os con- (desligamento, alarme etc.).
tatos do relé são utilizados para ativar um alarme ou um comando apro-
priado de acordo com o objetivo específico pretendido pela instrumenta- A grande diferença que a RF Admitância está no terceiro elemento incor-
ção através da medição de nível. porado ao corpo do medidor e na unidade eletrônica de alta tecnologia que
utiliza uma fonte de alimentação estabilizada para alimentar independen-
Esse sistema seria perfeito se não apresentasse falhas temente o terceiro terminal e independentemente a parte ativa do sensor.
diante de desafios como as incrustações. O problema é
Esse sistema implementado por um circuito de proteção contra incrusta- 33
ainda maior se o produto for condutivo.
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
ção é o que chamamos de Prædator, pois nossa tecnologia patenteada é A eletrônica medirá somente a corrente que flui pelo fio central do elemen-
capaz de atuar nas mais agressivas condições de processo. to sensor para o terra, e isso somente ocorrerá quando o material tocar o
elemento sensor.
Trata-se de um dispositivo amplificador com ganho “1”. Sua saída de ten-
são e fase são idênticas à entrada, mas com baixa impedância. Haverá uma corrente fluindo do terceiro terminal para a parede do tanque
porque a diferença de potencial existirá nesse momento.
A saída é conectada à blindagem do corpo e só então para a malha de
blindagem no sensor. Entretanto, essa corrente não será medida e não irá provocar mudança de
status na saída do instrumento.
O condutor central e a blindagem do terceiro terminal, por estarem subme-
tidos à mesma tensão e fase permanente, estão sempre no mesmo poten- Quando o nível do tanque subir e tocar a haste central do sensor, irá pro-
cial e sem deixar que nenhuma corrente emane por meio da capacitância vocar uma corrente que fluirá através do demulador e provocada mudança
de isolamento do cabo. de status do relé, indicando assim presença do material.
Onde a tecnologia RF Admitância pode ser aplicada? MEDIÇÃO DIRETA MEDIÇÃO INDIRETA
Os medidores de nível que utilizam a tecnologia RF Admitância podem ser Réguas ou Gabaritos Capacitiva
aplicados na maioria das situações de medição de nível por ponto ou con-
tínua, não importando se o produto a ser medido é líquido, pasta ou sólido Visores de Nível RF - Admitância
granulado.
Bóia ou Flutuador Radar (onda livre e guiada)
A única contra indicação do uso da tecnologia RF Admitância reside em
casos extremos de medição de nível, nos quais apenas o último recursos Displace (empuxo)
deve ser utilizado: a medição radiométrica.
Pressão diferencial (diafragma)
A Medição de Nível tem diversos tipos de medidores. Cada um tem as suas Ultrassônico
especificidades próprias de aplicação.
Por pesagem
Apontamos os medidores que utilizam a tecnologia RF Admitância como Por raio gama
os melhores, pois atuam com confiabilidade nos mais diversos tipos de
medição de nível. Por Vibração
“Um corpo imerso em um líquido sofre a ação de uma força vertical dirigi-
da de baixo para cima igual ao peso do volume do líquido deslocado.”
35
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
A esta força exercida pelo fluido no corpo nele submerso é empregado o A escolha do material adequado é determinada principalmente pela tem-
nome de empuxo. Quanto maior for a densidade do líquido, maior será o peratura e poder corrosivo do fluido.
seu empuxo. A água salgada, por exemplo, é mais densa que a água doce
dos rios, por isso é mais fácil nadar no mar. Quando necessário, no interior do cilindro são depositados contrapesos
granulados no intuito de normalizar o peso do deslocador.
Deslocador (Displacer)
Uma vez que o empuxo aumenta de acordo com o percentual de imersão,
o peso aparente do deslocador diminui com o aumento do nível.
1
2 1 - Braço de torque
2 - Câmara superior
3 - Haste de deslocador
4 - Conexão flangeada para fixação no equipamento
3
4 5 – Conversor
6 - Câmara inferior
7 - Nível no interior do equipamento
8 - Conexão flangeada para fixação no equipamento
5
P1
7
6
P2 8
Além disso, desacoplando os flanges de interface, pode-se girar as câma- Quando o nível desce, o deslocador movimenta-se para baixo, devido a
ras superior e inferior de modo a reorientar as conexões com relação ao redução da força empuxo. Surge uma torção ao longo do tubo do torque.
transmissor. Quando o deslocador é especificado para ser fornecido com Esta torção eqüivale à distensão de uma mola, que equilibra o esforço que
câmara, devem ser previstas duas conexões laterais do equipamento prin- lhe é aplicado através de uma reação proporcional à deformação linear
cipal, as quais serão interligadas às correspondentes conexões da câmara sofrida.
através das tomadas de equalização. Cria-se assim um sistema de va-
sos comunicantes que garante, sob condições de estabilidade no líquido, Da mesma forma, o ângulo com que gira à extremidade livre do tubo de
igualdade entre os níveis no equipamento e na câmara. torque é proporcional ao momento com que reage o tubo de torque em
resposta ao acréscimo do peso aparente.
As quatro configurações apresentadas são normalmente oferecidas pelos
fabricantes, onde T significa topo, B base e L lado. A distância D é prees- Como a variação do empuxo é proporcional à variação de nível (pois o em-
tabelecida pelo fabricante para cada comprimento do deslocador, fato que puxo é proporcional ao volume deslocado, que, por sua vez, é proporcional
deve ser considerado quando forem dotadas as tomadas de equalização. ao percentual submerso do deslocador), segue-se que a rotação da extre-
Além de padronizar no comprimento, alguns fabricantes adotam um volu- midade livre do tubo de torque é proporcional à variação de nível.
me de referência para seus deslocadores; Isto porque, fixadas a elastici-
dade do elemento de sustentação e a densidade do líquido de processo, o Esta rotação, transmitida integralmente ao conversor através do eixo de
alcance do sinal de entrada no transmissor é completamente determinado transmissão e se situa entre 4 e 5 graus para uma excursão completa do
pelo volume do deslocador. nível ao longo do comprimento do deslocador.
Tubo de Torque A haste do deslocador e o braço de torque por um lado e o eixo de trans-
missão por outro lado constituem o acoplamento, que adentra por meio do
O tubo de torque é composto por um tubo oco, fechado em uma das extre- elemento de vedação representado pelo tubo de torque.
midades, fabricado a partir de materiais tais como aço inox 304, 316, inco-
nel, monel e outros. A espessura da parede do tubo de torque é tipicamen- A extremidade livre da haste é ligada ao sistema de transmissão que pode
te 1/32 pol, embora os tubos para medição de densidade sejam fabricadas ser pneumático ou elétrico.
até com 1/64 pol. Os fabricantes oferecem modelos para atender até 160
kg/cm2, estendendo-se a faixa de temperatura de trabalho de – 200ºC a 38
+ 400ºC.
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
Sua faixa de medição varia de acordo com a aplicação sendo que a faixa O lado de alta pressão do transmissor de pressão diferencial é ligado pela
máxima disponível normalmente no mercado é de 0 ~ 5.000mm sendo que tomada da parte inferior do tanque e o lado de baixa pressão é aberto para
a precisão varia conforme o fabricante, entre 0,5 e 2%. a atmosfera.
MEDIDOR DE NÍVEL POR PRESSÃO DIFERENCIAL Visto que a pressão estática do líquido é diretamente proporcional ao peso
do líquido, este pode ser obtido pela medida do primeiro. Neste caso, o
Como o próprio nome já remete, estes instrumentos medem diferenciais medidor de pressão pode ser usado em vez do transmissor de pressão
de pressão que são provocados pela coluna líquida presente nos equipa- diferencial.
mentos cujo nível se deseja medir.
O transmissor de pressão diferencial é usualmente montado em uma po-
Os instrumentos funcionando, segundo este princípio, são em geral trans- sição que corresponde o nível baixo de medição.
missores, por essa razão é que vamos tratar especificamente desta espé-
cie de instrumento.
H min. h
H L
H L
Dreno Tubo de
40
medição
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
MEDIÇÃO DE NÍVEL COM TRANSMISSOR DE PRESSÃO quido não deve permitir que o ar ou o gás passem.
A vazão de ar ou gás deve ser ajustada até que se observe a formação de
DIFERENCIAL bolhas em pequenas quantidades. Um tubo levará esta vazão de ar ou gás
até o fundo do vaso do qual queremos medir o nível. É aí que o nome do
instrumento faz sentido. Temos então um borbulhamento bem sensível de
ar ou de gás no líquido.
Materiais
O método do borbulhamento tal como descrito não é indicado para va- A extremidade do tubo imersa no líquido deve ter um corte em ângulo ou
sos sob pressão, visto que uma variação na pressão do vaso irá afetar a um chanfro triangular com a finalidade de formar bolhas pequenas, garan-
leitura, somando-se à coluna de líquido. Isto faz com que o instrumento tindo uma pressão no interior do tubo o mais estável possível.
receptor acuse nível maior que o realmente existente nos vasos.
Medidor de Nível por Ultrassom
Sob vácuo ocorre o mesmo. Nestes casos deve-se usar um instrumento
de pressão diferencial onde uma das tomadas é ligada ao topo do equipa- O famoso ultrassom é uma onda sonora (mecânica), cuja frequência de
mento. oscilação que passa de 20 kHz. É uma frequência sonora maior do que
aquela sensível pelo ouvido humano.
Os borbulhadores não são recomendados também, quando o ar ou gás
possa contaminar ou alterar as características do produto.
A geração do ultrassom ocorre quando uma força externa excita as molé- Inversamente, quando se aplica uma força em um material piezelétrico,
culas de um meio elástico. Esta excitação é transferida de molécula a mo- resulta o aparecimento de uma tensão no seu terminal elétrico. Nesta mo-
lécula do meio com uma velocidade que depende da elasticidade e inércia dalidade, o material piezelétrico é usado como receptor de ultrassom.
das moléculas.
Pela sua estabilidade, o quartzo cultivado é um dos materiais mais reco-
A propagação do ultrassom depende do meio, se este é se apresenta de mendados para fabricação do sensor transdutor.
forma sólida, líquida ou gases e sua componente longitudinal da onda pro-
paga-se à velocidade característica do material, isto é, é função exclusi- A excitação destes transdutores pode ser realizada de três maneiras:
vamente deste.
• Pulso: a excitação de pulso consiste em excitar o transdutor com
Na água, por exemplo, a 10ºC, a velocidade de propagação do som é de pulsos que podem atingir uma tensão acima de 500V e com a duração
1440 m/s; enquanto isso, no ar, a 20ºC, a velocidade de propagação é de de alguns nanosegundos. A frequência de repetição dos pulsos é da
343 m/s. ordem de 300 a 1000 kHz.
• Onda Contínua: como o nome indica, na excitação por onda con-
A velocidade do som é a base para a medição através da técnica de ECO, tínua o transdutor é excitado por uma onda senoidal (às vezes, onda
usada nos transmissores de nível ultrassônicos, sendo função da tempe- quadrada) ininterruptamente.
ratura e da pressão, isto levando em consideração que os efeitos origina- • Trens de onda: pode ser produzido por um gerador de ondas se-
dos por esta última são desprezíveis. noidais que é ligado por um tempo e, em seguida, desligado, repetin-
do-se o processo periodicamente.
Geração do ultrassom
Material Piezoelétrico
As ondas de ultrassom são geradas pela excitação elétrica de materiais
piezelétricos. O princípio de operação dos dispositivos ultrassônicos tem por base uma
lei da ótica física que diz que o ângulo de reflexão (i) é igual ao ângulo de
A característica marcante desses materiais é a produção de um desloca- incidência (r).
mento quando aplicamos uma tensão. Assim sendo, eles podem ser usa-
dos como geradores de ultrassom, compondo, portanto, os transmissores Princípio de reflexão de ondas
de nível ultrassônicos. Quando uma onda ultrassônica, que se propaga em um meio, incide sobre 43
a interface de duas substâncias de densidades diferentes, faz surgir duas
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
ondas emergentes: uma onda ultrassônica proveniente da reflexão nessa O tipo de instalação A prevê dois transdutores, um para emissão e outro
interface (onda refletida) e outra proveniente da mudança de meio de pro- para recepção, montados em receptáculos distintos. Neste caso, a onda
pagação, denominada onda refratada. é gerada no ar, propagando-se até a interface ar-líquido, onde ocorre a
reflexão, para depois a onda refletida ser recebida no cristal receptor. A
Os instrumentos do tipo ultrassônico utilizam o princípio de operação con- medição contínua do nível de líquido se faz de uma maneira indireta, uma
centrado na reflexão da onda gerada pelo transdutor, quando encontra a vez que todo o percurso da onda é realizado no meio ar.
interface com o produto cujo nível desejamos medir ou no lapso de tempo
gasto pela onda desde o instante que é gerada. Tudo isso até o instante Em B o transdutor gera um trem de pulsos (burst) ultra-sônico e, enquanto
em que retorna àquele transdutor depois de refletir-se na interface. a energia acústica é gerada, o receptor está desativado.
Detector Contínuo de Nível O emissor e o receptor estando num único receptáculo, faz-se necessário
a ativação do receptor após a emissão do trem de ondas, visando à de-
No detector contínuo de nível uma onda é emitida e o tempo necessário tecção do eco. A montagem da unidade emissão/recepção no meio gaso-
para retornar é permite a indicação de profundidade. Este sistema (SO- so traz a vantagem de se evitar o contato com o fluido do processo; em
NAR) mede o tempo necessário para uma onda ultrassônica ir da superfí- contrapartida, apresenta a desvantagem de transferir para o meio gasoso
cie do líquido, refletir-se e depois retornar. uma parcela maior de sua energia.
O transdutor pode ser montado no topo do equipamento ou imerso no Nas aplicações para medição de nível de líquidos, a direção do ângulo de
meio líquido, cujo nível se deseja medir. incidência deve ser de ± 2º em relação à vertical. Na instalação C, o tempo
de eco ultra-sônico indica diretamente o nível do produto.
A B
A unidade pode ainda ser montada externamente ao vaso (situação D),
apresentando a vantagem adicional da não necessidade, de vazar o equi-
pamento.
Os medidores de nível por radiação são compostos por uma fonte de emis-
são de Raio Gama (δ), um detector tipo câmara de ionização ou cintilação
e uma unidade eletrônica conversora e transmissora de sinal.
O detector mais utilizado para este tipo de medição de nível é formado por A intensidade da fonte, que é medida em Ci (Curie), é calculada conside-
uma câmara contendo gás inerte (ex: Argônio) pressurizado, alimentado rando a distância da mesma ao detetor, a espessura e o material da pare-
por uma tensão contínua negativa (-15 VDC) e um coletor de elétrons. de, e o produto.
A corrente elétrica, produzida pela passagem do raio gama é diretamente Já o comprimento do detetor considera o alcance de medição desejada.
proporcional a intensidade da radiação e inversamente proporcional ao
nível do produto no silo ou tanque. Esse sinal é convertido em tensão e/ou
frequência para finalmente, pela unidade eletrônica ser transmitida atra-
vés de sinal de corrente de 4 a 20 mADC.
45
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
Medição de Nível por Pesagem (Células de Carga) Medição de nível por pesagem
A medição de nível por pesagem consiste basicamente na instalação de A expressão para obter o valor do nível do tanque leva em consideração a
células de cargas nas bases de sustentação do silo cujo nível se deseja densidade preestabelecida do produto.
medir.
A: Área do tanque
H: Nível
ρ: Densidade do produto
Calibração
Para calibrar o transmissor, basta fazer uma relação entre sua saída quan-
do o tanque estiver cheio e quando estiver vazio. Esse tipo de medição de
nível apresenta boa precisão para materiais com densidade constante.
W Células de carga
submetido a uma força. das por tração. O silo deve ser suspenso por uma única célula, o que acaba
eliminando o problema de distribuição de carga.
O papel das fitas extensiométricas é detectar a deformação obtida através
da variação de sua resistência elétrica. Radar para Medição de Nível
As células de carga podem ser instaladas sob os pontos de apoio da es- Os transmissores de nível por radar empregam ondas eletromagnéticas
trutura do silo, de tal maneira que o seu peso é nelas aplicado. tipicamente na faixa de 6 a 28 GHz para fazer uma medição contínua do
nível de líquidos e sólidos.
É necessário que as células de carga sejam imunes a esforços laterais.
Para isto seus encostos para a carga são constituídos de apoios especiais A potência requerida para esse tipo de aplicação é baixa, tipicamente in-
do tipo côncavo ou esférico. ferior a 0,015 mW/cm2, e a aplicações típicas não excedem 30 m de faixa,
o que pode ser considerado uma faixa pequena para a técnica de medição
Instalação com radar. Dessa forma, para esses níveis de energia não é necessário
nenhum cuidado especial para evitar danos à saúde dos operadores bem
O número de células de carga varia em função da forma do silo, sendo que como contaminação dos produtos a serem medidos.
a solução que apresenta melhor precisão é apoiar o silo em três células
dispostas defasadas de 120º em relação à projeção do seu centro de si- O sensor de nível tipo radar é montado no topo do tanque a ser medido,
metria. e o cone de geração é focado para baixo perpendicularmente ao líquido a
ser medido, fazendo com que o sinal refletido a partir da superfície retorne
Sempre que possível o silo deve ser projetado com seção transversal cir- diretamente ao sensor.
cular de forma a garantir uma distribuição estável e equalizada do peso
total entre as três células de carga.
Radar de Onda Guiada
Em algumas instalações existem silos apoiados em uma ou duas células
de carga sendo os outros apoios fixos; esta solução não é recomendada Os radares de onda guiada utilizam sensores com Reflectometria no Do-
devido à imprecisão provocada pela distribuição desigual do peso entre os mínio do Tempo ou Time Domain Reflectometry(TDR).
apoios.
O princípio de funcionamento desse tipo de sensor usado vem diretamen-
Nos silos pequenos é possível utilizar células de carga que são deforma- te de uma técnica que caracteriza as propriedades elétricas distribuídas 47
em linhas de transmissão.
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
O TDR lança um sinal de baixa amplitude e alta frequência pulsado em tar as técnicas de medição dessa variável onde as tecnologias convencio-
uma linha de transmissão no guia de onda e analisa sequencialmente a nais não se aplicam.
amplitude do sinal refletido.
No mercado é possível encontrar diversos modelos de dispositivos eletro-
A guia de onda é um tubo imerso no fluido a ser medido. Considerando a mecânicos, eletrônicos, sônicos ou nucleares capazes de atender às mais
constante dielétrica característica da sonda no ar, quando o sinal entra em diferentes necessidades.
contato com um líquido com constante dielétrica maior que a do ar o pulso
eletromagnético transmitido pela onda guiada é refletido nesse ponto de Geralmente é exigido o controle do volume ou massa de sólidos armaze-
descontinuidade e s reflexões são medidas por um circuito no transmis- nados em silos, depósitos de compensação e sistemas de dosagem.
sor.
Uma boa parte dos medidores mostrados ao longo desta publicação têm
O pulso refletido viaja de volta pela sonda até um circuito dedicado em que aplicação quase que universal e obtém ótimos resultados.
é detectado e medido o seu tempo, sendo convertido para a amedição de
nível. Contudo, a desvantagem se dá no custo elevado em relação aos disposi-
tivos mais simples, menos precisos, mas desde que estes instrumentos
Caso tenha líquido no tanque, o sinal viajará até o final da sonda e não mais baratos atendam plenamente aos requisitos do processo e às condi-
retornará. ções físicas para a sua instalação.
Instrumentos para Medição de Nível de Sólidos É o barato que pode sair caro.
A medição de nível é algo extremamente necessário para atender as de-
Muitas empresas pensam a curto prazo e não enxergam os prejuízos de
mandas que a indústria exige atualmente.
instrumentos de medição de nível que interrompem incessantemente os
processos por motivos que podem ser evitados com o uso do medidor
O crescente surgimento de mais e mais plantas com processos que reque-
certo.
rem o manejo de materiais sólidos granulados (pó e grãos) exige o uso de
tecnologias superiores às convencionais.
Por exemplo, se você usar uma chave de nível com tecnologia RF Admitân-
cia você não terá interrupções no seu processo por alarmes falsos devido
A medição de nível de sólidos necessita de uma melhor monitoração e/ou
à incrustação. 48
controle imposta aos fabricantes de instrumentos no intuito de implemen-
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
A produtividade será intensamente superior, pois a planta funcionará con- vapores e também o perfil de carga e descarga.
tinuamente e sem paradas não planejadas.
Sistemas de medição de nível mais utilizados
Ao escolher o melhor instrumento para a O método utilizado para medição de nível deve ser escolhido sob uma cri-
utilizar em sua planta é importantíssimo teriosa análise da sua concreta implementação.
saber do funcionamento e das limitações É preciso entender o comportamento dinâmico, tipo de silo ou tanque, tipo
que cada aparelhos tem. do material, precisão requerida etc.
Dessa forma, serve para evitar tanto o excesso como a falta de material no Para realizarem esta tarefa, as chaves são compostas basicamente de
reservatório, assim, respectivamente, controlando a ocorrência de trans- duas partes: um detector de nível e um circuito de saída.
bordo e o trabalho em vazio.
O detector informa ao circuito de saída a presença ou ausência do nível em
Chaves de Nível determinada posição; e o circuito de saída se encarrega de alterar o esta-
do de saída da chave em função da informação transmitida pelo detector.
As chaves de nível são instrumentos de medição feitos para atuar em de-
terminados pontos fixos de nível. Chave de Nível por vibração
Estes pontos fixos são valores de nível em equipamentos que, uma vez al-
cançados, exigem o desencadeamento de alguma ação necessária à boa
operação ou à segurança do sistema ao qual pertence o instrumento.
Por exemplo, uma chave de nível pode ligar uma bomba, acionar um alar-
me ou desencadear uma sequência de operações automáticas quando o
nível atinge um ponto fixo, cujo valor é informado à chave através de ajus-
te a ela inteligíveis.
A chave de nível com lâmina vibratória atua sob o princípio do amorteci- 3 características para levar em consideração
mento da vibração de uma haste singela ou de duas hastes em forma de
diapasão. Indicação e Controle
O amortecimento mecânico acontece pela absorção de energia de vibra- Os indicadores de medição de nível permitem a verificação do nível “on-si-
ção pela viscosidade de um líquido ou pela resistência de sólidos granula- te” (localmente).
res ou em pó que entram em contato com uma ou mais hastes.
Os indicadores exigem que o operador interprete a medição para só a par-
A chave de nível por vibração consiste em um garfo simétrico com duas tir daí tomar as medidas adequadas. Indicadores também são usados fre-
extremidades. Na base do garfo há uma fina membrana com conexão a quentemente para ajudar na calibração dos sistemas de controle.
uma extensão em aço inoxidável que entra em contato com o processo. O
garfo de vibração é excitado por uma frequência de ressonância por meio Os sistemas de controle automático ou sistemas em malha fechada são
da membrana através de um cristal piezoelétrico. capazes de controlar o nível em um recipiente eletronicamente.
O garfo de vibração é projetado para quando for imerso em um material Um dispositivo de medição de nível, combinado com um transmissor, gera
haver um deslocamento na sua frequência de ressonância de aproxima- um sinal eletrônico, que é proporcional ao nível no recipiente.
damente 10% a 20%. A frequência de ressonância é coletada por um re-
ceptor de cristal, e o seu deslocamento, por um circuito específico tem por O sinal é recebido por um controlador, que opera outros dispositivos (vál-
função comutar do tipo NA ou NF. vulas, bomba, etc.) e, por sua vez, controla a quantidade de produto que
entra e sai de um recipiente.
Por fim, de acordo com a configuração em que é executada, a chave de ní-
vel vibratória poderá ser instalada lateralmente ou no topo do reservatório. Os recipientes controlados automaticamente também podem incluir indi-
Só é preciso ter cuidado com os cantos onde possam haver acúmulo de cadores de medição de nível.
material e do mesmo modo com as áreas em que ocorre a queda de mate-
rial para a alimentação do reservatório.
Medição Pontual e Contínua
As chaves de nível (medição pontual) são frequentemente usadas em con-
junto com transmissores de nível (medição contínua) em medições de ní-
vel para um ponto único, seja este intermediário, alto, baixo, e/ou como 51
alarme.
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
No entanto, as chaves de nível também podem ser utilizadas sozinhas Porém, em alguns dos casos, verifica-se uma perda de precisão na me-
para indicar simplesmente um estado cheio ou vazio. Limitações de ta- dição, devido à poeira ou pó em suspensão, ecos falsos na leitura, e difi-
manho e espaço, bem como a aplicação, determinarão as característica culdade de calibração em softwares complexos específicos de cada fabri-
do sistema ideal. cante.
Os transmissores de nível (medição contínua) são geralmente uma entra- Em condições extremas, o mais indicado é a Radiometria.
da independente para o sistema de controle.
Vantagens e Desvantagens de cada medidor de nível
Neste tipo de medição de nível, confiabilidade e repetibilidade são carac-
terísticas mais importantes do que a alta precisão nas leituras. A exigên- Muito se falou sobre os mais diversos tipos de medidores de nível. Chegou
cia de precisão varia em um intervalo de 5 a 10 mm. a hora de apresentar os prós e contras de cada um dos principais instru-
mentos de medição de nível.
Os transmissores de nível contínuo são fundamentais em praticamente
todas as indústrias, incluindo química, petróleo e gás, energia, refino, papel Os principais aspectos a serem considerados na escolha do medidor de
e celulose, mineração, farmacêutica, alimentos e bebidas, dentre outras nível são:
plantas de processo.
• densidade e viscosidade
Medição com Contato e Sem Contato • composição química
• agitação no processo
Em uma medição com contato é fundamental que parte do sistema de • vapores e poeiras
medição tenha uma relação direta com o conteúdo do recipiente. A RF Ad- • acúmulo de material
mitância e os Radares de Onda Guiada são os dois melhores exemplos de
tecnologia aplicada à Medição de Nível. Dentre todas essas categorias, algumas especificidades encontradas, tan-
to em processos pontuais como contínuos, merecem nossa total atenção
Já se tratando de medição sem contato, nenhuma parte do sistema de na hora de escolher a tecnologia que melhor se adapte ao desafio imposto
medição toca diretamente o conteúdo do tanque. Métodos sem contato à medição de nível.
são preferidos quando o meio a ser controlado é especialmente abrasivo
ou corrosivo. 52
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
Vale muito a pena estar atento às seguintes especificidades: MELHORES TECNOLOGIAS PARA APLICAÇÕES EM NÍVEL
• Incrustação
PONTUAL
• Espuma
• Mistura e Armazenamento de Produtos Químicos; Tanques de
• Pó em suspensão
Mistura e Pastas Químicas: RF Admitância e Vibração (Diapasão).
• Abrasão
• Choque mecânico
• Controle/Proteção de Bombas: RF Admitância.
• Arraste
• Vácuo
• Pressão
• Variações de composição Uma boa forma de avaliar qual tipo de medi-
dor é o mais indicado, consiste em verificar
Para facilitar a compreensão e ajudar você a se a aplicação ocorrerá em nível pontual ou
visualizar melhor as vantagens e desvanta- contínuo.
gens de cada tipo de medidor de nível apre-
sentamos uma série de tabelas e tópicos para MELHORES
CONTÍNUO
TECNOLOGIAS PARA APLICAÇÕES EM NÍVEL
serem avaliados.
• Fluxo em canal aberto: as melhores soluções são ultrassônica e
RF Admitância.
54
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
TECNOLOGIA
PÓ EM CHOQUE VARIAÇÕES DE
INCRUSTAÇÃO ESPUMA ABRASÃO ARRASTE VÁCUO PRESSÃO
SUSPENSÃO MECÂNICO COMPOSIÇÃO
* * *
RF - ADMITÂNCIA
HIDROSTÁTICO
ELETROMECÂNICO
CAPACITIVO
INDUTIVO
LASER
RADIOMÉTRICO *
PRESSÃO
CÉLULA DE CARGA
55
ULTRASSOM
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
Desvantagens
CHAVE E TRANSMISSOR DE NÍVEL COM TECNOLOGIA RF • contato com o produto
ADMITÂNCIA • sensibilidade a variações na constante dielétrica e condutividade
• falsa medição por acúmulo de produto no sensor
Vantagens
• precisão confiável
• não possui componentes móveis
• insensível a borbulhamento, turbulência, espuma na superfície ou par- CHAVE DE NÍVEL POR VIBRAÇÃO
tículas em suspensão
• imune à incrustação Vantagens
• pode ser instalada em várias posições • não possui componentes móveis
• pode ser usada em produtos com alta viscosidade • insensível a borbulhamento, turbulência ou partículas em suspensão
• pode ser instalada em várias posições
Desvantagens • não requer calibração
• contato com o produto • pode ser usada em produtos com alta viscosidade
• sensível a elevados graus de pressão, temperatura, ou agressividade
do produto Desvantagens
• contato com o produto
• falsa medição devido a incrustação
56
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
BORBULHADOR
CHAVE CONDUTIVA
Vantagens
Vantagens • instalação e calibragem simples
• baixo custo • somente os tubos ficam em contato com a água
• sem componentes móveis • não é afetado por espuma na superfície
• empregada em mais de um ponto de operação • resistente à obstrução por água suja
Desvantagens Desvantagens
• contato com o produto • requer o fornecimento constante de ar e seu devido sistema de trata-
• contaminação dos eletrodos com produto, impedindo a continuidade mento
do circuito • especificidade da instalação: o ar utilizado deve ser o ar de instrumen-
tos, seco e isento de óleo, ou qualquer gás inerte.
• especificidade do produto: o líquido não deve conter pó em suspensão,
e deve ser mantida constância de sua densidade
FLUTUADOR
Vantagens MEDIÇÃO POR PESAGEM (CÉLULAS DE CARGA)
• simplicidade
• confiabilidade Vantagens
• capacidade de medição de diferentes produtos • precisão para materiais de densidade constantes
• mede líquidos e sólidos
Desvantagens
• instrumento mecânico passível de manutenção Desvantagens
• contato com o produto • custo elevado
• requer elevada quantidade de dispositivos mecânicos para instalação
exige material de densidade constante
57
• sensível a ventos
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
RADAR DE ONDA GUIADA Mas afinal de contas, por que importa tanto
Vantagens
a escolha do medidor certo?
• sem componentes móveis Para concluir, propomos um exercício. Pergunte a qualquer colega seu,
• segurança de medição através da avaliação da ponta da sonda profissional técnico experiente que também trabalha na indústria de trans-
• medição segura também durante o enchimento formação, qual é a importância da Medição de Nível. Caso você seja um
estudante, também levante essa questão para o seu professor do curso de
Desvantagens Automação ou Instrumentação Industrial.
• sensibilidade a incrustação, arraste, abrasão e choque mecânico
A medição de nível feita corretamente ao longo de um processo industrial diversos profissionais se deslocam para cima e para baixo com fitas mé-
faz toda a diferença na produtividade de uma instalação. tricas, trenas e réguas. Todos correndo e mensurando de forma manual o
nível de diversas etapas do processo produtivo.
Para garantir a sustentabilidade ambiental e financeira da planta, é im-
prescindível estar equipado com instrumentos que forneçam uma medi-
ção confiável e precisa. Apesar de extremamente criativo, tais ope-
Abaixo apontamos as 3 principais razões para você ficar de olho na quali-
rações são assoladas por altos custos de
dade dos sistemas que você está adquirindo. pessoal e baixa produtividade.
1) SEGURANÇA OPERACIONAL Não existe mistério, uma medição de nível precisa aumentar a eficiência
Medição de Nível é uma questão de segurança. Assim como você não ou- do processo industrial. Um bom exemplo de corte de custos seria na es-
saria andar pela planta sem seu EPI (Equipamento de Proteção Individual), tocagem.
pois sabe o quão importante é a prevenção de acidentes, escolher o siste-
ma de nível mais barato pode acabar custando muito caro. Se uma operação precisa ter em estoque sempre uma quantidade de ma-
terial, mas seus silos de estocagem não estão sendo utilizados na sua ca-
O enchimento de tanques ou vasos acima de suas capacidades máximas pacidade máxima, esta instalação invariavelmente será obrigada a com-
pode causar acidentes gravíssimos, transbordamentos, e paradas de plan- prar e manter silos de estocagem adicionais.
ta não programadas. Criam gargalos de produção.
O uso eficiente da capacidade de armazenamento da planta pode ser atin-
No caso de acidentes envolvendo a medição de substâncias quentes, in- gido através do controle do nível, eliminado o custo extra de comprar e
flamáveis, corrosivas ou de alta granulometria, as consequências podem manter outras unidades de armazenamento.
ser desastrosas.
É isso que entendemos como sendo um processo verdadeiramente efi-
O monitoramento eficaz do nível cria um ambiente seguro e produtivo, evi- ciente.
tando assim todos os possíveis eventos negativos, além de adequar sua
instalação às mais duras exigências regulatórias. 3) SUPRIMENTO CONSTANTE é sinônimo de QUALIDADE
A maioria dos processos requer um suprimento constante de matéria pri-
2) EFICIÊNCIA DE PROCESSO ma ou reagentes para produzir um bem final de qualidade. 59
Não é raro visitarmos instalações pouco modernas onde ao longo do dia
GUIA DEFINITIVO DE MEDIÇÃO DE NÍVEL
A implementação de um silo/tanque de estocagem entre a entrega e o pro- Esperamos que a partir de agora você tenha total segurança das tecnolo-
cesso age portanto como um atenuador dessas variações. gias mais adequadas aos processos que envolvem incrustação, espuma,
pó em suspensão e interfaces complexas.
Caso o nível na unidade de armazenamento seja sempre mantido dentro
de um range ideal, a quantidade/volume de matéria prima obtida através Esperamos que a partir de agora você tenha segurança para tratar de as-
do abastecimento ser elevada ou cair sem afetar a quantidade alimentada suntos relacionados à Medição de Nível e também falar acerca das tecno-
ao processo, e portanto sem afetar a qualidade do produto final. logias mais adequadas para os desafios enfrentados nas instalações da
mais diversas indústrias.
Esperamos ter ajudado você a entender um
pouco mais sobre Medição de Nível!
Você agora já sabe qual é a importância da medição de nível em uma ope-
ração; sabe dos desafios e problemas diários que enfrenta com a sua ins-
trumentação; e agora também já sabe como resolver isso.
FONTES
SENAI. Automação: Fundamentos de Instrumentação
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