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A pessoa não assertiva acaba perdendo negócios, clientes e amigos, pois sua
comunicação gera ressentimentos e hostilidade.
A assertividade pode ser desenvolvida e por isso deve ser treinada. Sem ela é
impossível ter uma liderança eficaz.
Por isso, nas próximas páginas vocês irão conhecer 3 componentes para uma
comunicação assertiva entre lideres e liderados em organizações: Delegação, Feedback e
On-the-Job Coaching.
1. A DELEGAÇÃO
● Autoridade: capacidade que vai fazer com que alguém faça aquilo que deve ser feito
naquele momento, seja qual for a influência que a pessoa possui.
● Responsabilidade: a obrigação de assumir uma tarefa específica na organização que
inclui também o poder de decidir, dentro do contexto em que é exercida.
É importante que se faça a distinção entre delegar e “se livrar da tarefa”. Isto porque,
em curto prazo delegar pode ser confuso e parecer dar muito mais trabalho que realizar a
tarefa sozinho. E esta é uma realidade. Delegar envolve a escolha criteriosa da tarefa a ser
delegada e da pessoa que receberá a função, sua orientação e preparo, a disponibilização de
recursos e informações necessárias, acompanhamento, e o feed back. As pessoas precisam
aprender novas habilidades e adquirir novas qualificações para exercer a função delegada.
Todo processo de mudança exige tempo e esforços a curto prazo que terão resultados a médio
e longo prazo. Por isso destaca-se que:
Delegar é: A transferência de uma parte do trabalho do líder, e seus problemas
correlatos, a um colaborador que também recebe a plena responsabilidade de completar a
tarefa, tomando todas as decisões necessárias. Explicar ao delegado 'que coisa' e 'por que' de
um problema particular.
Delegar é também: abrir mão do êxito pessoal em função do êxito do grupo; abrir mão
de poder; assumir riscos; aceitar erros; ganhar tempo para coisas mais importantes.
Delegar NÃO é: A simples atribuição de um trabalho que leva à identificação do
problema, deixando ao líder a prerrogativa de tomar a decisão. A falta de envolvimento,
informando os colaboradores sem pedir propostas contributivas. A falta de participação,
pedindo intervenções pró-ativas, sem a obrigação de aprovar/adotar a proposta feita.
SELECIONAR
PLANEJAMENTO
PRIORIZAR
PREPARAÇÃO
ORIENTAÇÃO
EXECUÇÃO DEFINIÇÃO DE PRAZO
CONCESSÃO DE AUTONOMIA
VERIFICAÇÃO
AVALIAÇÃO
APRENDIZADO CONSOLIDAÇÃO
APERFEIÇOAMENTO
1.2.1. Planejamento
Desta etapa depende todo o sucesso do processo, tendo em vista que é ele quem vai
dizer o que deve ser feito. Vai filtrar o que é desnecessário e dar a direção das tarefas a serem
executadas. É constituída de duas sub etapas, a Seleção e a Priorização.
A. Selecionar
Aqui, o líder deve listar todas as tarefas que são executadas no dia a dia da
organização. É importante relatar até as tarefas mais simples, o mais minuciosamente
possível, classificando-as entre ESTRATÉGICAS, CRÍTICAS (tarefas que resultam em
impacto no curto prazo), e, ROTINEIRAS (normalmente são tarefas mais operacionais).
Deve então eleger aquelas que são delegáveis e por fim selecionar as pessoas
adequadas para cada tarefa.
É importante que o líder reserve tarefas estratégicas para si. Quanto as tarefas críticas,
é necessário avaliar aquilo que pode ser delegado. As tarefas rotineiras devem ser
majoritariamente delegadas.
B. Priorizar
Priorizar é uma sub etapa de extrema importância uma vez que sem ela, corre-se o
risco de compromete a rotina da equipe e a perda de controle sobre as atividades.
É a priorização que vai garantir que a delegação seja feita de forma ordenada e
escalonada.
A Transferência de tarefas deve ser feita uma por vez, de maneira sequencial e
progressiva, da mais simples para a mais complexa. Estas devem ser categorizadas através de
uma lista cuja ordem deve observar o grau de dificuldade. Estes podem ser divididos em
níveis (Ex: Nível 1, Nível 2, Nível 3).
1.2.2. A Execução
Nesta etapa se dá a delegação propriamente dita. Ela é composta das seguintes sub
etapas: Preparação, Orientação, Definição de Prazos, Concessão de Autonomia, Verificação.
A. Preparação
O líder deve antecipadamente reunir todas as informações e ferramentas necessárias a
execução da tarefa assim como definir a forma como irá monitorar a execução da atividade
(prestação de contas, relatórios, indicadores, etc).
B. Orientação
C. Definição de prazos
Os prazos devem ser definidos em conjunto com o colaborador, de forma a garantir o
comprometimento com o prazo proposto. A tarefa deve ter dia e hora para sua finalização.
D. Concessão de autonomia
Aqui é necessário definir o grau de autonomia do colaborador na execução da tarefa.
Existem 3 níveis de autonomia:
E. Verificação
A verificação é outra sub etapa de extrema importância, pois é ela que vai validar se o
colaborador teve o entendimento completo do que foi combinado. É essa compreensão que
vai garantir que a tarefa está sendo executada na direção correta.
Para isto, algumas estratégias são importantes: solicitar inicialmente que o colaborador
repita as instruções, criar reuniões intermediárias para saber como a tarefa está sendo
executada, e auxiliar em caso de dificuldades.
1.2.3. Aprendizado
A etapa do aprendizado consolida todo o processo de delegação e visa o seu
aperfeiçoamento. É dividida em três sub etapas: Avaliação, Consolidação e Aperfeiçoamento.
A. Avaliação
Faz-se necessário avaliar os resultados alcançados, o que deu certo ou não,
confrontando com os objetivos definidos anteriormente. Os indicadores que foram entregues
periodicamente devem ser avaliados tendo em vista os objetivos do processo.
B. Consolidação
O que funcionou deve ser formalizado como padrão e incorporado à rotina. Nesse
momento, a construção de um manual do processo para consulta da equipe e futuros
treinamentos e delegações se faz importante. Um Check list para a incorporação na rotina
também pode ser útil.
C. Aperfeiçoamento
O que não deu certo no processo deve ser analisado e separado para a realização de
novo planejamento, ou seja, para retorno a primeira etapa do processo de delegação.
4. Avaliar e controlar
Segundo o princípio de prioridade de Pareto delega-se 80% das atividades com 20%
de risco. Além disso, deve-se lembrar de que as atividades de qualquer organização se
dividem em três níveis hierárquicos (as atividades estratégicas, as gerenciais ou táticas, e as
operacionais) e para cada nível, exige-se um tipo de atenção na hora da delegação.
Ao delegar atividades operacionais e gerenciais, o líder deve se voltar para a estratégia
da organização, isso o ajudará no processo de mudanças, na implementação de inovações e no
pensar criativamente.
Para selecionar as tarefas gerenciais e operacionais a serem delegadas, o líder pode se
fazer as seguintes perguntas:
● Das tarefas que realizo, quais as que precisam realmente ser feitas?
● Das que devem ser feitas e que normalmente faço, quais as que posso delegar?
● Estou preparado para delegá-las desde já? Todos os recursos necessários a
execução da tarefa estão disponíveis?
● Quem na minha equipe realizaria esta tarefa com excelência, ou pode ser
desenvolvido para tal?
É importante dizer que não se pode dissociar a tarefa delegada da pessoa que a
receberá. Só devem ser delegadas tarefas a pessoas que podem desenvolvê-las com relativa
autonomia e é responsabilidade do líder:
Saber delegar com eficácia significa dar a tarefa certa à pessoa certa, concedendo-lhe o
grau certo de liberdade, para que o trabalho se desenvolva de forma mais eficiente e
produtiva. Mas é preciso gerenciar as expectativas. O líder deve deixar claro que o seu papel é
apoiar sua equipe a tomar as próprias decisões e que isso significa oportunidades de fazer
novos e interessantes trabalhos. O ato de delegar permite ao líder de desenvolver os seus
próprios colaboradores.
A delegação eficaz pode produzir para o líder, sua equipe e sua organização benefícios
de curto e longo prazo.
Para o líder:
● Aperfeiçoamento do nível de confiança e comunicação com a sua equipe.
● Redução da sua carga de trabalho e o seu nível de estresse, removendo de sua
lista diária de tarefas aquilo que outros estão qualificados a fazer.
● Ampliação do tempo disponível para focar em projetos que exigem suas
habilidades e autoridade em particular, bem como em tarefas de maior
importância, como planejamento de longo prazo e desenvolvimento de
diretrizes.
Para a equipe:
● Possibilidade para que os membros da equipe aprimorem habilidades atuais e
desenvolvam outras novas.
● Aumento da motivação, ao mesmo tempo em que proporciona aos seus
membros um importante sentimento de realização.
Para a organização:
● Economia de dinheiro, ao assegurar que as tarefas são designadas às pessoas
certas e nos níveis corretos.
● Aumento da produtividade e da eficiência geral, ao fazer melhor uso dos
recursos organizacionais.
2. O FEED BACK
Ter uma equipe motivada é fundamental para se atingir a alta performance. Uma das
formas de conseguir esta motivação é dar atenção aos seus liderados. Demonstrar a eles que
seus esforços estão sendo vistos e corrigir o que for necessário para auxilio no
desenvolvimento individual e em equipe. Para isso, o feedback é de grande valia.
Feed Back é o parecer sobre uma pessoa ou um grupo com o intuito de avaliar seu
desempenho na realização de um trabalho. É uma prática a ser utilizada para encorajar, criar
confiança, solucionar problemas e aprimorar o desempenho de colaboradores.
Ele nos ajuda a aprender e a crescer como profissionais e é uma das maneiras mais
comuns e eficazes para dar a atenção necessária aos colaboradores. No entanto, para obtermos
os resultados desejados é necessário aplicá-lo de forma correta.
Faça sessões de feedback num ambiente privado onde seu subordinado se sinta seguro,
sem exposição.
Neste momento, de atenção exclusiva a ele. Não acesse e-mails e celular, não atenda
ao telefone e não leia relatórios. O tempo dispensado deverá ser exclusivo do avaliado que se
sentirá valorizado. Esta percepção fará com que a equipe fique engajada e busque excelência
no que faz.
Para fazê-lo planeje-se para fazer avaliações e feed backs. Pense no que há de positivo
e negativo sobre o desempenho técnico e comportamental de quem vai recebê-lo. Pense na
forma de comunicação que terá não apenas a melhor aceitação, mas sim, entendimento da
outra pessoa.
Faça um quebra gelo no inicio da sessão, pois possivelmente quem será avaliado estará
apreensivo. Para garantir a eficácia do processo, deve-se garantir que haja uma abertura de
quem vai receber a avaliação.
Comece pelos pontos positivos. Aponte as qualidades da outra pessoa de forma
concreta e sincera. Assim, a pessoa se sentirá valorizada e baixará a guarda para ouvir que
também tem pontos a desenvolver.
Faça colocações concretas, se necessário com exemplos, tanto para casos positivos,
como negativos. Se necessário, estabeleça regras na conversa onde você irá concluir o que
tem a dizer sobre os pontos em pauta, concluindo a linha de raciocínio e o outra fará o mesmo
depois. Isto ajuda a melhorar a compreensão do que está sendo dito e também evita possíveis
explosões emocionais.
Evite tons acusatórios, não bata de frente com o avaliado. Sempre que possível, evite
expressões como “você é” e “você fez” e use frases como “eu sinto que você…”, “me lembro
que…” . A pessoa vai entender o que você está dizendo, mas não se sentirá agredida.
Escute o que a pessoa tem a dizer sobre as colocações em questão. Coloque-se à
disposição para ajudá-lo.
Finalize com um resumo do que foi dito ressaltando os aspectos mais importantes e
evolução da pessoa que está sendo avaliada.
No dia a dia pode-se dar feed backs informais na medida da necessidade e de forma
pertinente, dentro das conversas diárias e caso haja algum ponto executado de forma fora do
comum, pode-se chamar o colaborador para uma conversa breve e objetiva.
Não deixe para depois! Dê o feedback logo após o acontecimento em questão. Desta
forma, todas as informações estarão frescas e claras na memória de ambos.
2.4. FAVORITISMO
As equipes percebem quando este tipo de atenção é dado a elas e entendem que a
empresa está interessada no seu desenvolvimento. Por outro lado, fique atento à quantidade de
feedbacks para cada integrante da sua equipe, evitando que isto seja percebido como
favoritismo.
É natural que a cada evolução haja cada vez mais sinergia entre líder e liderado.
Busque ter equilíbrio e sinergia com todos da sua equipe.
Nem todo líder fica confortável em dar feedback aos seus liderados, especialmente, se
é um feed back negativo. Para isto, seja direto, objetivo e atente para ser gentil também.
Tome cuidado para não criar uma situação desconfortável no encerramento da
conversa. Garanta que seu liderado tenha entendido o que você quis dizer e se necessário, use
exemplos específicos e se necessário explique as conseqüências deles. Ouça o outro lado.
Desta forma, a outra pessoa se sentirá respeitada e tendo oportunidade de expor o que pensou
com determinada atitude.
Esclareça as situações e não deixe nada subentendido. Não torne a situação algo
pessoal e mantenha contato após o encerramento da sessão, evitando um distanciamento.
Utilize perguntas:
Para a descoberta da verdade, muitas vezes a real compreenção da pergunta é mais
importante que a resposta.
De forma amigável, use perguntas para posicionar os fatos: “o que aconteceu…”,
“como está a situação…”. Dê espaço para que a pessoa se explique e construa o diálogo com
base em onde o problema aconteceu. Muitas vezes a origem do problema não é o que você
imagina. “Porque” e “para que” também são perguntas poderosas, sendo a segunda mais
delicada e deve ser usada com cautela.
Clarifique o que está sendo dito parafraseando as frases mais relevantes. Esta é uma
técnica muito usada em coaching que pode fazer com que a outra pessoa se dê conta que
talvez não tenha tido a atitude mais adequada.
Conclua o feed back de forma clara, especificando quais são as suas expectativas e
alinhe o caminho a ser seguido.
2.6. COMO DAR FEED BACK A ALGUÉM QUE NÃO QUER RECEBÊ-LO
Possivelmente a pessoa que não quer feed back não têm plena consciência sobre o seu
desempenho/comportamento. Dê sua opinião e peça a dela também. Exponha o cenário que se
forma ao redor da situação em questão. Evite usar termos de cunho crítico e negativos e
pergunte como você mesmo contribui para aquela situação.
Se mostre aberto para ajudar e chegar num objetivo em conjunto se for o caso.
Para criar uma cultura aberta para feed back lembre-se sempre de dar feed backs
positivos. No geral as pessoas entendem que receberão críticas nas sessões de feedback.
Dê o exemplo e mostre que é possivel receber feedback sem levar para o pessoal.
Esteja aberto a ouvir a pessoas e pergunte suas opiniões. Poucas pessoas terão coragem de dar
um feedback ao chefe sem receber uma oportunidade clara de fazê-lo.
3. O ON-THE-JOB COACHING
SERRA, Farah. Líderes devem saber delegar. 23 jul. 2014. Disponível em:
<http://www.temposdegestao.com/gestatildeo/lideres-devem-saber-delegar>.