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... para nossos educadores, que encontrarão
na exposição um rico repertório de
referências e ideias a serem incorporadas ao
processo de ensino aprendizagem
A arte e a educação, embora operem com
lógicas próprias, potencializam‐se
mutuamente quando relacionadas
... o constante debate entre conceitos e
ideias – que é inerente à criação artística
de qualidade – está presente nesta edição
Ministério da Cidadania
Fundação Bienal de São Paulo
Itaú
Nova marca da
... para nossos educadores, que encontrarão BBM
na exposição um rico repertório de Investimentos;
gestora de
referências e ideias a serem incorporadas ao
recursos
processo de ensino aprendizagem independente
com produtos
A arte e a educação, embora operem com para atender
diferentes
lógicas próprias, potencializam‐se
perfis de
mutuamente quando relacionadas investidores
... o constante debate entre conceitos e
ideias – que é inerente à criação artística
de qualidade – está presente nesta edição
Ministério da Cidadania
Fundação Bienal de São Paulo
Itaú
http://34.bienal.org.br/
1ª Bienal: 1951 – até 2006: juri para brasileiros e comissários dos
países participantes para artistas estrangeiros
Desde 16ª (1981) – PROJETOS CURATORIAIS – selecionam artistas
e definem estrutura conceitual
‐desde 1998: publicações para educadores e estudantes – 1º
produto de uma Bienal ‐ 1 ano antes da exposição: bienal em
processo
‐ desde 27ª (2006): sem delegações nacionais e comissários
Em tempos escuros, quais são os cantos que
não podemos seguir sem ouvir e sem cantar ???
Faz escuro
Faz escuro mas eu canto “Os grandes historiadores que
Verso de 1963 estudamos, como
Giorgio Agamben e
Década 1960: diversas leituras
Walter Benjamin, têm essa
perspectiva de que estamos olhando para a repetição
da história porque é um dever que se pode ter em
relação à história, mas também uma expectativa de
que algo de sua repetição possa ser rompida”
“Ou seja, não é pelo fato de cantar
que não se percebe que o momento
é dramático ou “escuro”
Mas surge ...
mas eu canto
Que traz algum nível de esperança
de que se possa romper o ciclo.
• As histórias clássicas de [Claude] Monet pintando ninfeias, ou
https://www.wikiart.org/pt/giorgio‐morandi
• Acho que é importante, no momento que vivemos, também
lembrar desses exemplos de resistência de uma criação
poética e do que eu considero um esforço para ver a beleza
do mundo, mesmo quando parece que não há nada de belo.
Estratégia da curadoria:
dispor as obras em relação com objetos
– ENUNCIADOS –
não necessariamente do campo das artes visuais
com histórias e simbologias
marcantes e complexas
que pontuam a 34ª Bienal
Referências da curadoria
TRANSPARÊNCIA E OPACIDADE
Édouard Glissant
(Martinica, 1928 – Paris, 2011)
– Livro Poética da relação (2011)
no texto literário
• Aprendizagem
MECANISMOS FUNDAMENTAIS DA PRÁTICA RELACIONAL
Tanto quem aprende quanto quem traduz • Tradução
procura devolver ao texto a transparência de uma
intenção poética que as palavras tornam opaca
“nos arriscamos em uma possibilidade parecida: lançar ‐de um texto oposto a um
uma ponte que pudesse ‘traduzir’ não a 34ª Bienal, mas leitor neófito, para quem todo
algo de sua estrutura conceitual, para educadores e o texto e considerado difícil
estudantes. Uma ponte por definição inacabada, ...” (é o caso da aprendizagem)
‐ de um texto que se arrisca no
...voltando ao pensamento de Glissant, o direito à possível de um outro texto
opacidade é a garantia de que uma relação não se (é o caso da tradução)
torne um exercício de dominação, imposição e redução
dos outros aos nossos conceitos, medidas e valores
Referências da curadoria
TRANSPARÊNCIA E OPACIDADE
Édouard Glissant
Assumimos que o ato de se
relacionar contém em si mesmo uma
potência de aprendizado, e que participar de
uma relação em que se busque a
transparência, sem deixar de se reconhecer
as opacidades, é um ato educativo.
...
“nos arriscamos em uma possibilidade parecida: lançar Confiamos que essa diver‐
uma ponte que pudesse “traduzir” não a 34ª Bienal, sidade de vozes, visões e
mas algo de sua estrutura conceitual, para educadores e percepções em torno de
estudantes. Uma ponte por definição inacabada, ...”
um mesmo conjunto de
...voltando ao pensamento de Glissant, o direito à questões pode tornar ainda
opacidade é a garantia de que uma relação não se torne mais férteis as relações de
um exercício de dominação, imposição e redução dos aprendizagem com a
outros aos nossos conceitos, medidas e valores 34ª Bienal
Entrevista com Jacopo Crivelli Vistconti e Paulo Myada
– ENUNCIADOS – objetos
‐ ajudam a definir, mas não são impositivos; não são 100%
claros para ninguém
‐ potentes poeticamente porque podem ser lidos de muitas
maneiras diferentes, contar muitas histórias – e das obras no
entorno, podem‐se depreender várias interpretações
‐mais abrem do que fecham: aberto e poroso, mais dialógico
do que dogmático
o Glissant, ele sempre começa mapeando um cruzamento do que
é a história, a história da escravidão, a história do tráfico
negreiro, a história dos abolicionismos, das independências, e
presentifica aquilo como uma vida,
um conjunto de vidas, um povo, uma identidade.
Possibilidade de trabalhar no micro e no macro,
e ver como essas coisas ressoam.
Estimula a criação de relações entre
as obras e a diversidade de
significados, narrativas e associações Pontuam a 34ª Bienal
que cada objeto mobiliza, sugerindo para fazer reverberar,
sempre novos entendimentos com maior intensidade,
algumas das questões
que as obras ao redor
14 suscitam
ENUNCI
ADOS
Entradas sutis para algumas das
estruturas curatoriais e narrativas que
o público encontrará no espaço
expositivo
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Sino de Ouro Preto
Meteorito de
Bendengó
3
ENUNCI
ADOS
Reproduções de retratos do
jornalista e abolicionista
Frederick Douglass
Meteorito de
Bendengó
TÉRREO
http://34.bienal.org.br/enunciados
rtuguese/geral‐48550660
https://www.bbc.com/po
TÉRREO
Museu Nacional – Rio de Janeiro
02
set
2018
TÉRREO
Museu Nacional – Rio de Janeiro
02
set
2018
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Apresentação
por meio de
imagens e
texto
Meteorito de
introdutório Bendengó
& Sino de Ouro Preto
& Retratos de
3 Frederick Douglas
Obras
selecionadas
ENUNCI
de 2 artistas:
visão dos
ADOS
artistas sobre
o enunciado 3 entrevistas
ou ensaios
Ensaios
com autores
práticos: foco
convidados
em questões e
relações com
o enunciado
Outra publicação
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
HISTÓRIA
Apresentação
RECENTE
por meio de
imagens e
texto
introdutório Resistência
Perenidade
Resiliência
METEORITO
Obras
selecionadas DE RESISTÊNCIA DA
de 2 artistas: BENDENGÓ PRÓPRIA CIÊNCIA
visão dos
artistas sobre SABERES E
o enunciado 3 entrevistas
COSMOVISÕES
ou ensaios
Ensaios DOS POVOS
com autores
práticos: foco INDÍGENAS
convidados
em questões e SOBREVIVEM
relações com HÁ SÉCULOS
o enunciado
Outra publicação
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Apresentação Ensaio de
por meio de Maria
imagens e Elisabeth
texto Zucolotto Machado de
introdutório Assis: crônica
1888 – traslado
do Bendengó X
abolição legal da
METEORITO escravidão
Obras
selecionadas DE Transcrição de
de 2 artistas: BENDENGÓ entrevista de
visão dos Ailton Krenak
artistas sobre
o enunciado 3 entrevistas
ou ensaios
Ensaios
Carmela com autores Ensaio de
práticos: foco
Gross convidados Paulo Tavares
em questões e
Gustavo relações com sobre
Caboto o enunciado sociedades
Outra publicação ameríndias na
Amazônia
Entrevista com Jacopo Crivelli Vistconti e Paulo Myada
Quando você olha para o meteoro e quando você
olha para a história dos povos indígenas, fica claro
que, dependendo do sujeito da história, muda o
referencial do que é o escuro que se faz agora.
Da perspectiva dos povos indígenas da América
Latina, por exemplo, não há simplesmente a
catástrofe deste mês, deste ano, dos últimos
cinco anos. Existe uma catástrofe sombria
há pelo menos quinhentos anos.
Esse “faz escuro” também pode ser lido
em profundidades históricas, amplitudes
e densidades diferentes.
Entrevista com Jacopo Crivelli Vistconti e Paulo Myada
OPACIDADE
Todos esses artistas vêm de lugares distintos, de culturas
e formações únicas, e o entendimento que o outro pode
ter daquilo que eles estão fazendo jamais é completo.
(...) Sempre há uma parte do outro, uma parte grande ou pequena, que você
não vai entender.
TRANSPARÊNCIA
E começamos a ver exemplos de obras ou de artistas, de reflexões, em que essa
transparência, na verdade, é uma falsa qualidade. Transparência que fica só na
superfície, mas na verdade esconde mecanismos de poder, estruturas de poder
que se perpetuam.
PAVILHÃO DA BIENAL ‐ É uma arquitetura teoricamente transparente, mas que
tem sido utilizada – o [Oscar] Niemeyer é um ex. ótimo disso – como arquitetura
de poder, que preserva as mesmas estruturas.
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Apresentação Ensaio de
por meio de Maria
imagens e Elisabeth
texto Zucolotto
introdutório
METEORITO
DE
BENDENGÓ
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Formação do Sistema Solar
a partir de nuvem de poeira
Fe e Ni
Cinturão de Asteróides Sobrevivente
(entre Marte e Júpiter) de outro
Há 100 mil anos penetrou mundo Resistência
na atmosfera: 4,6 Bi anos Perenidade
60 ton – 100 mil km/h
Resiliência
7 ton – 5 mil km/h
Ao longo do tempo: METEORITO
intemperismo reduziu 1/3 DE
1784: Domingos da Mota BENDENGÓ
Botelho (?) ‐ brilho
prateado : pai Joaquim
comunicou às autoridades :
levar para Portugal!!!
1785 – na descida, o carro
de boi atropelou os bois e
caiu no riacho Bendengó
(esquecido por 100 anos)
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Formação do Sistema Solar Extração de fragmentos
a partir de nuvem de poeira (1810) e confirmação
Fe e Ni meteorito (1816 –
Cinturão de Asteróides Sobrevivente
Sociedade Real de Londres)
(entre Marte e Júpiter) de outro geólogo
1883: O. Derby ‐
Há 100 mil anos penetrou mundo Resistência
do Museu Nacional:
na atmosfera: 4,6 Bi anos Perenidade
É um perigo abandoná‐lo!)
60 ton – 100 mil km/h 1886: D. Pedro II – ‘Santa
Resiliência
7 ton – 5 mil km/h Catarina’ na Academia de
Ao longo do tempo: METEORITO
Ciências de Paris (25 ton Ni)
intemperismo reduziu 1/3 DE
1887: ordena trazer para o
Rio de Janeiro – Comissão
1784: Domingos da Mota BENDENGÓ
do Império para remoção
Botelho (?) ‐ brilho do Bendengó 7/set/1887
prateado : pai Joaquim [Museu Nacional: 1892]
comunicou às autoridades : 126 dias para 113 km –
levar para Portugal!!! estação de Jacurici – trem
1785 – na descida, o carro para Salvador – Vapor RJ
de boi atropelou os bois e
caiu no riacho Bendengó
(esquecido por 100 anos)
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Formação do Sistema Solar Extração de fragmentos 1889: réplica em
a partir de nuvem de poeira (1810) e confirmação madeira na
Fe e Ni meteorito (1816 – Exposição
Cinturão de Asteróides Sobrevivente
Sociedade Real de Londres) Universal de Paris
(entre Marte e Júpiter) de outro geólogo
1883: O. Derby ‐ Entregue ao
Há 100 mil anos penetrou mundo Resistência
do Museu Nacional: Museu Nacional
na atmosfera: 4,6 Bi anos Perenidade
É um perigo abandoná‐lo!) {1892} – maior
60 ton – 100 mil km/h 1886: D. Pedro II – ‘Santa meteorito exibido
Resiliênciaem museu no
7 ton – 5 mil km/h Catarina’ na Academia de
Ao longo do tempo: METEORITO
Ciências de Paris (25 ton Ni) mundo
1900 –Museu
intemperismo reduziu 1/3 DE
1887: ordena trazer para o
Nacional na
Rio de Janeiro – Comissão
1784: Domingos da Mota BENDENGÓ
do Império para remoção Quinta da Boa
Botelho (?) ‐ brilho do Bendengó 7/set/1887 Vista: aberto ao
prateado : pai Joaquim [Museu Nacional: 1892] público
comunicou às autoridades : 126 dias para 113 km – Fotos do Bedengó
levar para Portugal!!! estação de Jacurici – trem com Albert
1785 – na descida, o carro para Salvador – Vapor RJ Einstein, Santos
de boi atropelou os bois e Regente Princesa Isabel Dumont
caiu no riacho Bendengó recebeu o meteorito 1946:
(esquecido por 100 anos) 60kg distribuídos: museus incorporação do
Museu à UFRJ
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Formação do Sistema Solar Extração de fragmentos 1889: réplica em
a partir de nuvem de poeira (1810) e confirmação madeira na
Fe e Ni meteorito (1816 – Exposição
Cinturão de Asteróides Sobrevivente
Sociedade Real de Londres) Universal de Paris
Que ele permaneça em seu
de outro geólogo Entregue ao
(entre Marte e Júpiter) 1883: O. Derby ‐
“aposento”do Museu Nacional:
Há 100 mil anos penetrou durante
mundo ResistênciaMuseu Nacional
toda reconstrução
na atmosfera: do prédio,
4,6 Bi anos Perenidade
É um perigo abandoná‐lo!) {1892} – maior
60 ton – 100 mil km/h 1886: D. Pedro II – ‘Santa meteorito exibido
como um eterno guardião, e
Resiliência em museu no
7 ton – 5 mil km/h Catarina’ na Academia de
Ao longo do tempo: se transforme
METEORITO
Ciências de Paris (25 ton Ni) mundo
na pedra fundamental
intemperismo reduziu 1/3 DE do
1887: ordena trazer para o 1900 –Museu
Rio de Janeiro – Comissão Nacional na
renascimento do Museu
1784: Domingos da Mota BENDENGÓ
do Império para remoção Quinta da Boa
Botelho (?) ‐ brilho Nacional!
do Bendengó 7/set/1887 Vista: aberto ao
prateado : pai Joaquim [Museu Nacional: 1892] público
comunicou às autoridades : 126 dias para 113 km – Fotos do Bedengó
Bendengó:
com Albert
levar para Portugal!!! estação de Jacurici – trem
um sobrevivente
Einstein, Santos
Novela: 1785 – na descida, para Salvador – Vapor RJ
o carro de boi atropelou os Regente Princesa Isabel espacial
Dumont
bois e caiu no riacho recebeu o meteorito Maria Elizabeth1946:
Bendengó 60kg distribuídos: museus Zucolotto
incorporação do
Curadora dos meteoritos
(esquecido por 100 anos) Museu à UFRJ
do Museu Nacional
Meteorito de Santa Luzia
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Apresentação Ensaio de
por meio de Maria
imagens e Elisabeth
texto Zucolotto
introdutório
METEORITO
Obras
selecionadas DE
de 2 artistas: BENDENGÓ
visão dos
artistas sobre
o enunciado
Carmela
Gross
Carmela Gross – Boca do Inferno
Carmela Gross – Boca do Inferno
• Monotipias sobre papel ou seda
• Coleção de imagens de vulcões vai criando novas camadas e vai
expressando uma imagem de meteorito ou
de rocha ou simplesmente de borrão
• Montanhas – vulcões –borrões.
• Relação direta com meteorito Santa Luzia
• Acaso e imprevisibilidade acontecem na
visualidade, sem grande controle.
- Como pensar a arte nesse lugar que nos abre para camadas
novas, transformações e relações a partir de outras ordens.
Carmela Gross – Boca do Inferno
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Apresentação Ensaio de
por meio de Maria
imagens e Elisabeth
texto Zucolotto Machado de
introdutório Assis: crônica
1888 – traslado
do Bendengó X
abolição legal da
METEORITO escravidão
Obras
selecionadas DE
de 2 artistas: BENDENGÓ
visão dos
artistas sobre
o enunciado 3 entrevistas
ou ensaios
com autores
convidados
Primeiros ensaios:
publicação educativa da 34ª Bienal
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Fotografias extraídas do relatório
Meteorito Bendegó,
de José Carlos de Carvalho,
apresentado ao Ministério Nacional da
Agricultura, Commercio e Obras
Públicas.
Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1888.
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
“O meteorito de Bendegó vinha andando, vagaroso,
silencioso e científico, ao lado do Carvalho”.
O texto de Machado de Assis
narra uma conversa do meteorito Republicanos americanos
de Bendegó com o comandante eram a favor da escravidão.
José Carlos de Carvalho (1847‐
1934), chefe da expedição que o — Noire? Aussi blanche
trouxe até o Rio de Janeiro. qu’une autre.
— Tiens! Vous faites de
O diálogo é permeado de questões calembours?
políticas, crítica aos Estados “Negra? Tão branca quanto
Unidos, à escravidão e ao qualquer outra. / “Olhe! Você
federalismo. faz trocadilhos?”
Publicado duas semanas após a Referência à República Negra
abolição da escravidão. do Haiti, onde houve revolta
dos libertos, e ao medo da
Direito Provincial ‐ foi votado a elite branca de se repetir algo
quem pertenceria o Bendegó. similar no Brasil.
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Apresentação Ensaio de
por meio de Maria
imagens e Elisabeth
texto Zucolotto Machado de
introdutório Assis: crônica
1888 – traslado
do Bendengó X
abolição legal da
METEORITO escravidão
Obras
selecionadas DE
de 2 artistas: BENDENGÓ
visão dos
artistas sobre
o enunciado 3 entrevistas
ou ensaios
Carmela com autores
Gross convidados
Gustavo
Caboto
Kanau‘Kyba
Gustavo Caboco
O primeiro livro de Caboco (após o incêndio ocorrido no
Museu Nacional):
Baaraz Kawau – “o campo após o fogo” em língua
Wapichana.
Sua narrativa cruza a história de uma borduna
Wapichana que o artista visitara na coleção do museu
com as histórias de Casimiro Cadete, seu tio avô e
grande liderança de seu povo.
Borduna que queimou no Museu
Nacional tinha a mesma idade de
Casmiro Cadete quando ele morreu.
Isso desencadeou em Caboco um fluxo de associações
e reminiscências sobre a vida e as memórias indígenas,
sistematicamente confrontadas pela destruição
predatória que caracteriza a cultura ocidental.
Gustavo Caboco – Kanau‘Kyba
Borduna de Gustavo
que cruza as histórias
de Casimiro Cadete.
O artista expressa
reminiscências da vida
e memórias indígenas.
Gustavo Caboco – Caminho das Pedras
Trata do deslocamento das pedras do céu (como não pensar nos meteoritos?)
e das pedras da terra ancestral.
Traz críticas à cultura predatória
do mundo ocidental
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Apresentação Ensaio de
por meio de Maria
imagens e Elisabeth
texto Zucolotto Machado de
introdutório Assis: crônica
1888 – traslado
do Bendengó X
abolição legal da
METEORITO escravidão
Obras
selecionadas DE Transcrição de
de 2 artistas: BENDENGÓ entrevista de
visão dos Ailton Krenak
artistas sobre
o enunciado 3 entrevistas
ou ensaios
Carmela com autores
Gross convidados
Gustavo
Caboto
Primeiros ensaios:
publicação educativa da 34ª Bienal
Ailton Krenak
Líder indígena, ativista socioambiental
e escritor.
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
1‐ O pensamento indígena resiste de um “Cantando /dançando / passando
lugar imemorial, sem cartografia, anterior sobre o fogo / seguimos num
à noção de linha do tempo, o lugar do contínuo o rastro dos nossos
mito. ancestrais” p.97.
A experiência da vida de povos que
2‐ As culturas que produzem conhecimento
têm tradição na oralidade, cultivam
prático não acumulam mercadorias, nem
memórias que estabelecem vínculos do
capital, não há produção de conhecimento.
cotidiano com um imaginário vasto, (...)
A mente ocidental visa a produção material
– que não deixam a gente sozinho,
e subjetiva e experimenta menos uma vida
frustrado no mundo, se debatendo
de sabedoria. Pensa, pensa e não cria nada.
para ter sucesso” p. 99
“Precisa ensaiar um outro
3‐ Constelação de seres, comunidade é a pensamento, em que nosso
condição necessária ao sujeito coletivo. motor biológico não fica sendo o
Pensamento mágico ‐ território de troca com principal sujeito, mas sim a nossa
os não‐humanos x pensamento lógico e entidade, que nos constitui como
utilitário. sujeitos coletivos, e que é
Eduardo Viveiros de Castro ‐ perspectivismo diferente de um sujeito sozinho.
ameríndio ‐ condição que emerge da
A experiência do sujeito no
natureza e não é antropocêntrica.
Ocidente é egoísta e doente”
“Penso, logo existo” x aprender a coexistir.
p.100.
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
4‐ Os sonhos informam o sentido da
4‐ Os sonhos informam o sentido da vida, cura,
vida, cura, soluções e inspirações e
soluções e inspirações e orientações.
Barragem do Fundão‐ MG/2015 ‐ rio Doce ‐ Rio
orientações.
como entidade, que ficou em estado de coma, “ É entendido como uma instituição, um
Barragem do Fundão ‐ MG/2015 ‐ rio
na visão falou: “Pode saltar! Salta!”. Sonho de lugar de experiências, de potência para
uma mulher com Watu, que ao contar para sua
Doce ‐ Rio como entidade, que ficou em
mãe doente, sarou. Troca com não‐humanos: a vida, para a solução de coisas do
estado de coma, na visão falou: “Pode
fazer que essa vivência seja consciênte. cotidiano” p. 101
saltar! Salta!”. Sonho de uma mulher “É isso mesmo, o Watu veio me curar,
com Watu, que ao contar para sua mãe ele te chamou pra você ir lá, você é o
doente, sarou. Troca com não‐humanos: meu curativo”. p 102. “Só que as
fazer que essa vivência seja consciente. pessoas vivem essa experiência mas não
interagem com ela. Eles só consomem a
experiência” p.103.
“Eu acredito que essa vontade, esse 5‐ Comunhão entre humanos e não‐
desejo de interrelação dos mundos, ela humanos, o conhecimento ocidental e
anseia mesmo por uma brecha, por não ocidental, aproxima ou constrói
atravessar esses limites” p. 103. paralelos?.
“Aprenda a enxergar o outro. O outro Tradição judaico‐cristã ‐ mundo criado
não é uma cópia sua. (...) Não naturalize por um ser externo ‐ separação. É
que o outro é uma cópia sua porque, preciso uma disposição amorosa para
senão, você não consegue fazer essa
ver o outro.
troca” p.104.
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
6‐Por que Krenak pintou seu
rosto na Assembléia em 1987?
120 mil assinaturas ‐ proposta
de direitos ‐ capítulo dos
índios na Constituição.
Chegou de jeans e camiseta,
soube na hora que teria que
falar. Troca de roupa e junta
cajal. Sabia que tinha que
fazer algo para ser notado. A
votação foi favorável: 490 de
530.
“(...) antes de iniciar minha
fala, que eu não estava lendo,
estava tudo na minha cabeça,
passei uma primeira marca no
rosto. Na hora, os fotógrafos,
cinegrafis‐tas, começaram a
espocar os flashes. Os Krenak na Assembleia Nacional Constituinte em
deputados gritavam: “Ei, olha defesa da emenda popular da UNI ‐ União das
o que esse homem tá fazendo, Nações Indígenas, em 02/set/1987.
tira ele daí”.
“Eu não pensei naquele gesto,
eu simplesmente fui aquele gesto”.
Entrevista com Jacopo Crivelli Vistconti e Paulo Myada
EDUARDO VIVEIROS DE CASTRO – Antropólogo, Professor Museu Nacional
DEFESA RADICAL DOS DIREITOS INDÍGENAS: por si só, uma referência.
PERSPECTIVISMO AMERÍNDIO: No perspectivismo existiriam tantos mundos quanto
sujeitos capazes de ocupar pontos de vista. # coexistência de diferentes visões e
relações que podem surgir a partir de um mesmo objeto.
# ideia de olhar as coisas de maneira diferente, de acordo
com o lugar que você ocupa naquele momento.
“A inconstância da alma selvagem”:
trata da noção de ‘relação’ (define a sociedade ameríndia)
– relação com seu inimigo mortal: “Simbolicamente, quem
mata se torna marido da mulher de quem ele matou, pai de
seus filhos.... Isto é, começando sempre, ..., pela escravidão,
pelo genocídio, pela morte, mas mesmo assim aceitando
que isso também pode levar a novas relações e a sociedades
muito mais interessantes e fascinantes que as europeias, ...
Essa ideia da relação como o elemento que constitui a socie‐
dade, mesmo entre grupos inimigos e até com quem te mata.
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Apresentação Ensaio de
por meio de Maria
imagens e Elisabeth
texto Zucolotto Machado de
introdutório Assis: crônica
1888 – traslado
do Bendengó X
abolição legal da
METEORITO escravidão
Obras
selecionadas DE Transcrição de
de 2 artistas: BENDENGÓ entrevista de
visão dos Ailton Krenak
artistas sobre
o enunciado 3 entrevistas
ou ensaios
Carmela com autores Ensaio de
Gross convidados Paulo Tavares
Gustavo sobre
Caboto sociedades
ameríndias na
Amazônia
Primeiros ensaios:
publicação educativa da 34ª Bienal
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Identificação de Bö’u, o
antigo centro de
Marãiwatsédé, no atual
estado de Mato Grosso.
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
O geógrafo Alceu Ranzi observou o que seria um geoglifo em terras
do sudoeste da Amazônia enquanto sobrevoava a região em 1986,
que faz parte de um complexo arqueológico de pelo menos 400
geoglifos, segundo datação de carbono, seriam de 900 a 1500, data
próxima da chegada de Colombo na América (1492), “o que
demonstra que, antes da invasão colonial europeia, essa região da
Amazônia foi habitada por sociedades ameríndias cujas
concepções de espaço produziram transformações notáveis na
paisagem da floresta” p. 108
Com a ditadura militar, o lema era desenvolver a região amazônica,
o que implicava o desmatamento, eles queriam “ocupar e integrar”,
pois viam a floresta como “terra de ninguém”.
Nesse período houve uma “política de apagamento” dos povos indígenas ‐ milhares de
desaparecidos e desalojados, houve muitos massacres e grilagens de terra.
As terras arrasadas pela modernidade tardia revelam os geoglifos pré‐coloniais, que são
evidencias de um genocídio de mais 500 anos.
“Representações do intocado, do selvagem, do “deserto verde” e muitas outras imagens
da natureza desumanizada empregadas para descrever a floresta constituíam outras
formas de perpetrar a política de apagamento" p. 109.
Como não se tinha registro até então de evidências de que as sociedades indígenas
tivessem transformado expressivamente a região da floresta, acreditava‐se que a
Amazônia era um “ambiente natural, isto é, sem interferências humanas”.
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Tavares usa o termo design no texto na acepção mais ampla dela, que se afasta da noção de produto e
gráfico que estamos acostumados. Ele emprega a palavra no sentido de traçar e arquitetar intervenções
que modificam o ambiente. Ele discorre sobre a visão branca ocidental da floresta, como local primitivo,
não civilizado em oposição ao espaço urbano e que elas foram descritas por teóricos como “os últimos
ambientes virgens na Terra, territórios isolados onde as sociedades estavam na infância e os seres
humanos permaneciam em um estágio de desenvolvimento primitivo, quase animal” p.110.
Os achados arqueológicos recentes provam que a Amazônia foi habitada por sociedades complexas e
numerosas que interferiam no design da região e que tanto hoje como no passado, os povos indígenas
“marcam profundamente a paisagem”, ou seja, a Amazônia é produto de design humano, é uma obra
cultural.
A floresta como cidade não tem os limites delimitados
entre o domesticado e selvagem, os grupos indígenas da
Amazônia entendem a floresta como prolongamento da
aldeia. Eles reconhecem as espécies dela e florestas
tropogênicas, que surgem de antigas aldeias, como a da
foto. O indígena reconhece a floresta como uma
cosmoteia, na qual todos os “seres” são seus cidadãos.
O homem transformou o planeta em objeto de design,
que marcha para catástrofe ambiental. “Sendo as abelhas
vitais para os humanos, e em um momento em que o
projeto ecocida da modernidade tardia as leva à extinção,
deixemos que elas, e não o homem, tracem um conceito
de design com o qual possamos tornar a vida um projeto
possível, em meio às ruínas da “era do humano” p. 119.
publicação educativa da 34ª Bienal
Primeiros ensaios:
Apresentação Ensaio de
por meio de Maria
imagens e Elisabeth
texto Zucolotto Machado de
introdutório Assis: crônica
1888 – traslado
do Bendengó X
abolição legal da
METEORITO escravidão
Obras
selecionadas DE Transcrição de
de 2 artistas: BENDENGÓ entrevista de
visão dos Ailton Krenak
artistas sobre
o enunciado 3 entrevistas
ou ensaios
Ensaios
Carmela com autores Ensaio de
práticos: foco
Gross convidados Paulo Tavares
em questões e
Gustavo relações com sobre
Caboto o enunciado sociedades
Outra publicação ameríndias na
Amazônia
Agradecimentos – fotografias Bienal: Vinicius Sanfelice e Dircy Neubarth
Entrevista com Jacopo Crivelli Vistconti e Paulo Myada
– ENUNCIADOS – objetos
‐ ajudam a definir, mas não são impositivos; não são 100%
claros para ninguém
‐ potentes poeticamente porque podem ser lidos de muitas
maneiras diferentes, contar muitas histórias – e das obras no
entorno, podem‐se depreender várias interpretações
‐mais abrem do que fecham: aberto e poroso, mais dialógico
do que dogmático
OPACIDADE e TRANSPARÊNCIA
Glissant: não preciso entender tudo; eu e você podemos ter uma
relação sem que você seja completamente transparente ou
compreensível para mim, ou vice‐versa.
A leitura que você faz diz mais sobre você do que sobre o
enunciado. ... O mais bonito é entender a ideia de relação como
uma via de mão dupla
Então, você está sempre provando que as coisas
se contaminam e se transformam.