Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CADERNO DE GINECOLOGIA E
OBSTETRÍCIA
1ª Edição
Vila Velha
2018
Catalogação na publicação elaborada pela Biblioteca Central / UVV-ES
CDD 618.1
José Luiz Dantas
Presidente da Mantenedora
Luciana Dantas
Vice-Reitora
Estudantes colaboradores:
Introdução ......................................................................................................................... 7
O objetivo desse livro é criar um check list onde as habilidades dos alunos em
ginecologia e obstetrícia sejam atigindas na sua totalidade.
7
CAPÍTULO I
O exame clínico das mamas faz parte do exame ginecológico, e deve seguir a
seguinte ordem:
Expressão papilar
A primeira é em relação ao ambiente que deve ser bem iluminado e privado, a fim de
preservar o pudor da paciente.
8
Técnica
Inspeção estática
Posicionar-se na altura da paciente
Paciente com os braços paralelos ao corpo
Analisar:
Coloração da pele
Aspecto da pele
Volume
Contorno
Forma
Simetria
Pigmentação aréolar
Aspecto papilar
Abaulamentos ou retrações
Circulação venosa
Sinais flogísticos
Inspeção dinâmica – Figura 1
Solicitar que elevação dos braços ou que a paciente
pressione as assas do osso ilíaco
Analisar
Retrações ou abaulamentos
Assimetrias
Palpação de linfonodos axilares – Figura 2
A mão esquerda do examinador examina o lado
direito do paciente e vice-versa
Deve-se apoiar o braço correspondente a axila
analisada com o braço ipsilateral do examinador
A palpação deve ser feita com as polpas digitais
Palpar sempre sobre a superfície óssea do gradil
costal
Analisar:
Cadeia linfática peitoral (anterior): parede medial da
axila, ao redor da margem inferior do músculo
peitoral menor
Cadeia linfática central: profundamente ao músculo
peitoral menor, próximo a base da axila
Linfonodos umerais (laterais): ao longo da parede
lateral da axila.
Linfonodos axilares apicais: localizados no ápice
axilar
Cadeia linfática axilar subescapulares (posteriores):
ao longo da prega axilar posterior
Palpação dos linfonodos supraclaviculares
Realizar flexão lateral correspondente ao lado que
deve ser palpado para relaxamento do músculo
esternocleidomastóideo
Palpar a borda superior da clavícula
Se houver a presença de linfonodos, devem ser
analisados quanto ao:
Local
9
Número
Tamanho estimado do maior nódulo
Consistência (duro ou elástico)
Mobilidade (móvel ou fixo)
Coalescência entre os linfonodos
Palpação das mamas – Figura 3
Paciente deitada com as mãos atrás da cabeça
Posicionar-se a direita do paciente
Iniciar a palpação pela mama sem queixa com as
polpas digitais
Cobrir a mama que não está sendo examinada
Cada área de tecido deve ser examinada aplicando-
se três níveis de pressão simultaneamente em
sequência: leve, média e profunda.
A palpação deve ser feita por toda a mama,
obedecendo a delimitação:
Região supraclavicular
Sulco inframamário
Região paraesternal
Borda lateral do músculo grande dorsal.
Cobrir a mama já examinada e realizar o exame na
outra mama
Analise de nódulo quanto ao:
Local
Tamanho estimado (cm)
Consistência (duro ou elástico)
Mobilidade (móvel ou fixo)
Sensibilidade (doloroso ou indolor)
Limites (preciso ou impreciso)
Expressão papilar – Figura 4
A expressão papilar deve partir da borda areolar
Sentido crânio-caudal
Sentido latero-lateral
Se presente secreção:
Expressão unidigital
Expressão unidigital determina:
Se a secreção provém de um único conduto ou de
vários
10
Figura 2. Palpação dos linfonodos axilares
11
Figura 5. Divisão em quadrantes da mama
12
CAPÍTULO II
EXAME ESPECULAR
Exame citopatológico
Preparo do material:
Mesa de Mayo
Foco de luz
Luvas de procedimento
13
Espátula de Ayres
Escova endocervical
14
Álcool 96% ou fixador
Luva de Procedimento
Posição: sentado
Informá-la que o exame pode causar um pequeno desconforto, mas não é doloroso.
Certifique-se de que a paciente cumpra com as orientações abaixo, para que não
haja comprometimento do resultado do exame em questão:
15
Check List da Habilidade Realizou Observação
Certifique-se que o foco de luz está
direcionado para a genitália feminina para
execução correta do exame.
Inicie o exame ginecológica pela Inspeção
da genitália externa:
Pilificação pubiana, clitóris, lábios maiores,
lábios menores, região do períneo e do
púbis. Durante o exame, observar se existe
presença de lesões sugestivas de alguma
Doença Sexualmente Transmissível (DST)
ou se há alguma deformidade anatômica.
Com a mão não dominante o examinador
deve afastar os grandes lábios e pequenos
lábios.
Informe à paciente que irá introduzir o
espéculo, abrir, colher o material, fechar e
retirá-lo; para que ela fique ciente de que é
um procedimento rápido e relativamente
indolor.
Introduza o espéculo de forma correta:
inserir de forma oblíqua para desviar da
uretra e não causar traumas e rotacionar à
medida que for inserindo, de modo que a
borboleta do espéculo fique para baixo.
FIGURA 3
Abra o especulo e Realize a Inspeção do
colo, do muco cervical, do conteúdo
vaginal, bem como avalie o fluxo vaginal.
Observe se há lesões, sinais de infecção,
sangramento, fluxo vaginal alterado ou
presença de corrimento vaginal.
Inserir a espátula de Ayres na ectocérvice e
rotacionar 360º (parte pontuda da espátula
no orifício externo).
FIGURA 4
A lâmina será dividida em três partes: uma
para identificação(1), uma para o material
da espátula de Ayre (2) e a outra parte para
16
o material da escova endocervical(3).
FIGURA 5
Depositar na lâmina o material colhido da
espátula de Ayres (de um lado e do outro)
Descartar a espátula no lixo apropriado.
Inserir a escova endocervical no orifício
externo do colo do útero (endocérvice) e
rotacionar 360º;
FIGURA 7
Depositar na lâmina apenas uma única
camada (rodando devagar toda a escova
na lâmina);
FIGURA 8
Descartar escova no lixo apropriado.
Aplicar o fixador na lâmina (20 cm de
distância) ou depositar a lâmina no
recipiente de álcool 96%;
Caso opte pela utilização do fixador, deve
esperar secar antes de guardar a lâmina no
recipiente.
Puxar um pouco o espéculo e começar a
fechá-lo delicadamente para sua retirada.
Durante esse procedimento, deve-se
avaliar as paredes vaginais laterais, anterior
e superior.
Dessa forma, ir rodando e fechando o
espéculo para não machucar a paciente.
Retirar as luvas e descartar no lixo
adequado.
Retirar a paciente da posição ginecológica,
auxiliando-a a descer da maca.
Solicitar que a mulher troque de roupa.
Enfatizar a importância do retorno e entrega
do resultado
FIGURA 3
17
FIGURA 4
FIGURA 5
FIGURA 6
FIGURA 7
FIGURA 8
Interpretação clínica:
18
Gravidez: Recomenda-se que não se utilize a escova endocervical, pois durante a
gestação ocorre eversão do colo e apenas a espátula de Ayres será suficiente para
coletar células da endocérvice e ectocérvice. Além disso, o rastreamento em
gestantes segue as recomendações das demais mulheres.
O início da coleta citopatológica deve ser aos 25 anos, em mulheres que já tiveram
relação sexual.
O intervalo de realização do exame deve ser anual. Após obtiver dois resultados
negativos, pode-se realizar a cada 3 anos.
Por fim, é valido destacar que o resultado e a conduta devem ser realizadas de
acordo com o manual do Ministério da Saúde em vigor.
19
CAPÍTULO III
ASSISTËNCIA PRÉ-NATAL
Rotina Do Pré-Natal
Check-list:
Rotina de pré-natal
21
Data da Última Menstruação (DUM)
Ultrassonografia
Até a 12ª semana, o útero é um órgão intrapélvico, depois disso torna-se abdominal.
16ª semana: Fundo uterino se encontra entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical.
Da 20ª a 30ª semana: Tem-se que a idade gestacional, em semanas, é igual à altura
uterina (cm).
22
avental obstétrico, com a fenda voltada para frente;
Solicitar a paciente que esvazie a bexiga, no intuito
de evitar desconfortos;
Solicitar que a paciente se posicione em decúbito
dorsal na maca;
Palpar a borda superior da sínfise púbica da
paciente;
Colocar o ponto “zero” (parte metálica) da fita
métrica na borda superior da sínfise púbica;
Com a borda cubital da mão apoiada
perpendicularmente sobre a paciente, o examinador
coloca a fita métrica entre o dedo indicador e médio
da mão esquerda e vai deslizando, no mesmo
sentido da linha umbilical, até sentir sua mão ter
uma leve descida. Nesse momento, observa-se
qual o valor da altura do fundo uterino.
A medida encontrada é colocada na curva de altura
uterina de acordo com a idade gestacional;
Dar o feedback para a paciente e solicitar que ela
se vista.
23
Manobra de Leopold-Zweifel
24
Regularidade da superfície uterina: a palpação permite reconhecer a superfície lisa e
regular da parede do útero gravídico normal, ou a presença de nódulos e saliências,
que denunciam tumores miomatosos de natureza variada.
25
Estática fetal
Atitude: também denominada como hábito fetal, é a relação das diversas partes do
feto entre si. Tem-se: fletido, defletido, completa e incompleta.
Situação: verifica-se a partir dos grandes eixos longitudinais fetal e uterino. Tem-se:
longitudinal, transverso ou oblíquo.
26
Posição: é a relação do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo materno,
dificilmente podendo essa região fetal localizar-se francamente para diante ou para
trás a vista da lordose lombar materna. Tem-se: direita (2ª posição) ou esquerda (1ª
posição).
27
Ausculta dos batimentos cardio-fetais
28
movimentar a criança, agitando suavemente
a barriga da mãe.
Auscultar durante um minuto e contar o
número de batimentos.
Passar o feedback para a mãe e anotar na
caderneta da gestante o resultado
encontrado.
Solicitar que a paciente se vista
29
vi. Toque vaginal
30
consistência, além de identificar a presença de
massas.
31
CAPÍTULO IV
PARTOGRAMA
32
Para a representação de DeLee, tem-se plano zero como as espinhas isquiáticas do
estreito médio da bacia, acima dessa referência, os pontos serão negativos e abaixo
dela, positivos.
33
Para construção do partograma:
2 a 3 contrações/10 minutos;
Dilatação cervical;
Altura da apresentação;
Variedade de posição.
Padrão de contração;
Medicamentos;
Analgesias.
34
Símbolos utilizados no partograma:
Dilatação “▲”
Altura “O”
35
36
CAPÍTULO V
TRABALHO DE PARTO
Não é uma tarefa fácil determinar o exato momento do inicio do trabalho de parto,
porém os sinais abaixo são característicos e patognomônicos para o diagnóstico do
trabalho de parto: Contrações uterinas (metrossístoles) dolorosas, rítmicas 2 em 10
minutos, com duração de 50-60 segundos; Nas primíparas: Apagamento do colo
uterino e dilatação inicial de 2cm,
Nas multíparas: Colo semi-apagado e dilatação inicial de 3 cm; Saída do tampão
mucoso; Formação da bolsa-das-águas.
Estática Fetal
Trata-se da forma que o feto encontra-se dentro do útero materno e sua relação
para com ele. Vamos considerar nesse momento a estática mais comumente
encontrada e que geralmente evoluem com um trabalho de parto eutócico:
Longitudinal, cefálico, dorso lateral esquerdo e fletido. Vamos detalhar abaixo:
37
Mecanismo e Assistência ao trabalho de Parto
38
5 – Desprendimento: Dada a curvatura inferior do canal do parto o
desprendimento se processa por movimentos de deflexão, sendo que a nuca
do feto toma apoio na arcada púbica e a cabeça oscila num movimento de
dobradiça.
A passagem da cabeça através do anel vulvar deverá se fazer pelo diâmetro
anteroposterior, essa região se acomoda à arcada inferior da sínfise em redor
da qual a cabeça irá bascular para o desprendimento.
Movimentos realizados pelo feto:
Diz-se que o feto assume movimentos de restituição, ou seja, como se
voltasse à estática de origem como no útero, mas agora praticamente fora
dele.
Os dois primeiros movimentos apontados abaixo são simultâneos
àRotação externa da cabeça, restitui o occiptal para a orientação primitiva
àRotação interna das espáduas (ombros)
àDesprendimento das espáduas, fica recoberto pelas partes moles da vulva.
O examinador entra em cena para ser um facilitador/assistente na liberação
dos ombros.
O tronco sofre movimento de flexão lateral desprendendo o ombro posterior e
anterior. O médico assistente deve ficar atento para segurar o bebê.
Verifica-se
*chorou e respirou
*está com tônus em flexão
*nasceu a termo
Resposta sim para todas essas perguntas, indica que o bebê não necessita de
reanimação.
-Recebe-lo em campo aquecido
-Levá-lo ao contato pele a pele com a mãe
-Clampear o cordão umbilical após 3 minutos
-Estimular a amamentação
6 – Secundamento ou Dequitação (3º Período): após o nascimento do feto,
caracteriza-se pelo descolamento da placenta e suas partes para fora das vias
genitais.
àDescolamento, por meio de dois mecanismos: Baudelocque-Schultze (75%)
desprendimento em guarda-chuva e Baudelocque-Duncan (25%) placenta na
parede lateral do útero, maior predisposição a sangramento.
àDescida
àExpulsão ou desprendimento
7 – Período de Greemberg (4º Período): Primeira hora após a saída da
placenta
Fases típicas:
àMiotamponagem, útero se contrai sendo palpável num ponto intermediário
entre o pube e o umbigo. A retração tampona os vasos uterinos, sendo a
primeira linha de defesa contra hemorragia.
àTrombotamponagem, formação de trombos nos grandes vasos
uteroplacentários constituindo hematoma intrauterino que recobre de modo
contínuo, a ferida aberta no sítio placentário.
à Indiferença Miouterina, útero se torna “apático”, com perigo de encher-se
progressivamente de sangue. Esse evento tende aocorrer por mais tempo
quando, maior a paridade ou quanto mais prolongado os 3 primeiros estágios.
à Contração uterina Fixa, normalmente decorrida uma hora o útero adquire
39
maior tono e assim se mantém.
Referências:
SIMÕES, Pascoal Martini ; MACHADO, José Augusto . Exame clínico: Exame físico
das mamas. In: PORTO, Celmo Celeno ; PORTO, Arnaldo Lemos. Semiologia
médica. 7. ed. Rio de Janeiro - RJ: Guanabara Koogan, 2013. cap. 146, p. 978-980.
40