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SUMÁRIO
O parto ..............................................................................................................................9
O puerpério ....................................................................................................................11
O períneo ........................................................................................................................12
REFERÊNCIAS .............................................................................................................27
Evolução histórica da Fisioterapia
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Assistência pré-natal
https://www.mynetdiary.com/are-you-getting-enough-iodine-in-your-diet.html
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O PREPARO CORPORAL DURANTE A GRAVIDEZ
http://fisionasaudemulher.blogspot.com/2010/06/massagem-na-gravidez-traz-
aliviomas.html
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A expressão "conscientização do próprio corpo" ou de segmentos corporais,
usada por diversos autores, é associada à educação psicomotora. Esta conscientinção,
segundo Picq e Vayer, efetua-se em dois níveis: o nível da consciência e do
conhecimento, onde distinguem-se, diferenciam-se e sentem-se as partes do corpo e
suas atribuições, e o nível de controle do próprio corpo, que permite alcançar a
independência de movimentos e a disponibilidade deste em vista da ação [PIC 85].
Ainda os mesmos autores definem a educação psicomotora como "...uma ação
pedagógica e psicológica, utilizando meios de educação física, com o objetivo de
normalizar ou melhorar o comportamento. " [PIC 85,p.21]
Através da educação psicomotora, a gestante aprende a reconhecer suas próprias
reações (cefaleia, dores localizadas, cansaço extremo, fadigas e alterações da pressão
arterial) diante dos exercícios e relatá-las ao terapeuta [LIS 85]
Outros autores dispõem a conduta fisioterápica em cada fase do processo
gravídico, salientando a importância de uma leitura corporal a nível postural, da
dinâmica motora e da integração somatopsíquica [BIO 931. A assistência fisioterápica à
gravidez visa a uma terapia da função corporal voltada para a ação motora no corpo
grávido. Este corpo é continente do desenvolvimento fetal e, a partir das transformações
biológicas de adaptação, enquanto gestando o papel de mãe, numa dinâmica motora de
exploração, percepção e integração das mudanças da identidade sexual. O trabalho
corporal fisioterápico visa à percepção das mudanças gravídicas e sua integração no
contexto social e relacional. A atitude terapêutica é de "acolhimento" dentro de uma
ação educativa. Este trabalho deve adequar, a cada trimestre da gravidez, a
conscientização do esquema corporal às intensas transformações do corpo e da auto-
imagem, devido ao crescimento fetal exigindo adequação da função motora para a ação
e para o repouso. De acordo com os fisioterapeutas Bio e Zugaib, a ação corporal deve
acionar o diafragma pélvico para o relaxamento e percepção do períneo. O relaxamento
do assoalho pélvico (exercício principal na profilaxia do parto) e dos adutores da coxa
facilitam a expulsão [BIO 93]
PSICOPROFILAXIA NO PARTO
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• A escola de Read, que procura obter o parto sem medo, e
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amniótica da gestante, evidenciando aumento da contratilidade uterina, em tudo
semelhante àquele resultante da injeção de adrenalina, denominando-o: reflexo psico-
uterino ou reflexo emocional.
O trabalho da Fisioterapia, segundo Zenker, busca que a parturiente participe
ativamente, com lucidez e cooperação na experiência do nascimento de seu filho, o que
implica em menor ou nenhuma necessidade de analgésico e anestesia no parto. A
Fisioterapia deve trabalhar a postura adequada no trans-parto, a modulação do tônus
muscular, melhorando a oxigenação mãe-concepto, aliviar a dor lombar, nos intervalos
das contrações e reduzir o tempo de expulsão através do condicionamento do períneo
[ZEN 85].
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parto". Essa mesma exigência não apareceu entre as mulheres populares [OSA 95].
No plano profissional, o parto normal foi exaltado pela característica Herlizch
[in OSA 95] observou o fenómeno do natural, da natureza e de sua representação
positiva, na estruturação das representações sociais de saúde e doença.
No caso da operação cesariana, ao constituir-se em atributo qualitativo, ela
passou a servir, em última análise, como aferidor da qualidade obstétrica recebida, seja
boa ou má, de acordo com a classe social na qual se incide o olhar.
Em linhas gerais, as possíveis leituras do fenômeno de dar à luz, por parto
normal e por operação cesariana, diferem de acordo com a classe social. Nas classes
mais abastadas, o parto normal representa uma escolha deliberada da mulher, uma fuga
dos padrões grupais, uma ação positiva, no sentido de uma ação contrária à inércia,
enquanto que, nas classes populares, o parto normal sugere a ausência de opção e a
cesariana, principalmente quanto mais desvinculada de uma indicação médica objetiva,
mais diz da qualidade da assistência que ela recebeu.
O parto
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1. Cabeça flutuando, antes do 5. ExtensäO completa
O puerpério
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http://www.maternidadeconsciente.com.br/artigos/o-puerperio/
Decorrido o processo de parturição, sobrevem o puerpério, de alta relevância
pela lactação e interação mãe-bebê. O puerpério é o período que segue o término da
gestação, quando ocorre a recuperação do organismo feminino dos traumas do parto ou
da cesariana e quando se processam os fenômenos involutivos da gravidez. Inicia com a
dequitação, e o término e a duração são variáveis, dependendo do ponto de vista, ou
seja: o puerpério orgânico é considerado até três meses; o legal, até quarenta dias; o
social, até cento e vinte dias e, por fim, o psicológico, sem término preciso [BEN 81].
Langer dizia que a depressão pós-parto é proveniente da angústia da separação e
tende a ser muito mais leve e rápida, nas mulheres que dão à luz conscientemente,
porque isto favorece a consolidação mais imediata da relação materno-filial [LIS 851.
Um dos objetivos da preparação para o parto e para a maternidade é humanizar o
processo de nascimento atualmente tão mecanizado e dissociado de seu contexto
emocional. A complicação mais agravante advinda deste período é a infecção puerperal.
A infecção puerperal continua sendo causa importante da morbidade e
mortalidade no puerpério. Camargo registrou, como primeira causa de morte materna, a
infecção [CAM 90] e, como causa obstétrica direta, a infecção puerperal, em nosso
meio [FRE 93], No Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), um estudo de IO
anos sobre mortalidade materna também mostrou a infecção puerperal como uma das
principais causas de mortalidade, segundo Martins Costa [in FRE 93]. A endometrite
pós-parto vaginal não-complicada não deve exceder 3%. Na cesariana, o risco de
infecção é de cinco a dez vezes maior. A profilaxia da infecção puerperal deve ser
objetivada obstinadamente por todo obstetra e equipe. Para isto, deve-se evitar a
somação de fatores de risco em cada parturiente e, no caso do condicionamento do
assoalho pélvico, prevenir ou amenizar infecção consequente de laceração do períneo.
O períneo
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orifícios anal e vaginal [GAR 64].
Segundo Macéa [MAC 95], este conceito está em desacordo com a correta
anatomia da região perineal. O diafragma pélvico, estrutura músculo-facial, cerra
inferiormente a cavidade pélvica e, ao mesmo tempo que funciona como seu assoalho,
atua concomitantemente como teto da região perineal. Portanto, o limite superior do
períneo é a fáscia inferior do diafragma pélvico e o inferior é o extrato lamelar da tela
subcutânea. A projeção inferior do períneo, que corresponde à região dos genitais
externos, pode ser grosseiramente comparada a um losango formado pela cérvice
púbica, ramos isquiopúbicos, tuberosidades isquiáticas, ligamentos sacrotuberais e
sacro. Este losango divide-se em triângulo urogenital e, posteriormente, em triângulo
anal, No triângulo urogenital, abaixo do diafragma pélvico, existe o diafragma
urogenital; este localiza-se dentro do períneo e, juntamente com o diafragma pélvico,
constitui o sistema de sustentação dos genitais internos femininos. Essa descrição
anatômica está de acordo com a de Kapit, que refere-se ao períneo como a região sob a
cavidade pélvica situada dentro do orifício pélvico [KAP 871. Segundo Kapit, o períneo
é limitado pela sínfise púbica, cóccix, tuberosidade isquiática, ligamento sacrotuberal e
ramo isquiopúbico. Seu assoalho é a pele e seu teto é o diafragma pélvico. A maior
parte do diafragma pélvico é o músculo elevador do ânus, que também é o assoalho da
pelve. O períneo tem a forma de um losango e, por razões descritivas, forma dois
triângulos: o urogenital e o anal. Os dois autores supracitados são morfologistas e
apresentam descrição anatômica muito semelhante; portanto, o assoalho pélvico ou
diafragma pélvico atua como assoalho da cavidade pélvica e como teto do períneo e a
projeção inferior deste corresponde aos genitais externos.
Macéa considera como conteúdo do espaço perineal profundo o músculo
transverso profundo do períneo, o músculo esfíncter estriado da uretra (fibras circulares
periuretrais do próprio transverso profundo do períneo), vagina, vasos e nervos
perineais. O conteúdo do espaço perineal superficial é também constituído pela vagina,
uretra, vasos e nervos perineais, além das glândulas vestibulares maiores (de Bartholim)
e menores (de Skene). Ainda há três pares de músculos: bulboesponjosos,
isquiocavernosos e transversos superficiais do períneo [MAC 95] (vide Fig. 2).
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Figura 2 - Períneo feminino
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PROLAPSO GENITAL
INCONTINÊNCIA FECAL
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[PED 80].
O mecanismo de evacuação é uma combinação das relações anatômicas e
funcionais dessa região. Diversos fatores podem ser responsabilizados por uma
disfunção esfincteriana anal. Com a idade, ocorre uma deterioração da capacidade
efetora e sensória dessa região, pela perda geral da elasticidade muscular, impedindo o
reflexo da evacuação. Outra situação é o trauma, incluindo-se aqui as complicações
obstétricas decorrentes da ruptura do aparelho esfincteriano durante o parto (ruptura
perineal de terceiro grau).
Campos et al., procurando avaliar as repercussões manométricas e funcionais do
parto e das rupturas perineais sobre o esfíncter anal, estudaram comparativamente três
grupos de quinze pacientes: grupo A - nulíparas; grupo B - portadoras de ruptura
perineal de segundo grau e grupo C - portadoras de ruptura perineal de terceiro grau.
Cinco pacientes do grupo C foram estudadas no pós-operatório (grupo D) [CAM 86].
Os níveis pressóricos das portadoras de ruptura perineal de segundo grau e de
terceiro grau foram significativamente menores que os das nuliparas, mostrando que os
fatores obstétricos contributram para a diminuição da pressão esfincteriana. Quatorze
das quinze pacientes com ruptura perineal de terceiro grau apresentavam incontinência
fecal. A pressão medida no grupo C aumentou no pós-operatório, porém, o aumento não
foi significativo. A períneoplastia posterior com sutura dos cabos esfincterianos
mostrou-se de eficácia limitada no tratamento dessas pacientes [CAM 86].
Dentre os fatores epidemiológicos, os partos sem assistência médica,
prolongados, foram os maiores responsáveis pela incontinência fecal. Segundo Campos
et al., os partos parecem exercer importância na integridade do aparelho esfincteriano.
Uma prova disso foram os menores índices manométricos obtidos em pacientes com
ruptura perineal de segundo grau do que em nulíparas. A gestação, por si só, não
contribuiu para diminuir essas pressões, uma vez que, na paciente que havia tido duas
gestações terminadas em cesárea, as pressões foram semelhantes às do grupo das
nuligestas [CAM 86]
A manometria concluiu que não só há uma hipotonia como também uma
incapacidade de elevação manométrica voluntária, nos moldes do esfíncter íntegro. Esse
fato é comprovado pela menor diferença de contração máxima voluntária do grupo C,
quando comparado com os grupos A e B[CAM 86]
Ainda Campos et al. referem que o maior afastamento dos feixes puborretais dos
elevadores permite o aparecimento da retocele, ou seja, protrusão ou hérnia do reto na
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vagina. Pela diminuição da ação do esfíncter, provavelmente, ocorre um aumento da
potência de contração dos elevadores, numa tentativa de modificar o eixo do reto e, com
isso, permitir certa continência [CAM 86]
A profilaxia do prolapso genital e da incontinência fecal, bem como de outras
patologias associadas é indispensável para elevar o nível de saúde das mulheres e,
conforme a literatura, é possível através do exercício do assoalho pélvico na gravidez
[NIE 88], [PED 80]
O exercício na gravidez
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ALTERAÇÕES NO SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO
O CONDICIONAMENTO MUSCULAR
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a sua função. Posteriormente, é necessário aprender a contrair e relaxar esses músculos.
Assim ocorre um processo de aprendizagem através do desenvolvimento sensório-
percepto-motor visando ao condicionamento muscular em função da preparação para o
parto [BUL 84], [BIO 93], [PIC 85].
Segundo Bullio, a concentração mental deve ser exercitada juntamente com o
relaxamento, pois este deverá ser mantido desde o período das contrações. A autora cita
o método de relaxação progressiva de Jacobson, que consiste em exercícios de
contração-repouso, com melhor percepção do relaxamento muscular quando cessa a
contração [BUL 84].
A contração isométrica do períneo, seguida de relaxação, ou seja, o exercício de
Kegel, citado por Lisboa, visa a fortalecer os músculos vaginais, controlar a urina
inesperada e facilitar o retorno das áreas distendidas, após o parto, ao estado normal
[LIS 85].
A musculatura abdominal e do assoalho pélvico são as que mais necessitam
recondicionamento após o parto. Segundo Lisboa, os exercícios aplicados a essa
musculatura favorecem a involução uterina, a atividade intestinal e a função da bexiga
[LIS 85].
O exercício pélvico proporciona mais suporte para o útero, antes do nascimento,
e maior assistência durante o parto. O assoalho pélvico se contrai em sinergia com os
músculos abdominais, os glúteos e os músculos adutores das coxas, os exercícios
abdominais, juntamente com os exercícios basculantes de quadril, relaxam a
musculatura dorso-lombar, contraída pela postura durante a gravidez; favorecem a
flexibilidade articular e ligamentar da cintura pélvica e a elasticidade muscular,
proporcionando melhores condições ao parto. Käser fez uma abordagem do segundo
período do trabalho de parto, equiparando a ação da prensa abdominal e dos
movimentos respiratórios - chamados de movimentos expulsivos - à manobra de
Valsalva [KAS 70].
Vellay e Dilfer afirmam que, quanto mais a musculatura abdominal estiver
fortalecida, mais fácil e rápido será o parto [VEL 84], [DIL 77].
Gavensky, Goodrich e Gunther concordam com Vellay e Dilfer e
complementam que a ação mais relevante seria no período expulsivo; porém, não
descartam o período de dilatação e o secundamento [GAV 61], [GOD 55], [GÙN 80].
Rosa cita, em sua revisão bibliográfica, vários prejuízos em relação a postura,
fator estético, marcha e parto, quando a musculatura não é exercitada na gestante. Entre
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os prejuízos mais consideráveis estão a lombalgia, a exacerbação de lombalgias
patológicas prévias, estrias, abdómen protuberante após o parto e, o mais importante,
debilidade funcional para o parto [ROS 85]. A distensão excessiva destes músculos leva
a parturiente à perda da sensação do nível de tensão muscular, não podendo atender o
pedido do parteiro para contrai-los. A falta de exercício abdominal não dá ao músculo a
manutenção desta sensação, provocando um período de expulsão mais doloroso e de
maior duração. Segundo Rosa, com a realização de exercícios pré-natais, os músculos se
manterão fortalecidos, evitando tensão desnecessária nestas zonas, pois estarão flexíveis
na hora do parto [ROS 85]. Cedeno reafirma a importância de um bom preparo
muscular geral da gestante, principalmente a coordenação do sinergismo entre a
musculatura abdominal, que propicia a força de expulsão e o relaxamento do assoalho
pélvico, durante o parto [in ROS 85]).
O relaxamento promove a descontração dos músculos, evitando que a tensão
interfira desfavoravelmente no automatismo uterino, que deverá encontrar o colo
relaxado para facilitar a expulsão. O relaxamento age ainda favoravelmente sobre a
fadiga e a dor [BUL 84]
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restaurar e retornar os sistemas ao estado muito próximo ao pré-gravídico. O sistema
urogenital, cardiovascular, respiratório, músculo-esquelético, dentre outros, retornam
gradativamente às suas funções e potencialidades anteriores. As mulheres necessitam de
cuidados específicos voltados à sua saúde, o que requer assistência multiprofissional de
programas específicos para a saúde da mulher.
Não se deve deixar de ressaltar que o período pós-parto é muito mais voltado
para os cuidados ao recém-nascido, do que para a mãe que recentemente pariu. Muitas
vezes as queixas por elas referidas são consideradas inerentes ao processo de parturição.
Portanto, pouco se encontra na literatura científica sobre os cuidados dispensados com a
puérpera, especialmente quando nos reportamos à fisioterapia.
Este estudo pretende abordar a atuação da fisioterapia neste período. Como já
descrito são diversas as modificações corporais que a mulher irá passar. Há necessidade
da realização de exercícios físicos supervisionados por profissionais da área durante este
período, objetivando acelerar este processo de retorno a condições não gestacionais,
auxiliar as puérperas ao retorno às atividades de vida diária e a tratar as possíveis
patologias apresentadas, melhorando assim a qualidade de vida da puérpera.
Pouco se conhece e se encontra na literatura científica sobre a atuação da
fisioterapia no pós-parto. Sabe-se que profissionais já atuam nesta área há tempos,
entretanto não se encontra descrito detalhadamente esta fundamental assistência.
A fisioterapia é de suma importância para uma melhor recuperação das
puérperas; seu papel consiste na recuperação, prevenção e tratamento de alterações em
todos os sistemas além das orientações gerais.
A atuação fisioterapêutica durante o pós-parto pode ser iniciada logo após o
parto, respeitando apenas um período de repouso de seis horas para o parto normal e
doze horas para o parto cesárea. O atendimento é iniciado com a coleta de dados, da
história da gestação e parto. Na avaliação são observados os dados vitais e realizado o
exame físico, deve-se verificar o padrão respiratório, a mobilidade diafragmática e a
expansibilidade torácica. (SOUZA, 1999).
Com relação às mamas, devem ser inspecionadas quanto ao seu aspecto geral de
simetria, condições mamilares e da presença ou não de dores (POLDEN E MANTLE,
1997; SOUZA, 1999).
Nos membros inferiores são avaliados os maléolos, fossa poplítea e região
inguinal em busca de sinais de formação de trombos, bem como observadas a presença
de edemas e varizes (SOUZA, 1999).
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A intervenção fisioterapêutica no pós-parto imediato tem como objetivos:
proporcionar e orientar quanto ao posicionamento no leito, reeducação da função
respiratória, estimulação do sistema circulatório, restabelecer a função intestinal,
reeducação dos músculos abdominais, reeducação da musculatura de assoalho pélvico,
promover analgesia no local da incisão perineal ou cesárea e orientações gerais em
relação aos cuidados com as mamas, quanto às posturas assumidas durante o cuidado
com o bebê e da necessidade de continuar o acompanhamento fisioterápico em nível
ambulatorial.
O fisioterapeuta deve orientar a paciente quanto a uma postura correta no leito,
como, por exemplo, o decúbito lateral para facilitar a eliminação dos flatus, incentivar a
deambulação precoce e evitar posturas antiálgicas, aliviando as tensões musculares e
promovendo analgesia, estimulando sempre uma postura correta (SOUZA, 1999).
O atendimento inicia-se com a reeducação diafragmática, através da
propriocepção em decúbito dorsal ou sentada, a puérpera coloca as mãos sobre o tórax e
sobre o abdome enquanto respira profundamente. Em caso de pós-cesariana os
exercícios respiratórios são de grande importância, pois com o uso da anestesia geral o
muco pode se acumular nos pulmões, para conseguir um padrão respiratório
diafragmática a puérpera pode imobilizar a incisão com as mãos ou com uma almofada.
(SOUZA, 1999; STEPHENSON E O’CONNOR, 2004).
É importante estimular o retorno venoso, através de exercícios metabólicos de
extremidades para evitar a estase venosa. Em casos de presença de edema e veias
varicosas, devem ser indicados o uso de meias antiembólicas, repouso com os membros
inferiores elevados e manobras de drenagem manual (POLDEN E MANTLE, 1997;
SOUZA, 1999).
A normalização da função intestinal deve ocorrer até o quarto dia após o parto,
para isso são realizados exercícios de mobilização da pelve em decúbito lateral, dorsal
com flexão de quadril e joelhos ou sentada na bola suíça, de forma lenta com
movimentos curtos e repetidos até dez vezes, associado à respiração, onde a puérpera
inspira durante a anteversão e expira na retroversão contraindo a musculatura
abdominal. A deambulação precoce é importante para estimular o peristaltismo
intestinal que neste período está diminuído, além de medida profilaxia de
tromboembolismo (SOUZA, 1999; STEPHENSON E O’CONNOR, 2004).
No abdome é realizada a palpação, dois dedos acima do umbigo, pedindo a
flexão anterior de tronco da puérpera, para verificar a presença de diástase do músculo
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retoabdominal, onde segundo os critérios de Noble uma diástase de dois dedos, mais ou
menos três centímetros supra umbilicais são considerados normais com recuperação
espontânea sem complicações. A musculatura abdominal nesta fase deve iniciar sua
atividade a partir da posição em decúbito dorsal com quadril e joelhos fletidos através
da propriocepção e da contração isométrica principalmente do transverso abdominal,
visando à recuperação da tonicidade da musculatura abdominal que se encontra flácida e
muito fraca.
O assoalho pélvico deve ser trabalhado já no pós-parto imediato independente do
tipo de parto, pois os mesmos são enfraquecidos durante a gestação. Caso a mulher
tenha sofrido episiotomia e no pós-parto queixar-se de dor no local da sutura, a
crioterapia pode ser indicada. Aplicação de compressas de gelo moído por vinte minutos
ou a massagem com o gelo na região perineal devem ser utilizados para promover
analgesia, diminuir o edema e a inflamação.
Em caso de pós-cesariana, a mulher necessita de auxílio para corrigir a postura
em flexão assumida para proteção decorrente da dor pós-operatória. A estimulação
elétrica nervosa transcutânea (TENS) pode ser um recurso utilizado para analgesia pós-
operatória. Seu efeito ocorre através da modulação do processo de neurocondução da
dor, através da liberação de opióides endógenos a nível medular e da hipófise e na teoria
das comportas. Dois eletrodos podem ser colocados em cada extremidade da incisão. Os
parâmetros utilizados são frequência de 50-100Hz, pulso até 100us, intensidade em
nível sensorial de 30-60 minutos (POLDEN E MANTLE, 1997; MELO et al., 2006).
Após o parto a puérpera vai se ocupar a maior parte de seu tempo amamentando,
trocando fraldas e banhando o bebê, sendo muito comum o aparecimento de dores na
coluna, principalmente na região cervical devido à má posição adotada pela mãe. Para
que estas tarefas não se tornem um incômodo para a puérpera é necessário que esta seja
bem orientada em relação a posturas corretas.
Durante a amamentação, a mãe deve-se sentar em uma cadeira, pode usar um
travesseiro para apoiar a coluna lombar, um outro sobre o seu colo para elevar o bebê e
os pés devem estar bem apoiados no chão ou sobre um banco. (POLDEN E MANTLE,
1997; STEPHENSON E O’CONNOR, 2004).
O bebê deve ser trocado em superfície que tenha altura próxima da cintura da
mãe, para evitar a flexão de tronco. Algumas mães preferem realizar esta tarefa ao nível
do solo, assim a posição semi-ajoelhada e sentada sobre o calcâneo proporciona uma
boa postura sem desconfortos (POLDEN E MANTLE, 1997; DIFIORI, 2000).
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Em relação ao banho do bebê, deve-se evitar encher a banheira por meio de
vasilhas ou pegá-la enquanto cheia, para isso a banheira pode ficar dentro do banheiro
de modo que a mãe possa ajoelhar-se ao seu lado, para ser cheia e esvaziada sem
esforços. O carrinho deve ter a altura da cintura da mulher, para evitar a má postura e
assim desconfortos na coluna (POLDEN E MANTLE, 1997; DIFIORI, 2000).
Neste período a mulher deve ser orientada e conscientizada da importância de
continuar o acompanhamento fisioterapêutico nas outras fases do pós-parto.
No pós-parto tardio os objetivos de tratamento são: reeducação da função
respiratória, tratamento de possíveis complicações e desconfortos músculo-esqueléticos
(tenossinovite, cervicalgias e incontinência urinária de esforço), reeducação e ganho de
força da musculatura de assoalho pélvico, reeducação dos músculos abdominais.
Após o parto é comum o surgimento de tenossinovite, causada por esforços
repetitivos. A mais comum é a de DeQuervain que é a inflamação da bainha do extensor
curto e abdutor longo do polegar, a principal queixa é dor que é agravada pelo teste de
Finkelstein, podendo apresentar edema e crepitação. O tratamento na fase aguda tem
como objetivo a redução da inflamação e analgesia. Assim que estes diminuírem, inicia-
se alongamento em amplitude indolor e o fortalecimento desta musculatura (HEBERT;
XAVIER, 1998; PRENTICE E VOIGHT, 2003).
É muito comum também o surgimento de cervicalgias no pós-parto tardio. Estas
podem ser prevenidas através se orientações gerais quanto a posturas corretas e
alongamentos. É indicado o uso de técnicas de calor devido aos seus efeitos
terapêuticos. Após, podem ser realizados alongamentos da região cervical, técnicas de
massagem e de liberação miofascial (KITCHEN E BAZIN, 1998).
Os exercícios para o assoalho pélvico devem ser realizados com frequência e de
forma gradativa e em diversas posições, decúbito dorsal, lateral, ventral, sentada, em pé
e de cócoras. A bola suíça é um instrumento de grande valia para treino do assoalho
pélvico, pois melhora a percepção sensorial e a força desta musculatura além de
exercitar simultaneamente várias estruturas musculares dos segmentos pelve-perna e
pelve-tórax (CARRIÈRE, 1999).
Ainda no pós-parto tardio a diástase do reto abdominal pode estar presente. O
trabalho de contração isométrica do transverso abdominal e os exercícios de
mobilização pélvica com contração do reto-abdominal devem continuar e devem ser
realizados em todas as posições.
Com o avançar no pós-parto, ou seja, já no período remoto, a mulher deverá ter
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passado por uma avaliação com o ginecologista e somente após deve iniciar os
programas de exercícios para esta fase. Antes que seja traçado um plano de tratamento é
necessário que a puérpera passe por uma nova avaliação fisioterapêutica.
Os objetivos de tratamento deste período são: ganho de força da musculatura de
assoalho pélvico, reeducação e ganho de força dos músculos abdominais, reeducação
postural, condicionamento físico e relaxamento.
O assoalho pélvico deve continuar sendo fortalecido em todas as posições. O
fortalecimento abdominal só pode ser iniciado após uma avaliação, observando a
presença ou não de diástase do reto-abdominal. A contração isométrica do transverso
abdominal tem que ser realizada em todas as posições. (POLDEN E MANTLE, 1997;
DIFIORI, 2000).
Durante a gestação a mulher tem que adaptar sua postura para compensar a
mudança do centro de gravidade, levando ao aumento das curvaturas lombar e torácica,
após o parto esses desvios posturais estão presentes e devem ser tratados. A avaliação
postural é indispensável para traçar um plano de tratamento individual de acordo com a
necessidade de cada puérpera.
A bola suíça é um instrumento que auxilia para a reeducação postural, pois ela
aumenta a percepção proprioceptiva de alinhamento postural, treina equilíbrio e
coordenação (CARRIÈRE, 1999).
Os alongamentos musculares podem contribuir bastante para reduzir a tensão
muscular, melhorar a postura, mas deve-se tomar cuidado com o efeito remanescente da
relaxina sobre as articulações. O alongamento para aumentar a flexibilidade deve ser
evitado até a 16º. a 20º. semana de pós-parto, já o alongamento para a manutenção do
comprimento muscular pode ser realizado (DIFIORI, 2000).
Um método muito utilizado para a reeducação postural é o isostretching. Este é
definido como uma ginástica postural global ereta já que a maioria dos exercícios é
executada na posição vertical. O corpo todo trabalha de maneira concêntrica e
excêntrica durante a expiração, a musculação e o relaxamento são incluídos a cada
postura, solicitando da coluna um auto-engrandecimento (REDONDO, 2001).
O condicionamento físico é extremamente importante para ajudar na
recuperação pós-natal. Seus efeitos vão auxiliar na reabsorção do excesso de líquido
retido na gravidez, aumentar o retorno diminuindo a estase das veias varicosas,
melhorar a eficiência do coração e dos pulmões auxiliando a puérpera a retornar para
suas tarefas de maneira mais fácil, contribui para a perda de peso além de diminuir o
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estresse e a ansiedade (DIFIORI, 2000).
Deve-se tomar cuidado quanto à escolha dos exercícios, lembrando do efeito da
relaxina sobre as articulações esses efeitos podem se prolongar se o aleitamento
continuar. A atividade de alta intensidade é contra-indicada podendo reduzir a
quantidade de leite disponível para a próxima amamentação e a produção de ácido lático
durante o treino intenso pode dar um sabor ácido ao leite. A sessão de condicionamento
cardiovascular deve ser dividida em aquecimento, treino cardiovascular e resfriamento
sendo que as atividades de baixo impacto são as mais indicadas (DIFIORI, 2000).
Os exercícios físicos são muito importantes para puérperas com depressão leve
ou melancolia, os exercícios pós-natais promovem melhora da resistência física,
diminui a fadiga e recupera a autoconfiança. São importantes dentro do tratamento
técnicas de relaxamento. Vários são os métodos utilizados, devendo sempre estar
associado a respiração profunda reduzindo o estresse, ansiedade e todas as
consequências físicas que elas acarretam.
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REFERÊNCIAS
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