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Lembrem-se e não se esqueçam

Sábado à tarde
Ano Bíblico: 2Co 5-7
VERSO PARA MEMORIZAR: “Lembrem-se e não se esqueçam de como no deserto vocês provocaram o Senhor à ira.
Desde o dia em que saíram do Egito até que chegaram a este lugar, vocês foram rebeldes contra o Senhor” (Dt 9:7).
L E I T U R AS D A S E M AN A : Gn 9:8-17; Dt 4:32-39; Ap 14:12; Dt 4:9, 23; 6:7; 8:7-18; Ef 2:8-13

Duas palavras estão presentes em toda a Bíblia: lembrar e esquecer. Ambas se referem a algo humano, que acontece

na mente. São verbos e são opostos: lembrar é não se esquecer, e esquecer é não se lembrar.

Com frequência Deus diz a Seu povo para se lembrar de todas as coisas que Ele fez por Seus filhos; lembrar-se de Sua

graça e bondade para com Seu povo. Grande parte do AT consiste na exortação dos profetas ao povo hebreu para que

não se esquecesse do que o Senhor tinha feito por ele. Mas também, o mais importante, os israelitas não deveriam se

esquecer de qual era seu chamado no Senhor e de que tipo de povo deveriam ser em resposta a esse chamado.

“Recordarei os feitos do Senhor; certamente me lembrarei das Tuas maravilhas da antiguidade” (Sl 77:11).

É diferente para nós hoje, tanto no âmbito coletivo quanto no pessoal? É muito fácil se esquecer o que Deus fez por nós.

Nesta semana, conforme expresso em Deuteronômio, veremos esse importante princípio de lembrar e não se esquecer

da atuação divina em nossa vida.

Domingo, 28 de novembro
Ano Bíblico: 2Co 8-10

Lembrando o arco-íris

A palavra “lembrar” aparece pela primeira vez na Bíblia em Gênesis 9, quando, após o dilúvio, o Senhor disse a Noé que

colocaria o arco- íris no céu como sinal de Sua aliança com toda a Terra, de que Ele nunca mais a destruiria com um

dilúvio.

1. Leia Gênesis 9:8-17. Como a palavra “lembrar” é usada aqui? O que podemos aprender com isso?

Deus não precisa do arco-íris para Se lembrar de Sua promessa e aliança. Ele apenas falou em linguagem que os

humanos entendessem. O propósito do arco-íris é nos lembrar da promessa e aliança de não destruir o mundo

novamente com água. Ele ajudaria as pessoas a se lembrar da aliança especial. Sempre que surge o arco-íris, o povo

de Deus se lembra não apenas do juízo sobre o mundo por seus pecados, mas também de Seu amor pelo mundo e de

Sua promessa de não o inundar novamente.

Portanto, vemos a importância de lembrar das promessas divinas, das advertências e da ação de Deus no mundo.

O arco-íris no céu se torna ainda mais importante hoje quando, com base na continuidade das leis da natureza, muitos

cientistas rejeitam a ideia de que já houve um dilúvio mundial. É fascinante que Ellen G. White tenha escrito que, antes

do dilúvio, muitos tinham a ideia de que a continuidade das leis da natureza excluía a possibilidade de um dilúvio mundial.
Ela escreveu que os sábios argumentavam que as leis da natureza “são tão firmemente estabelecidas que o próprio

Deus não as pode mudar” (Patriarcas e Profetas, p. 97). Portanto, as pessoas diziam, com base nessas leis, que o dilúvio

não poderia ocorrer; após o dilúvio, as pessoas argumentam, com base nessas mesmas leis, que ele nunca aconteceu.

No entanto, Deus em Sua Palavra nos falou sobre o dilúvio e deu ao mundo um sinal, não apenas desse acontecimento,

mas de Sua promessa de não o trazer outra vez. Assim, se nos lembrarmos do que o arco-íris significa, podemos ter a

garantia, escrita no céu em belas cores, de que a Palavra de Deus é certa. E se podemos confiar nisso, por que não

confiar em tudo o mais que Ele nos diz?

Segunda-feira, 29 de novembro
Ano Bíblico: 2Co 11-13

Tempos passados

Em Deuteronômio 4, lemos as admoestações maravilhosas que o Senhor deu ao Seu povo por meio de Moisés a respeito

de seus grandes privilégios como povo escolhido. Ele os resgatou do Egito “com provas, com sinais, com milagres, com

lutas, com mão poderosa, com braço estendido e com feitos espantosos, segundo tudo o que o Senhor, seu Deus, fez

por vocês no Egito, como vocês viram com os seus próprios olhos” (Dt 4:34). Em outras palavras, Deus não apenas fez

maravilhas, mas as fez de modo a ajudá- los a se lembrar e a nunca esquecer esses grandes atos.

2. Leia Deuteronômio 4:32-39. O que o Senhor pediu que se lembrassem e por que isso era tão importante?

Moisés relembrou toda a história ao povo, desde a criação, e lhes indagou, de forma retórica, se em toda a história havia

sido feito algo como o que foi feito por eles. Ele instruiu o povo a perguntar e analisar por si mesmo se havia acontecido

antes algo como o que os israelitas experimentaram. Com alguns questionamentos, Moisés estava tentando fazer com

que percebessem o que o Senhor havia feito por eles e, assim, em última instância, fazê-los reconhecer o quanto

deveriam ser gratos por Seus atos maravilhosos.

A libertação do Egito era um fato central e, talvez, em certos aspectos, mais impressionante que esse evento tenha sido

o fato de que Deus falou com o povo no Sinai, permitindo-lhe ouvir do meio do fogo as Suas palavras.

3. Leia Deuteronômio 4:40. A que conclusão Moisés queria que o povo chegasse a partir de tudo que Deus havia

feito por eles?

O Senhor não fez todas essas coisas sem um propósito. Ele redimiu os israelitas, cumprindo Sua parte na aliança

estabelecida com eles. Eles foram libertos do Egito e estavam prestes a entrar na terra prometida. Deus fez Sua parte;

eles deviam fazer a sua, que era, simplesmente, obedecer.

Terça-feira, 30 de novembro
Ano Bíblico: Gl 1-3

Tenham cuidado para que não se esqueçam

4. Leia Deuteronômio 4:9, 23. O que o Senhor está dizendo ao povo que faça, e por que essa admoestação é tão

importante para a nação?

Dois verbos dominam o início de ambos os versos: “tenham cuidado” e “não se esqueçam”. O que o Senhor lhes diz é:

tome cuidado para não se esquecer. Ou seja, não se esqueça do que o Senhor fez por você nem da Sua aliança.

“Tomar cuidado” (hishmer) ocorre em todo o AT e significa “guardar”, “vigiar”, “preservar” e “proteger”. Curiosamente, a

primeira vez que tal expressão aparece nas Escrituras é antes mesmo do pecado, quando o Senhor disse a Adão para

“guardar” o jardim que havia concedido a ele (Gn 2:15).

Na passagem acima, porém, o Senhor diz a cada um individualmente (o verbo está no singular) para se guardar, para

não se esquecer. Isso não significa “esquecer” tanto no sentido de perder a memória (embora isso possa acontecer com

o tempo e nas gerações posteriores), mas no sentido de ser negligente em relação às obrigações da aliança. Isto é, eles

deveriam estar atentos sobre quem eram e o que isso significava em termos de como deveriam viver diante de Deus,

dos outros hebreus, dos estrangeiros entre eles e diante das nações ao seu redor.

5. Leia Deuteronômio 4:9 (veja também Dt 6:7 e 11:19) e concentre-se na última parte. O que isso tem a ver com

ajudá-los a não esquecer?

Depois que Moisés disse aos israelitas para não se esquecerem e não permitirem que essas coisas se afastassem “do

seu coração”, não é coincidência ele lhes dizer também para ensiná-las às gerações seguintes. Seus filhos não apenas

deveriam ouvir, mas contar e recontar o que Deus tinha feito por eles, de modo que não se esquecessem. Haveria melhor

maneira de preservar o conhecimento do que o Senhor faz por Seu povo?

Quarta-feira, 01 de dezembro
Ano Bíblico: Gl 4-6

Alimentados, satisfeitos e ingratos

Um ex-líder da igreja, que trabalhou na Associação Geral dos Adventistas por 34 anos, contou que, ele e a esposa

haviam perdido a bagagem num aeroporto. Ele disse: “Bem ali, perto da esteira de bagagens e em público, nos

ajoelhamos e oramos, pedindo ao Senhor a devolução da bagagem perdida”. Muitos anos depois, aconteceu a mesma

coisa: chegaram ao aeroporto, mas uma das malas não. Então, o líder disse à esposa: “Não se preocupe, o seguro vai

cobrir”.

6. Com essa história em mente, leia Deuteronômio 8:7-18. Que advertência o Senhor deu ao povo, e o que isso

significa para nós hoje?


Veja o que a fidelidade dos israelitas ao Senhor lhes traria. Eles não apenas possuiriam uma terra maravilhosa e rica,

em que não teriam escassez e em que não lhes faltaria nada (Dt 8:9), mas seriam extremamente abençoados ali com

rebanhos, manadas, ouro, prata e belas casas. Ou seja, teriam todo o conforto material que esta vida oferece.

Mas e então? Eles enfrentariam o perigo que acompanha a riqueza e a prosperidade: esquecer que é o Senhor quem

dá força para obter riquezas (Dt 8:18).

Talvez não no início, mas com o passar dos anos, quando tivessem todo conforto material que desejassem, eles se

esqueceriam do passado, e de como o Senhor os havia conduzido por “aquele grande e terrível deserto” (Dt 1:19): eles,

de fato, pensariam que sua própria inteligência e talentos fossem a causa de todo o seu sucesso.

O Senhor os estava advertindo contra esse perigo (Infelizmente, quando lemos os profetas posteriores, vemos que foi

isso que aconteceu com eles.)

Assim, em meio a essa prosperidade, Moisés os exortou a lembrar que o Senhor tinha sido a fonte de sua riqueza. Por

isso, não deviam ser iludidos pelas bênçãos materiais nem confiar nelas. Séculos depois, o próprio Jesus alertou, na

parábola do semeador, sobre “a fascinação da riqueza” (Mc 4:19).

Não importa quanto dinheiro e bens materiais tenhamos, somos todos de carne e osso esperando a morte. O que isso

nos diz sobre os perigos que vêm da riqueza? A riqueza pode nos fazer esquecer de que precisamos do Único que pode

nos livrar da morte eterna.

Quinta-feira, 02 de dezembro
Ano Bíblico: Ef 1-3

Lembre-se de que você foi escravo

7. Leia Deuteronômio 5:15; 6:12; 15:15; 16:3, 12 e 24:18, 22. Do que o Senhor queria que os israelitas jamais se

esquecessem, e por quê?

No AT, o Senhor constantemente relembrava o povo sobre o êxodo, sua libertação milagrosa do Egito. Até hoje, milhares

de anos depois, os judeus celebram a Páscoa, um memorial do que o Senhor fez por eles. “E, quando estiverem na terra

que o Senhor lhes dará, como prometeu, observem este rito. Quando os seus filhos perguntarem: ‘Que rito é este?’,

respondam: ‘É o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando

matou os egípcios e livrou as nossas casas’. Então o povo se inclinou e adorou” (Êx 12:25-27).

Para a igreja no presente, a Páscoa é símbolo da libertação que nos foi oferecida em Cristo: “Pois, também Cristo, nosso

Cordeiro pascal, foi sacrificado” (1Co 5:7).

8. Leia Efésios 2:8-13. Do que os crentes gentios deviam se lembrar? Há uma relação com o que os hebreus em

Deuteronômio foram instruídos a lembrar?


Paulo queria que aquelas pessoas se lembrassem do que Deus havia feito por elas em Cristo, de que Ele as salvou e o

que elas tinham adquirido então devido à graça divina. Assim como aconteceu com os filhos de Israel, não era nada de

si próprias que as justificava perante Deus. Em vez disso, apenas a graça divina dada a eles, embora fossem “estranhos

às alianças da promessa”, as tornava quem eram em Cristo Jesus.

Para os judeus no deserto e os cristãos em Éfeso, o importante era que sempre se lembrassem do que Deus havia feito

por eles em Cristo. O mesmo princípio se aplica aos adventistas do sétimo dia em qualquer parte do mundo. “Faria muito

bem para nós se diariamente passássemos uma hora refletindo sobre a vida de Cristo. Devemos considerá-la ponto por

ponto e deixar que a imaginação tome conta de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande

sacrifício por nós, nossa confiança Nele será mais constante, nosso amor será fortalecido, e seremos mais semelhantes

a Ele” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 83).

Sexta-feira, 03 de dezembro
Ano Bíblico: Ef 4-6

Estudo adicional

“Como é grande a condescendência de Deus e Sua compaixão por Suas criaturas falíveis, colocando assim o belo arco-

íris nas nuvens como sinal de Seu concerto com os seres humanos! O Senhor declara que, ao olhar para o arco, Ele Se

lembrará de Sua aliança. Isso não significa que Ele iria Se esquecer; Ele fala conosco em nossa linguagem para que

possamos compreendê-Lo melhor. Era plano de Deus que, quando os filhos das gerações posteriores perguntassem o

significado do arco glorioso que abrange os céus, seus pais repetissem a história do dilúvio e lhes dissessem que o

Altíssimo estendeu o arco e o colocou nas nuvens como uma garantia de que as águas nunca mais inundariam a Terra.

Assim, de geração a geração, testificaria do amor divino para com o ser humano e fortaleceria sua confiança em Deus”

(Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 106, 107).

A igreja em alguns países desfruta de uma prosperidade que nunca houve. A que custo? Essa riqueza acaba

prejudicando nossa espiritualidade. A riqueza e a abundância material fomentam a virtude do sacrifício próprio? Quanto

mais as pessoas têm, mais autossuficientes se tornam e menos tendem a depender de Deus. Riqueza e prosperidade,

por melhor que sejam, trazem muitas armadilhas espirituais perigosas.

Perguntas para consideração

1. A riqueza pode impactar nossa espiritualidade? De que modo os ricos podem se proteger de alguns dos perigos

espirituais que a riqueza pode criar?

2. O que as cenas finais da vida de Cristo nos dizem sobre o amor de Deus? Que outras coisas revelam a bondade divina

e por que devemos sempre manter isso em mente?


3. Alguns cientistas afirmam que não houve dilúvio mundial e criação em seis dias, embora a Bíblia afirme que houve e

indique os lembretes desses eventos (o sábado e o arco-íris). Quão poderoso e negativo pode ser o impacto da cultura

sobre a fé?

Respostas e atividades da semana: 1. Deus Se lembra de Suas promessas. Devemos nos lembrar de cumprir a nossa

parte. 2. A forma pela qual Deus agia no meio deles e por eles. Assim saberiam que só o Senhor é Deus. 3. O povo devia

obedecer a Deus. 4. Que não se esquecessem do que Deus tinha feito para que não perdessem as bênçãos. 5. Deviam

contar a história às gerações futuras. 6. Eles deviam se lembrar de que foi o Senhor quem lhes deu as bênçãos. Devemos

nos lembrar de que é pela graça que somos chamados filhos de Deus e temos esperança. 7. De que foram escravos e

de que Deus, em Seu amor, os escolheu como povo especial. 8. Eles haviam sido salvos pela graça, não por suas obras.

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