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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA

5ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA CAPITAL

Processo: 2002011013195-6
Embargante: José Alexandrino Primo
Embargado(a): ESTADO DA PARAÍBA

SENTENÇA

EMBARGOS À EXECUÇÃO. Acordão do TCE. Pendência de


recurso. Decisão superveniente. Condição realizada. Ausência
de nulidade. Improcedência.

Vistos, etc.

Trata-se de embargos à execuçã o apresentados por JOSÉ


ALEXANDRINO PRIMO, qualificado nos autos, em face do ESTADO DA PARAÍBA.

Alega, em suma, que a execuçã o baseia-se em acó rdã o do TCE


ainda pendente de julgamento de recurso de reconsideraçã o, recebido com efeito
devolutivo. Assim, o título nã o possui a exigibilidade e, em consequência, a execuçã o é
nula, nos termos do art. 618, I, do CPC.

Intimada, a parte embargada apresentou manifestaçã o, alegando


que o recurso já foi julgado e mantida a decisã o em relaçã o à parte executada.

É o breve relato. DECIDO.

A execuçã o deve ser promovida com base em título líquido, certo e


exigível, nos termos do art. 586 do CPC, expressamente:

Art. 586.  A execuçã o para cobrança de crédito fundar-se-á sempre


em título de obrigaçã o certa, líquida e exigível

No caso em aná lise a execuçã o iniciou-se com base em título


inexigível, haja vista que ainda havia a possibilidade de ser modificada
administrativamente pelo recurso pendente.
Nã o obstante, no decurso do julgamento dos embargos a decisã o
do Tribunal de Contas tornou-se definitiva (fls. 24/27), ou seja, ocorreu a
superveniência da condiçã o necessá ria à exigibilidade do título executivo.
Deste modo, o exequente atendeu à exigência do art. 614, III, do
CPC:
Art. 614. Cumpre ao credor, ao requerer a execuçã o, pedir a
citaçã o do devedor e instruir a petiçã o inicial:
(...)
III - com a prova de que se verificou a condiçã o, ou ocorreu o
termo (art. 572).

Outrossim, inexiste nulidade na execuçã o.

ANTE O EXPOSTO, julgo improcedentes os embargos.

Condeno em custas e honorá rios de advogado no valor de 10%


(dez por cento) do valor da execuçã o.
P. R. I.

Apó s o trâ nsito em julgado, adotem-se as seguintes providências:

a) Certifique-se nos autos principais o julgamento dos embargos;


b) Calcule-se e, em seguida, intime-se para pagamento das custas,
em dez dias. Decorrido o prazo, oficie-se para cobrança fiscal.
c) Apó s, arquivem-se os embargos.

Joã o Pessoa, 17/12/21.

JOSÉ GUTEMBERG GOMES LACERDA


Juiz de Direito Auxiliar

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