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Juros de mora: o que são, como calcular e como evitar

Já pagou alguma conta em atraso e se deparou com a cobrança de juros de mora ou


juros moratórios? Pois é, quando a gente perde o prazo de certas contas,
infelizmente acaba sendo cobrado um valor além das eventuais multas. Esses juros
são uma taxa de compensação que pune o atraso no pagamento de um boleto/fatura e
busca estimular o consumidor a pagar tudo em dia.

Nesse artigo, a gente vai te mostrar o que significam os juros de mora, como
calcular essa cobrança e qual a diferença deles em relação a outros tipos de juros.
E a gente também te dá algumas dicas para evitar dificuldades financeiras e o
comprometimento da renda com esses gastos muitas vezes desnecessários.
O que você irá ler neste artigo?

O que são juros de mora?


Como calcular juros de mora
Qual a diferença entre multa e juros de mora?
Juros moratórios e compensatórios: qual a diferença?
Dicas para evitar ter renda afetada por juros moratórios

O que são juros de mora?

Quem acaba atrasando alguma conta pode acabar se deparando com esse nome. Afinal, o
que é isso de juros de mora (ou juros moratórios)?

Pense numa cobrança para compensar o atraso no pagamento de uma conta. Os juros de
mora são cobrados sobre o valor que está em aberto e aumentam de acordo com o
atraso na quitação. Quanto mais dias uma conta fica em aberto depois de seu
vencimento, maior será a incidência desses juros.

Para entender o conceito: entenda a mora como atraso. Então, como em outros casos
de atraso e demora em quitar algo, isso acaba fazendo com que esses juros sejam
usados como forma de estimular o pagamento em dia por parte dos consumidores – para
que evitem inadimplência e, assim, novas cobranças adicionais.

Mas não significa que quem atrasar uma conta vai ver uma cobrança enorme como uma
multa: o que é feito nos juros de mora é um cálculo somente sobre a parcela em
atraso – e sobre o tempo que a conta está em atraso. A porcentagem é de no máximo
1% ao mês, definida pelo Código Civil e pelo Código Tributário Nacional.
Como calcular juros de mora

Para saber como calcular juros de mora, a gente parte da base de que a taxa máxima
desses juros é limitada a 1% do valor da dívida ao mês. Quando o atraso é inferior
a 30 dias, o cálculo é proporcional: 0,0333% por dia de atraso, aplicado sobre o
valor da conta. Ou seja, até o dia do pagamento, os juros acumulam
proporcionalmente dentro do prazo mensal, dia após dia.

Vamos te dar um exemplo de como calcular os juros de mora sobre uma conta paga em
atraso. Considerando a incidência dos juros de mora a partir da citação, imaginemos
alguém que deve uma prestação de R$ 1000, com uma taxa em juros de mora de 1% ao
mês. O vencimento foi no dia 10 do mês, mas a conta e está sendo paga só no dia 30.

O cálculo dos juros fica:

1000,00 x ( 1% ÷ 30 ) x 20 dias de atraso = 1000 x 0,67% = R$ 6,70

Sendo assim, o valor final a pagar, com os juros de mora aplicados, é: 1000,00 +
6,70 = R$ 1006,70.
Qual a diferença entre multa e juros de mora?

Se você chegou aqui e viu essa história de cobrança por atraso no pagamento, pode
estar pensando qual a diferença entre multa e juros de mora.

De forma simplificada, enquanto os juros incidem de acordo com a legislação


brasileira, as multas só são cobradas por aquilo que está definido em contrato –
embora a cobrança não possa ser maior que 2% do valor do boleto devido, segundo
Código de Defesa do Consumidor. Violou o prazo em um dia ou em 20? Multa – de valor
fixo, sem correção de juros. Já os juros de mora são proporcionais e cobrados
somente sobre a parcela devida.

Falando de qual a diferença entre multa e juros de mora: na prática, essas duas
cobranças podem muito bem acontecer juntas – além dos juros de mora, é cobrada
também a multa de mora, também no caso de atraso no pagamento.

Retomando o exemplo do cálculo no tópico anterior, vamos estimar o quanto se paga


de multa por atraso e juros de mora naquela mesma conta de R$ 1000 atrasada em 20
dias, sob as condições mais duras de cobrança de multa que a gente mostrou aqui
para um consumidor: de 2%.

Multa por atraso: 1000,00 x 2% = R$ 20,00


Juros de mora: 1000 x 0,67% = R$ 6,70

O valor a pagar com juros e multa, somados, é de 1000 + 20 + 6,70 = R$ 1026,70.

Já outra incidência da multa de mora ocorre em negociações entre duas pessoas


jurídicas pactuada em contrato. Neste caso, dado o devido atraso, a multa de mora
varia de 10% a 20% sobre o valor determinado em contrato.
Multa x mora: a explicação do educador financeiro André Bona.
Juros moratórios e compensatórios: qual a diferença?

Muita gente também se depara com dois nomes distintos: juros moratórios e
compensatórios. Aqui, como a gente viu, os juros moratórios (de mora) se entendem
como uma punição progressiva pela inadimplência. Ele é totalmente evitável, pagando
as contas em dia.

Por outro lado, os juros compensatórios – ou juros remuneratórios – são outra


coisa, sem punição envolvida. São juros cobrados sobre valor de empréstimo, sendo
na prática uma taxa regular que é informada no momento de aquisição de crédito,
como no processo de contratação de um financiamento imobiliário. Ou seja: vai
calcular o custo efetivo total? Você vai encontrar os juros compensatórios como
remuneração pelo “empréstimo”.

Agora que a gente viu a diferença entre os juros moratórios e compensatórios, é uma
boa pedida fechar o artigo com algumas dicas para se organizar e evitar comprometer
sua renda com a mora.
Dicas para evitar ter renda afetada por juros moratórios

Ninguém merece ter que ficar pagando multas e juros de mora por atraso no pagamento
de uma conta, não? Por mais simples e trivial que pareça, a forma mais eficaz de
evitar essas cobranças desnecessárias em boletos e faturas é não deixando que as
contas vençam de bobeira. Manter tudo em dia, sempre!

Existem diferentes formas de se organizar para não ver sua renda ser comprometida
desnecessariamente: vale colocar todas as contas possíveis no débito automático,
agendar lembretes do celular alguns dias antes do vencimento dos boletos e
pagamentos mensais, manter controle de gastos para não acabar se enrolando com as
contas que importam…
Outra dica é: se você mora de aluguel e está acumulando reservas, vale também
avaliar se é hora de se organizar para conseguir seu imóvel próprio através de um
financiamento imobiliário! Afinal, juntando uma boa entrada e tendo renda
suficiente, você pode pagar o equivalente ao que você paga de aluguel nas parcelas
de um imóvel que vai ser totalmente seu.

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