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DIREITO PENAL

Classificação do Direito Penal:

A) Normas penais incriminadoras: é reservada a função de definir as infrações penais, proibindo


ou impondo condutas, sob a ameaça de pena.

- Preceitos da norma penal incriminadora:

a) preceito primário: é o encarregado de fazer a descrição detalhada e perfeita da conduta que se


procura proibir ou impor.

b) preceito secundário: cabe a tarefa de individualizar a pena, cominando-a em abstrato.

EX: no preceito primário do art. 155 CP, temos a seguinte redação: Art. 155 – Subtrair, para si
ou para outrem, coisa alheia móvel.

Logo em seguida, vem o preceito secundário: Pena – reclusão, de 1 a 4 anos e multa.

B) Normas penais não incriminadoras: possuem as seguintes finalidades:

a) tornar lícitas determinadas condutas.


b) afastar a culpabilidade do agente, erigindo causas de isenção de pena.
c) fornecer princípios gerais para a aplicação da lei penal.

Portanto as normas penais não incriminadoras podem ser subdivididas:

a) Permissivas:

1. Permissivas justificantes: quando tem por finalidade afastar a licitude da conduta do agente,
como aquelas previstas nos arts. 23, 24, 25 CP.

2. Permissivas exculpantes: quando se destinam a eliminar a culpabilidade, isentando o agente de


pena, como nos casos do arts. 26, caput, e 28, parágrafo 1º CP.

b) Explicativas: São aquelas que visam esclarecer ou explicitar conceitos, a exemplo daquelas
previstas nos arts. 327 e 150, parágrafo 4º CP.

c) Complementares: são as que fornecem princípios gerais para a aplicação da lei penal, tal como
existente no art. 59 do estatuto repressivo.

- NORMAS PENAIS EM BRANCO

São aquelas em que há a necessidade de complementação para que se possa compreender o âmbito
de aplicação do seu preceito primário. Ainda que haja uma descrição da conduta proibida, essa
descrição, requer obrigatoriamente, um complemento extraído de um outro diploma – leis, decretos,
etc.

EX:

1. João atira em Pedro, desejando matá-lo, vindo alcançar o resultado pretendido. O art. 121
CP contempla, ou seja, a conduta descrita está consoante com a descrição contida no art. 121,
então não há a necessidade de recorrer a outras fontes para compreendê-lo.

2. Augusto porta uma certa quantidade de maconha para seu uso, quando é surpreendido por
alguns policiais. O art. 28, da Lei nº 11.343/2006, traz uma descrição. No texto traz descrito
em partes a conduta de Augusto, entretanto, não especifica quais as drogas autorizadas. Nesse
caso se utilizou de um portaria da ANVISA para respaldar a conduta. (norma penal em
branco).

A) Norma penal em branco homogênea: quando o seu complemento é oriundo da mesma fonte
legislativa que editou a norma que necessita desse complemento.

a) Homovitelinas: são aquelas cuja a norma complementar é do mesmo ramo do direito que a
principal, ou seja, a lei penal será complementada por outra lei penal.

EX: Art. 338 CP (reingresso de estrangeiro expulso, é complementado pelo art. 5º, parágrafo
1º CP (define a extensão do território nacional para efeitos penais).

b) Heterovitelinas: tem suas respectivas normas complementares oriundas de outro ramo do


direito.

EX: Art. 178 CP (emissão irregular de conhecimento de depósitos ou warrant), que é


complementado pelas normas (comerciais) disciplinadoras desse título de crédito.

- Normas penais incompletas ou imperfeitas: são aquelas que, para saber a sanção imposta pela
transgressão de seu preceito primário, o legislador nos remete a outro texto da lei.

- Anomia: pode ser concebida de duas formas: em virtude da ausência de normas, ou ainda, embora
existindo essas normas, a sociedade não lhes dá o devido valor, continuando a praticar as condutas
por elas proibidas como se tais normas não existissem, pois confiam na impunidade.

- Antinomia: situação que se verifica entre duas normas incompatíveis, pertencentes ao mesmo
ordenamento jurídico e tendo o mesmo âmbito de validade.

a) critério cronológico: verificar se houve entre as normas distância temporal, de modo que a
segunda , editada posteriormente, revogue a primeira.

b) critério hierárquico: de acordo com um sistema de Constituição rígida, devemos aplicar a


hierarquia das normas.

c) critério da especialidade: no qual a lei especial afastará a aplicação daquela tida como geral.

CONFLITO APARETENTE DE NORMAS PENAIS:

a) Princípio da especialidade: a norma especial afasta a aplicação da norma geral.

b) Princípio da subsidiaridade: a ausência ou impossibilidade de aplicação da norma principal


mais grave, aplica-se a norma subsidiária menos grave.

- Expressa: a própria lei ressalva, deixando transparecer seu caráter subsidiário.


- Tácita: somente terá aplicação nas hipóteses de não ocorrência de um delito mais grave, que,
neste caso, afastará a aplicação da norma subsidiária.

c) Princípio da Consunção: tem as seguintes hipóteses:

- quando um crime é meio necessário ou normal fase de preparação ou de execução de outro crime.

- nos casos de antefato e pós-fato impuníveis.

d) Princípio da alternatividade: terá aplicação quando estivermos diante de crimes tidos como de
ação múltipla ou de conteúdo variado.

PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA (ultima ratio)

É o responsável não só pela indicação dos bens de maior relevo que merecem a especial atenção do
DP, mas se presta, também, a fazer com que ocorra a chamada descriminalização. Também orienta e
limita o poder incriminador do Estado, preconizando que a criminalização de uma conduta só se
legitima se constituir meio necessário para a proteção de determinado bem jurídico.

PRINCÍPIO DA LESIVIDADE

Limita ainda mais o poder legislador, quais são as condutas que poderão ser incriminadas pela lei
penal. Na verdade, nos orientará no sentido de saber quais são as condutas que não poderão sofrer
os rigores da lei penal.

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