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PROCESSO CIVIL I – PROFESSOR HIGOR BARBOSA – UNIDADE 7

Noções Gerais: São terceiros aqueles que não figuram como partes: autores (as
pessoas que formulam a pretensão em juízo – dá início ao jogo do processo, retira o
judiciário da inércia) e réus (aqueles em face de quem tal pretensão é formulada –
figura no polo passivo, é quem sofre a ação, possui a contestação). A intervenção
implicará que aquele que não figurava até então no processo passe a figurar, ou como
parte da demanda, ou como auxiliar das partes.
Ação do MP: ele fiscaliza atos processuais e propõe ações civis públicas, em
defesa dos hipossuficientes, anseios da sociedade; no processo civil ele não pode atuar
como assistente, ele poderá participar como parte autora ou fiscal da ordem jurídica
prevenindo atos que maculem o andamento da ação.

Definição: Terceiro quer dizer estranho à relação processual inicialmente


estabelecida entre autor e réu, é definido seu ingresso no processo, através de um
incidente processual. Ele poderá integrar o processo como terceiro, de forma
involuntária – caso queira auxiliar o processo -, ou imposta pelo judiciário caso seja
necessário em casos em que o terceiro era o réu, a quem o processo seria imputado,
na verdade.

1 – ASSISTÊNCIA (Art. 119, do CPC)

Ela é sempre voluntária, isto é, a iniciativa de ingresso há de partir sempre do


próprio terceiro. O terceiro ingressa na relação para auxiliar uma das partes, na
obtenção de resultado favorável.

Assistência Simples (Art. 121, do CPC): um terceiro, que tenha interesse jurídico em
que a sentença seja favorável a uma das partes, possa requerer o seu ingresso, para
auxiliar aquele a quem deseja que vença, ele é um mero assistente. Ele possui uma
relação jurídica com o assistido, por isso seu interesse no processo.

OBS: O Direito não pertence a ele, mas ele tem interesse jurídico na ação. Em virtude
disso ele poderá praticar os mesmos atos processuais das partes, mas não poderá
pedir desistência ou negociar o direito, ou produzir atos independentes, em
descompasso com as ações requeridas e debatidas entre o autor e o réu, ele age
auxiliando uma das partes.

Ex1. Ação de despejo movida contra o locatário, pode o sublocatário ingressar


como assistente, uma vez que a sentença pode influir na sublocação, e ele ser
despejado do imóvel.

Ex2. Ação indenizatória por acidente de trânsito, a seguradora tem relação jurídica
com o segurado (contrato de seguro), caso o segurado perca a demanda, ele irá
ingressar com ação de regresso contra a seguradora, por isso a seguradora pode
ingressar no processo como assistente.
Assistente Litisconsorcial (Art. 124, do CPC): atribuída ao titular ou cotitular da relação
jurídica que está sendo discutida, ou seja, o terceiro é dono do direito material
discutido, ao contrário da assistência simples, que ele é um mero “assistente” só
podendo praticar os atos permitidos pelo assistido. (O terceiro como cotitular do
direito, passa a praticar atos independentes, assim, poderá figurar no polo ativo ou
passivo no processo no qual foi suscitado a ação)

Ex1. Ação de reintegração de posse, vários herdeiros (titulares) do imóvel, os outros


herdeiros tomam conhecimento da ação, podem ingressar no decorrer da demanda.

OBS: Ou seja, aquele que ingressa como assistente litisconsorcial poderia, se


quisesse, ter proposto a ação junto com os demais cotitulares do direito alegado.

2 – CHAMAMENTO AO PROCESSO (Art. 130, do CPC)


Conceito: réu fiador ou devedor solidário, originariamente demandado, trará para
compor o polo passivo, em litisconsórcio com ele, o afiançado ou os demais devedores
solidários.

Finalidade: Por meio do chamamento, o réu traz ao processo outros réus, contra os
quais o autor não demandou originariamente. Em caso de procedência, todos serão
condenados a pagar ao autor.

Consequências Jurídicas: Os chamados aos processos figuram como litisconsortes


passivos, meio pelo qual o afiançado ou demais devedores solidários passam a integrar
o polo passivo, em litisconsórcio com o réu originário, por iniciativa deste.

Atenção: O chamamento ao processo é sempre facultativo, e mesmo que o réu não o


faça, poderá reaver dos demais coobrigados a parte que lhes cabe, em ação
autônoma (Ação de Regresso-Art. 132, do CPC).

Hipótese de Cabimento (Art. 130, do CPC)

1 - O chamamento do fiador demandado antes do devedor principal: A fiança é um


contrato por meio do qual alguém, que não é devedor, assume a responsabilidade pelo
pagamento de uma dívida.

Ex. Na ação de cobrança do contrato direta contra a figura do fiador, este poderá
chamar o devedor principal ao processo, uma vez que o fiador só responde após
esgotados os meios de cobrança contra o devedor principal (benefício de ordem).

2 - O chamamento dos devedores solidários: A solidariedade passiva caracteriza-se


por atribuir ao credor a possibilidade de cobrar integralmente o crédito de qualquer
dos devedores solidários, podendo demandar apenas um, mais de um ou todos.
Ex. Ação de cobrança contra apenas um dos devedores solidários, nesse caso se for
ajuizada a ação apenas em face de um ou alguns, os demais poderão ser chamados ao
processo.

Processo Civil Brasileiro

Prof°. Higor Barbosa

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