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CFFa

sumário
04 Vote e faça a diferença!
05 Mudam as regras para transferência de Regional
06 Pesquisa mapeia situação dos serviços de saúde auditiva no Brasil

CREFONO 1
08 II Campanha Nacional “Saúde, o Seio da Questão” Um bebê nacional e transversal
11 A construção da Fonoaudiologia que queremos
CREFONO 2
12 Atuação fonoaudiológica na saúde mental
14 Participação do CRFa na Feira Educar
15 Ações do CRFa no 2º semestre
CREFONO 3
16 Dando voz à afasia e ao afásico
18 Voz Cantada
19 Plano de Saúde Unimed Paraná
CREFONO 4
20 Após reuniões, governo convoca aprovados em concurso na Bahia
21 Direito à nomeação em cargos públicos
22 Você mantém banco de dados atualizado dos procedimentos realizados com seus pacientes?
CREFONO 5
24 Residência multiprofissional em Goiás
26 Oficinas de Fonoaudiologia Educacional mobilizam profissionais da 5ª Região

CREFONO 6
28 Novas políticas de atenção à saúde e educação, e a Fonoaudiologia entre elas

CREFONO 7
32 Fonoaudiologia em saúde mental: uma contribuição à interdisciplinaridade
34 Implantação da Residência em Fonoaudiologia com ênfase em Atenção Básica, na Escola de Saúde Pública
(ESP) do Rio Grande do Sul
CREFONO 8
36 Projeto Alfabetizar Letrando estimula o aprendizado e a Fonoaudiologia Educacional no
interior do Piauí
37 Atendimento de pacientes com AVC na 8ª Região – Ceará
39 Hospital Geral Dr. Waldemar de Alcântara – Ceará
39 São Luiz – Maranhão

As matérias da Revista Comunicar são de responsabilidade de seus respectivos Conselhos, conforme listado acima.
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editorial

SISTEMA DE CONSELHOS FEDERAL E REGIONAIS DE FONOAUDIOLOGIA

CFFA - 10º COLEGIADO


Vigilância permanente
O
Gestão abril/2012 a abril/2013

Bianca Arruda Manchester de Queiroga – Presidente


Carla Monteiro Girodo – Vice-Presidente
sistema público de saúde sem-
Charleston Texeira Palmeira – Diretor-Secretário
Jaime Luiz Zorzi – Diretor-Tesoureiro
pre foi um dos grandes gargalos
Suzana Campos MTB 4390527 – Assessora da Comissão de Divulgação da administração governamen-
CONSELHOS REGIONAIS tal. A falta de investimentos na compra
Gestão abril/2012 a abril/2013
de equipamentos e na ampliação das
CREFONO 1
equipes multidisciplinares reflete na má
Adriana Dile Bloise – Presidente
Maria Aparecida da Silva Xavier – Vice-Presidente
Joyce Moreira da Rocha Forte – Diretora-Secretária
qualidade dos serviços prestados à popu-
Cláudia Magalhães Corrêa D'Oliveira – Diretora-Tesoureira
lação. E isso não poderia ser diferente com
CREFONO 2
Thelma Costa – Presidente a saúde auditiva.
Monica Petit Madrid – Vice-Presidente
Maria do Carmo Redondo – Diretora-Secretária Uma pesquisa do Conselho Federal de
Silvia Tavares de Oliveira – Diretora-Tesoureira
Fonoaudiologia (CFFa), com apoio dos oito
CREFONO 3
Ângela Ribas - Presidente Conselhos Regionais, fez uma radiografia
Ana Paula Pamplona da Silva Muller - Vice-Presidente Bianca Queiroga
Jackeline Martins - Diretora-Secretária
Solange Pazini - Diretora-Tesoureira
das atividades em 95 centros especializa- Presidente do CFFa
CREFONO 4
dos em todo o Brasil e mostra os principais
Ana Cristina de Albuquerque Montenegro - Presidente
Maria da Glória Canto de Sousa – Vice-Presidente
problemas encontrados nesses serviços. antes eram direcionados unicamente para a
Sandra Maria Alencastro de Oliveira – Diretora-Secretária
Cleide Fernandes Teixeira – Diretora-Tesoureira É inadmissível, por exemplo, que em saúde auditiva.
CREFONO 5 algumas dessas instituições de referên- Mas estamos de olho! Continuare-
Silvia Maria Ramos - Presidente
Márcia Regina Salomão - Vice-Presidente cia na área não haja fonoaudiólogos para mos a fiscalizar, a sugerir e a cobrar das
Caroline Silveira Damasceno – Diretora-Secretária
Rodrigo do Carmo Dornelas – Diretor-Tesoureiro diagnosticar e tratar pacientes com di- autoridades e dos órgãos competentes
CREFONO 6
Graziela Zanoni de Andrade - Presidente
ficuldades auditivas. Ora, somos nós os melhorias para usuários das instituições
Juliana Lara Lopes - Vice-Presidente
Cristiane Mendes Corrêa - Diretora-Secretária
responsáveis pela reabilitação desses usu- de referência em saúde auditiva e para
Erika Bottero Silva - Diretora-Tesoureira
ários! Esse panorama é preocupante e nos profissionais que nelas atuam. Não só nas
CREFONO 7
Marlene Canarim Danesi - Presidente faz refletir como será daqui para frente, 95 pesquisadas, mas também em várias
Themis Maria Kessler - Vice-Presidente
Nádia Maria Lopes de Lima e Silva - Diretora-Secretária principalmente agora que já não temos outras nas quais não foi possível realizar
Cristina Moreira - Diretora-Tesoureira
mais uma política exclusiva para nortear o mapeamento.
CREFONO 8
Hyrana Frota Cavalcante de Vasconcelos - Presidente as atividades nesses centros. Esta edição também traz informações
Karine Medeiros Carvalho - Vice-Presidente
Claudia Sobral de Oliveira Uchoa – Diretora-Secretária É que o governo federal decidiu, em 2011, importantes sobre como serão as eleições
Danielle Levy Albuquerque de Almeida – Diretora-Tesoureira
agrupar todas as políticas para deficientes em dos Conselhos Regionais deste ano e sobre
REVISTA COMUNICAR
PRODUÇÃO EDITORIAL uma só: o programa Viver Sem Limites. Esta- as mudanças que aconteceram na Resolu-
mos reticentes em relação a essa medida de ção do Conselho Federal de Fonoaudiologia
executar um “programa guarda-chuva”, que nº 408/2011. Leia também as reportagens
Liberdade de Expressão – Agência e Assessoria de Comunicação
abrange tantas deficiências. A menos que os que os Conselhos Regionais publicaram. Es-
www.liberdadedeexpressao.inf.br
gestores públicos federais revejam a forma tão muito interessantes.
Jornalista responsável – Patrícia Cunegundes (JP 1050 DRT/CE)
Reportagem – Rafael Nascimento de execução desse programa, os centros de
Edição – Adriana Mendes
Revisão - Joíra Coelho e Cecília Fujita referência perderão os investimentos que Boa leitura!
Projeto gráfico – Ana Helena Melo
Diagramação: Alex Amorim
Capa: Alex Amorim

IMPRESSÃO
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CFFa

Mudam as regras para registro


profissional e transferência de Regional
Rafael Nascimento, de sua região por um período de até possibilidade de prorrogar o registro
Repórter 30 dias consecutivos sem solicitar provisório pelo mesmo tempo.

O
fonoaudiólogo que precisar transferência ou um segundo registro. Com as novas medidas, o profissio-
pedir transferência para ou- Ultrapassado esse tempo, o fonoaudi- nal recém-formado poderá requerer o
tra região ou que necessitar ólogo deve solicitar a transferência ou registro definitivo, mediante apresenta-
de uma segunda inscrição deve ficar o registro secundário, sob pena de so- ção da declaração de colação de grau,
atento às mudanças que ocorreram frer sanções”, alerta Erika Bottero. e terá até cinco anos para apresentar o
na Resolução do Conselho Federal de Para que mudanças aconteçam diploma ao Conselho Regional em que
Fonoaudiologia (CFFa) nº 408/2011. sem maiores problemas, o CFFa pro- foi registrado. “A decisão pretende dei-
A norma que trata do registro profis- moveu treinamento para os funcioná- xar menos burocrático o processo de
sional foi alterada para dar segurança rios do corpo administrativo dos Con- regularização e evitar o cancelamento
e tranquilidade aos fonoaudiólogos selhos Regionais. “É uma maneira de de registros”, afirma Erika Bottero.
que pretendem mudar de local de padronizar os procedimentos adminis- Outra mudança importante é que
trabalho, e celeridade aos procedi- trativos para dar um melhor andamen- a cédula profissional deverá ser reva-
mentos administrativos dos oito Con- to às demandas”, diz a fonoaudióloga. lidada a cada cinco anos por todos os
selhos Regionais. fonoaudiólogos. “A medida visa não
A solicitação de transferência ou OUTRAS MELHORIAS só atualizar os dados dos profissionais
do registro secundário – aquele utili- A Resolução do CFFa nº 408/2011 nos conselhos Regionais e Federal, as-
zado pelos fonoaudiólogos para atu- também acabou com os registros sim como a fotografia, uma vez que a
ar regularmente em outro emprego provisórios. Essas cédulas eram con- cédula tem validade como documen-
longe de sua principal jurisprudência cedidas aos fonoaudiólogos recém- to de identidade em todo o territó-
profissional – deve ser feita ao Conse- formados que ainda não tinham o rio nacional”, explica a presidente do
lho Regional de origem, pelo qual o diploma, mas que ficavam autori- CFFa, Bianca Queiroga.
profissional obteve seu primeiro re- zados a exercer suas atividades me- As cédulas de identidade profis-
gistro. Este, por sua vez, terá 15 dias diante a apresentação do certificado sionais expedidas antes da vigência
para recolher toda a documentação de conclusão de curso no Conselho da nova Resolução permanecem váli-
necessária e encaminhá-la ao Regio- Regional. Os profissionais podiam fi- das e deverão ser revalidadas somen-
nal de destino. car nessa situação por um ano, com te em julho de 2017.
Antes, ambos os procedimentos se-
guiam caminhos inversos: os Regionais Como ficará a numeração dos registros profissionais
para o qual os fonoaudiólogos deseja- após as mudanças na Resolução nº 408/2011
vam ser transferidos é que providencia- Profissional atuando na 2º região com número de registro 100.
vam todos os papéis. “Esperamos que, Número da região em que o profissional está atuando (registro
com os ajustes, os pedidos sejam aten- principal, transferência ou registro secundário).

didos com mais agilidade, facilitando a CRFa 2-100


vida do fonoaudiólogo”, diz Erika Botte-
ro, coordenadora do grupo de trabalho Número do registro profissional.
que alterou a Resolução. Profissional atuando na 2ª região, número de registro 100, transferido da 4ª região.
Segundo a fonoaudióloga regis- Número da região em que o profissional está atuando
trada na 6ª Região, esses procedimen- (registro principal, transferência ou registro secundário).
tos são importantes porque resguar-
dam o profissional de sofrer processos CRFa 2-100-4 Número da região de origem (só em casos de transferência ou
segundo registro).
éticos. “O profissional pode atuar fora
Número do registro profissional.

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CFFa

NUMERAÇÃO momento, seguida do registro pro- Todas as medidas estão valendo


A forma de transcrição de registro fissional. A sequência numérica será desde o dia 31 de maio de 2012,
também mudou. Em vez das séries de separada por um traço horizontal. data em que foi publicada a Resolu-
números e letras, o grupo de trabalho Se o fonoaudiólogo estiver sido ção no Diário Oficial da União. Por-
resolveu simplificar. No novo modelo transferido ou obtido um segundo tanto, a recomendação é para que
adotado as siglas que identificam o registro, este dado aparecerá, na or- os fonoaudiólogos procurem atuali-
estado em que o fonoaudiólogo atua dem da esquerda para a direita, em zar a forma de apresentação do seu
ou para o qual foi transferido foram primeiro lugar, com o número do re- número de registro no carimbo e
suprimidas. gistro profissional a seguir e, por fim, a em impressos. “Na dúvida, procure
No lugar delas, entra a numeração numeração que identifica o Conselho o seu Conselho Regional para ou-
correspondente ao Regional em que Regional pelo qual o profissional con- tros esclarecimentos”, recomenda
o fonoaudiólogo trabalha naquele seguiu a sua inscrição de origem. Erika Bottero.

Vote e faça a diferença!


Eleições para escolher os novos colegiados dos Conselhos
Regionais acontecem em novembro.
Rafael Nascimento,
Repórter

E
ste ano ocorrerão eleições
para definir os integrantes
dos colegiados nos Conselhos
Regionais de Fonoaudiologia para o
triênio 2013/2016. A votação aconte-
cerá nos dias 22 e 23 de novembro
e será realizada por correspondência
ou nos sites dos próprios Conselhos
Regionais, com exceção da 6ª Região,
que elegerá seus representantes ape- outros serão suplentes. A chapa ven- do no dia 10 de dezembro no Diário
nas por meio de cédulas enviadas pe- cedora tomará posse de suas funções Oficial da União e nos meios de co-
los Correios. no dia 1º de abril de 2013. municação dos Conselhos Regionais.
Todos os fonoaudiólogos podem “Esse é o momento em que a cate-
votar, desde que estejam em situação goria tem a oportunidade de eleger o SANÇÕES PROFISSIONAIS
regular. Os profissionais que não esti- grupo de profissionais que apresentar A multa para quem não participar
verem devem resolver as pendências propostas que mais têm a contribuir das eleições e não justificar o voto é
junto ao Conselho Regional de sua para o fortalecimento da profissão”, de 25% do valor da anuidade vigen-
jurisdição para ter direito de escolher comenta a presidente do Conselho te, que atualmente é de R$ 337,49.
a chapa com as melhores e as mais Federal de Fonoaudiologia, Bianca As justificativas para quem deixar de
inovadoras propostas. Queiroga. “Por isso, é bom analisar votar devem ser enviadas aos respec-
A partir de 10 de setembro, as cha- bem os candidatos que pleiteiam os tivos Conselhos Regionais até o dia
pas e suas respectivas propostas serão votos e as ações que serão prometi- 24 de dezembro. Não será permitida
conhecidas. Cada uma será composta das”, sugere. a votação por meio de procuração. A
por 20 profissionais, dentre os quais O resultado das chapas vencedo- cobrança das multas será feita a partir
dez serão conselheiros efetivos e os ras de todos os regionais será divulga- do dia 24 de janeiro de 2013.

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CFFa

Pesquisa mapeia situação


dos serviços de saúde
auditiva no Brasil
Rafael Nascimento, não existe fonoaudiólogo trabalhan- serviços, e os adultos em 17 centros
Repórter do nesses serviços, e quatro disseram de referência credenciados.
apenas que há menos profissionais Para Bianca Queiroga, os adul-

U
m levantamento inédito dessa área exercendo as funções do tos e os idosos têm o direito de ter
realizado pelo Sistema de que o estabelecido pela Portaria nº atendimento de qualidade. Mas, é
Conselhos Federal e Regio- 587/2004. importante destacar que “as crian-
nais de Fonoaudiologia identificou o De acordo com a medida publi- ças necessitam de um atendimento
estado atual das atividades em saúde cada pelo Ministério da Saúde em precoce e contínuo para evitar pro-
auditiva nos centros de referência em outubro daquele ano, o atendimento blemas futuros, já que, com a audi-
todo o país. Foram fiscalizadas 95 ins- na média complexidade exigia que ção comprometida, todo o processo
tituições públicas e privadas, hospitais houvesse, no mínimo, quatro fono- de comunicação e aprendizagem é
universitários e entidades filantrópi- audiólogos (dois especializados em afetado”, diz.
cas de média e alta complexidade Audiologia e dois em Terapia Fono-
credenciadas para dar à população audiológica). Na alta complexidade a FALHAS NO ATENDIMENTO
esse tipo de atendimento. obrigação era de que fossem seis: três A fiscalização encontrou outras fa-
A pesquisa teve como objetivo com especialização em Audiologia, lhas muito comuns na rede pública de
mapear os centros que seguem à sendo pelo menos um com experiên- saúde. Segundo a pesquisa, 52 centros
risca a determinação da Portaria do cia na área infantil, e três profissionais de referência confirmaram a existência
Ministério da Saúde nº 587/2004, que capacitados em reabilitação auditiva. de filas de espera para o acesso direto
instituiu os serviços fonoaudiológicos “É papel dos Conselhos Regionais aos serviços de saúde auditiva. A pes-
nas Redes de Atenção à Saúde Auditi- acompanharem os critérios determi- quisa também mostrou que 9 dos 95
va dos estados. Além disso, verificou nados pelo Ministério da Saúde, in- centros de referência não realizam te-
se os procedimentos oferecidos por clusive no que se refere ao número de rapias fonoaudiológicas em crianças, e
essas instituições funcionam adequa- fonoaudiólogos em cada serviço, para 81 não as fazem em adultos.
damente e identificou quais são suas o bom atendimento às demandas da Outra constatação foi o número
deficiências. Segundo o estudo, 54 sociedade”, explica Bianca Queiroga, de instituições que fazem triagem au-
centros intitularam-se como de alta presidente do Conselho Federal de ditiva neonatal – teste da orelhinha.
complexidade e 41 de média. Fonoaudiologia (CFFa). Trinta e nove realizam o exame nor-
Entre os problemas encontrados O levantamento ainda mostra malmente em todos os recém-nas-
estão os relacionados às equipes mul- que, dos 95 centros fiscalizados, 71 cidos e 12 admitem fazê-lo somente
tidisciplinares. Três instituições que referiram atender primeiramente o em bebês em situação de risco, quan-
realizam os procedimentos de alta e idoso, enquanto as crianças têm prio- do deveria ser uma atividade obriga-
média complexidade informaram que ridade no atendimento em apenas 16 tória, prevista na Lei nº 12.303/2010.

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CFFa

Número de serviços estaduais em saúde auditiva


visitados pelos Conselhos Regionais:

54 número de serviços de alta complexidade.


41 número de serviços de média complexidade.

03 número de centros de referência de alta e média


complexidade sem fonoaudiólogos.
04 número de centros de referência de alta e média
complexidade com menos fonoaudiólogos do que
o estabelecido pela Portaria nº 587/2004.

71 número de instituições que priorizam o


atendimento do idoso.
16 é o número de instituições que dão preferência de
atendimento às crianças.

09 número de centros de referência que não realizam


terapias fonoaudiológicas em crianças.
81 número de centros de referência que não fazem
terapias fonoaudiológicas em adultos.

39 número de instituições que realizam o teste da


orelhinha em todos os recém-nascidos.
12 número de instituições que só fazem o teste da
orelhinha quando há risco à saúde do bebê.

Ainda sobre os procedimentos MUDANÇAS provavelmente, o volume não será o


executados nos serviços de saúde au- Em 2011, o Ministério da Saúde mesmo até porque o governo sempre
ditiva, todas as 95 instituições afirma- lançou o programa Viver Sem Limites, diz que aparelho auditivo é muito caro.
ram que realizam os exames de ana- uma iniciativa que congrega todas as Então, não temos uma garantia de que
mnese fonoaudiológica, audiometria políticas para as pessoas com defici- as verbas vão, ao menos, continuar as
tonal limiar, logoaudiometria e imi- ência em um único documento. Por- mesmas”, observa Cristina Biz. “Por isso é
tanciometria. A maioria faz análise de tanto, a Política Nacional de Atenção à importante ter uma política que priorize
potencial evocado auditivo de tronco Saúde Auditiva, implantada pela Por- a reabilitação auditiva, e incentive a pre-
encefálico. No entanto, 71 centros de taria nº 587/2004, foi incorporada ao venção e a promoção de iniciativas para
referências não realizam o teste de novo plano do governo federal. esses casos”, avalia a fonoaudióloga.
processamento auditivo. Porém, no entendimento da con- A presidente da Academia Brasi-
Bianca Queiroga analisa os resul- selheira do CFFa, Cristina Biz, apesar leira de Audiologia, Kátia de Almeida,
tados da pesquisa como importantes de o programa Viver Sem Limites ser disse que a iniciativa do governo fede-
e oportunos, porque, coincidente- importante para democratizar o aces- ral em implantar uma rede mais ampla
mente, mostram que os centros de so à saúde com qualidade, pode pre- de atenção à pessoa com deficiência é
referência precisam de investimen- judicar quem trabalha nos centros de válida, mas lembrou que a rede espe-
tos para poder atender com mais ra- referência em saúde auditiva e quem cífica da saúde auditiva estava melhor
pidez e com melhor qualidade quem utiliza esses serviços. estruturada. “O desafio agora é fazer
realmente precisa dos serviços de “Antes tínhamos recursos espe- com que os serviços de saúde auditiva
saúde auditiva. cíficos para a saúde auditiva. Agora, se ajustem à nova realidade”, afirma.

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RJ

II Campanha Nacional
“Saúde, o Seio da Questão”
Um bebê nacional
e transversal
Rose Maria, Rede Record (R7), na Rádio Nacional Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Assessora de Imprensa de Brasília, entre outros. e do Projeto Olímpico da Mangueira,

D
Em 24 de julho, na quadra de es- membros da Sociedade Brasileira de
e 1º a 7 de agosto, o Sistema portes da Vila Olímpica da Mangueira, Pediatria (SBP), professores e estudan-
de Conselhos Federal e Re- zona norte do município do Rio, acon- tes de Fonoaudiologia da Universida-
gionais de Fonoaudiologia teceu o lançamento oficial da campa- de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da
promoveu, pelo segundo ano conse- nha. O evento entrou para a história Universidade Estácio de Sá e da Uni-
cutivo, a II Campanha Nacional “Saúde, da Fonoaudiologia do Rio de Janeiro, versidade Veiga de Almeida, além de
o Seio da Questão”. O Rio de Janeiro, porque reuniu todas as esferas da ad- profissionais de outras áreas da saúde.
onde o Bebê Sarado nasceu ainda ministração da saúde pública, bem Atletas da ginástica rítmica da
em 2004, contabilizou 60 núcleos em como representantes da sociedade Mangueira abriram o evento com uma
2012, e a ação, que teve a atriz Daniele civil e do CFFa e Regionais. Todos se breve apresentação de graça e beleza.
Suzuki como madrinha, estendeu-se uniram para afirmar que, como o lema Coube à presidente do CREFONO 1 as
por 15 municípios do estado. da campanha em 2012 diz, conhecer primeiras palavras. Adriana Dile lem-
A campanha foi notícia nos portais os benefícios da amamentação é como brou que fonoaudiólogos que atuam
da Rede Brasileira de Bancos de Leite água: indispensável! Cerca de 300 pes- na atenção primária são também res-
Humano e do Observatório de Tec- soas acompanharam a solenidade, ponsáveis pela promoção da saúde e
nologias de Informação e Comunica- que contou com a presença da madri- este é o espírito da ação socioeduca-
ção em Sistemas e Serviços de Saúde nha Daniele Suzuki. tiva da Fonoaudiologia de orientação
(Otics), voltado para o SUS, na plata- Entre os presentes, as presidentes em aleitamento materno, que integra
forma digital para consultores e coor- do Conselho Federal de Fonoaudio- a Semana Mundial de Aleitamento
denadores da Área Técnica da Saúde logia, Dra. Bianca Queiroga, e dos Re- Materno (Smam) 2012.
da Criança e Aleitamento Materno gionais do Rio de Janeiro (Dra. Adriana A presidente do CFFa, Bianca Quei-
do Ministério da Saúde, no programa Dile), de São Paulo (Dra. Thelma Costa), roga, afirmou que a Fonoaudiologia
nacional Sem Censura (TV Brasil), no de Goiás (Dra. Sílvia Ramos) e do Rio quer ratificar o compromisso social
programa Conexão Futura (Canal Futu- Grande do Sul (Dra. Marlene Danesi), com as ações de educação em saúde,
ra), na Rádio Manchete AM, no Jornal além de representantes do Ministério atingindo brasileirinhos como os que
da CAMARJ (Caixa de Assistência aos da Saúde e do Unicef, apoiadores da estavam presentes na ocasião, que
Membros da Defensoria Pública do ação. Também marcaram presença também devem ter a possibilidade de
Estado do Rio de Janeiro), no portal da gestores das Secretarias Estadual e desenvolver a linguagem, importante

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RJ

para seu sucesso no futuro. “Queremos fonoaudiólogos estão nos


justiça social, igualdade de oportuni- hospitais, nas UTIs, nos pos-
dades. Por isso o envolvimento com tos de saúde, atuando. Pa-
serviços de utilidade pública, que le- rabenizo os Conselhos pela
vam informação sobre o nosso conhe- união. É uma intervenção
cimento técnico à população. O Con- importante e a interação dos
selho não é mais só o órgão que regula Conselhos possibilita um tra-
a profissão, mas também se preocupa balho de amplitude maior”,
com a cidadania, a saúde e a melhoria analisou a coordenadora.
dos indicadores sociais”, completou. Martha Vilela, gerente
Luciana Phebo, coordenadora do dos Programas de Saúde da
Unicef para o Rio de Janeiro, ressaltou Criança da Secretaria Muni-
que cada dólar investido na alimen- cipal de Saúde e Defesa Civil
tação infantil significa 5 a 7 dólares do Rio, concordou que fo-
investidos na saúde da criança, o que, noaudiólogos estão onde a
por sua vez, promove uma sociedade população precisa – nos hos-
mais justa. Para ela, é preciso investir e pitais e na atenção primária,
acreditar na primeira infância. muitas vezes liderando equi-
Neide Cruz, membro da equipe pes. Para ela, o aleitamento
da Área Técnica de Saúde da Criança materno fortalece o vínculo
e Aleitamento Materno do Ministé- entre bebê e família, bem
rio da Saúde, que representou o co- como entre instituições pre-
ordenador nacional, Paulo Bonilha, ocupadas com a promoção
destacou a importância da integra- da saúde. “O aleitamento ma-
ção da sociedade civil com as redes terno tem esse talento de jun-
de promoção, ampliando o acesso à tar pessoas”, completou, para depois Flávia Bessa, a trajetória da ação até
saúde, o que diminui a violência do- anunciar um projeto de pesquisa, para chegar em nível nacional, passando
méstica e resgata qualidade de vida. o próximo ano, envolvendo os bancos pelo apoio das atrizes Betty Gofman
“Parabenizo pela iniciativa. Como é de leite humano, para fortalecimento e e Maria Paula em 2011, ao lado da
importante a participação da Fono- crescimento da rede. coordenadora para o Rio de Janeiro,
audiologia neste contexto. Observei Bárbara Machado, coordenadora- Aline Sudo. Flávia Bessa agradeceu,
que vocês vêm atuando de forma geral do Projeto Olímpico da Man- na ocasião, além do apoio do Unicef,
transversal e, sem dúvida, os profis- gueira, visivelmente emocionada, do Ministério da Saúde e do Projeto
sionais devem estar unidos e inte- agradeceu a escolha da Vila Olímpica Olímpico da Mangueira, as parcerias
grados”, assinalou. como sede do evento. “Trazer para do Rotary Clube RJ – Av. Ayrton Senna
Já coordenadora da Área Técnica dentro da nossa casa o lançamento (Barra da Tijuca), Cryopraxis, GOX Fo-
de Aleitamento Materno da Secretaria de uma campanha numa área tão im- tografia, Clínicas das Famílias Tia Alice
Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, portante só coroa o nosso trabalho. e Zilda Arns, Coordenação das Áreas
Gisele Peixoto, atestou que a Fono- Que possam surgir outras parcerias Programáticas 2.2, 3.1 e 3.2 (SMSDC/
audiologia vem se comprometendo com os Conselhos”, sugeriu. RJ), Parmê, Viva Comunidade, Condo-
com a atenção ao aleitamento mater- Aberto oficialmente o evento, foi mínio Riviera dei Fiori, Espiral Produ-
no, não por meio de ações pontuais, a vez de a atriz Daniele Suzuki ouvir ções, Rádio Manchete AM, Assessoria
mas num movimento de classe. “Os da coordenadora-geral da campanha, de Comunicação da SBP, Coral Liga

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RJ

dos Cantantes e grupo “Meu Pé de La- Marcaram presença, ainda, Isabel


ranja Rima”. Abelson (Unicef ), Rosane Siqueira
Daniele Suzuki, que cedeu gratui-
"Se tornou tão prazeroso (consultora do Ministério da Saúde no
tamente o uso de sua voz e imagem amamentar. A integração Rio de Janeiro), Rachel Niskier (Socie-
para a edição 2012, bem como o do fi- com meu filho foi maior do dade Brasileira de Pediatria), Clarissa
lho Kauai, explicou que, se não fosse o que quando ele estava na Bottari (Gerência dos Programas de
acompanhamento de uma fonoaudi- minha barriga." Saúde do Adolescente/SMSDC-RJ) e
óloga, teria abandonado o aleitamen- o grupo de bonecas Capitucha e sua
Daniele Suzuki, atriz e madrinha
to exclusivo ao passar por dificuldades da Campanha da Amamentação Turma (CAP 2.2, Tijuca, Rio).
no início da amamentação. “Ele (Kauai) Na plateia, Jaqueline Pacífico, 24
mama no peito ainda e já fez um ano. anos, assistiu atenta a tudo. Ela ma-
Meu bebê não usa chupeta. Confesso Cantantes, da Clínica da Família Zilda mou até os 7 anos e, por isso, con-
que não sabia que a fono fazia esse tra- Arns, formado por cerca de 70 crian- tinua amamentando o filho Nathan,
balho, porque conhecia só a atuação ças do Complexo do Alemão (con- hoje com 3 anos. Dona de casa, mo-
na área de voz e tive muita vontade de junto de comunidades da zona nor- radora do Complexo do Alemão, Ja-
dizer para as pessoas como foi impor- te do Rio recentemente pacificado queline sabe o quanto o aleitamen-
tante para mim. Depois, se tornou tão pelos órgãos de Segurança Pública), to materno é importante, até por
prazeroso (amamentar)... A integração e do Grupo Meu Pé de Laranja Rima. experiência própria. “É muito difícil
com meu filho foi maior do que quan- Acompanhadas pelos compositores eu ficar doente. Acho essa iniciativa
do ele estava na minha barriga. A gen- de Aqui no meu pertinho, o ator Cé- importante para alertar a população.
te ouve muita coisa, mas a informação sar Mello e Cléo Lima (Coordenação Você pode prevenir muita coisa e
embasada, técnica, é muito importan- de Educação em Saúde − Superin- hoje eu sei que ajuda na fala, no de-
te. Por isso, aí vai um conselho de mãe: tendência de Promoção da Saúde/ senvolvimento da criança. Meus dois
amamentem seus filhos”, afirmou, para SMSDC/RJ), as crianças encantaram a filhos são superdesenvolvidos e es-
logo depois ser homenageada pelo todos. Tanto que Daniele Suzuki que- tão muito bem. Vou continuar ama-
CFFa e CREFONO 1. brou o protocolo e cantou junto com mentando meu caçula até quando
O encerramento foi marcado elas o refrão “Mama aqui no meu per- der, porque sei que estou no cami-
pela apresentação do coral Liga dos tinho/bem pertinho do ‘naná’”. nho certo”, afirmou Jaqueline.

10
CREFONO 1
2
SP
RJ

A construção da
Fonoaudiologia que queremos

Atendimento à população: participação em todas as Apoio à criação da Semana Estadual de Doação do Leite
edições do Ação Global (Sesi/Rede Globo) no estado Materno, em sessão solene, na Assembleia Legislativa do Rio

Receber acadêmicos de Fonoaudiologia em sua sede, Ao lado de Conselhos Profissionais de outras


como os da UFRJ, é rotina no CREFONO 1 áreas da saúde contra o “Ato Médico”

Mostra Internacional das Semanas do Bebê, em Canela Organização da tarde de autógrafos do livro “Disfonia
comportamental: a vida na voz”, das fonoaudiólogas Edmée
(RS): integração com instituições e gestores das esferas Brandi e Maria do Carmo Coimbra, dentro do núcleo UVA-
federal e municipal Tijuca da Campanha da Voz 2012

Fóruns de Discussões, promovidos pelas Comissões Parceria na realização de eventos em prol da profissão, como
de Interiorização e Orientação e Fiscalização, levam o Semana do Bebê Carioca 2012, aproxima o CREFONO1 das
o CREFONO 1 às sub-regiões gestões municipais

Lançamento da SMAM 2012 no Rio: reconhecimento da Trabalho conjunto dos Regionais, como no GT de Parâmetros
atuação da Fonoaudiologia em prol da amamentação Assistenciais, embasa resoluções do CFFa

11
CREFONO 2
SP

Atuação fonoaudiológi
Após pesquisa, Crefono 2 propôs grupos QUESTÕES

de trabalhos para discutir a atuação 1 − Quais aspectos consideram imprescindí-


veis na formação do fonoaudiólogo para atu-
fonoaudiológica em saúde mental. ar em Saúde Mental?

Andréa Cintra Lopes, CRFa 5.766 – ampla experiência em saúde mental,


Presidente da Comissão de Saúde para abordar aspectos como forma-
ção, atuação profissional e participa-
Cibele Siqueira, CRFa 6.198 – ção do fonoaudiólogo em instâncias
Assessora da Comissão de Saúde de controle social relacionadas à Saú-

C
de Mental:
onsiderando que a interven- • Fonoaudióloga Elaine Herrero
ção fonoaudiológica nas pes- (CRFa 1.198) atua em Saúde Mental
soas com transtornos men- desde 1985 (Ambulatório de Saúde
tais favorece o desenvolvimento de Mental, Unidade de Farmacode-
atitudes comunicativas efetivas, con- pendência, Hospital Dia em Saúde 2 − Relatem, sucintamente, a atuação do fo-
tribui para a inclusão familiar, escolar, Mental Infantil, CAPS Infantojuvenil noaudiólogo em Saúde Mental.
social, bem como para o exercício e Centro de Convivência e Coope-
da cidadania, o Conselho Regional rativa − Cecco), com formação em
de Fonoaudiologia da 2ª Região tem coordenação de grupos pelo Ins-
buscado, ao longo dos anos, conhe- tituto “A Casa”, especialização lato
cer, discutir, divulgar e instrumentali- sensu na Pré-Escola Terapêutica
zar a participação do fonoaudiólogo “Lugar de Vida”, no Instituto de Psi-
nas equipes de saúde mental. Para cologia da USP.
tanto, realizou pesquisa entre profis- • Fonoaudióloga Neide Ferraz de
sionais lotados nos Centros de Apoio Campos Barone (CRFa 4.216) atua
Psicossocial destinados ao atendi- em Saúde Mental há cerca de 20
mento da criança e do adolescente anos (Ambulatório de Saúde Mental
(CAPSi), publicou parecer sobre o de Rio Claro-SP e Ambulatório do
assunto (CRFa 2ª Região nº 04/08) e Centro de Referência da Infância e
3 − Como poderíamos estimular a participa-
instituiu grupos de trabalhos durante Adolescência de Rio Claro − Criari).
ção do fonoaudiólogo em instâncias de con-
as II e III Mostras de Fonoaudiologia Fez especialização em linguagem
trole social relacionadas à Saúde Mental?
na Atenção Básica do Estado de São no Cogeae e prestou assessoria no
Paulo, para discutir a atuação fonoau- Hospital Psiquiátrico de Casa Branca.
diológica em saúde mental. Atualmente colabora na implanta-
Com o objetivo de divulgar aos ção do CAPSi (Centro de Atenção
fonoaudiólogos esta área de atuação, Psicossocial Infantojuvenil) no mu-
convidamos alguns profissionais com nicípio de Rio Claro.

12
CREFONO 2
SP

ca na saúde mental
ELAINE HERRERO NEIDE FERRAZ DE CAMPOS BARONE

Conhecimento do histórico das políticas sociais de atuação A Fonoaudiologia ganha cada vez mais espaço no Serviço Públi-
em Saúde Mental e da dinâmica do trabalho em grupo e em co em geral, mas na Saúde Mental de uma forma muito tímida. A
equipe, além dos conhecimentos básicos em Psicopatologia de graduação é fundamental para refletir e discutir a Saúde Mental,
adultos e crianças. conhecer sua história, apresentar leituras da Psicanálise e da Clínica
Ampliada. A Psicanálise vem no sentido de o profissional ouvir o
sujeito além das suas trocas fonêmicas, ter disponibilidade interna
e “escuta clínica” para o outro. A Clínica Ampliada nos possibilita a
atuação em oficina terapêutica, em grupo, e o trabalho junto com
outros profissionais. As revistas e congressos da categoria devem
estimular os profissionais que atuam na área a publicar suas expe-
riências e trabalhos científicos. Acho importante que o fonoaudi-
ólogo passe por processo psicanalítico, participe das supervisões
clínicas e institucionais.

Em São Paulo, essa atuação teve início nos anos 1980, com a Na Saúde Mental, o principal objeto do fonoaudiólogo é a lingua-
nossa inserção nas equipes de ações integradas em Saúde, nos gem. Sua atuação é em locais como Ambulatórios, Hospitais Psi-
ambulatórios de Saúde Mental. A atuação foi ampliada para Hos- quiátricos ou CAPS. É fundamental participar das redes, dos ma-
pitais-Dia, Centros de Convivência e Cooperativa no início dos triciamentos necessários e articular o serviço com outros serviços.
anos 1990, e a partir de 2002 para CAPS, predominantemente
para CAPS infantil, mas há relatos de trabalhos em equipe de far-
macodependência e CAPS adulto. Integrado à equipe, o fonoau-
diólogo realiza atendimentos individuais, em grupo, em cotera-
pia; atendimento vincular, familiar, e atividades de inclusão social
(escola e demais espaços sociais); discussão de casos na própria
equipe e no matriciamento com as demais equipes, contribuin-
do com o nosso conhecimento (das áreas de linguagem, motri-
cidade oral, voz e audição) na inclusão psicossocial de adultos e
crianças com transtornos mentais.

Incentivando o profissional a participar dos Conselhos Gestores


A graduação, o conselho da categoria, os congressos e encontros,
da Unidade e acompanhar os movimentos sociais ligados à Saú-
as revistas e jornais são fundamentais para divulgar a Saúde Men-
de Mental (movimento da luta antimanicomial, Associação Brasi-
tal e o Serviço Público, cuidando, assim, para formar e informar
leira de Saúde Mental − Abrasme, entre outros).
o profissional. Ao entender o que é o SUS, o que ele preconiza e
suas diretrizes, fica mais fácil participar dos Conselhos (principal-
mente o Gestor e o Municipal de Saúde) e das Pré-Conferências
na Saúde Mental e das Conferências Municipais de Saúde.

13
CREFONO 2
SP

Participação do
CRFa na Feira
Educar
A fim de esclarecer questões rela-
cionadas à saúde do educador e do
aluno, foi criado um Plantão de Dú-
vidas. Além disso, os congressistas e
participantes da Feira receberam ma-
teriais abrangendo temas referentes à
Fonoaudiologia Educacional.
Os resultados das ações foram ex-
tremamente positivos: houve a distri-
buição de mais de 2.000 folders; a visita
de aproximadamente 300 pessoas ao
stand; a participação de 200 educado-
res nas oficinas e a divulgação da Fono-
audiologia na mídia impressa, por meio
de entrevistas para jornalistas de duas
revistas especializadas em Educação.
Ressaltamos que, a parceria com
Comissão de Educação trabalho realizado pelo fonoaudiólogo as Instituições de Ensino Superior
do CREFONO 2 e divulgar as possibilidades de atuação (IES), por intermédio de seus coor-
do profissional no ambiente escolar. denadores, docentes e discentes, e

O
Conselho Regional de Fono- Com o apoio de docentes e dis- a contribuição individual dos conse-
audiologia da 2ª Região, em centes de cursos de graduação em lheiros e fonoaudiólogos convidados
parceria com o Conselho Fe- Fonoaudiologia e de fonoaudiólogos foram fundamentais para a execução
deral de Fonoaudiologia, participou, convidados, desenvolvemos diferen- desse projeto.
nos dias 16 a 19 de maio, da Feira Edu- tes atividades. Oferecemos cerca de Ao longo do ano de 2012, o Con-
car/Educador 2012, realizada no Cen- cinco oficinas diárias, sendo aborda- selho Regional de Fonoaudiologia re-
tro de Exposições Imigrantes. dos temas como: Libras, Voz do Pro- alizará outros eventos que terão como
Nossa participação teve como ob- fessor, Ruído no Ambiente Escolar, foco a discussão das práticas/atuação
jetivo estreitar laços entre a Fonoaudio- Relações entre Oralidade e Escrita, Di- da Fonoaudiologia na Educação. Não
logia e a Educação, abrir espaço para ficuldades de Aprendizagem, Hábitos deixem de acompanhar nossos even-
que os educadores conhecessem o Orais, entre outros. tos no site <www.fonosp.org.br>.

14
CREFONO 2
SP

Ações do CRFa
no 2º semestre
Neste segundo semestre, além das atividades regulares de cada comissão, alguns eventos
estão programados:
• Será organizado, pela Comissão de Audiologia, o II Fórum • A Comissão de Saúde está programando dois eventos
de Saúde do Trabalhador, que promoverá uma discussão − a I Mostra de Fonoaudiologia em Linguagem Escrita: A
sobre a terminologia utilizada em Audiologia. Diversidade de práticas na interface Saúde e Educação,
que será realizada em novembro, e um evento sobre a
• Duas ações da Comissão de Educação − a I Mostra de contribuição do fonoaudiólogo em Cuidados Paliativos.
Fonoaudiologia em Linguagem Escrita: a diversidade de
práticas na interface Saúde e Educação, com o objetivo • A comemoração do Dia do Fonoaudiólogo, no mês
de promover um espaço de discussão sobre a atuação de dezembro, será organizada pela Comissão de
do fonoaudiólogo diante das questões que envolvem a Divulgação.
linguagem escrita, que se realizará no dia 22 de agosto,
no auditório do SESC Pinheiros, e o lançamento da pu- Acompanhem melhor toda a programação, assim
blicação sobre Fonoaudiologia na Educação: foco inclu- como inscrições, notícias e fotos dos eventos, pelo nosso site
são, com previsão para o mês de dezembro de 2012. <www.fonosp.org.br>.

Errata 1
Informamos que a matéria intitulada Dia Mundial da Voz - 16 de abril - Campanhas da Voz no Estado de
SP, publicada na edição no 53, foi escrita em parceria com o Departamento de Voz da Sociedade
Brasileira de Fonoaudiologia, a quem reiteramos nossos agradecimentos.

Errata 2
Na matéria Fonoaudiologia e importância da atuação com queimados, publicada na edição no 53,
faltou atribuir os créditos da foto ao estágio da FMU que ocorre no HSPE.

15
CREFONO 3
PR | SC

Dando voz à
afasia e ao afásico
Denise Terçariol, (farmacêutica) e Alexsandra Marinho
CRFa 4.628-PR "A proposta mais Dias (fisioterapeuta).

A
O projeto conta com alunos volun-
desafiadora do projeto
afasia é um distúrbio de lin- tários e bolsistas dos diferentes cursos
guagem decorrente de le- de Extensão – Assessoria da área da saúde (Fonoaudiologia, Fi-
são cerebral, que resulta em na Construção de Rede sioterapia, Psicologia, Farmácia, Enfer-
limitações ao sujeito acometido por de Apoio para Sujeitos magem, entre outros), bem como de
ela para continuar exercendo todas outras áreas do conhecimento, como
as funções e papéis que até então ti-
Afásicos de Itajaí e Direito, Jornalismo, Música, Relações
nha na sua família, na sociedade e no Região – no momento é Públicas etc.
mundo do trabalho. legalizar a Associação de Sua execução envolve várias
A maioria dos afásicos deixa de fa- frentes de trabalho, entre elas: ofi-
Afásicos da Foz do Rio
zer praticamente tudo o que fazia an- cina de conversação com um grupo
tes de sofrer a lesão: trabalhar, estudar, Itajaí (AAfas)." de afásicos; grupo de apoio a cuida-
viajar, participar de encontros sociais, dores; atividades de acolhimento e
festas e demais atividades que envol- orientação; participação em reuni-
vem as inter-relações sociais. crevendo sua história. Há alternativas ões dos Conselhos Municipais para
As políticas públicas para a reabili- para ele se ocupar, para se sentir pro- socializar as questões que envolvem
tação do afásico ainda são incipientes dutivo e para ser produtivo, seja para a vida do afásico; articulação com
e, para sua reinserção social, pratica- sua família e/ou para a sociedade, organizações não governamentais
mente inexistentes. A afasia “silencia” desde que lhe sejam proporcionadas e diferentes seguimentos sociais; e
a pessoa e, desse modo, ela acaba condições para isso. ações sociais.
sendo ignorada pela sociedade. Por Foi no contexto do trabalho rea- A proposta mais desafiadora do
ter dificuldades para falar, para ser lizado com os afásicos atendidos no projeto no momento é legalizar a
compreendido, para expressar suas Curso de Fonoaudiologia da Univer- Associação de Afásicos da Foz do
necessidades, para reivindicar seus di- sidade do Vale do Itajaí (Univali), que Rio Itajaí (AAfas). Ela contará com
reitos, o afásico, na maioria das vezes, em abril de 2011 nasceu o Projeto nove membros, que irão compor os
torna-se marginalizado. Em alguns ca- de Extensão “Assessoria na Constru- seguintes conselhos: 1) Conselho Di-
sos, perde até mesmo o comando da ção de Rede de Apoio para Sujeitos retor, composto pelo Diretor-Geral,
sua própria vida. Afásicos de Itajaí e Região”, de auto- Vice-Diretor-Geral, Diretor Adminis-
No entanto, o afásico ainda apre- ria das professoras Denise Terçariol trativo, Diretor Financeiro e Diretor
senta possibilidades de continuar es- (fonoaudióloga), Ana Paula Weber Clínico; 2) Conselho Fiscal, composto

16
CREFONO 3
PR | SC
Fonte: ABC da Saúde – Portal Terra

Existem peculiaridades que diferenciam as afasias e proporcionam


Giro angular • ao médico uma determinação da topografia da região afetada,
• Área de Broca Giro supramarginal • independente da causa. Algumas áreas do cérebro envolvidas no
processamento da linguagem, que ao serem afetadas, resultam na
afasia: Área de Broca , Área de Wernicke , Giro supramarginal , Giro
angular e Cortex auditivo primário.

Área de Wernicke •
• Cortex auditivo primário A afasia “silencia” a pessoa e,
desse modo, ela acaba sen-
do ignorada pela sociedade.

O Projeto de Extensão “Assessoria


na Construção de Rede de Apoio
Com dificuldades para falar, para Sujeitos Afásicos de Itajaí e
para ser compreendido, para Região conta com alunos volun-
expressar suas necessidades, tários e bolsistas dos diferentes
para reivindicar seus direitos, cursos da área da saúde (Fonoau-
o afásico, na maioria das ve- diologia, Fisioterapia, Psicologia, Farmácia, En-
zes, torna-se marginalizado. fermagem, entre outros), bem como de outras
áreas do conhecimento, como Direito, Jornalis-
mo, Música, Relações Públicas etc.

por três membros efetivos e um su- informar e dar suporte aos afásicos e favoreçam a reabilitação e a reinser-
plente. A assembleia de criação da seus familiares, bem como a sujeitos ção social dos afásicos.
AAfas está prevista para o mês de se- com outras alterações de comuni- A sociedade desconhece o que é
tembro deste ano. cação decorrentes de lesões neuro- ser afásico, e a gestão pública, por sua
Mesmo antes de sua legalização, lógicas; divulgar a afasia para que a vez, parece não estar suficientemente
a AAfas já conta com uma sede para sociedade reconheça as limitações, preocupada em efetivar propostas que
receber seus associados e demais in- as necessidades e os potenciais do venham a dar dignidade, vida e quali-
teressados: uma sala dentro de um sujeito afásico; promover o encontro dade de vida aos sujeitos acometidos
imóvel localizado no centro de Itajaí, entre os profissionais de saúde que pela afasia. Dessa forma, os envolvidos
disponibilizado por uma família en- trabalham com os afásicos; promo- na AAfas convocam você, leitor, a fazer
volvida na Associação. ver atividades ocupacionais e de lazer sua contribuição, “dando voz à afasia e
Dentre os objetivos da entidade para os afásicos; lutar pela criação e ao afásico”. Essa é uma das formas de
podem-se destacar: apoiar, orientar, pelo fortalecimento de políticas que você exercer a cidadania.

17
CREFONO 3
PR | SC

Voz Cantada
Doris Beraldo, CRFa 6.965-PR vocal ineficiente, entre outras questões
Ana Cascardo, professora de Canto que dizem respeito à aquisição de uma

M
boa técnica.
esmo sabendo que para fa- Diante desses profissionais, logo é
lar e cantar usamos as mes- possível notar que os conhecimentos
mas estruturas, essas duas do fonoaudiólogo precisam estar bem
funções exigem ajustes e particularida- alinhados em relação à fisiologia e em
des que deixam o trabalho direciona- sintonia com todo um vocabulário
do ao cantor no mínimo interessante. musical que é o dia a dia do cantor. O
O fonoaudiólogo, habituado ao fonoaudiólogo precisa saber que du-
mundo das patologias, das recomen- rante a troca de registros, imprescindí-
dações sobre o que faz bem à produ- vel no canto popular para atingir mais
ção da voz, vê-se diante de inúmeros agudos sem grande sobrecarga, há na
questionamentos relacionados ao verdade uma troca de predominância
universo musical e à convivência diá- muscular. E a falta de automatismo
ria com situações que em nada lem- desses ajustes pode ser um dos mo-
bram as recomendadas para quem tivos da queixa de seu paciente, pois se refletirá nas suas performances em
busca uma boa saúde vocal. um novo repertório pode exigir um shows, gravações, peças de teatro e
Muitas vezes esse é o paciente can- domínio vocal maior e específico, que em outras manifestações artísticas em
tor, um profissional da voz, que duran- necessita de orientações e aquecimen- que a voz seja o instrumento principal.
te a entrevista apresenta as seguintes tos vocais próprios para sua execução. Certamente, nos últimos anos,
queixas: “minha voz está quebrando na Do mesmo modo, os professores com o auxílio da Fonoaudiologia, fo-
zona de passagem, sinto um buraco de canto têm buscado cada vez mais ram desenvolvidos vários estudos so-
na minha voz, tem uma areia quando conhecimento de fisiologia vocal, bre a voz, por meio de pesquisas sobre
canto o agudo, ou sinto que não con- aliando aos saberes inerentes à mú- a fisiologia vocal, cujos resultados têm
sigo mais fazer falsete”. Outras vezes, sica os fundamentos da produção e sido fundamentais para o desenvolvi-
o paciente diz: “fiz meu exame e está manutenção de uma voz saudável. mento de uma técnica mais especí-
tudo bem, mas recentemente mudei Acreditamos que essa situação é es- fica, sobretudo para o canto popular,
o gênero musical, estou com agenda timulada pelo aumento considerá- que não tem ainda uma escola conso-
bem comprometida e preciso melho- vel da demanda de novos cantores lidada como acontece no canto lírico.
rar minha resistência vocal, pois estou também igualmente interessados e Dessa forma, o trabalho integrado
saindo cansado e rouco dos shows”. E desejosos em aumentar seus conhe- desses profissionais tem sido quase que
embora saibamos que seu exame de cimentos, pela própria necessidade imprescindível. O fonoaudiólogo, com
videolaringoscopia esteja normal, a que a prática do canto promove. o foco mais voltado à saúde vocal, e o
presença dessa disfonia funcional, jun- Assim, uma técnica vocal menos professor de canto, com o foco mais es-
tamente com esses dados, indicam no intuitiva e mais consistente pode pro- tético, unem-se para dar ao cantor mais
mínimo um abuso vocal ou uso indevi- porcionar ao profissional da voz can- segurança e domínio sobre seu instru-
do da voz, que pode ser reflexo da falta tada ferramentas úteis para o bom mento. Ganha o fonoaudiólogo, com
de apoio abdominal, do aquecimento desenvolvimento de sua arte, o que um campo infinito de aprendizado e

18
CREFONO 3
4
AL | BA | PB | PR
PE | SC
SE

trabalho, ganha o professor de canto, Essa união entre a ciência e a arte to, arte que ainda precisa desvendar a
que poderá trabalhar de forma mais traz uma deliciosa parceria, de muita produção de tantas possibilidades so-
segura, e sobretudo ganha o profissio- troca e construção, que contribui para noras. Temos, assim, o fonoaudiólogo e
nal da voz, com maior qualidade no a Fonoaudiologia, ciência que tanto o professor de canto como fortes ins-
seu atendimento e, por consequência, precisa da interdisciplinaridade para trutores de uma das artes mais almeja-
maior qualidade no seu trabalho. atuar de maneira efetiva, e para o Can- das pelo ser humano: a arte de cantar.

PLANO DE SAÚDE UNIMED


PARANÁ / CREFONO 3
UMA PARCERIA DE SAÚDE, BEM-ESTAR E QUALIDADE DE VIDA
Prezado(a) Associado(a)
A fim de oferecer a melhor cobertura médico-hospitalar do Brasil a seus associados, o Conselho Regional de Fono-
audiologia − CREFONO 3 firmou contrato com a Administradora de Benefícios IBBCA para a gestão do contrato coletivo
Unimed Paraná.
Esta iniciativa atende ao que estabelecem as Resoluções Normativas (RN 195, RN 196 e RN 204) da Agência Nacional de
Saúde (ANS), em relação aos Planos Coletivos por Adesão, e também ao desejo de lhe proporcionar o que há de mais moderno
em tecnologia de diagnósticos e tratamentos no país.
Este plano encontra-se regulamentado e de acordo com a legislação em vigor, possibilitando assim sua adesão como
titular e a de seus dependentes (cônjuge, filhos solteiros até 35 anos e netos até 21 anos).
Por meio desta ação, levamos até você uma prestação de serviços que prima pela valorização do bem-estar e da vida acima
de tudo, contando com ampla rede de hospitais, clínicas, laboratórios e outros prestadores credenciados.
Colocamo-nos à sua inteira disposição para mais esclarecimentos.
Não perca esta grande oportunidade e faça agora mesmo sua adesão!

Ligue Grátis: 0800 022 3974

19
CREFONO 4
AL | BA | PB | PE | SE

Após reuniões, governo


convoca aprovados em
concurso na Bahia
Secretaria de Saúde da
Bahia nomeou mais
de 50 fonoaudiólogos.
CREFONO 4 participou
ativamente de todas as
reuniões

Secretário de Saúde, Jorge Solla, participou de uma reunião na sede da Delegacia do


CREFONO em Salvador

Maurício Júnior, Pelo Facebook, a fonoaudióloga Lilian Justiça acarretaria à Sesab multa de R$
Assessor de Comunicação Paternostro, uma das convocadas, enal- 10 mil por dia.

N
teceu o empenho dos concursados, que A decisão de obrigar a nomeação
os últimos três meses, diver- entraram em contato com o CREFONO dos concursados deu-se mesmo após
sos fonoaudiólogos baia- 4, foram ao MP, se articularam, pressio- a Sesab já ter convocado os 854 pro-
nos que haviam sido apro- naram via e-mail e conseguiram marcar fissionais de saúde aprovados no con-
vados no Concurso Público reali- a reunião na Delegacia do CREFONO 4 curso em questão, conforme constava
zado pela Secretaria de Saúde do com o secretário de Saúde, Jorge Solla. no edital do exame. De acordo com a
Estado da Bahia (Sesab) e estavam “Parabéns para todos nós”, escreveu. ação das promotoras, a Sesab estaria
aguardando a nomeação das vagas Todas essas convocações só foram mantendo um grande número de con-
puderam, enfim, comemorar a con- concretizadas depois que o Ministério tratos via Reda e terceirizados em áreas
vocação. Depois de alguma reuniões Público da Bahia, por meio da Promo- oferecidas no concurso, mesmo após a
envolvendo o CREFONO 4, a Asso- toria do Grupo de Atuação Especial de convocação dos 854 aprovados.
ciação dos Profissionais Fonoaudió- Defesa do Patrimônio Público e da Mo- Antes mesmo da decisão do MP, o
logos do Estado da Bahia (Aprofeb) ralidade Administrativa, ajuizou ação próprio secretário de Saúde da Bahia,
e alguns dos aprovados que entra- civil pública ordenando a nomeação Jorge Solla, participou de uma reunião
ram com mandato de segurança imediata dos aprovados no concurso, na inauguração da nova Delegacia do
no Ministério Público do Estado da que esteve em vigência até 9 de agosto, CREFONO 4 em Salvador. No encontro,
Bahia (MP-BA), o governador Jaques e a substituição dos profissionais con- o gestor informou que se empenharia
Wagner anunciou e já publicou no tratados via Regime Especial de Direito para nomear o maior número de fono-
Diário Oficial a convocação de quase Administrativo (Reda) e dos terceiriza- audiólogos até o término do prazo do
50 fonoaudiólogos. dos. O descumprimento da decisão da concurso. “Ele abriu as portas para dis-

20
CREFONO 4
AL | BA | PB | PE | SE

cutirmos com os diversos responsáveis nosso estado da Bahia uma nova reali- se bastante interessado na inserção do
pelos setores técnicos da Sesab, com dade”, comemorou Marcela Nogueira, fonoaudiólogo na Rede Estadual. Isso
o objetivo de justificar a necessidade outra fonoaudióloga convocada. é um ponto positivo para nossa cate-
da inserção do fonoaudiólogo nos goria”, comentou a vice-presidente do
diversos níveis de atenção da saúde NOVA VITÓRIA CREFONO 4, conselheira Glória Canto.
pública”, comemorou a presidente do Após inúmeras reuniões entre o go- Mesmo após todas essas nomea-
CREFONO 4, fonoaudióloga Ana Cristi- verno da Bahia e as categorias de saúde ções, a Sesab informou que ainda está
na Montenegro. contempladas no concurso, incluindo trabalhando para a criação de um novo
O CREFONO 4, junto com alguns o CREFONO 4, a Assembleia Legislati- projeto de lei que poderá aumentar
fonoaudiólogos e instituições de saú- va da Bahia (Alba) aprovou, no último ainda mais o número de vagas dispo-
de, elaborou uma nota técnica que foi dia 1º de agosto, o Projeto de Lei nº níveis para fonoaudiólogos, de forma a
entregue à Sesab justificando a neces- 19.891/2012, que cria 342 novos cargos, viabilizar a realização de novo concurso
sidade de nomeação de maior número sendo 22 destinados a fonoaudiólogos para preenchimento dessas vagas. “Eles
de fonoaudiólogo no serviço público. integrantes do quadro de pessoal da (membros do governo da Bahia) estão
“É muito bom participar desta história e Sesab. A boa notícia é que esses novos cientes que o quantitativo de fonoaudi-
descobrir que, unidas, somos mais for- cargos serão ocupados pelos profissio- ólogos nas Unidades de Saúde por Área
tes para lutar pela nossa profissão. Que nais já aprovados no concurso realizado de Atuação continua em defasagem”,
essa luta continue. Estamos trazendo ao em 2008. “O governo da Bahia mostrou- concluiu a fiscal Cristiane Oliveira.

Direito à nomeação em cargos públicos


Por Ricardo Toscano Dias Pereira todo, fazemos as seguintes considera- tituição Federal poderá ser de ate dois
Assessor Jurídico do CREFONO 4 ções, ressaltando que deve-se sempre anos prorrogável por mais dois.

D
ser consultado um profissional da área Quanto aos demais candidatos que
iversas dúvidas a respeito de jurídica, para que analise o caso e dê a foram aprovados além do número de
concursos públicos chegam melhor solução sobre a questão. vagas previsto no edital, bem como nos
ao CREFONO 4, como direi- Uma das maiores demandas rece- casos em que o concurso visava apenas
to à nomeação, prazo de convocação, bidas pelo CREFONO 4 diz respeito a o cadastro de reserva, esclarecemos
preterição de candidatos, etc. profissionais que foram aprovados em que a aprovação gera mera expectativa
Em princípio, cumpre-nos desta- concurso público e ainda não foram de direito à nomeação, cabendo a ad-
car que tais questões fogem da com- convocados para tomarem posse. ministração, dentro de seu poder discri-
petência dos Sistemas de Conselhos, Neste ponto, esclarecemos que ini- cionário, nomear os candidatos aprova-
uma vez que o mesmo não tem a fun- cialmente deve ser observado o nú- dos de acordo com a sua conveniência
ção de fiscalizar ou analisar a realização mero de vagas previstas no edital, ou e oportunidade, observando, ainda, a
de concursos públicos, tendo por ob- se o mesmo era apenas para cadastro sua disponibilidade orçamentária.
jetivo principal a normatização e fisca- de reserva. Entretanto, a mera expectativa se
lização da profissão com atribuições No primeiro caso, existindo previ- transforma em direito a partir do mo-
mais restritas às questões éticas. são das vagas, é direito líquido e certo mento em que, dentro do prazo de
Contudo, no intuito de melhor es- do candidato aprovado, dentro da or- validade do certame, há contratação
clarecer aos profissionais que acionam dem de classificação, ser nomeado e de pessoal, de forma precária (contra-
o Conselho, visando não só a valori- tomar posse, contudo o órgão poderá tos terceirizados ou temporários), para
zação do profissional fonoaudiólogo, fazer dentro do período de validade do o preenchimento de vagas existentes,
mas também a população como um concurso, que de acordo com a Cons- em flagrante ilegalidade e imoralida-

21
CREFONO 4
AL | BA | PB | PE | SE

de, face àqueles que, regularmente seja, somente tem direito a nomeação, qualquer ação em prol dos candidatos
aprovados em concurso público, ainda o candidato aprovado em concurso contra os atos arbitrários e ilegais das
válido, estariam aptos a ocuparem o público dentro do número de vagas autoridades que burlam o princípio
mesmo cargo. previsto no edital; se a ordem de classi- da acessibilidade aos cargos públicos,
Da mesma forma, surge o direito, na ficação não for observada; ou, ainda, se aqueles que se sentirem prejudicados
hipótese de preterição da ordem clas- houve contratação terceirizada ou tem- devem recorrer ao Ministério Público
sificatória, uma vez que a nomeação porária, para o mesmo cargo e função. ou diretamente ao Poder Judiciário,
deve observar a ordem de classificação Na ocorrência das hipóteses acima através de profissional advogado de
no concurso, sob pena da sua invali- referidas, em razão do CREFONO 4 não sua confiança, para que sejam tomadas
dade decorrente de tal preterição. Ou possuir competência para promover as medidas cabíveis.

Você mantém banco de dados


atualizado em relação aos seus
pacientes?
Criação de um banco de informações possibilitará diversas
análises que poderão ser realizadas e utilizadas em prol do
desenvolvimento da Fonoaudiologia
Maurício Júnior, contra eventuais demandas judiciais, encontram em constante atualização.
Assessor de Comunicação além de auxiliar o Sistema de Conse- Contudo, o dado mais preocupante

V
lhos Federal e Regionais de Fonoau- em relação à pesquisa é que ainda
ocê mantém banco de dados diologia em projetos voltados para existem profissionais que não armaze-
atualizado ou em constante saúde pública e coletiva. nam os dados dos seus pacientes.
atualização dos procedimen- Durante os meses de junho e julho A pesquisa realizada pelo CREFO-
tos realizados com seus pacientes? do corrente ano, o CREFONO 4 realizou NO 4 representa uma amostragem,
Preenche o prontuário corretamente? em seu site (<www.crefono4.org.br>) pois, dos 3.500 fonoaudiólogos re-
Registra e divulga as informações le- uma enquete para saber se os profis- gistrados nesta jurisdição, apenas 1%
vantadas? Se a resposta for positiva, sionais estão atualizando os prontuá- respondeu. “O número inexpressivo
ponto para você. Caso o não prevale- rios de seus pacientes. Dos profissio- de respostas à enquete denota que o
ça nas respostas, inicie seu banco de nais que participaram da pesquisa, 15 fonoaudiólogo não dá sua contribui-
dados para que num futuro próximo responderam que armazenam dados ção para que o Conselho tenha um
você possa usá-lo em prol do exercí- apenas impressos, e 13, que mantêm perfil da classe em relação à conduta
cio da sua profissão perante gestores regularmente banco de dados digi- de registros de prontuários”, comen-
de hospitais municipais, estaduais talizados; porém, 5 admitiram que tou a tesoureira do CREFONO 4, con-
etc., bem como para se defender seus bancos de dados digitais não se selheira Cleide Teixeira.

22
CREFONO 4
AL | BA | PB | PE | SE

Recentemente, o CFFa publicou a cumprimento de ordens judiciais. de cada paciente, e, no caso de o


Resolução nº 415/2012 que substitui a “O assessor jurídico do CREFONO 4, prontuário ser eletrônico, devem ser
Recomendação nº 10/2009, tornando Ricardo Toscano Dias Pereira, alerta respeitados os mesmos critérios de
obrigatório o registro em prontuário, que a guarda dos prontuários serve segurança e confidencialidade.
manuscrito ou eletrônico, de todos não só para garantir o cumprimen- Diante do resultado da enquente,
os atendimentos e procedimentos to de ordens judiciais, como na hi- a intenção do CREFONO 4 é chamar a
fonoaudiológicos. Esses documentos pótese de uma ação de exibição de atenção do fonoaudiólogo para a im-
devem ser guardados por um perío- documentos, em que o profissional portância de armazenar esses dados
do mínimo de dez anos após a alta deverá exibir em juízo o prontuário não só como garantia jurídica, mas
do paciente ou a suspensão ou aban- fonoaudiológico, sob pena de mul- também para divulgar alguns dados
dono do tratamento pelo paciente, ta ou indenização ao paciente, mas epidemiológicos referentes aos dis-
devendo ser disponibilizado ao Con- também como segurança jurídica túrbios fonoaudiológicos (prevalên-
selho Regional de Fonoaudiologia para o próprio profissional, que po- cia de idade, tempo de atendimento
sempre que solicitado. “Antes mesmo derá se defender judicialmente nas e de tratamento, número de pacien-
de a Recomendação se tornar uma demandas envolvendo imperícia e tes, entre outros).
Resolução, já orientávamos, em nos- erro fonoaudiológico. “Após a criação desse banco de
sas fiscalizações, quanto à necessida- Caso o atendimento seja realizado informações, diversas análises po-
de do seu cumprimento. A partir da por um estagiário, o registro deve con- derão ser realizadas e utilizadas em
publicação dessa Resolução, torna-se ter a identificação e assinatura de um prol do desenvolvimento da Fono-
obrigatório o atendimento ao dispos- fonoaudiólogo supervisor. Nos aten- audiologia, como a elaboração de
to na norma, e, caso o fonoaudiólogo dimentos domiciliares, o profissional projetos de lei para a expansão da
descumpra, ficará sujeito a responder deve seguir os mesmos trâmites da prestação de serviços fonoaudioló-
processo ético perante o Conselho”, Resolução Anvisa/RDC nº 11/2006 e gicos nos níveis de atenção básica
destaca a fiscal do CREFONO 4, Rita demais normas de prontuários domi- e de média e alta complexidade”,
de Cássia Valença. ciliares. Para o atendimento em grupo, destaca a presidente do CREFONO
Na Resolução, o CFFa elenca os é necessário o registro nos prontuários 4, Ana Cristina Montenegro.
dados que devem constar nos pron-
tuários, independentemente de ser ENQUETE
o primeiro registro ou de o prontu- Você possui banco de dados digital atualizado referente a seus pacientes?
ário ser de acesso à equipe multidis-
ciplinar. Além de não poder delegar
suas prescrições e anotações nos
prontuários, cabe ao fonoaudiólogo
guardar esses documentos em lo-
cal adequado, resguardando-os do
acesso por pessoas estranhas, exceto
se o profissional trabalhar em insti-
tuições e/ou serviços multiprofissio-
nais, onde a guarda é de responsabi- 37,1% 45,7% 14,3% 2,9%
lidade da instituição.
Sim
É garantido o acesso às infor-
Não, pois armazeno dados impressos
mações do prontuário aos pacien-
Não, possuo banco digital, mas não em constante atualização
tes, representantes legais ou em
Não armazeno os dados de meus pacientes
*Pesquisa realizada até o dia 1º de agosto de 2012.

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CREFONO 5
AC | AP | AM | DF | GO | PA | RO | RR | TO

Deivid Souza
Equipe de residência em Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas de Goiás.

Residência multiprofissional

em Goiás
Deivid Souza,
Repórter
da saúde, como Nutrição e Psicolo-
gia, entre outras. O programa pre-
ca, UTIs etc. Esse rodízio está previsto
no cronograma do projeto.

E
vê um núcleo de conteúdo comum “Além disso, os residentes tam-
m Goiânia, o Hospital das Clí- a todas as áreas e, além deste, con- bém experimentam o atendimen-
nicas da Universidade Federal teúdos específicos da Fonoaudio- to em unidades da rede básica e o
de Goiás (HC) mantém, entre logia. A residência é dividida em atendimento da prefeitura, que é
outras especialidades, a residência duas áreas de concentração − Ur- domiciliar”, explica Maria Luisa, fono-
em Fonoaudiologia. A residência mul- gência e Emergência e Saúde Ma- audióloga e gerente da Seção de Fo-
tiprofissional é um programa que visa terno Infantil. noaudiologia do HC.
o aperfeiçoamento de profissionais A residência em Urgência e Emer- A outra linha de residência em Fo-
formados, o que acontece por meio gência passa por todas as unidades noaudiologia, denominada Saúde Ma-
de aulas teóricas e atividades práticas. do hospital, entre elas: Clínica Cirúrgi- terno Infantil, também faz uma passa-
O caráter multiprofissional está ca, Clínica Médica, Ortopedia, Pronto- gem por todas as clínicas do hospital,
relacionado com outras oito áreas Socorro, Serviço de Urgência Pediátri- só que de maneira mais breve. Esta

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CREFONO 5
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João Tavares

João Tavares
A residente em Fonoaudiologia Cíntia Aparecida de Oliveira Abadia (E) A preceptora fonoaudióloga Lúcia Inês de Araújo (E) e a residente
realiza procedimentos sob a orientação do preceptor fonoaudiólogo fonoaudióloga Tuanny Guilarducci Coutinho (D) em atendimento na
João Antonio Gomes Tavares (D). área de Urgência e Emergência.

linha tem foco em Maternidade, Clí- cia Multiprofissional do HC, Eulange reconhece a residente do segundo
nica de Pediatria, Urgência Infantil e de Sousa. ano Ana Claudia Neres Pessoa.
UTI Neonatal, Clínica Fonoaudiológica, O intuito é complementar a for- Para fazer parte do programa
e também faz uma vivência em uma mação acadêmica, conforme explica é necessário passar por uma seleção
unidade de saúde fora do HC. Maria Luisa: “é um campo não só para que fica a cargo da Universidade Fe-
Na prática, o paciente é atendido aperfeiçoar, mas também para espe- deral de Goiás (UFG). Entre as ferra-
por profissionais de diversas áreas, cializar, já que na graduação há um mentas de seleção estão provas teó-
sendo que cada um cuida do bem- conteúdo extenso para ser visto num ricas e avaliação curricular.
estar do paciente segundo sua espe- curto espaço de tempo” É exigida do postulante disponi-
cialidade. Como são profissionais de Além de aprender, outro aspec- bilidade de 60 horas semanais, divi-
ramos distintos da saúde, a residência to desenvolvido é a autoconfiança. didas entre teoria e prática, além da
favorece a troca de experiências. Como o residente vivencia a prática dedicação exclusiva ao programa. Em
“Há uma integração muito grande profissional por um período relativa- contrapartida, é oferecida uma bolsa-
com as especialidades médicas tam- mente extenso – dois anos –, adquire auxílio para manutenção do residente.
bém; assim, o campo da Fonoaudiolo- segurança para atuar e tomar decisões Além das atividades clínicas, o resi-
gia está ficando mais amplo a partir da em diversas situações. “Para mim tem dente realiza estudos, que no final da
residência multiprofissional. As espe- sido de grande valia a prática supervi- residência entrega à UFG. O trabalho
cialidades médicas estão descobrindo sionada, na qual desenvolvemos uma de conclusão de curso é executado
a importância da Fonoaudiologia para maior segurança”, avalia a residente sob a orientação de um profissional,
seus pacientes”, ressalta Lucia Inês de Nayana Thaysse Araujo Luiz Muniz. o qual deve ter, no mínimo, mestrado,
Araujo, fonoaudióloga e professora da A abundância de situações é uma conforme exigência do Ministério da
Seção de Fonoaudiologia do HC. oportunidade para conhecer diferen- Educação (MEC). O trabalho de con-
Dentro dessa visão de multidis- tes realidades e aproveitar a orienta- clusão precisa, também, ser enviado
ciplinaridade, a atuação do fonoau- ção. “É muito importante esta atuação para uma revista científica.
diólogo é reconhecida como uma aqui dentro do hospital em conjunto Na Seção de Fonoaudiologia do
vantagem para os pacientes. “Agrega com a supervisão adequada. Há uma HC trabalham três fonoaudiólogos
especialmente no conjunto com sua enorme gama de pacientes diferen- formados e oito residentes, distribuí-
especialidade, em um hospital terciá- ciados aqui. É bastante importante dos em duas áreas, sendo quatro na
rio como o nosso é fundamental”, re- essa vivência, por conta dessa varieda- área de Saúde Materno Infantil e qua-
conhece a coordenadora de Residên- de de pacientes que a gente atende”, tro na Urgência e Emergência.

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CREFONO 5
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Oficinas de Fonoaudiologia
Educacional mobilizam
profissionais da 5ª Região

Arquivo CREFONO 5
Professores, alunos e profissionais que atuam na área da Fonoaudiologia Educacional participaram da VI
Oficina de Sensibilização.

Deivid Souza, de Fonoaudiologia da 5ª Região (CRE- ação e formação dessa especialidade.


Repórter FONO 5), juntamente com o Conselho A oficina contou com o apoio da

A
Federal de Fonoaudiologia e a Socieda- Pontifícia Universidade Católica de
Fonoaudiologia Educacional de Brasileira de Fonoaudiologia, realizou Goiás (PUC-GO) e teve a participação
é uma especialidade; mais oficinas em Goiânia, Manaus e Belém. de 90 inscritos, entre fonoaudiólogos
que isso, é uma maneira de e acadêmicos do Curso de Fonoau-
trabalhar como ponto de apoio à GOIÂNIA diologia. Um dos destaques do even-
questão pedagógica. Esse trabalho Nos dias 9 e 10 de maio de 2012, to foi a apresentação feita pela fono-
diferenciado não tem o enfoque clíni- foi realizada em Goiânia-GO a VI Ofi- audióloga Eliana Marques, que atua
co, e sim a atuação do fonoaudiólogo cina de Sensibilização para docentes, no Núcleo de Assessoria Educacional
dentro de um projeto amplo, que visa discentes e profissionais que atuam na Multiprofissional, junto às escolas da
identificar necessidades globais, dis- área da Fonoaudiologia Educacional. rede estadual de Goiás. “Apresentei o
cutir soluções com os envolvidos, em Foram dois dias de reflexão em busca trabalho da Fonoaudiologia Educacio-
determinados casos com professores de novos conhecimentos e diferen- nal desenvolvido há 12 anos, em equi-
de escolas públicas ou privadas, e dar tes saberes, visando à reconstrução, à pe, dentro do Programa de Educação
orientações para solução. ampliação e ao fortalecimento da atu- Inclusiva, num esforço de contemplar
Com o intuito de ampliar a discussão ação do fonoaudiólogo na Educação, a diversidade escolar”, relatou.
com mais profissionais e acadêmicos de com temas relacionados à Fonoaudio- Ela entende que as oficinas devem
Fonoaudiologia, o Conselho Regional logia Educacional, às diretrizes de atu- ser vistas como parte do processo de

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CREFONO 5
AC | AP | AM | DF | GO | PA | RO | RR | TO

amadurecimento desse segmento da Zorzi (CFFa), da doutora Vera Garcia logia Educacional, e esperam que o
Fonoaudiologia, que pode melhorar (SBFa) e de profissionais da região que conselho possa proporcionar outras
na medida em que consolida mais relataram suas experiências na área oficinas em outras oportunidades”.
uma área de atuação do fonoaudiólo- de Fonoaudiologia Educacional no A participação foi além da expec-
go. Em Goiás, por exemplo, as oficinas Estado do Amazonas, especialmente tativa do CREFONO 5. “Com o apoio
têm contribuído para o entendimento no município de Manaus. O CREFONO da Sociedade Brasileira e do Conselho
e a aceitação da atuação educacional, 5 foi representado pela presidente, Sil- Federal de Fonoaudiologia, a realiza-
e não clínica, do fonoaudiólogo den- via Maria Ramos, e pelas conselheiras ção das oficinas foi um marco inicial
tro das escolas. Por outro lado, com a Renata Federighi e Thelma Alcantara. para futuras ações sobre a atuação
regulamentação da Fonoaudiologia A oficina contou com a participação da Fonoaudiologia na Educação; ne-
Educacional, poderemos reivindicar expressiva de profissionais, docentes las foram construídas, coletivamente,
a realização de concursos públicos, e discentes de Fonoaudiologia do estratégias para efetivar mudanças na
abrindo novas perspectivas profissio- Amazonas, e, ainda, com profissionais formação e na atuação profissional na
nais nessa área”, acrescenta. de Rondônia que também contribuí- área da Fonoaudiologia Educacional,
Para a conselheira Renata Colli- ram na discussão. No segundo dia foi com ações que favorecerão a contri-
chio, presidente da Comissão de Edu- possível realizar o grupo de trabalho buição da transformação da atuação
cação do CREFONO 5, “o evento tem e foram levantadas metas/ações para do fonoaudiólogo na equipe educa-
sido importante para fazer com que o fortalecimento da Fonoaudiologia cional”, acredita Renata Collichio.
profissionais e acadêmicos repensem Educacional no Estado do Amazonas.
a Fonoaudiologia Educacional”. Para a fonoaudióloga Ivy Martins, BELÉM
“a participação de acadêmicos e pro- A terceira oficina da 5ª Região
MANAUS fissionais foi acima da expectativa, aconteceu em Belém-PA, nos dias 9 e
A edição de Manaus foi realizada tanto que, assim que foi divulgada 10 de agosto. A programação também
na Faculdade Marta Falcão, nos dias 18 a oficina em Manaus, logo as inscri- teve como objetivo a sensibilização de
e 19 de junho de 2012. O público-alvo ções estavam esgotadas e pudemos profissionais e acadêmicos para a Fo-
foram os docentes e alunos da insti- realizar uma ampla discussão sobre a noaudiologia Educacional, e o assunto
tuição. A programação também con- questão educacional. Profissionais e empolgou os participantes, sendo um
tou com a presença da doutora Bian- acadêmicos puderam emitir opiniões, marco para que fizessem uma reflexão
ca Queiroga (CFFa), do doutor Jaime mostrando interesse pela Fonoaudio- da atuação na área educacional.

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CREFONO 6
ES | MG | MS | MT

Novas políticas de aten


e a Fonoaudiologia ent

O Plano Viver Sem Limite propõe a integração do deficiente na atenção à


saúde, no acesso à educação, na acessibilidade e na inclusão social

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CREFONO 6
ES | MG | MS | MT

nção à saúde
tre elas
Isadora Dantas, exemplo, mesmo que temporária, será atendido
Assessora de Comunicação pela Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência.

O
Em reunião com Mônica Farina, coordenadora da
ano de 2011 ficará marcado pelas políti- Atenção à Pessoa com Deficiência da SES/MG, ela
cas de atenção ao deficiente a partir do esclareceu aos representantes do CREFONO 6 que
Decreto nº 7.612, de 17 de novembro, a nova política propõe a visão da funcionalidade do
pelo qual a presidente Dilma Rousseff instituiu o indivíduo e sua inserção no mercado e na vida.
Plano Viver Sem Limite – Plano Nacional dos Di- A Portaria institui a criação dos Centros Es-
reitos da Pessoa com Deficiência, um programa pecializados em Reabilitação (CER), ponto de
que visa a autonomia das políticas de atenção ao atenção ambulatorial em que serão realizados
deficiente por meio de programas interministeriais diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação
que proporcionarão a integração do deficiente na e manutenção de tecnologia assistiva. Os CER
atenção à saúde, no acesso à educação, na acessi- podem ser organizados em CER II, contendo
bilidade e na inclusão social. dois serviços de reabilitação, CER III, três serviços,
Como início das ações da saúde dentro do e CER IV, quatro ou mais serviços. Os anexos ou
Viver Sem Limite, o Ministério da Saúde publicou, instrutivos que se espera para definir as equipes
em 24 de abril de 2012, a Portaria nº 793, que ins- e detalhes dos serviços instituídos pela Portaria,
titui a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência ainda não foram publicados, e devido à greve do
no âmbito do Sistema Único de Saúde. A Portaria serviço público federal não há previsão.
tem gerado muitas dúvidas quanto às políticas já Juntamente com a Portaria nº 793 foi publicada
existentes, nas quais a atuação fonoaudiológica a Portaria nº 835, de 25 de abril de 2012, que ins-
está presente. Representantes da Diretoria e da Co- titui os incentivos financeiros para a formação das
missão de Saúde do CREFONO 6 reuniram-se com Redes de Cuidado. Raimundo Neto (CRFa 6-1361),
representantes da Secretaria de Estado de Saúde representante da Junta Reguladora de Atenção à
de Minas Gerais (SES/MG) e Secretaria Municipal Saúde Auditiva de Belo Horizonte, esclarece que as
de Saúde de Belo Horizonte para esclarecer alguns Redes que já têm seu modelo de atuação não so-
questionamentos dos profissionais. frerão alterações, apesar da revogação das demais
A Portaria de nº 793 revoga as demais exis- portarias: “O que já existe não será alterado, apenas
tentes que estabelecem as “redes de atenção”, no não haverá novos credenciamentos”, explica o fo-
entanto apresenta uma proposta de integralidade noaudiólogo. Além disso, é possível que novos re-
dos serviços de saúde aos deficientes e uma nova cursos, a partir do disposto na Portaria nº 835, pos-
visão à deficiência, assistindo não apenas aquelas sam melhorar os serviços já existentes.
permanentes, mas as temporárias, progressivas, re- Para a criação da Rede de Cuidados á Pessoa com
gressivas ou estáveis. Ou seja, o paciente que se aci- Deficiência, é necessário um diagnóstico situacional
sxc.hu

dentou ocasionando uma deficiência motora, por de cada estado, estabelecendo a real necessidade

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CREFONO 6
ES | MG | MS | MT

Em Minas Gerais a Atenção à Saúde


Auditiva funciona em parceria com es-
tado, municípios e setores privados, por
meio de clínicas-escolas funcionando
em um modelo misto, com cerca de
600 fonoaudiólogos envolvidos em
todo o estado. Gabriela Januário (CRFa
6-3314), representante da Saúde Audi-
tiva da SES/MG, acredita que as novas
políticas de atenção ao deficiente ge-
ram a necessidade de maior articulação
entre as coordenações de outras políti-
cas que atendam ao deficiente.

Arquivo CREFONO 6
A Rede de Reabilitação Auditiva
de Minas Gerais é elogiada nacional-
mente e conta com fonoaudiólogos
na linha de frente do programa. Isso
A conselheira Vitória Valentim, representando o CREFONO 6, toma posse no Condef/ES.
também acontece no Mato Grosso,
onde o Cridac, pertencente à SES-
regional para implantação da Rede. Para A IMPORTÂNCIA DO FONOAUDI- MT, dispõe da atenção à reabilitação
os trabalhos de levantamento de dados ÓLOGO NA LINHA DE FRENTE já nos novos modelos estabelecidos
e acompanhamento das Redes, a Porta- Como proposta da atual gestão do por programas recém-lançados pelo
ria instituiu o Grupo Condutor Estadual CREFONO 6, a divulgação da Fonoau- governo. “As áreas de gestão pública
de Cuidados à Pessoa com Deficiência, diologia tem sido prioridade no órgão. ou mesmo de coordenação de servi-
com participação dos estados que têm Os profissionais têm participado ativa- ços, tendo à frente fonoaudiólogos,
autônima para indicar os participantes, mente de campanhas e de programas têm mostrado grandes resultados em
e coordenação das Secretarias de Saú- que visam divulgar a importância da nossa região, como é o caso de MG
de estadual ou distrital e do COSEMS – profissão em diversas áreas, no entan- e MT”, afirma Graziela Zanoni (CRFa
Conselho de Secretários Municipais de to é fundamental que esse profissional 6-1287), presidente do CREFONO 6.
Saúde. O grupo ainda conta com apoio apresente propostas dentro de seu
institucional do Ministério da Saúde. ambiente de trabalho, seja público ou NA PRÁTICA
Mato Grosso e Minas Gerais avan- privado. Raimundo Neto, representante Simone de Oliveira Santos (CRFa
çam na formação do Grupo Condutor e da Junta Reguladora de Saúde Auditiva 6-2600), fonoaudióloga do Nasf em
no diagnóstico situacional de seus esta- em Belo Horizonte observa que nos úl- Alfenas-MG, é uma profissional que
dos. Ambos já deram início ao proces- timos anos houve um número grande sempre participa das campanhas de
so e, de acordo com Roberta de Freitas de fonoaudiólogos ocupando cargos divulgação e realiza alguns projetos em
(CRFa 6-6981-1), conselheira do CREFO- de gestores em programas do gover- sua cidade. As atividades realizadas no
NO 6, representando o Centro de Rea- no: “A reabilitação auditiva dá certo em Nasf têm caráter preventivo e de orien-
bilitação Integral Dom Aquino Corrêa Minas, muito pelo perfil do fonoaudió- tação, no entanto também é realizada
(Cridac), membro do Grupo Condutor logo, pois ele tem a marca do cuidado, a parte de reabilitação, que acaba por
no Mato Grosso, “o levantamento já foi e é isso que essa nova portaria do Mi- ocorrer devido à grande demanda na
feito e discutido em reunião ocorrida na nistério da Saúde traz” (refere-se, Neto, saúde primária. Isso faz com que o fo-
primeira quinzena de agosto”. à atuação do profissional como gestor). noaudiólogo do serviço fique por vezes

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CREFONO 6
ES | MG | MS | MT

impossibilitado de executar a função NOVOS PROGRAMAS, NOVAS Conferências Estaduais da Pessoa com
primordial do Nasf, a prevenção. PERSPECTIVAS DE TRABALHO Deficiência
Como um dos projetos que Si- Nos últimos anos novos progra- No mês de junho ocorreu em
mone executa em sua cidade está a mas de saúde foram criados pelo Belo Horizonte a III Conferência Es-
Capacitação dos Agentes Comuni- governo federal e implantados tadual da Pessoa com Deficiência,
tários de Saúde (ACS), embasada na nos estados. Muitos deles contam da qual participou a presidente do
importância de esses profissionais com a atuação fonoaudiológica e CREFONO 6, Graziela Zanoni, repre-
terem acesso a conhecimentos de tendem a crescer. No Mato Grosso sentando a sociedade civil, como
membro do Conselho Estadual
promoção da saúde. “O ACS é o elo do Sul a Rede Cegonha, instituí-
de Defesa dos Direitos da Pessoa
entre nós, profissionais, e o paciente. da pela Portaria nº 1459 de junho com Deficiência de Minas Gerais
Daí a importância de levar conheci- de 2011, um programa federal, já (Conped/MG). Na Conferência, al-
mento e informação a ele. Eu elaboro está em andamento e, de acordo gumas propostas inclusivas e já ade-
o projeto, apresento à coordenação e, com apresentação publicada pela quadas à integralidade que propõe
assim que aprovado, corro atrás dos Secretaria de Saúde do estado, o Viver Sem Limite foram apresen-
recursos para executá-lo, sendo estes os recursos já foram liberados e tadas e definidas como prioritárias a
serem apresentadas tanto ao gover-
da prefeitura, do estado ou de empre- o cronograma vai até 2014. Den-
no do estado quanto ao Ministério
sas privadas”, explica Simone. Para a tro desse projeto há o aumento
da Saúde. No Mato Grosso, o CRE-
profissional, a atuação perante as ges- das Unidades de Terapia Intensi- FONO 6 também esteve presente
tões de saúde não repercute apenas va Neonatal e Unidade Interme- em sua II Conferência Estadual, em
no lado profissional, mas também no diária Neonatal. A Rede Cegonha julho, representado pela conselhei-
pessoal. “Tudo é válido e o caminhar é também está em vigor em Minas ra Roberta de Freitas, que acompa-
difícil, mas é um trabalho gratificante Gerais, onde leva o nome de Mãe nhou as discussões no estado. No
que faz parte da humanização da saú- de Minas e prioriza o acompanha- Espírito Santo, Vitória Valentim (CRFa
6-84) participou como conselheira
de”, finaliza. mento da saúde da gestante e da
do CREFONO 6, representando a so-
O aperfeiçoamento do fonoau- criança até o seu 2º ano de vida. ciedade civil pelo Conselho Estadual
diólogo também é importante. De A nova Portaria nº 793 eleva a aten- da Pessoa com Deficiência (Condef ).
acordo com Graziela Zanoni, muitos ção ao deficiente e propõe a melho- Nesta III Conferência do ES, ocorrida
municípios dispõem de salas de Te- ria em seu atendimento, ampliando em agosto,Vitória foi eleita represen-
lessaúde, onde o profissional pode ter a rede e reestabelecendo a definição tante do estado para a Conferência
acesso gratuito a outros colegas para de deficiente para o SUS. A partir da Nacional. Todas as propostas prio-
rizadas nos estados foram encami-
discussão de caso, participação em abertura dos CER há a expectativa pela
nhadas para a Conferência Nacional
cursos que estejam acontecendo em abertura de concursos e o desafoga- que ocorrerá entre os dias 3 e 6 de
outra cidade, através de videoconfe- mento da rede de atenção primária, dezembro próximo.
rência: “Esse é um ótimo mecanismo que, sobrecarregada, acaba por aten- Por meio de seus conselheiros
para a capacitação profissional que der demandas que deveriam ser enca- nos estados da 6ª Região, o CREFO-
por vezes é esquecido. É importante minhadas adiante. NO 6 atua em movimentos que pre-
informar-se e buscar conhecimen- Os responsáveis, no Espírito Santo, zam pela cidadania da pessoa com
deficiência, participando, assim, do
to sempre”, afirma. Vale ressaltar que pelas políticas retratadas nessa matéria
controle social e tendo espaço para
esse serviço está disponível para o não foram encontrados para falar so- apresentar propostas e discutir, de
profissional que atenda na rede públi- bre o assunto. Para entender melhor a forma direta, com representantes
ca, e ele deve se informar diretamente nova Portaria de Atenção ao Deficien- dos governos, assuntos relaciona-
com sua coordenação ou com o Nú- te, acesse o site do Ministério da Saúde: dos à Fonoaudiologia.
cleo de Telessaúde de seu estado. <www. portalsaude.saude.gov.br>.

31
CREFONO 7
RS

Fonoaudiologia em saúde
mental: uma contribuição
à interdisciplinaridade
Leonardo Teodoro Moreira Falcão, diz respeito à terapêutica das patolo- de casos clínicos comecei a abordar
CRFa 7.585-RS1 gias orofaciais, da linguagem, da fala, temas fonoaudiológicos que se ade-

A
da voz, da audição, da comunicação quavam aos estudos discutidos.
partir da reforma psiquiátrica funcional, propriamente dita. Ou seja, Como a instituição era voltada
implantada no Brasil, na déca- a Fonoaudiologia nasceu em meio a para o atendimento familiar, logo
da de 1980, os olhares e abor- esse imenso caldo cientifico cultural senti a necessidade de ampliar meu
dagens terapêuticas ganharam novas e consolidou-se como conhecimen- olhar à família, que era onde muitas
paisagens no trato da saúde mental. to prático reconhecido para além do vezes os tratamentos enfrentavam
Com esse movimento, profissionais mero funcional. Porém, a produção as maiores dificuldades. A especiali-
das áreas componentes do segmento teórico-científica permanecia como zação em terapia familiar e de casal
da saúde passaram a vislumbrar ou- encargo das ciências mais consolida- de abordagem sistêmica ajudou-me
tras formas de tratamento do que me- das em nossa comunidade científica. a compreender melhor o contexto
ramente a internação dos pacientes A necessidade de procurar contex- familiar e as dinâmicas familiares em
em instituições manicomiais, e, a par- tos que viessem a complementar e ex- várias situações em que as evoluções
tir das discussões interdisciplinares, os pandir o conhecimento adquirido na fonoterapêuticas estancavam.
horizontes, até então acostumados graduação fez com que profissionais Um aspecto que me ajudou nessa
a tatear os conteúdos específicos de da Fonoaudiologia buscassem a apro- atividade com famílias em sofrimento
cada área, com ênfase na abordagem ximação com áreas afins, algumas de- psíquico foi a prática da integração
psiquiátrica, ampliaram-se para além las identificadas como pertencentes à com o grupo familiar para tentar com-
dos próprios domínios. saúde mental, principalmente nos cur- preender seu sofrimento e dar supor-
Esse quadro gerou grande insegu- sos de pós-graduação. A aproximação te tranquilizador à ansiedade dos seus
rança, principalmente no início das dis- com essas instâncias deu mais consis- membros, técnica que permite a cir-
cussões, quando as interfaces coloca- tência às nossas práticas clínicas, bem culação do sintoma no grupo, não se
vam-se como pontos nevrálgicos dos como à produção teórica. restringindo apenas ao paciente iden-
limites de atuação das áreas envolvidas. Minha situação não foi diferente. tificado e estigmatizado com a pato-
A Fonoaudiologia, como ciência Ao atender em uma clínica onde os logia ou transtorno elencado como o
reconhecida pelas instituições gover- profissionais eram psiquiatras e psi- único “problema”. Para isso a compre-
namentais, nasceu num contexto se- cólogos, engajados no movimento ensão da dinâmica do funcionamento
melhante ao relatado acima. Antes de antimanicomial, com proposta inter- familiar específico é uma ferramenta
se chamar Fonoaudiologia, a Logope- disciplinar, logo me inseri na equipe, importante. É uma forma de manter
dia transitava pelas áreas da Linguísti- mesmo sem ter muita noção daquela o tratamento preservado, minimizan-
ca, da Psicologia, da Psicopedagogia, proposta. Um fato que me surpre- do os conhecidos boicotes familiares
da Neurologia, da Otorrinolaringolo- endeu foi a falta de informação dos (devido ao aumento da ansiedade do
gia, da Foniatria, na busca do espaço membros da equipe sobre a Fonoau- grupo), justamente quando o pacien-
que tais áreas não preenchiam no que diologia, e quando havia discussões te tem evolução positiva, os quais,

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RS

frequentemente, colocam qualquer te, que na minha percepção pode ser


"Frequentemente,
terapia em risco. chamado de agente, não permanecer
um atendimento
Quando o atendimento é ampa- observando a cena terapêutica como
fonoaudiológico
rado ou compartilhado por equipe espectador, mas sim como participan-
amplia-se para outras
interdisciplinar, as intervenções são te do processo de consolidação da dig-
demandas terapêuticas,
realizadas com mais segurança, pois nidade humana.
ocorrendo também o
profissionais de outras especialidades Para finalizar esta reflexão, lembro
caminho inverso"
dão suporte ao profissional que está no que a Organização Mundial de Saúde
atendimento, principalmente quando o (OMS) define saúde mental como “[...] o
grupo está bem afinado. Por outro lado, acolhimento de suas teorias/diagnós- estado de bem-estar no qual o indivíduo
quando o atendimento é realizado so- ticos, por parte de outros saberes, para realiza as suas capacidades, pode fazer
mente pelo profissional, sem o aporte a construção de uma compreensão clí- face ao stress normal da vida, trabalhar
da equipe, cabe a ele buscar ajuda nas nica. Frequentemente, um atendimen- de forma produtiva e frutífera e contri-
áreas que correspondam à demanda to fonoaudiológico amplia-se para buir para a comunidade em que se inse-
do referido atendimento. Para isso é in- outras demandas terapêuticas, ocor- re”, ou seja, a saúde não significa apenas
teressante manter uma rede de relacio- rendo também o caminho inverso. a ausência de doenças e, sim, um estado
namento com profissionais de outras A noção do espaço psíquico como de bem-estar biopsicossocial.
áreas para discussão de casos em que âmbito operacional, no conversar, le- A Fonoaudiologia tem papel im-
esteja enfrentando dificuldades. vou-me a considerar que posso gerar portantíssimo na configuração de um
Dessa forma a interdisciplinarida- um espaço interfásico capaz de pos- desenho mais humanitário em equipes
de entrou na minha atuação profissio- sibilitar a interlocução com plenos que desejam proporcionar às pessoas
nal. Mantenho contato com grupos de direitos dos sujeitos envolvidos na tra- esses direitos citados pela OMS. Em fun-
estudo em diversas áreas de pesquisa, ma terapêutica, e o investimento nes- ção disso, as intervenções em saúde e,
como o envelhecimento, a Terapia sa postura garante a confiança mútua particularmente, em saúde mental, para
Comunitária, a Medicina Antroposófi- entre os membros de uma equipe, os serem efetivas, devem contar com a
ca, a Psicopatologia no trabalho, a Es- pacientes e seus familiares, no desen- participação de diversas áreas governa-
tética na educação, a Psicopedagogia, volvimento dos tratamentos. mentais e de instituições privadas, bem
a Psiquiatria, a Pediatria, entre outros, Embora eu acredite que, em nos- como com a constante inter-relação
e, claro, a Fonoaudiologia. sa profissão, de uma forma ou de ou- dos técnicos de diversas áreas da saúde
A troca de saberes passou a fazer tra acabamos por gerar tal condição, no cuidado do paciente. E, para que isso
parte estrutural da minha formação e o ganho de minha parte foi obter a seja uma realidade, é necessário que a
até hoje tento conciliar o conhecimen- consciência dessa postura e, assim, po- iniciativa pela inserção dos profissionais
to fonoaudiológico com áreas que me der inserir-me nos diversos grupos de da Fonoaudiologia seja enfática e obje-
auxiliem na compreensão da minha trabalho e também nos diversos agru- tiva, tanto nas esferas públicas, nos PSFs,
atividade profissional em saúde men- pamentos familiares com mais natura- como nos diversos espaços que propor-
tal. Essa troca proporcionou também lidade. Isso não significa tranquilidade, cionam esse tipo de relação profissio-
que outras áreas da saúde pudessem pois, quanto mais reconheço a neces- nal, não meramente multiprofissional,
obter mais informações sobre a Fono- sidade da interação com sujeitos, mais porém interdisciplinar.
audiologia, que, embora seja uma ci- desacomodações acontecem no meu
ência consolidada, ainda é desconhe- status quo, mais desafios me proponho 1 Especialista em Terapia Familiar de
abordagem sistêmica (Prontamente − Clínica
cida no que diz respeito às suas áreas no cuidado. Por isso me aproximei das de Psiquiatria e Psicoterapia) – Associação
de atuação. Quando esse contexto disciplinas tradicionalmente identifica- Gaúcha de Terapia Familiar (Agatef ) 495;
terapeuta comunitário (em formação CAIF-
fonoaudiológico chega às discussões das com a psi e com a saúde mental, a RS); fonoaudiólogo − Clínica Sophia, Porto
clínicas, é emocionante perceber o fim de, nessa interação com o pacien- Alegre. Contato: ltfalcao@hotmail.com.

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Implantação da Residência em
Fonoaudiologia com ênfase em
Atenção Básica, na Escola de Saúde
Pública (ESP) do Rio Grande do Sul

Arquivo CREFONO 7
Fonoaudióloga Sheila Rockenbach (preceptora Esteio/RS), fonoaudióloga Giovana Turra (tutora RIS/ESP), fonoaudióloga Ana Graeff
(residente RIS/ESP)

Ana Lúcia Dias Graeff, de Medicina, Nutrição, Enfermagem, lidade de aprendizagem do trabalho
CRFa 8.472-RS Psicologia, Serviço Social e Odontolo- em equipe visando a integralidade da
gia. Após, houve a inserção de Fisiote- atenção e do cuidado em saúde. Ele
Giovana Sasso Turra, rapia e Farmácia. Neste ano integram- conta com a Estratégia de Saúde da
CRFa 7.320-RS se Terapia Ocupacional, Educação Família (ESF), que trabalha com a pre-
Física e Fonoaudiologia. venção, promoção, proteção, manu-
Sheila Petry Rockenbach, A Residência é uma modalida- tenção e reabilitação da saúde nas fa-
CRFa 6.825-RS de de pós-graduação de ensino em mílias e está em fase de implantação

A
serviço destinado a preparar profis- do Núcleo de Apoio à Saúde da Famí-
Escola de Saúde Pública (ESP) sionais para atuar na gestão, no pla- lia (NASF), que busca fortalecer a ação
conta com o programa de nejamento e na clínica de atenção das ESF em seus diferentes territórios
Residência Multiprofissional básica à saúde. de responsabilidades, ampliando as
Integrada em Saúde (RIS), cuja enti- A implantação da Residência em práticas integrativas e complementa-
dade mantenedora é a Secretaria da Fonoaudiologia iniciou em 2011, com res e a resolutividade das ações. Além
Saúde do Estado do Rio Grande do a avaliação de locais onde houvesse do NASF, o município conta com fo-
Sul. A RIS é formada por quatro ênfa- fonoaudiólogos trabalhando na saú- noaudiólogas inseridas na atenção
ses: Atenção Básica em Saúde Coleti- de pública dentro dos princípios do secundária em saúde e na Secretaria
va, Saúde Mental Coletiva, Dermatolo- Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio de Educação, o que permite ações fo-
gia Sanitária e Pneumologia Sanitária. Grande do Sul, juntamente com ou- noaudiológicas em rede.
A RIS Atenção Básica em Saúde tras profissões. O município de Esteio O processo seletivo para ingresso
Coletiva teve início com as profissões foi escolhido por apresentar a possibi- no programa da RIS contou com a

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primeira vaga para fonoaudiólogo em apoio às equipes de ESF por meio do tribui para a integralidade do cuidado
2012, oferecendo bolsa mensal com auxílio no planejamento e na execução físico e mental dos usuários do SUS”.
duração de dois anos: carga horária to- de grupos de gestantes, comunidade Sua trajetória ainda envolverá estágios
tal máxima de 5.760 horas, sendo 20% saudável e de puericultura; visitas do- em gestão na Coordenação da Estraté-
em atividades de reflexão teórica (se- miciliares; participação nas reuniões de gia de Saúde da Família, em vigilância
minários, estudos de caso, aulas expo- equipe; discussão de casos e constru- no Centro Estadual de Vigilância em
sitivas que enfocam a saúde coletiva, ção de projetos terapêuticos conjun- Saúde, entre outros.
a atenção básica e a fonoaudiologia) tos; consulta compartilhada; educação A Fonoaudiologia tem grande im-
e 80% em atividades de formação em permanente; trabalhos de promoção e portância na Atenção Básica, dado o
serviço (serviços públicos com prática prevenção em escolas dos territórios. seu papel decisivo no cuidado com
interdisciplinar na atenção em saúde e O sucesso das intervenções passa pela a audição, a voz, a linguagem, a mo-
com preceptoria fonoaudiológica). aprendizagem da gestão, do trabalho tricidade orofacial e os processos de
A residente aprovada, fonoaudió- em equipe, da visão integral em saúde, aprendizagem. Cabe a todos os profis-
loga Ana Graeff, iniciou suas atividades bem como de uma Fonoaudiologia sionais fonoaudiólogos lutar e defen-
no mês de março dentro do NASF: “O generalista e baseada em ações coleti- der o caráter durável e decisivo de sua
trabalho, além de ser um campo novo vas. Considerando que a comunicação atuação no campo da saúde pública.
para a Fonoaudiologia, é um desafio permeia todas as relações humanas, a A Residência amplia e dá visibilidade a
e um aprendizado intenso. Faz-se o ação da Fonoaudiologia no NASF con- nossa profissão dentro desse cenário.

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Projeto Alfabetizar Letrando


estimula o aprendizado e a
Fonoaudiologia Educacional
no interior do Piauí
que priorize o conhe- do letrado, bem como a promoção de
cimento da estrutura conhecimentos teóricos e práticos para
sonora da linguagem a identificação educacional e preventi-
de sua comunidade. va dos Distúrbios da Comunicação Hu-
Com o uso de cantigas mana pelo corpo docente e discente.
de roda, poesias, par- O trabalho é composto por dois
lendas, jogos orais e a fascículos com dois volumes cada um.
fala propriamente dita, No volume 1 de cada fascículo está a
Arquivo pessoal

as crianças adquirem a importância da promoção, da sociali-


consciência fonológi- zação e do desenvolvimento integral
ca, definida como um das crianças na pré-escola, com teo-
A Fonoaudióloga Débora Andrade atende dos requisitos para o rias já implementadas e aplicadas nas
paciente em Campo Maior-PI desenvolvimento e a escolas públicas e particulares. Isso
competência para ler e escrever levou os indicadores de qualidade da
Débora Fonseca Andrade, de forma eficaz. alfabetização a melhores patamares.
CRFa 9.884-PI A elaboração do livro foi basea- Há, ainda, a fundamentação teórica

I
da no estudo e em pesquisas funda- específica para o 1º ano.
niciativa na área da Fonoaudiolo- mentadas por autores das tendências Em relação às ações fonoaudioló-
gia Educacional está sendo desen- pedagógicas e fonoaudiológicas e na gicas houve o suporte da Secretaria de
volvida no Piauí. O livro intitulado experiência vivenciada no cotidiano Saúde, que fez os encaminhamentos
Alfabetizar letrando nasceu da neces- das profissionais − fonoaudióloga, pe- necessários ao Sistema Único de Saúde
sidade de qualitativamente mudar a dagoga/psicopedagoga e linguista. A (SUS) e ao programa Saúde na Escola.
situação educacional que existia nas Secretaria de Educação deu suporte Também foram contempladas for-
escolas da rede municipal de Campo não apenas na parte financeira, mas mações educacionais semanais para os
Maior. A ideia era proporcionar aos também com o apoio da equipe que professores e coordenadores da edu-
profissionais envolvidos no processo participa das formações e dos encon- cação infantil e do ensino fundamen-
uma reflexão acerca de sua prática e tros para discutir cada nova ação. tal, favorecendo o bom desempenho
envolvimento na função de educador. Foi definido como objetivo princi- no aprendizado e desenvolvimento da
Alfabetizar letrando usa diferentes pal alcançar progressivamente partici- leitura e da escrita. Isso propiciou a co-
formas linguísticas, expressas nas si- pação, empenho e dedicação daque- municação clara e eficaz entre escola,
tuações didáticas sugeridas, às quais les que pretendem alfabetizar pessoas famílias, professores, coordenadores,
qualquer criança deveria estar ex- especiais. Isso vai possibilitar o acesso à fonoaudióloga e equipe pedagógica,
posta dentro de cultura educacional cultura e a plena participação no mun- além de proporcionar meios para o

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professor utilizar tais conhecimentos do acesso cultural e participação no grande maioria, não porque os alu-
em sua atuação, levando-o ao reco- mundo letrado. nos não sejam capazes de aprender,
nhecimento, à compreensão e à so- Os profissionais estão conscientes mas, por vezes, por inabilidade dos
lução das dificuldades apresentadas de que os métodos de ensino atuais profissionais que atuam no processo
pelos alunos que não acompanham o exploram pouco as aptidões e a ca- de alfabetização, os quais ainda se uti-
programa curricular. pacidade de aprender dos alunos. A lizam de metodologias que não bus-
No volume 2 estão as ativida- integração entre escola, história do cam o entendimento reflexivo sobre
des para o ano letivo e as fichas de aluno, seu meio familiar e profissio- o conhecimento dos alunos, possibi-
acompanhamento dos alunos, que nais de saúde e educação é impres- litando que eles acomodem e acres-
subsidiam os professores e a equipe cindível para minimizar os problemas centem conceitos e conteúdos de sua
técnico-pedagógica no monitora- de aprendizagem e a evasão escolar. formação básica.
mento e desenvolvimento prático das As dificuldades de aprendizagem Acreditamos que trabalhando em
atividades em sala de aula. Tudo com ficam claras pela discrepância entre o equipe e de forma integrada pode-
informações e sugestões para levar as potencial estimado do aluno e sua re- mos avançar, trazendo novas oportu-
crianças em processo de alfabetiza- alização escolar. Muitos dos déficits na nidades ao redefinir a aprendizagem e
ção à competência para desenvolver aprendizagem que levam a um baixo compreender o que se passa hoje e o
bem fala, leitura e escrita, possibilitan- rendimento escolar ocorrem, em sua que está por vir, revendo paradigmas.

Atendimento de pacientes com


AVC na 8ª Região – Ceará
Salete Fontenele,
Arquivo pessoal

CRFa 2.278-CE

Adriana Saboya,
Assessora de imprensa

O
papel do fonoaudiólogo
dentro de uma unidade de
acidente vascular cerebral
(AVC) é cada vez mais importante. A
Neurologista Dr. João José de Carvalho, chefe da unidade de AVC, fonoaudióloga e chefe do
observação diferenciada dos pacien- serviço de enfermagem da unidade de AVC, Rebeca Albuquerque, fisioterapeuta Ana Fátima
tes pode detectar sinais que podem Ximenes e a enfermeira Samia Jardele - equipe multidisciplinar do HGF
prevenir os riscos de aspiração. A con-
tribuição do fonoaudiólogo na equi- e em UTIs neonatais. Só em 1990 o um estudo mais detalhado sobre a
pe multidisciplinar traz benefícios ao fonoaudiólogo assumiu o atendi- dinâmica da deglutição.
paciente, agiliza o tratamento e reduz mento a paciente agudo, disfági- As Portarias nº 664 e 665 do Minis-
o tempo de internação. cos de origem neurogênica, pós- tério da Saúde, publicadas em 13 de
O atendimento fonoaudiológico acidente vascular encefálico (AVE) e abril, ampliam a assistência às vítimas
em hospitais é atividade recente, traumatismo cranioencefálico (TCE), de AVC e estabelecem novo protoco-
tendo sido iniciada com atendimen- atendimento em UTI e semi UTI lo de assistência aos pacientes. Espe-
to a pacientes com câncer de laringe adulta e pediátrica, determinando cificamente a Portaria nº 665 garante

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o suporte diário de profissionais nas Outra grande complicação clínica do diz que a maioria dos pacientes apre-
unidades, entre eles, o fonoaudiólogo. AVC é a pneumonia por aspiração. As senta uma disartria, e por isso o traba-
sequelas podem ser evitadas com a lho das fonoaudiólogas é essencial.
HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA (HGF) avaliação precoce e o trabalho ade- Antes de subirem à unidade de AVC
A maior causa de morte e incapaci- quado da equipe multidisciplinar, sob é feito o acolhimento por dois enfer-
tação no estado do Ceará é o AVC. Estu- a orientação da fonoaudióloga. meiros por turno, que atendem todos
dos feitos no estado constataram que “Devemos ter cerca de 18.000 novos os pacientes com suspeita de AVC.
a idade média dos atingidos na capital casos de AVC por ano no Ceará e em Os pacientes são avaliados pela es-
é de 57 anos, enquanto a média de ida- torno de 130 mil pessoas sequeladas cala de LAPS para verificar se têm déficit
de da Europa é de 70 anos. Outro dado de AVC no estado. São números muito motor bilateral e alterações de fala. Se o
preocupante é que 42% dos pacientes grandes, e nós recebemos aqui no Hos- paciente apresenta LAPS positivo é acio-
atendidos já haviam sofrido outro AVC. pital Geral de Fortaleza, em média, 220 nado o código AVC e o paciente é en-
Nas pesquisas realizadas nos hospitais a 230 pacientes por mês com AVC”, lem- caminhado para avaliação pela Neuro-
cearenses, o nível de escolaridade tam- bra o Dr. João José de Carvalho. logia. De acordo com Rebeca Cordeiro,
bém foi observado e mostrou que 54% Ele lembrou também que no ano muitos pacientes jovens, com 40 anos
dos pacientes tinham apenas o ensino de 2011 chegaram ao Hospital Geral ou menos, têm sido acometidos de AVC.
fundamental, e 20% eram analfabetos. de Fortaleza 4.158 pacientes com sus- A fonoaudióloga Rebeca Albuquer-
Quanto maior o grau de escolaridade, peita de AVC. Desses, 2.700 casos se que explica que os pacientes admitidos
menor o percentual de AVC. Em fun- confirmaram, sendo 752 AVCs hemor- são submetidos a avaliação fonoaudio-
ção disso, foi criado, em outubro de rágicos e os outros 1.952 isquêmicos. lógica, observando se ele se encontra
2009, um programa no Hospital Geral Para ele, “esses números demonstram em estado de alerta, se está traqueosto-
de Fortaleza (HGF) direcionado para o que só construindo mais unidades de mizado, de dieta zero, qual é seu padrão
AVC, que se fundamenta em três eixos: AVC e educando os profissionais para de comunicação, se tem alteração de
epidemiológico, assistencial e coletivo. a importância do atendimento pre- linguagem, de fala ou de voz, se apre-
De acordo com o doutor João José coce e adequado é que será possível senta disartria ou afasia. Também são
de Carvalho, neurologista, presidente atender a demanda e reduzir seque- avaliadas todas as estruturas fonoarticu-
do Comitê Estadual de Atenção à Do- las, que é o grande objetivo”. latórias, tais com mobilidade, tonicida-
ença Cerebrovascular da Secretaria da Sobre os pacientes que têm che- de, e dependendo da avaliação indireta
Saúde do Estado e coordenador do gado ao HGF, o médico esclarece que da deglutição, e se o paciente tiver con-
Programa de Atenção Integral e Inte- existe um estudo do Comitê de Do- dição, será realizada a avaliação direta.
grada ao AVC, o paciente com AVC traz enças Cerebrovasculares da Secretaria Os trombolisados são avaliados nas
desafios, entre eles o de fazê-lo sobre- de Saúde, no qual foram analisados 24 horas pós-trombólise por um pro-
viver ao acidente, recuperar e minimi- 4.521 casos de AVCs ocorridos em tocolo próprio da unidade. A partir daí
zar os déficits. Para ele, isto é impossí- Fortaleza. O percentual de ocorrência as fonoaudiólogas trabalham em con-
vel de ser feito por um só profissional; em jovens é de apenas 15%, o que junto com a enfermagem e a nutrição,
é a equipe multidisciplinar que faz a confirma que a grande maioria dos determinando a via adequada de ali-
diferença. “É a equipe multidisciplinar casos ocorre em pessoas com idade mentação. Como o HGF é uma unida-
treinada no atendimento a pacientes acima de 50 anos. “Nos casos de AVC de de AVC agudo, o paciente passa in-
em uma unidade de AVC, que só aten- em jovens, frequentemente, é outra ternado, em média, de cinco a seis dias,
de pacientes com AVC, uma equipe doença que está entupindo os vasos período em que é dada prioridade à
treinada para isso”, informa o médico. e não a doença aterosclerótica, que é reabilitação do padrão de deglutição.
No caso da fonoaudiologia, o a doença principal causadora de AVC A unidade de AVC do HGF conta
trabalho cuida de distúrbios da fala em pessoas com mais idade”, afirmou. com as fonoaudiólogas Rebeca Albu-
e os distúrbios da deglutição, que A coordenadora de enfermagem querque e Fabíola Aureliano em sua
a maioria dos pacientes apresenta. do HGF, Rebeca Cordeiro Rodrigues, equipe multidisciplinar.

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Hospital Geral Dr. Waldemar


de Alcântara (HGWA) – Ceará
Adriana Saboya, Assessora de logia, nove profissionais atuam nessa
imprensa "No hospital Geral Dr. unidade, das quais quatro atendem à

O
demanda dos setores que recebem
Waldemar de Alcântara
utro hospital que também pacientes de AVC/AVE.
é referência no atendimen- todas as fonoaudiólogas As fonoaudiólogas realizam aten-
to a pacientes de AVC é o estão habilitadas para dimentos no leito, domiciliares e
Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara ambulatorial, e, na unidade do Cari-
(HGWA), que gerencia quatro Unida- trabalhar na área ri, o atendimento fonoaudiológico
des de Pronto Atendimento (UPAs) de AVC" na Emergência e Urgência do hos-
em Fortaleza-CE e um hospital no Ca- pital, realizando, em conjunto com
riri (interior do Estado). a equipe, a Classificação de Risco
Nesta unidade, todas as fonoau- tomadas de decisão, de acordo com para broncoaspiração, disfagia e afa-
diólogas estão habilitadas para tra- o perfil de cada subunidade. Cabe à sia. Entre os procedimentos estão a
balhar na área de AVC. Foi feito um coordenação gerenciar todos os Pro- triagem para AVC agudo e crônico,
dimensionamento dentro de cada tocolos, POPs, Fluxos, Indicadores, In- a avaliação na admissão, a avaliação
subunidade, viabilizando as equipes terações de Processos, Produtividade, periódica e a avaliação e orientação
multiprofissionais, chamadas de “Ti- Educação Continuada, entre outros, (plano de alta), bem como o geren-
mes de Liderança”. Em cada time exis- junto com sua equipe de fonoaudi- ciamento dos cuidados ao paciente,
te a coordenação da Fonoaudiologia, ólogos. De acordo com Adriana Oli- praticados por terceiros sob a orien-
mas cada setor tem o seu “Time” para veira, chefe do Setor de Fonoaudio- tação do fonoaudiólogo.

São Luiz – Maranhão


Adriana Saboya, Assessora de unidades: o Hospital Municipal Djal- Complexidade Dr. Carlos Macieira e o
imprensa ma Marques (Socorrão I) e no Hospital Hospital Tarquínio Lopes Filho (Hos-

O
Municipal de Urgência e Emergência pital Geral).
atendimento fonoaudioló- Dr. Clementino Moura (Socorrão II). Na rede particular, o serviço qua-
gico a pacientes com se- Nesses dois hospitais houve concurso se sempre é prestado por empresas
quelas de acidente vascular público para o preenchimento de va- terceirizadas. Os fonoaudiólogos rea-
cerebral (AVC), em São Luiz do Mara- gas para fonoaudiólogos. As equipes lizam os procedimentos com os pa-
nhão, vem ganhando espaço no âm- contam com cinco profissionais cada cientes desde a UTI até a estabilidade
bito hospitalar, tanto na rede pública uma, entre contratados e concursados. do quadro. Os hospitais maranhen-
como na rede privada. Já na rede pública estadual, têm ses que fazem esse atendimento são:
Na rede pública municipal o traba- destaque nesse tipo de atendimen- São Domingos, Centro Médico, Alian-
lho é desenvolvido nas duas maiores to o Hospital de Referência de Alta ça e Português.

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