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A Ciência do Serviço Social tem a sua origem nos ideais e filosofias humanitárias, religiosas e

democráticas. Tem como objetivo responder às necessidades humanas que resultam das
interacções pessoa/sociedade e ainda ao desenvolvimento do seu potencial humano. Os
Assistentes Sociais têm como objetivo o bem-estar e a auto-realização dos seus utentes; o
desenvolvimento e o uso disciplinado do conhecimento a respeito do comportamento humano
e social; o desenvolvimento de recursos para ir ao encontro das necessidades e aspirações,
tanto dos indivíduos, como dos grupos e da sociedade, em ordem a uma maior Justiça Social.
O Assistente Social é obrigado a reconhecer e a aplicar estas normas de conduta ética,
baseadas na Declaração Internacional dos Princípios Éticos de Serviço Social.
Procurar entender cada utente, individualmente, o sistema social em que está envolvido, as
condicionantes que afetam o seu comportamento e acompanhamento, assim como os serviços
que lhe deveriam ser prestados;
Preservar, afirmar e defender, os valores, conhecimento e metodologia do Serviço Social,
abstendo-se de qualquer comportamento que prejudique o exercício da profissão
Reconhecer as limitações profissionais e pessoais
Dentre destes princípios podemos afirmar que o Serviço Social historicamente vinculou-se a
práticas religiosas da Igreja Católica, de assistência aos pobres e desamparados, dentro de
uma perspectiva voluntarista e filantrópica, de caráter positivista-funcionalista. Passou a
ganhar notoriedade com o advento das relações entre capital e trabalho, com a ampliação de
seu mercado de trabalho durante o padrão taylorista-fordista de produção, mediante uma
regulação econômica keynesiana. Porém, a partir da década de 1050, iniciou-se um processo
de erosão das bases de sua sustentação em nível mundial.

Esse processo impulsionou um movimento de reconceituação da profissão, especificamente


na América Latina, na metade dos anos de 1960, que implicou um questionamento global da
profissão: de seus fundamentos ídeo-teóricos, de suas raízes sociopolíticas, da direção social
da prática profissional e de seu modus operandi. Os anos de 1960 e 1970 foram inovadores
para a profissão em função de revisões críticas no campo das ciências sociais e pela
apropriação de correntes filosóficas vinculadas ao pensamento cristão progressista e pela
interlocução com a tradição marxista, posta pela reconceituação.
Dessa maneira, ao trabalhar de forma interdisciplinar, cabe uma reflexão epistemológica sobre
a concepção de ser humano e de mundo que fundamenta a produção do conhecimento
coletivo. Concepção que, em muitas situações, fica subentendida a partir das teorias, métodos
e metodologias utilizados. Cabe, então, refletir, a partir da concepção epistemológica que
sustentará o trabalho interdisciplinar, quais teorias, métodos e metodologias favorecem,
contribuem, melhor possibilitam a construção de saberes e ações que permitam alcançar o
compromisso social das profissões em questão: a produção de melhores condições de vida
através da garantia de direitos sociais, civis e políticos a partir dos quais se possa chegar à
distribuição e não à concentração da riqueza social. Para tanto, o Código de Ética da
Psicologia e o Projeto Ético-Político do Serviço Social servem como referências históricas e
políticas sobre o saber-fazer de cada uma das profissões diante do processo de articular.
Os assistentes sociais fazem parte da classe-que-vive-dotrabalho e, enquanto trabalhadores,
participam do processo de (re)produção do capital em sua totalidade, ou seja, instaurando
movimentos de sujeição e manutenção, assim como, de resistência e enfrentamento às forças
instituídas. Ambos os profissionais encontram-se submetidos a relações e condições de
trabalho que são determinantes de suas possibilidades e limitações, fazendo com que não
possuam o domínio completo sobre o próprio processo de trabalho.

E, se considerarmos que tal processo se constitui de aspectos teórico-metodológicos, ético-


políticos e técnico-operativos, pode-se refletir o quanto tais elementos, apesar de serem
oriundos de processos de produção de conhecimento das próprias profissões, não são
decorrentes de uma produção endógena, mas de toda uma conjuntura social, econômica,
política e cultural que condiciona ou favorece determinadas visões da natureza e do ser
humano, formas de investigação e compreensão da realidade, bem como modos de
intervenção sobre a realidade pensada e investigada.
Parece que o trabalho dentro da área das Ciências Sociais e Humanas implica a necessidade
de uma ação interdisciplinar, considerando a complexidade dos objetos de estudo que as
diferentes disciplinas se propõem estudar e as limitações encontradas quando se fica fechado
apenas dentro de um campo de conhecimento científico que, por ter objeto e metodologias
próprias, acaba (de)limitando sua perspectiva de compreensão e ação.
Dessa maneira, ao trabalhar de forma interdisciplinar, cabe uma reflexão epistemológica sobre
a concepção de ser humano e de mundo que fundamenta a produção do conhecimento
coletivo. Concepção que, em muitas situações, fica subentendida a partir das teorias, métodos
e metodologias utilizados. Cabe, então, refletir, a partir da concepção epistemológica que
sustentará o trabalho interdisciplinar, quais teorias, métodos e metodologias favorecem,
contribuem, melhor possibilitam a construção de saberes e ações que permitam alcançar o
compromisso social das profissões em questão: a produção de melhores condições de vida
através da garantia de direitos sociais, civis e políticos a partir dos quais se possa chegar à
distribuição e não à concentração da riqueza social.
Um estudo mais aprofundado sobre o conhecimento que o profissional de serviço social
adquire ao longo de sua formação acadêmica, não pode ser mensurado em função da pouca
visibilidade de prática e ação junto ao problema das comunidades, junto as questões sociais
vivenciadas e secularizadas.
O profissional de serviço social, só obtém pleno conhecimento de seus objetivos e missão
quando participa de maneira incisiva sobre todo tipo de cotidiano social, seja ele cultural,
politico, social etc.

Mediante um profundo conhecimento prático vivenciado e trabalhado de forma a conhecer de


perto os problemas, as causas, que nenhuma teoria poderia resolver de forma direta.
Por isso que o conhecimento acadêmico é importante, mas não embasa uma formação com a
devida confiabilidade, ou seja, não dá bagagem suficiente para este profissional resolver ou
apontar soluções para tal evento.
O saber teórico é por demais importante a qualquer profissional, pois este embasa
historicamente o objetivo, mas a práxis é que irá dar o tom do que estes conceitos são
importantes conhecer, algumas profissões, só tem valorização quando ocorrem a prática e pela
prática, ela é completamente desvecilhada.
O conhecer do serviço social na prática dá ao profissional a devida amplitude de sua
magnitudade, pois entendo que esta profissão é acima de tudo uma ciência social aplicada,
onde utilizamos o conhecimento tácito e explícito.
As mudanças ocorridas nos padrões de produção nos últimos tempos têm acarretado em
transformações expressivas também no mundo do trabalho, fazendo com que empresas
preocupadas com problemáticas advinda desse processo, requisitem em seu quadro de
funcionários, um profissional diferenciado que contemple dentro de suas características,
competências técnicas, práticas e éticas que viabilizem meios para que o trabalhador tenha
uma melhor qualidade de vida no trabalho. Sob esse prisma, o serviço social é requisitado
para suprir com as carências materiais e imateriais do trabalhador atendendo as determinações
da empresa. Um dos fatores de preocupação dentro do contexto das problemáticas
empresariais é a questão do relacionamento interpessoal entre seus funcionários.
O proposto sobre o papel do assistente social e sua objetividade, tem com conceito sua luta na
perseguição dos ideiais da profissão e seus limites impostos, mas na sua jornada alguns
paradigmas serão quebrados ao longo da jornada.
Para o assistente social que disputa seu espaço no mercado, a definição da natureza do
Serviço Social não é uma necessidade especulativa, é prática. A não definição da mesma, é
um obstáculo para seu desempenho.

Estabelecer o que é o Serviço Social, entretanto, não é uma tarefa resolvida. As formulações
construídas até hoje, não conseguiram dar conta dela. Neste espaço, trata-se apenas de tentar
afirmar a vigência desta tarefa. A sua solução, implica um
processo de investigação exaustivo, que, a partir das manifestações empíricas, levante as mais
caraterísticas modalidades do exercício profissional e sobre esta base material, absolutamente
objetiva, estabeleça os liames e mediações que determinam a natureza dela.
Na solução desta tarefa, compete às escolas um papel fundamental. Ela possui quadros
capacitados para se debruçar sobre esta problemática. Muitas universidades tem recursos para
se dedicar à pesquisa, mas, principalmente, a escola tem uma responsabilidade na elucidação
deste problema, pois dele depende a continuidade e desenvolvimento desta profissão na
sociedade contemporânea.
No limite, o que está colocado para as escolas, é que se pretende ser um centro formador de
profissionais, e não apenas um sistema mais ou menos burocrático de distribuição de
diplomas, deve ela resolver esta questão: O que é o Serviço Social? Somente a partir disto
poderá ela, não apenas capacitar os futuros profissionais, mas, influenciar nos rumos da
profissão.
Se pelo contrário, continuar desprezando este problema, perderá influência e reforçará o
sentimento que muita gente já manifesta, o de que quem forma o assistente social é na
verdade o mercado.
O questionamento sobre o papel no qual o profissional de serviço social está inserido, passa
por certas análises do ponto da ciência social aplicada, pois sua prática se confundem com as
alternâncias de comportamento da sociedade, do seu tempo, das mudanças pontuais e
ideológicas.
Discutir os fundamentos da cientificidade do papel do profissional de serviço social, deverá
colocar posteriormente a sua real aplicabilidade enquanto fator de mudança de qualidade de
vida, enquanto objetivo, enquanto mudança de comportamentos dos meios sociais e seu bem
estar.

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