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Onde estão e como agem os falsos

profetas?
 

"Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também


haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão,
dissimuladamente, heresias destruidoras..." (2 Pedro 2:1) .

A mentalidade evangélica com respeito a falsos profetas precisa mudar.


Muitos ainda acham que falsos profetas são pessoas bizarras ao melhor
estilo "Inri Cristo" ou "Reverendo Moom" ou talvez como meras sombras
do passado a semelhança de Joseph Smith (1771 – 1840) ou Charles Taze
Russel (1852–1916), respectivamente fundadores da seita Mórmon e das
Testemunhas de Jeová. Mero engano. Os falsos profetas de hoje são
ministros carismáticos, estão "arrebentando" na mídia e influenciam
milhões de fiéis cuja preguiça mental os impede de agir como os
bereanos que "eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam
a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para
ver se as coisas eram, de fato, assim" ( Atos 17:11).

Poderíamos apontar em apenas três palavras como agem os falsos


profetas modernos. Estas palavras são: unção, vitória e sucesso.

Um termo que está sendo banalizado ao extremo na boca de falsos


profetas, tanto atrás de uma Bíblia como atrás de um teclado ou violão, é
a expressão “unção”. Ao contrário do que ensinam as Escrituras, unção
tem sido vista como uma força espiritual despersonalizada que pode ou
não estar presente nesta ou naquela pessoa, reunião, culto, música, CD
ou DVD, programa de rádio, camiseta, rosa, copo de água, automóvel, etc.
Unção, segundo a Bíblia é a presença Santa de Deus na vida de um servo
obediente para o desempenho de uma missão específica. Em Atos 10:38
lemos: “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com
poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os
oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”. Pertenço a uma época
cujos comentários após o culto eram mais ou menos assim: “ - senti
muito a presença de Jesus esta noite“. Hoje ouço outro tipo de
comentário: “-Que unção heim?” Ou, “hoje o louvor (ou o pregador)
estava ungido”. Qual a diferença? Deus não é o centro. Cultivamos o
estrelismo. Idolatramos descaradamente grupos musicais, cantores,
compositores e pregadores por que “sentimos a unção” na vida e no
ministério deles. A verdadeira unção do Espírito não projeta o homem,
mas Jesus. Assim disse o Mestre sobre a vinda do Espírito: “Ele me
glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”
(João 16:14). Falsos profetas chamam a atenção para qualquer coisa que
descentralize Jesus, mesmo que seja algo que denominamos “unção”.

O próximo termo mal definido é “vitória”. Segundo as Escrituras, vitória


na vida cristã está relacionada aos inimigos do crente, a saber: o diabo, o
mundo e a carne. No entanto, “vitória” na boca dos profetas modernos
significa “vitória financeira”, vitória em pleitos empresariais, jurídicos,
mundanos. O homem é o centro. A Bíblia é apresentada como um livro de
magia onde “as promessas de Deus” são “obrigações do Senhor” em
“me” abençoar. Falam em “colocar Deus na parede”, reivindicando
bênçãos e o cumprimento de suas promessas em “meu favor”. Chamam
as santas promessas de Deus de “cheques em branco” que precisamos
“preencher pela fé”. Não sei como um filho pode viver reivindicando do
pai seus direitos o tempo todo, colocando o pai na parede e exigindo que
cumpra suas promessas e ainda ter intimidade com o pai, num
relacionamento baseado no amor! Jesus morreu numa cruz e venceu o
mundo, a carne e o diabo. Onde estão hoje aqueles crentes de Hebreus
“dos quais o mundo não era digno”? Onde estão os cristãos identificados
pelo carregar da cruz? Hoje o que mais vemos em nossas igrejas são os
“inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é
o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam
com as coisas terrenas” (Fil 3: 19,20). Para saber o que Deus quer dizer
com “vitória” é preciso estudar com dedicação as cartas as sete igrejas
do apocalipse, principalmente quando surge o termo “ao vencedor...” Isto
os falsos profetas não fazem, nem pregam.

A terceira palavra mal empregada na boca dos falsos profetas é o termo


“sucesso”. Os pastores de hoje tem vergonha de dizer quantos membros
tem sua igreja, pois o seu sucesso está sendo medido de forma
empresarial. Membros, congregações, obreiros, faturamento mensal. É
assim que se mede hoje em dia o sucesso. Consequencia: os pastores
estão adotando “pacotes” para melhorar a imagem de sua empresa
(perdão, igreja), e fazê-la inchar (perdão, crescer) mais rapidamente. Estes
pacotes tem nomes sugestivos e o kit para aplicá-los não costuma ser
barato. Soube de um grande líder sul-americano que patenteou seu
pacote chegando ao ponto de processar outros líderes que o usaram sem
permissão ou por não pagarem os royalties correspondentes. Há igrejas
que trabalham com franquias (caras) e há pastores de “mega igrejas” que
acham que são bem sucedidos, quando na verdade podem estar
“dançando com Mamon”. O sucesso segundo os critérios de avaliação
mundanos é medido pelo número de clientes, pela conta bancária, pelos
bens de consumo e pelo prestígio social. Mas aos olhos de Deus não é
assim “pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de
Deus” ( Lucas 16:15). O Senhor avalia nosso sucesso pela fidelidade que
devotamos a Ele, pelo compromisso com a cruz, pela obediência aos
seus mandamentos e pelos frutos do Espírito Santo.

Cá pra nós, precisamos de um avivamento espiritual que recoloque a


Bíblia como autoridade suprema novamente. Todo e qualquer desvio
doutrinário, toda e qualquer influência de falsos profetas em nossas vidas
se resume num único descuido: deixar de estudar inteligentemente a
Bíblia e sob a iluminação do Espírito Santo.

Falsos profetas existem e estão mais perto do que imaginamos.

Que Deus tenha misericórdia de nós.

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