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Unidade II
5 POLÍTICAS DE SAÚDE SOB A PERSPECTIVA DA INCLUSÃO SOCIAL
Figura 10
A inclusão social pode ser definida como um processo que garante que as pessoas em risco de pobreza
e exclusão social alcancem as oportunidades e os recursos necessários para participarem plenamente
nas esferas econômica, social e cultural e se beneficiem de um nível de vida e bem-estar considerado
normal na sociedade em que vivem (COMISSÃO..., 2003).
Para Lopes (2006), muitas políticas sociais contemporâneas priorizam atingir os excluídos que se
encontram no limite de suas privações por meio de programas focalizados que sustentam títulos de
“inclusivos”. No entanto, a verdadeira inclusão social só ocorre quando o indivíduo se vê capaz de tomar
as melhores decisões e ações acerca de sua própria vida e na comunidade onde está inserido, o que se
torna possível por meio do processo de empoderamento.
O indivíduo empoderado é capaz de decidir o que é melhor para si e para o seu entorno, por meio de
informações que, somadas às suas experiências de vida, são transformadas em conhecimento.
Para colocar em prática os princípios e ideais do Sistema Único de Saúde (SUS) são necessárias outras
políticas, programas e estratégias, desenvolvidas a partir da Política Nacional de Saúde. A Política Nacional
de Atenção Básica (PNAB) é uma das políticas que derivam da Política Nacional de Saúde (PNS).
Existem Estratégias e Programas de Saúde para que as diretrizes das políticas sejam implementadas. O
programa Saúde da Família é o principal plano para implementação da Política Nacional de Atenção Básica.
A atual Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), publicada por meio da Portaria 2.436, de 21
setembro de 2017, considera os termos Atenção Básica (AB) e Atenção Primária à Saúde (APS), nas
atuais concepções, como termos equivalentes, de forma a associar a ambos os princípios e as diretrizes
definidas na Política (BRASIL, 2017). A seguir, destacamos as principais considerações relativas à Política
Nacional de Atenção Básica (PNAB).
A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem
promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados
paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão
qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre
as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária.
Nesse sentido, o Sistema Único de Saúde (SUS) está organizado para que o usuário procure
primeiramente o serviço de Atenção Básica. É na Atenção Básica que estão instituídos os serviços e
ações de promoção e prevenção à saúde, além da rede assistencial do primeiro nível de atenção à saúde.
As ações e serviços de saúde no SUS, em especial na Atenção Básica, são planejadas de acordo com
as características e necessidades de cada território, considerando as principais questões individuais e
coletivas da comunidade onde o serviço está inserido.
Sendo assim, todo e qualquer indivíduo em território nacional brasileiro possui direito ao atendimento
pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que adota estratégias específicas para viabilizar o acesso a esse
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direito, bem como para que sejam minimizadas as desigualdades/iniquidades, evitando a exclusão social
por estigmatização ou discriminação de grupos e indivíduos.
I - Princípios:
Partindo do preceito de saúde como direito de cidadania e dever dos governos municipal, estadual
e federal, o princípio da universalidade garante o atendimento irrestrito, sem qualquer tipo de
discriminação, garantindo que todas as pessoas tenham direito ao atendimento e à participação no
Sistema Único de Saúde (SUS).
Considerando que o atendimento deve ser feito para a saúde e não somente para a doença, o
princípio da integralidade visa garantir o atendimento integral da Promoção da Saúde até a reinserção
do indivíduo na sociedade e/ou atenção em cuidados paliativos, sempre considerando as especificidades
individuais e coletivas. Em especial na Atenção Básica, devem ser priorizadas as ações preventivas, mas
sem prejuízo às ações assistenciais.
II - Diretrizes:
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Para o funcionamento e planejamento das ações, se faz necessário, primeiramente, definir o território
que será atendido e mapeá-lo para compreender as suas características geográficas e sociais.
Sendo considerada porta de entrada para o sistema, evidencia-se a importância do serviço de atenção
básica no encaminhamento e desenvolvimento das ações coletivas e individuais. Para isso dispõe de
tecnologias de cuidado centradas na pessoa, que objetivam, sobretudo, promover saúde por meio da
autonomia de indivíduos e grupos.
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Não há como garantir a eficácia de uma política pública sem a participação da comunidade. É na
comunidade que estão os problemas – questões a serem enfrentadas pelo sistema – assim como a
solução para eles.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é produto da participação popular, foi concebido pela população,
para a população e a sua legitimidade em todos os níveis e serviços, como no caso da Atenção Básica,
está intimamente vinculada à participação popular.
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A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para
expansão e consolidação da Atenção Básica. A política permite que outras estratégias de Atenção Básica
sejam reconhecidas, desde que observados seus princípios e diretrizes, e tenham caráter transitório,
devendo ser estimulada sua conversão em estratégia saúde da família.
A integração entre a vigilância em saúde e a Atenção Básica é condição essencial para o alcance de
resultados que atendam às necessidades de saúde da população, na ótica da integralidade da atenção
à saúde, e visa estabelecer processos de trabalho que considerem os determinantes, os riscos e danos à
saúde, na perspectiva da intra e intersetorialidade.
Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de Atenção Básica, no âmbito
do SUS, serão denominados Unidade Básica de Saúde (UBS), sendo que todas as UBS são consideradas
potenciais espaços de educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação
e avaliação tecnológica para a Rede de Atenção à Saúde.
Dentre as principais reponsabilidades na Atenção Básica no âmbito do SUS, comuns a todas as esferas
de governo, estabelecidas na Política Nacional de Atenção Básica, podemos destacar a fundamental
contribuição para a reorientação do modelo de atenção e de gestão, com base nos princípios e diretrizes
anteriormente discutidos, enfatizando a necessidade de apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde
da Família como estratégia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da Atenção Básica.
Para tanto, se faz necessário garantir o bom funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, com
espaços, mobiliário e equipamentos adequados, incluindo o desenvolvimento, disponibilização e
implantação de Sistemas de Informação da Atenção Básica, bem como garantindo mecanismos que
assegurem o uso qualificado dessas ferramentas.
A adaptação dos acessos e espaços das Unidades Básicas de Saúde, tornando-os acessíveis às pessoas
com deficiência, também constitui responsabilidade de todas as esferas envolvidas.
Tornar o acesso universal, equânime e ordenado às ações e serviços de saúde do Sistema Único de
Saúde também deve ser um compromisso pactuado entre todas as esferas do governo, inclusive no que
diz respeito à assistência farmacêutica e uso racional de medicamentos, garantindo a disponibilidade e
acesso a medicamentos e insumos em conformidade com a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
(Rename), os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, e com a relação específica complementar
estadual, municipal, da União, ou do Distrito Federal de medicamentos nos pontos de atenção, visando
à integralidade do cuidado.
Estimular e desenvolver o potencial dos profissionais de saúde também deve ser uma responsabilidade
de todas as esferas do governo, desenvolvendo mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
qualificação da força de trabalho para gestão e atenção à saúde, estimulando e viabilizando a formação,
educação permanente e continuada dos profissionais, garantindo direitos trabalhistas e previdenciários,
qualificando os vínculos de trabalho e implantando carreiras que associem desenvolvimento do
trabalhador com qualificação dos serviços ofertados às pessoas, tendo como foco a garantia de fixação de
profissionais de saúde para a Atenção Básica, fundamental para a promoção de cuidado e vínculo. E ainda
nesse sentido, tendo o profissional como grande potencial do sistema, a portaria destaca o necessário
comprometimento com a promoção do intercâmbio de experiências entre gestores e entre trabalhadores,
por meio de cooperação horizontal, além de estimular o desenvolvimento de estudos e pesquisas que
busquem o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos voltados à Atenção Básica.
No que diz respeito à avaliação e reorientação da Atenção Básica, a portaria orienta para o
estabelecimento de mecanismos de autoavaliação, controle, regulação e acompanhamento sistemático
dos resultados alcançados pelas ações da Atenção Básica, como parte do processo de planejamento e
programação, bem como para a divulgação das informações e dos resultados alcançados pelas equipes que
atuam na Atenção Básica, estimulando a utilização dos dados para o planejamento das ações. Mecanismos
regulares de autoavaliação para as equipes que atuam na Atenção Básica também devem ser desenvolvidos
a fim de fomentar as práticas de monitoramento, avaliação e planejamento em saúde (BRASIL, 2017).
A Política Nacional de Saúde define, ainda, as competências do Ministério da Saúde na gestão das
ações de Atenção Básica no âmbito da União, sendo responsabilidade da União:
IV - prestar apoio integrado aos gestores dos Estados, do Distrito Federal e dos
municípios no processo de qualificação e de consolidação da Atenção Básica;
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Em parceria com o Ministério da Educação, o Ministério da Saúde deve colaborar para o aprimoramento
dos processos de formação profissional na área da saúde, contribuindo com informações relevantes aos
processos de reformulação curricular, a fim de tornar os currículos de graduação e pós-graduação cada
vez mais adequados à formação de profissionais com perfil para atuar na Atenção Básica.
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As Secretarias Estaduais de Saúde e o Distrito Federal são corresponsáveis pelo monitoramento das
ações de Atenção Básica nos municípios, cabendo a eles, além de garantir a destinação de recursos
estaduais, a pactuação de estratégias, diretrizes e normas para a implantação e implementação da
Política Nacional de Atenção Básica, acompanhar e contribuir com os processos de gestão e avaliação da
Atenção Básica, além de disponibilizar instrumentos e parcerias voltados aos processos de formação e
educação permanente dos membros das equipes de Atenção Básica e de fortalecer a Estratégia Saúde da
Família na rede de serviços como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica. Ao município
compete a maior parte das responsabilidades; sendo assim, as Secretarias Municipais de Saúde são
responsáveis pela coordenação do componente municipal da Atenção Básica, no âmbito de seus limites
territoriais, de acordo com a política, diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades dos
Municípios e do Distrito Federal:
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Sendo a Atenção Básica considerada porta de entrada para o Sistema de Saúde e a Estratégia Saúde
da Família tida como prioritária na organização da Atenção Básica, o apoio irrestrito à Estratégia
Saúde da Família é de suma importância para a consolidação dos objetivos da Atenção Básica e
do Sistema Único de Saúde como um todo.
A gestão municipal é responsável pela garantia dos recursos materiais, equipamentos e insumos
necessários ao cuidado integral da população, incluindo o acesso à realização de exames laboratoriais,
entre outros necessários ao diagnóstico.
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Os dados inseridos nos sistemas nacionais de informação da Atenção Básica possuem a finalidade
de auxiliar nos processos de gestão e avaliação dos serviços em todas as esferas, bem como de manter a
população informada no que tange aos serviços oferecidos e suas estruturas de funcionamento. À esfera
de gestão municipal cabe alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência dos dados.
Segundo a PNAB, as Redes de Atenção à Saúde (RAS) correspondem à estratégia adotada pelo SUS
para um cuidado integral e direcionado às necessidades de saúde da população e destacam a Atenção
Básica como primeiro ponto de atenção e porta de entrada preferencial do sistema, que deve ordenar
os fluxos e contrafluxos de pessoas, produtos e informações em todos os pontos de atenção à saúde.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
A atenção básica considera a pessoa em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir
a atenção integral, incorporar as ações de vigilância em saúde – a qual constitui um processo contínuo e
sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde.
Além disso, visa ao planejamento e à implementação de ações públicas para a proteção da saúde da
população, a prevenção e o controle de riscos, agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde.
Destaca-se ainda o desafio de superar compreensões simplistas, nas quais, entre outras, a dicotomia
e oposição entre a assistência e a promoção da saúde. Para tal, deve-se partir da compreensão de que
a saúde possui múltiplos determinantes e condicionantes e que a melhora das condições de saúde das
pessoas e coletividades passa por diversos fatores, os quais podem ser abordados na Atenção Básica.
Saiba mais
A Estratégia Saúde da Família teve origem no ano de 1991, quando foi lançado o Programa de
Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Com os bons resultados do PACS, principalmente na redução
dos índices de mortalidade infantil, buscou-se uma ampliação e maior resolutividade das ações e, a
partir de 1994, começaram a ser formadas as primeiras equipes de Saúde da Família.
O Programa Saúde da Família, hoje, Estratégia Saúde da Família, foi introduzido pelo Ministério da
Saúde em 1994.
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Seu desafio é o de ampliar suas fronteiras de atuação, visando a uma maior resolubilidade da atenção,
em que a Saúde da Família é compreendida como a estratégia principal, que deverá sempre se integrar
a todo o contexto de reorganização do sistema de saúde.
A atuação das equipes ocorre nas Unidades Básicas de Saúde, nas residências e na mobilização da
comunidade, caracterizando-se como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado
de saúde; por ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua responsabilidade; por
intervir sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta; por prestar assistência integral,
permanente e de qualidade; por realizar atividades de educação e promoção da saúde.
Em municípios ou territórios com menos de 2 mil habitantes, uma única equipe de Saúde da Família
(eSF) ou de Atenção Básica (eAB) deve se responsabilizar por toda a população.
Cabe destacar que nem toda UBS possui Estratégia Saúde da Família; no entanto, as recomendações no
que diz respeito aos parâmetros populacionais são os mesmos para o caso de equipes de Atenção Básica.
O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo com base populacional, critérios
demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com definição local. Em áreas de grande
dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da
população com número máximo de 750 pessoas por ACS.
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Caberá a cada gestor municipal realizar a análise de demanda do território e ofertas das UBS para
mensurar sua capacidade resolutiva, adotando as medidas necessárias para ampliar o acesso, a qualidade
e resolutividade das equipes e serviços da sua UBS.
O serviço de atenção básica conta também com as equipes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família
e Atenção Básica (Nasf-AB), o qual constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta
por categorias de profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica.
Compete especificamente à Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf- AB):
Atuando em parceria com as equipes de Atenção Básica, as Equipes do Núcleo Ampliado de Saúde
da Família e Atenção Básica (Nasf-AB) oferecem atenção e retaguarda especializada, de acordo com as
necessidades do território, dispondo de tecnologias específicas e profissionais especialistas.
Poderão compor os Nasf-AB as ocupações do Código Brasileiro de Ocupações (CBO) na área de saúde:
• médico acupunturista;
• assistente social;
• farmacêutico;
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• fisioterapeuta;
• fonoaudiólogo;
• médico ginecologista/obstetra;
• médico homeopata;
• nutricionista;
• médico pediatra;
• psicólogo;
• médico psiquiatra;
• terapeuta ocupacional;
• médico geriatra;
• médico do trabalho;
• médico veterinário;
• profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-
graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas.
Lembrete
A definição das categorias profissionais é de autonomia do gestor local, devendo ser escolhida de
acordo com as necessidades dos territórios.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Exemplo de aplicação
Imagine-se um profissional do Nasf-AB e elabore uma estratégia que utilize ações intersetoriais para
a melhoria das condições de vida de uma comunidade.
Em territórios onde as equipes de Saúde da Família ainda não são uma realidade, é prevista a implantação
da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como uma possibilidade para
a reorganização inicial da Atenção Básica com vistas à implantação gradual da Estratégia de Saúde da Família
ou como uma forma de agregar os agentes comunitários a outras maneiras de organização da Atenção Básica.
Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da Atenção Básica, são responsáveis pela atenção
à saúde de populações que apresentem vulnerabilidades sociais peculiares e, por consequência,
necessidades de saúde específicas, assim como pela atenção à saúde de qualquer outra pessoa. Isso
porque a Atenção Básica possui responsabilidade direta sobre ações de saúde em determinado território,
considerando suas singularidades, o que possibilita intervenções mais oportunas nessas situações
específicas, com o objetivo de ampliar o acesso à RAS e ofertar uma atenção integral à saúde.
Assim, toda equipe de Atenção Básica deve realizar atenção à saúde de populações distintas.
Em algumas realidades, contudo, ainda é possível e necessário dispor, além das equipes descritas
anteriormente, de equipes adicionais para realizar as ações de saúde a populações específicas no âmbito
da Atenção Básica, que devem atuar de forma integrada para a qualificação do cuidado no território.
Aponta-se para um horizonte em que as equipes que atuam na Atenção Básica possam incorporar
tecnologias dessas equipes específicas, de modo que se faça uma transição para um momento em que
não serão necessárias essas equipes específicas, e todas as pessoas e populações serão acompanhadas
pela eSF. Mas essa ainda não é uma realidade no Brasil. Nesse sentido, são consideradas equipes de
Atenção Básica para Populações Específicas:
Quanto à Saúde da Família, constitui uma estratégia para a organização e fortalecimento da Atenção
Básica como o primeiro nível de atenção à saúde na Redes de Atenção à Saúde do SUS, procurando o
fortalecimento da atenção por meio da ampliação do acesso, a qualificação e reorientação das práticas
de saúde embasadas na promoção da saúde.
A noção de consulta é superada por outra ação de maior amplitude, que passa a ser concebida como
cuidado, uma nova atitude frente aos processos de saúde-doença da comunidade.
Exemplo de aplicação
Equipes de atenção básica para populações específicas são constituídas para viabilizar o atendimento
do serviço de atenção básica a populações em situação de rua, prisional, famílias ribeirinhas e em
Unidades Básicas de Saúde fluviais.
Com base nas competências exclusivas do Nasf-AB e nas diretrizes da Política Nacional de Promoção
da Saúde, apresentadas anteriormente, imagine-se como um profissional do Nasf-AB e reflita sobre suas
possibilidades de atuação com foco na inclusão social de populações específicas.
Sendo assim, existem diferentes referenciais teóricos para o campo da Promoção da Saúde que
algumas vezes são dicotômicos e outras vezes complementares entre si, mas que devem atender às
necessidades sociais em saúde de determinada população ou região.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Para Buss (2000), o desenvolvimento da promoção da saúde é considerado como campo conceitual
e de prática que busca explicações e respostas para a articulação entre saúde e qualidade de vida,
considerando a relevância das causas sociais das más condições de vida e saúde.
A promoção da saúde constitui ação sobre a ampla causalidade do processo saúde-doença, sendo
uma nova visão baseada em conceito positivo para ser utilizado por profissionais de modo geral e, em
especial, os de saúde, para que objetivem fortalecer os indivíduos para enfrentar os momentos difíceis
e vencê-los, e retornar à vida com felicidade e qualidade.
Historicamente, a partir dos resultados do relatório Lalonde na década de 1970, identificou-se que
o modelo biomédico utilizado até então na atenção à saúde enfatizava a prevenção, o tratamento e
a recuperação, deixando de lado a educação e a promoção da saúde e ainda não incluía os aspectos
socioeconômicos, políticos e culturais que influenciam o processo saúde-doença. Surgiu então um novo
modelo de atenção à saúde integral e um novo paradigma para a saúde pública, a Promoção da Saúde
(PELICIONI; PELICIONI, 2007).
Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos
devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio
ambiente. A saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver. Nesse
sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as
capacidades físicas. Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde e
vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global.
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A Declaração de Ottawa esclarece que o incremento nas condições de saúde de uma população
requer uma base sólida em pré-requisitos básicos. Nesse sentido, estabelece que as condições e recursos
fundamentais para a saúde são:
Paz
Equidade Habitação
Justiça
social Educação
SAÚDE
Recursos
sustentáveis Alimentação
Ecossistema Renda
estável
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Nesse sentido, estabelece como campos de ação (ou eixos) para as políticas e estratégias em
promoção da saúde:
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
A promoção da saúde vai além dos cuidados de saúde, colocando a saúde na agenda de prioridades
dos políticos e dirigentes em todos os níveis e setores, chamando-lhes a atenção para as consequências
que suas decisões podem ocasionar no campo da saúde e a aceitarem suas responsabilidades políticas
com a saúde.
Uma política de promoção da saúde requer a identificação e a remoção de obstáculos para a adoção
de políticas públicas saudáveis nos setores que não estão diretamente ligados à saúde. O objetivo maior
deve ser indicar aos dirigentes e políticos que as escolhas saudáveis são as mais fáceis de realizar.
Nossas sociedades são complexas e inter-relacionadas. Assim, a saúde não pode estar separada de
outras metas e objetivos. As inextricáveis ligações entre a população e seu meio ambiente constituem a
base para uma abordagem socioecológica da saúde.
O princípio geral orientador para o mundo, as nações, as regiões e até mesmo as comunidades é a
necessidade de encorajar a ajuda recíproca – cada um a cuidar de si próprio, do outro, da comunidade
e do meio ambiente natural.
A conservação dos recursos naturais do mundo deveria ser enfatizada como uma responsabilidade
global. Mudar os modos de vida, de trabalho e de lazer têm um significativo impacto sobre a saúde.
Trabalho e lazer deveriam ser fontes de saúde para as pessoas. A organização social do trabalho deveria
contribuir para a constituição de uma sociedade mais saudável.
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Unidade II
A proteção do meio ambiente e a conservação dos recursos naturais devem fazer parte de qualquer
estratégia de promoção da saúde.
O centro desse processo é o incremento do poder das comunidades – a posse e o controle dos seus
próprios esforços e destino. O desenvolvimento das comunidades é feito sobre os recursos humanos e
materiais nelas existentes para intensificar a autoajuda e o apoio social, e para desenvolver sistemas
flexíveis de reforço da participação popular na direção dos assuntos de saúde. Isso requer um total e
contínuo acesso à informação, às oportunidades de aprendizado para os assuntos de saúde, assim como
apoio financeiro adequado.
É essencial capacitar as pessoas para aprender durante toda a vida, preparando-as para as diversas
fases da existência, o que inclui o enfrentamento das doenças crônicas e causas externas.
Essa tarefa deve ser realizada nas escolas, nos lares, nos locais de trabalho e em outros espaços
comunitários. As ações devem se realizar através de organizações educacionais, profissionais, comerciais
e voluntárias, bem como pelas instituições governamentais.
A responsabilidade pela promoção da saúde nos serviços de saúde deve ser compartilhada entre indivíduos,
comunidade, grupos, profissionais da saúde e instituições que prestam serviços de saúde e governos.
Todos devem trabalhar juntos no sentido de criarem um sistema que contribua para a conquista
de um elevado nível de saúde. O papel do setor saúde deve mover-se, gradativamente, no sentido da
promoção da saúde, além das suas responsabilidades de prover serviços clínicos e de urgência.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Os serviços de saúde precisam adotar uma postura abrangente, que perceba e respeite as
peculiaridades culturais. Essa postura deve apoiar as necessidades individuais e comunitárias
para uma vida mais saudável, abrindo canais entre o setor saúde e os setores sociais, políticos,
econômicos e ambientais.
A reorientação dos serviços também requer um esforço maior de pesquisa em saúde, assim como
mudanças na educação e no ensino dos profissionais da área. Isso precisa levar a uma transformação de
atitude e de organização dos serviços de saúde para que focalizem as necessidades globais do indivíduo
como pessoa integral que é.
Os cinco campos de ação da promoção da saúde são transversais a todos os setores sociais,
caracterizando a proposta da promoção da saúde como genuinamente intersetorial. Considera que
as condições e requisitos para a saúde são: paz, educação, habitação, alimentação, renda, ecossistema
estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade. Dessa forma, a Carta de Ottawa reafirma os
determinantes múltiplos da saúde e trata o conceito de saúde como bem-estar que transcende a ideia
de formas sadias de vida (BUSS, 2000).
Saiba mais
Promover diz respeito a “dar impulso a; fomentar; originar; gerar”, mais amplo que prevenir,
promover refere-se às medidas que não se dirigem a uma determinada doença ou desordem, mas servem
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Unidade II
Nesse sentido, ainda que impliquem em diferentes abordagens, a lógica dos níveis de prevenção
ainda se faz presente na saúde, ao constituir-se como referência para muitos cursos de formação,
produções técnicas e até mesmo políticas públicas, programas e estratégias de saúde. Sendo assim,
são relevantes os esforços acadêmicos no sentido de demonstrar as principais diferenças entre as
perspectivas conservadoras de promoção da saúde, voltadas à lógica preventivista desenvolvida a partir
da história natural das doenças e a nova perspectiva da promoção saúde vista a partir de um conceito
positivo de saúde, a qual tem impulsionado o desenvolvimento do campo da saúde pública/coletiva,
por meio do reconhecimento da ampliação do escopo dos determinantes e condicionantes da saúde e
consequentemente das possibilidades de ação e intervenção eficazes (SCABAR, 2014).
Quadro 1
Objetivos dos programas Mudanças na situação dos indivíduos e de Focam em indivíduos e grupos de
seu ambiente pessoas
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Ações preventivas possuem foco assistencial e ações de promoção da saúde preconizam processo
educacional e emancipatório. Trata-se de ação política com o objetivo de transformar realidades sociais
por meio do empoderamento.
Observação
5.4.2 A política nacional de promoção de saúde como modelo de política pública vigente
Tanto a Constituição Federal de 1998, quanto na Lei Orgânica da Saúde fazem menção à Promoção
da Saúde; no entanto, segundo Castro (2005) e Buss (2000), apenas em 1998 surgiram as primeiras
ações com o objetivo de propor políticas públicas de saúde que atuassem além do setor sanitário, tendo
como referência os determinantes sociais da saúde (DSS).
Embora o conceito ampliado de saúde tenha sido resultado da 8ª Conferência Nacional de Saúde de
1986 e faça parte da Política Nacional de Saúde desde a sua criação em 1990, a criação de políticas e
estratégias que trabalham as questões de saúde de forma ampliada, conforme o referido conceito, são
iniciativas mais recentes e impulsionadas principalmente a partir da tradução e divulgação das Cartas
de Promoção da Saúde pelo Ministério da Saúde, o que ocorreu a partir do ano de 2002.
No ano de 2014, a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) foi revisada por meio de
um processo participativo que contou com a colaboração de gestores públicos, participantes
de movimentos sociais, professores e pesquisadores de universidades. A versão anterior era do
ano de 2006 e já havia passado por edições que, ao longo dos anos, trouxeram contribuições e
atualizações ao texto original.
A atual versão, publicada por meio da Portaria 2.446, de 11 de novembro de 2014, traz em sua
base o conceito ampliado de saúde e o referencial teórico da promoção da saúde como um conjunto
de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo, caracterizando-se pela
articulação e cooperação intra e intersetorial, pela formação da Rede de Atenção à Saúde (RAS),
buscando articular suas ações com as demais redes de proteção social, com ampla participação e
controle social (BRASIL, 2014).
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Unidade II
VIII - a inclusão social, que pressupõe ações que garantam o acesso aos
benefícios da vida em sociedade para todas as pessoas, de forma equânime
e participativa, visando à redução das iniquidades (BRASIL, 2014).
No que diz respeito às diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde, são baseadas no incentivo
à gestão democrática, participativa e transparente, para fortalecer a participação, o controle social e a
corresponsabilidade de sujeitos, coletividades, instituições e esferas governamentais e sociedade civil,
considerando a fundamental participação de todos os envolvidos para o alcance da eficácia e do sucesso
das ações, propondo a ampliação da governança no desenvolvimento de ações de promoção da saúde
que sejam sustentáveis nas dimensões política, social, cultural, econômica e ambiental.
A PNPS deve contar com ações intersetoriais para incorporar as intervenções de promoção da saúde
no modelo de atenção à saúde, especialmente no cotidiano dos serviços de atenção básica em saúde,
considerando a relevância das ações desenvolvidas pela atenção básica, como porta de entrada para
o Sistema de Saúde e a sua responsabilidade na organização do mesmo, incluindo a organização dos
processos de gestão e planejamento, como forma de fortalecer e promover a implantação da PNPS na
RAS, de modo transversal e integrado, compondo compromissos e corresponsabilidades para reduzir a
vulnerabilidade e os riscos à saúde vinculados aos determinantes sociais (BRASIL, 2014).
Cabe destacar a importante contribuição das universidades no último processo de revisão da PNPS,
que resultou no atual texto, publicizado por meio da Portaria 2.446 de 2014. Nota-se que diversas
opiniões, críticas e sugestões dadas pelo grupo aparecem nos itens da nova política, como exemplo os
temas relacionados à formação e educação permanente, educação continuada e formação profissional
(MINOWA et al. 2018).
Minowa e colaboradores afirmam que a revisão da política é uma questão dialética, que não termina
quando a política é publicada oficialmente. No que diz respeito à contribuição da universidade, trata-se
de uma ação contínua, que acontecerá enquanto a política existir, pois a universidade, através de seus
professores e cientistas políticos, permanece atenta, sempre observando e agindo para que a política
permaneça viva e atualizada de acordo com as mudanças nas relações de poder e saber.
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Unidade II
Tendo por objetivo geral promover a equidade e a melhoria das condições e modos de viver, ampliando
a potencialidade da saúde individual e da saúde coletiva, reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde
decorrentes dos determinantes sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais, são definidos como
objetivos específicos da PNPS:
Como uma Política Pública que visa à inclusão social, a PNPS é comprometida com o processo de
capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
maior participação no controle deste processo, ou seja, com o empoderamento de indivíduos e grupos,
capacitando-os para utilizarem as suas habilidades pessoais para tomar decisões e ter controle sobre
a sua própria saúde. Nesse sentido, a Política Nacional de Promoção da Saúde compromete-se com
processos de educação em saúde na formação para a cidadania ativa como ação transformadora da
realidade social em busca da melhoria da qualidade de vida.
Entre os objetivos específicos da PNPS, destacam-se, ainda, as ações de comunicação social e mídia,
o estímulo à pesquisa, produção e difusão de conhecimentos no âmbito das ações de promoção da
saúde, bem como a articulação inter e intrassetoriais das agendas nacionais e internacionais, todos
fundamentais no alcance dos demais objetivos propostos.
Operando em consonância com os seus princípios e valores, assim como com os princípios e valores
do SUS, a Política Nacional de Saúde prevê trabalhar transversalmente com os seguintes temas de
referência para elaboração de suas agendas, adoção de estratégias e temas prioritários:
• Desenvolvimento sustentável.
• Vida no trabalho.
No que diz respeito ao tema determinantes sociais da saúde (DSS), equidade e respeito à diversidade,
a Política objetiva desenvolver ações e programas que visam à identificação das diferenças nas condições
e nas oportunidades de vida, buscando alocar recursos e esforços para a redução das desigualdades
injustas e evitáveis, por meio do diálogo entre os saberes técnicos e populares, com a finalidade de
promover acesso e/ou melhoria nos fatores que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e
seus fatores de risco na população, sendo esses fatores sociais, econômicos, culturais, étnico-raciais,
psicológicos e comportamentais.
Quanto ao tema desenvolvimento sustentável, a proposta é dar visibilidade aos modos de consumo e
produção relacionados com o tema priorizado, mapeando possibilidades de intervir naqueles que sejam
deletérios à saúde, adequando tecnologias e potencialidades de acordo com especificidades locais, sem
comprometer as necessidades futuras, ou seja, viabilizando modos de desenvolvimento comprometidos
com o não esgotamento dos recursos naturais para o futuro.
A temática produção de saúde e cuidado representa a incorporação do tema na lógica de redes que
favoreçam práticas de cuidado humanizadas, pautadas nas necessidades locais, por contarem com a
fundamental participação popular, promovendo o reconhecimento e o diálogo entre as diversas formas
do saber popular, tradicional e científico, construindo práticas pautadas na integralidade do cuidado e da
saúde, significando, também, a vinculação do tema a uma concepção de saúde ampliada, considerando
o papel e a organização dos diferentes setores e atores que, de forma integrada e articulada por meio
de objetivos comuns, atuem na promoção da saúde.
A partir da análise dos ambientes e dos territórios de vida e de trabalho das pessoas e das coletividades,
a temática ambientes e territórios saudáveis objetiva identificar as oportunidades de inclusão da
promoção da saúde nas ações e atividades desenvolvidas de maneira participativa e dialógica.
Como estratégias para concretizar ações de promoção da saúde, a PNPS adota os seguintes
eixos operacionais:
74
POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
• gestão;
• educação e formação;
A PNPS reconhece a regionalização como diretriz do SUS e como eixo estruturante para orientar a
descentralização das ações e serviços de saúde e para organizar a Rede de Atenção à Saúde considerando a
abrangência das regiões de saúde e sua articulação com os equipamentos sociais nos territórios, observando
as pactuações interfederativas, a definição de parâmetros de escala e acesso e a execução de ações que
identifiquem singularidades territoriais para o desenvolvimento de políticas, programas e intervenções,
ampliando as ações de promoção à saúde e contribuindo para fortalecer identidades regionais.
A Rede de Atenção à Saúde (RAS) deve transversalizar a promoção, favorecendo práticas de cuidado
humanizadas, pautadas nas necessidades locais, na integralidade do cuidado, articulando com todos os
equipamentos de produção da saúde do território, além de articular com as demais redes de proteção
social, vinculando o tema a uma concepção de saúde ampliada, considerando o papel e a organização
dos diferentes setores e atores, que, de forma integrada e articulada por meio de objetivos comuns,
atuem na promoção da saúde.
As estratégias para concretização das ações em promoção da saúde contam com eixos operacionais
voltados à participação popular, fundamental para a definição e avaliação eficazes das ações, gestão
democrática e participativa, formação e educação continuada, pautadas em processos pedagógicos
problematizadores, dialógicos, libertadores, emancipatórios e críticos.
75
Unidade II
Segundo texto da Portaria 2.446/2014, são temas prioritários da PNPS, evidenciados pelas ações de
promoção da saúde realizadas e compatíveis com o Plano Nacional de Saúde, pactos interfederativos
e planejamento estratégico do Ministério da Saúde, bem como acordos internacionais firmados pelo
governo brasileiro, em permanente diálogo com as demais políticas, com os outros setores e com as
especificidades sanitárias:
Grande parte dos cursos de graduação que formam profissionais para atuação no campo da promoção
da saúde não contemplam em seus projetos referencial teórico de Promoção da Saúde que possibilite
a obtenção do perfil preconizado na formação de Promotores da Saúde, tornando fundamentais os
processos de formação e educação permanente voltados à capacitação de gestores, trabalhadores da
saúde e de outros setores para o desenvolvimento de ações de educação em promoção da saúde.
Realizar escolhas alimentares adequadas e saudáveis é uma questão multifatorial, permeada por
diversas influências sociais e culturais que podem ser trabalhadas por meio de ações e instrumentos de
promoção da saúde.
Trata-se de um tema bastante desafiador. Um estudo recente realizado junto a uma universidade no
estado de São Paulo constatou que estudantes e docentes de Educação Física associaram com destacada
frequência o campo da Promoção da Saúde às práticas físicas e esportivas em detrimento às questões
sociais e culturais, o que revela que os conceitos de Promoção da Saúde que ambos os grupos possuem,
no geral, voltam-se apenas para visões restritas de saúde e para o ideal da mudança de comportamento
individual (SCABAR, 2014).
76
POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Atualmente, o principal programa de promoção da saúde que aborda o tema e está diretamente
vinculado à Política Nacional de Promoção da Saúde é o Programa Academia da Saúde, que corresponde
a uma estratégia de promoção e produção do cuidado com a saúde a partir da implantação de espaços
públicos conhecidos como polos do Programa Academia da Saúde, os quais contam com infraestrutura
apropriada, equipamentos e profissionais qualificados.
Embora existam diversos programas e ações voltadas ao controle do tabagismo no país, não há no
Brasil uma política pública de combate ao tabagismo, mesmo evidenciados e reconhecidos os males e
prejuízos que o consumo do tabaco e seus derivados causam à saúde, tanto ao fumante usuário quanto
ao fumante passivo.
Nesse sentido, tratar o tema por meio da Política Nacional de Promoção da Saúde é uma ação
de suma importância para o enfrentamento desse panorama problemático e desafiador, que requer
estratégias voltadas a questões biológicas e sociais.
Trabalhar a questão do uso abusivo do álcool e outras drogas sob a perspectiva da promoção da
saúde pressupõe ações voltadas aos aspectos biológicos e sociais relacionados à saúde do usuário.
77
Unidade II
78
POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
A promoção da mobilidade segura, da cultura da paz e direitos humanos, bem como a promoção
do desenvolvimento sustentável, pressupõe o desenvolvimento de ações intra e intersetoriais que têm
como ação estratégica norteadora as ações de educação em saúde. No entanto, contam também com
tecnologias existentes nas RAS, instrumentos de legislação, fiscalização, gestão e planejamento integrado.
É fundamental que ocorra a interação de diferentes atores, leituras e interpretações na produção das
políticas, bem como de seus documentos oficiais, tratando-se de elemento fundamental da análise das
disputas e conflitos presentes nesse processo: o tempo todo há formulação/produção de novos textos
em função dos múltiplos atravessamentos, até pela conjuntura nacional (MINOWA et al. 2018).
No contexto de garantia do bem-estar social pelo Estado é que se destaca a saúde como um importante
campo do desenvolvimento social e grande potencial inclusivo, constituindo uma via legítima para a
inclusão social, considerando a garantia constitucional da saúde a todo cidadão brasileiro.
Segundo Buss (2000), considerando que as decisões em qualquer campo das políticas públicas, em
todos os níveis de governo, influenciam diretamente a saúde da população, ressalta-se o compromisso do
Estado com a viabilização das Políticas Públicas Saudáveis, conforme proposta do campo da Promoção da
Saúde, o que implica diretamente na construção da prioridade política em todos os setores econômicos,
do desenvolvimento social e em todas as esferas de gestão pública.
Saiba mais
79
Unidade II
Determinantes sociais da saúde (DSS) são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnico-raciais,
psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de
risco na população” (CNDSS, 2006). Para Tarlov: “DSS são as características sociais dentro das quais a
vida transcorre” (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007).
A Comissão Nacional de Determinantes Sociais da Saúde tem trabalhado usando como referência
tanto o antigo conceito de saúde concebido pela Organização Mundial da Saúde de 1948, o qual
diz respeito a um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente à ausência
de doenças, quanto com o preceito Constitucional, resultante da 8ª Conferência Nacional de Saúde:
“direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação” (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007).
Como nos lembram esses autores, desde o início do século passado já havia uma tensão acerca da
definição dos determinantes do processo saúde-doença na comunidade acadêmico-científica quando da
interrogação sobre o foco de pesquisa do campo da Saúde Pública, sendo feitas pesquisas em laboratório
para compreensão das características biológicas dos organismos infecciosos ou em ambientes onde
viviam os indivíduos ou comunidades, suas casas e locais de trabalho. Estava, assim, travado o conflito
entre os enfoques biológico e social do processo saúde-doença, o qual sempre esteve presente ao longo
da trajetória do campo da saúde pública. Por longos anos, e por influência inicial da Escola de Saúde
Pública da Universidade de Johns Hopkins, a Saúde Pública dirigiu os seus esforços para o controle de
doenças com base nos estudos microbiológicos, distanciando-se das questões políticas e dos esforços
por reformas sociais e sanitárias de caráter mais amplo.
Buss e Pellegrini-Filho (2007) citaram ainda que essa tensão permeou as atividades da própria
Organização Mundial da Saúde (OMS), mesmo com o início de suas atividades a partir de um conceito hoje
já um tanto obsoleto, mas que na época representou um grande avanço em termos de reconhecimento
dos determinantes da saúde (ainda que poucos) para além da questão biológica e do enfoque na doença.
Os autores consideram que a literatura acerca dos determinantes da saúde tem apresentado
importantes contribuições para o entendimento da relação entre as formas de organização e
desenvolvimento social e a situação de saúde das populações; no entanto, destacam a importância de
estabelecer uma hierarquia de determinações entre os fatores mais gerais de natureza social, econômica,
política e as mediações por meio das quais esses fatores incidem sobre a situação de saúde de grupos
e pessoas, uma vez que a relação de determinação não é uma simples relação direta de causa-efeito.
Fica claro, por exemplo, que macroindicadores de riqueza de uma sociedade não possuem relação
direta com os indicadores de saúde, assim como a soma de indicadores de saúde de indivíduos não
80
POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Nesse sentido, compreende-se que os resultados dos indicadores de saúde de uma sociedade
estão diretamente relacionados às formas de organização social e política, conforme destaca o atual e
ampliado conceito de saúde, resultante da 8ª Conferência Nacional de Saúde.
Trabalhar a saúde sob a perspectiva dos DDS pressupõe, fundamentalmente, desenvolver ações
intersetoriais, o que requer uma metodologia de formulação de políticas que têm a possibilidade de
atuar sobre as iniquidades por meio de ações sobre os determinantes dos problemas de saúde nos
múltiplos setores onde eles se localizam (WESTPHAL; ZIGLIO, 1999).
Lembrete
Nos últimos anos muito se tem falado sobre empoderamento. Temas como as diferenças de gênero
e sexualidade incentivam discussões que propõem aos indivíduos e grupos o resgate de valores e o uso
do seu poder como cidadãos livres e que possuem direitos e deveres.
Vamos conhecer um pouco mais sobre o conceito de empoderamento e a sua relação com a promoção
da saúde e o processo de inclusão social.
81
Unidade II
Segundo Pelicioni e Pelicioni (2007), o empoderamento envolve a preparação de cada indivíduo para
assumir o controle e a responsabilidade sobre a sua própria saúde e da comunidade, para a participação,
a tomada de decisões, o controle social, para exigir direitos, atuar sobre os fatores determinantes e
condicionantes da sua saúde e qualidade de vida.
Sob essa perspectiva, a educação em saúde como processo político de formação para a cidadania
ativa e para a ação transformadora da realidade social em busca da melhoria da qualidade de vida
viabiliza o empoderamento por meio da promoção da saúde (PELICIONI; PELICIONI, 2007)
Concordando com essas ideias, para Silva (2009), a participação e o empoderamento da população
são processos desafiadores, no entanto, possíveis de serem viabilizados por meio de processo educacional
crítico e político capaz de promover a transformação dos indivíduos para o desenvolvimento de suas
habilidades pessoais e consequente exercício da cidadania.
Nesse sentido, a educação popular, no sentido da educação política, prepara o indivíduo para
participação popular que visa transformar realidades sociais opressoras.
O exercício da verdadeira soberania popular pela qual a sociedade civil, de forma organizada, passa
a controlar os órgãos públicos, que representam o poder do Estado, a política e os sistemas burocráticos,
promoverá a emancipação política, cultural e social e superará a alienação.
82
POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Para Pelicioni et al. (2013), é por meio do processo educativo formador que as pessoas motivadas vão
incorporando significados à sua vida e passam a agir levando em conta tais valores.
Para que haja uma efetiva mudança, é preciso que as atitudes sejam incorporadas pelos indivíduos,
pois elas são indutoras dos comportamentos.
Viana e Silva (2012) apresentam o conceito de educação em saúde que se baseia na concepção de
que o indivíduo aprende a cuidar da sua saúde, que é resultante de múltiplos fatores intervenientes no
processo saúde-doença, e em seu texto corrobora com a ideia de Pelicioni e Pelicioni (2007) e Pelicioni et
al. (2013) de que a educação deve ser crítica, problematizadora da realidade, um processo compartilhado,
reflexivo, construído a partir de ações conjuntas.
A construção de habilidades e competências para uma atuação profissional com base em uma
perspectiva emancipatória pode ser viabilizada por meio da temática da promoção da saúde, sendo
esta a principal estratégia na área da saúde para desenvolver projetos de emancipação social e
consequentemente evitar a exclusão social, o que se viabiliza por meio das ações de empoderamento de
indivíduos e grupos. Fica evidente, portanto, que a promoção da saúde é uma questão fundamentalmente
política (SCABAR, 2014).
Muitas vezes, as questões são abordadas como se dependessem exclusivamente de uma opção do
indivíduo, quando, muitas vezes, as decisões fundamentam-se muito mais da possibilidade de acesso
aos serviços, no caso da saúde, de um sistema mais igualitário e mais justo, que possibilite que as
diferenças desnecessárias desapareçam (PELICIONI et al., 2013).
Conforme destacam Pelicioni et al. (2013), somente compreendendo os fatos, refletindo sobre eles
e tomando decisões conscientes é que as pessoas mudarão os seus comportamentos. Relembrando a
teoria freireana, devemos considerar que “ninguém educa ou conscientiza ninguém”, somos, enquanto
profissionais, cidadãos comprometidos com a mudança social, responsáveis por problematizar e promover
condições para que os indivíduos, no seu contexto social, por meio da sua prática social e existencial,
promovam a sua consciência crítica, se empoderem e se emancipem socialmente. Isso resultará em
mudanças de atitude que gerarão transformações de comportamento, e no âmbito da saúde levarão a
alcançar melhores condições (SCABAR, 2014).
Nesse sentido, apenas a consciência sobre a realidade não vai gerar mudanças, é preciso ir além.
Segundo Pelicioni et al. (2013), para mudar determinado estado das coisas ou influir no comportamento
das pessoas, não basta dar informações, é preciso garantir que a comunicação ocorra, ou seja, a ação
educativa deve ser de comunicação para atingir o ser humano, não como um ser abstrato, mas como um
ser inserido em uma realidade histórica, reconhecendo a capacidade do indivíduo de refletir e de assumir o
papel de sujeito de sua procura. É necessário, portanto, efetivar o processo de comunicação para educação
em saúde, produzindo significados por meio de trocas simbólicas entre indivíduos e grupos.
83
Unidade II
Dessa forma, entende-se que a mudança de atitude para o alcance de melhores condições de vida
e saúde sofre influências do contexto social e de vida do indivíduo, embora a decisão pela mudança de
atitude esteja imbricada também por sua participação no processo de construção da sua consciência
crítica. Somos sujeitos de uma sociedade que tem a sua relação com o estado regida por políticas que
legitimam o exercício do poder do governo nas decisões acerca dos direitos sociais garantidos pelo
estado, entre eles, a saúde. Portanto, somos sujeitos, mas não únicos responsáveis pela determinação da
nossa saúde. E é nesse contexto que a promoção da saúde moderna apoia-se, isto é, no entendimento de
que a saúde é resultado do conjunto de fatores que determinam a qualidade de vida, compreendidos a
partir do ambiente físico, social, político, econômico e cultural, por meio da implementação de políticas
públicas e da viabilização de condições favoráveis ao desenvolvimento da saúde, as quais propiciarão
escolhas saudáveis e o reforço da capacidade dos indivíduos e comunidades (empowerment), de acordo
com Buss (2000).
Ainda segundo Buss (2000), os programas ou atividades que visam promover a saúde concentram-se
em propostas educativas ou de orientação voltadas a mudanças nos comportamentos sob o controle
dos próprios indivíduos. Dentro dessa perspectiva, os indivíduos e comunidades são considerados os
únicos responsáveis pela sua situação de saúde, ou seja, cabe ao profissional orientar e simplesmente
informar, cabendo ao indivíduo ou comunidade a “simples” decisão de “comportar-se” de acordo com
as orientações do profissional, como se não houvesse outros fatores que influenciassem na decisão
de adotar um comportamento saudável, que não aqueles sob exclusivo controle dos indivíduos ou
comunidades (SCABAR, 2014).
Propostas educativas ou de orientação voltadas apenas para mudanças nos comportamentos sob o
controle dos próprios indivíduos serão ineficazes sob o ponto de vista da promoção da saúde integral,
já que existem alguns fatores determinantes que não podem ser diretamente controlados apenas pela
área da saúde, mas precisam da contribuição e parceria de outros setores.
Apenas comunicar não leva à ação educativa, ou seja, campanhas de propaganda e ações informativas
não cumprem com o objetivo de construir um conhecimento acerca de determinada questão. O processo de
comunicação que instrumentaliza a ação educativa deve ser efetivo, ou seja, que produza significados a partir
da informação transmitida pelo comunicador e da realidade de vida de cada indivíduo (SCABAR, 2014).
A comunicação ganha importante espaço dentro do campo da promoção da saúde por conta de sua
intrínseca relação com a ação educativa, sendo o processo de comunicação um importante instrumento
para se atingir os objetivos do processo educativo. Como lembram Pelicioni et al. (2013), a ação educativa
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
deve ser de comunicação se quiser atingir o ser humano, não como ser abstrato, mas como um ser
concreto inserido em uma realidade histórica.
É necessário, no entanto, que a população exerça a sua cidadania e não se deixe cooptar pelos
interesses capitalistas da grande massa midiática que apoia e incentiva a lógica de mercantilização de
importantes direitos sociais como a saúde e a educação, a qual age na contramão dos interesses da
maior parte da população (SCABAR, 2014).
Sendo assim, a partir da informação é fundamental incentivar a reflexão do indivíduo sobre o seu
comportamento para que o mesmo incorpore novas perspectivas e novas atitudes.
Embora o conceito de saúde não fique restrito aos comportamentos mencionados, ou seja,
não são apenas os comportamentos que determinam a saúde do indivíduo, cabe considerar que é
recorrente a situação em que o indivíduo recebe informações e orientações como prescrições acerca de
comportamentos que levariam a uma condição melhor de saúde, que são consideradas equivocadamente
85
Unidade II
ações de educação em saúde, mas que não resultam em efetivo processo de mudança de atitude. É
importante lembrar, conforme Pelicioni et al. (2013), que o termo “Educação em Saúde” não se aplica
às situações de aprendizagem que limitam seus objetivos à mudança de comportamentos individuais.
Observação
Resumo
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POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
Exercícios
Questão 1. (Enade, 2010, adaptada) Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs) foram criados
por meio da Portaria nº 154, de 24/1/2008, que faz a seguinte referência à Política Nacional de Promoção
da Saúde:
A Política Nacional de Promoção da Saúde compreende que as práticas corporais são expressões
individuais e coletivas do movimento corporal advindo do conhecimento e da experiência em torno do
jogo, da dança, do esporte, da luta, da ginástica. São possibilidades de organização, escolhas nos modos
de relacionar-se com o corpo e de movimentar-se, que sejam compreendidas como benéficas à saúde de
sujeitos e coletividades, incluindo as práticas de caminhadas e orientação para a realização de exercícios,
e as práticas lúdicas, esportivas e terapêuticas, como a capoeira, as danças, o Tai Chi Chuan, o Lien Chi,
o Lian Gong, o Tuiná, a Shantala, o Do-in, o Shiatsu, a Yoga, entre outras.
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portaria154_24_01_08.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2010 (adaptado).
II – Os profissionais de Educação Física atuam por meio das atividades físicas e corporais, buscando
a promoção de saúde em suas várias dimensões.
III – As práticas terapêuticas previstas para a atuação do profissional de Educação Física nos NASFs
são todas oriundas da medicina tradicional chinesa.
IV – As atividades dos profissionais de Educação Física nos NASFs devem ser adequadas à clientela em
relação a suas necessidades, faixa etária, gênero e nível sociocultural, de acordo com os aspectos
da saúde social, psicológica e biológica.
A) I e II, apenas.
B) I e III, apenas.
C) I, II e IV, apenas.
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Unidade II
I – Afirmativa correta.
Justificativa: de acordo com a Portaria nº 154, que cria o NASF, há indicação do profissional de
Educação Física como um dos possíveis integrantes das equipes multiprofissionais dos NASF.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: não há restrição ao uso de nenhum tipo de prática de atividade física ou corporal. Esse
uso fica a cargo do profissional.
IV – Alternativa correta.
Questão 2. (Enade, 2010) Os NASFs têm os objetivos de ampliar a abrangência e o escopo das ações
da tenção básica no setor da saúde e incrementar a estratégia de Saúde da Família na rede de serviços
oferecidos pelo governo à população. O compromisso dos NASFs está embasado em ações de promoção
da saúde destinadas a garantir condições de bem-estar físico, mental e social às populações.
Considerando o exposto, que ações poderão ser planejadas e desenvolvidas pelo profissional de
Educação Física que atuará nos NASFs?
III – Avaliar fisicamente cada equipe multiprofissional que atua nos NASFs.
88
POLÍTICAS PÚBLICAS E INCLUSÃO SOCIAL
A) I e III.
B) I e IV.
C) II e III.
D) I, II e IV.
89
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 6
Figura 7
Figura 10
Figura 11
90
REFERÊNCIAS
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Exercícios
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Unidade II – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2010: Educação Física.
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educacao_fisica_2010.pdf>. Acesso em: 4 jul. 2018.
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000