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M O RAIS, J.L. A A rqueologia e o fator geo. Rev. do M useu de A rqueologia e Etnologia, São
P au lo , 9: 3-22, 1999.
Neste artigo1 ressaltamos o grau de signifi- ra a expressão ‘fa to r ”: fa to r é aquilo que concor
cância das possibilidades de relações disciplina re para um resultado. Dizemos, então, que as con
res entre a Arqueologia, a Geografia, a Geomorfo tribuições da (G eo)grafia, da (G eo)m orfologia
logia e a Geologia, a partir da definição de uma enti e da (Geo)logia para a Arqueologia constituem
dade denominada fa to r “geo ” tendo como enfo o fa to r “g e o ” Esta contribuição será sempre en
que as pesquisas arqueológicas realizadas no tre tendida em dupla mão-de-direção, caracterizando
cho paulista da bacia do Rio Paranapanema, no um a verdadeira interd iscip lin arid ad e. O fa to r
âm bito do P rojP ar — P rojeto P aranapanema. “g e o ” integra o uso das geotecnologias, aqui
expressos o sistem a de posicionam ento global
(GPS), o sistema de informações geográficas (SIG),
A propósito do fator “geo”
o sistema de sensoriamento remoto (SSR), a mo
e conceitos correlatos
delagem digital de terreno (MDT) e os softwares
do sistema CAD (Computer aided design) e CAM
Como ponto de partida adotaremos a defini
{com puter aided m apping).
ção de Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira pa
Assim, dentre outras possibilidades, o fa to r
geo marca sua importância no conteúdo da disci
plina arqueológica e seu planejamento: sua apli
(*) M useu de A rqueologia e E tnologia da U niversidade cação é direta na prática da arqueologia rotineira,
de São Paulo. no resgate arqueológico e nos esquemas de ges
(1) As idéias expressas neste artigo foram extraídas do Ca
tão do patrim ônio das com unidades, incluindo
pítulo I da tese de livre-docência intitulada “Perspectivas
G eoam bientais da A rqueologia do P aranapanem a P au o segm ento arqueológico.
lista ", d efendida em agosto de 1999 no M useu de A r Isto posto, convém expressarmos alguns con
queologia e E tnologia da USP. ceitos úteis para o prossegim ento do texto. De
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M O RAIS, J.L. A Arqueologia e o fator geo. Rev. do M useu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 9: 3-22, 1999.
imediato, colocamos o significado de sitio arqueo Outro conceito essencial prende-se aos nú
lógico, definição válida considerando os propó cleos de solo antropogênico presentes com es
sitos deste artigo. Em 1958, Willey & Phillips defi pecial ênfase no registro arqueológico de horti
niram o sitio arqueológico como sendo a menor cultores da Tradição Guarani. Conhecidos tam
unidade do espaço a ser trabalhada pelo arqueó bém por “m anchas de terra-preta” correspon
logo, podendo ir do pequeno acampamento à gran dem aos rem anescentes dos solos de habitação
de cidade. Para Deetz, final dos 70, a possibilida e seu cinturão envoltório. No caso do Paranapa-
de de investigar é a determinante do sitio arqueo nema, foram primeiramente observadas por L u
lógico. Plog & Hill consideram sítio qualquer lo ciana Pallestrini, quando das escavações do Sítio
calização de artefatos, mesmo que se trate de um, Fonseca, no Município de Itapeva, e do Sítio Jan-
apenas. Mazurowski (citado por Victor Dias, no go Luís, Município de Campina do Monte A le
Cyberarqueólogo Português) “acrescentou às gre, no final dos anos 60. O conjunto de núcleos
anteriores definições, a importância que tem a de solo antropogênico, entendidos com o rem a
localização dos objectos p or se poder teorica nescentes de uma aldeia, form a um único sítio
mente discernir através desta, o caráter inten arqueológico. À época, tal postura foi de extrema
cional ou não dos achados. ” importância contrariando os ditames do P ronapa
O fato é que não existe urna única definição (Program a N acional de Pesquisas A rqueológi
de sitio arqueológico. Q ualquer um a é válida, cas), que postulavam para cada núcleo de solo
desde que se ajuste a determinado escopo, para a antropogênico o estatuto de um sítio-habitação.
solução de certo problema. Assim, considerare Outro assunto de utilidade seria a qualifica
mos aspectos particulares das definições acima ção das intervenções no registro arqueológico.
propostas, adicionando a idéia do “local de inte Consideraremos intervenções no registro arqueo
resse arqueológico’’ De fato, sitio arqueológico lógico quaisquer atitudes que proporcionem o des
poderia ser definido à maneira das idéias de Willey monte do sítio: coletas comprobatorias; abertura
& Phillips - “a menor unidade do espaço” - com de sondagens, trincheiras ou cortes; tradagens;
plem entada por Deetz - “passível de investiga decapagens; retificação de barrancos. Enfim, qual
ção” - por Plog & Hill - “contendo objetos cultu quer ação de responsabilidade de um profissio
rais” - e por Mazurowski - “portanto intencio nal que provoque alteração física no registro (as
nais” Para os efeitos exclusivos da problemática e ações executadas por não profissionais, casuais
dos objetivos definidos neste trabalho, sitio ar ou intencionais, são consideradas fatores de des
queológico será “a menor unidade do espaço pas truição do registro). Inserções no sistema de posi
sível de investigação, dotada de objetos inten cionamento global, levantamentos plani-altimé-
cionalmente produzidos ou rearranjados, que tes tricos e registros fotográficos não constituem, no
temunham as ações de sociedades do passado. ” nosso entender, intervenções no registro arqueo
Plog & Hill dão a base do que chamaremos lógico.
local de interesse arqueológico: a descoberta Finalm ente, resta colocarm os algo sobre o
isolada. Por conta da proposta em tela, à deseo- P rojeto P aranapanem a enquanto instrum ento
berta isolada adicionarem os outros com ponen de planejamento e gestão. O P rojP ar é um pro
tes físicos da paisagem: uma cascalheira de lito- gram a interdisciplinar e interinstitucional, cujo
logia diversificada, um dique de arenito silicifica- propósito é identificar e analisar os cenários das
do, um pavimento detrítico (matérias-primas de ocupações humanas e seu meio ambiente. Foi cria
boa fratura conchoidal), um barreiro (o barro bom do por Luciana Pallestrini, em 1968. A partir de
para a cerámica), um compartimento topomorfoló- 1993, com redirecionam ento dos seus propósi
gico adequado a determinado tipo de assentamen tos, consolidaram -se os enfoques interdiscipli-
to etc.. Todos esses elementos comporão o que pro nares referentes ao tema território, desenvolvi
pomos serem os parámetros do modelo locacio- mento & meio ambiente. Passaram a ser caracteri
nal, de caráter preditivo, tão úteis para os reco zados cenários sócio-econômicos e culturais cro
nhecimentos de área e os levantamentos extensi nologicamente delimitados. As ações do ProjPar,
vos. Tais parâmetros permitem-nos o mapeamen preferencialmente embasadas nas evidências ma
to de locais potencialmente favoráveis ao encon teriais da cultura, passaram a abranger momentos
tro de sítios e locais de interesse arqueológico. que vão da pré-história à atualidade, englobando
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ciados pelo concurso das várias disciplinas inse dos como meio de comunicação e expressão (Be
ridas no contexto das ciências humanas e sociais zerra de Meneses 1988).
(especialmente a Arqueologia, a História, a Geo Mormente, o registro arqueológico está con
grafia Humana, a Etnologia, a Antropologia e a So tido em pacotes sedimentares, formando camadas
ciologia), das ciências naturais (principalmente a antropogênicas identificáveis na estratificação
Geografia Física, Geologia, Geomorfologia, Biolo natural dos depósitos. Muitas vezes, porém, o re
gia e Botânica) e das ciências exatas e tecnológicas gistro arqueológico pode estar presente em pisos
(Física, Química, Matemática, Informática). e paredes rupestres ou ser constituído por estru
Na arqueologia brasileira (e em algumas ou turas edificadas (no caso brasileiro, trata-se da
tras, também), a construção da interdisciplinaridade Arqueologia Histórica). Os arranjos espaciais são,
- entendida como o máximo aproveitamento das muitas vezes, detectados por evidências laten
potencialidades de intercomunicação entre duas tes ou intangíveis. A técnica arqueológica, con
ou mais disciplinas, no encalço de objetivos co cretizada nos modos de intervenção no registro
muns - tem sido encaminhada (com importantes arqueológico, incumbe-se de proporcionar os meios
exceções) de modo canhestro. Mormente faz parte necessários para a recuperação, a notificação, a
de uma arqueografia per se ou no ensejo de um leitura, a descrição e a classificação dos materiais
rótulo “sistêm ico” apenas no nível do discurso arqueológicos em seus respectivos contextos (não
(atitude igualmente claudicante pois desprovida há de se ignorar, porém, que a Arqueologia da Pai
daquela salutar plataform a proporcionada pela sagem , en q u an to subcam po da A rq u eo lo g ia,
arqueografia classificatòria e historicista). postula, em boa parte dos seus procedim entos,
Assim, no mais das vezes, a literatura arqueo a não intervenção no registro arqueológico).
lógica nacional tem contado apenas com exaus De modo geral, o registro arqueológico dos
tivas descrições m orfológicas, seguidas de in ambientes tropicais é pobre em termos de rem a
fundadas e desconexas afirm ações funcionais, nescentes orgânicos e as perm anências concre
corroboradas por com plexos exercícios estatís tas acabam ficando por conta dos materiais inor
ticos, tudo isso introduzido (como afirmado ante gânicos, portanto de suporte mineral. Neste caso,
riorm ente) por desnecessários capítulos rotula incluem -se os artefatos de pedra (abrangendo
dos de “Aspectos Geográficos da Área Investi eles próprios e os detritos decorrentes da sua fabri
g a d a ” ou “G eologia e G eom orfologia da R e cação, entendidos em determ inados contextos
g iã o ” ou, ainda (acom panhando jargões mais espaciais) e os utensílios de cerâmica, obtidos por
atuais), “A spectos Am bientais da Região P es meio da apropriação de certas formas, a partir da
quisada" Isso contribuiu muito pouco para as plasticidade das argilas. Desse modo, tais tipos
reflexões concernentes às fontes de recursos cul de evidências concretas, que se traduzem em as
turais (no caso, o registro arqueológico), sem di pectos materiais da cultura, assumem importân
zer aos importantes aspectos sociais das com u cia capital no reconhecimento dos modos de vida
nidades responsáveis poi esse registro. e das estratégias de interação entre o homem e o
Todavia, muitas das assertivas consagradas meio, considerando-se o universo das com uni
por qualquer linha de pensamento que direciona dades pretéritas.
o exercício da disciplina são ainda válidas e con A vista desta postura, a interdisciplinaridade
vém revisitá-las. Grosso modo, a Arqueologia é a assume, de fato, importância estratégica na verifi
disciplina que tem por finalidade o estudo dos mo cação do design dos antigos cenários das ocupa
dos de vida de comunidades antigas que deixa ções de caçadores-coletores e de horticultores pré-
ram suas marcas em ambientes específicos, identi coloniais. Assim, o imbricado campo da intersecção
ficados como sítios arqueológicos. Se o propósito dos procedimentos interdisciplinares direcionam
final é o estudo dos diferentes aspectos sociais, as possibilidades potenciais de interpretação dos
econômicos e culturais das comunidades, consi aspectos sócio-econômicos e culturais dos grupos
derando suas formas, funções e mudanças, os meios responsáveis pela produção do registo arqueoló
para analisá-los são os objetos produzidos por gico (Sotchava 1977, Neustupny 1993).
elas, tais como permanecem no registro arqueoló Mencionamos anteriormente que o registro ar
gico. Tais objetos foram importantes na criação e queológico está contido em pacotes sedimentares
recriação do universo social, devendo ser entendi sujeitos aos processos erosivos e deposicionais
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topomorfológica e à degradação de colinas e ter A p artir daqui serão pontuados sep arad a
raços cujos sedim entos m ascaram im portantes mente discursos relativos à metodologia dos sub-
dados do registro arqueológico. No caso da bio- campos que alavancam o fa to r geo, ou seja a Geoar
turbação, os procedimentos estão sendo encam i queologia e a A rqueologia da Paisagem.
nhados a partir da necessária coleta de dados (Mel
lo Araújo, 1994).
Identificar as fontes de m atéria-prim a utili Geoarqueologia
zadas pelas com unidades pré-coloniais, colabo
rando para o mapeamento dos possíveis marcos G eoarqueologia é um term o relativam ente
e fronteiras dos territórios de captação de recur recente na literatura arqueológica. Grosso modo,
sos, no que concerne às atividades minerárias, en refere-se às possibilidades de relação disciplinar
globando minerais e rochas de boa fratura con- entre a Arqueologia e as chamadas geociências.
choidal (líticos) e argilas (cerâmicas). Bastante consolidada, principalmente nas inves
Colaborar nos procedimentos de leitura dos tigações de origem ou de inspiração anglo-ameri
objetos e conjuntos líticos e cerâmicos enquan cana, a G eoarqueologia deverá ser considerada
to documentos arqueológicos, recompondo a se subcampo da Arqueologia in totum. Ela não existe
qüência de gestos técnicos utilizada no proces enquanto disciplina autônoma, posto que cons
samento da matéria-prima. titui parte da disciplina arqueológica (H assan
Estes dois objetivos se prendem às cadeias 1979, Gladfelter 1981, Butzer 1982, Wagstaff 1987,
operatorias relativas ao processam ento dos im Leach 1992, Waters 1992, Rapp & Hill 1998).
plementos líticos e cerâmicos pelas comunidades Assim, a figura do geoarqueólogo jamais se
pré-coloniais e, possivelmente, de contato com as confundirá com a do geólogo ou do geomorfólo-
frentes de colonização ibérica e brasileira. Esta go enquanto profissionais agregados a um pro
cadeia, em síntese, envolve a busca da matéria- grama de Arqueologia, em caráter transitório. Do
prima (a pedra lascável ou o barro bom), as técni g eo a rq u eó lo g o (que ro tin e ira m e n te tem seu
cas de processamento (muito particulares em ca nascedouro acadêmico na Geografia ou na G eo
da caso), o uso do instrumental (que acaba por logia) exigimos, antes de tudo, formação especí
tipificar as funções do assentamento ou de seto fica em A rqueologia, o que inclui sólida base
res dos assentamentos) e o seu descarte. Tanto teórica, m etodológica e técnica. Do geólogo e
na análise dos materiais líticos, como dos cerâmi do geomorfólogo (o último sempre originário de
cos, tem sido crucial o aporte do fator geo na qua um curso de Geografia) exigimos, antes de tudo,
lificação das fontes de matérias-primas ou na in feelin g para as coisas da Arqueologia, qualida
terpretação da sua distribuição pela área de pes de corroborada na formação específica nas res
quisa (Vilhena-Vialou 1980; Caldarelli 1983; M o pectivas áreas. Entendemos, porém, que a Geoar
rais 1983, 1988; Afonso 1995). queologia só será possível com o concurso dos
Contribuir para o desenvolvimento de aspec três profissionais.
tos teóricos, metodológicos e técnicos dos sub- A Geoarqueologia atua exatamente na inter-
campos G eoarqueologia e A rqueologia da Pai secção disciplinar, respondendo às questões for
sagem. muladas pela Arqueologia. Certamente a recípro
Contribuir para a definição dos cenários de ca pode se tornar verdadeira quando, além dos
ocupação indígena da bacia do Paranapanem a avanços obtidos pela própria Arqueologia, exis
paulista, adicionando dados à memória regional tirem respostas plausíveis para os cam pos das
e nacional. geociências envolvidos no conjunto. É o que acon
Os dois objetivos podem ser com entados tece, com certa freqüência, nos estudos geológi
conjuntam ente, na medida que tratam dos pos cos e geomorfológicos relativos ao Quaternário,
síveis avanços em várias vertentes, decorrentes quando a presença do registro arqueológico po
da aplicação dos procedimentos do fa to r geo. E, de indicar cronologias seqüenciais concernentes
neste caso, o comentário é remetido ao conteúdo à gênese e ao desenvolvim ento dos pacotes se
global deste artigo. Generalidades e, quando for dim entares.
o caso, especifidades decorrentes do questiona O termo Geoarqueologia foi introduzido por
mento proposto serão retomadas durante o texto. Butzer já no início dos anos 70. Em um de seus
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textos, este autor dá uma conotação ecológica ao upon the geom orphological context o f artifacts
termo: “G eo-archaeology contributes fa r more is what is mean by 'geoarchaeology' This desig
than stra tig ra p h ie inform ations. In the ideal nation by itself implies a need to integrate data
case it is basic fo r the identification o f m icro from many, often diverse, field s and to emphasize
environments (...) When the practitioner is suffi that both the 'm an' and the ‘la n d ’ elements as
ciently attu n ed to and a llow ed to particip a te w ell as their interrelationships are im portant
in e x ca v a tio n stra te g y a n d im p le m e n ta tio n , fo r understanding prehistoric activity and asso
geo-archaeology can resolve fu rth er aspects at cia tio n s. The geo co m p o n en t co n c en tra tes
the research inteface; burial, preservation, and upon the landscape, d efin ed in the b ro a d est
contextual factors critical to the recognition o f sense to include the intricatelly related aspects
primary, semi-primary or secundary sites. It can o f surface form and m orphogenetic system s. ”
fu rth er be argued that a functional classification (Gladfelter 1977).
o f Stone Age sites into categories such as quar Outro autor, Fekri Hassan, define o termo da
ry/workshop, kill/butchery, or cam p/living can seguinte maneira: “Geoarchaeology is the con
only be properly made with the close collabo tribution fro m earth sciences to the resolution
ration o f a geo-archaeologist. Finally, the geo o f geology-related problem s in archaeology. ”
archaeologist can probably contribute signifi (Hassan 1979).
cant information on the availability and limita Além do com entário transcrito, este último
tion o f environm ental resources, or help gene autor enfatiza que a esfera de ação da Geoarqueo
rate higher-level interpretations such as cultu logia é extensa, abrangendo:
ral adaptations o f adaptative radiation. ” (But- A localização de sitios arqueológicos por
zer 1982). meio de diversas técnicas específicas do cam
Renfrew vai mais adiante, chegando a consi po das geociéncias.
derar a Geoarqueologia uma verdadeira discipli A avaliação das paleopaisagens em ter
na: “This discipline employs the skills o f the geo mos das possibilidades de assentam ento.
logical scientist, using his concern fo r soils, se Os estudos da estratigrafía regional e da
diments, and landforms to focus these upon the microestratigrafia local.
archaeological site', and to investigate the cir- A análise de sedimentos para a com pre
cunstances which governed its location, its fo r ensão dos processos de formação dos sitios
mation as a deposit and its subsequent preser arqueológicos.
vation and life history. This new discipline o f As análises paleoam bientais envolven
geoarchaeology is prim arily concerned with the do estudos geomorfológicos, estratigráficos
context in w hich archaeological rem ains are e sedimentares com o estudo dos solos, dos
found. A nd since archaeology, or at least p re remanescentes da flora e da fauna e dos pó-
historic archaeology, recovers almost all its ba lens.
sic data by excavation, every archaeological pro O estudo tecnológico dos artefatos com
blem starts as a problem in geoarchaeology. ” o propósito de se determinar práticas de ma
(Renfrew 1976). nufatura associadas às fontes de m atérias-
A propósito do termo Geoarqueologia, Bru primas.
ce G. Gladfelter comenta: “The contributions o f A avaliação da dinâmica das relações en
tre as atividades humanas e a paisagem.
the earth sciences, particularly geomorphology
and sedim entary petrography, to the interpre A conservação e a preservação de sítios
arqueológicos.
ta tio n a n d en v iro n m e n ta l re co n stru ctio n o f
A geocronologia e a arqueometria (Lam
archaeological contexts is called 'geoarchaeo
bert 1997).
logy' (...) For the archaeologist, prone to focus
n a rro w ly on hum an ad a p ta tio n s to e n v iro n Gladfelter (1981) também afirma que, para o
ment, evaluation o f p rehistoric behavior m ust geoarqueólogo, o contexto ambiental se estende
also include reconstruction o f the 'p h y sic a l’ dos fatores locacionais específicos de cada sí
surroundings, by im plem enting contributions tio, até as implicações zonais mais amplas, sendo
fro m the earth sciences and other disciplines. que o contexto físico pode ser identificado em vá
Such an approach to m a n ’s p a st that fo c u ses rias escalas. Por exemplo, um sítio arqueológico
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M O RAIS, J.L. A Arqueologia e o fator geo. Rev. do M useu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 9. 3-22, 1999.
situado junto a um antigo canal fluvial será anali de setembro de 1995, em Santiago de Com poste
sado sob os seguintes aspectos: la, E spanha.2
De fato, uma afirmação feliz, que satisfaz não
O ambiente geomórfico imediato ou mi
apenas aos arqueólogos com formação em Geo
cro-ambiente deposicional, quer seja um ban
grafia (ou com algum feelin g para esta discipli
co de cascalhos ou de areia, um terraço ou
na), bem como diagnostica de forma simples, mas
um a planície de inundação abandonada.
com profundidade, o elevado teor interdisciplinar
A paisagem circundante (ou entorno de
desta linha de pesquisa em Arqueologia, pois é
ambientação), quer seja uma extensa planície
verdade que ambas - Geografia e Arqueologia -
aluvial ou um vale encaixado.
são interdisciplinares na sua essência.
O ambiente morfogenético regional em
N ascida britânica, a A rqueologia da Paisa
m acro-escala.
gem - landscape archaeology - milita na inter-
Mais recentemente, Leach afirmou que: “A r secção de vários ramos de núcleos disciplinares,
chaeologists work in a geologic medium. Their recorrendo aos dados da Biogeografia, G eocarto
interests lie in a particular subjet o f the geolo grafia, Geografia Humana e Econômica, Geopolíti
gic realm - the surficial subset - directly affec ca, G eoarqueologia, Z ooarqueologia, A rqueo-
ting and affected by human actions. The archeo- botânica, bem com o aos de outras disciplinas,
lo g is t’s initial extraction o f inform ation fro m tais como História, Antropologia, Sociologia, A r
the m edium is by geologic means, althouth the quitetura, Urbanismo e Ecologia. Entender a Geo
information itself may be nongeological. There grafia e o meio ambiente de uma determinada área
fore, in this restricted sense o f the respective scien é, assim, um importante aspecto da pesquisa ar
ces, that is, in terms o f its techniques, archaeo queológica. Permite, outrossim, que um olhar iso
logy may be considered as a subset o f geology. lado no passado possa ser inserido em um con
The archaeological subfield o f geoarchaeology texto amplo e melhor compreensível.
explicitly claim ties with both geology and a r Em uma perspectiva mais recente, a Arqueo
chaeology, and claim s itse lf to be the interm e logia da Paisagem aproxima-se bastante do con
shing o f the two fie ld s .” (Leach 1992). De fato, texto do D esenho A mbiental. A expressão D e
esta arqueóloga de M innesota tenta, no seu tex senho A m biental corresponde ao term o inglês
to, definir objetivos de significância antropológi environm ental design ou conservation design.
ca para este subcampo, relacionados, prim eira Trata-se de uma ação integradora de conhecimen
mente, com a cultura material (o objeto resulta de to e experiência, não apenas junto às áreas de Pla
um suporte geológico - por exemplo, a pedra), nejamento e Arquitetura, mas também de uma ati
com as atitudes culturais (o caso do estatuto sim vidade de com unicação e diálogo entre aquelas
bólico do ocre), com os padrões de subsistência e as demais áreas do conhecimento, envolvendo o
(o papel da Geografia no desenvolvimento sus meio cultural em que vivemos. De fato, o desenho
tentável, o manejo dos solos, etc.) e, finalmente, ambiental não envolve apenas a idéia do projeto
com os padrões de assentamento (a correlação do mas também (e principalmente) a idéia de um pro
estabelecim ento de caçadores-coletores com as cesso. Para isso, o desenho ambiental pressupõe
fontes de matéria-prima lítica, por exemplo). o conceito ecossistêmico em que a ação antròpica
esteja incluída.
Arqueologia da Paisagem
(2) A m aior parte da literatu ra concernente à A rq u eo
logia da Paisagem está disponível na R ede M undial de
“Não há necessidade de repetir que sob o C om putadores. Em centenas de hom e p a g es, a Internet
termo ‘arqueologia da paisagem ' nós entende o ferece farto m aterial de apoio ao desenvolvim ento do
m os b a sic a m en te a união de duas ciên cia s: tem a. Assim , em seguida à bibliografia, apresentarem os
Geografia e Arqueologia. ” Com estas palavras, v árias U RLs ou e-m ails, d estacan d o -se a p ro d u ção da
U n iversidade de S antiago de C om postela, que m antém
G ennadii A fanasiev, da A cadem ia de Ciências
várias páginas com os p a p ers do F irst A nn u a l M eeting
da Rússia, abriu a sessão por ele dirigida no âm bi da E uropean A sso cia tio n o f A rchaeologists. N a au sên
to do Prim eiro E ncontro A nual da Associação cia de refe rên cia b ib lio g ráfica, rem etem o s o le ito r às
Européia de Arqueólogos, realizada entre 20 e 24 fontes eletrônicas arroladas ao térm ino da bibliografia.
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MORAIS, J.L. A Arqueologia e o fator geo. Rev. do M useu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 9: 3-22, 1999.
Inevitáveis tam bém são as ligações da A r logia, particularm ente neste ramo da d iscip li
queologia da Paisagem com as coisas do patri na cham ado ‘A rqueologia da Paisagem. ”
m ônio, considerando seus vários com ponentes Um outro ramo da Arqueologia se avizinha
(arqueológico, ambiental e paisagístico, arquite bastante da A rqueologia da Paisagem. Trata-se
tônico e urbanístico). “Os resultados das inves da Arqueologia Ambiental - environm ental ar
tigações no arcabouço da Arqueologia da Pai chaeology - definida pela Associação de Arqueo-
sagem introduzem uma extraordinária contri logia Ambiental como “o campo geral de aplica
buição ao problem a de organização da preser ção das ciências naturais à arqueologia” Este
vação da herança arqueológica européia” con ramo, de certa forma, é abrangido pela Arqueo-
tinua Afanasiev, no seu discurso de introdução. logia da Paisagem, posto que a Geografia, enquanto
De fato, eles permitem perceber melhor os proble parceira da A rqueologia, co stu m a tratar com
mas ligados com a organização e o gerenciamen competência o meio ambiente físico-biótico.
to da herança arqueológica. Pela natureza de sua metodologia e técnicas
Por outro lado, com o advento e a crescente aplicáveis - que perpassam pelo uso quase abu
consolidação da legislação brasileira de proteção sivo das g eo tec n o lo g ia s - a A rq u eo lo g ia da
ao meio am biente, a A rqueologia da Paisagem Paisagem é uma arqueologia “não destrutiva”
vem à tona mais uma vez. Haja vista a sua inser A propósito, explica M artin Gojda, ao relatar o
ção temática nos estudos e relatórios de impac desenvolvim ento de um extenso projeto de le
to ambiental relativos às obras e empreedimentos vantamento na Boêmia, República Tcheca: “Acre
potencialmente lesivos ao meio ambiente. dita-se que uma das coisas mais importantes a
A ndrew Flem ing, da U niversity o f Wales, ser fe ita neste período de atividades de cons
Reino Unido, permeia pelo conceito de Arqueo trução em larga escala, é o levantamento da pai
logia da Paisagem: “Landscape Archaeology is sagem histórica da Boêmia de modo a identifi
a term once used to describe a narrowly-defined car a quantidade e a distribuição espacial dos
set o f field methods, such a field-walking, air pho sítios arqueológicos. E a com binação de dois
to interpretation or the identification and re a p p ro a c h e s não d e s tr u tiv o s dos a s s e n ta
cording o f earthw orks - essentially the Field m entos antigos - o reconhecim ento aéreo e a
Archaeology o f O.G.S. Crawford (1953). These prospecção p o r terra ( ‘p lo u g h -w a lk in g ’) que
methods retain their validity, but finding 'sites1, nós aplicam os em áreas cu id a d o sa m en te s e
reconstructing 'settlement patterns' and explo lecionadas ( ‘landscape transects ’). ”
ring a site ’s surroundings are now seen to repre Assim, a Arqueologia da Paisagem, sem des
sent a rather lim ited agenda. A rchaeologists merecer a atividade de escavação, faz justiça ao
are beginning to discuss the m eanings o f past levantamento arqueológico (Schiffer et al. 1978,
la n d sca p es, a n d to th in k a b o u t the ch o ices Dunnel & Dancey 1983). A obrigatoriedade de se
w hich they fa c e in landscape interpretation. definir graus de significância aplicáveis aos sítios
They are starting to explore the recursive rela a serem escavados tem consolidado a idéia dos
tio n ships betw een the cultural landscape (at “levantamentos de área”, fato corroborado pelos
varying scales), social action and perceptions recentes avanços no campo das geotecnologias.
o f the world. This perspective in turn stimulates E a fidelidade do levantamento arqueológico tem
new approaches, often originating within other mexido com o próprio conceito de sítio arqueoló
disciplines. A cynic might argue that the use o f gico, como foi discutido na introdução deste tra
the term ‘landscape by archaeologists is now balho.
so broad and diffuse that it has became m eanin A boa qualidade da pesquisa no cam po da
gless, but it could also be argued that is preci A rqueologia da Paisagem depende do uso das
sely the breadth o f the concept which gives the geotecnologias, técnicas modernas para estabe
value, bringing together m any o f our current lecer, registrar e gerenciar paisagens e seus com
theoretical preoccupations... ” ponentes. O uso do GPS (global positioning sys
Martin Kuna, da Academia de Ciências de tem), do SIG (sistem a de inform ação geográfi
Praga, República Tcheca, afirma que “a distri ca), dos SGBDs (sistemas de gerenciam ento de
buição espacial de sítios arqueológicos perten banco de dados), dos SSRs (sistemas de senso
ce aos níveis cruciais da explanação em arqueo riamente remoto), dos softwares do sistema CAD
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(com puter aided design) e CAM (com puter a i a arq u eó lo g a S olange C ald arelli, da em p resa
ded mapping), maximiza os resultados pretendi Scientia Consultoria Científica, em caráter pio
dos pelo profissional que escolhe percorrer esse neiro, propôs recentemente o tema “registro ar
caminho. Estes instrumentos digitais de levanta queo ló g ico da p a is a g e m ” com o um dos p ro
mento, ligados ao esboço e à modelagem de rele gramas de mitigação dos impactos ambientais aos
vo, perm item -nos a produção de alta qualidade sítios arqueológicos na área de influência da U si
com economia. na Piraju, no Rio Paranapanema.
A política de prestação de serviços da U ni A dentrando questões ligadas aos aspectos
dade Arqueológica da Universidade de Lancas metodológicos, o primeiro a ser ressaltado é a ten
ter, Reino Unido tem por base o seguinte pressu tativa de adoção da perspectiva holística no de
posto: “O ur historically im portant landscapes senvolvim ento das investigações arqueológicas
are more than ju s t a collection o f archaeologi do Paranapanema, sob a ótica da Arqueologia da
cal sites, they are a living historical documenta Paisagem, partilhando da crescente iniciativa de
ry that provide a sense o f place to local com m u uma corrente científica que, baseada nos precei
nities. The recognition and analysis o f such lan tos da Declaração de Veneza (1986), enfatiza a
dscapes is a requirem ent o f any developm ent premissa “a unidade do universo, fam osa visão
which is likely to lead to widespread environ holística, é, definitivamente, a que associa ciên
m ental and habitat change. H istoric landscape cia e tradição” (Randon 1991). Esta postura vem
recording and analysis is a prerequisite o f any consolidando o enfoque patrimonial da Arqueo
p lan to conserve landscape qualities and m a logia. De fato, o conhecimento científico chegou
nage change within a landscape. ” aos seus confins e, por isso, é hora de ele come
Assim, entendermos o entorno de ambienta- çar a dialogar com outras formas de conhecim en
ção onde se insere um sítio arqueológico, cons to. A ssim , reconhecendo as diferenças fu n d a
truído e reconstruído em função do uso e da ocupa mentais entre ciência e tradição, pode-se frisar
ção do solo, ajuda-nos na tarefa de entender a vida não a sua oposição mas, sim, a sua com plem enta
pregressa e a cultura. ridade. E a ótica patrimonial - o patrim ônio da
Robin Boast, da Cambridge University, Rei comunidade como bem de uso comum do povo
no Unido, levanta uma crítica bastante pertinente, - acaba por ganhar sentido.
ao enfoque puram ente “natural” das paisagens A interdisciplinaridade e a transdisciplina-
que, na realidade, são produtos de algumas rela ridade que têm orientado a investigação no Para
ções importantes, como homem/meio ou homem/ napanema são, em si, uma aplicação holística, pois
homem: “Landscapes studies have long focused refletem a intenção de construir pontes sobre as
on the location and fu nction o f activities over fronteiras disciplinares, bem como entre as disci
space and time, focu sin g on sites, their catch plinas e a tradição. Neste caso, convém notar que
m ents and economies. In other words, landsca transdisciplinaridade, de acordo com Basarab Ni-
pe archeology has had very little to do with lan colescu (citado por Ribeiro Franco 1987), signi
dscapes - with landscapes as social space ... fica “o encontro da ciência moderna com a tra
The landscape does not exist passively as a pla- dição (esta última entendida como transmissão
taform on which social functions take place nor da sa b e d o ria ). A tr a n s d is c ip lin a r id a d e vai
simply as a resource to be exploited, rather the além da inter, pluri e m ultidisciplinaridade, as
b uilt landscape is socially constructed. ” quais apenas integram as várias disciplinas do
Pouco praticada em terras brasileiras, a Ar ramo do conhecim ento. T ransdisciplinaridade
queologia da Paisagem com eça a despontar ti significa união entre os ramos da ciência com
midamente no âm bito do universo acadêmico e os cam inhos vivos da espiritualidade, a qual
na iniciativa privada (arqueologia por contrato). não prescinde da interação hemisférica do cére
No primeiro caso, cum pre destacar as idéias de bro humano. ”
Tânia Andrade Lima, arqueóloga do Museu N a A mesma Declaração de Veneza anteriormente
cional da Universidade Federal do Rio de Janei citada continua afirmando que: “De certa form a,
ro, que vem alardeando a possibilidade de novas essa abordagem transdisciplinar está escrita em
abordagens em arqueologia brasileira, incluin nosso próprio cérebro através da interação dinâ
do aí a Arqueologia da Paisagem. Por outro lado, mica entre seus dois hemisférios. O estudo conjunto
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