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FONTES DO DIREITO

INTERNACIONAL

Docente: Prof. Doutor Júlio Pedro 1


Fontes Materiais e Formais
Fontes Materiais
Referem-se ao conjunto de factores
sociológicos, económicos, ecológicos,
psicológicos e culturais.
Determinam o contéudo (a matéria) da norma
jurídica.
Podem ter origem em necessidades sociais,
económicas, políticas, morais, culturais,
religiosas, etc.
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Fontes Materiais e Formais
Fontes Formais
São métodos ou processos de criação de
normas jurídicas, as diversas técnicas que
permitem considerar uma norma como
pertencente ao mundo jurídico.
Podem ser primárias (substanciais ou de
produção, a Constituição) secundárias
(formais ou de conhecimento, a lei).

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Fontes Materiais e Formais
Fontes Formais em Direito Internacional:
O consentimento geral dos Estados cria
normas de aplicação geral.
Lei;
Tratados;
Princípios Gerais de Direito;
Jurisprudência;
Doutrina;
Costume.
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Doutrina
Produção académica dos autores de Direito
Internacional.
Constitui suporte teórico às decisões dos
tribunais.
São argumentos e teses defendidos pelos
especialistas (usadas pelos juízes para
fundamentar suas decisões).
Actualmente, também os grupos de estudo da
ONU constituem a doutrina.

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Jurisprudência
É constituído por conjunto de decisões proferidas
acerca de controvérsias entre Estados ou
Organizações internacionais.
São decisões ou julgamento em que cada caso dá-se
a mesma solução (MAZZUOLI, p.132).
Tal jurisprudência é relevante não só para os
tribunas internacionais, mas também tribunais
nacionais.

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Jurisprudência
Por, isso da existência da jurisprudência
internacional e interna.
Servem de referência para interpretação de
novos casos concretos.
Tribunais: construção do entendimento e da
interpretação das normas internacionais (a
partir do séc. XX, Criação do 1º Tribunal em
Haia).
A jurisprudência é meio auxiliar para a
determinação das regras de direito
(MAZZUOLI, p. 134). 7
Os Actos Unilaterais
Têm natureza jurídica.
São juridicamente válidos enquanto:
Oriundos de sujeito competente (Estado ou
Organização Internacional);
Manifestações de vontades dentro do âmbito de
competência do sujeito;
Comunicadas ou publicadas de forma adequada.

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Os Actos Unilaterais
Constituem manifestação unilateral de vontade:
Estado: Protestos, Notificações ou Denúncia a
Tratado (Ratificação de um tratado,
rompimento de relações diplomáticas).
Actos administrativos com efeitos no Direito
Internacional (por exemplo, as
nacionalizações de bens de cidadãos
estrangeiros).

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Os Actos Unilaterais
OrganizaçõesInternacionais: Recomendações,
Resoluções ou Pareceres Consultivos
(Retirada de uma Organização
intergovernamental).

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Princípios Gerais de Direito
São princípios gerais vigentes na maioria dos
direitos internos das nações da actualidade.
Regras fundamentais normalmente aceites e
respeitadas pelos Estados soberanos.
Expressamente veiculadas pelas leis ou práticas
costumeiras.
Princípios Gerais de Direito: Independência
nacional; Prevalência de direitos humanos;
Autodeterminação dos povos;

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Princípios Gerais de Direito
Não intervenção; Igualdade entre os Estados;
Defesa da Paz; Solução pacífica dos conflitos;
Repúdio ao Terrorismo e ao Racismo;
Cooperação entre os Povos para o progresso
da humanidade; Concessão de asilo político.
Decisões das Organizações Internacionais,
actualmente, também são consderadas fontes.
– Resoluções obrigatórias das Organizações
Internacionais.
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Tratados
Conceito de Tratado – é um acto jurídico
por meio do qual se manifesta o acordo de
vontades entre dois ou mais sujeitos
internacionais.
O Tratado refere-se a um acordo regido pelo
Direito Internacional (Convenção de Viena
sobre o Direito dos Tratados, 1969).

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Tratados
Fases do Tratado
Negociação – é a fase inicial. Deve ser feita
de boa fé pelo Chefe de Estado ou
representante (negociador, com
plenipotenciário).

Assinatura – é a concordância com os


termos do Tratado negociado. Não obriga,
vincula ao Tratado.
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Tratados
Ratificação – é a confirmação do Tratado
pelo Chefe de Estado; é concedida por
meio de um documento, designado Carta
de ratificação; não tem prazo para ser
efectuada; pode haver recusa de ratificar; é
um acto administrativo, de declaração de
aceitação do que foi convencionado.
Também é um acto discricionário do Chefe
de Estado. É fase que vincula ao Tratado.

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Tratados
Promulgação – ocorre por meio de um
decreto;
Registo – é feito o registo do Tratado perante
a Secretaria Geral da ONU. O registo não é
feito para efeito de validade, mas sim para
dirimir conflitos que possam advir.
Publicação – é dar a conhecer a população,
que o Tratado foi concluído e deve ser
obedecido.
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Tratados
Fases do Tratado no Plano Interno e
Internacional:
Plano Interno - Negociação; Ratificação;
Promulgação; Publicação.

Plano Internacional- Negociação;


Assinatura; Ratificação; Registo.

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Tratados
Quanto ao número de partes:
Bilateral - Tratado é firmado entre duas
pessoas jurídicas de Direito Internacional;
Multilateral - Tratado é firmado entre três ou
mais pessoas jurídicas de Direito
Internacional.

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Tratados
Tratado-Lei – disciplinam com força de lei (são
normativos).
Tratados-Contrato – formam-se a partir da
vontade das partes, em geral disciplinando
tratados comerciais.
Tratados-Constituição – são celebrados pelos
Sujeitos da Sociedde Internacional; visam
institucionalizar um processo internacional de
criação de uma entidade que possue órgãos e
poderes próprios e vontade independente dos
Estados (GUTIER).
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Soft Law
Soft Law - São disposições genéricas
destinadas a criar regras de conduta
desejáveis (não propriamente obrigações
jurídicas); regras cujo valor normativo seria
limitado (normas que prevejam mecanismos
de solução de controvérsias, como a
conciliação e a mediação; actos concertados
entre os Estados que não adquirem a forma
de tratados e que não sejam obrigatórios.
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Soft Law
Actos das Organizações Internacionais que
não sejam obrigatórios;
É comum que as regras de soft law tenham
carácter de meras recomendações.

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Soft Law
Outras modalidades de Soft Law:
Comunicados e declarações conjuntos;
actas de reuniões internacionais;
Os códigos de conduta;
As declarações e resoluções
não-vinculantes de Organismos
Internacionais e leis-modelo.

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Soft Law
Exemplos de Soft Law:
Declaração Universal dos Direitos Humanos;
As Declarações de Organismos
Internacionais referentes à saúde pública;
Recomendações da Organização
Internacional do Trabalho (OIT);
A Lei Modelo sobre Arbitragem
Internacional.

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Soft Law
O Soft Law pode posteriormente ser
incorporado a fontes tradicionais do Direito
Internacional, como os tratados, ou gerar leis
internas, como as recomendações da
Organização Internacional do Trabalho (OIT)
[PORTELA].

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Constituição da República de
Moçambique , Revista de 2018
Há incorporação das fontes de direito
Internacional (art.18 da CRM/Revista
2018).
Reconhecimento das normas internacionais.

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Bibliografia
Caparroz, Roberto. (2012). Direito
Internacional Público. São Paulo, Brasil:
Editora Saraiva.
Gutier, Murillo Sapaia. (2011). Introdução
ao Direito Internacional Público.
Uberaba-Minas Gerais.
Mazzuoli, Valério de Oliveira. (2011).
Curso de Direito Internacional Píblico (5ª
ed.). São Paulo, Brasil: Editora Revista
dos Tribunais.
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