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Adriano Carvalho Idrissa

Carlos Arlindo Caputene

Chabane Sofiano

Cosme Diamante Mateus Chalenga

Esther Sebastião José Cardoso

Issa Mussa Chilanga

Direitos Fundamentais em especial (liberdade de educação e direito a educação)

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2021
Adriano Carvalho Idrissa

Carlos Arlindo Caputene

Chabane Sofiano

Cosme Diamante Mateus Chalenga

Esther Sebastião José Cardoso

Direitos Fundamentais em especial (liberdade de educação e direito a educação)

(Licenciatura em direito)

Trabalho da cadeira de Direitos


Fundamentas, a ser apresentado no
Departamento de Direito para fins
avaliativos sob orientação da Dra.
Cecília Katawala.

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2021
Índice
1.Introdução ............................................................................................................................... 4

2.Constituição da Educação ....................................................................................................... 5

2.1.Conceito ............................................................................................................................... 5

2.2.História da educação de Moçambique ................................................................................. 5

3.Princípio de liberdade de Educação ........................................................................................ 6

3.1.Educação durante a luta armada .......................................................................................... 6

3.2.Educação após a independência ........................................................................................... 7

3.3.Conceito do Sistema Nacional de Educação ........................................................................ 7

3.4.Guerra Civil ......................................................................................................................... 7

4.O Problema de Ensino de Religião e moral nas Escolas Públicas .......................................... 8

4.1.Estado Laico......................................................................................................................... 8

4.2.Religião ................................................................................................................................ 8

4.3.Moral .................................................................................................................................... 8

4.4.Um breve historial da religião.............................................................................................. 8

4.5.Problemas dos ensinos públicos........................................................................................... 9

5.Participação democrática no ensino em Moçambique .......................................................... 10

5.1.Reestruturar a escola para a educação democrática ........................................................... 11

5.2.Os conteúdos ...................................................................................................................... 11

5.3.Metodologia das aulas........................................................................................................ 12

5.4.Actividades das aulas ......................................................................................................... 12

6.O regime constitucional de acesso ao ensino superior.......................................................... 13

7.Conclusão.............................................................................................................................. 14

8.Bibliografia ........................................................................................................................... 15

9.Legislação ............................................................................................................................. 16
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1. Introdução

O presente trabalho tem por escovo o Direito à Educação, O Principio da liberdade de


educação, Reestruturar o ensina para a educação democrática, O Problema de Ensino de
Religião nas Escolas Publicas, Direito a Educação na constituição da República de
Moçambique, Participação democrática no ensino em Moçambique

Objectivos do trabalho

Trabalho de pesquisa: deve ter um objectivo determinado para saber o que se vai procurar e o
que se pretende alcançar.

O objectivo torna explícito o trabalho de pesquisa, aumentando os conhecimentos sobre


determinado assunto (Lakatos & Marconi, pág. 156, 2003). Não é uma questão de aumentar o
conhecimento mas,”a possibilidade de continuar aumentando o conhecimento” (Ackoff apud
Lakatos & Marconi, pág. 156, 2003).

Objectivo geral:
Analisar o enquadramento do Direito à Educação

Objectivos específicos:
Conceituar Direito à Educação;

Entender Direito à Educação;

Dar a conhecer sobre as modalidades Direito à Educação.

Metodologia

Metodologia é o conjunto detalhado e sequencial de métodos e técnicas científicas a serem


executadas ao longo da pesquisa (Barreto e Honorado 1388 apud Ivala, pág. 26, 2007).

No âmbito da metodologia, a técnica usada para a realização desse trabalho foi de leitura
bibliográfica de obras de vários autores que interessam-se o estudo do tema em que serão
referendados ao longo do marco teórico e da referência bibliográfica em análise e de cultura
documental.
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2. Constituição da Educação
2.1. Conceito

A Constituição é a lei fundamental de um determinado Estado, pois, aí estão consagrados e


protegidos os direitos e garantias fundamentais do cidadão. Também estão estabelecidas as
regras de organização e funcionamento dos órgãos estatuais bem como princípios
fundamentais válidos nesse Estado.
Assim, educação, para a Constituição, é um esforço no sentido de competências formativas,
isto é, de contribuir na construção de uma personalidade dotada de determinadas estruturas
aptas a pensar a mundo, e não meramente memorizá-lo, (Luhmann, 1983).
2.2. História da educação de Moçambique

Na era anticolonial, isto é, antes da penetração portuguesa, o povo moçambicano já tinha uma
educação tradicional, que consistia na transmissão de conhecimentos, convicções e valores de
geração em geração, (Lei nº 4/83, de 23 de Março).
De acordo com Mazula (1995), Com a chegada dos portugueses, introduziu-se outra
educação de opressão, desprezando os nativos que até chegaram de apelidar de indígenas,
(povo selvagem).A educação portuguesa considerada como opressora, não beneficiava a toda
população moçambicana se não para os portugueses e as suas famílias e uma pequeníssima
parte de nativos considerados de assimilados.
Durante a luta de libertação de Moçambique, criaram-se centros onde a população tinha a
oportunidade de aprender a ler e a escrever. Assim, após a independência nacional criou-se
um sistema de educação cujo objectivo era de formar o Homem Novo, um homem livre da
opressão colonial.
Ainda para, (Lei nº 4/83, de 23 de Março), Em 1983, é introduzida a Lei 4/83, de 23 de
Março, que regulava na altura o sistema nacional de educação. Com o advento da guerra e
outros factores, houve a necessidade de se ajustar o sistema educativo às conjunturas locais,
nacionais e até internacionais, daí a introdução da Lei 6/92, de 6 de Maio, actual lei do
Sistema Nacional de Educação, em vigor na República de Moçambique. No que concerne à
sua estrutura, o sistema de ensino manteve a mesma que vinha funcionando com a lei 4/83 de
23 de Março.
Segundo Gasperini (1989), As mudanças mais significativas foram à abertura da participação
de outras entidades, comunitárias, cooperativas, empresariais e privadas no processo
educativo e a diminuição da idade de ingresso na escola, que passou de sete anos de idade
para seis anos. Apesar de ter havido mudanças na legislação, às políticas educacionais
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continuam ineficientes para garantir a todas as crianças moçambicanas em idade escolar o


acesso à escola.
Em Moçambique, segundo a Constituição da República, a educação é direito de todo povo
moçambicano. O Ministério da Educação tem o mandato de disponibilizar aos moçambicanos
a educação desde as classes iniciais até ao ensino superior. Assim, este estudo apresenta um
panorama das principais mudanças ocorridas no sistema de ensino de Moçambique no
decorrer do século XX, por meio de uma análise crítica da política educacional que vigorou
no país naquele período, (Gomez, pag.35, 1999).

Com a perspectiva histórica dialéctica a respeito da educação, é preciso reconhecer esta


actividade como um complexo social que surge a partir das necessidades desenvolvidas na
actividade do trabalho, cumprindo uma determinada função em relação à constituição do ser
social. Neste sentido, a educação, assim como o trabalho, é exclusiva à humanidade. Trabalho
e educação são actividades especificamente humanas. Isso significa que, rigorosamente
falando, apenas o ser humano trabalha e educa (Saviani, pág.152, 2007).

3. Princípio de liberdade de Educação


3.1. Educação durante a luta armada

Durante a luta de libertação nacional, foram constituídas nas zonas libertadas escolas
primárias que em muitas das vezes funcionavam por baixo das árvores, era consequência de
falta de meios e da necessidade de adaptar-se a situação de guerra, pois as construções fixas
seriam alvo fácil para o inimigo abater. Refere-se zonas libertadas, aqueles territórios que a
FRELIMO, já havia ocupado à medida que a guerra de libertação de Moçambique avançava e
que já não estavam sob controle da administração portuguesa, Gasperini1 (1989).

Não havia professores formados, muitas vezes era alguém que tivesse uma classe a mais que
os outros, era o princípio adoptado pela FRELIMO de quem tivesse um conhecimento a mais,
devia passar o que sabia a quem não detinha daquele conhecimento. Os alunos não tinham
cadernos, não tinham livros, em fim não tinham nenhum meio didáctico. Em causa das
dificuldades do tempo em causa. O objectivo central desta educação era a formação do
homem novo, livre das ideologias do colono, um homem com uma mentalidade nova, capaz
de resolver os problemas revolucionários da sociedade moçambicana.Gasperini2, (1989)
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3.2. Educação após a independência

Após a independência, abre-se espaço a toda comunidade moçambicana, onde a Educação


garante o acesso dos operários, dos camponeses, dos seus filhos e a todos os níveis de ensino,
onde se fundamentava pela erradicação do analfabetismo, introdução da escolaridade
obrigatória e a formação dos quadros do desenvolvimento harmonioso do país.

A Lei nº 4/83, de 23 de Março, se fundamentava nos seguintes grandes objectivos: a


erradicação do analfabetismo; a introdução da escolaridade obrigatória e a formação de
quadros para necessidade do desenvolvimento económico e social e da investigação científica
tecnológica e cultural.

Foi devido à necessidade de conceber leis para a regulação e o funcionamento do sistema


educativo que nasceu o Sistema Nacional de Educação (SNE), que pode ser interpretado a
partir das Leis 4/83 e 6/92, uma para a introdução (1983-1992) e outra para a sua reforma
(1992 aos nossos dias).

A Lei 4/83 marcou um novo período de ascensão no campo educacional, para quebrar a
mentalidade capitalista deixada pelo sistema colonial de educação. Foi confirmada em 23 de
Março de 1983, com o objectivo central de formação do homem novo, um homem livre do
obscurantismo, da superstição e da mentalidade burguesa e colonial, um homem que assume
os valores da sociedade socialista. Gomez, (pág. 35, 1999).

3.3.Conceito do Sistema Nacional de Educação

Segundo República de Moçambique, (1983) Entende-se por Sistema nacional de educação


como sendo o processo organizado por cada sociedade para transmitir às novas gerações as
suas experiências, conhecimentos, valores culturais, desenvolvendo as capacidades e aptidões
do indivíduo de modo a assegurar a reprodução da sua ideologia e das suas instituições
económicas e sociais.

3.4. Guerra Civil

De acordo com Ferrão (2002),Por causa da guerra civil que assolou Moçambique desde ao
primeiro momento, dois ano após a independência Nacional, guerra esta protagonizada pela
RENAMO, afirma Ferrão, a economia sofreu das destruições e efeitos da guerra, secas,
cheias, população deslocada, população refugiada, escassez de mão-de-obra qualificada, falta
de divisões, entre outros factores, houve a necessidade de ajustar o quadro geral do sistema
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educativo e adequar as disposições contidas na lei 4/83 de 23 de Março ás actuais condições


sociais e económicas do país, tanto do ponto de vista pedagógico como organizativo (lei
6/92). Esta Lei 4/83 é revogada e introduzida uma nova que é a Lei 6/92, de 6 de Maio.

4. O Problema de Ensino de Religião e moral nas Escolas Públicas

A constituição define o país como Estado laico (art. 12ono seu nº 1 até 4 da CRM). Proíbe a
descriminação baseada na religião, prevê o Direito dos cidadãos de participarem ou não uma
religião, e estipula que nenhum indivíduo pode ser privado dos seus direitos por causa da fé
ou prática religiosa.

4.1. Estado Laico

Em Moçambique, a religião é separada do Estado. Há uma divisão total, em que a religião


não tem nada a ver com o Estado. A constituição reconhece a liberdade de se praticar a
religião assim como desenvolver actividades de interesse social, mas sempre em observância
com as leis do Estado.
4.2. Religião

Religião é entendida como um sistema solid rio de cren as e de pr ticas relativas s coisas
sagradas, isto , separadas, interditas, de cren as e pr ticas que unem em uma mesma
comunidade moral chamada Igreja, todos aqueles a que ela aderem, (Durkheim, pág. 65,
1968).
4.3. Moral

A moral é um produto social que varia temporal e geograficamente consoante as necessidades


que surgiram, maioritariamente, nas gerações anteriores. A moral é um fato social (Weiss,
2010), “maneiras de agir, de pensar e de sentir que apresentam a notável propriedade de
existir fora das consciências individuais” (Durkheim, pág. 38, 2012), constituída por dois
elementos principais, o dever e o bem.
4.4. Um breve historial da religião

Segundo Cury (pág. 183, 2004),O ensino religioso é mais do que aparenta ser, isto é, um
componente curricular em escolas. Por trás dele se oculta uma dialéctica entre secularização e
laicidade no interior de contextos históricos e culturais precisos. Nas sociedades ocidentais e
mais especificamente a partir da modernidade, a religião deixou de ser o componente da
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origem do poder terreno (deslocado para a figura do indivíduo) e, lentamente, foi cedendo
espaço para que o Estado se distanciasse das religiões.
De acordo com Ranquetat (pág. 15, 2007), No período colonial não havia ainda uma
disciplina intitulada “ensino religioso”. O que havia era o ensino da religião católica, que
tinha um propósito catequ tico”. Esse m todo catequ tico de ensino, que acompanhou todo o
período colonial, perdurou por muitos anos como única forma de se educar os verdadeiros
donos dessas terras.
4.5. Problemas dos ensinos públicos

De acordo com Antunes (1997) as dificuldades do ensino público, podem ser percebidas nas
crianças que não tem um rendimento escolar em uma ou mais áreas, mostrando problemas na,
expressão oral, compreensão oral, expressão escrita com ortografia apropriada,
desenvolvimento básico da leitura, compreensão e cálculos matemáticos, e.t.
Para as crianças indígenas, as escolas ofertadas de ensinos gratuitos eram insuficientes, sendo
as existentes regidas por missões católicas, (Selimane 2012).
Os objectivos da educação colonial eram ligados a um propósito discriminatório, bem com os
propósitos da colonização. A educação possuía um carácter rácico e marginalizante, com
currículos distintos entre os filhos dos colonos e as demais crianças moçambicanas, na qual
os moçambicanos devia ser civilizados e a educação devia estar voltada para a formação em
trabalhos manuais legitimada por um discurso que afirmava que os indígenas mas habituados
ao clima, poderiam ser educados só na medida e na exigência do trabalho muscular,
perpetuando a opressão e descriminação aos mesmos, Basílio (2010)
Na dimensão Ambiente Educativo, observa-se que os planos de acção se detiveram sobre os
seguintes problemas:
 Falta de respeito às regras e problemas de disciplina;
 Agressividade e conflitos entre alunos;
 Discriminação;
 Falta de respeito mútuo; e
 Desconhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Parte das comunidades escolares afirmou a necessidade de se integrar a avaliação focada em
resultados e desempenho a outros tipos de avaliação, mais relativas a processos, e com
critérios definidos e compartilhados, Thurler, (2002).
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5. Participação democrática no ensino em Moçambique

A República de Moçambique é uma democracia. Isto quer dizer que, é dirigido pelo povo. É
uma democracia representativa, significa que o povo exerce o seu poder através de
representantes eleitos por ele.
Falar da democracia é falar do governo da maioria; quando aplicada no ensino, democracia é
a forma de organização que se orienta em princípios segundo os quais ela deve ser governada
por interesses da maioria, ou seja, da maioria dos membros da comunidade escolar, docentes,
discentes, funcionários, pais e encarregados da educação e toda a comunidade circunvizinha,
é falar da participação da maioria nas decisões que afectam os diferentes sectores de
actividade e gestão no ensino, na produção de conhecimentos e na gestão de conflitos, e é
ainda falar de relações de igualdade e justiça na escola.

Cabe aqui realçar que em democracia as diferenças individuais e de grupos são respeitadas,
dado que pensar na democracia apenas a partir dos ideais de igualdade é destruir a liberdade
individual, a verdadeira democracia toma em consideração o direito à diferença, caso
contrário corre-se o risco de cair no totalitarismo.

De acordo com Araújo (2000) recorda-nos que hoje se compreende que os regimes que
tentaram buscar os ideais da democracia a partir da igualdade pura terminaram por se
constituir em sistemas políticos absolutistas e autoritários, desta feita ao falar da democracia é
mais coerente complementar a igualdade com equidade, isto é, reconhecer as diferenças
dentro da igualdade, pois considerar apenas a igualdade tira aos indivíduos o direito
democrático da diferença, tira a possibilidade de pensar de maneira diferente e de ser
diferente.

A concepção de democracia que pressupõe igualdade e equidade é fundamental para


compreender as relações democráticas na escola, onde as desigualdades dos papéis de alunos
e professores são evidentes e socialmente aceites; isso sem descurar alguns aspectos em que
ambos os colectivos (alunos e professores) são iguais perante a sociedade gozando dos
mesmos direitos e estando sujeitos aos mesmos deveres, pelo facto de serem seres humanos.

A sociedade confiou aos professores responsabilidade e deveres que lhes permitem avaliar os
alunos e exigir-lhes o cumprimento das regras e normas da escola; no entanto, como adverte
11

Araújo, tais poderes não lhes garantem o direito de agir de maneira injusta, violando, por
exemplo, os direitos relativos à cidadania de seus alunos, Araújo, (pág. 80, 2001).

O mesmo autor realça a necessidade de a escola equilibrar a discordância funcional,


decorrente da autoridade académica e administrativa dos professores, e a conformidade
democrática, decorrente do facto de tanto os professores quanto os alunos serem seres
humanos com igualdade de direitos que configura a cidadania; neste sentido, é papel da
escola preparar os estudantes para a convivência democrática da sociedade adulta,
propiciando práticas que respeitem os princípios e valores da democracia e por meio de
participação activa da comunidade escolar nas decisões relativas ao trabalho, aos conteúdos e
a convivência colectiva (Puig, 2000, cit. em Araújo, pag.3, s.d).

Fica claro que, para que a escola prepare os alunos para a convivência democrática, ela
mesma tem de ser democrática e viver a democracia. A escola democrática não se compadece
com as formas tradicionais de convivência baseada no autoritarismo e na centralização das
decisões.

5.1. Reestruturar a escola para a educação democrática

Araújo (s.d) aponta entre outros, sete aspectos que podem incrementar ou inibir as práticas
democráticas na escola: os conteúdos escolares, metodologia das aulas, o tipo e a natureza
das relações interpessoais, os valores, a auto-estima e autoconhecimento dos membros da
comunidade escolar e os processos de gestão escolar.

5.2. Os conteúdos

Os conteúdos escolares desempenham um papel importante na constituição da dimensão


sociocultural dos alunos; a escola que almeja a formação em valores democráticos precisa de
reorganizar os conteúdos de modo que se adeqúem as expectativas dos alunos e estejam
contextualizados à sua situação.
Reorganizar a escola visando a introdução de conteúdos que se adeqúem às necessidades dos
alunos implica introduzir novos conteúdos; no entanto, isso não significa necessariamente a
introdução de novas disciplinas, mas a sua abordagem transversal com vista à construção de
personalidades morais, autónomas e críticas. Ainda no âmbito dos conteúdos escolares há que
valorizar as experiências vivenciais que os alunos levam para a sala de aula, Araújo, (pág. 98,
2000).
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5.3. Metodologia das aulas

Para Araújo (2000),A inclusão de conteúdos que traduzam as necessidades de aprendizagem


dos alunos em matéria de valores democráticos deve ter reflexo na maneira como tais
conteúdos são tratados na sala de aula, através de metodologias condizentes com os ideais
democráticos. A cidadania democrática não se constrói com base em metodologias de mera
transmissão do conhecimento.

5.4. Actividades das aulas

Para o efeito, o autor Araújo falando das metodologias com vista formação de cidadãos
activos, propõe três tipos de actividades a serem desenvolvidas pelos professores: actividades
reflexivas, actividades conceituais práticas e actividades prático-experimentais.

 Actividades reflexivas

Levam o aluno a reflectir de maneira crítica sobre aspectos da realidade pessoal e colectiva,
relacionando-os aos conteúdos escolares e pressupõem debates ou discussões para a
realização de trabalhos em grupo que incluam análise de filmes e solicitação de trabalhos
individuais sobres temáticas socialmente relevantes;

 Actividades conceituais concretas

Consistem na experimentação concreta a partir de situações hipotéticas ou a partir de


experiências do seu quotidiano, como é o caso de dramatizações que levam as personagens a
se sentirem envolvidas em determinado conflito;

 Actividades práticas experimentais

Consistem em construir o conhecimento e valores a partir da formalização e/ou conceituação


da realidade, como os estudos do meio e as visitas de estudo. Estas diferentes actividades não
devem ser desenvolvidas de forma fragmentada, mas de forma articulada com os conteúdos.

A reestruturação dos aspectos metodológicos é um imperativo para que a escola se


transforme e se insira no processo global de transformações das sociedades. Tal implica uma
mudança profunda: Não mais professor que sabe e que fala o seu saber e o aluno que não
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sabe e é impedido de falar o que quer saber. Não mais o exercício hierarquizado de
transmissão de saberes, do qual subjazem relações de poder, que apontam para uma
sociedade autoritária, composta de homens conformistas” (Marques, s.d).

6. O regime constitucional de acesso ao ensino superior


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7. Conclusão

Chegando a este ponto, concluímos que Direito a Educação tem sido reconhecido como um
Direito Humano em várias convicções internacionais, incluído o Pacto Internacional sobre
Direitos Económicos, Sociais e Culturais, que reconhece o direito à Educação Primária
gratuita e obrigatória para todos, a obrigação de desenvolver Educação Secundária acessível a
todos. Todos, em particular pela introdução progressiva do ensino secundário gratuito, bem
como a obrigação de desenvolver um acesso equitativo ao ensino superior, idealmente pela
introdução progressiva do ensino superior gratuito.
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8. Bibliografia

Araújo, U. F. Escola, democracia e a construção de personalidades morais. Educação e


Pesquisa. 2000.

Baldin, N. & Munhoz E. M. B. Snowball (bola de neve): uma técnica metodológica para
pesquisa em educação ambiental. SIRSSE. Seminário. Pontifícia Universidade Católica da
Pará. Curitiba. Brasil. 2011.

Cury, Carlos Roberto Jamil. Ensino religioso na escola pública: o retorno de uma polêmica
recorrente. Revista Brasileira de Educação. 2004, n.27, pp. 183-191. Disponível em: <
http://www.scielo.org/php/index.php >. Acesso em: 15 de out. 2009.

Ferrão, Virgílio. Compreender Moçambique. Maputo: Editora Escolar, 2002.

Gasperini, Lavinia. Educação e desenvolvimento rural. Moçambique. Roma: Ed. Lavoro,


1989.

Gómez, Miguel Buendía. História de um processo. Educação Moçambicana: 1962-1984.


Maputo: Livraria Universitária, UEM, 1999.

Luhmann, Niklas. Sociologia do Direito I. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1983.

Mazula, Brazão. Educação, Cultura e Ideologia em Moçambique: 1975-1985. Maputo:


Imprensa Universitária, 1995.

Ranquetat Jr, Cesar Alberto. A implantação do novo modelo de ensino religioso nas escolas
públicas do estado do Rio Grande do Sul: laicidade e pluralismo religioso. 2007. 153 f. Tese
de pós-graduação (Mestrado em Ciências Sociais) – Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

Selimane, R. A história e a geografia na concepção da disciplina de ciência social no ensino


primário em Moçambique. 2012. Universidade católica de São Paulo, Brasil.

Thurler, M. Da Avaliação dos Professores à Avaliação dos Estabelecimentos Escolares.


Editora Artmed. 2002.

Weiss, Raquel Andrade. Émile Durkheim e a fundamentação social da moralidade.


Universidade de São Paulo. 2010
16

9. Legislação

República Popular de Moçambique. Lei 4/83. Maputo, I Série Nº 12, Março de 1983.

República de Moçambique. Lei 6/92.Maputo, I Série – Nº 19, Maio de 1992.

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