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Chabane Sofiano
Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2021
Adriano Carvalho Idrissa
Chabane Sofiano
(Licenciatura em direito)
Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2021
Índice
1.Introdução ............................................................................................................................... 4
2.1.Conceito ............................................................................................................................... 5
4.1.Estado Laico......................................................................................................................... 8
4.2.Religião ................................................................................................................................ 8
4.3.Moral .................................................................................................................................... 8
7.Conclusão.............................................................................................................................. 14
8.Bibliografia ........................................................................................................................... 15
9.Legislação ............................................................................................................................. 16
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1. Introdução
Objectivos do trabalho
Trabalho de pesquisa: deve ter um objectivo determinado para saber o que se vai procurar e o
que se pretende alcançar.
Objectivo geral:
Analisar o enquadramento do Direito à Educação
Objectivos específicos:
Conceituar Direito à Educação;
Metodologia
No âmbito da metodologia, a técnica usada para a realização desse trabalho foi de leitura
bibliográfica de obras de vários autores que interessam-se o estudo do tema em que serão
referendados ao longo do marco teórico e da referência bibliográfica em análise e de cultura
documental.
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2. Constituição da Educação
2.1. Conceito
Na era anticolonial, isto é, antes da penetração portuguesa, o povo moçambicano já tinha uma
educação tradicional, que consistia na transmissão de conhecimentos, convicções e valores de
geração em geração, (Lei nº 4/83, de 23 de Março).
De acordo com Mazula (1995), Com a chegada dos portugueses, introduziu-se outra
educação de opressão, desprezando os nativos que até chegaram de apelidar de indígenas,
(povo selvagem).A educação portuguesa considerada como opressora, não beneficiava a toda
população moçambicana se não para os portugueses e as suas famílias e uma pequeníssima
parte de nativos considerados de assimilados.
Durante a luta de libertação de Moçambique, criaram-se centros onde a população tinha a
oportunidade de aprender a ler e a escrever. Assim, após a independência nacional criou-se
um sistema de educação cujo objectivo era de formar o Homem Novo, um homem livre da
opressão colonial.
Ainda para, (Lei nº 4/83, de 23 de Março), Em 1983, é introduzida a Lei 4/83, de 23 de
Março, que regulava na altura o sistema nacional de educação. Com o advento da guerra e
outros factores, houve a necessidade de se ajustar o sistema educativo às conjunturas locais,
nacionais e até internacionais, daí a introdução da Lei 6/92, de 6 de Maio, actual lei do
Sistema Nacional de Educação, em vigor na República de Moçambique. No que concerne à
sua estrutura, o sistema de ensino manteve a mesma que vinha funcionando com a lei 4/83 de
23 de Março.
Segundo Gasperini (1989), As mudanças mais significativas foram à abertura da participação
de outras entidades, comunitárias, cooperativas, empresariais e privadas no processo
educativo e a diminuição da idade de ingresso na escola, que passou de sete anos de idade
para seis anos. Apesar de ter havido mudanças na legislação, às políticas educacionais
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Durante a luta de libertação nacional, foram constituídas nas zonas libertadas escolas
primárias que em muitas das vezes funcionavam por baixo das árvores, era consequência de
falta de meios e da necessidade de adaptar-se a situação de guerra, pois as construções fixas
seriam alvo fácil para o inimigo abater. Refere-se zonas libertadas, aqueles territórios que a
FRELIMO, já havia ocupado à medida que a guerra de libertação de Moçambique avançava e
que já não estavam sob controle da administração portuguesa, Gasperini1 (1989).
Não havia professores formados, muitas vezes era alguém que tivesse uma classe a mais que
os outros, era o princípio adoptado pela FRELIMO de quem tivesse um conhecimento a mais,
devia passar o que sabia a quem não detinha daquele conhecimento. Os alunos não tinham
cadernos, não tinham livros, em fim não tinham nenhum meio didáctico. Em causa das
dificuldades do tempo em causa. O objectivo central desta educação era a formação do
homem novo, livre das ideologias do colono, um homem com uma mentalidade nova, capaz
de resolver os problemas revolucionários da sociedade moçambicana.Gasperini2, (1989)
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A Lei 4/83 marcou um novo período de ascensão no campo educacional, para quebrar a
mentalidade capitalista deixada pelo sistema colonial de educação. Foi confirmada em 23 de
Março de 1983, com o objectivo central de formação do homem novo, um homem livre do
obscurantismo, da superstição e da mentalidade burguesa e colonial, um homem que assume
os valores da sociedade socialista. Gomez, (pág. 35, 1999).
De acordo com Ferrão (2002),Por causa da guerra civil que assolou Moçambique desde ao
primeiro momento, dois ano após a independência Nacional, guerra esta protagonizada pela
RENAMO, afirma Ferrão, a economia sofreu das destruições e efeitos da guerra, secas,
cheias, população deslocada, população refugiada, escassez de mão-de-obra qualificada, falta
de divisões, entre outros factores, houve a necessidade de ajustar o quadro geral do sistema
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A constituição define o país como Estado laico (art. 12ono seu nº 1 até 4 da CRM). Proíbe a
descriminação baseada na religião, prevê o Direito dos cidadãos de participarem ou não uma
religião, e estipula que nenhum indivíduo pode ser privado dos seus direitos por causa da fé
ou prática religiosa.
Religião é entendida como um sistema solid rio de cren as e de pr ticas relativas s coisas
sagradas, isto , separadas, interditas, de cren as e pr ticas que unem em uma mesma
comunidade moral chamada Igreja, todos aqueles a que ela aderem, (Durkheim, pág. 65,
1968).
4.3. Moral
Segundo Cury (pág. 183, 2004),O ensino religioso é mais do que aparenta ser, isto é, um
componente curricular em escolas. Por trás dele se oculta uma dialéctica entre secularização e
laicidade no interior de contextos históricos e culturais precisos. Nas sociedades ocidentais e
mais especificamente a partir da modernidade, a religião deixou de ser o componente da
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origem do poder terreno (deslocado para a figura do indivíduo) e, lentamente, foi cedendo
espaço para que o Estado se distanciasse das religiões.
De acordo com Ranquetat (pág. 15, 2007), No período colonial não havia ainda uma
disciplina intitulada “ensino religioso”. O que havia era o ensino da religião católica, que
tinha um propósito catequ tico”. Esse m todo catequ tico de ensino, que acompanhou todo o
período colonial, perdurou por muitos anos como única forma de se educar os verdadeiros
donos dessas terras.
4.5. Problemas dos ensinos públicos
De acordo com Antunes (1997) as dificuldades do ensino público, podem ser percebidas nas
crianças que não tem um rendimento escolar em uma ou mais áreas, mostrando problemas na,
expressão oral, compreensão oral, expressão escrita com ortografia apropriada,
desenvolvimento básico da leitura, compreensão e cálculos matemáticos, e.t.
Para as crianças indígenas, as escolas ofertadas de ensinos gratuitos eram insuficientes, sendo
as existentes regidas por missões católicas, (Selimane 2012).
Os objectivos da educação colonial eram ligados a um propósito discriminatório, bem com os
propósitos da colonização. A educação possuía um carácter rácico e marginalizante, com
currículos distintos entre os filhos dos colonos e as demais crianças moçambicanas, na qual
os moçambicanos devia ser civilizados e a educação devia estar voltada para a formação em
trabalhos manuais legitimada por um discurso que afirmava que os indígenas mas habituados
ao clima, poderiam ser educados só na medida e na exigência do trabalho muscular,
perpetuando a opressão e descriminação aos mesmos, Basílio (2010)
Na dimensão Ambiente Educativo, observa-se que os planos de acção se detiveram sobre os
seguintes problemas:
Falta de respeito às regras e problemas de disciplina;
Agressividade e conflitos entre alunos;
Discriminação;
Falta de respeito mútuo; e
Desconhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Parte das comunidades escolares afirmou a necessidade de se integrar a avaliação focada em
resultados e desempenho a outros tipos de avaliação, mais relativas a processos, e com
critérios definidos e compartilhados, Thurler, (2002).
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A República de Moçambique é uma democracia. Isto quer dizer que, é dirigido pelo povo. É
uma democracia representativa, significa que o povo exerce o seu poder através de
representantes eleitos por ele.
Falar da democracia é falar do governo da maioria; quando aplicada no ensino, democracia é
a forma de organização que se orienta em princípios segundo os quais ela deve ser governada
por interesses da maioria, ou seja, da maioria dos membros da comunidade escolar, docentes,
discentes, funcionários, pais e encarregados da educação e toda a comunidade circunvizinha,
é falar da participação da maioria nas decisões que afectam os diferentes sectores de
actividade e gestão no ensino, na produção de conhecimentos e na gestão de conflitos, e é
ainda falar de relações de igualdade e justiça na escola.
Cabe aqui realçar que em democracia as diferenças individuais e de grupos são respeitadas,
dado que pensar na democracia apenas a partir dos ideais de igualdade é destruir a liberdade
individual, a verdadeira democracia toma em consideração o direito à diferença, caso
contrário corre-se o risco de cair no totalitarismo.
De acordo com Araújo (2000) recorda-nos que hoje se compreende que os regimes que
tentaram buscar os ideais da democracia a partir da igualdade pura terminaram por se
constituir em sistemas políticos absolutistas e autoritários, desta feita ao falar da democracia é
mais coerente complementar a igualdade com equidade, isto é, reconhecer as diferenças
dentro da igualdade, pois considerar apenas a igualdade tira aos indivíduos o direito
democrático da diferença, tira a possibilidade de pensar de maneira diferente e de ser
diferente.
A sociedade confiou aos professores responsabilidade e deveres que lhes permitem avaliar os
alunos e exigir-lhes o cumprimento das regras e normas da escola; no entanto, como adverte
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Araújo, tais poderes não lhes garantem o direito de agir de maneira injusta, violando, por
exemplo, os direitos relativos à cidadania de seus alunos, Araújo, (pág. 80, 2001).
Fica claro que, para que a escola prepare os alunos para a convivência democrática, ela
mesma tem de ser democrática e viver a democracia. A escola democrática não se compadece
com as formas tradicionais de convivência baseada no autoritarismo e na centralização das
decisões.
Araújo (s.d) aponta entre outros, sete aspectos que podem incrementar ou inibir as práticas
democráticas na escola: os conteúdos escolares, metodologia das aulas, o tipo e a natureza
das relações interpessoais, os valores, a auto-estima e autoconhecimento dos membros da
comunidade escolar e os processos de gestão escolar.
5.2. Os conteúdos
Para o efeito, o autor Araújo falando das metodologias com vista formação de cidadãos
activos, propõe três tipos de actividades a serem desenvolvidas pelos professores: actividades
reflexivas, actividades conceituais práticas e actividades prático-experimentais.
Actividades reflexivas
Levam o aluno a reflectir de maneira crítica sobre aspectos da realidade pessoal e colectiva,
relacionando-os aos conteúdos escolares e pressupõem debates ou discussões para a
realização de trabalhos em grupo que incluam análise de filmes e solicitação de trabalhos
individuais sobres temáticas socialmente relevantes;
sabe e é impedido de falar o que quer saber. Não mais o exercício hierarquizado de
transmissão de saberes, do qual subjazem relações de poder, que apontam para uma
sociedade autoritária, composta de homens conformistas” (Marques, s.d).
7. Conclusão
Chegando a este ponto, concluímos que Direito a Educação tem sido reconhecido como um
Direito Humano em várias convicções internacionais, incluído o Pacto Internacional sobre
Direitos Económicos, Sociais e Culturais, que reconhece o direito à Educação Primária
gratuita e obrigatória para todos, a obrigação de desenvolver Educação Secundária acessível a
todos. Todos, em particular pela introdução progressiva do ensino secundário gratuito, bem
como a obrigação de desenvolver um acesso equitativo ao ensino superior, idealmente pela
introdução progressiva do ensino superior gratuito.
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8. Bibliografia
Baldin, N. & Munhoz E. M. B. Snowball (bola de neve): uma técnica metodológica para
pesquisa em educação ambiental. SIRSSE. Seminário. Pontifícia Universidade Católica da
Pará. Curitiba. Brasil. 2011.
Cury, Carlos Roberto Jamil. Ensino religioso na escola pública: o retorno de uma polêmica
recorrente. Revista Brasileira de Educação. 2004, n.27, pp. 183-191. Disponível em: <
http://www.scielo.org/php/index.php >. Acesso em: 15 de out. 2009.
Ranquetat Jr, Cesar Alberto. A implantação do novo modelo de ensino religioso nas escolas
públicas do estado do Rio Grande do Sul: laicidade e pluralismo religioso. 2007. 153 f. Tese
de pós-graduação (Mestrado em Ciências Sociais) – Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.
9. Legislação
República Popular de Moçambique. Lei 4/83. Maputo, I Série Nº 12, Março de 1983.