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LEI COMPLEMENTAR Nº 77, DE 30 DE OUTUBRO DE 2012

Institui o Código de Obras e Edificações do Município


de São José dos Pinhais.

A Câmara Municipal de São José dos Pinhais, Estado do Paraná,


aprovou e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte Lei Complementar:

CAPÍTULO I

Disposições Preliminares

Art. 1º Fica instituído o Código de Obras e Edificações do Município de São José dos Pinhais,
que estabelece normas para aprovação de projetos e execução das obras e instalações, públicas ou privadas,
mediante procedimentos de licenciamento para essas iniciativas de transformação sobre o território
municipal.

Parágrafo único. Para os fins deste Código, entende-se por obra toda ação de construir,
reconstruir, reformar, restaurar, demolir, acrescer e decrescer espaços nas edificações ou transformar usos
internos ou externos, bem como regularizar construções existentes.

Art. 2º Integram este Código os seguintes anexos:

I - Anexo I: Glossário, Definições e Termos Técnicos;

II - Anexo II: Áreas de recreação e lazer em agrupamento residencial e habitações coletivas; e

III - Anexo II: Infrações e Penalidades.

Art. 3º Toda obra licenciada no Município deverá ter um autor do projeto e um responsável
técnico pela execução da edificação, registrados no Conselho Regional competente, que é o órgão
responsável pela fiscalização da habilitação e do exercício da profissão nos ramos da engenharia e
arquitetura.

§1º A responsabilidade pela autoria e pela execução pode ser assumida por um mesmo
profissional ou por profissionais distintos.

§2º Compete ao autor do projeto e/ou responsável técnico da obra interagir junto ao Poder
Público Municipal para fins de licenciamento e da regularização das obras em geral, ficando este impedido
de transferir esta responsabilidade a pessoa não habilitada.

Art. 4º As disposições contidas neste Código serão utilizadas complementarmente aos princípios e
objetivos do Plano Diretor Municipal e integradas aos demais códigos e instrumentos legais de
desenvolvimento urbano, especialmente às leis municipais de parcelamento, ocupação e usos do solo, bem
como àquelas disciplinadoras do licenciamento de atividades econômicas ou da proteção dos patrimônios
natural, histórico, material ou cultural, às Normas Técnicas Brasileiras e às legislações federal e estadual
pertinentes.
Parágrafo único. O proprietário do imóvel, o autor do projeto e/ou responsável técnico da obra
deverão construir, implantar e usar os espaços mantendo-os saudáveis, ambientalmente corretos e seguros,
trazendo qualidade de vida crescente à cidade e evitando desperdício ou ônus para vizinhos e a sociedade
em geral.

Art. 5º A aprovação de projetos para construir e o licenciamento da respectiva obra junto ao Poder
Público Municipal serão condicionados exclusivamente aos parâmetros definidos na legislação urbanística
municipal.

Parágrafo único. Por ocasião da aprovação do projeto e do licenciamento da obra, não será
averiguado pelo Poder Público Municipal o cumprimento das Normas Técnicas Brasileiras ou das
disposições federais ou estaduais relacionadas à edificação, recaindo a responsabilidade civil pelas mesmas
sobre o titular, o autor do projeto e/ou o responsável técnico legal pela execução da iniciativa.

Art.6º Ficam reservados à autoridade municipal competente, independentemente da existência de


projeto previamente aprovado, os direitos de:

I - indeferir, postergar ou suspender expedição da licença, nos casos em que a obra ou construção
não atenda exigência prévia ou notificação de âmbito municipal, estadual ou federal de seu conhecimento;

II - embargar a obra, indeferir a expedição da certidão de conclusão de obra e/ou do alvará de


localização e funcionamento, quando do não atendimento à lei urbanística ou a inadequação dos espaços
construídos quanto às orientações do Poder Público Municipal ou disposições legais; e

III - estabelecer sanções administrativas, mediante competente processo e comunicar o órgão


fiscalizador da atividade profissional para que tome as providências cabíveis em relação ao técnico que não
observar as disposições deste Código e demais normas e legislações pertinentes.

Art. 7º A fim de garantir o atendimento aos índices urbanísticos e os padrões coletivos de


urbanidade, os projetos e a execução das obras no Município deverão atender às leis urbanas e ambientais
emanadas nos três níveis de governo, ficando a cargo do autor do projeto e/ou responsável técnico da obra,
no exercício profissional e ramo da engenharia e arquitetura a que serve, obedecerem a todas essas normas,
de modo a adequar construções, segundo as seguintes diretrizes gerais:
I - subordinação do interesse particular ao interesse coletivo;

II - condições de acessibilidade, circulação e utilização – pelas pessoas com deficiência ou


mobilidade reduzida – nas edificações em geral, em especial nos espaços de uso coletivo;

III - promoção da eficiência energética, da racionalidade no consumo dos recursos naturais e do


conforto ambiental nas edificações, mediante adequados vãos de iluminação ou ventilação,
dimensionamento de componentes, orientação solar na construção, ajuste físico-climático, reutilização e
separação dos resíduos operacionais e demais fatores de sustentabilidade;

IV - integração arquitetônica, urbanística e paisagística dos projetos e das iniciativas de uso às


realidades e condições ambientais e culturais do Município; e

V - promoção do desenvolvimento humano com qualidade de vida como fator relevante à


produção e aos usos de espaços construídos.
CAPÍTULO II

Direitos e Responsabilidades

SEÇÃO I

Competências e responsabilidade do Poder Executivo Municipal

Art.8º É competente o Poder Executivo Municipal para licenciar toda obra no território municipal,
mediante aprovação prévia de sua implantação, seus usos, áreas construídas e volumetria, representadas por
desenhos que permitam, na seqüência, fiscalizar a execução dessas construções e a sua compatibilidade com
este Código e demais parâmetros urbanísticos.

§1º No que se refere às exigências estaduais e federais incidentes sobre a obra licenciada, o Poder
Executivo Municipal, mediante cooperação interinstitucional, poderá, a seu critério, interagir junto a órgão
especializado nessas esferas de governo, para que dêem parecer e respaldem atos municipais nos assuntos
relacionados com a região, o sistema viário, o planejamento territorial e a defesa de patrimônio ambiental,
histórico ou cultural, entre outros.

§2º Para o atendimento do dispositivo anterior, a critério da administração pública municipal,


além de órgãos locais competentes, constituem possíveis intervenientes ao processo municipal para
aplicação deste Código:

I - Câmaras Técnicas criadas no âmbito do Conselho da Cidade de São José dos Pinhais –
CONCIDADE-SJP, colegiado composto por gestores municipais e entidades da comunidade local,
instituído pela Lei Municipal nº 1.579/2010, para monitorar e manejar o desenvolvimento da cidade;

II - a iniciativa da população, através de Audiências Públicas;

III - o Corpo de Bombeiros, órgão estadual de Segurança Pública e Defesa Civil, no que diz
respeito à segurança predial contra incêndios, pânico e tragédias, na análise para prevenção de riscos aos
cidadãos, instalações ou mercadorias;

IV - órgãos federais e estaduais de proteção ao Meio Ambiente;

V - concessionárias e permissionárias de serviços públicos em geral, transportes de passageiros,


limpeza, redes de infraestrutura urbana ou outras; e

VI - órgãos responsáveis pela fiscalização do exercício profissional, em especial os Conselhos


Regionais dos profissionais envolvidos.

Art. 9º O órgão municipal competente para o licenciamento das obras de que trata este Código
poderá solicitar à parte interessada a aprovação prévia do projeto junto aos órgãos municipais, estaduais e
federais afetos à gestão ambiental, de uso e ocupação do solo e à implantação de infra estrutura e serviços
públicos, nos casos de construções, reformas, regularizações ou transformações de usos, de tal porte ou
natureza que sejam capazes de causar impactos adversos ao meio ambiente, natural ou construído.

Art. 10. O Poder Executivo Municipal assegurará o acesso à legislação urbanística e edilícia
municipal pertinente ao uso e à ocupação do solo.
Parágrafo único. Aprovação de projeto para implantar obra e emissão da licença para executar a
mesma não implica na responsabilidade do Município quanto à regularidade na execução da obra, de seus
usos, efeitos ou danos, salvo nos casos previstos em Lei.

SEÇÃO II

Competências e Responsabilidades do Titular da Licença


Art. 11. A licença para execução de obra e a certidão de vistoria e conclusão de obras – CVCO
serão outorgadas ao titular do direito de construir desde que se verifique cumprimento às condições
urbanísticas estabelecidas pelo Município.

§1º O titular da licença para fins de construir é o indivíduo que possui a propriedade do lote
comprovado através do Registro de Imóveis, ou o indivíduo detentor de posse legal do lote comprovado
através de documentos a serem regulamentados por decreto específico.

§2º O titular da licença responde:

I - pela veracidade dos documentos apresentados, não implicando sua aceitação por parte do
Município em reconhecimento de direitos atinentes a essas informações;

II - por contratar profissional legalmente habilitado para atuar como autor do projeto e/ou
responsável técnico da obra, na coordenação e execução dos projetos e obras referentes à sua licença;

III - pela obtenção, junto aos órgãos públicos competentes, das licenças cabíveis, nas diversas
esferas de governo, antes de iniciar a execução da obra;

IV - pela adoção das medidas de segurança compatíveis e cabíveis ao porte da sua obra, durante
as construções; e

V - na execução da obra, por conseqüências diretas e indiretas advindas das construções que
venham a atingir ou danificar:

a) vias, logradouros públicos, componentes da estrutura urbana ou imóveis próximos;

b) elementos do meio ambiente ou de patrimônio cultural situado no entorno;

c) operários na execução de obras e usuários dos espaços edificados.

§3º O titular da licença poderá responder individual ou solidariamente com o autor do projeto
e/ou o responsável técnico da obra pelos casos citados no parágrafo anterior, excetuando-se o inciso II, pelo
qual responde individualmente.

§4º A posse legal mencionada no §1º deste artigo pode decorrer do próprio instituto civil, e em
conformidade com o Código Civil, como em decorrência de condições especiais que se fazem presentes no
cotidiano, tais como autorizações, heranças, usufrutos, direitos de habitação, dentre outros.
SEÇÃO III

Competências e Responsabilidades do Autor do Projeto e/ou Responsável


Técnico da Obra

Art.12. A elaboração de projetos, o licenciamento ou execução de obras dependem de Anotação


de Responsabilidade Técnica – ART – ou equivalente, de profissional legalmente habilitado pelo respectivo
conselho, ficando este profissional responsável pela perfeição e segurança da obra conforme a boa prática
construtiva e as normas técnicas pertinentes que garantam a estabilidade, solidez, acessibilidade interna,
eficiência energética, salubridade e habitabilidade da edificação.

§1º O autor do projeto e/ou responsável técnico da obra deverá atender integralmente a legislação
urbanística municipal e seus regulamentos.

§2º O autor do projeto e/ou responsável técnico da obra respondem, naquilo que lhes couberem,
pelo conteúdo técnico que explicita a licença, pela fiel execução do projeto, até a expedição de CVCO,
assim como por todas as ocorrências no emprego de material inadequado ou de má qualidade, pelo risco ou
prejuízo aos prédios vizinhos, aos operários e a terceiros, por falta de precaução ou imperícia e pela
inobservância de qualquer disposição deste Código.

§3º O autor do projeto e/ou responsável técnico da obra, de acordo com aquilo que lhe couber,
deverá apresentar informações sobre a área a ser ocupada pela obra, especialmente quanto a restrições
ambientais, edificações já existentes que serão ou não demolidas, cotas reais edificadas em relação às
divisas, imóveis vizinhos e eixo de vias públicas de acesso, dentre outras, que permitam compreender as
soluções adotadas no projeto, ficando sujeito às penalidades previstas neste Código no caso de omissão ou
incorreção das informações prestadas.

Art. 13. Além do previsto no artigo anterior, o autor do projeto e/ou responsável técnico da obra
ainda responderá:

I - pela veracidade dos documentos apresentados, não implicando sua aceitação por parte do
Município, em reconhecimento de direitos atinentes a essas informações;

II - pela obtenção, junto aos órgãos públicos competentes, das licenças cabíveis, nas diversas
esferas de governo, antes de iniciar a execução da obra;

III - pela adoção das medidas de segurança compatíveis e cabíveis ao porte da sua obra, durante as
construções; e

IV - na execução da obra, por conseqüências diretas e indiretas advindas das construções que
venham a atingir ou danificar:

a) vias, logradouros públicos, componentes da estrutura urbana ou imóveis próximos;

b) elementos do meio ambiente ou de patrimônio cultural situado no entorno;

c) operários na execução de obras e usuários dos espaços edificados.

Parágrafo único. O autor do projeto e/ou responsável técnico da obra poderá responder individual
ou solidariamente com o titular da licença pelos casos citados nos incisos deste artigo.
Art. 14. É obrigação do Responsável Técnico pela execução da obra a colocação de placa de
identificação da mesma, em local de boa visibilidade, contendo as seguintes informações:

I - se pessoa jurídica, nome do proprietário, com o endereço da sua sede;

II - nome e telefone do Autor do Projeto, com número de registro no respectivo conselho;

III - nome e telefone do Responsável Técnico pela execução da obra, com o número de registro no
respectivo conselho;

IV - eventuais instituições responsáveis pelas instalações prediais complementares.

Art. 15. Se o Responsável Técnico pela execução de obra já licenciada quiser afastar-se da
responsabilidade pela continuidade da mesma, antes ou durante a sua realização, deverá solicitar esse
afastamento por escrito ao órgão municipal competente, que deverá acolher seu pedido, tão logo se
verifique que não há qualquer irregularidade na construção.

§1º Para o deferimento do pedido o proprietário da obra deverá apresentar o novo Responsável
Técnico pela mesma, o qual deverá anuir, por escrito, com a responsabilidade pela referida obra junto ao
órgão municipal competente.

§2º O profissional que se afasta da Responsabilidade Técnica da obra poderá, juntamente com o
profissional que assume a responsabilidade pela continuidade da mesma, fazer comunicação única ao
Município, contendo o expresso aceite do segundo quanto à obra e suas condições para perfeita execução,
bem como a anuência do proprietário em relação à substituição do profissional.

CAPITULO III

PROCESSO DE LICENCIAMENTO

SEÇÃO I

Aprovação de Projeto

Art. 16. Quaisquer obras mencionadas neste Código, independentemente de iniciativa pública ou
privada, somente poderão ser iniciadas e executadas após aprovação do projeto, como definido nesta Seção,
e concessão de licença pelos órgãos competentes, de acordo com as exigências contidas neste Código e
normas correlatas, sob pena de sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Para o cumprimento do caput deste artigo são consideradas atividades que
caracterizam o início de uma obra:

I - a instalação de tapumes e canteiro de obras;

II - o início da execução da estrutura das fundações.

Art. 17. Para efeitos de aprovação e outorga da Licença de Obras o projeto deverá ser apresentado
conforme decreto municipal regulamentar.
Art. 18. Para efeitos de aprovação do projeto, além dos comprovantes de propriedade ou de posse
legal do terreno, serão também considerados os seguintes elementos:

I - a área construída da edificação;

II - afastamento das edificações em relação às divisas e aos alinhamentos do terreno, bem como
coeficiente de aproveitamento, percentuais de ocupação e permeabilidade e demais parâmetros urbanísticos
vigentes;

III - altura das construções e inserção volumétrica na paisagem urbana; e

IV - eventual conservação de componentes naturais e culturais já existentes no terreno, advindos


de normas estaduais e federais.

§1° Para soma da área construída, nos termos do inciso I deste artigo, deverão ser observadas as
disposições da Lei Municipal de Uso e Ocupação do Solo.

§2º Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a regulamentar as disposições deste artigo e
suas aplicações.

Art. 19. O órgão municipal competente se restringirá a examinar o atendimento da legislação de


uso, zoneamento, ocupação do solo e aos parâmetros urbanísticos das edificações para a aprovação do
projeto, podendo vistoriar o local da obra antes da aprovação do projeto e da expedição da licença de obras,
visando conferir informações ou documentos fornecidos pelo interessado e elementos relevantes à iniciativa
e aos seus efeitos na cidade.

§1º Caberá exclusivamente ao autor do projeto e/ou responsável técnico da obra cumprir as
normas edilícias que impliquem na qualidade socioambiental e na segurança dos espaços construídos,
devendo esse profissional obrigatoriamente, para fins do licenciamento, anexar no projeto a Anotação de
Responsabilidade Técnica sobre a obra, registrada junto ao órgão competente que fiscaliza a sua profissão.

§2º Para análise e aprovação do projeto, o autor deste e/ou responsável técnico da obra deverão
encaminhar juntamente com o projeto arquitetônico o Termo de Responsabilidade Técnica,
comprometendo-se ao atendimento das normas técnicas referente ao dimensionamento dos compartimentos
da edificação, e que garantam a acessibilidade, salubridade, ergonomia e ventilação adequadas.

§3º Deverão ser indicadas na planta do lote onde a edificação será implantada todas as áreas de
Preservação Permanente – APP, nas formas da lei, ou, que contenham vegetação relevante de acordo com a
legislação ambiental vigente, curso ou mina d’água, talvegues, drenos a céu aberto ou tubulação de
drenagem.

Art.20. É vedada qualquer alteração no projeto após sua aprovação e licenciamento, sem o prévio
consentimento por parte do órgão municipal competente, sob pena de embargo da obra e cancelamento da
licença concedida.

Parágrafo único. A execução de modificações em projetos aprovados e com licença ainda em


vigor, que envolvam acréscimo de área, modificação de gabarito ou de altura da construção, somente poderá
ser iniciada após a sua aprovação pelo órgão competente, observada a legislação vigente no ato do
requerimento da análise por parte do interessado.

Art. 21. É facultado ao titular do imóvel, através do autor do projeto, aprovar o projeto
arquitetônico sem direito à execução da obra.
§1º O projeto arquitetônico aprovado é válido enquanto não houver alteração da legislação
pertinente.

§2º O projeto arquitetônico aprovado não garante a liberação para a execução da obra, sendo que
a mesma estará condicionada ao licenciamento correspondente.

SEÇÃO II

Licenças de Obras

Art. 22. A licença de obras é ato administrativo municipal de controle urbanístico prévio, pelo
qual a autoridade municipal competente admite a localização e a execução de obra e construções, que
atenderão a condições previamente projetadas, adequadas aos parâmetros da legislação urbanística e
territorial vigente.

Parágrafo único. A licença é única e intransferível, mesmo nos casos onde mais de uma unidade
administrativa ou esfera do Poder Público participe do processo de sua análise e fiscalização.

Art. 23. A licença para executar obra será expressa por Alvará emitido pela autoridade municipal
competente e está condicionada, no mínimo, à apresentação da documentação do imóvel e do projeto
aprovado de acordo com o uso, segundo parâmetros urbanísticos de lei.

Art. 24. A licença para executar obra será expressa de acordo com uma ou mais das seguintes
destinações:

I - alvará de Construção: documento que autoriza a edificação de obra nova;

II - alvará de Regularização: documento que autoriza a regularização de obra já executada sem


licenciamento;

III - alvará de Reforma: documento que autoriza a reforma sem acréscimo de área, de obra
existente e licenciada; e

IV - alvará de Ampliação: documento que autoriza o acréscimo de área à construir, em edificação


existente e licenciada.

Parágrafo único. Nos casos de edificações existentes, cujo uso se pretenda alterar, poderá ser
solicitado Alvará de Regularização, Reforma e/ou Ampliação.

Art. 25. Serão isentas da licença tratada nesta Seção as seguintes obras:

I – limpeza e pintura externa de edificações;

II - reforma, desde que não implique em alteração de uso ou área construída no imóvel, e que não
afete qualquer elemento relacionado com segurança, estabilidade e/ou salubridade da edificação;

III - obras a céu aberto, entre elas jardins, muros internos, piscinas descobertas de uso privativo,
fontes decorativas e instalações subterrâneas, tais como cisternas ou tubulações, desde que não
comprometam a taxa mínima de permeabilidade do solo definida em lei e não comprometa a segurança das
edificações do entorno;
IV - construção de estufa ou quiosque, de caráter doméstico, desde que não comprometam a taxa
mínima de permeabilidade do solo definida em lei;

V - substituição dos pisos e de revestimentos, ou, de forros e telhas, desde que não implique em
acréscimo de área ou alteração de uso ou estrutura da edificação;

VI - reformas comerciais ou de vitrines que não alterem dimensões na edificação, a posição do


estabelecimento no logradouro ou causem qualquer dano de poluição visual na paisagem;

VII - grades, cercas e telas de vedação do lote; e

VIII - construção de muro frontal ou muro de divisa com até 2m (dois metros) de altura, desde
que não possua cerca elétrica.

Parágrafo único. A aprovação das obras sobre bens imóveis submetidos ao regime de preservação
do patrimônio arquitetônico ou ambiental ficará sujeito ao parecer favorável do órgão de tutela.

Art. 26. Ficam condicionadas à Licença Simplificada para sua execução as seguintes obras:

I - construção de dependências anexas à edificação principal ou edículas com menos de 15m2


(quinze metros quadrados) de área coberta, não destinadas à habitação, tais como os viveiros, telheiros e
obras similares, desde que não interfiram na taxa de permeabilidade legal;

II - construção de muro frontal ou muro de divisa acima de 2m (dois metros) de altura;

III - substituição de forros por lajes de concreto, desde que executada em edificação de único
pavimento e que não implique em acréscimo de área ou alteração de uso; e

IV - cerca elétrica.

§1º O pedido para obtenção da Licença Simplificada deverá ser encaminhado juntamente com a
Anotação de Responsabilidade Técnica do profissional responsável, que deverá subscrever a solicitação
com o proprietário.

§2º Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a regulamentar as disposições deste artigo e
suas aplicações, em especial seus incisos, isoladamente ou em conjunto.

Art. 27. A Licença de Obras será concedida pela autoridade pública competente, no ato de
aprovação do projeto, com prazo de validade de 01 (um) ano, podendo ser prorrogado por igual período,
tantas vezes quantas forem necessárias até a conclusão da obra, caso não ocorram irregularidades no
transcurso da construção ou nas instalações dos seus usos, segundo os termos do projeto previamente
aprovado, mediante o pagamento da taxa correspondente.

§1º O prazo de 01 (um) ano poderá ser maior, a critério do poder público municipal, desde que
tecnicamente justificado por meio de parecer técnico e cronograma físico de execução da obra.

§2º A licença de obra só poderá ter seu prazo de vigência prorrogado se o profissional
responsável ou o proprietário protocolar o pedido de prorrogação por escrito, dentro do prazo de vigência da
licença, sob pena de considerar-se extinto o processo em razão da caducidade da mesma.

§3º Além do descrito no parágrafo anterior, a prorrogação da licença mencionada no caput deste
artigo só será concedida caso a fundação da obra esteja executada total ou parcialmente, de acordo com a
complexidade da obra e a critério da autoridade municipal competente.
Art. 28. Em caso de alteração da legislação urbanística, para fins de prorrogação da licença de
obras, os projetos deverão ser re-analisados pelo órgão competente municipal.

Parágrafo único. Constatando-se alteração de parâmetros urbanísticos que interfiram na obra


licenciada, o referido projeto ficará sujeito a nova análise para concessão de novo licenciamento, onde
poderá ser exigida adequação à legislação vigente, e somente em relação às áreas que ainda não tiverem
sido edificadas.

Art. 29. No caso de paralisação da obra já licenciada, o responsável pela sua execução deverá
imediatamente informar o fato à autoridade competente do Município, além de tomar as providências
cabíveis com as medidas de segurança pertinentes.

§1º Para o caso descrito no caput deste artigo, mantém-se a contagem do prazo de validade da
licença para construção, exceto quando o motivo da paralisação for decorrente de decisão judicial afeta à
obra, caso em que será suspensa a contagem do prazo da licença concedida.

§2º O reinício da obra que tenha sido paralisada só poderá ocorrer mediante comunicação formal
ao Município e desde que a licença esteja em vigor.

Art. 30. As edificações residenciais unifamiliares e os agrupamentos residenciais com até 2 (duas)
unidades, exclusivamente térreas e sem laje de forro, poderão ser licenciadas através de programa específico
para Habitação de Interesse Social, mediante processo diferenciado de aprovação, devendo o licenciamento
ser encaminhado por órgão público competente.

§1º O requerimento deverá ser encaminhado ao órgão municipal competente, com a anuência
expressa do titular pela propriedade do terreno.

§2º O deferimento do pedido dependerá da comprovação do enquadramento na lei específica que


regra o programa.

Art. 31. Durante a execução das obras deverão ser mantidos no local, com fácil acesso à
fiscalização, os seguintes documentos:

I - alvará para licença de obra;

II - cópia do projeto aprovado, visado pelo órgão municipal competente;

III - anotações de responsabilidade técnica dos profissionais envolvidos na construção;

IV - cópias de eventuais notificações e apontamentos de vistoria, já realizadas por fiscalização


municipal, estadual ou federal incidente sobre a iniciativa; e

V - licenças ambientais, quando necessárias.

SEÇÃO III

Licença para Demolição

Art. 32. Nenhuma demolição de edificação poderá ser efetuada sem a devida licença expedida
pelo órgão municipal competente, concedida mediante requerimento próprio e, quando couber, sob consulta
anterior a órgão de defesa do patrimônio histórico e arquitetônico ou outro órgão pertinente.
§1º As licenças para demolição poderão ser autorizadas sob regime próprio, a ser definido através
de decreto municipal.

§2º A licença para demolição terá o prazo de validade de 06 (seis) meses.

SEÇÃO IV

Conclusão de Obras

Art.33. Certidão de Vistoria e Conclusão de Obras – CVCO é o documento que formaliza a


licença municipal de caráter urbanístico, assegura a conclusão da obra em conformidade com o projeto
aprovado e com os parâmetros urbanísticos exigidos na Licença de Obras e permite a ocupação do imóvel.

Art. 34. A CVCO será concedida após vistoria do órgão municipal competente, ocasião em que
deverá ser verificado o cumprimento das seguintes exigências:

I - obra executada e plenamente concluída conforme projeto aprovado;

II - ligações definitivas e obrigatórias da obra às redes existentes de abastecimento e saneamento


público.

§1º A vistoria deverá ser efetuada no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis, a contar da data do seu
requerimento, e a CVCO só será expedida estando a edificação de acordo com o projeto aprovado.

§2º Nos casos em que houver desconformidade da obra em relação ao projeto aprovado, a CVCO
será negada.

§3º Após a execução das correções necessárias para adequação à lei e/ou ao projeto aprovado, o
interessado deverá, através de novo requerimento, solicitar nova vistoria para a emissão da CVCO.

§4º Considera-se em condições de certificação a edificação efetivamente concluída e que estiver


em conformidade com o projeto aprovado e com as disposições deste Código e da Lei de Uso e Ocupação
do Solo.

Art. 35. O pedido de certificação de vistoria e conclusão de obras deverá ser solicitado pelo
responsável técnico e pelo proprietário, acompanhado dos seguintes documentos:

I - original ou cópia do alvará para Licença de Obra;

II - original ou cópia do projeto aprovado que originou a licença;

III - declaração formal assinada por responsáveis técnicos e proprietários, garantindo a


estabilidade, segurança, salubridade e funcionamento da obra executada, de acordo com o projeto licenciado
e com a legislação pertinente, bem como em atendimento às normas técnicas vigentes emanadas dos órgãos
estaduais e nacionais competentes; e

IV - demais documentos condicionados para a emissão da CVCO.

Art. 36. Poderá ser certificada a conclusão parcial, de parte acabada de uma obra ainda não
totalmente finalizada, desde que atendidos os requisitos definidos nos artigos anteriores e, exclusivamente,
nos seguintes casos:
I - prédio composto de parte comercial e parte residencial, utilizadas de forma independente;

II - quando se tratar de construções feitas independentemente, mas no mesmo lote;

III - em unidades residenciais ou comerciais de edificações, isoladas ou sob a forma de


agrupamento residencial de edificações, desde que as partes comuns necessárias estejam concluídas.

Parágrafo único. A certidão parcial de conclusão não substitui a certidão total da obra, que deverá
ser concedida apenas quando vistoria constatar que a obra foi totalmente concluída de acordo com o projeto
aprovado.

CAPÍTULO IV

SEGURANÇA NA EXECUÇÃO DE OBRAS


Art. 37. É proibido manter qualquer material de construção nas vias e logradouros públicos.

Parágrafo único. Em caso de insuficiência de área no interior do lote, comprovado pelo órgão
municipal competente, será tolerado a descarga de material de construção na calçada, em faixa
correspondente à testada do lote, pelo prazo máximo de 02 (dois) dias e desde que se mantenha corredor
mínimo de passagem de pedestres de 1,20 m (um metro e vinte centímetros) ao longo da via.

Art. 38. Enquanto durar a obra, o Responsável Técnico pela execução da mesma deverá adotar
medidas e empregar equipamentos necessários à proteção e à segurança dos que nela trabalham, dos
pedestres, dos cidadãos e propriedades vizinhas, particulares e públicas, nas formas de lei.

Parágrafo único. O Responsável Técnico pela execução da obra, juntamente com o titular da
licença, responde pela segurança geral das construções, em sua estabilidade, salubridade e demais aspectos
referentes à fase de execução da obra.
Art. 39. Nenhum elemento da obra, transitório ou permanente na sua execução, poderá trazer
prejuízo ou diminuir a visibilidade em vias e logradouros públicos, sua arborização, iluminação, placas,
sinais de trânsito e outras instalações de uso coletivo ou de interesse público.

Art. 40. Nenhum serviço de construção para executar obra poderá ser feito no alinhamento
predial sem que o logradouro público esteja obrigatoriamente protegido por tapumes, salvo quando tratar da
execução de muro ou grade, pintura e pequenos reparos, desde que não comprometam a segurança de
transeuntes e se mantenham as condições de acessibilidade nas formas de Lei.

Art. 41. A instalação de tapumes e/ou andaimes, junto a passeio ou logradouro público, para fins
de execução da obra licenciada, deverá garantir a circulação de pedestres, com largura mínima de no
mínimo 1/3 (um terço) da medida do passeio.

§1º Excepcionalmente, o órgão municipal competente poderá autorizar, por prazo determinado,
largura inferior à fixada no caput deste artigo, desde que comprovada a inviabilidade das condições do local
e adotados os procedimentos de segurança cabíveis.

§2º No caso de absoluta impossibilidade de qualquer circulação, o órgão municipal competente,


mediante consulta, orientará a solução, visando desviar os deslocamentos de pedestres através de
sinalização transitória.
§3º Para a análise da necessidade de utilização da calçada ou do logradouro nas condições
previstas neste artigo, o responsável técnico deverá apresentar justificativa por escrito, acompanhada da
licença concedida para a obra e da planta de situação visada pelos órgãos competentes.

§4º Extinta a necessidade, deverão ser removidos, imediatamente, os tapumes, andaimes, resíduos
e demais elementos junto às vias e aos logradouros públicos devendo ainda ser realizados limpeza e reparos
no espaço público, naquilo que couber.

Art. 42. Em obras paralisadas por mais de 90 (noventa) dias, os andaimes e tapumes que estiverem
sobre a calçada pública serão obrigatoriamente retirados pelo proprietário.

CAPÍTULO V

CONDIÇÕES GERAIS NAS EDIFICAÇÕES

SEÇÃO I

Fundamentos Legais para Edificação

Art. 43. Toda edificação deve atender as seguintes disposições legais:

I - condições e parâmetros locais para a ocupação e uso sobre o solo, aferidos na aprovação do
projeto que origina a licença de obra e estabelecidos pela esfera municipal através do Plano Diretor, das leis
urbanísticas e ambientais;

II – normas brasileiras de construção civil, disposições do Código Civil e outros regulamentos


referentes aos usos e às atividades a eu são destinadas as obras;

III - normas técnicas referentes à implantação de infra-estrutura e saneamento ambiental;

IV - normas de segurança contra incêndio, pânico, dentre outras, como estabelecido e instituído
por órgãos competentes, como o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil;

V - regras ou normas fixadas pelo serviço municipal de trânsito e as atinentes às disposições


estaduais e federais, segundo a hierarquia viária nas imediações da obra;

VI - normas de instalação e uso estabelecidas por concessionárias e permissionárias, segundo sua


delegação contratual nos serviços públicos municipais, regionais ou estaduais, as quais poderão, dentro da
sua competência, fiscalizar os usuários;

VII - normas e planos de desenvolvimento onde se situa a obra, desde que tenham anuência do
Poder Público local, segundo prévia disposição legal ou resolução do Conselho da Cidade;

VIII - normas brasileiras de acessibilidade e demais legislações pertinentes; e

IX - legislações e regulamentos pertinentes quanto ao tratamento e à destinação final de resíduos


da construção civil.

Parágrafo único. O Poder Público Municipal, através do seu órgão competente, poderá exigir, a
qualquer tempo, do profissional Responsável Técnico pela execução da obra ou de quem tenha o domínio
dos usos ou instalações incidentes numa edificação, que seja implantada adequação física ou operacional
nos espaços prediais em execução ou já existentes, de modo a ajustá-los ao que determina norma ou lei nos
campos técnicos a que se referem os incisos deste artigo.

SEÇÃO II

Integração de Edificações, Fachadas e Muros na Cidade

Art. 44. Em imóveis onde não há exigência urbanística de recuos para jardim ou alargamento,
serão permitidas projeções elevadas que avancem sobre a calçada, sob as formas de marquise, beiral,
aparelhos de climatização, toldos, jardineiras, quebra-sóis, elementos decorativos, grades protetoras em
janelas e outros, a critério da autoridade competente municipal, desde que observada à legislação ambiental
em relação à poluição visual.

§1º Nos elementos que avançam sobre as calçadas é obrigatória a adoção de medidas que
garantam o escoamento das águas pluviais e evitem o gotejamento, sem descargas no terreno vizinho ou na
calçada.

§2º Exceto em condições excepcionais e, mediante anuência específica da autoridade municipal


competente, qualquer elemento projetado em balanço sobre a calçada deverá:

I - distar, no mínimo, 50 cm (cinqüenta centímetros) em relação ao meio-fio da via;

II - adaptar-se às condições do logradouro quanto à sua sinalização, áreas de embarque, postes,


arborização, insolação e tráfego dos pedestres e veículos;

III - adequar-se às redes locais de infra-estrutura;

IV - manter afastamento em altura de, no mínimo, 3m (três metros), medido em qualquer ponto e
verticalmente ao piso;

V - não exceder 1,20 m (um metro e vinte centímetros) de avanço em relação ao alinhamento do
imóvel, além de ter projeto aprovado por Responsável Técnico;

VI - não servir como suporte para expor produtos, erguer painéis publicitários ou letreiros.

Art. 45. Em imóveis onde o recuo frontal for exigido, serão permitidas projeções sobre estes, de
sacadas e varandas abertas, desde que não ultrapassem 1,20 m (um metro e vinte centímetros).

Art. 46. As águas pluviais coletadas sobre marquises, coberturas, jardineiras, quebra-sóis, calçadas
em recuos, beirais e outros elementos externos deverão ser canalizadas até tanques de passagem e destes,
por baixo dos passeios, à rede pública de drenagem, onde essa existir.

Art. 47. Os muros de vedação ou divisa deverão ser construídos com altura máxima de 2 m (dois
metros), salvo quando a exigência técnica para integridade do terreno determinar altura maior e, em
qualquer caso, estando impedidas quaisquer soluções construtivas, acabamentos, equipamentos e instalações
que ameacem a segurança dos pedestres, dos terrenos adjacentes e das condições de acessibilidade nas
calçadas públicas.

§1º Sempre que o desnível do terreno represente perigo a logradouro público ou a lotes vizinhos,
ou ameace a segurança pública, o órgão municipal competente poderá exigir do proprietário a construção de
muros de arrimo e de proteção no imóvel, definindo o prazo para sanar o problema, sob pena das sanções
regulamentares definidas pelo Poder Executivo.
§2º Os muros de arrimos deverão obrigatoriamente ser executados e acompanhados por
profissional habilitado, comprovado mediante a apresentação da ART ou documento correspondente do
autor e/ou executor da obra.

Art. 48. Os terrenos edificados e ajardinados poderão substituir os muros por grades ou poderão ser
dispensados da construção dos muros no alinhamento.

§1º O mesmo ocorrerá em relação aos muros de proteção entre as divisas, desde que exista mútua
anuência entre vizinhos.

§2º Os muros entre vizinhos poderão ser executados com o eixo na linha de divisa, de comum
acordo, caso em que pertencem aos dois; ou no limite e dentro da propriedade de um só, quando então
pertence exclusivamente a este, não podendo ser utilizado, em nenhuma hipótese, pelo outro sem a anuência
do proprietário.

§3º A existência prévia de muro no lote vizinho desobriga o outro a edificar novo muro paralelo,
ficando dispensado de tal construção, que só será exigida no caso de construção na divisa.

Art. 49. Em terrenos de esquina, o muro ou a vedação deverá ter canto chanfrado, com
comprimento de no mínimo de 3 m (três metros), formando um ângulo de 90º em relação à bissetriz do
ângulo formado pelos dois alinhamentos.

§1º As edificações permanentes e quiosques transitórios construídos no alinhamento do terreno de


esquina deverão possuir canto chanfrado no seu pavimento térreo, segundo dimensões fixadas no caput
deste artigo.

§2º Sob juízo do órgão competente, e, em situação específica advinda por diferenças de níveis ou
outra geometria no local, o canto chanfrado poderá ser dispensado, desde que não traga qualquer prejuízo
nas condições locais de visibilidade, acessibilidade e segurança do trânsito.

Art. 50. Alicerces de edificações ou fundações e sub-bases para obras deverão ser executadas
inteiramente dentro dos limites do terreno para onde foi licenciada a obra, de modo a não prejudicar ou
interferir no espaço de imóveis vizinhos e no leito de vias públicas.

SEÇÃO III

Compartimentos Internos das Edificações

Art. 51. A conformação dos compartimentos destinados a cada função ou instalação interna à
obra, entre os usos previstos no projeto e na licença para as edificações e construções, cabe ao profissional
Responsável Técnico pela obra, e estes deverão ser dimensionados e posicionados de modo a proporcionar
condições adequadas de salubridade e conforto ambiental interno, garantindo os usos para os quais se
destinam.

Parágrafo único. As condições anteriormente citadas deverão ser obtidas mediante a aplicação de
técnicas apropriadas para a escolha e o bom emprego dos materiais destinados aos vários componentes e
equipamentos da construção, de acordo com as normas técnicas pertinentes.

Art. 52. Para fins de licenciamento da obra, o Poder Público Municipal examinará dimensões
externas do projeto, segundo cálculo que atende parâmetros urbanísticos fixados na lei referente a Usos e
Ocupação do Solo, e observando suas definições quanto a espaços que comporão a área total edificada, sua
taxa de ocupação, taxa de permeabilidade e coeficiente de aproveitamento no terreno.

§1º É prerrogativa do Poder Público Municipal averiguar a qualquer tempo, por amostragem ou
outro método a seu critério, a qualidade das obras durante sua execução, uso ou manutenção, e, aplicar
sanções previstas neste Código de Obras diante de descumprimento de qualquer regulamento, lei e norma
edilícia, seja ela de âmbito municipal, estadual ou federal.

§2º Para fins de conferência quanto ao coeficiente de aproveitamento e a sua proporcionalidade


em relação à superfície do terreno, serão consideradas áreas não-computáveis os compartimentos definidos
na Lei de uso e ocupação do solo municipal.

Art. 53. A altura mínima, livre de qualquer obstáculo, medida do piso ao teto, para
compartimentos de permanência humana prolongada é de 2,40 m (dois metros e quarenta centímetros) nos
usos residenciais, e de 2,60 m (dois metros e sessenta centímetros) para obras destinadas a outros usos.

Parágrafo único. Casos específicos ficarão sob a responsabilidade do profissional executor da


obra, a quem cabe implantar dimensões maiores segundo atividades possíveis e presumíveis no espaço
edificado.

Art. 54. As unidades residenciais em edificação coletiva ou agrupamento residencial serão


compostas, minimamente, de 02 (dois) compartimentos, perfazendo área privativa mínima útil de 25 m²
(vinte e cinco metros quadrados) de superfície, sendo um compartimento destinado às atividades conjugadas
de descanso, lazer e alimentação e o outro contendo sanitário completo.

SEÇÃO IV

Acessos, Calçadas e Circulações

Art. 55. Salvo situações tecnicamente justificadas, toda edificação para uso público ou coletivo
deverá garantir condições externas e internas de acesso, circulação e utilização por parte das pessoas
com deficiência ou mobilidade reduzida, conforme as disposições legais e as Normas Técnicas
Brasileiras de Acessibilidade, através de rotas acessíveis, mediante a adoção de pisos, rampas, artefatos,
equipamentos e sinalizações especiais regulamentares.

Parágrafo único. Fica o profissional autor do projeto e/ou responsável técnico da obra responsável
pelo rigoroso atendimento a essas disposições.

Art. 56. Em qualquer obra e edificação, os espaços internos e externos de circulação, assim como
suas escadas, rampas, vãos de passagem e portas terão dimensões mínimas de modo a cumprir as finalidades
funcionais licenciadas, sendo seu dimensionamento e adequada eficiência de responsabilidade do autor do
projeto e/ou responsável técnico pela execução da obra.

Art. 57. A implantação da calçada pública é de responsabilidade do proprietário ou possuidor


legal de cada imóvel lindeiro, podendo ser, posteriormente, compartilhada com o Poder Público em
programas específicos.

Parágrafo único. Toda calçada pública deverá ser executada segundo padrões fixados pela
autoridade municipal competente através de decreto do Poder Executivo, empregando materiais que não
comprometam sua durabilidade e manutenção, devendo se adequar à topografia e às condições locais, de
modo a garantir trânsito livre e seguro aos transeuntes e acessibilidade para todas as pessoas.
Art. 58. Quando houver pavimentação definitiva da via, o rebaixamento do meio-fio para entrada
e saída de veículos dependerá de autorização do Município e respeitará as seguintes condições:

I - para lotes com testada de até 12 m (doze metros), um único acesso com no máximo 5m (cinco
metros) de rebaixamento;

II - para lotes com testadas maiores do que 12 m (doze metros), rebaixos máximos de 5m (cinco
metros) intercalados por 7 m (sete metros) de guia elevada, em número tecnicamente justificado e adequado
com o comprimento da testada;

III - em lotes de esquina, o rebaixamento do meio-fio deverá respeitar um afastamento mínimo de


7 m (sete metros) do alinhamento predial, considerado a partir do encontro dos alinhamentos prediais do
terreno;

IV - nos empreendimentos que demandem acessos maiores, o caso será analisado pelos técnicos
municipais responsáveis.

Parágrafo único. Nas vias públicas não asfaltadas, as edificações deverão ter seus acessos
compatíveis com as condições acima mencionadas, a fim de cumprirem com este dispositivo por ocasião da
implantação da pavimentação definitiva.

Art. 59. A obrigatoriedade de instalação de elevadores ou ascensores em geral, quando houver, se


sujeita às normas específicas, do uso da obra licenciada ou, de forma geral, do número de pavimentos
projetados para a edificação, independente de sua classificação.

§1º Não serão obrigatórios elevadores em edifícios onde a distância vertical a ser vencida entre a
soleira de entrada e o último piso de unidades residenciais não ultrapasse 9,50m (nove metros e cinqüenta
centímetros).

§2º Para edificações com altura superior àquela mencionada no parágrafo anterior será obrigatória
a instalação de elevadores, sempre em número, capacidade e velocidade compatíveis à distancia vertical a
ser vencida e com a demanda da edificação, segundo as normas definidas pela ABNT.

§3º A existência de elevador, mesmo quando não obrigatória, não dispensa a construção de
escadas para livre acesso entre todos os pisos ou pavimentos projetados.

SEÇÃO V

Salubridade e Instalações Prediais

Art.60. Será responsabilidade do autor do projeto e/ou responsável técnico da obra garantir que as
edificações possuam aberturas e vãos adequados para iluminação e ventilação dos seus compartimentos,
considerando sua funcionalidade e o tempo da permanência humana, de modo a assegurar salubridade, bem
como promover economia energética no espaço construído, racionalidade ao aproveitar recursos naturais do
solo ou ar, assim como adequação a serviços e redes públicas de abastecimento ou de coleta, tratamento, e
destinação de resíduos prediais, independente do uso ou destinação da edificação.

Art. 61. É vedada a abertura de vãos em parede construída paralelamente ou com ângulo externo
inferior a 90º (noventa graus) da divisa do terreno, situada a uma distância menor que 1,50 m (um metro e
cinqüenta centímetros) do terreno vizinho, salvo nas exceções previstas nas normas municipais para o uso e
a ocupação do solo.
Art. 62. É vedada a abertura de vãos em parede construída perpendicularmente ou com ângulo
externo superior a 90º (noventa graus) da divisa do terreno, situada a uma distância menor que 75 cm
(setenta e cinco centímetros) do terreno vizinho, salvo nas exceções previstas nas normas municipais para o
uso e a ocupação do solo.

Art. 63. As instalações prediais em geral deverão atender rigorosamente o estabelecido nesta
Seção, nas disposições da legislação ambiental federal, estadual, municipal, no que couberem, nas Normas
Técnicas Brasileiras e demais legislações pertinentes.

Parágrafo único. Além de atender às regras fixadas no caput deste artigo, as instalações prediais
obedecerão também a padrões técnicos definidos por órgãos competentes regionais, pelas agências públicas
de regulação e pelas companhias prestadoras do serviço público.

Art. 64. Sempre que as normas assim indicarem, toda edificação disporá de reservatório elevado
para água tratada, com tampa, bóia, reserva para combate a incêndio, e altura suficiente que permita bom
funcionamento e qualidade na distribuição, além de estar em local que permita visita para a manutenção e
limpeza.

Art. 65. É condição para aprovação de projeto de edificações, a critério da autoridade municipal
competente, declaração emitida pelo órgão ou empresa responsável, quanto a efetiva viabilidade técnica de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário.

Parágrafo único. Excepcionalmente será autorizado sistema de abastecimento de água e


tratamento de esgoto autônomo para edificação localizada em área onde não houver rede pública de
saneamento, mediante projeto técnico de sistema independente, aprovado pelas autoridades ambientais e
sanitárias, em que conste a previsão para se ligar o sistema autônomo à futura rede ou ao serviço público de
coleta e tratamento.

Art. 66. O projeto e instalação de equipamentos para proteção contra incêndio e pânico, exigíveis
em obras e edificações segundo usos e portes definidos na legislação urbanística, deverão seguir normas e
orientações emitidas pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo deverá ser garantido pelo profissional executor
da obra através da apresentação do laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros para fins de emissão da
CVCO, obtidos junto à autoridade competente.

Art. 67. As instalações, canalizações e jardins para drenagem de águas pluviais deverão atender
aos critérios de funcionalidade, segurança, higiene, conforto, durabilidade, economia e adequação quanto à
destinação hídrica no solo.

§1º O disposto no caput deste artigo deverá ser garantido pelo profissional executor da obra
através da aprovação do projeto de drenagem para liberação da licença de obras e apresentação do termo de
aceite para fins de emissão da CVCO, obtidos junto à autoridade municipal competente, quando solicitado
pelo Conselho Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano - CMPDU.

§2º As edificações construídas sobre linhas divisórias ou alinhamentos de lote deverão ter
equipamentos necessários para não lançar água sobre terreno adjacente ou logradouro público.

§3º O proprietário ou possuidor legal é responsável pelo controle das águas superficiais no terreno
e seus efeitos, respondendo por danos causados a vizinhos, logradouros públicos e à comunidade, bem
como por assoreamento ou poluição em bueiros e galerias a que der causa.
Art. 68. Nos terrenos em aclive, sempre que as condições topográficas exigirem, deverá ser
garantida a passagem de canalização de águas pluviais, provenientes de lotes à montante, aos quais sempre
caberá o ônus relativo a estas obras.

Parágrafo único. O terreno em declive somente poderá estender rede de águas pluviais no terreno
à jusante, quando não for possível encaminhá-las para a via em que está situado.

Art. 69. Para obras novas, ampliações, reformas ou regularização de obras existentes, públicas ou
privadas, e licenciadas após a promulgação deste Código, é obrigatória a construção de reservatório de
retardo, destinado ao acúmulo das águas pluviais e posterior descarga, após reutilização ou não, em direção
à rede de drenagem, a critério do órgão municipal competente.

§1º O reservatório de acumulação ou detenção das águas pluviais deverá servir para fins não
potáveis.

§2º A capacidade do reservatório de acumulação deverá ser calculada em relação à área


impermeabilizada, além de atender as exigências previstas em regulamento próprio.

§3º A interrupção do uso do reservatório de detenção sem a devida autorização da Secretaria


Municipal de Viação e Obras Públicas é passível de multa prevista no Anexo III deste Código e demais
penalidades cabíveis.

Art. 70. Todas as edificações deverão contar com instalações adequadas para o despejo e a coleta
de resíduos sólidos domiciliares ou empresariais, segundo padrões fixados em regulamento editado pelo
Poder Executivo Municipal em comum acordo com os mantenedores do sistema, responsáveis pelo
carregamento, transporte e destinação desses resíduos.

Art. 71. Nenhuma edificação poderá ser construída em terreno sujeito a alagamentos, com solo
instável ou contaminado por substâncias orgânicas ou tóxicas, sem a prévia adoção de medidas corretivas.

Parágrafo único. A realização de medidas corretivas em terreno alagadiço, instável ou


contaminado deverá ser previamente informada e comprovada, através de relatório emitido por Responsável
Técnico habilitado, que certifique que os trabalhos de correção garantirão condições sanitárias, ambientais e
de segurança para a ocupação no terreno, e encaminhado para análise e aprovação do órgão competente
municipal.

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS SEGUNDO O USO DA EDIFICAÇÃO


SEÇÃO I

Conjuntos residenciais, agrupamentos residenciais e habitações coletivas


Art. 72. Conjuntos residenciais, para efeitos deste Código, são edificações destinadas a moradias
autônomas, erigidas sobre um mesmo imóvel original, ou imóveis vizinhos, encaminhados em um mesmo
processo de licenciamento, ou em processos seqüenciais, formando ou não um conjunto arquitetônico,
composto por agrupamento residencial e ou habitações coletivas.

Art. 73. Agrupamento residencial são edificações térreas ou assobradadas, compostas por mais de
uma moradia autônoma, erigidas em um imóvel, com uma só matrícula no Registro de Imóveis, com pelo
menos um elemento arquitetônico comum, seja muro, parede ou laje, ou mesmo acessos, circulações e/ou
áreas de lazer comuns, que depois de concluídas permitirão matrículas individualizadas por sublote,
vinculadas à matrícula original.

I – todas as unidades autônomas dos agrupamentos residenciais deverão ser projetadas de modo a
garantir sublote mínimo com largura útil igual ou superior a 6,00 m e área igual ou superior a 125m²;

II – as edificações deverão ser recuadas no mínimo 3,00 m do limite frontal do sublote com o
acesso comum.

§1º Os agrupamentos residenciais são classificados na Lei de Uso e Ocupação do Solo segundo
seu porte e conformação.

§2º Na vigência da licença de construção dos agrupamentos residenciais com acesso comum só
serão permitidas alterações ou substituições de projetos arquitetônicos após a comprovação de que a infra-
estrutura comum já esteja edificada e plenamente construída.

§3º O Poder Público Municipal deverá regulamentar por decreto a forma, os prazos e as
condições das licenças relativas à construção dos agrupamentos residenciais para garantir que as unidades
autônomas tenham condições de habitabilidade plena, independentemente das demais e para que os projetos
do imóvel, alterações e substituições, não se dispersem do conjunto.

Art. 74. Consideram-se habitações coletivas as edificações que apresentam mais de 03 (três)
unidades autônomas dispostas verticalmente, com acessos comuns, instaladas em uma ou mais torres, dentro
de um único imóvel e que determinam o surgimento de matrículas individualizadas, vinculadas a matrícula
original do imóvel, composta pela correspondente fração ideal de terreno, pelas frações das áreas edificadas
comuns e pela área privativa da unidade.

Parágrafo único. Desde que observadas disposições mais restritivas da Lei de Uso e Ocupação do
Solo, as torres de habitações coletivas, com mais de três pavimentos e quando em número superior a três
torres, deverão manter distância mínima entre si de 6 m, salvo os casos nos quais não existam aberturas na
face correspondente a uma das torres ou quando estas se tratarem de aberturas em compartimentos de
permanência transitória, tais como sanitários, despensas e depósitos.

Art. 75. Todos os conjuntos residenciais, com acesso comum e mais de 50 unidades, deverão doar
ao Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social, sem ônus para o mesmo, imóveis edificáveis em valor
equivalente ao valor da fração média privativa de terreno da unidade autônoma, de acordo com os seguintes
critérios:

I – no caso de agrupamentos residenciais, a exigência expressa no caput deste artigo se aplica


considerando a doação de uma vez o equivalente a fração média privativa de terreno da unidade a cada
conjunto de 10 unidades que excedam as primeiras 50 unidades.

II – no caso de habitações coletivas a área do imóvel será determinada pelo produto entre o
número de conjuntos de 10 unidades excedentes as primeiras 50 unidades e a área mínima de 125 m², e que
permita a implantação de uma unidade habitacional, de acordo com a Lei de Uso e Ocupação do Solo.

III – a área total do imóvel a ser doado poderá estar contida em uma só matrícula ou em mais
matrículas, que permitam o uso residencial.

IV – em caráter excepcional, devidamente justificado, a critério do Conselho Municipal de


Planejamento e Desenvolvimento Urbano, não sendo possível a doação de imóvel, o valor do mesmo poderá
ser depositado em espécie na conta do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social.
Art. 76. Os conjuntos residenciais, de iniciativa pública ou privada, para atender a população de
candidatos à moradia da Secretaria Municipal da Habitação poderão gozar de critérios menos restritivos,
desde que tecnicamente justificáveis e autorizados pelo Conselho Municipal de Planejamento e
Desenvolvimento Urbano, de acordo com a Lei do Plano Diretor vigente.

Art. 77. Os conjuntos residenciais compostos por mais de duas torres e ou mais de 50 unidades
autônomas só poderão ser implantados em áreas com as seguintes características:

I – com mais de 2.000 m² até 10.000 m², deverão estar inseridos em quadras com dimensões
máximas de 250 m; acima das quais poderá ser necessária a abertura de ruas de 12 m de largura a serem
definidas pelo Conselho Municipal responsável, ouvida a equipe técnica da SEMU;

II – com mais de 10.000 m² até 60.000 m² deverão possuir forma tal que permitam a sua inserção
em um círculo de 300 m de diâmetro;

III – maiores de 60.000 m² deverão ser parceladas conforme a legislação própria, de modo a
posteriormente atender às exigências deste Código.

§1º Os conjuntos referidos no inciso II, a critério do Conselho Municipal de Planejamento e


Desenvolvimento Urbano, sempre que tecnicamente necessário, deverão doar área para implantação de
novas diretrizes viárias estabelecidas pela equipe técnica ao Município, com largura mínima de 12 m, ao
longo das divisas com particulares, que garantam a mobilidade da população no bairro.

§2º O órgão municipal responsável poderá conciliar a exigência destas ruas, desde que
tecnicamente justificável, com as diretrizes viárias já estabelecidas pela lei municipal vigente sobre o
imóvel.

Art. 78. Todos os imóveis destinados a conjuntos residenciais com mais de 5.000 m² de área
deverão fazer doação não onerosa ao Município de 20% de sua área líquida e edificável, para a instalação
de equipamentos públicos de educação e/ou esporte e lazer.

§1º Estão dispensados de doação aqueles que forem provenientes de loteamentos formais onde já
ocorreu a doação de 35% de área ao Município; ou terão redução nesta doação de modo a cumprir essa
proporção nos casos em que o imóvel for proveniente de loteamento com doação inferior.

§2º A critério do Município, sempre que tecnicamente justificável, a área a ser doada poderá ser
fracionada e/ou estar localizada em outro imóvel, com valor equivalente, desde que no mesmo bairro.

Art. 79. Os conjuntos residenciais em imóveis com mais de 10.000 m² de área deverão manter, em
qualquer ponto de suas divisas, afastamento de 200 m de outro conjunto existente ou licenciado, de modo a
garantir a paisagem urbana diversificada e a implantação de imóveis com usos distintos, de apoio ao uso
residencial, além de assegurar qualidade e segurança, para o uso da população em geral, nas vias públicas
circunvizinhas.

§1º Poderão ser dispensados da exigência do caput do artigo, a critério do Conselho Municipal de
Planejamento e Desenvolvimento Urbano, conjuntos residenciais com imóveis externos aos muros, voltados
para a via pública, com dimensões de acordo com a lei de zoneamento vigente, desde que atendido o
disposto no art. 77.

§2º Alternativas de fechamento do imóvel em substituição a muros comuns em alvenaria, desde


que tecnicamente comprovadas como eficientes para a garantia de segurança dos pedestres e a qualidade da
paisagem urbana, poderão, a critério do Conselho Municipal responsável, dispensar total ou parcialmente a
exigência do caput deste artigo.
Art. 80. As habitações coletivas e agrupamentos residenciais deverão reservar, entre suas áreas de
uso comum, espaços destinados à recreação e lazer coletivos, conforme o anexo II deste Código.

§1º Para fins deste Código, compreendem-se como áreas de lazer e recreação todos os espaços,
edificados ou não, destinados ao lazer ativo e contemplativo, tais como salão de festas, salão de jogos,
quiosques, churrasqueiras, espaços gourmet, quadras esportivas, parques infantis, piscinas, brinquedotecas,
canchas de areia, jardins, bosques, dentre outros, incluindo áreas de preservação, desde que a legislação
ambiental pertinente permita a sua utilização.

§2º As áreas destinadas à recreação e lazer coletivos deverão apresentar, no mínimo, 50 %


(cinqüenta por cento) da área total descoberta, no pavimento térreo preferencialmente, ou em local acessível
para pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida, sempre situada fora do recuo frontal obrigatório
da via pública.

§3º As áreas de recreação e lazer coletivos que estiverem situadas em terraços e/ou cobertura
deverão atender aos dispositivos de segurança e proteção dos usuários, assim como atender às normas de
acessibilidade, ficando aos cuidados dos responsáveis técnicos, empreendedores e proprietários.

Art. 81. Instalações adequadas para o acondicionamento do lixo doméstico deverão ser
executadas junto à via pública, em área interna ao perímetro do imóvel, para permitirem a coleta pelos
responsáveis que não adentrarão na área interna condominial.

Art. 82. Nas edificações de agrupamento residencial, habitação coletiva e conjuntos residenciais
todas as partes comuns para o acesso, estacionamento, circulação e usos coletivos dos moradores devem
cumprir as normas de acessibilidade e demais disposições referentes à segurança, saúde e integridade
inerentes a qualquer agrupamento residencial humano, cabendo ao profissional autor do projeto e/ou
responsável técnico pela execução da obra a responsabilidade civil pela adequação a essas leis, normas e
diretrizes dos espaços construídos.

Art. 83. É de responsabilidade solidária do autor do projeto, do responsável técnico da obra, do


proprietário ou possuidor legal e/ou do empreendedor o dimensionamento e o detalhamento das vias
internas de circulação de veículos e pessoas, que deverão garantir a qualidade dos ambientes e a segurança
dos usuários, ficando os passeios de pedestres bem identificados para não gerarem conflito com os veículos.

§1º Nos agrupamentos residenciais com 50 unidades ou mais, e nas habitações coletivas com mais
de duas torres e 50 unidades ou mais, os acessos de veículos deverão ter largura mínima de pista de
rolamento de veículos de 6 m – quando possuir sentido duplo de circulação – ou de 3 m – quando possuir
somente um sentido de circulação.

§2º Os conjuntos residenciais com 20 (vinte) unidades ou mais deverão ter previsão de
estacionamento de visitantes, devendo prever uma vaga para cada 20 unidades ou fração.

§3º Nos conjuntos residenciais com mais de 50 unidades os acessos externos comuns de pedestres
deverão ser previstos com largura mínima de 1,50 m, paralelos ou não aos acessos de veículos e deles
diferenciados, garantindo-se acessos a todas as unidades a partir da portaria.

Art. 84. Todas as vias internas, passeios, jardins, edificações de uso comum, redes de energia,
água, gás, fibra ótica, e demais instalações internas nas áreas comuns são de responsabilidade dos
proprietários, ficando o Município isento de qualquer despesa com instalação, conserto ou manutenção das
mesmas.
SEÇÃO II

Edificações Comerciais com Alimentos, Bebidas ou Sons Mecânicos

Art. 85. As edificações destinadas à gastronomia ou ao consumo de alimentos e bebidas deverão


rigorosamente atender a normas específicas sanitárias e de segurança sobre seus procedimentos e
instalações, sendo obrigatório implantar sanitários de uso público separados por sexo.

§1º O proprietário ou possuidor legal do estabelecimento e o autor do projeto e/ou responsável


técnico da obra responderão solidariamente pelo atendimento aos preceitos legais referidos no caput deste
artigo.

§2º Em unidades comerciais com área interna de 30 m² (trinta metros quadrados) ou menos é
isenta a obrigação de cabine sanitária pública, todavia devendo contar com lavatório coletivo para mãos.

§3º Em unidades destinadas às atividades laborais e de produção, de 30 (trinta) até 50 m²


(cinqüenta metros quadrados) de área interna construída, se admite uma única instalação sanitária para uso
do público.

Art. 86. As edificações destinadas a reuniões em geral, incluindo auditórios, salões de festas, local
para assembléias e cultos religiosos - sempre que forem utilizar sons mecânicos e autofalantes – dentre
outros usos como comércios, serviços e indústrias que gerem ruídos acima do permitido, deverão possuir
tratamento acústico eficaz.

§1º A eficácia ambiental do tratamento e isolamento acústico referido neste artigo será
monitorada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e sua eficiência técnica é de responsabilidade do
proprietário e do autor do projeto e/ou responsável técnico pela execução da obra no local emissor do som.

§2º A critério do órgão municipal competente, poderá ser exigido tratamento acústico e/ou
afastamento adequado das divisas das edificações que não se utilizem de sons mecânicos e altofalantes, mas
que produzam sons ou ruídos que afetem o entorno.

SEÇÃO III

Obras e Edificações para Prestação de Serviços

Art. 87. Nas obras e edificações caracterizadas por gerar grande fluxo de pessoas e/ou veículos, a
critério técnico da autoridade municipal competente, poderão ser necessários ajustes no projeto, antes do
licenciamento da execução, bem como adaptações em suas instalações antes da autorização do seu
funcionamento, mesmo quando se tratar de atividades como auditório, estádio, igreja, templo, ginásio
esportivo, salão de exposições ou convenções, cinemas, teatro, complexos comerciais, hipermercados ou
outros.

Art. 88. Os edifícios-garagem e os estacionamentos térreos, além de atividades que demandem


áreas de estacionamento com capacidade para mais de 20 (vinte) vagas de veículos de pequeno porte, além
de cumprir as normas estabelecidas na lei de uso e ocupação do solo, especialmente para dimensionar as
vagas, deverão ainda atender às seguintes exigências:

I - apresentar área aberta externa de acumulação de veículos de 5m (cinco metros) para


estacionamentos até 50 vagas;
II - apresentar área aberta externa de acumulação de veículos de 10m (dez metros) para
estacionamentos de 51 até 100 vagas;

III - apresentar área aberta externa de acumulação de veículos de 15m (quinze metros) para
estacionamentos de 101 até 250 vagas;

IV - apresentar área aberta externa de acumulação de veículos de 20m (vinte metros) para
estacionamentos de 251 até 500 vagas;

V - apresentar área aberta externa de acumulação de veículos de 25m (vinte e cinco metros) para
estacionamentos acima de 501 vagas; e

VI - na entrada e na saída ofertar acessos de, no mínimo, 3m (três metros) de largura cada um,
admitindo-se a oferta de um único acesso com largura mínima de 6m (seis metros).

Parágrafo único. As edificações destinadas aos serviços de transportes e/ou logística deverão
prever área externa de acumulação de veículos de carga, antes da portaria ou guarita, com o comprimento
mínimo de 20m (vinte metros).

Art.89. As oficinas para reparo e reforma de veículos, deverão atender às seguintes exigências:

I - utilização de pisos impermeáveis no local de trabalho;

II - instalações sanitárias para trabalhadores e demais usuários, separados por sexo quando em
edificações maiores do que 300m² (trezentos metros quadrados) de superfície interna; e

III - atendimento da legislação e/ou normas dos órgãos ambientais competentes, no que se refere a
despejos de resíduos sólidos e materiais inservíveis, tratamento de líquidos ou óleos utilizados, escoamento
de águas servidas, isolamento de substâncias tóxicas e poluentes das redes públicas de esgoto e drenagem,
coleta por caixa de areia e caixa separadora para óleo ou elementos líquidos e pastosos.

Art. 90. Os postos de combustível, além de cumprir disposições e normas específicas de


legislação ambiental, de Saúde e Segurança Pública, deverão atender às seguintes diretrizes construtivas:

I – ser edificados em imóveis com superfície de solo igual ou maior que 900 m² (novecentos
metros quadrados) e que possuam, no mínimo, uma testada com 40 m (quarenta metros) lineares;

II – ter, no mínimo, dois acessos para veículos de clientes em cada testada predial do lote, em
dimensões de largura aprovadas pelo órgão municipal competente, de modo a manter os meio-fios
necessários ao tráfego e à segurança dos pedestres, separando seus passeios, por floreiras ou canteiros, em
relação às manobras internas do estabelecimento; e

III – observar a distância mínima entre dois postos de um raio de 1.000 (mil) metros.

Art. 91. As obras e edificações destinadas a comércio, transporte, carregamento, depósito ou


armazenagem de explosivos e fogos de artifício, munições e inflamáveis, inclusive gás liquefeito (GLP),
independente da área utilizada, obedecerão às normas e regras estabelecidas pelo Ministério da Defesa e
Corpo de Bombeiros, concomitantemente às leis nacionais e estaduais de Meio Ambiente, Segurança
Pública ou Defesa Civil, e, concorrentemente, às diretrizes urbanísticas locais e respectivas orientações da
autoridade municipal competente.
SEÇÃO IV

Edificações de Segurança Social, Proteção ou Desenvolvimento Humano

Art. 92. As edificações destinadas a atividades inerentes ao atendimento básico da comunidade,


proteção universalizada dos cidadãos ou desenvolvimento das pessoas em geral, obedecerão às disposições
estabelecidas pelos órgãos municipais, estaduais e federais que tratam da matéria específica, segundo a
finalidade de cada estabelecimento, observando ainda os seguintes itens:

I - os espaços para serviços médicos e os destinados às suas instalações prediais de apoio


atenderão à legislação e normas dos órgãos públicos competentes;

II - as edificações destinadas à creches, tutela infanto-juvenil ou ensino pré-escolar deverão ter


arquitetura e condições construtivas compatíveis e adequadas a cada grupo etário que compõe sua clientela,
nos termos das normas e resoluções pertinentes; e

III - as edificações destinadas à Educação Formal, especialmente de ensino fundamental, terão


que observar rigorosamente, naquilo que couber, aos padrões e às condições fixadas pelos órgãos nacionais,
estaduais e municipais de Educação.

Art. 93. Toda obra e edificação destinada ao atendimento de clientela compreendida na infância e
na juventude destinada ao ensino, proteção, promoção ou desenvolvimento humano, deverá contar com
varanda ou pátio coberto de superfície igual a uma quinta parte da área interna fechada, bem como de pátio
descoberto de superfície igual a, no mínimo, metade da área total construída.

SEÇÃO V

Cemitérios

Art. 94. Os cemitérios públicos municipais e os particulares deverão atender à legislação federal e
estadual sobre o assunto e só poderão iniciar suas instalações com todas as licenças pertinentes,
principalmente ambientais.

§1º Todos os cemitérios deverão fazer reserva de área para indigentes, correspondente a, no
mínimo, a 5% (cinco por cento) do total de unidades para sepultamento, independentemente da sua
tipologia, e, completamente prontas para o sepultamento.

§2º A qualquer tempo o Poder Público Municipal poderá fixar regras para a edificação de
cemitérios, respeitando eventuais direitos adquiridos.

SEÇÃO VI

Edículas, chaminés, guaritas e demais elementos construtivos

Art. 95. Salvo as exceções previstas neste Código, a edificação de edículas e anexos,
independente da área a construir, em qualquer dos usos previstos, demandam obrigatoriamente a
necessidade de prévia licença municipal, e devem atender aos parâmetros urbanísticos do respectivo
zoneamento.
Art. 96. Serão toleradas construções em pátios ou em recuos, desde que a sua somatória não
ultrapasse a área máxima de 10 m² (dez metros quadrados) e nem ocupe mais de 30% (trinta por cento) da
testada do lote, quando destinadas à:

I - guarita, portarias, bilheterias, recepção ou serviços de vigilância;

II - reservatório de gás liquefeito (GLP) e subestação de energia elétrica, conforme normas de


defesa civil e do corpo de bombeiros; e

III - coleta Pública dos resíduos sólidos.

§1º Serão isentas do cálculo do coeficiente de aproveitamento e da taxa de ocupação ou


permeabilidade, as construções definidas nos incisos II e III.

§2º A qualquer tempo o Poder Público Municipal poderá fixar regras para a edificação de guaritas
ou cabines nos recuos prediais, como definidos no caput do artigo, respeitando eventuais direitos
adquiridos.

§3º Os projetos deverão indicar que as edificações previstas neste artigo são “removíveis sem
ônus para o Município de São José dos Pinhais”.

Art. 97. As chaminés de lareiras, fogões ou churrasqueiras de qualquer tipo, seja para usos
domiciliares, comerciais, de serviço ou industrial, deverão ter altura suficiente para garantir a boa dispersão
dos gases.

Parágrafo único. Quando o volume e freqüência na emissão de gases prejudicarem a população


circunvizinha, será feita notificação pela autoridade municipal para que seja providenciada a modificação
das chaminés existentes ou a adoção de sistema para controle de poluição atmosférica, sob pena de
proibição de utilização.

CAPÍTULO VII

Infrações e Penalidades

Art. 98. Considera-se infração para os fins deste Código, a desobediência ou a inobservância ao
disposto nesta, e nas demais legislações e regulamentos pertinentes ao assunto.

Parágrafo único. São infrações aquelas ações ou omissões elencadas no Anexo III deste Código,
dentre outras.

Art.99. Responde pela infração quem por ação ou omissão lhe deu causa, ou concorreu para sua
prática ou dela se beneficiou.

Parágrafo único. Para efeitos deste Código, poderão ser considerados infratores, de forma
solidária ou não, o proprietário ou possuidor legal do imóvel, o titular da licença para obra, o autor do
projeto, o responsável técnico pela obra, dentre outros.

Art. 100. Sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis, as infrações serão punidas,
cumulativamente ou não, com as penalidades de:

I - advertência escrita;
II - multa;

III - apreensão de bens;

IV - interdição parcial ou total, temporária ou definitiva, de edificação;

V – cassação da Licença de Obras;

VI – embargo de obras;

VII – demolição.

Parágrafo único. As sanções a que se refere este Código não isentam o infrator da obrigação de
reparar o dano resultante da infração.

Art. 101. As sanções serão aplicadas através da lavratura de auto de imposição de penalidade.

Parágrafo único. Quando as penalidades impostas forem àquelas relacionadas nos incisos III a VII
do artigo anterior, o auto deverá ser acompanhado do termo respectivo.

Art. 102. As infrações do disposto neste Código poderão ser punidas com as multas dispostas no
Anexo III.

§1º Na aplicação da multa, sempre que possível, a autoridade fiscalizadora levará em


consideração a capacidade econômica do infrator.

§2º Independentemente da aplicação da multa, fica o infrator obrigado ao cumprimento das


providências necessárias para o saneamento da irregularidade que determinou a imposição de penalidade.

Art.103. As multas serão fixadas em VRM – Valor de Referência do Município e cobradas em


moeda oficial da República Federativa do Brasil.

Art. 104. As multas impostas sofrerão redução de 20% (vinte por cento) caso o infrator efetue o
pagamento dentro do prazo de 15 (quinze) dias estipulado para defesa, contados da data da ciência de sua
aplicação, implicando o pagamento na desistência tácita da impugnação.

Art. 105. Transcorridos os prazos previstos para recurso, sem que este tenha sido interposto ou
sem que tenha havido o recolhimento da multa, será realizada a inscrição do débito em Dívida Ativa.

Art. 106. Em caso de reincidência, a multa correspondente à infração será aplicada em dobro,
ficando ainda o infrator, conforme estabelecido no Anexo III, sujeito à interdição ou embargo, temporário
ou definitivo, com cassação de sua licença.

Parágrafo único. Verificar-se-á a reincidência no período de até 05 (cinco) anos após o trânsito
em julgado da decisão que impôs a penalidade em decorrência de infração anterior cometida.

Art. 107. Poderão ser apreendidas as coisas móveis, inclusive equipamentos, ferramentas,
materiais e documentos existentes no canteiro de obras ou na edificação, que ofereçam risco à coletividade,
constituam prova material de infração a este Código ou interfiram no andamento da aplicação de
penalidade.

§1º Os objetos apreendidos serão recolhidos ao depósito da Prefeitura, observadas as


formalidades legais e mediante termo de responsabilidade.
§2º Os bens depositados sobre a calçada pública – tais como pedra, areia, tijolos – que não forem
retirados após notificação, serão recolhidos e não caberá devolução.

§3º O material apreendido em conformidade com o parágrafo anterior será destinado para a
execução de obras públicas pela administração.

Art. 108. Considera-se interdição a providência legal de autoridade pública que determina a
proibição imediata de uso de parte ou da totalidade da obra, nos casos em que são observadas
irregularidades quanto ao atendimento dos dispositivos deste Código.

Art. 109. Havendo instabilidade e/ou risco iminente para os ocupantes ou para coletividade,
devidamente verificada em vistoria do órgão competente, deverá ser interditada a edificação, e exigida a sua
desocupação caso a mesma esteja ocupada.

§1º A interdição será imposta por escrito, e somente após a vistoria efetuada pela Prefeitura.

§2º A interdição será suspensa quando forem eliminadas as causas que a determinaram.

§3º Não atendida à interdição e não interposto recurso ou indeferido este, tomará o Município as
providências cabíveis.

Art. 110. As edificações em ruínas ou imóveis desocupados que estiverem ameaçados em sua
estabilidade e resistência causando risco iminente deverão ser interditados ao uso, até que tenham sido
executadas as providências adequadas.

Parágrafo único. Qualquer edificação poderá ser interditada, total ou parcialmente, em qualquer
tempo, com o impedimento de sua ocupação, quando oferecer iminente perigo de caráter público.

Art. 111. Considera-se embargo a providência legal de autoridade pública que susta o
prosseguimento de uma obra ou instalação cuja execução esteja em desacordo com a legislação vigente.

§1º O embargo determina a imediata paralisação da obra.

§2º O embargo será suspenso quando forem sanadas as causas que o determinaram.

Art. 112. As obras em andamento serão embargadas quando:

I – estiverem sendo executadas sem a necessária licença e/ou projeto aprovado;

II – o responsável técnico sofrer suspensão ou cassação de carteira pelo Conselho Regional


correspondente;

III – estiver em risco sua estabilidade, com perigo para o público ou para o pessoal que a estiver
executando;

IV – situações previstas no Anexo III.

Parágrafo único. Verificada a procedência do embargo, será lavrada a respectiva notificação,


sendo uma via entregue ao infrator.

Art. 113. Será aplicada a cassação da licença de obras nos casos onde haja a impossibilidade de
reversão da situação que motivou o embargo da obra ou a interdição da construção e/ou obra executada em
desacordo com as normas urbanísticas e edilícias.
Art. 114. A demolição parcial ou total poderá ser imposta quando houver incompatibilidade da
obra ou edificação com a legislação vigente que não admita regularização, ou quando houver risco para a
segurança pública independentemente da irregularidade da obra ou edificação.

§1º A demolição determina a destruição total ou parcial da obra ou edificação.

§2º A demolição não será imposta nos casos em que for possível executar modificações que
enquadrem a construção ou edificação nos dispositivos da legislação em vigor.

§3º No caso de risco iminente, a demolição deverá ser aplicada de imediato.

§4º Tratando-se de obra julgada em risco, aplicar-se-á ao caso o dispositivo do Código de


Processo Civil.

Art. 115. A demolição administrativa, precedida de vistoria, será comunicada com antecedência
de 24 (vinte e quatro) horas da ação demolitória.

§1º Em qualquer caso descrito acima, não sendo atendida a intimação para demolição no prazo
estabelecido na decisão administrativa, a referida demolição poderá ser efetuada pelo setor municipal
competente, correndo por conta do titular da propriedade ou posse legal as despesas dela decorrentes.

§2º No caso da demolição ser efetuada pelo setor municipal competente, este deverá promover a
desocupação compulsória da edificação, recolhendo-se o material proveniente da demolição e os objetos
encontrados ao depósito público, se não retirados pelo proprietário ou possuidor legal.

Art. 116. Havendo impossibilidade da realização da demolição administrativa, por qualquer


motivo, o processo será encaminhado para a Procuradoria Judicial do Município, para que sejam tomadas as
medidas judiciais cabíveis em relação ao caso.

Art. 117. As penalidades determinadas nos incisos III a VII do art. 100 deste Código poderão ser
aplicadas a critério da autoridade fiscalizadora, em conformidade com as definições desta Seção,
independentemente de estarem expressamente estabelecidas no anexo III.

CAPÍTULO VIII

Do Processo Administrativo
SEÇÃO I

Das Medidas Preventivas


Art. 118. Sempre que houver iminência de irregularidade que possa causar significativa lesão à
ordem urbana, à saúde pública ou ao meio ambiente, o agente municipal poderá adotar as seguintes medidas
preventivas:

I – apreensão de bens;

II - interdição parcial ou total de edificação;

III - embargo de obras.


§1º A medida preventiva a ser aplicada deverá recair na menos gravosa à edificação, desde que
suficiente para eliminar o risco verificado ou para reduzi-lo a níveis aceitáveis.

§2º As medidas preventivas serão também aplicáveis quando necessárias para apuração de
irregularidade.

Art. 119. A adoção de medidas preventivas dar-se-á independentemente de notificação prévia,


devendo ser declarada na lavratura do auto de infração e/ou em termo específico, assegurado o exercício do
direito de defesa nos termos da lei.

Art. 120. As medidas preventivas serão aplicadas nos casos previstos no Capítulo anterior e no
Anexo III, e em conformidade com estes dispositivos.

SEÇÃO II

Da Notificação Preliminar
Art. 121. A critério da fiscalização, quando a irregularidade não constituir perigo iminente, poderá
ser expedido termo de intimação ou notificação ao infrator para corrigi-la, definindo prazos para a
conclusão dos trabalhos.

§1º O prazo para sanar a irregularidade constatada será arbitrado pelo fiscal, conforme a natureza
e/ou gravidade da infração, por período que não deve exceder a 30 (trinta) dias, ressalvadas as hipóteses
previstas na legislação municipal.

§2º Em situações especiais, o prazo poderá ser aumentado, mediante requerimento fundamentado
ao Diretor do Departamento de Gestão Urbana da Secretaria Municipal de Urbanismo.

§3º Esgotado o prazo para cumprimento da exigência especificada na notificação, sem que esta
tenha sido cumprida, será lavrado o auto de infração.

Art. 122. A notificação ou termo de intimação deverá conter as seguintes informações:

I – o nome do titular da propriedade ou da posse legal;

II – o endereço da obra;

III – a identificação da irregularidade cometida;

IV – as exigências requeridas:

V – o prazo para cumprimento das exigências;

VI – a identificação e assinatura do fiscal e do notificado;

VII - a data e a hora da entrega da notificação.

Art. 123. Quando a regularização depender de procedimento junto a órgãos municipais, estaduais
e federais, o infrator deverá apresentar, no prazo de 15 (quinze) dias, documentos comprobatórios do
encaminhamento da regularização, ficando o prazo desta compatível com a legislação municipal, estadual
ou federal.
SEÇÃO III

Do Auto de Infração

Art. 124. As infrações serão apuradas em processo administrativo próprio, iniciado com a
lavratura do auto de infração, observados o rito e os prazos estabelecidos neste Código e em seu
regulamento.

Parágrafo único. O auto de infração é o documento fiscal com a descrição da ocorrência que por
sua natureza, suas características e demais aspectos peculiares, denote ter a pessoa física ou jurídica, contra
a qual é lavrado o auto, infringindo os dispositivos deste Código.

Art. 125. No auto de infração deverão constar as seguintes indicações:

I – data em que foi verificada a infração:

II – nome do proprietário ou possuidor legal e/ou do responsável técnico pela obra;

III – nome, qualificação e endereço do autuado – se possível;

IV - endereço da obra;

V – descrição do fato ou ato que constitui a infração;

VI – dispositivo(s) legal(ais) que fundamenta(m) a infração;

VII – penalidade decorrente;

VIII – intimação para correção da irregularidade – se for o caso;

IX - prazo para defesa;

X – identificação e assinatura do autuado e do autuante.

Parágrafo único. Lavrado o respectivo auto de infração, uma via deverá ser entregue ao autuado.

Art.126. O auto de infração será lavrado por infringência à legislação:

I - após o vencimento do prazo estabelecido na notificação, sem o cumprimento da respectiva


regularização;

II - no momento da constatação da irregularidade, nos casos em que não se aplicar a notificação


prévia.

§1º Transcorrido o prazo, sem a devida manifestação do interessado, o auto de infração será
julgado a revelia.

§2º O auto de infração será apreciado e julgado pelo Diretor do Departamento de Gestão Urbana,
seguindo-se, se for o caso, a lavratura de auto e/ou termo necessário, onde constará a penalidade, se for o
caso.

Art. 127. Quando, apesar da lavratura do auto de infração, subsistir para o infrator obrigação a
cumprir, será ele intimado a fazê-lo no prazo de até 30 (trinta) dias.
§1º O prazo para a regularização da situação constatada será arbitrado pelo fiscal, conforme a
gravidade da infração ou risco que ofereça a população.

§2º Em situações especiais, o prazo poderá ser aumentado, bastando para tal, requerimento
fundamentado ao Diretor do Departamento de Gestão Urbana da Secretaria Municipal de Urbanismo.

§3º O não cumprimento da obrigação, no prazo fixado, acarretará, após decisão irrecorrível, a
imposição de multa diária, arbitrada de acordo com os valores correspondentes a classificação da infração,
até o exato cumprimento da obrigação, sem prejuízo de outras penalidades previstas na legislação vigente,
em conformidade com o Anexo III desta Lei Complementar.

§4º A multa diária mencionada no parágrafo anterior será aplicada a partir do dia seguinte ao
término do prazo fixado para o cumprimento da obrigação.

SEÇÃO IV

Da Defesa e do Recurso
Art.128. O infrator poderá oferecer defesa ou impugnação do auto de infração no prazo de 15
(quinze) dias, contados de sua ciência.

§1º A defesa contra o Auto de Infração far-se-á por petição, onde o interessado alegará, de uma só
vez, toda matéria que entender útil, juntando os documentos comprobatórios das razões apresentadas.

§2º Uma vez decorrido o prazo para a apresentação da defesa, o processo será imediatamente
encaminhado à autoridade encarregada de julgar.

§3º A impugnação terá efeito suspensivo da sanção e instaurará a fase contraditória do


procedimento, sem suspender medida preventiva eventualmente aplicada.

§4º A autoridade administrativa determinará, de ofício ou a requerimento do interessado, a


realização das diligências que entender necessárias para o esclarecimento dos fatos, fixando-lhe o prazo e
indeferirá as consideradas prescindíveis, impraticáveis ou protelatórias.

§5º Se entender necessário, a autoridade julgadora poderá determinar a realização de diligência


para esclarecer questão duvidosa, bem como solicitar o parecer da Procuradoria Geral do Município.

§6º Preparado o processo para decisão, a autoridade administrativa julgadora lavrará decisão no
prazo de 15 (quinze) dias, resolvendo todas as questões debatidas e pronunciando a procedência ou
improcedência da impugnação.

Art. 129. Da decisão administrativa de primeira instância caberá recurso, interposto no prazo de
15 (quinze) dias, contados da ciência da decisão de primeira instância.

§1º Os recursos serão decididos, no prazo de 15 (quinze) dias, depois de ouvida a autoridade
recorrida, a qual poderá reconsiderar a decisão anterior.

§2º A interposição do recurso será recebido com efeito suspensivo sobre a execução da decisão
administrativa.
Art. 130. A decisão administrativa de segunda instância, que será lavrada no prazo de 15 dias, é
irrecorrível em sede administrativa, e só poderá ser discutida através de ação judicial.

SEÇÃO V

Disposições Gerais

Art. 131. As infrações às disposições legais e regulamentares relativas a este Código prescrevem
em 05 (cinco) anos.

§1º A prescrição interrompe-se pela notificação, ou outro ato da autoridade competente, que
objetive a sua apuração e consequente imposição da pena.

§2º Não corre o prazo prescricional enquanto houver processo administrativo pendente de
decisão.

Art. 132. Será dada ciência dos principais atos do processo administrativo, pessoalmente,
mediante a entrega de cópia do auto e/ou termo respectivo ao próprio autuado, seu representante,
mandatário ou preposto.

§1º O auto e/ou termo respectivo será entregue mediante assinatura-recibo, datada no original, ou
será lançada a informação da circunstância de que o mesmo não pode ou se recusa a assinar, em tais
situações, sempre que possível, duas testemunhas assinarão o respectivo documento.

§2º Caso não seja possível a entrega da notificação pessoalmente, ela será feita:

I - por via postal registrada, acompanhada de cópia do auto de infração, com aviso de recebimento
a ser datado, firmado e devolvido ao remetente;

II - por publicação, na Imprensa Oficial do Município, ou em jornal local, na sua íntegra ou de


forma resumida, quando improfícuos os meios previstos neste Código, presumindo-se notificado 05 (cinco)
dias depois da publicação.

§3º Para fins deste artigo, poderá considerar-se como representante ou preposto, os mestres-de-
obras, pedreiros, serventes, encarregados, seguranças, dentre outros, que estiverem exercendo atividade
profissional no canteiro de obras.

Art. 133. Os prazos mencionados no presente Código correm ininterruptamente.

Art. 134. As omissões ou incorreções de autos não acarretarão em nulidade quando no processo
constarem elementos suficientes para a determinação da infração ou do infrator.

Art. 135. Para efeito deste Código entende-se como autoridade fiscal competente os profissionais
que exerçam as funções fiscalizadoras e educativas, fazendo cumprir as leis e seus regulamentos, expedindo
informações, lavrando autos de infrações, dentre outros autos e/ou termos pertinentes, quando for o caso,
visando a prevenção e a repressão de tudo o que possa contrariar as disposições deste Código.

§1º Às autoridades a que se refere o caput deste artigo será garantido o livre acesso em todos os
lugares onde houver necessidade de exercer a ação que lhes é atribuída.

§2º As ordens emanadas das autoridades fiscalizadoras deverão ser cumpridas sob pena de multa
em conformidade com o anexo III.

Art. 136. Para efeitos deste Código fica considerado como autoridade julgadora competente, em
primeira instância, o Diretor do Departamento de Gestão Urbana da Secretaria Municipal de Urbanismo; e
em segunda instância, o Secretário Municipal de Urbanismo.

CAPÍTULO IX

Das Disposições Transitórias

Art. 137. As edificações, já concluídas, cujas obras foram autorizadas por meio de Alvará de
Construção que contrariam as disposições deste Código, serão admitidas como regulares, e poderão ser
autorizadas para ampliação, de acordo com o disposto neste Código, e em conformidade com os índices
urbanísticos previstos na Lei de Uso e Ocupação do Solo vigente.

Parágrafo único. Em conformidade com o caput deste artigo, as edificações poderão ser
admitidas como regulares, inclusive, para fins de emissão da Certidão de Vistoria e Conclusão de Obras –
CVCO.

Art. 138. As edificações, iniciadas ou não, com projeto aprovado e Alvará de Construção
expedido até a data de início da vigência do presente Código, e dentro do prazo de validade dos mesmos,
terão seus direitos preservados.

§1º Os Alvarás de Construção emitidos antes da vigência do presente Código poderão ser
revalidados por 01 (um) mês, nos termos da legislação anterior vigente até a data da publicação deste
Código, tantas vezes quantas forem necessárias até a conclusão da obra, caso não ocorram irregularidades
no transcurso da construção ou nas instalações dos seus usos, segundo os termos do projeto previamente
aprovado, mediante o pagamento da taxa correspondente.

§2º As revalidações e prorrogações mencionadas no §1º deste artigo, ficam sujeitas às exigências
dos §§ 2º e 3º do art. 27 e do parágrafo único do art. 28 deste Código.

Art. 139. Aos processos de licenciamento e/ou de aprovação de projeto iniciados, mediante
protocolo e aos pedidos de alteração de projetos com Alvarás expedidos e ainda em vigor, cuja análise não
tenha sido concluída pelo Executivo até a entrada em vigor do presente Código, aplicam-se as disposições
da legislação anterior vigente até a data da publicação deste Código,

§1º Os Alvarás de Construção concedidos com fundamento no caput deste artigo terão validade
de 01 (um) ano e só poderão ser prorrogados observando os termos dos arts. 27 e 28 deste Código.

§2º Para fins de aplicação do caput deste artigo, o processo de licenciamento e/ou aprovação de
projeto, ou de alteração de alvarás só será considerado iniciado se presentes as seguintes condições:

I - requerimento devidamente protocolado até a entrada em vigor do presente Código;

II – o requerimento deverá estar acompanhado dos documentos mínimos necessários à análise do


pedido;

III – os documentos deverão ser correspondentes ao imóvel e ao projeto em questão;

IV - comprovação do pagamento das taxas e emolumentos correspondentes, se houverem.


Art. 140. Além de casos específicos e exceções previstas neste Código, todos os futuros processos
de licenciamento e/ou de aprovação de projeto estão sujeitos aos procedimentos, prazos, parâmetros e
demais disposições previstas neste Código.

§1º Existindo projeto aprovado sem direito à execução da obra antes da vigência deste Código, e
sem a licença de construção correspondente quando da sua entrada em vigor, o titular do imóvel, através do
autor do projeto ou do responsável técnico pela futura execução da obra, poderá protocolar o pedido de
licenciamento, o qual será analisado:

I – de acordo com o presente Código, desde que seja possível a conformidade desta análise com o
projeto já aprovado;

II - de acordo com a legislação anterior, caso o projeto aprovado seja incompatível com o presente
Código.

§2º Os pedidos de alteração ou modificação de projetos com alvarás expedidos durante a vigência
da legislação anterior, que estejam em vigor, e que tenham sido protocolados após o início da vigência deste
Código, serão analisados:

I – de acordo com o presente Código, desde que seja possível a conformidade desta análise com o
projeto já aprovado e o alvará correspondente já existente;

II - de acordo com a legislação anterior, caso o projeto aprovado, o alvará, e/ou o pedido sejam
incompatíveis com o presente Código.

Art. 141. Os processos e procedimentos relativos à fiscalização, aplicáveis às edificações


licenciadas nos termos da legislação anterior vigente até a data da publicação deste Código e aos
expedientes em tramitação, no que se refere à obra, serão os fixados por este Código e por seu regulamento.

Parágrafo único. Para fins de reincidência não serão consideradas as infrações cometidas
anteriormente à publicação deste Código.

Art. 142. As edificações, iniciadas ou concluídas, antes da entrada em vigor do presente Código,
sem o Alvará de Construção correspondente ou sem o processo de licenciamento e/ou aprovação de projeto
iniciado, estarão sujeitas às exigências deste Código por ocasião da sua regularização.

Art. 143. As disposições deste Capítulo aplicam-se aos Alvarás de Construção, bem como aos
outros tipos de alvarás relativos à obras, tais como: Alvará de Regularização, Alvará de Reforma e Alvará
de Ampliação.

CAPÍTULO X

Das Disposições Finais

Art. 144. As infrações previstas no Código Tributário Municipal relativas aos Alvarás de
Construção darão ensejo a penalidades de acordo com aquele Código.

Art. 145. Casos omissos referentes à matéria deste Código serão apreciados pelos órgãos do Poder
Executivo, e serão regulamentados através de Decreto Municipal.

Parágrafo único. Nas omissões será admitida a interpretação análoga das normas contidas neste
Código.
Art. 146. Aplicam-se, subsidiariamente a este Código, o dispositivo na Lei Municipal de Meio
Ambiente.

Art. 147. O Poder Executivo regulamentará este Código através de Decreto.

Art. 148. Ficam revogadas as Leis nºs 44, de 12 de agosto de 1991, nº 58, de 16 de dezembro de
1992, nº 49, de 7 de outubro de 1998, nº 1.220, de 29 de maio de 2008 e nº 1.858, de 17 de outubro de
2011, e demais disposições em contrário.

Art. 149. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Gabinete do Prefeito Municipal de São José dos Pinhais, 30 de outubro


de 2012.

Ivan Rodrigues
Prefeito Municipal
Luis Afonso Ferreira da Cruz Scarpin
Secretário Municipal de Urbanismo
ANEXO I DA LEI COMPLEMENTAR Nº 77, DE 30 DE JUNHO DE 2012
GLOSSÁRIO, DEFINIÇÕES E TERMOS TÉCNICOS

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas é o órgão responsável pela normalização técnica no
país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.

Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização com segurança e autonomia, de


espaços e edificações, incluindo o patrimônio cultural e natural; do mobiliário e equipamentos
urbanos; dos transportes; dos sistemas e meios de comunicação, para as pessoas em geral e, em
particular, para as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

Acessível: espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que possa ser alcançado,
visitado e utilizado por qualquer pessoa, inclusive aquelas com deficiência, implicando tanto em
acessibilidade física como de comunicação.

Acréscimo: aumento de área construída de uma edificação, feita durante ou após a conclusão da
mesma, quer em sentido horizontal quer no sentido vertical, ou em ambos os sentidos.

Afastamento: é a menor distância, estabelecida pelo Município, entre uma edificação e as divisas,
laterais ou fundos, do lote onde se situa.

Agrupamento residencial : o mesmo que agrupamento, conjunto de edificações independentes


erigidas num mesmo lote, conforme definições da Lei de Zoneamento e Uso e Ocupação do Solo.

Alicerce: é o elemento da construção que a sustenta e transmite ao solo a carga da edificação.

Alinhamento: linha divisória entre o terreno e o logradouro público, conforme projeto de


parcelamento aprovado, mesmo que testada.

Altura da construção: segmento vertical expresso em metros, medido no plano da fachada a partir do
nível mais desfavorável do meio-fio até o ponto mais alto do mesmo.

Alvará: documento que consubstancia um ato administrativo de licença ou autorização municipal.

Andaime: estrutura provisória de metal ou madeira necessária à execução de obras em edificações ou


para a sua construção.

Andar: o mesmo que pavimento.

Área construída: soma das áreas cobertas utilizáveis (pé-direito superior a dois metros), num
determinado espaço de uma edificação: compartimento ou pavimento.

Ascensor: qualquer artefato mecânico que possa transportar pessoas de um a outro piso da edificação.

Assinatura-recibo: assinatura realizada pelo próprio notificado ou autuado, seu representante,


mandatário ou preposto que comprova o recebimento de notificação, de auto e/ou de termo entregue
pela autoridade fiscal competente.
Calçada pública: é a parte constituinte da via pública, geralmente segregada e em nível diferente, não
destinada à circulação de veículos, restrita à circulação de pedestres e à implantação de mobiliário
urbano, vegetação, equipamentos de infraestrutura e outros fins.

Cobertura: elemento de coroamento da edificação destinado a proteger as demais partes


componentes, geralmente composto por um sistema de vigamento e telhado.

Construção: qualquer obra, erigida com materiais sólidos e estáveis, que resulte em edificação nova
executada em terreno não edificado ou onde haverá ampliação ou demolição total da construção
existente.

Compartimento: cômodo de uma unidade predial, definidos por paredes.

Compartimento de permanência transitória: compartimentos de permanência por tempo reduzido


e/ou onde não ocorrem atividades laborais e/ou que não servem de ventilação a outros compartimentos
que não os próprios.

Cota: medida de distância expressa em metros, paralela e entre dois pontos dados.

CVCO: certificado que consubstancia ato administrativo comprovando a conclusão das obras de uma
edificação nova ou reformada, autorizando a sua ocupação ou utilização e contendo as características
gerais da edificação, conforme a Licença de Obras, sendo válido para fins de anotação no Registro
Geral de Imóveis.

Edícula: pequena construção isolada e complementar à edificação principal, constituindo-se de parte


inseparável dela.

Edifício garagem: tipologia construtiva que, dotada de rampas ou elevadores, é destinada


exclusivamente ao estacionamento de veículos.

Estufa: construção envidraçada para cultura de plantas.

“Grade”: (Termo em inglês): linha reguladora de uma via, composta de uma seqüência de retas com
declividades permitidas, traçadas sobre o perfil longitudinal do terreno.

Habitação coletiva: é a edificação coletiva destinada a servir de moradia para mais de uma família,
contendo mais de três unidades autônomas agrupadas verticalmente, além das partes de uso comum.

Letreiro: propaganda por meio de cartazes, papéis ou similares fixados na edificação.

Logradouro público: denominação genérica de qualquer espaço público de uso comum do povo como
rua, avenida, alameda, travessa, praça, largo, dentre outros, composto por pista de rolamento de
veículos e passeio de pedestres ou apenas por este último.

Lote: a parcela de terreno infra-estruturado com, pelo menos, uma testada para via pública de acesso,
geralmente resultante de loteamento, desmembramento ou fracionamento, conforme a lei de
parcelamento.

Marquise: estrutura em balanço destinada exclusivamente à cobertura e proteção de pedestres.

Meio-fio: arremate entre o plano do passeio e a pista de rolamento de um logradouro.


Muro de arrimo: muro destinado a suportar desnível de terreno superior a 1,00m.

NBR: Norma Técnica Brasileira, estipulada pela ABNT.

Pátio: área confinada e descoberta, adjacente à edificação, ou circunscrita pela mesma.

Pavimento: conjunto de dependências situadas no mesmo nível, compreendido entre dois pisos
consecutivos. O mesmo que Andar.

Quiosque: pequeno pavilhão aberto.

Reconstruir: fazer de novo, no mesmo lugar e na forma primitiva, qualquer obra, em parte ou no todo.

Reformar: executar qualquer obra no interior de uma edificação legalizada que implique em sua
demolição parcial ou modificação, com ou sem mudança de uso e sem alteração de área de construída.

Soleira: elemento que constitui a parte inferior do vão da porta.

Talvegue: linha formada pelos pontos comuns mais baixos entre duas superfícies, por onde escorrem
águas da precipitação pluviométrica, permanecendo seco fora deste período.

Tapume: vedação provisória usada durante a construção.

Telheiro: superfície coberta e sem paredes em todas as faces.

Testada: o mesmo que alinhamento, linha imaginária que delimita a divisa da propriedade com a via
pública e que pode ser mais de uma em um mesmo lote, no caso de lotes de esquina, ou de rua a rua, e
quando devem ser consideradas como tais, em todos os aspectos legais.

Unidade residencial autônoma: divisão de uma edificação em partes autônomas, podendo tratar-se
do mesmo uso com acessos independentes, ou com usos distintos (desde que autorizados na legislação
própria) e quando em ambos os casos mantêm relação condominial expressa numa fração ideal de
terreno.

Vias públicas: ver Logradouro público.

Vistoria: diligência determinada em forma deste Código para verificar as condições de uma obra,
instalação ou exploração de qualquer natureza.

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