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5 explicações científicas lógicas para passagens famosas da Bíblia

Por Jéssica Maes, em 18.08.2015

Se você pausar a fé por um momento e olhar para a Bíblia através do monóculo frio e
insensível da ciência, o livro não se sustenta, certo? Bom, não necessariamente. Acontece que
existem explicações científicas bastante plausíveis por trás de algumas das histórias mais
famosas que aprendemos na catequese. O portal Craked selecionou algumas delas.

Nós não estamos dizendo que os milagres não existem ou qualquer coisa assim. Estamos
apenas dizendo que, nos últimos milhares de anos, a ciência ficou muito boa em explicar
milagres. Por exemplo…

5. O gigantismo de Golias poderia ser devido a uma condição médica


A luta dos israelitas contra os filisteus veio à tona no Vale de Elah, onde durante 40 dias os
filisteus enviaram o seu campeão, o gigante Golias, para desafiar qualquer israelita para um
combate. E por 40 dias, os israelitas morreram de medo e nada fizeram. Isto é, até o jovem
David se candidatar, armado apenas com uma vara e um estilingue. Contra todas as
probabilidades possíveis, David atirou uma pedra e acertou-a entre os olhos de Golias,
derrotando o gigante.

O jornalista Malcolm Gladwell, autor do livro “David And Goliath: Underdogs, Misfits, And The
Art Of Battling Giants” (“Davi e Golias: Azarões, Desajustados e a Arte de Lutar Contra
Gigantes”, em tradução livre), aponta que pistas nos versículos onde Golias é apresentado
sugerem que ele sofria de acromegalia – a mesma doença da glândula pituitária que
atormentou pessoas extraordinariamente grandes ao longo da história.

Primeiro, há o fato de que Golias entra no campo de batalha levado por um atendente. Por
que o mais poderoso guerreiro dos filisteus precisaria de um atendente? Possivelmente
porque, como é frequentemente o caso de pessoas com a glândula pituitária alargada, Golias
não conseguia enxergar muita coisa. Isto é ainda reforçado pela forma como, uma vez que
finalmente viu David, Golias zomba dele dizendo: “Sou eu algum cão, para vires a mim com
paus?”. David estava apenas carregando um bastão de pastoreio, ao qual Golias refere-se no
plural – visão dupla também está associada com o transtorno.
 10 Mitos sobre da criação tão estranhos quanto o da bíblia

E ainda há o próprio David. Ele era um pastor com anos de prática em defender seu rebanho
de leões e lobos com o seu estilingue – o que não era uma arma primitiva na época. Adicione a
isso o fato de que as pedras que David pegou no vale de Elah tinham “duas vezes a densidade
das pedras normais” devido à composição química das rochas na área, e ele estava carregando
uma arma “mais ou menos igual ao poder de parada de um revólver calibre .45”. Golias, um
adversário já deficiente e medindo mais de 2,1 metros, tinha uma espada e uma lança.

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4. A ira de Deus poderia ter sido terremotos

Se as regras do Velho Testamento ainda se aplicassem hoje, Las Vegas teria sido engolida por
tempestades de areia doze vezes até agora. Porque quando Deus decidia que a sua cidade
tinha desandado, ele girava seu botãozinho de “ira dos céus” até o máximo.

Jericó foi a primeira cidade a cair quando os israelitas, liderados por Josué, conquistaram a
terra prometida. Depois de atravessar o milagrosamente seco rio Jordão, marcharam com a
Arca da Aliança em torno da cidade, soprando suas cornetas até que, no sétimo dia, um sopro
de corneta particularmente bem dado fez as paredes da cidade desmoronarem. E, claro, todos
nós nos lembramos de Sodoma e Gomorra, quando Deus fez chover fogo e enxofre em cada
cidadão – homem, mulher e criança.

A explicação não milagrosa para isso seria pura e simplesmente terremotos. Jericó era
localizada bem em um vale de rifte, uma área instável propensa a atividade sísmica. De acordo
com Amos Nur, geofísico da Universidade de Stanford, os eventos descritos na história bíblica
são absolutamente consistentes com a atividade sísmica conhecida na região.

“Esta combinação, a destruição de Jericó e a interrupção do Jordão, é tão típica de terremotos


nesta região que resta pouca dúvida sobre a realidade de tais eventos no tempo de Josué”,
afirmou o pesquisador em entrevista ao jornal “The New York Times”. E o que você faz se um
terremoto conveniente derruba os muros da cidade sobre a qual você está fazendo cerco?
Você obviamente invade o lugar, aponta o polegar em direção aos escombros e diz: “É bem
isso que a gente queria fazer”.

Do mesmo modo, acredita-se que Sodoma e Gomorra teriam sido localizadas em outra área
propensa a terremotos ao longo do mar Morto. O antropólogo forense Mike Finnegan
descobriu por lá restos de homens da Idade do Bronze que morreram por esmagamento,
indicando atividade sísmica bem perto do tempo em que a história bíblica teria acontecido.

Além disso, um terremoto poderia ter desestabilizado o chão e colocado pressão sobre
depósitos subterrâneos de asfalto, que por sua vez poderia ter sido expelido, inflamado por
incêndios na superfície e atingido a cidade como uma grossa chuva de fogo. A completa
aniquilação descrita na Bíblia foi recriada em modelos no Laboratório de Centrífuga da
Universidade de Cambridge, na Inglaterra, onde foi comprovado que um terremoto de
magnitude suficiente poderia fazer com que o próprio chão sob as cidades se liquefizesse e as
levasse para o fundo do mar.

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 Visões de anjos descritas na Bíblia podem ter sido sonhos lúcidos

3. Jesus poderia ter andado na água graças a uma camada de gelo


Depois de alimentar uma multidão faminta com alguns pães e dois peixes, Jesus retirou-se
para uma montanha para descansar de um dia duro de milagres. Seu descanso acabaria sendo
curto, porém, quando seus discípulos decidiram atravessar o Mar da Galiléia. A noite caiu e
uma tempestade ameaçava suas vidas. Mas logo quando as coisas pareciam mais terríveis, eles
viram Jesus andando na superfície da água, vindo em seu socorro.

A explicação científica mais provável para o fenômeno é que Jesus poderia estar andando
sobre o gelo – o que, tecnicamente, ainda seria andar sobre água, mas vocês entenderam. De
acordo com um estudo realizado por uma equipe de cientistas americanos e israelenses, as
nascentes salgadas perto do local geralmente aceito como onde aconteceu o “evento dos pães
e dos peixes”, junto com períodos de frio que duravam centenas de anos (isso, como em
“Game Of Thrones”), seriam as condições perfeitas para criar “nascentes congeladas” –
pedaços de gelo logo abaixo da superfície do mar da Galiléia, que seriam quase invisíveis para
alguém observando de longe. Doron Nof, professor de oceanografia física na Universidade
Estadual da Flórida, nos Estados Unidos, classifica as chances de haver tais camadas de gelo
sobre a água no período da história bíblica como “muito, muito altas”.

O vídeo abaixo, que mostra dois montanhistas andando sobre um lago congelado transparente
nas montanhas da Eslováquia, dá uma demonstração de como um evento destes pode ter
sido:

Agora, tente esquecer todo o conhecimento que dois milênios de experiência humana coletiva
transmitiram aos seus cérebros, assista ao vídeo novamente e imagine como isso teria afetado
um observador casual naquela época. Nestas condições, “Foi Deus” é praticamente uma
conclusão inevitável.
2. Os mortos podem ter caminhado porque o conhecimento médico era basicamente
inexistente

No Novo Testamento, Jesus traz três pessoas de volta dos mortos: “E as sepulturas foram
abertas, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados; e, saindo dos
sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa e apareceram a muitos”.

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Tenha em mente que, até relativamente pouco tempo atrás, não era tão incomum que um
suposto cadáver levantasse e se visse em seu próprio funeral. No início do século XX, o
empresário inglês William Tebb decidiu criar um livro de tais eventos e encontrou 219 casos de
pessoas que escaparam por pouco de um enterro prematuro, 149 casos de enterros
prematuros reais, 10 casos em que os corpos foram acidentalmente dissecados antes da morte
e dois casos em que o embalsamamento foi iniciado nos ainda-não-mortos.
 10 Evidências científicas intrigantes sobre histórias bíblicas

E este tipo de coisa também não fica restrita aos tempos antigos, sendo frequente ainda hoje.
Recentemente, em janeiro passado, um jovem queniano que engoliu inseticida acordou em
um necrotério 15 horas depois de ser declarado morto, fazendo todos no local saírem
correndo de medo. E se os médicos modernos ainda podem falhar totalmente em distinguir
um cara vivo de um morto, imagine o quão comum isso deve ter sido 2 mil anos atrás, quando
a ciência médica consistia em espetar um cara e esperar que ele dissesse “pare de me
cutucar”, e, se não reclamasse, declará-lo morto.

1. As dez pragas do Egito foram um desastre ambiental

Quando Moisés aproximou-se do Faraó para exigir que ele libertasse o seu povo, o Faraó não
estava muito inclinado a aceitar um acordo. Então Deus deu um incentivo na forma de dez
pragas: a água se transformando em sangue, rãs, piolhos, moscas, gado doente, sarna que
rebentava em úlceras, chuva e granizo, gafanhotos, trevas e, finalmente, a morte de todos os
primogênitos no Egito. Os métodos de Deus podem até ser questionáveis, mas o cara sabe
fazer negócios.

Mas isso não pode ter outra explicação além de ira divina, certo? Parece que não. De acordo
com diversos cientistas, as dez pragas poderiam ter sido o resultado de uma série de desastres
ambientais. Ao estudar a composição de estalagmites em cavernas egípcias, climatologistas
determinaram que Ramsés II governou durante um período em que o clima era quente e
úmido, mas em seguida veio uma mudança drástica. O tempo secou e as temperaturas
subiram, levando à diminuição do Nilo e à invasão de uma bactéria de água doce, que deixa as
águas vermelhas, como no vídeo abaixo. Para um povo que não sabia diferenciar uma bactéria
de uma assadura na sua bunda, pareceria que a água virou sangue.

Estas condições também poderiam ter conduzido diretamente as pragas dois a seis: a água
tóxica fez com que os sapos abandonassem a região, a falta de sapos causou uma explosão de
insetos (piolhos e moscas, por exemplo), e os insetos têm uma tendência a espalhar doenças,
deixando assim todo o gado doente e sarnento.

Seria preciso algo maior para lançar as pragas de sete a nove; algo como “uma das maiores
erupções vulcânicas da história humana”. A mais de 600 quilômetros do Egito, na ilha grega de
Santorini, um vulcão chamado Thera vomitou bilhões de toneladas de cinzas no céu. A física
atmosférica Nadine von Blohm diz que as cinzas vulcânicas combinadas com trovoadas
poderiam ter causado terríveis tempestades de granizo. Já o biólogo Siro Trevisanato diz que a
maior umidade da precipitação vulcânica teria causado um verdadeiro boom na população de
gafanhotos. E os milhares de milhões de toneladas de cinzas, obviamente, seriam os
responsáveis pelas trevas.

A décima e última praga teriam sido criadas por um efeito de bola de neve de todas as
anteriores – devido ao abastecimento de alimentos contaminados, o primogênito de cada
família seria o primeiro a ingerir a comida envenenada, graças a um ditado de que eles teriam
que receber a primeira porção.

Por fim, existem algumas maneiras de olhar para tudo isso:

a) Pessoas incultas viam muita má sorte e a escreveram na Bíblia como a vontade de Deus;

b) Deus fez tudo isso acontecer e nós estamos apenas tentando explicar agora com ciência;

c) Estes são um monte de teorias e conjecturas divertidas que apenas proporcionam


entretenimento e, finalmente, não afetam as vidas diárias de alguém de uma forma séria;

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d) É hora de brigar sobre religião na internet mais uma vez. [Cracked]

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