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Universidade Federal do Pará-UFPA

Campus Universitário de Breves-MARAJÓ


Faculdade de Letras

O ENIGMA DE KASPAR HAUSER

Docente: Prof. Elson de Menezes Pereira


Discente: Joine Chaves Lima

Breves-2021
O filme, O enigma de Kaspar Hauser, faz um abordagem sobre o isolamento
social, cultural, afetivo etc. e o quanto isso afeta no processo e desenvolvimento
psíquico, motor, intelecto e social do indivíduo, uma vez que, de acordo com a
perspectiva de Vygotsky, o conhecimento dá-se por meio da interação com o outro a
interação social, fundamenta Oliveira (1997,p.38) “seja diretamente com outros
membros da cultura, seja através dos diversos elementos do ambiente culturalmente
estruturado, fornece a matéria-prima para o desenvolvimento psicológico do
indivíduo”.
Na história, Kaspar não pôde crescer convivendo ao lado de outras pessoas,
não desenvolveu habilidades que outras pessoas puderam, tais como, andar, falar,
sentar, ter sentimentos, poder compreender a realidade de um sonho, etc. Tudo que
aprendeu foi a falar seu nome e dizer que queria ser um cavaleiro, porém esse raso
conhecimento deu-se através de um misterioso tutor, que o mantivera por dezesseis
anos aprisionado em uma torre. Mas, logo deixou Hauser em um povoado, sobe posse
um bilhete, no qual dizia que queria ser um cavaleiro. A partir desse momento, pode-
se compreender melhor como acontece o processo de desenvolvimento cognitivo do
indivíduo ― mesmo de forma tardia.
No decorrer de todo o processo de aquisição, Kasper passou por muitos
processos, e em constante observação e análise, muitos questionavam-se a respeito
do estado psíquico do jovem, pois era incomum, e totalmente diferente de qualquer
outro individuo já visto.
O individuo neste momento foi visto como uma folha totalmente em branco, que
aos poucos foi sendo preenchida, uma vez que, passou a ter convívio social, absorver
informações e aos poucos ― como uma criança, em seu processo de
desenvolvimento cognitivo ― foi desenvolvendo suas habilidades e capacidades.
Contudo, chama-se atenção para momentos importantes desse processo, bem como,
quando Kasper queimou-se na vela, mostra que não havia discernimento acerca do
perigo, e somente após sentir a dor ele soube que não poderia tocar no fogo.
Esses processos vão acontecendo gradativamente ao longo de toda a
narrativa, no final, ele consegue andar, se comunicar de forma racional e coerente.
Mas, é importante ressaltar que Hauser foi acompanhado por um professor, que o
ensinou e o ajudou na compreensão e na aquisição da linguagem.
Mais um ponto a ser ressaltado no processo do personagem é, a concepção e
o entendimento de Deus, no qual mostra que acreditar não pode ser uma concepção
compreendida culturalmente, pois Kasper não conseguia compreender como Deus
pôde criar todo o universo, todas as coisas e até ele próprio, porém essa compreensão
só podia acontecer após a maior clareza e entendimento do mundo, o que deixa mais
claro que a cognição dá-se através da interação e as experiencias com o meio,
evidenciando mais ainda a teoria de Lev Vygotsky.
Em suma, durante todo o tempo que passou vivo, muito se questionava sobre
as peculiaridades de Kaspar, contudo, apenas após seu falecimento, os médicos
conseguiram obter respostas para as indagações. O cérebro de Hauser não havia se
desenvolvido completamente, havia uma anomalia, talvez por consequência do seu
não convívio social durante toda a sua vida,

Referência:

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um


processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1997.

HERZOG. Werner. O enigma de Kaspar Hauser. Alemanha Ocidental, 1974.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Wplj0ITkwho

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