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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BREVES
FACULDADE DE LETRAS
DISCIPLINA: OFICINA DE COMPREENSAO E PRODUCAO ESCRITA EM
PORTUGUES
DOCENTE: PROFESSORA DRA. CINTHIA NEVES
DISCENTE: MÁRIO FERNANDO SARAIVA DE OLIVEIRA
PERIODO REMOTO EMERGENCIAL 2021.3

Na obra “Preconceito Linguístico: o que é como se faz” Marcos Bagno


apresenta oito mitos que compõem um preconceito causado por uma confusão que
se faz entre língua e gramática normativa: o preconceito linguístico.

Selecione UM dos mitos apresentados por Bagno na obra e apresente um


resumo do capítulo escolhido.

Curralinho/PA
2021
Mito n° 1 “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade
surpreendente”
O autor aponta que o referente mito é o mais significativo que entrelaçam o
preconceito linguístico no Brasil. Onde até mesmo intelectuais renomados são
ludibriados por essa narrativa. Muitos estudos se basearam por muito tempo nessa
ideia erradica de “unidade linguística do Brasil”. Essa forma de pensar, segundo o
autor, causa muitos prejuízos para educação, pois ao impor essa visão linguística,
os órgãos oficiais de educação, desconsideram a diversidade linguística brasileira.
Tendo uma visão que todos os seus habitantes compartilham de uma “paridade na
língua”.
Sabemos que em nosso país a língua falada majoritariamente é o português,
língua essa, que devido ao tamanho continental do país e principalmente pelo drama
da má distribuição de renda entre seus habitantes, fazem do Brasil, um território com
uma grande diversidade e variedade linguística. Essas diferenças de status social
mostram desigualdades gritantes entre os que não falam português padrão, que são
maioria, e os falantes da variedade culta do referido idioma. Esse último ensinado na
escola.
Como no Brasil o acesso à educação formal são regalias de poucos, muitos
ficam sem ter domínio do português padrão, da norma culta. Enfim, se formos
confiar na narrativa da língua única, existem milhões nesse país que não tem acesso
a ela. Que é utilizada na norma literária, culta, empregada pelos escritores e
jornalistas, pelas instituições oficiais, pelos órgãos do poder. Pessoas que são alvos
de deboche, zombaria, por falar um português não padrão. Por isso são chamados
de “sem língua”.
O que muitos estudos revelam é que aqueles que falam o português coloquial
possuem uma grande dificuldade de entender as mensagens dos órgãos públicos
oficiais, pois, esses utilizam o português formal. Deixando de desfrutar de direitos e
serviços oferecidos por essas instituições pelo simples fato da não compreensão da
linguagem utilizada por esses órgãos. Segundo Bortoni-Ricardo (1984, apud
MOGNO, 2002, p. 17) não se pode fazer confusão na utilização dos conceitos de
“monolinguismo” com a de “homogeneidade linguística”. Apesar de
predominantemente os Brasileiros falarem o português, isso não quer dizer que,
espontaneamente, tal língua seja um conjunto sólido, consistente e uniforme.
Portanto se torna primordial, que as instituições oficiais de ensino e demais
órgãos voltados para a educação e/ou órgãos voltados para a produção cultural
abdiquem da crença de que no Brasil existe uma homogeneidade da língua
portuguesa. Assumindo que nosso território possui uma heterogeneidade linguística,
visando à elaboração de politicas públicas voltadas aos cidadãos marginalizados
pelo não domínio do chamado português padrão.
Felizmente muitos órgãos já reconhecem a diversidade linguística existente
no Brasil, isso fica claro em citações sobre o tema nos PCN´s, publicados pelo
Ministério da Educação e do Desporto em 1998. Esperamos que essa nova
mentalidade que esta surgindo realmente chegue a todas as escolas e salas de
aulas do nosso Brasil.

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