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Olá, meus queridos!!!

Após mais de 60.000 downloads do nosso livro digital “Como fazer


revisões”, voltamos com uma nova versão, revisada e ampliada. Eba!

Desde a primeira edição me aprimorei ainda mais, concluindo a pós


pós-graduação em Neuroeducação. Estudei a fundo Neurociência, para
que o que eu fale sobre o tema tenha respaldo científico.

Recebo muitas mensagens de estudantes perguntando como eu fazia


revisões, o que acho delas, qual a melhor maneira de revisar, etc.

Portanto, o que você lerá neste e-book será́ a minha experiência como
estudante e como professora, e, além disso, como estudiosa de
neurociência e aprendizagem. Deste modo, tentarei ao máximo trazer
um viés cientifico à análise, tendo em vista o que acontece no nosso
cérebro.

Espero que você aproveite muito a leitura e que ela lhe ajude a alcançar
a sua aprovação!

Um grande beijo!

Prof. Karine Waldrich

www.karinewaldrich.com.br #PotênciaPersistênciaPaciência
Como fazer revisões?

Antes de qualquer coisa, é importante falarmos um pouco sobre os


dois tipos de aprendizagem: a aprendizagem focada e a
aprendizagem difusa.

A aprendizagem focada ocorre no córtex pré-frontal do cérebro. É


ela que utilizamos quando estamos “batendo cabeça” para aprender
algum conteúdo.

No entanto, ela não é a única aprendizagem que existe! Há outra,


menos comum, que é a aprendizagem difusa!

A aprendizagem difusa acontece entre os intervalos do estudo,


quando você faz outra coisa: cozinha, pratica exercícios físicos, dorme,
se diverte.

Ela não está relacionada a nenhuma área específica do cérebro –


ocorre em toda a sua extensão, especialmente na parte
posterior.

O modo difuso é como se fosse um revelador do que aprendemos no


modo focado. Ele conecta as informações, tornando o que aprendemos
de maneira focada muito mais eficaz.

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Veja se já não aconteceu com você: você estudou um conteúdo, de
forma extremamente focada. Fechou o material e foi fazer outras
coisas. Quando teve contato com este assunto novamente, entendeu
conceitos que não havia entendido antes.

Você já passou por isso?

Essa “mágica” ocorre por conta da aprendizagem difusa, que “cola” o


que aprendemos de maneira focada.

E como ativamos o modo difuso? Tendo contato com o mesmo


assunto várias vezes, em momentos distintos! É muito mais
eficiente estudar várias vezes o mesmo assunto do que tentar aprender
tudo de uma vez só!

Por conta disso é que falamos que o aprendizado funciona como


descascar uma cebola. Primeiro tiramos a parte exterior, depois a
casca mais a dentro, e então vamos avançando, avançando, até chegar
no miolo da cebola.

Com a aprendizagem funciona da mesma forma! Alternar entre os


modos focado e difuso significa maximizar e usar todo o potencial que
o nosso cérebro possui!

Para maximizar a aprendizagem, é


importante alternar entre os modos
focado e difuso. Por isso, tentar
aprender tudo ao mesmo tempo é
menos eficiente do que estudar em
etapas, em camadas, como uma
“cebola”.

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“Mas, professora, mas o que isso tem a ver com revisão?”

Ora, TUDO!

Revisão é RE-VER!

Ou seja, quando fazemos uma boa revisão, estamos re-vendo


os conteúdos, e alternando entre os modos focado e difuso!

Além disso, quando não revisamos, nosso cérebro entende que não
usaremos mais aquela informação, e a deixa de lado.

É como uma geladeira. O que não é utilizado vai ficando no fundo... Se


não tivermos cuidado, vamos ter a visão só́ do que está na "frente". O
que estiver ao fundo vai ficar esquecido e pode "estragar", perdido em
meio a tantas outras coisas.

E não queremos que nada seja perdido, certo?

No entanto, por outro lado, é muito ruim ser "obrigado" a revisar.

Anote isso:

Nosso cérebro processa muito mal coisas que ele


é obrigado a fazer.

Comigo, particularmente, acontecia uma questão de energia: a


obrigação de ter de rever o que estudei me desanimava para o que
eu efetivamente tinha que estudar. E eu ODEIO ter que suprimir o meu

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anseio de entender algo novo para ter que rever algo que já́ vi. Isso
me desestimulava demais.

Por isso no meu estudo para provas e concursos NUNCA fiz revisões
seguindo uma tabela rígida de revisão, que me dizia o que eu tinha de
revisar naquele dia.

Para mim, isso seria como ter na porta da geladeira: “hoje você vai
pegar o feijão que está no canto esquerdo da segunda prateleira e vai
mastigar por 30 minutos. Depois vai pegar bife de fígado do canto
superior direito e vai mastigar por mais 15 minutos”.

Ou seja, algo mecânico, chato, desestimulante, e que no fundo, ao


invés de resolver um problema (a necessidade de revisar),
causa outro - a obrigação de revisão.

O nosso cérebro entende as coisas mais


facilmente quando este entendimento está
associado a prazer e interesse.

Ou seja, em termos cerebrais, algo tem que ser algo minimamente


“legal”, prazeroso e instigante para ser compreendido.

Por isso, varias pessoas, como eu, possuem muito mais curiosidade
em estudar algo novo do que em rever o que estudou, ainda mais por
obrigação.

Além disso, o que vejo muito com os alunos que estão no inicio do
estudo é que quando o aluno vai revisar ele fica DESESPERADO. Isso

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porque mesmo revisando no dia seguinte do estudo, ele tem a
sensação de que não aprendeu nada no dia anterior.

Aí, o que era para ser uma revisão vira um novo estudo, e o aluno se
sente andando em círculos, pois passa a ter a sensação de que o estudo
não está avançando nada.

Então, frisando, é por isso que nunca usei tabelas de revisão, que me
obrigassem a revisar os conteúdos X, Y, e Z por W minutos todos os
dias.

Isso significa que eu não fazia revisões? Claro que não significa!
Significa que eu incluía a revisão no meu estudo de forma
"orgânica", sem que eu sentisse que aquilo era um peso, sem que
fosse uma penúria. A revisão ocorria quando eu sentia necessidade e
aí se tornava algo legal.

Então, sem mais delongas... Como eu fazia revisões?

Bom, para explicar, vou me "classificar" aqui de acordo com a fase de


estudo em que eu estava, para que fique mais fácil de você se
identificar, ok?

- Fase 1 – Estudante Recém Nascida: era quando era uma


estudante iniciante, estava começando o estudo, não tinha noção de
nada das matérias e estava pegando uma base, focando em materiais
teóricos (vídeo-aulas, livros ou pdfs com teoria). É a fase em que
fazemos de 20-45% nas provas anteriores (estou usando como
referência provas de múltipla escolha. Se a sua prova for do tipo
Certo/Errado esses % baixam um pouco).

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- Fase 2 – Estudante Engatinhando: era quando era uma estudante
mediana, já tinha visto uma boa parte dos conteúdos mas ainda não
estava cravando uma alta pontuação. Eu estava fazendo questões
comentadas, acertando uma boa parte até, mas ainda errando
bastante. Nesta fase, fazemos de 45% a 75% nas provas anteriores.

- Fase 3 – Estudante Que Aprendeu a Andar: era uma estudante


avançada, estava indo bem nas matérias, focando em fazer exercícios
e conseguindo fazer uma boa pontuação, mas com aquele medo de
esquecer o que já tinha visto (perder essa boa pontuação), e querendo
melhorar ainda mais meus scores. Nesta fase, fazemos de 75% para
cima nas provas.

Essas Fases ficam mais claras quando as visualizamos em uma Curva.


É a Curva de Aprendizagem abaixo:

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CURVA DA APRENDIZAGEM
PARA PROVAS E CONCURSOS
% de
acertos
nas
provas
APROVAÇÃO

80%

60%

40%

20%

Fase
do
FASE 1: FASE 2: FASE 3: Estudo
Recém-Nascido Engatinhando Andando

Pela minha experiência, o formato da Curva pode variar um pouco de


aluno para aluno. Alguns melhoram bastante já na Fase 1, outros têm
o seu auge de melhora na Fase 2. Mas o importante é você aprender
direitinho o que você deve fazer em casa fase, para otimizar o seu
estudo!

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Então, vamos falar de revisão em cada uma dessas fases.

Revisão na Fase 1 – Estudante Recém


Nascida

Nesta fase, o pior que você pode fazer é ficar “pirando” com revisões,
ou com o fato de não estar lembrando o que estudou no dia anterior.

Isso porque você acabou de entrar no processo “concurseirístico”. Já́ é


extremamente desafiador entender as aulas, aprender tudo do zero,
entender a manha das matérias, entender como estudar... Seu
cérebro já́ está imensamente pressionado.

É muito natural que você, nesta fase, não lembre direito de TUDO o
que estudou no dia anterior, E NÃO TEM PROBLEMA.

Vamos fazer uma analogia? Por exemplo: você está aprendendo a


dirigir. Se eu hoje explicar, na teoria, tudo o que você deve fazer
quando entra em um carro, você até vai entender, certo?

Mas, se eu perguntar no dia seguinte, você vai lembrar? Ora, claro que
não! Você só́ vai começar a lembrar quando estiver treinando na rua,
até que vai chegar o ponto em que estará́ tão automático dirigir que
toda a teoria que eu lhe ensinei você vai lembrar em 2 segundos.

No estudo é basicamente a mesma coisa. Só que você está começando


e não tem tanta clareza disto e confiança de que o processo realmente
será assim!

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Portanto, neste ponto em que você está (“Estudante Recém Nascido”),
foque em:

1) Entender relativamente bem a matéria durante a aula em


vídeo/leitura do pdf;

2) Não perder muito tempo com pormenores, com a rebimboca


da parafuseta, com o que for muito difícil;

3) Se situar no assunto e entender as linhas gerais do que for


ensinado.

“Ahhhh, professora! Mas se eu aprender só isso não passo no


concurso!”.

Verdade!!!

Não passa, por isso é que existem os demais estágios concurseirísticos


(“Engatinhando” e “Aprendendo a andar”). Não esqueça que o
aprendizado é como uma cebola! Acontece em etapas!

Você está apenas no primeiro estagio, não queira queimar fases e fazer
tudo de uma vez só, pois isso pode ser muito pior. Já vi alunos
insistindo tanto em aprender tudo de um pdf que acabavam ficando 6
meses em apenas UM PDF! Por favor, não faça isso!

Um estudante inteligente passa rapidamente pelos conteúdos


nesta fase, pois sabe que logo os verá novamente! E, assim,
maximizará sua aprendizagem, pois terá alternado entre os modos
focado e difuso!

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Segure essa ansiedade e confie no processo!

Frisando o que falei, nesta fase não se preocupe em ficar revisando,


voltando, nesse momento, aos assuntos já estudados! Logo você fará
isso, de maneira aprofundada.

Pelo mesmo motivo, esqueça fazer resumos nesta fase!

Ora, o que é um resumo? Resumo é um compilado do que é mais


importante para ser revisado depois, certo?

Ocorre que você ainda não sabe o que é mais importante, e não
tem como fazer esta seleção do que é mais importante, neste
momento.

Por isso, se você tentar fazer resumos nesta fase, vai levar um tempo
IMENSO, vai fazer um resumo sem qualquer critério, longo e cheio de
informações, que será inútil depois, pois muitas das coisas que você
colocará no resumo você saberá naturalmente no futuro.

A verdade é uma só́: você está no primeiro estagio do processo. Mesmo


que você revise, falta muito ainda para ficar em ponto de bala. Você
vai esquecer uma parte do que estuda, e isso é perfeitamente
normal.

Como você pode se preocupar em não


esquecer se você mal e mal está conseguindo
aprender?

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Por isso, nesta etapa, seu objetivo deve ser entender os assuntos
da forma como falei acima e em passar “relativamente” rápido por
todos eles.

Não “pire o cabeção” com o que você não conseguir entender.

Não pire em revisar tudo para não esquecer.

Isso porque, mesmo revisando, você vai esquecer, ao menos um


pouco.

Algumas coisas só́ ficarão mais claras com


o passar do tempo... Respeite o seu
cérebro!

Certo, professora. Mas como reviso nesta fase, então?

Veja, você pode, com certa frequência (eu gosto de fazer isso a cada
duas semanas, um dia antes das provas anteriores feitas como
simulado), revisar os grifos feitos no material com caneta marca-texto
ou então os mapas mentais e resumos prontos oferecidos pelos
materiais de cursinho, ao final de cada pdf ou capítulo.

É uma revisão perfeita, eficiente?

Resposta: ainda não, pois a revisão perfeita e eficiente é feita com O


SEU MATERIAL DE REVISÃO, elaborado por você. Só que, como disse,
você ainda não tem condição de elaborar este material nesta fase, pois
ainda está muito “cru”.

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Então, revise periodicamente de forma “improvisada”, pelos grifos ou
mapas prontos, e siga em frente.

Conforme você for avançando nas aulas e/ou nos pdfs... você vai
aprendendo a engatinhar...

Aconteceu comigo... Tinha uma noção das coisas, mas ainda


errava muito dos exercícios... era a...

Revisão na Fase 2 – Estudante


Engatinhando

Nesta fase, eu já tinha visto todo o conteúdo ao menos uma vez. Tinha
alguma noção das coisas, acertava alguns exercícios e errava outros
tantos. Como uma criança aprendendo a andar.

Ressalto: esta fase é a chave para que você seja um concurseiro-


profissional, que faz uma revisão eficiente.

Antes de tudo, é gostaria de deixar claro uma coisa:

É muito importante que não haja


interrupção/pausa entre a “Fase 1” e a
“Fase 2”.

Ou seja, você deve estudar as matérias de forma contínua, sem nunca


parar!!!

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Isso também vale para a evolução entre a Fase 2 e a Fase 3, mas,
aqui, no ponto em que estamos agora (engatinhando), isso é muito,
muito importante!

Digo isso porque este é o momento em que você deve estar se sentindo
desanimado, pois já́ viu todo o conteúdo mas ainda não acerta
questões em um nível tão competitivo. Então, este é o momento em
que muitos desistem... Uma pena! Desistir de andar quando você
ainda era um bebê engatinhando...

Portanto, assim que você finalizou a “Fase 1”, deve seguir para a Fase
2, sem pausas, para não esquecer o “pouco” que aprendeu no
primeiro contato com a matéria.

Seu cérebro precisa sentir uma continuidade.


Se não houver esta continuidade, para ele será́
como se você nunca tivesse estudado
qualquer conteúdo.

Dito isso, passemos aos fatos.

Neste ponto em que você está, você focará todos os seus esforços no
que eu chamo de FIXAÇÃO.

A FIXAÇÃO é o processo de fazer e refazer


muitas questões de cada assunto e, com base
nos erros das questões e no que mais cai,
elaborar um bom MATERIAL DE REVISÃO.

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Para fazer a FIXAÇÃO, você pode fazer as questões pares (ou
ímpares) do mesmo material de estudo que você utilizou na primeira
fase do estudo. Outras opções são fazer um curso em exercícios, ou
então fazer baterias de exercícios.

De toda a forma, é importante que na Fase 2 você tenha contato com


vários exercícios.

Alguns deles serão relativamente tranquilos para você. Outros serão


mais complicados, e ATENÇÃO: é neles que você deve concentrar
a sua energia.

Por exemplo: quando você for refazer as questões pares dos pdfs, você
vai acertar uma parte e vai errar outra (que parecerão grego).

O que você deve fazer é:

1) Se esforçar ao máximo para entender cada exercício que


você errou;

2) Depois de entender, ou ao menos “aceitar” a resposta


(depois de esgotar as possibilidades, quando você desiste de
entender e simplesmente “aceita” aquela resposta), você vai
marcar esse exercício com um sinal, uma bolinha, uma estrela,
enfim. Vai deixar marcado e vai apagar a resposta, de modo que
seja possível fazer esse exercício novamente;

3) Vão ser estes exercícios que você vai REVISAR. Você vai
montar um material de REVISÃO com estes exercícios que você
errou e com o que você viu que mais cai.

Professora, mas como é este material de revisão?

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Eu gosto de elaborar uma FOLHA DE REVISÃO, para cada pdf ou
capítulo estudado.

Nesta FOLHA DE REVISÃO, você colocará o que mais errou e o


que mais julgou importante de cada capítulo/pdf. Agora, você
já tem condição de fazer este julgamento!

Ou seja, se um curso em pdfs possui 15 pdfs, você vai elaborar 15


folhas, com o que você mais errou e com o que mais cai em cada
assunto.

Desta forma, você terá um material produzido por você, de altíssimo


nível, com a essência do que você precisa saber de cada assunto para
acertar mais questões.

Sugiro que você não faça algo com frases longas e usando folhas de
cadernos, e sim algo esquematizado, com palavras chaves,
fluxogramas e usando folhas A4 (sem linhas).

Algo como se fosse um mapa mental, feito de forma breve e


expressando o assunto através de um esquema com fluxogramas, de
forma que seja eficiente para uma revisão rápida, inclusive antes da
prova.

Isso porque, para o nosso cérebro, é mais eficiente “tentar lembrar”


de um conceito do que simplesmente “ler” o conceito de mão-beijada
no papel.

“Como assim, professora?!”

Bom, digamos que você faça um resumo sobre o “LIMPE”, que são
princípios da disciplina de direito administrativo.

Neste resumo você coloca tudo o que sabe sobre esta matéria.

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Quando você for ler novamente este resumo, o seu cérebro vai
“desmerecer” o que está escrito ali, porque ele acha que sabe tudo o
que está ali.

Por conta disso, você não lerá com tanta atenção este resumo, e, por
isso, essa leitura, além de relativamente inútil, será maçante e
entediante.

Contudo, se você fizer um compilado em esquemas, colocando


palavras-chave, na hora de ler o seu cérebro fará o exercício de
tentar, mentalmente, descrever estas palavras-chave. Ou seja,
ao invés de uma leitura passiva e entediante, o que ocorrerá é um
estudo ativo e participativo, um verdadeiro “treinamento” para o
cérebro.

Barbara Oakley, pesquisadora da Universidade de Oakland, aborda isso


em seu livro “Learning How To Learn”. Segundo Oakley, usar a
recordação, ou seja, a recuperação mental de ideias-chave, ao invés
de fazer uma leitura passiva tornará seu tempo de estudo muito mais
focado e eficaz.

Além disso, fazendo isso, a sua aprendizagem seguirá o mesmo


padrão que ocorrerá na prova, onde você lerá um conceito em
uma questão e deverá lembrar do que ele significa para responder
acertadamente e, por conseguinte, ser aprovado.

Portanto, anote isso:

É muito mais eficiente para o cérebro


tentar recordar um conceito do que
simplesmente ler o que o conceito
significa.

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Fazer estas FOLHAS DE REVISÃO também é importante caso, na sua
prova, haja alguma prova discursiva. A “espinha dorsal” da
resposta pode estar em alguma folha que você tenha
desenvolvido.

Neste ponto, vou dar um depoimento pessoal. Quando fui estudar para
a discursiva da Receita, fiz FOLHAS DE REVISÃO de todos os
capítulos de todos os materiais teóricos que eu tinha usado no
estudo, para as seis matérias cobradas nesta etapa. Levei as folhas
para o local de prova e revi todos até pouco antes de entrar na
sala.

Quando fui responder as seis questões, mesmo que eu não soubesse


o assunto em especifico, visualizava o tema geral, a qual capitulo
do livro ela se referia. E, então, por mais que eu não soubesse o
detalhe do detalhe, conseguia responder as questões ao menos
em termos gerais, o que foi fundamental na minha aprovação e na
melhoria de colocação (melhorei 10 posições na etapa discursiva do
concurso, terminando o concurso em 39o geral).

Então, FOLHAS DE REVISÃO são ótimos


para revisar: você os faz de forma
muito mais célere do que faria um
longo resumo, e sempre terá́ a mão
todos os conteúdos para serem
visualizados e memorizados.

Vamos à pergunta que sempre me fazem neste ponto:

“Professora, posso usar mapas mentais comprados na internet?”

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Resposta: sim, mas como base para fazer o SEU MATERIAL DE
REVISÃO! Os utilize para fazer os seus materiais, do seu jeito, com
a sua letra, e colocando outras palavra-chave que podem não estar no
mapa comprado. Com certeza sua memória vai lembrar-se muito mais
da informação que está em um mapa que você mesmo desenvolveu
do que em materiais prontos.

Personalizar o estudo é algo que faz com


que os materiais deixem de ser “produtos”,
meros objetos desconhecidos, e se tornem
realmente conhecimento, o que realmente
vai agregar à sua aprovação.

Ah, veja que eu não estou falando (como em nenhum momento falei)
para você fazer um resumo.

Resumos costumam ser longos, enrolados, de difícil edição e, portanto,


inúteis, porque com o tempo as informações que estão ali se tornam
básicas e você terá́ de fazer um novo resumo.

Já as FOLHAS DE REVISÃO, por serem mais sucintas e objetivas,


permitem edição e reedição mais rápida!

“Ok, professora, já entendi. Mas quando devo revisar estas FOLHAS DE


REVISÃO?”.

Resposta: UM DIA ANTES DAS PROVAS ANTERIORES QUE VOCÊ


ESTARÁ FAZENDO COM FREQUÊNCIA!

Você já sabe que para ser aprovado precisa treinar provas, certo?

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Então, sempre que você fizer uma prova anterior de concurso, vai tirar
o dia anterior marcado para a realização desta prova e vai reler todas
as FOLHAS DE REVISÃO produzidas.

Assim, a revisão não será algo chato, maçante. Será algo que
você fará com o objetivo de elevar a sua pontuação nas provas
anteriores feitas como simulado!

Deu pra sacar? Você transformou a revisão, algo chato e sem sentido,
em uma maneira de acertar mais questões na prova!

Isso é estudar com FOCO NO RESULTADO! Algo que vai fazer você ser
aprovado muito mais rapidamente!

Cada vez que você refizer as questões que anteriormente errou, a


quantidade de questões assinaladas tende a diminuir, pois você vai
aprendendo essas questões que inicialmente eram mais difíceis. Eis
a mágica da aprendizagem!

Este processo todo é rápido? Não. A Fase 2, em que você está


“engatinhando”, se locomovendo, mas ainda não está andando, é tão
ou mais longa do que a primeira.

Não se preocupe em correr quando você estiver neste processo. Agora


é hora de passar o “pente fino”.

É aqui que você vai sair do nível básico para


se tornar um estudante avançado e
competitivo.

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E, sempre, NÃO SE ESQUEÇA: não pare de estudar uma matéria que
você já́ começou. Nunca! Nem que você a estude por apenas 2 ou 3
horas por semana. Mas sempre continue estudando. Ok?

Você vai fazer muitas vezes todo esse processo que falamos. Até que
vai alcançar um nível de acertos entre 70-80% (no geral, pois sempre
teremos aquelas matérias em que não fazemos essa quantia... para
muitos isso ocorre com matérias peso 1, tipo Raciocínio Logico, ou
então com TI...).

É quando você estará́ pronto para levantar e andar. Você estará́ na


Fase 3 :)

Revisão na Fase 3 – Estudante Que


Aprendeu a Andar

Entre trancos e barrancos, você está “andando”. Sente que aprendeu.


Começou a ter mais de 70% de acerto nas provas e exercícios
resolvidos. Possui um bom material de revisão feito por você (as
FOLHAS DE REVISÃO) e tem domínio sobre coisas que antes eram
impensadas.

Primeiramente, PARABÉNS! Ter chego até aqui é algo incrível! Você


se mostrou um vencedor! Precisamos de apenas alguns ajustes para
conquistar a nossa VAGA!

O que você quer? Melhorar ainda mais seu índice de acertos.

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O que você não quer? Perder o índice que já́ conquistou, seja por
esquecimento, seja por desânimo de estar estudando há algum
tempo.

Provavelmente, neste estágio, você pode até ter feito alguma prova, e
ter ido mal, ou ter ido na trave. Minha mensagem para você é: não
desista! Siga em frente! Você vai chegar lá, se persistir com
determinação e coragem!!!

Voltando a falar do seu estudo, como deve ser?

Resposta: equilibrado. Conciliando muitos exercícios e também


teoria, novamente.

“Como assim, professora?”.

Você vai fazer muitos exercícios, feitos em baterias, em materiais de


questões comentadas ou em sites específicos de exercícios.

Quando errar uma questão, vai apagar, ler rapidinho a resposta, e tudo
bem? NÃO.

Vai procurar a resposta, entender o erro, mandar e-mail para o


professor da matéria que você mais gosta para que ele lhe tire esta
dúvida, postar em fóruns, no grupo (caso você tenha algum, não é
obrigatório, ao contrário, alguns grupos podem até prejudicar),
enfim...

Nem que você perca UMA SEMANA no horário de estudo desta matéria
tentando entender o erro... Perca. Esta é a hora.

Eu perdi algum tempo tentando entender algumas questões-chave,


que posteriormente encontrei na prova do concurso em que fui

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aprovada. Soube resolver estas questões porque havia insistido nelas
durante a minha preparação.

Com base nessas questões impossíveis que errava, ia complementando


as minhas FOLHAS DE REVISÃO, acrescentando nelas estes
conhecimentos e por vezes retirando delas informações que já haviam
se tornado mais triviais e que eu já estava acertando sem dificuldades
nas provas.

Tirando esses casos extremos de questões impossíveis, o interessante


nesta fase é você fazer questões de muitos assuntos em um curto
espaço de tempo, de modo que você não precise se preocupar em
revisar.

Ou seja, nesta fase, você vai “abrir a geladeira” e colocar tudo o que
está lá dentro na mesa, de modo que nada fique escondido.

Por exemplo: você vai usar sites de questões e vai segmentar por
assunto? NÃO. Vai fazer tudo junto, de modo que, em 1 hora de
estudo, você faça questões de assuntos variados, revisando
naturalmente todos esses assuntos.

Além disso, é importante que você intercale exercícios com uma


revisão teórica dos materiais onde estudou pela primeira ou
segunda vez.

É a hora de reler a teoria do livro, se atendo ao que não prestou


atenção/entendeu da primeira vez.

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Neste ponto, eu reforço: seja humilde.

Não queira sempre estudar apenas o material novo que o curso


lançou, a “novidade”, aquele curso que o seu #concurfriend comprou.

Seja humilde, pegue o seu livrinho cheio de rabiscos, os seus pdfs


todos marcados, reveja aquele curso básico que você viu e que acha
que já́ decorou...

Você vai se surpreender com a quantidade de informações novas que


vai aprender, pois antes o seu cérebro priorizava o que era mais
compreensível (afinal, você era um estudante “recém-nascido”), mas
agora que você já́ sabe andar o cérebro vai dar uma força e
ressaltar o que não foi bem observado antes.

Grave isso: quando nosso cérebro


percebe que gravamos algo mais fácil,
“libera espaço” para que aprendamos
algo mais complicado. Por isso, é tão
importante estudar em etapas, em
camadas, como uma “cebola”.

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Vejo muitos estudantes pisarem na bola neste estágio, achando que,
por já́ terem visto um curso/livro uma ou duas vezes, sabiam tudo o
que estava sendo dito nele.

Uma pena... Perdem a chance de aprenderem algo novo e


melhorarem as suas pontuações.

Se você preferir, pode, também, usar algum livro novo, que você
julgue ser mais aprofundado do que o material usado por você
inicialmente. Mas tenha a certeza de que ele REALMENTE é mais
aprofundado. Não estude um material novo por mero capricho e
preguiça de pegar seus materiais antigos.

Neste momento do estudo também, é bem importante revisar a


literalidade das normas legais e infra legais. Você pode deixar um
dia da semana apenas para ler a legislação, misturando matérias e
assuntos, e assim revisando todas elas.

Assim, perceba que, na Fase 3, você terá́ contato com tantos


assuntos ao mesmo tempo que não fará sentido criar uma “regra”
rígida de revisão.

O lance é realmente você se expor à maior quantidade possível


de assuntos em um curto espaço de tempo!

Outra coisa muito importante é que você continue fazendo PROVAS


ANTERIORES COMO SIMULADO com alguma frequência e, no dia
anterior a estas provas, revise as FOLHAS DE REVISÃO que você
produziu e continua melhorando.

Você fará isso até que chegará o dia em que resolverá as questões de
uma prova de concurso com uma intimidade que nunca pensou

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possuir. A mesma intimidade com que você construiu com seus
MATERIAIS DE REVISÃO que lhe acompanharam por todo este período.

A insegurança vai te acompanhar nesse momento? Sim, claro, ela


nunca nos abandona rs.

Mas essa será́ a prova da sua vida. A prova da sua APROVAÇÃO!

A prova da sua APROVAÇÃO existe!


Insista, persista, tenha fé!

Perceba, portanto, que revisar é muito, muito importante.

Sempre estar em contato com os assuntos estudados faz com


que não se esqueçamos do que foi aprendido.

Se você acha que uma regra rígida pode lhe ajudar a revisar sem lhe
desestimular, invista nisso! Pode ser feita uma tabela de revisão.
Existem planilhas prontas que controlam as revisões, e podem ser
adquiridas na internet. Elas funcionam como um diário do seu estudo:
você alimenta a planilha todos os dias com o que estudou, e ela
retornará com as datas em que você deverá revisar.

Mas, se você for como eu, e achar que a revisão engessada vira mais
um “problema” do que uma “solução”, use as dicas que comentei neste
artigo para incorporar a revisão à sua rotina de forma prática e
natural.

www.karinewaldrich.com.br #PotênciaPersistênciaPaciência
O lance é tornar esse processo de revisão algo agradável, que
faça com que você perceba a sua evolução e ateste o que vem
aprendendo. Algo que estimule a estudar e seguir em frente
nessa etapa tão importante e honrosa rumo à aprovação.

Espero que este e-book tenha contribuído com seus estudos.

Por hoje é só!

Bons estudos e um grande beijo! :)

Prof. Karine Waldrich

#timedawaldrich

t.me/aprovacaoraiz

@karinewaldrich @coachingdawaldrich @acaoparaaprovacao

www.karinewaldrich.com.br #PotênciaPersistênciaPaciência

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