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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

PLANO DE ESTUDO TUTORADO

COMPONENTE CURRICULAR: FILOSOFIA


ANO DE ESCOLARIDADE: 2º ANO – EM
PET VOLUME: 02 - Atividade complementar
NOME DA ESCOLA: Escola Estadual Professor Teodoro Coelho
ESTUDANTE:
TURMA: 2º ANO REG3 TURNO:
MÊS: TOTAL DE SEMANAS:
NÚMERO DE AULAS POR NÚMERO DE AULAS POR MÊS:

SEMANA 7 e 8

EIXO TEMÁTICO:
Indivíduo e Comunidade.

HABILIDADE:
- Delimitar as esferas do indivíduo, do social e do político.
- Compreender a esfera da política como o lugar da expressão e articulação de conflitos e eventual
operação
de consenso.
- Distinguir entre o exercício da força e o da autoridade (uso legítimo da força).

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
- Indivíduo e Sociedade.
- Privado e Público.
- Força e Autoridade.

INTERDISCIPLINARIDADE:
Geografia, História e Sociologia.

A República de Platão
A República é o segundo diálogo mais extenso de Platão (428-347 a.C.), composto por dez partes (dez
livros) e aborda diversos temas como: política, educação, imortalidade da alma, etc. Entretanto, o
tema principal e eixo condutor do diálogo é a justiça.
No texto, Sócrates (469-399 a.C.) é o personagem principal, narra em primeira pessoa e é responsável
pelo desenvolvimento das ideias. Essa é a principal e mais complexa obra de Platão, onde estão
presentes os principais fundamentos de sua filosofia.
A República (Politeia) idealizada pelo filósofo se refere a uma cidade ideal, chamada de Kallipolis (em
grego, "cidade bela"). Nela, deveria ser adotado um novo tipo de aristocracia. Diferente da aristocracia
tradicional, baseada em bens e na tradição, a proposta do filósofo é que esta possua como critério o
conhecimento.

A justiça é o principal conceito desenvolvido em A República. Todo o texto se desenvolve ao redor da


tentativa de definição desse conceito por Sócrates e seus interlocutores.
Platão acredita que a justiça é a maior de todas as virtudes e compreende que, para que se possa
praticá-la, é necessário defini-la. Os dois primeiros livros são dedicados ao tema e mostram a
dificuldade de se definir um conceito tão importante e complexo como a justiça.
Em “A República”, orientados pela ideia de justiça, Sócrates, Glauco e Adimanto, buscam definir a
cidade ideal. Para isso, definem que a cidade deveria ser dividida em três partes, e que a perfeição
estaria na integração harmônica entre elas.
A primeira classe de cidadãos, mais simples, seria dedicada às ações mais triviais relativas ao
sustento da cidade, como o cultivo da terra, o artesanato e o comércio. Os responsáveis por essas
atividades seriam aqueles que possuíssem na constituição de sua alma, o feno, o ferro e o bronze.
Os cidadãos de uma segunda classe, de acordo com Platão, seriam um pouco mais hábeis por
possuírem prata na mistura de suas almas. Estes, chamados de guerreiros, protegem a cidade e
constituem o exército e seus auxiliares na administração pública.
A terceira classe de cidadãos, mais nobres, estudaria por cinquenta anos, se dedicaria à razão e ao
conhecimento, e constituiria a classe dos magistrados. A estes caberia a responsabilidade de
governar a cidade, pois só eles teriam toda a sabedoria que a arte da política exige.
A justiça entendida como uma virtude só poderia ser praticada pelo detentor do conhecimento
dedicado à razão. Este poderia controlar suas emoções e seus impulsos e governar a cidade de forma
sempre justa.
Os cidadãos são divididos em grupos de acordo com sua atuação e o nível de conhecimento
necessário para o desempenho de suas atividades. Somente a atuação em conformidade com a
determinação natural da alma pode trazer o equilíbrio e a harmonia entre as partes.
Na república, a educação ficaria ao encargo do Estado e as famílias não teriam participação sobre a
criação. O Estado seria o responsável por educar os indivíduos e direcioná-los às atividades mais
adequadas ao seu tipo de alma (bronze, prata ou ouro).
É também em A República que Platão escreve uma de suas passagens mais famosas: O Mito da
Caverna. Com essa metáfora, Platão buscou demonstrar o papel do conhecimento, que para ele seria
o responsável por libertar os indivíduos da prisão imposta pelos preconceitos e pela mera opinião.
A composição da alma humana poderia conter bronze, prata ou ouro e isso determinaria à qual das
três classes da república cada pessoa pertenceria.
A alma platônica, assim como a sociedade da república, também é dividida em três partes:
Racional Cabeça Razão, busca pelo conhecimento e sabedoria. Controla as
demais partes da alma

Irascível Coração Emoções e sentimentos. Desenvolve a coragem e a impetuosidade

Apetitiva Baixo-ventre Desejos e apetites sexuais. Desenvolve a prudência e a


moderação

Fonte: <https://www.todamateria.com.br/republica-platao>. Acesso em 10 out. 2020.


ATIVIDADES

01 - (UEPA) 2015 – Platão: A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas
paixões e de seus interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus
ódios; confiar lhe o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor
rigor.Quanto às pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões
subjetivas, inconsistentes, cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter
insuficiente.
CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17

Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à:

A) oligarquia

B) república

C) democracia

D) monarquia

E) plutocracia

02 - (UEG) 2010 – O mundo grego no século IV a. C. era marcado por uma estrutura de cidades-Estado
dispersas pelo território helênico. Essa fragmentação política levou os filósofos a procurarem
estabelecer uma ideia sobre as formas de governo que fossem as mais adequadas.
Entre essas ideias, pode-se destacar:

A) a democracia racial, defendida por Demócrito.

B) a oligarquia comercial, defendida por Sócrates.

C) a aristocracia rural, defendida por Heráclito.

D) o governo de filósofos, defendido por Platão.

E) Monarquia Absolutista.
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

PLANO DE ESTUDO TUTORADO

COMPONENTE CURRICULAR: FILOSOFIA


ANO DE ESCOLARIDADE: 2º ANO – EM
PET VOLUME: 02 - Atividade complementar
NOME DA ESCOLA: Escola Estadual Professor Teodoro Coelho
ESTUDANTE:
TURMA: 2º ANO REG3 TURNO:
MÊS: TOTAL DE SEMANAS:
NÚMERO DE AULAS POR MÊS:

SEMANA 9 e 10

EIXO TEMÁTICO:
Liberdade e determinismo.

HABILIDADE:
- Refletir sobre as condições do agir humano.
- Compreender e analisar o conceito de liberdade em sua relação com o conceito de
determinismo.
- Compreender que o agir ético é indissociável da relação consigo mesmo e com os outros.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
- Compreensão e simplificação da problematização sobre a questão da vida social.
- Entendimento acerca da felicidade na valorização das questões essenciais da vida.

INTERDISCIPLINARIDADE:
História, Arte e Sociologia.

Texto 1
Diógenes
“Os piores escravos são aqueles que estão constantemente servindo as paixões.”

Diógenes de Sinope (em grego antigo: Διογενης ο Σινωπεμς; Sinope, 404 ou 412 a.C. – Corinto, c. 323


a.C.), também conhecido como Diógenes, o Cínico, foi um filósofo da Grécia Antiga. Os detalhes de sua
vida são conhecidos através de anedotas (chreia), especialmente as reunidas por Diógenes
Laércio em sua obra Vidas e Opiniões de Filósofos Eminentes.
Diógenes levou ao extremo os preceitos cínicos de seu mestre Antístenes. Foi o exemplo vivo que
perpetuou a indiferença cínica perante os valores da sociedade da qual fazia parte. Desprezava a opi
nião pública e parece ter vivido em uma pipa ou barril. Reza a lenda que seus únicos bens eram um
alfor je, um bastão e uma tigela (que simbolizavam o desapego e autossuficiência perante o mundo),
sendo ele conhecido também, talvez pejorativamente como kinos, o cão, pela forma como vivia.
A felicidade - entendida como autodomínio e liberdade - era a verdadeira realização de uma vida. Sua
filosofia combatia o prazer, o desejo e a luxúria, pois isto impedia a autossuficiência. A virtude - como
em Aristóteles - deveria ser praticada e isto era mais importante que teorias sobre a virtude.
Diógenes é tido como um dos primeiros homens (antecedido por Sócrates com a sua célebre frase
“Não sou nem ateniense nem grego, mas sim um cidadão do mundo.”) a afirmar, “Sou uma criatura do
mundo (cosmos), e não de um estado ou uma cidade (polis) particular”, manifestando assim um cosmo
politismo relativamente raro em seu tempo.
Muitas anedotas sobre Diógenes referem-se ao seu comportamento semelhante ao de um cão, e seu
elogio às virtudes dos cães. Não é sabido se o filósofo se considerava insultado pelo epíteto “canino” e
fez dele uma virtude, ou se ele assumiu sozinho a temática do cão para si. Os modernos termos
“cínico” e “cinismo” derivam da palavra grega “kynikos”, a forma adjetiva de “kynon”, que significa
“cão”. Diógenes acreditava que os humanos viviam artificialmente de maneira hipócrita e poderiam
ter proveito ao es tudar o cão. Este animal é capaz de realizar as suas funções corporais naturais em
público sem cons
trangimento, comerá qualquer coisa, e não fará estardalhaço sobre em que lugar dormir. Os cães,
como qualquer animal, vivem o presente sem ansiedade e não possuem as pretensões da filosofia
abstrata. Somando-se ainda a estas virtudes, estes animais aprendem instintivamente quem é amigo
e quem é inimigo. Diferentemente dos humanos, que enganam e são enganados uns pelos outros, os
cães rea
gem com honestidade frente à verdade.
A associação de Diógenes com os cães foi rememorada pelos Coríntios, que erigiram em sua memória
um pilar sobre o qual descansa um cão entalhado em mármore de Paros.
Fonte: Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%B3genes_de_Sinope>. Acesso em: 30 setembro de 2020.

Texto 2
Igualdade 7-2521
Um cântico à liberdade de pensar, agir e ser.

Cântico é o título da obra ficcional de Ayn Rand. A história se passa em uma sociedade que aboliu
completamente o conceito do “Eu”. Ali, dizer “eu” tornou-se um crime gravíssimo, tendo como
consequência certa a punição por severas penas. A autora esclarece que, no conto, a individualidade
foi substituída pela coletividade, onde todo o vocabulário, e até mesmo todo o pensamento, destruiu
a figura do “eu” e admite apenas a presença do “nós”.
Nas primeiras linhas do livro a personagem principal é apresentada ao leitor: “Nosso nome é
Igualdade 7-2521, tal como está escrito em nosso bracelete de ferro, que todos os homens carregam
em seu pulso esquerdo com seu nome gravado. Nós temos vinte e um anos de idade. Temos um
metro e oitenta e dois de altura e isso é um fardo, pois não existem muitos homens com um metro e
oitenta e dois de altura. Os Professores e os Líderes sempre olham para nós de sobrancelhas
franzidas, e dizem: “há maldade em seus ossos, Igualdade 7-2521, porque seu corpo cresceu para
além dos corpos dos seus irmãos”. O próprio personagem refere a si mesmo na terceira pessoa,
usando o pronome “nosso”, ao invés de “meu”.
O livro ainda apresenta instituições que coordenam as vidas de todas as pessoas, como por exemplo o
Conselho de Vocações, que define a profissão que cada um deve exercer (independentemente de sua
preferência pessoal); o Palácio do Conselho Mundial, um órgão que detém o domínio da verdade e que
define os valores e as regras que todas as pessoas devem crer e seguir. Para os jovens, ainda há o Lar
dos Estudantes, onde ‘’nós nos levantamos quando a grande campainha tocava na torre, e voltávamos
para nossas camas quando ela tocava novamente. Antes de tirarmos nossas roupas, paramos no
grande salão de dormir, erguemos nosso braço direito e dizemos conjuntamente com três
professores: Não somos nada. A humanidade é tudo. Pela graça de nossos irmãos estamos
autorizados a nossas vidas. Existimos por meio de, para e graças a nossos irmãos – que são o Estado.
Amém”.
O livro segue apresentando uma realidade em clima de distopia, em que as pessoas deixam de pensar
e agir por si mesmas para subordinar suas vidas a regras de condutas estabelecidas para todos, sem
distinção – e sem suas participações na elaboração das leis. As consequências maléficas dessa
planificação social é tema central da obra de Ayn Rand, que acusa frontalmente a ideia de tornar
todos “iguais”, seja por meio da doutrinação ou até mesmo da coerção.
Para a autora, ser “livre” dentro de regimes aos moldes do fascismo, socialismo e nazismo é como um
pássaro que tem a ilusão de que a gaiola é um sistema de proteção que o dono lhe oferece sob a
falácia de que o pássaro preso é bom para ambos. Enquanto o pássaro recebe comida e “segurança”,
o dono desfruta do seu canto como pagamento.
RAND, Ayn. Cântico. Campinas, SP : Editora Vide Editorial, 2015.
ATIVIDADES

01 – Qual das frases se refere ao pensamento cínico?

A) Apreender a viver com o necessário e não fazer do desnecessário algo necessário.

B) Valorizar a razão e a cultura, pois esses são fundamentais para a vida humana. C) A

razão é a base para a vida humana.

D) A essência do homem é a sua alma, essa é racional e virtuosa.

E) Apreender a viver com o necessário natural e cultural.

02 – Os cínicos podem ser chamados de cães. Qual alternativa abaixo não justifica tal designação?

A) Por causa da indiferença de seu modo de vida, pois fazem um culto à indiferença e, assim
como os cães, comem e fazem amor em público, andam descalços e dormem em banheiras
nas encruzilhadas.

B) Porque o cão é um animal sem pudor, e os cínicos fazem um culto à falta de pudor, não como
sendo falta de modéstia, mas como sendo superior a ela.

C) Porque o cão é um bom guarda e eles guardam os princípios de sua filosofia, os valores
naturais e necessários para a vida.

D) Porque o cão é um animal exigente que pode distinguir entre os seus amigos e inimigos. Por
tanto, eles reconhecem como amigos aqueles que são adequados à filosofia, e os recebem
gentilmente, enquanto os inaptos são afugentados por ele, como os cães fazem, ladrando
contra eles.

E) Porque o cão é um animal domesticado e que pode viver entre os homens, aceitando assim, a
sua cultura.

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