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Como será a relação entre PGR e E-social?

Se é que vai haver


relação...

Esta é uma dúvida que muitos estão tendo. Como iremos integrar o PGR com o E-social,
então vamos aqui tentar ajudar a esclarecer.
Primeiramente é importante deixar claro, que estamos tratando de diferentes
legislações, ou seja: E-social = legislação previdenciária, PGR = legislação e trabalhista.
Vamos agora entender melhor os principais pontos dos requisitos de cada uma das
legislações referente ao E-social e PGR.

E-social:

Conforme Manual de orientação do e-social, são definidos como eventos de Segurança


e Saúde no Trabalho – SST os adiante elencados:

• S-2210 - Comunicação de Acidente de Trabalho;


• S-2220 - Monitoramento da Saúde do Trabalhador;
• S-2240 - Condições Ambientais do Trabalho - Agentes Nocivos;

Os eventos de SST possuem como finalidade principal a substituição dos atuais


formulários utilizados para envio da CAT e do PPP.

PGR:

Gerenciamento de riscos ocupacionais:

O disposto neste item deve ser utilizado para fins de prevenção e gerenciamento dos
riscos ocupacionais.
O gerenciamento de riscos ocupacionais deve constituir um Programa de
Gerenciamento de Riscos - PGR.

Como podemos analisar, o objetivo de cada legislação é totalmente diferente, onde no


caso do E-social é a geração da CAT e PPP substituindo os meios atuais existentes e do PGR o
foco é o gerenciamento dos riscos ocupacionais para prevenção de acidentes e doenças
ocupacionais.
Não vejo como tentar otimizar ou facilitar a informação, gerando um PGR que possa
atender as exigências do E-social e nem mesmo um LTCAT que irá atender as exigências do PGR,
pois não há relação entre os objetivos de cada uma das legislações.
Para tentar deixar mais claro, vamos aprofundar um pouco mais neste assunto, falando
agora do PPP, que é o documento onde os agentes nocivos citados no evento S-2240, irão
constar.
O PPP é um documento histórico-laboral do trabalhador que reúne, entre outras
informações, dados administrativos, registros ambientais e resultados de monitoração
biológica, durante todo o período em que este exerceu suas atividades na respectiva empresa.
É uma exigência legal tendo sua elaboração obrigatória a partir de 01.01.2004 (data
fixada pela IN INSS/DC 96/2003) o PPP tem por objetivo primordial fornecer informações para o
trabalhador quanto às condições ambientais de trabalho, principalmente no requerimento de
aposentadoria especial. Ou seja, o PPP tem um grande foco no fornecimento de informações
para fins de comprovar as condições para habilitação de benefícios e serviços previdenciários,
em particular, o benefício de aposentadoria especial e por isso deve ser elaborado com base no
LTCAT.
Mas o LTCAT ainda é obrigatório? Sim, mas existe muita confusão de alguns que pensam
que o LTCAT não e mais obrigatório, pois o artigo 258, inciso IV da Instrução Normativa
INSS/PRES nº 77/2015, dispõe que o documento para comprovar o período de atividade especial
para períodos laborados a partir de 1º de janeiro de 2004 é o Perfil Profissiográfico
Previdenciário – PPP.
Então, isto leva algumas pessoas a acreditam que o LTCAT é dispensável desde a
publicação da Instrução Normativa nº 20/2007 do INSS, que diz que o PPRA, PCMAT, entre
outros, são suficientes para embasar a emissão do PPP.
Porém, a exigência do LTCAT está prevista na lei 8.213/1991 e uma instrução normativa
não tem o poder de revogar dispositivo de lei federal, pois esta legislação é hierarquicamente
superior.
Fando agora sobre o PGR, como já vimos anteriormente, o grande foco do PGR é a
gestão dos riscos ocupacionais para fins de prevenção de acidentes e doenças e não para
qualquer outro fim, e ainda a norma já deixa bem claro, através do item 1.5.2, que para fins de
caracterização de atividades ou operações insalubres ou perigosas, devem ser aplicadas as
disposições previstas na NR-15 e NR-16. Notem ainda que a norma define que o PGR deve
contemplar ou estar integrado com planos, programas e outros documentos previstos na
legislação de segurança e saúde no trabalho e não em outra legislação qualquer, como por
exemplo a previdenciária. Então o foco do PGR é muito mais no sentido de eliminar e/ou mitigar
riscos e não de um parecer conclusivos sobre os riscos para comprovação de condições para
habilitação de aposentadoria especial como é o caso do LTCAT.
O PGR é algo muito mais dinâmico, note que no caso do LTCAT, o mesmo deverá ser
atualizado pelo menos uma vez ao ano, já o PGR deve ser atualizado sempre, pois a legislação
define que a avaliação de riscos deve constituir um processo contínuo e ser revista a cada dois
anos ou quando da ocorrência das seguintes situações:
a) após implementação das medidas de prevenção, para avaliação de riscos residuais;
b) após inovações e modificações nas tecnologias, ambientes, processos, condições,
procedimentos e organização do trabalho que impliquem em novos riscos ou
modifiquem os riscos existentes;
c) quando identificadas inadequações, insuficiências ou ineficácias das medidas de
prevenção;
d) na ocorrência de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho;
e) quando houver mudança nos requisitos legais aplicáveis

Ou seja, dificilmente em qualquer empresa não irá ocorrer as situações acima que irão
demandar uma revisão do inventário de riscos.

Conclusão:

Como vimos no decorrer do texto, as duas exigências legais têm objetivos


completamente distintos, então, a recomendação é, não “misture” as coisas, garanta a
elaboração do LTCAT, para que este sirva como base para o reporte dos eventos S-2240, com
foco em informar a ausência de fator de risco ou de atividades previstas no anexo IV do Decreto
3.048/1999, para fins de geração do PPP e constitua o PGR, para fins de prevenção dos riscos
ocupacionais, visando a prevenção dos acidentes e doenças ocupacionais.

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