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EQUIPE PL

Tradução: Susana A.

Revisão Inicial: Mandy, Adriksms,

Lary S, Gilda Marie, Re Rufino, Nina,

Thaty, Camis V, Ma Nem Sei

RevisãoFinal: Cindy Pinky, Nathy

Calassa

Leitura Final: Lola

Formatação: Lola

Verificação: Anna Azulzinha


SINOPSE
Ser o vice-presidente do MC Brothers of Menace

significa para Kink tomar decisões difíceis e ser duro

como uma rocha. Como regra principal, ele não cria

laços com ninguém, portanto tem uma vida solitária,

especialmente quando quer uma mulher que é tão

lascada quanto ele.

Cookie sobreviveu à maldade que rondeou sua vida.

Então ela conhece Kink, um homem áspero e perigoso,

que deseja acima de tudo.

Quando Cookie e Kink começam a se entregar um

para o outro, o drama se desenrola com o MC e com os

problemas da vida. Ele está em risco de perder sua filha,

e os responsáveis por bombardear o território do MC

Brothers of Menace atacam em um nível pessoal.

Logo a violência explode, vidas estão em perigo e

tudo em que Kink pode pensar é estar com Cookie.


CAPÍTULO
1

Lixo. Vagabunda. Prostituta.

Esses nomes foram ditos tantas vezes na vida de Cookie


que já faziam parte dela. Ela absorveu-os, acreditou neles por
um longo tempo, mas agora ela estava apenas vivendo o
momento atual. Lembrava-se de pedaços de sua vida quando
menina, não muitos, mas o suficiente para que ela se
lembrasse de sua mãe transando com homens no sofá.
Cookie assistia desenhos animados com imagens distorcidas
numa televisão que estava nas últimas, ouvindo os sons
horríveis, mas tentando agir como se não soubesse o que
estava acontecendo. Seu pai foi um homem mau, fez coisas
que ela não gostou, e quando ele foi embora ela sentiu alívio.
E então sua mãe morreu quando ela tinha quinze anos e foi
deixada sob os cuidados de uma tia que não a queria e um tio
que foi tão mal quanto seu pai. Sua mãe não era nada de
especial, e sua morte foi apenas mais uma morte que não
significava nada para Cookie. Dizer que a vida de Cookie foi
um pesadelo era um eufemismo, mas ela sobreviveu, e lutou
todos os dias para viver. Mas é claro que quando a vida
começava a melhorar, outra parte piorava e sua vida horrível
ficava ainda pior.

Ela fechou os olhos para as lembranças de seu passado


que passavam por ela, de uma época em que ela era nada
mais do que um brinquedo. Quando abriu os olhos
novamente, ela não estava mais em seu passado. Estava em
pé na frente da pequena pia com espelho no banheiro no
Clube The Brothers of Menace, Cookie forçou-se a olhar para
o seu reflexo. Ela tinha seu cabelo avermelhado puxado num
rabo de cavalo solto, mas talvez ter seu cabelo longe de seu
rosto não era a melhor ideia. Ela só podia ver suas falhas, as
que ela tentou esconder em sua mente. Olheiras estavam sob
seus olhos azuis claros, e um punhado de sardas surgia do
outro lado da ponte de seu nariz. Ela arrastou seu olhar para
baixo até que estava olhando para seu corpo, que era muito
cheio para que ela se sentisse bem. Apesar dos sentimentos
que tinha sobre sua aparência, e as vozes em sua cabeça de
sua mãe dizendo que ela era feia e sem valor, Cookie aceitou
quem e o que ela era.

Bailey Marie Smith.

Ela não falava o seu próprio nome há um longo tempo, e


honestamente, nem parecia mais que era seu. O nome —
Cookie— era algo que criou quando menina, porque os
cookies eram doces e todos queriam um. Mas o tipo de
atenção que Cookie atraiu estava longe de ser o que ela
queria.

Apoiando as mãos na pia, ela respirou fundo. Ela


precisava voltar para o bar e servir os clientes. Haviam
algumas meninas regulares que ficavam no clube, e estavam
com eles antes dos Irmãos terem trazido Cookie e o resto das
meninas de Denver. Parecia ser tanta coisa acontecendo à
sua volta que, às vezes, ela sentia como se estivesse remando
contra a maré. As mulheres com quem Cookie esteve em
Denver, as prostitutas que foram espancadas por um cafetão
que estava enlouquecido e drogado, estavam tentando
reconstruir suas vidas. Em vez de ficar numa cabana que o
clube criou para elas, pensando em tudo o que aconteceu e o
que ainda podia acontecer, Cookie decidiu voltar para o
mundo. Ela trabalhava para o clube, tentando manter-se
ocupada, manter sua mente ocupada, e também agradecendo
ao clube de qualquer pequena forma que ela pudesse por
salvar sua vida. Trabalhar em seu clube no River Run era o
que ela poderia fazer agora, e esperava que eles vissem que
ela estava tentando seguir em frente. Ela queria manter seus
pensamentos fora de tudo o que aconteceu, e a melhor
maneira de fazer isso era mergulhar no trabalho.

Ela olhou para a porta do banheiro fechada, e podia


ouvir a música e risos masculinos do outro lado. Ela só
estava com os irmãos durante as últimas duas semanas,
ajudando principalmente atrás do bar e, ocasionalmente,
cozinhando refeições para eles. Mas ela geralmente apenas se
certificava que se mantinham bêbados, e deixava Tatum, a
mãe daquele antro, cozinhar todas as refeições. Ela olhou-se
no espelho outra vez, suspirou, e depois lavou as mãos. Não
adiantava ficar no banheiro pensando sobre seu passado
ruim.
Mas o que eles pensariam se soubessem o que realmente
aconteceu com ela? Os membros do clube não eram santos
em qualquer sentido, mas, novamente ser vendida pelo seu
tio para um cafetão, e, em seguida, tornar-se prostituta do
homem, não era provavelmente algo que eles realmente se
importariam o bastante para querer saber. Ela teve nojo de si
mesma durante muito tempo, mas quando uma pessoa não
tinha nada para começar e então, de repente é afastada de
coisas belas e de carinho, até que estava se afogando nisso,
era difícil não se agarrar a isso. E isso era exatamente o que
ela fez com Morris. Mesmo apenas pensar em seu nome fazia
o seu estômago se apertar em desgosto.

Primeiro, ela foi vendida por nada mais do que cerca de


oito bolas de cocaína e cerca de cem dólares com a tenra
idade de dezessete anos, e então foi vendida novamente por
Morris quando ela completou vinte e um.

Era como uma espécie de piada de mau gosto feita com


ela. Ela viveu uma vida de riqueza com Morris, um sádico
nojento que só pensava em si mesmo. E quando ele lhe disse
que queria uma versão mais jovem, mais bonita dela, a
vendeu a algum cafetão junto com o grupo de meninas que
foram resgatadas pelo grupo The Brothers of Menace. Tão
mal quanto tudo isso foi, ela sabia que poderia ser pior.
Cookie não esteve com o cafetão que as abusou tempo
suficiente para ser abusada, de modo que ela estava pelo
menos grata por essa parte. Mas tão triste como tudo soou,
Cookie estava feliz que tudo aconteceu do jeito que
aconteceu. Porque se ela não tivesse vivido essa vida ela não
estaria livre agora e realmente pensando em algo mais para
seu futuro do que estar deitada de costas, com as pernas
abertas e orando pela morte.

Ela abriu a porta do banheiro, desligou a luz, e foi para


a sua expressão, que mostrava que estava bem, e que ela era
resistente como o aço. Supôs que algumas opções seriam
precisas, mas talvez isso fosse porque ela viveu com essa
falsidade toda a sua vida, e era como se ela estivesse vivendo
na mentira.

A sala principal, onde os Brothers Menace se juntavam,


era uma enorme sala com detalhes de madeira, um belo loft
acima, e que foi convertida para ter todas as comodidades
necessárias para os caras estarem à vontade. Uma mesa de
bilhar, um enorme bar que estava organizado em torno de um
lado da parede, várias tabelas no estilo pub, e até mesmo um
pole de stripper foi adicionado. Ela cresceu vendo um monte
de merda assim, mais do que ela teria preferido esquecer, por
isso, ver mulheres vestindo quase nada, esfregando-se em
postes de metal, e até mesmo chupando os paus dos
motociclistas não era realmente um choque. Cristo, ela fez
coisas piores do que isso, ou foi obrigada a fazer coisas piores
do que isso durante o seu tempo com Morris.

Ela deu um passo atrás do bar e olhou ao redor da sala.


Era uma noite de sábado e, a julgar pela atmosfera tranquila
e livre de drama, tinha um bom palpite de que os caras
estavam de bom humor. Não era como se eles não fossem
assim normalmente, mas quando eles estavam estressados,
ou existia algum tipo de drama acontecendo, Cookie podia
senti-lo no ar. Era como uma substância escura, uma tinta
que cobria sua pele.

Ela viu os membros do clube Rock e Ruin juntos a mesa


de bilhar, e o Presidente, Lucien, sentado na frente do pole de
stripper. Lucien estava assistindo uma das mulheres que
agitava a sua bunda na frente dele, e então ela se abaixou e
agarrou seus tornozelos, dando-lhe claramente uma bela
visão de entre as pernas. Lucien estendeu a mão e deu um
tapa na bunda dela, e o sorriso que se espalhou pelo rosto da
stripper disse a Cookie que ela queria que Lucien fizesse mais
do que isso. Alguns dos outros caras estavam numa mesa de
jogo, e Cookie virou a atenção para longe de tudo, focada nas
garrafas de bebidas que revestiam a parte de trás do bar. Mas
havia um motoqueiro que ela não viu quando olhou ao redor
da sala, um homem que fez sentir uma estranha eletricidade
movendo-se através dela quando o viu pela primeira vez há
semanas atrás ... Kink. Ele era o vice-presidente dos
Brothers, e sempre tinha uma dura atitude implacável. Ele foi
um dos que a assustou e a fez pensar em todos os homens
horríveis que estiveram em sua vida, simplesmente porque
parecia que ele não se importava com nada. Mas ela sabia
que ele não era nada como aqueles bastardos que a
machucaram no passado. Ele podia ser cruel, não se
importando, e pronto para bater no traseiro de alguém, mas
ela também ouviu falar que ele tinha uma filha, que ele
amava muito. Se alguém pudesse sentir o amor, então essa
pessoa não era ruim, e ela podia ver que sob esse exterior
duro, Kink era um bom homem, mesmo que ele estivesse
coberto de tatuagens e pudesse matar um homem com as
mãos nuas.

Ela não conhecia Kink além de algumas conversas em


que esteve envolvida com alguns dos motoqueiros, Malice
sendo o principal deles, ela mantinha as palavras para si
mesma. Era melhor assim, porque uma vez que estivesse em
uma situação melhor ela não iria ficar em River Run. Ela não
queria ficar em qualquer lugar na verdade. Cookie queria
viajar pelo país, não estabelecendo raízes num lugar
específico, e apenas desfrutando de estar viva. Não havia
nada pior do que alguém forçar uma pessoa a fazer alguma
coisa, e Cookie nunca iria deixar que isso acontecesse com
ela novamente.

—Ei, docinho. Importa-se de me servir umas doses de Jack?

Ela olhou para o homem que se aproximou do bar. Ela o


conhecia das últimas semanas em que esteve aqui, e sabia
que ele se chamava Pierce e era um recruta a ser um
membro. Ouvi as outras meninas que trabalhavam neste
lugar conversando e os motociclistas, também, que ele tinha
esse nome porque tinha alguns piercings interessantes lá em
baixo. Ela forçou um sorriso e acenou com a cabeça, e sem
verbalmente responder pegou dois copos, colocando-os na
frente dele, e derramou Jack Daniels neles.

——Obrigado, querida —Ele deu-lhe uma piscadela e um sorriso


que ela sabia que provavelmente fazia com que a maioria das
mulheres se colocasse de pernas abertas para ele, e
caminhou até a mesa de bilhar. Tuck e Malice estavam no
meio de um jogo, assim como alguns recrutas que acabaram
de ser recrutados. Ela não se importava com a bebida, a
atmosfera selvagem, ou mesmo o fato de esses caras
gostarem de erva. Ela estava apenas grata que Lucien a
deixou trabalhar para ele. Ficar naquele abrigo dia após dia,
vendo as meninas que foram mais espancadas, e sabendo
que ela poderia estar morta se as coisas tivessem sido
diferentes, a deixava grata por cada pequena coisa que ela
tinha.

Ouvindo algo por trás dela, Cookie se virou. Pepper, uma


das garotas que trabalhavam na sede do clube e dormia com
os membros, deu um passo atrás do bar e estava claramente
à procura de algo. Hoje à noite Pepper usava uma pequena
saia preta, que mal cobria as bochechas de sua bunda
quando ela se inclinava, e uma blusa branca de botão que era
curta o suficiente ainda que ela tivesse amarrado logo abaixo
dos seios. Sua barriga lisa estava exposta, e a argola que
estava no seu umbigo oscilou e mostrou um pequeno
pingente de coelhinha da Playboy no final.

—Ei, menina, você viu aquela coisa de pedra? —Perguntou


Pepper, curvando-se e remexendo na prateleira inferior.

—Uma coisa de pedra?

Pepper levantou-se e olhou para Cookie.

—Sim, um grande pedaço de pedra com o qual você


pode abrir uma garrafa de licor e despejar em shots?

Cookie assentiu.

—Ah, sim, na verdade, eu vi. —Além de Tatum as


meninas não falavam com ela, a menos que tivessem que
fazer. Ela não sabia se a viam como uma espécie de
competição, mas se comparada a elas, Cookie era nada,
menos do que atraente e não havia absolutamente nenhuma
competição de qualquer maneira. Ela virou-se e agarrou o
utensílio que Pepper estava se referindo. Era uma laje de
granito com um bico saindo de uma extremidade. Pierce
trouxe realmente num dia para um jogo de cartas que os
caras estavam jogando. Por que eles não serviam
simplesmente das garrafas ela não sabia, mas talvez eles
quisessem colocar alguma classe e fazê-los sentir como se
tivesse uma bartender bem ali ao lado deles. Ela levantou a
pedra de 13 kg, e entregou a Pepper. A mulher lutou por um
segundo, quando estava em suas mãos, e Cookie sorriu
internamente. Essa coisa era provavelmente pesada para
carambapara uma mulher do tamanho de Pepper. Ela trotou
até a mesa de jogo em seus saltos, que poderiam ser
considerados armas mortíferas, e deixou a rocha ao lado de
Tuck. O motociclista marcado estendeu a mão e passou o
braço densamente tatuado em torno de Pepper e arrastou-a
para o seu colo. Havia um monte de devassidão acontecendo,
mas o que era diferente de assistir das prostitutas, era que
elas mesmas essencialmente gostavam do que elas estavam
fazendo na sede do clube, eram as bocetas doces do clube,
como os caras chamavam, estavam realmente fazendo isso
para se estabelecerem. Ela não entendia, não sabia qual era a
emoção e a tentação de ser uma “Senhora”1para esses caras

1
Old Lady, esposa de um MC.
durões, mas cada um na sua e toda essa besteira.

Antes que Pepper a chamasse, Cookie pegou uma


garrafa de uísque e se dirigiu até a mesa. Comparada com
todas as mulheres neste lugar Cookie estava se vestindo
como se ela estivesse saindo para uma nevasca. Jeans e uma
t-shirt não era geralmente considerado estar excessivamente
vestida, pela maioria dos padrões, mas quando a maioria da
população feminina deste lugar estava usando látex e top que
mal cobriam um mamilo, Cookie parecia uma freira. Ela
colocou a garrafa sobre a mesa, mas manteve seus olhos
baixos e seu foco em outro lugar. Ela fazia seu trabalho, e
isso era tudo. Mas os caras já estavam caindo de bêbados,
assim eles não tentaram iniciar uma conversa.

Bom.

E antes mesmo que ela conseguisse voltar para o bar, as


portas da frente se abriram, e Kink entrou. Ele parecia
chateado. Ele tinha um corte acima do olho e um hematoma
se formando em sua bochecha. Ele entrou numa briga com
certeza, mas se ele tinha alguns arranhões só podia imaginar
como o outro cara estaria. Ela voltou sua atenção para longe
dele e rapidamente caminhou para o bar.

—Eu preciso de alguma porra de bebida, e que seja forte para


caralho—Kink disse em voz alta, e embora ela não olhasse
para trás, sabia que ele estava falando com ela.

Ela se virou e olhou para ele, viu que ele estava olhando
para uma das meninas no pole de stripper, e sabia antes
mesmo de começar que ele estaria transando com ela esta
noite. Ele tinha aquele olhar em seu rosto que a maioria dos
caras aqui tinha quando eles estavam prestes a foder alguém.
Cookie não percebeu que ela estava olhando para ele até que
ele se virou e olhou para ela. Deus, quanto tempo ela esteve o
observando? Não devia ter sido muito tempo, mas um
segundo sequer ainda era muito. Por um momento ela ainda
não podia afastar o olhar dele. Ele tinha um topete em seu
cabelo castanho escuro, e embora a maioria dos caras só
parecesse ridículo com um penteado como esse, fazia
realmente Kink parecer mais perigoso e rude por algum
motivo. Ele olhou para ela com seus olhos azuis, que se
tornaram frios, desprovidos de emoção, e se pudesse falar,
provavelmente, teria lhe dito para fazer a porra do seu
trabalho.

—Eu sinto muito —Ela virou-se e fechou os olhos, sentindo-se


como a maior idiota por dizer isso em voz alta. Ela
rapidamente pegou numa dose dupla do uísque mais forte
que eles tinham, o tipo que ouviu os caras amaldiçoarem
quando terminavam, jogando-os para trás, e se virou para
colocá-lo para baixo na frente dele. Mas ele ainda estava
olhando para ela com aquele olhar impenetrável, e tudo o que
pôde fazer foi ficar lá e olhar para ele de volta. Era como se
seu olhar o tivesse congelado em seu lugar. Ela engoliu em
seco quando ele pegou o copo e bebeu-o sem nunca tirar os
olhos dela. Ele bateu o copo de volta na mesa, nem sequer
pestanejou depois que ele engoliu em seco, e ela sabia que ele
estava mais do que irritado. A raiva o comia.

—Dê-me outro —disse ele, enquanto ainda olhava para ela como
um maldito predador pronto para atacar sua presa.

Ela encheu o copo e colocou a garrafa ao lado dele.

Ele sorriu, mas era apenas uma inclinação no canto dos


lábios.

— Menina esperta —disse ele e tomou aquela bebida


também.

— Irmão, onde você estava? —Ruin perguntou enquanto se


aproximava e ficou ao lado Kink no bar.

—Sam Adams —disse Ruin e piscou para ela.

Ela pegou a cerveja e tentou não ouvir a conversa. Mas


era difícil não ser arrastada para o som da voz profunda e
masculina de Kink, ou a maneira como ele fazia essa
sensação de formigamento viajar através de seu corpo. Ela
não conseguia explicar, não podia sequer entender, porque
era uma sensação que nunca sentiu antes. Assustava-a,
despertava-a, e confundia-a para caralho.

Ela não sabia quanto tempo passou com os dois caras


que falavam atrás dela, enquanto Cookie se ocupava
limpando o balcão e as garrafas, mas então ouviu Kink falar
novamente.

—Ei.

Ela olhou por cima do ombro, não esperava que ele fosse
falar com ela, mas ele estava. Ele olhou para ela, e ela baixou
o olhar para o denso pescoço musculoso. Ela podia ver as
tatuagens que espreitavam para fora, debaixo do colarinho de
sua camisa, e então ela olhou para seus braços. Deus, eles
eram tão grandes e musculosos, e as tatuagens que cobriam
sua pele dourada o fazia parecer ainda mais letal.

—Dê uma boa olhada —disse ele com uma voz monótona.

Ela olhou fixo para o rosto dele, e sentiu suas bochechas


esquentarem de vergonha por ter sido pega descaradamente o
observando, e depois sacudiu a cabeça como uma idiota.

—Eu ... eu, bem, eu sinto muito —Ela não sabia o que
dizer, e a gagueira a fez sentir-se ainda mais juvenil. Para ser
honesta, ela nunca realmente esteve sexualmente atraída por
um homem. Com Morris foi mais uma coisa de segurança que
sentia. Com Kink era muito diferente. Ele era grande e forte, e
ela sabia que ele podia lidar consigo. Ele poderia protegê-la
com sua força, e depois havia o fato de que ele era assim
muito atraente de uma forma não bonito. Era como uma
dureza que apelava para um lado muito feminino dela.

Cookie deveria ter se virado quando ele a ignorou, mas


não o fez. Ele não sorriu, nem sequer respondeu quando ela
se desculpou. Era como se ele quisesse envergonhá-la,
quisesse forçá-la a enfrentar o que ela acabou de fazer. Ele
terminou de beber o que devia ser o seu quarto shot, virou-se
e, em seguida, caminhou em direção ao sofá em que Lucien
estava sentado. Outra mulher veio até Kink e começou a
moer em cima dele, e Cookie sabia que precisava parar de ser
tão tola. Um homem como Kink não era o tipo de cara com
quem ela queria se envolver. Mas logo antes de ela virar as
costas para ele, ela o viu olhar para ela enquanto a mulher
estava moendo sua bunda e boceta em seu colo. Ele sorriu,
sorriu para ela, como se achasse divertido que ela ficasse
humilhada observando o que estava acontecendo. Talvez ele
sorrisse porque ele gostava dela observando o que estava
sendo feito para ele, ou sorriu porque achou divertido que ela
não conseguia parar de olhar. De qualquer maneira Cookie se
forçou a virar e terminar a limpeza, porque pelo menos isso a
ajudaria a manter sua mente fora do que ela realmente
queria ... Kink.
CAPÍTULO
2

Kink trouxe a cerveja à boca, tomou um longo gole da


garrafa e olhou para Malice. O outro homem estava falando
com Tuck, e Kink sentia-se muito mal desde que ele se meteu
nos assuntos do homem quando ele trouxe sua “Senhora”
pela primeira vez para River Run de Fairview. Kink tinha sua
própria confusão acontecendo, mas isso não era uma
desculpa para atacar um membro do clube. Malice e Tuck
deram um tapinha nas costas e se afastaram, mas antes que
Malice pudesse passar por ele dirigindo-se para o bar, Kink o
chamou. Malice parou e olhou para ele, mas não disse nada.
Eles podiam fazer as coisas do clube, e deixar o seu drama
pessoal de fora, mas era hora de Kink endireitar as coisas.
Ele se levantou, deu mais uma tragada no seu cigarro, e o
apagou no cinzeiro sobre a mesa. Ele se endireitou, olhou
para o outro homem direto nos olhos, e apenas disse o que
ele precisava dizer.

—Ouça, homem, sobre ter ficado no seu pé sobre


Adrianna, quando você a trouxe pela primeira vez para o
clube...

Malice deu um passo mais perto, cortando Kink. Eles


eram iguais em altura e massa muscular, e mesmo se Malice
desse um soco em Kink, ele ia aceitar. Quando Malice trouxe
a abusada e assustada Adrianna para River Run de Fairview,
Utah, Kink atravessava um mau momento. Não só eles
tinham um punhado de mulheres que trouxeram de volta de
Denver, as que foram espancadas pelo seu cafetão, mas eles
também trouxeram de volta ao clube bocetas do Fairview.
Agora eles estavam cheios de mulheres que estavam em
apuros, aquelas que precisavam de reabilitação por seus
passados, e outras que só precisavam ficar longe de Utah por
causa de algum fodido culto que necessitava ter seus paus
rasgados por mexer com o clube.

—Escuta, eu sei que você tem um monte de problema


com Callie e Sarah e toda essa merda, e apesar de você ter
estado totalmente fora de controle, e cruzado a linha sobre
Adrianna quando tivemos a reunião, eu entendo que sua
cabeça estava em outro lugar. — Malice colocou uma mão em
seu ombro. —Vamos apenas seguir em frente, ok?

Só de ouvir sobre a sua ex o irritou. Mas ele deixou isso


de lado, porque isso não era o que precisava ser dito agora.
Kink assentiu.

—Sim, irmão.

Malice assentiu.

—Vamos deixar a raiva e a violência para os que


merecem.

Kink assentiu.

—Sim, cara, definitivamente.


Malice sorriu.

—Bom, agora eu preciso ver minha mulher. — Ele se


virou e saiu, e imediatamente Kink olhou para Cookie. Desde
que ela entrou na vida do clube, ele a queria, mas manteve a
distância e a deixou fora de seus pensamentos. Ele se afogou
em álcool, maconha e mulheres fáceis do clube, e nunca se
sentiu tão sujo como ele se sentia agora, enquanto olhava
para ela. Mas nada poderia mudar o que ele fez ou deixou de
fazer, e apesar de desejá-la, Kink sabia que não podia estar
com ela, não da maneira que Malice estava com Adrianna.
Cookie era uma fêmea danificada, provavelmente viveu uma
vida horrível, e ele se envolver com ela significaria trazê-la
para os perigos do clube, como sua mulher. Ele não sabia
sobre a bagagem emocional dela, mas ele tinha uma
imaginação vívida.

Ele olhou para ela novamente e forçou-se a sentar-se. A


coisa que ele não sabia era se ela estava se prostituindo como
as outras mulheres que trouxeram de volta de Denver. Ele
sabia que algumas das mulheres não chegaram tão fundo no
—negócio— ainda, então talvez ela fosse uma delas? Mas ele
não estava pronto para ter qualquer tipo de mulher em sua
vida. Kink fez o percurso com a ex mulher, ainda que por um
curto período de tempo, mas porra, ele tentou. E agora ele
tinha uma filha de dezessete anos de idade para mostrar,
como consequência das semanas em que tentou ser um bom
homem e sossegar. Ele amava Callie mais do que qualquer
outra coisa, mas recentemente ele descobriu que a cadela da
sua mãe estava tentando sair do estado com sua criança.
Essa era também uma outra razão porque não precisava de
nenhuma mulher em sua vida permanentemente. Ele tinha
muita merda acontecendo agora, e não poderia dedicar
qualquer tipo de tempo significativo ou emoções para uma
mulher, especialmente uma que podia estar danificada de
uma maneira que ele não poderia trazê-la de volta.

Além deste clube e dos membros que ele considerava


como família, Kink não tinha mais nada de bom em sua vida
além de sua pequena menina. Ok, então ela não era mais tão
pequena assim, tinha até algum namorado fodido que ele
ouviu falar, mas em seus olhos ela seria sempre o seu bebê.
Callie era a única luz na escuridão que o consumia na vida
que ele levava. Ele ia sempre protegê-la não importasse no
quê, certificando-se que ela não cometeria os mesmos erros
que ele cometeu, e também iria afastá-la de bastardos como
ele. Ele poderia tê-la mantido em sua vida, mesmo apesar do
fato dele pertencer a um MC fora da lei, e ter feito um monte
de merda ruim em sua vida, mas essa foi a sua escolha. Por
não ter tido um velho decente quando ele estava crescendo,
Kink não estava disposto a deixar que Callie fosse órfã.

Ele esfregou a mão sobre o rosto e olhou para o teto por


um segundo, tentando controlar-se. Mas estava estressado
por causa de Sara e sua besteira de se mudar para a
Califórnia com o namorado caloteiro. Falar com ela não
adiantou merda nenhuma, e suas ameaças de sair porque ela
tinha a custódia total foram um monte de merda, também.
Ele tinha um cara que trabalhava com o clube e estava
estudando o caso, Kink tinha bastante certeza que a cadela
não tinha bases legais para ir em frente e deixar o estado.
Além disso, seu cara era bom, e Sarah não tinha nada no
nome dela. Se ela queria a porra de uma batalha, ele daria a
ela uma guerra.

A mulher que estava moendo sua boceta e bunda contra


ele se chamava Lolly, ou Lilly, ou algo parecido. Ele não
conseguia se lembrar, e francamente não se importava. Ele só
precisava extravasar. As lutas subterrâneas sem proteção de
luvas, ajudaram um pouco na gestão de sua raiva. Não
muito, mas ele estava esperando que uma boa sessão de sexo
sujo fosse remediar isso. Eles não o chamavam de Kink
porque era um nome bonito. Ele estava prestes a mostrar à
mulher disposta do que ele gostava, e todas as malditas
coisas imundas que ele queria fazer.

Ele recostou-se no sofá e olhou para Lucien quando seu


presidente se levantou ao lado dele. Kink agarrou a mulher
que lhe deu uma dança sensual, puxou-a e beijou-a com
força. Ele se afastou e focou-se nas mamas que estavam
sendo empurrados em seu rosto, e então se inclinou para
tomar um mamilo duro em sua boca. Ela tinha um anel
perfurado na ponta, e ele sentiu seu pênis mexer
ligeiramente. Apesar de estar na necessidade de uma boceta
quente, molhada para deslizar o seu pau, esta mulher
simplesmente não estava fazendo isso por ele. A música
System of a Down de —Lost in Hollywood— tocava no som, e
a boceta do clube continuou a esfregar-se sobre ele. Mas o
foco de Kink era na mulher por trás do bar, a que estava
tentando parecer como se estivesse ocupada e não afetada.
Ele ainda podia vê-la olhando para ele. Ele não queria que ela
se sentisse desconfortável, porque sabia que ela
provavelmente passou por alguma merda horrível, mas havia
algo nela que o atraía. Mesmo com todas as coisas que ele
estava passando em sua vida agora, ele na verdade, sentia
um momento de paz ao olhar para ela, o que lhe parecia
louco para caralho.

Ela não era magra como as outras meninas que


andavam por aqui, as que estavam desesperadas para ser
reivindicadas por um irmão. Ele honestamente não sabia
qual era a atração desse estilo de vida para uma mulher. A
vida de um irmão estava longe de ser ideal. Era perigosa,
violenta, e eles tendiam a fazer um monte de inimigos. O
único irmão que estava amarrado era Malice, mas Kink sabia
que o outro homem não via a sua mulher ou seu filho tanto
quanto ele queria. O clube gastou um monte de tempo e
esforço para manter as coisas funcionando sem problemas e
por Kink ser o VP ele tinha muito em seu prato. Ele olhou
para Cookie, viu como ela se abaixou para pegar algo na
prateleira mais baixa, e se sentiu como um maldito bastardo
doente por estar olhando para a sua bunda. Os jeans que ela
usava se apertaram ao redor dos grandes globos. Ele gostava
que ela fosse cheia de curvas e que seu corpo fosse feito para
aguentar um homem como Kink, mas então ele se sentia
como um idiota por querer fazer as coisas que imaginava, e
por ter as imagens dela nua e espalhada antes dele cair em
sua mente. Ele não era suave durante o sexo, gostava de
áspero e duro, e, claro, de introduzir um pouco de
perversidade, mas ele sabia que ela não ficaria bem com isso.
Dado como a sua vida provavelmente foi, e do tipo de coisas
que ele gostava, ele iria a assustar para caralho. Mas ela
precisava ter medo, porque ele estava longe de ser um bom
homem, e uma mulher como Cookie precisava de um bom
homem em sua vida. Porra, o que diabos ele sabia sobre o
que as mulheres queriam? Só conhecia as que lhe faziam
companhia e gostavam de ter um pau duro que entrasse
nelas.

—Vamos lá, baby, que tal você me levar de volta para o


seu quarto como da última vez? — A mulher que se esfregava
sobre ele falou contra seu ouvido.

Ele se afastou e olhou para seu rosto. Como era triste o


fato de que ele nem se lembrava de ter tido ela em sua cama?
A maneira como ela se movia sobre ele, tentando seduzi-lo e
deixá-lo duro, deveria ter feito alguma coisa ao seu pau. Mas
ele mal estava semiereto como costumava estar, e não sabia
se era por causa de toda a confusão que estava acontecendo
com Sarah e Callie, ou sobre o fato de que, quem ele
realmente queria em sua cama era Cookie. Ele olhou para ela
de novo, viu que ela estava falando com Pierce, e
automaticamente sentiu uma sensação estranha dentro dele.

Ciúmes. Ele sentiu inveja por Pierce estar falando com


ela, e a maneira como ele estava se inclinando sobre o balcão
e esfregando as pontas dos dedos na barra superior e perto
das mãos dela, dizia a Kink que o recruta estava tentando
fazê-la desistir. E então Cookie sorriu para algo que Pierce
disse, e mesmo à distância e com a má iluminação ele podia
ver que as bochechas de Cookie ficaram rosadas.

Isso o irritou ainda mais, e seu ciúme rugiu como uma


espécie de animal feroz. Kink empurrou a stripper fora dele e
andou em direção ao bar. Cookie olhou para ele e deu um
passo para trás. Seus olhos se arregalaram, e ela olhou para
Pierce, e depois de volta para Kink. Ele sabia que sua
expressão era provavelmente muito, muito feroz, porque ele
sentia vontade de dar um soco em um homem que
provavelmente seria um membro deste MC num futuro muito
próximo.

Pierce virou-se e olhou para Kink por cima do ombro, e


então lentamente levantou para os seus plenos 1.82cm e o
encarou.

—E aí cara? Você parece pronto para chutar o traseiro


de alguém.

Ele estava, e esse homem era Pierce.

Kink parou bem na frente dele, olhou o outro homem


direto nos malditos olhos e tentou controlar a respiração. Ele
não devia estar agindo como um tolo, mas ele sentia essa
raiva, como nunca sentiu antes, e tudo porque Pierce estava
flertando com uma mulher que não era sequer dele.

—Sim, eu estou pronto para chutar o traseiro de


alguém. — Não havia nenhuma dúvida que Kink estava
falando de Pierce, e quando o outro homem inflou as suas
narinas, Kink sabia que ele percebeu.

—Qual é a porra do problema? — Disse Pierce, e o calor


de seu corpo atingiu Kink como um tiro no rosto.
—Você é o meu problema, garoto. — disse Kink entre
dentes, sabendo que a maneira como ele estava agindo era
totalmente injustificável e fora de lugar, mas ele era incapaz
de se impedir de agir sobre suas emoções cruas. Eles
olharam um para o outro, sem se mover nem respirar, mas
com a testosterona saltando entre eles.

—Ei, o que diabos está acontecendo aqui? — disse


Lucien se aproximando ao lado de Kink. O cheiro de maconha
encheu o pequeno espaço que os rodeava.

—Não há nenhum problema comigo. O VP veio para


cima de mim como se eu estivesse urinando em seu território
ou algo assim. — disse Pierce, e então suas narinas inflaram
mais uma vez. Ele se virou e olhou para onde Kink olhava, e
era para Cookie. Quando ele olhou para Kink havia um
sorriso no rosto. — Oh, já vejo o que é.

—Você vê? — Kink disse com raiva mal contida.

Pierce ergueu as mãos.

—Eu não sabia que você a reclamou. A garçonete é toda


sua, irmão.

Antes que Kink pudesse dizer algo em troca Pierce


passou por ele e foi para onde Kink acabou de estar sentado.
A stripper fixou residência no colo de Pierce e começou a
moer sua merda, como se ela simplesmente não tivesse
acabado de propor a outro uma foda profunda.

—Kink, homem, venha falar comigo. — disse Lucien.

Kink virou e olhou para o presidente do clube. Lucien


olhou para ele, puxou um trago do seu baseado, e então
lentamente exalou. A nuvem branca de cheiro doce flutuou
em torno deles, e, finalmente, Kink balançou a cabeça e
passou a mão sobre o rosto. Estava perdendo a porra do
controle. A barba em seu rosto raspou ao longo de sua palma,
e a humilhação do que ele quase fez o atacou. Ele se virou e
olhou para Cookie. Ela o olhou com os olhos arregalados. A
cor era de um azul surpreendente que se destacou contra sua
pele pálida e o punhado de sardas ao longo suas bochechas e
na ponta do nariz.

—Porra. — ele trincou os dentes.

Ela se encolheu depois que ele falou, e ele se sentiu


como um filho da puta. Ele se virou e se afastou
violentamente, mas sentiu Lucien logo atrás. Em vez de ir
para o quarto que ele tinha na parte de trás, ele se virou e
caminhou em direção ao corredor, de volta onde estava um
escritório. Kink abriu a porta e se virou para ver Lucien
entrar atrás dele e fechar a porta.

—O que diabos foi isso lá atrás, Kink? — Lucien disse e


se inclinou contra a porta. Ele cruzou os grandes braços
sobre o peito, e seu colete de couro esticou sobre seus
músculos.

—Merda. — Kink balançou a cabeça e apertou os


dentes. —Eu não sei. — Isso era uma mentira, e quando ele
levantou o olhar para Lucien e viu a expressão no rosto de
seu presidente sabia que Lucien não estava acreditando
naquela besteira.
—Que tal você ser honesto comigo, e não me diga que
tudo isso é por causa de Sarah e sua bunda louca.

Kink sacudiu a cabeça.

—É principalmente sobre Sarah e sua bunda de cadela,


mas é também sobre...— Ele olhou para a porta sobre o
ombro de Lucien, e depois sacudiu a cabeça novamente. —Eu
não sei, cara. Eu não deveria ter agido dessa forma com
Pierce, mas eu surtei. Eu estou com um monte de raiva
dentro de mim agora. Eu não queria que ele desse em cima
da Cookie quando é claro que ela não é como as bocetas que
fazem parte do clube. Na verdade, - ele esfregou a mão sobre
o cabelo - ela não devia nem mesmo estar trabalhando aqui,
Lucien.

Seu presidente não falou por um momento, mas


finalmente ele exalou e foi até uma das cadeiras surradas que
estavam contra a parede. Fez um gesto para Kink para tomar
a outra, e quando eles se sentaram um em frente ao outro
Kink se inclinou para trás. A cadeira rangeu com o seu peso,
e a poeira que saiu do material antigo encheu a sala.

—Eu já falei com ela sobre isso e ela sabe o que acontece
aqui, mesmo antes de ela começar. — Lucien se inclinou para
trás em sua cadeira, também. —Ela é uma menina resistente.
— Ele sorriu. —Ela é uma Cookie resistente, homem, e
insistiu em estar aqui. Ela precisa esquecer por um momento
toda a merda que lhe aconteceu, e quem, na porra, sou eu
para lhe dizer o contrário? —Lucien olhou para ele com os
seus olhos acinzentados estranhos para caralho, e Kink
assentiu.

—Sim, eu sei, e eu entendo isso, mas eu ainda não acho


que ela ver toda essa porcaria depois do que passou é uma
grande ideia.

Lucien deu de ombros novamente.

—É a vontade dela e eu estou bem com isso. Além disso,


você não tinha um problema do caralho quando votamos se
ela podia estar aqui.

Ele balançou a cabeça e olhou para o teto.

—Sim você está certo. Vamos seguir em frente. —Ele


não queria falar mais sobre Cookie, e ele com certeza não
tinha nada a ver com o que ela fazia ou deixava de fazer. Ela
era uma mulher adulta e claramente sabia o que queria.

—Então você não quer Cookie?

Ele olhou para Lucien, sem saber como responder,


porque ele com certeza não sabia como até mesmo colocar o
que ele sentia em palavras.

—Eu não sei mais o que eu quero, Lucien, mas o que eu


sei é que me envolver com uma mulher de uma forma que
não seja só enterrando meu pau dentro dela por mais de
algumas horas não é o que eu preciso agora. — Ele olhou
para Lucien, sabendo que suas palavras eram grosseiras e
injustas, mas ele não queria retirar o que ele disse. Lucien
olhou para ele com uma expressão vazia.

—E uma mulher como Cookie com toda certeza não


precisa de um homem como eu em sua vida.
Lucien ficou em silêncio por um momento e depois
assentiu.

—Eu concordo com você. Eu acho que ela já passou por


muita coisa ruim, embora eu não esteja prestes a perguntar
se ela quer falar sobre isso. Eu não sou nenhum terapeuta, e
sou a última pessoa com quem uma mulher deve descarregar
seus problemas. — Lucien se moveu na cadeira. —Mudança
de assunto, irmão.

Kink expirou.

—Sim, eu diria que é uma boa ideia.

—Mas eu não acho que você vai gostar de falar sobre


Sarah também.

Kink deu de ombros....

—E por que é que isso importa? Além de me dar Callie,


ela arruinou a minha vida até aqui.

Lucien riu, mas ele sabia que não era um golpe na vida
de Kink.

—Você falou com o advogado que lhe indiquei?—,


Perguntou Lucien.

—Sim. O cara conhece as leis de custódia.

Lucien grunhiu e acenou com a cabeça.

—Sim. Foi a Molly que me deu o contato, na verdade.

Isso surpreendeu Kink.

—Sim? Bem, eu vou ter que agradecer ela, porque o


advogado me disse que Sarah não tem nada concreto quando
se trata de tentar levar Callie para fora do estado.

—Isso é bom. Isso é realmente muito bom, na verdade.

Agora foi a vez de Kink grunhir.

—Bem, só porque ela não está legalmente autorizada a


tomar a minha filha assim, não significa que ela não é uma
cadela louca e não vai tentar sair de qualquer maneira.

—Você sabe que o clube o apoia, e não há ninguém que


vai tirar o que é seu—, disse Lucien com uma dureza em sua
voz. Ele se levantou, e Kink fez o mesmo.

—Obrigado, irmão.— Eles deram um tapa nas costas do


outro, e Kink viu um olhar sério surgir no rosto de Lucien.

—Você é meu VP, e eu protejo as suas costas, mas


controle-se, homem. Eu preciso da sua cabeça fresca para
manter este clube funcionando sem problemas. Eu sei que
você está sobrecarregado, e se você precisar de tempo
afastado para conseguir lidar com isso apenas diga.

Kink balançou a cabeça antes que Lucien terminasse.

—Eu não preciso de um tempo longe. O que eu preciso é


afastar a minha filha daquela cadela, e tudo vai ficar bem.

Lucien não respondeu de imediato. Ele deu um passo


para trás e deu a Kink um olhar duro.

—Você pode enganar os caras, e mentir para si mesmo,


mas não minta na porra da minha cara.

Kink não sabia como responder, porque sim, ele estava


mentindo para Lucien, para ele mesmo, e para todos os
outros ao seu redor.
—Apenas resolva a sua merda, ok?

Kink balançou a cabeça lentamente, sentindo sua raiva


subir mais uma vez. Ele amava Lucien como um irmão, mas
isso não significava que ele queria ser tratado como uma
criança.

Lucien se virou para sair, mas parou antes de abrir a


porta. Ele olhou por cima do ombro para Kink e disse:

—E pare de agir como se Cookie não fosse nada para


você, porque nenhum irmão quase bate na bunda de um
recruta porque ele estava falando com uma mulher.— Lucien
não se moveu, não mudou a sua expressão em branco. Mas
isso não quer dizer que ele não disse essas palavras com
suficiente convicção e verdade que Kink pudesse senti-las até
os seus ossos. —E não comece alguma briga no clube
novamente, a menos que você esteja pronto para reivindicar
Cookie como uma “Senhora”. Só então você pode bater no
traseiro de alguém por estar falando com ela, você sabe disso.
— Houve um momento de silêncio entre eles. —Porque se
você começar isso de novo e continuar negando o que você
quer, você e eu vamos ter que nos enfrentar, entendeu?

Kink não respondeu, apenas cerrou os dentes e


assentiu. Ele sabia que precisava se controlar, colocar a sua
cabeça direita, e ele esperava que sua vida pudesse voltar ao
que era antes, sem todo o drama feminino que fodeu com ele.
Mas Lucien estava certo.

Lucien o deixou sozinho no escritório, e Kink sentou-se


na cadeira. Ele suspirou e apoiou os cotovelos nas coxas,
olhou para o armário de arquivo enferrujado e amassado na
frente dele. O que ele queria fazer era levar Callie para longe
de Sarah. Cristo, ele teve conversas suficientes com sua filha
para saber que Sarah ignorou Callie, e passou a maior parte
de seu tempo com o namorado babaca, além de reclamar com
ela por tudo. Ele teria conseguido a custódia total de sua filha
anos atrás, mas sua vida não era saudável para uma criança.
Mas, olhando para o que Callie teve que suportar, por mais
que ele quisesse apenas ir lá, bater na porra da cara do
namorado, e levar Callie para longe de Sarah, ele iria fazer
isto bem feito. Ele não queria colocar a filha dele numa
situação ainda mais difícil, e certamente não queria ir para a
cadeia por causa do que ele fizesse.

Fechou os olhos, sentindo-se muito mais velho do que


seus quarenta anos. E então os seus pensamentos se
voltaram para Cookie, e o que Lucien disse. Ele não estava
pronto para uma “Senhora”, e certamente não uma que
provavelmente não confiava nos homens devido ao seu
passado. Mas ele também não podia mentir e dizer que não
queria Cookie, e que apenas o pensamento de outro homem,
apenas falando com ela o deixava puto.

—Controle-se. Agindo assim é perigoso para todo


mundo.

E agora ele estava falando sozinho. Ele se perdeu, e


sabia que se ele não fosse cuidadoso ia deixar um caminho de
destruição em seu rastro.
CAPÍTULO
3

Callie tomou o terceiro shot da noite, e assobiou com a


queimadura. O álcool era desagradável para cacete, mas ela
não se importava. Estava ansiosa pelo esquecimento que a
bebida lhe daria. Ela queria esquecer Sarah, como ela foi
uma mãe de merda, e também sobre o péssimo namorado de
Sarah. Ela não queria pensar em sua mãe tentando levá-la
para a Califórnia só porque Dale tinha algum trabalho de
merda com seus amigos lá, e sua mãe era muito covarde para
enfrentá-lo. A vida de Callie era aqui no Colorado, e ela não
queria sair. Ela iria perder seu pai, perder as montanhas, e
merda, ela poderia até mesmo perder Robbie.

Ela olhou para o namorado dela, o viu fumando um


baseado com alguns de seus amigos, e franziu o lábio. Não,
na verdade ela não iria sentir falta dele. Ele foi divertido por
um tempo com certeza, bem, quando ele não estava sendo
um idiota insensível, mas ele permitiu a ela a liberdade e
emoção que ela precisava nesse momento em sua vida. Mas
ele não era bom o suficiente para ela se entregar, coisa que
ele parecia querer que ela fizesse com maior frequência
ultimamente, tentando lhe dizer que eles deveriam —selar o
acordo— antes de ela se mudar.

Ela se virou e pegou uma cerveja do refrigerador no chão


ao lado dela, e sacudiu a cabeça. Deus, e pensar que ela
estava perdendo seu tempo com ele, em tudo isso. Mas era
muito melhor do que estar na mesma casa com sua mãe. E
então havia o pai dela, este motociclista fodão que a amava
incondicionalmente, mas não podia ficar com ela porque sua
vida não era —digna de uma filha—. Bem, ele devia ter
pensado nisso antes de ter engravidado uma mulher que ele
levou para casa do bar. Ela viu Robbie voltar-se e caminhar
até ela. Ele tinha um baseado entre os lábios e um sorriso
arrogante no rosto.

—Hey garota, você quer ficar doidona? —, Ele disse e


puxou o cigarro de entre seus lábios, e estendeu-a para ela.

—Eu já estou ficando doidona sozinha. Eu não preciso


de erva para ajudar.

Seu sorriso se alargou, e ele levou o baseado de novo à


boca, respirou fundo e segurou o seu olhar com o seu próprio
frio e escuro.

Era isso sobre Robbie: ele pensava que era um presente


de Deus para as mulheres, ele tinha esse lado selvagem
louco, e simplesmente não dava a mínima. Talvez fosse por
isso que ela o queria de primeira, porque ele poderia dar a ela
algo além de ser ignorada pela sua mãe diariamente, e viver
está existência monótona. Alguém poderia pensar que ter um
pai motoqueiro seria um estilo de vida emocionante, mas era
exatamente o oposto. Seu pai a manteve longe de qualquer
coisa relacionada aos MC. Embora conhecesse os rapazes do
Clube The Brothers of Menace, e até mesmo tinha uma queda
por um deles desde que era uma menina, ela nunca chegou a
passar muito tempo com os membros do clube, muito embora
ela os visse como uma segunda família. Era uma merda, mas
ela só esperava que seu pai fosse capaz de arranjar alguma
forma dela não ter que ir embora. Mesmo que ela não
pudesse viver com ele, ela faria dezoito anos no próximo mês,
e não havia chance que ela permaneceria com Sarah depois
disso. Ela voltaria para o Colorado, e encontraria uma
maneira de se sustentar.

Robbie se aproximou dela até que seu peito estava


pressionado contra o dela, agarrou-a por trás da cabeça, e se
inclinou baixo para pressionar seus lábios contra os dela. Ela
não sabia o que estava fazendo no início, mas quando ele
soprou a fumaça da maconha da sua boca na dela, ela o
empurrou de volta.

—Idiota.— Ela tossiu com a fumaça, não porque ela não


estava acostumada a isso, mas porque ele a apanhou
desprevenida.

Ele sorriu e voltou a fumar a maconha.

—Ei, eu quero que você fique soltinha, baby.— Ele se


moveu em direção a ela novamente e se aproximou para que
sua boca estivesse junto ao seu ouvido neste momento. —
Vamos, Callie, que tal você me dar essa cereja hoje à noite?

—Deus, você é uma porra de um porco.— Ela o


empurrou novamente. —É tudo o que você pensa? E tentando
me chapar, para se aproveitar de mim?

Um olhar duro atravessou seu rosto.

—Você é um tesão e está agindo como uma puta agora.

Ela enrolou as mãos em punhos.

—Foda-se, Robbie. — Os shots deviam estar realmente


batendo com força agora, e com o fumo que ele transferiu
com a sua inspiração, ela estava se sentindo bastante
chapada. Ela passou por ele e foi sentar-se no sofá. Mas dado
o fato de que Robbie parecia chateado para cacete ele não
veio e pediu desculpas por ser um idiota. Em vez disso, ele se
moveu para Laura Carlton, uma puta de ensino médio que se
dava a qualquer pessoa que fosse comprar seu jantar. Callie
estreitou os olhos quando Robbie parou bem na frente de
Laura, inclinou-se, e sussurrou algo provavelmente sujo em
seu ouvido.

Que babaca.

Laura sorriu, olhou para Robbie, e assentiu. Sim, a


cadela totalmente vai dar para ele esta noite. Bem, fodam-se
os dois. Robbie olhou para ela, sorriu largamente, mas Callie
deu-lhe o dedo do meio e se levantou. Logo antes de ela se
virar de costas para ele, viu o sorriso de Robbie desaparecer.
Bom, ela esperava que o idiota percebesse que ela era o tipo
de garota que daria uma joelhada nas bolas dele se fosse
preciso. Ela pegou uma garrafa de tequila barata do balcão e
saiu. O quintal era pequeno, com um monte de lixo deitado
em um canto. Ela nem sequer conhecia realmente a pessoa
que organizou a festa. Era mais uma coisa de um amigo de
um amigo. Ela se sentou em uma das cadeiras velhas de
gramado e tomou um gole de puro álcool. A maioria das
pessoas aqui não estavam mais na escola, e além de Robbie,
Laura, e umas outras pessoas que realmente não saíam com
ela, ela era uma estranha na festa. Ela olhou para a garrafa
na mão e fez uma careta. Seu estômago se agitou, e ela
colocou a garrafa para baixo. Ela já estava bêbada, e agora
graças a Robbie, ela estava chapada e realmente só queria ir
para casa. Ela voltou para dentro, olhou à procura de Robbie,
e quando ela não o encontrou, se dirigiu a um dos seus
amigos caloteiros que jogavam cartas no canto.

—Você viu Robbie? — Sua voz estava arrastada, e ela


limpou a garganta e apoiou uma mão sobre a mesa. Deus, o
álcool estava realmente começando a entrar forte agora.
Alguns dos rapazes se entreolharam e, embora eles não
tenham dito nada, ela sabia muito bem o que estavam
pensando. —Em que porra de quarto ele está?

Um dos rapazes parecia um pouco apreensivo, mas ele


apontou para o corredor de volta. Ela olhou por cima do
ombro, sabendo o que ela iria encontrar, mas não a ponto de
deixá-los ver. Ela nunca foi o tipo de menina que apenas se
sentava e deixava que as pessoas andassem por cima dela, e
talvez fosse por isso que não tinha amigas meninas. Cristo,
ela quase não tinha quaisquer amigos homens também, mas
ela se dava melhor com eles do que com as cadelas que ela foi
para a escola. Ela se virou e foi em direção ao único quarto
deste apartamento de merda, parou na porta fechada, e ouviu
os gemidos vindos do outro lado. Talvez ela estivesse doente,
mesmo para pensar em ver o que estava do outro lado, ou
talvez ela fosse estúpida para se importar com o fato de que
Robbie estava claramente transando com alguma vagabunda.
Não era como se estivessem saindo por muito tempo, um mês
realmente, mas ela sabia que no fundo ele não era o cara
certo para ela.

Ela torceu a maçaneta e abriu a porta, e a visão na


frente dela realmente não a chocou. Laura de costas, com as
pernas abertas tão amplas quanto elas poderiam estar, e
Robbie entre elas como se ele fosse um animal tendo uma
convulsão. Ela não se sentia magoada, não sentia ciúmes, e
de fato se sentiu um pouco doente com a visão. Mas o que ela
sentiu foi ódio por Robbie, Laura, e acima de tudo a si
mesma.

—Eu espero que você tenha gostado dessa foda, Robbie,


porque isso é tudo o que você irá conseguir.

Ele olhou por cima do ombro para ela, mas antes que
pudesse dizer qualquer coisa, ela bateu a porta e voltou a
caminhar pelo corredor. Todo mundo estava olhando para
ela, mas ela não se importava.

—Deem uma boa olhada, idiotas—, ela murmurou e


saiu do apartamento. Callie desceu os degraus de pedra
quebrada e barata e começou a caminhar pela rua. Ela pegou
seu telefone, os números eram borrões, e amaldiçoou. Ela
estava tão extremamente bêbada, e não havia chance que ela
iria chamar seu pai ou mãe. Ela tentou ligar para um de seus
amigos, mas tudo o que conseguiu foi o correio de voz.
—Maldição. — Ela xingou em voz alta e viu um banco
velho que estava sob um poste de luz. Este bairro realmente
não era o melhor, mas ela precisava se sentar porque ia ficar
indisposta, de outra forma. Uma vez no banco ela olhou para
o telefone novamente. Já era depois da meia noite, e embora
sua mãe ainda pudesse estar acordada, a quantidade de
reclamações que ela iria ouvir, porque ela estava bêbada, e
porque Callie a acordou, não era o tipo de drama que ela
queria lidar agora. Seu pai ... sim, não vai acontecer. Ele pode
ser um cara durão, e assustar muita gente, incluindo ela às
vezes, com a sua atitude grosseira, mas ele era mais uma
figura paterna do que qualquer um em sua vida. Ele não iria
gritar com ela, não iria apertá-la ou bater nela. O que ele
faria seria dizer que ele estava decepcionado com ela, o que
iria doer muito mais do que sua mãe a golpeando.

Ela olhou para o telefone e os números que corriam


juntos, e antes que ela soubesse o que estava fazendo ou
quem ela estava chamando de sua lista de contatos, o
telefone chamou e ela estava trazendo-o para sua orelha.
Deus, ela estava ficando mais bêbada a cada minuto, ou pelo
menos se sentia assim. Ela recostou-se no banco, pensando
que ela poderia ter chamado Ian, um dos caras que ela
considerava um amigo. Ela precisava que ele estivesse
acordado, porque ela precisava de um lugar para dormir, e
pelo menos os pais de Ian estavam normalmente muito
bêbados, de modo que não teria problema se uma menina
passasse a noite lá. Mas de forma alguma ela iria para casa
assim, e graças a Deus ela disse a sua mãe que ficaria na
festa.

—Olá? — A voz profunda, ligeiramente rouca, que veio


através do telefone definitivamente não era de um
adolescente, mas de um homem adulto.

Seu coração começou a bater mais rápido, e ela puxou o


telefone longe de sua orelha para olhar para a tela.

—Olá? Quem diabos é que me ligou a esta hora? —, O


homem disse novamente.

Ela olhou para a tela, piscou algumas vezes e, em


seguida, viu o número e nome que estava iluminado na tela.

Lucien Silver.

As suas palmas começaram a suar, e seu coração


acelerou ainda mais rápido. Ela ligou para o presidente dos
Brothers of Menace MC, um homem que era assustador,
letal, e capaz de ferir os homens com as mãos nuas quando
cruzavam com ele. Ela ouviu os rumores, quando ela estava
escutando ao redor de conversas dos amigos de seu pai e,
mesmo assim, sabendo que ele esmagou seus inimigos tão
facilmente como se fossem mosquitos, ela o queria. Ele
também era o mesmo homem por quem ela tinha uma paixão
desde que ela tinha doze anos.

Oh Deus, ela não sabia o que dizer, mesmo quando ela


trouxe o telefone de volta para seu ouvido e começou a
respirar mais pesado.

—Você está brincando comigo? —, Ele disse entre


dentes, sua raiva claramente vinda através do receptor.
Ela ouviu os lençóis farfalhando, e, em seguida, ouviu
uma mulher falar na outra extremidade. Deus, ele estava
transando com alguém e ela interrompeu. Ela poderia
desligar e fingir que isso nunca aconteceu, mas ele
descobriria quem o chamou, em seguida, todo o inferno iria
se soltar.

—Porra é melhor me responder agora, porque eu posso


descobrir quem é mais fácil do que você pensa.

Oh, ela não tinha dúvidas sobre isso.

—Sinto muito, eu não quis-— Ela fechou os olhos


quando uma onda de náusea revolveu dentro dela. Ela não
queria desmaiar nesta esquina, e talvez fosse uma bênção
que ela ligou para Lucien. Ele ia ajudá-la, talvez até não
contasse a seu pai sobre isso. —Me desculpe, que eu te
chamei. Eu não queria realmente, mas eu preciso de alguém
para vir me buscar. — Será que ele entendeu tudo o que ela
acabou de dizer? Soou como um murmúrio de palavras para
ela?

—Cristo, é Callie?

Seu pulso disparou ao ouvir ele dizer o nome dela. Ela


tinha que estar doente da cabeça para ter qualquer tipo de
atração sexual por um homem que estava em seus quarenta
anos, mas ela não podia evitar.

—Sim. — Ela lambeu os lábios secos. —Sou eu, e eu


juro por Deus que não queria chamá-lo.

—Porra, Callie, você está bêbada?— Ele pode ter


formulado como uma pergunta, mas ela poderia dizer em sua
voz que ele sabia que ela estava. Ela estava embolando as
palavras, pelo amor de Deus, e nem sequer conseguia ver
direito mais.

—Você pode vir me pegar? — Ela ouviu uma maldição e,


em seguida, ouviu o som de mais farfalhar. —Por favor não
diga ao meu pai.

—Porra, Callie. Maldição.— Ele estava xingando agora.


—Onde você está?

Ela disse o endereço de onde a festa foi, e disse também


que ela estaria a poucas quadras de lá em um banco. Ela
esperava que ele pudesse encontrá-la com essas instruções
de merda.

—Não se mova, Callie. Você me entendeu?

—Sim.— Ela se inclinou para trás no banco e sentiu seu


estômago apertar novamente.

—Não faça a porra de um movimento.— Ele respirou


asperamente. —Há alguém com você agora?

—Não— por Deus, seu estômago sentia-se como merda.

—Puta merda, Callie. Ok, vá a algum lugar que seja


discreto e espere por mim, ok?

Ela piscou para afastar a tontura, e fez que sim com a


cabeça, mas depois percebeu que ele não podia vê-la.

—Não há ninguém perto de mim, Lucien, e este bairro


não é bom. Eu estou provavelmente mais segura sob esta luz,
do que se eu tentar caminhar de volta para a festa.

Deus, será que ele entendeu alguma coisa, porque ela


com certeza não entendeu. A realidade era que mesmo que
ele dissesse a ela para voltar para a festa, ela não sabia se ela
iria conseguir fazer isso sem desmaiar, ou ser roubada.

—Caralho. — Ele xingou novamente, e, em seguida,


mais uma vez, ela ouviu uma porta abrir e fechar. O som de
um carro veio através do receptor, e ela não podia deixar de
sentir essa onda de alívio vir através dela. —Eu estarei aí
assim que eu puder, e se alguém tentar mexer com você,
quero que você chute a sua bunda, e se preocupe mais tarde.
Mas eu quero ficar no telefone com você até lá, ok?

Ela assentiu, mas é claro que o som de seu telefone


começou a apitar porque a bateria estava acabando.

—Ok, mas minha bateria vai acabar.

—É claro que vai, porra. — Ele parecia murmurar sob


sua respiração. —Fique no telefone comigo até ele acabar,
Callie.

Ela só conseguiu ficar no telefone por mais cinco


minutos antes de seu telefone desligar. Ela empurrou o
aparelho agora inútil no bolso da saia, o que era um cacete
de muito mais difícil do que parecia, e recostou-se no banco.
Ela olhou para a casa do outro lado da rua. Ela estava velha,
deteriorada, e a lembrou, por vezes, de como ela se sentia por
dentro. Ela não sabia o quão perto Lucien estava, mas ela
esperava que fosse mais perto do que o caminho de 30
minutos que o pai dela tinha que fazer. Ela só esperava que
Lucien não contasse a Kink, porque se o pai dela descobrisse
isso, ou descobrisse que ela chamou o presidente de seu MC,
ele iria ficar furioso.
CAPÍTULO
4

Lucien deveria ter ligado para Kink imediatamente


quando ele acabou de falar com ela, mas droga, ele não
conseguiu pensar em mais nada além de chegar à Callie e ter
certeza que ela estava bem. Kink, seguramente, iria pirar
quando ele descobrisse que sua menina estava podre de
bêbada e sentada sozinha em alguma porra de ponto de
ônibus.

Lucien acabou de expulsar de sua casa a mulher que ele


apanhou no clube para foder, vestiu um par de jeans e uma
camisa, e correu para fora de casa. A mãe de Callie vivia há
cerca de meia hora de River Run, e o endereço que Callie lhe
deu não era muito longe de lá. Ele entrou na rua, onde Callie
devia estar, dezessete minutos depois. Dizer que ele queimou
pneu para chegar até ela era um eufemismo. Ele examinou as
calçadas com seu olhar e não podia ver qualquer sinal dela.
Mas, então, esse nó pesado que se formou em seu peito, e o
pavor, se intensificaram quando viu que haviam dois caras
sentados a seu lado no banco. Ondas de raiva saíram de seu
corpo numa maldição.

Ele parou a caminhonete duro o suficiente para que ele


ouvisse os pneus chiando no asfalto. Os dois rapazes
olharam para ele, mas Lucien já estava fora da caminhonete e
andando até onde Callie estava sentada. Ela estava inclinada
sobre a lateral do banco, e ele podia ver que ela vomitou.

—Vocês dois, deem o fora daqui antes que eu acabe com


vocês—, Lucien rosnou, sentindo-se como se uma besta
estivesse irrompendo dele com o pensamento de que Callie
estava sendo ferida. Eles poderiam estar tentando ajudar por
tudo o que sabia, mas ele não era tolo o suficiente para
pensar que eles tentaram fazer algo mais do que tirar
vantagem dela.

Os caras se levantaram, e carrancas cobriam seus


rostos com expressões idênticas. Um deles, o maior dos dois,
tirou um canivete e apontou-o para Lucien.

—Velho, é melhor você sair daqui. Este não é o seu


negócio, e as pessoas aqui sabem quando devem se afastar.

—Cara, ele é uma besta, — o menor dos dois, e


claramente o mais esperto, murmurou para seu amigo. O
cara com a lâmina amaldiçoou para o amigo.

Lucien parou, sentindo uma pontada de diversão nele,


mas sua raiva era muito mais poderosa. Ele saiu com tanta
pressa que não colocouseu colete, e claramente estes
meninos não sabiam com quem eles estavam mexendo. Ele
não respondeu, apenas chegou por trás dele e tirou a arma
que enfiou no cós da calça. Ele se moveu em direção a eles e
apontou. A forma como os seus olhos se arregalaram e o
medo claro que mascarou suas expressões, agradou Lucien
imensamente.

—Que tal assim, vocês se mantêm em movimento,


cuidam dos seus próprios negócios, e não vou colocar uma
bala em ambos os seus paus. — Ele abaixou a arma e
apontou-a para a virilha do maior cara que falou. —Porque
eu não acho que vocês dois sabem com quem diabos você
estão lidando.

Ambos os rapazes levantaram as suas mãos em sinal de


rendição e fugiram como os maricas que eram. Ele colocou a
arma na parte de trás da cintura, mais uma vez, e
rapidamente caminhou em direção a Callie. Agachando-se na
frente dela, ele empurrou um pouco de seu cabelo escuro
longe de seu rosto e olhou para ela.

—Ei, você está bem...

Ela fechou os olhos com força e gemeu.

—Não, mas eu me sinto melhor agora que eu não tenho


mais nada no meu estômago.

—Esses filhos da puta não a machucaram, não é?

Ela balançou a cabeça.

—Não. Eles acabaram de aparecer alguns minutos antes


de você chegar. Eles estavam tentando me levar com eles
para a sua casa.

Lucien fechou a mão livre em um punho apertado e


apertou a mandíbula forte o suficiente que ficou surpreendido
por seus dentes não racharem. Ela se endireitou lentamente,
gemeu algo sobre nunca beber de novo, e ele não podia deixar
de rir.

—Querida, todo mundo diz isso quando se sente como


merda por ficar bêbado, mas eles sempre fazem de novo. —
Mas ele garantiria que ela não fizesse de novo, porque apesar
de ter sido jovem uma vez, e ter andado mais doente do que
um cão maldito mais vezes do que ele poderia mesmo contar,
ele com certeza não queria que ela se colocasse nesta
situação, nunca mais. —Nós precisamos dizer ao seu pai,
porque se ele descobre sobre isso por alguém que não seja de
um de nós dois ...— Ele balançou a cabeça e olhou em seus
olhos azuis. —Porra querida, ele vai ficar furioso.

Ela balançou a cabeça, fechou os olhos e gemeu, e então


lentamente os abriu.

—Por favor, não diga a ele. Eu não acho que ele precisa
de mais porcaria na sua vida. Ele já está estressado com a
minha mãe e a coisa da custódia, e isso só vai irritá-lo mais.

Sim, ela tinha um ponto, mas ele era o VP do clube, e


um homem que Lucien considerava mais próximo que um
irmão.

—Vamos, vamos colocá-la na caminhonete e podemos


nos preocupar com o resto mais tarde. — Antes que ela
pudesse perceber ele a tinha em seus braços e estava
caminhando em direção à porta do lado do passageiro da sua
caminhonete. Uma vez que ele a colocou no banco com o
cinto de segurança sobre ela, chegou na parte de trás e
procurou por um saco. Colocou-o no seu colo, empurrou o
cabelo longe de seu rosto novamente, e olhou para ela. Seus
olhos estavam fechados, e ela estava pálida e suando. Sim,
ela estaria sentindo isso na parte da manhã. —Se você quiser
vomitar, faça-o no saco.

Ela assentiu e murmurou algo, e agarrou osaco mais


perto. Ele se afastou e viu a roupa que ela estava usando, e
rosnou baixo em sua garganta. Ela abriu os olhos e virou a
cabeça para olhar para ele.

—Sua mãe deixa você sair de casa vestida como uma


prostituta de clube? — Ele não tinha a intenção de ser tão
grosseiro com ela, mas por que diabos Sarah iria deixá-la
usar uma minissaia e regata que mostrava demasiado seu
peito?

Callie olhou para si mesma e, em seguida, olhou de


soslaio para ele.

—Você seriamente está comparando minhas roupas com


as das vagabundas que frequentam o seu clube?

Ela era jovem, mas tinha uma boca que rivalizava com
os membros de seu MC.

—Além disso, minhas roupas estão bem, e minha mãe


não dá a mínima para o que acontece comigo quando eu saio
de casa—, disse ela enquanto olhava para ele. —Ela só gosta
de dar ao meu pai um tempo duro sendo uma mega cadela.

Ele riu disso. Lucien devia colocar sua bunda no carro e


levá-la direto até Kink, mas depois de ontem, e de ter
conversado com o outro homem e as besteiras que ele tentou
fazer, Kink devia estar num porre de bebida, e levando
mulheres de volta para o seu quarto na sede do clube. Na
verdade, Lucien viu Kink fazendo exatamente isso mesmo
antes de ele sair para a sua própria casa com uma mulher
fácil a reboque. Levá-la para Kink não era uma opção, e não
há chance que ele estava levando-a de volta para o clube,
onde haviam merdas acontecendo que uma jovem de
dezessete anos de idade não precisava ver.

—Kink iria bater no seu traseiro se visse sua filhinha


como está.

Ela não respondeu de imediato, mas, finalmente,


umedeceu os lábios e exalou bruscamente.

—Eu não sou mais uma garotinha, Lucien, e eu não


acho que meu pai precisa saber sobre tudo o que faço.

A maneira como ela disse seu nome fez com que uma
sensação estranha se movesse através dele, e não ligou muito
para isso.

—Posso ficar na sua casa esta noite?

Ele abriu a boca para lhe dizer: porra nenhuma, mas ela
o surpreendeu, agarrando sua mão e apertando-a de forma
quase suplicante.

— Por favor, Lucien, só por esta noite. Eu não quero que


minha mãe descubra que eu fiz merda, e ter que ouvi-la ser
uma cadela, e eu realmente não tenho nenhum outro lugar
para ficar.

Mesmo que ele devesse tê-la levado para sua mãe


independentemente do que ela disse, sabia como Sarah era.

—Eu sei que não deveria ter sido tão irresponsável e


imprudente, e acredite que não vai acontecer novamente, mas
eu também sei que você, assim como meu pai, provavelmente
esteve nesta situação mais vezes do que você pode contar. —
Ela arrastava para fora suas palavras e parecia que estava
desaparecendo rapidamente.

—Foda-se. — Ele estava xingando mais na última hora


do que fez na semana passada, o que dizia alguma coisa. —
Kink vai me matar. — Ele fechou a porta e correu para a
porta do lado do motorista. Uma vez que ele entrou e ligou o
motor, ele foi para a sua casa. Esta era uma má ideia por
vários motivos, mas no momento parecia ser a melhor e única
escolha que ele tinha.

Dirigiu para a sua casa em cerca de meia hora, porque agora que
tinha Callie com ele, não tinha necessidade de acelerar como
o diabo. Ele parou suacaminhonete em sua garagem e
desligou o motor. A rua em que ele vivia era bastante
silenciosa, e a casa que possuía era do seu velho até que ele
faleceu há um ano. Lucien olhou para Callie. Ela desmaiou
logo depois que ele entrou na estrada. Quando ele deslizou
sobre ela, percebeu que ela mudou demais no último ano.
Fazia muito tempo que ele a viu, mas ela não era mais a
menina que costumava correr em volta quando os rapazes se
reuniam. Ele não tinha a intenção de dizer que ela estava
vestida como uma prostituta de clube, porque com toda a
honestidade não estava. Mas isso não quer dizer que ele
gostava que ela vestisse essas roupas reveladoras.

Ele passou a mão sobre o rosto, sentindo-se como um


pervertido doente apenas por estar percebendo suas curvas, e
o fato de que ela estava mostrando muita pele. Amaldiçoou
internamente e abriu a porta antes de saltar para fora. Uma
vez que ele estava do lado do passageiro e tinha a porta
aberta, ele a levantou facilmente. Ela resmungou algo no seu
sono, mas, na verdade, enrolou-se nele. Apesar de suas
curvas, ela era uma coisa pequena em comparação à ele. Ela
podia ter a cor dos olhos e cabelo de Kink, e a atitude
correspondente, mas ela era parecida com sua mãe.

Levou-a para dentro, e uma vez que estava no quarto de


hóspedes, ele a deitou no colchão. Ela cheirava a bebida, mas
de jeito nenhum que ele estava prestes a tirá-la de suas
roupas que tinham vômito e álcool sobre elas. Ele tirou os
sapatos e a cobriu com um cobertor, e então se dirigiu para a
cozinha para uma bebida forte. Colocando o celular no
balcão, e olhando para ele por um momento, pensou em
chamar Kink. Mas sem dúvida, o irmão estava bêbado e
molhando o seu pau. Ele pegou um copo e uma garrafa de
Crown, e serviu-se de uma boa quantidade. Esta não foi a
melhor ideia que ele já teve, e ele sabia que provavelmente
seria um tiro pela culatra. Ele olhou por cima do ombro para
o corredor, e este aperto no peito se intensificou com o
pensamento que tinha a filha de Kink em seu quarto de
hóspedes. Sim, ele estava completamente ferrado, e ele sabia
disso porque agarrou o seu celular, guardou no bolso, e levou
a garrafa de uísque para o seu quarto. Ele não só estava
chateado com ele mesmo por não ter contado a Kink, mas
também estava com raiva, porque ele estava vendo Callie
como uma mulher agora, o que estava errado em todos os
níveis. Ela poderia estar fazendo dezoito anos em breve, mas
mesmo que ela tivesse uma idade legal agora, ele não a teria
tocado. Ele era muito velho para ela, seu pai era como uma
família para ele, e se envolver com ela só iria significar que
um monte de sangue seria derramado uma vez que Kink
descobrisse.

Ele fechou a porta do quarto e trancou-a, e então passou


a beber para esquecer toda a merda em que ele acabou de se
meter.

Assim que Callie acordou ela sabia que fez uma grande
besteira. Ela podia estar bêbada, mas ela, se lembrava de
tudo. Ela levantou-se sobre a pequena cama de solteiro, e
olhou em volta. A sensação de náusea, tontura e uma
sensação geral de se sentir como merda a atravessava.
Também cheirava a álcool e vômito, e a humilhação crescia
por que Lucien a viu assim. Foi um erro terrível chamá-lo,
sim, era isso o que era... um erro. Ela se sentou na beira da
cama e esperou até ter certeza que não iria vomitar em todos
os lugares. Olhou ao redor do quarto. Sim, ela estava na casa
de Lucien, e não era a decoração que denunciava isso. Era
uma decoração motoqueira, se isso fizesse qualquer sentido.
Ela era estéril de qualquer coisa que não fosse funcional. E
também cheirava a ele. Era um pouco doce e almiscarado
com um aroma escuro, que ela tinha sempre associado a ele.
Ela precisava sair daqui, porque a última coisa que ela
queria era confrontá-lo sóbria, e ter que explicar o que diabos
aconteceu lá na festa. Ela ficou de pé, rezava para que
houvesse um banheiro anexo ao quarto, e amaldiçoou
interiormente por que é claro que não havia. Ela pegou o
telefone que ainda estava enfiado no bolso, e, embora
soubesse que estava desligado, esperavaque pudesse ligá-lo
tempo suficiente para tentar chamar Ian, ou outro de seus
amigos homens. Ligou, mas quando ela estava prestes a
digitar o número de Ian a maldita coisa ficou muda.

Ela foi até a porta, esperou por qualquer sinal de vida no


outro lado, e só quando sentiu o silêncio ela abriu a porta.
Mas assim que saiu para o corredor, a porta diretamente na
frente dela se abriu. E lá estava Lucien, em nada além de um
par de jeans que não estavam sequer abotoados. Gotas de
água escorriam de seu peito, e ele tinha uma pequena toalha
sobre o cabelo curto. Ele congelou, assim como ela, e eles se
encararam por um momento.

—Você acordou cedo. — Ele baixou o braço, e todos os


seus músculos contraíram e flexionaram no ato.

Deus, ele era um cara grande, com músculos em cima


de músculos, e essa força que veio dele a atingiu como um
soco direito para o rosto. Ela não sabia que horas eram, mas
o que sabia era que ela precisava sair daqui antes que fizesse
uma imagem ainda mais tola de si mesma. Ela baixou o olhar
para o centro do seu peito, viu a tatuagem enorme do símbolo
dos Irmãos Menace MC, e engoliu bruscamente. Ela sabia
que todos os membros tinham uma tatuagem do símbolo em
algum lugar do seu corpo. Seu pai tinha uma no seu músculo
peitoral, e ela viu alguns dos outros caras que estavam no
clube quando eles estavam trabalhando em suas motos sem
camisa. Mas vendo a tatuagem de Lucien, tão grande, uma
tatuagem redonda que mostrava uma Fénix subindo, bem no
centro do peito, a deixava quente. Ela engoliu em seco,
lambeu os lábios que ficaram tão secos quando podiam, e
abriu a boca para dizer alguma coisa ... qualquer coisa.

—Bom dia…. Você está pronta para ir para casa? Ligou


para o seu velho? —, Perguntou.

Ela assentiu, mas não a este último.

—Eu estou pronta para ir para casa, mas ligar para o


meu pai...—, ela deu um riso estranho, nervoso. —Eu não
acho que isso vai acontecer. — Ela limpou a garganta e olhou
para o chão. —Posso usar seu telefone? Vou ligar para um
dos meus amigos para vir me buscar. —Quando ele não
respondeu, ela olhou para ele. Ele tinha as sobrancelhas
franzidas.

—Que porra você está falando? Vou levá-la para casa.


Apenas me deixe vestir uma camisa. —Ele olhou para ela por
um momento e, em seguida, virou-se e dirigiu-se de volta
para o seu quarto. Ele estava coberto de tatuagens, no seu
peito e braços, a tinta espreitava para fora, sob o cós da calça
jeans.

Ela fechou os olhos, inclinou-se contra a parede, e disse


a si mesma para ficar sob controle. Ela tinha o suficiente
para se preocupar com a mudança para a Califórnia e seu
pai, e ela com certeza, não precisava se preocupar com esta
atração por um homem que nunca iria vê-la como mais do
que a filha do seu VP.
CAPÍTULO
5

Uma semana depois

As chamas estavam quentes para caralho, e tão


brilhantes e altas que parecia que elas estavam tocando o
céu. Kink estava com o resto dos irmãos de Menace MC, e
embora a polícia tenha feito todos saírem da área
circundante, onde a bomba tinha explodido, eles não tinham
ido longe demais. Eles precisavam resolver isso, descobrir
onde a porra do culto da igreja estava, e entregar alguma
retaliação incondicional.

—Eu quero esses filhos da puta mortos—, Lucien fala entre os


dentes. —Eu quero levar esse carregamento de Fairview
daqui para fora, quero caçar estes bastardos, e feri-los tanto
quanto eles nos machucaram. — Lucien estava andando para
lá e para cá agora, e passando a mão pelo cabelo curto e
escuro. —Eu quero que Malcolm esteja sobre este assunto. —
Ele parou e olhou para cada um deles. —Eu quero que ele
entre no site deles, descubra onde eles estão, e então nós
estamos chegando e derrubando cada um desses idiotas.
Kink esfregou uma mão sobre o rosto e exalou. Ele olhou
para cima, observava enquanto as chamas e fumaça preta
enchiam o céu, e sabia que era o melhor plano. Eles não
podiam ficar parados e deixar algum culto da igreja entrar na
sua cidade e ferir aqueles que amavam. Só de pensar que o
culto tinha dado suas questões sobre o carregamento de
Fairview porque eles tinham prostitutas que trabalhavam
com eles, e tinha puxado está façanha, significava guerra.

—E se as meninas estivessem lá dentro, ou um de nossos


homens estivessem na cabine?

Todos eles se viraram e olharam para Malice. Ele estava


no local quando tudo aconteceu, assim como Pierce, que
estava com um corte feio na têmpora. Malice puxou Adrianna
perto dele, e se inclinou para beijá-la na cabeça. Sua
“Senhora” parecia um pouco abalada, mas ela também tinha
um olhar duro em seu rosto. Ela era uma sobrevivente, isso
era certo, mas estar tão perto de uma explosão como essa,
mesmo no prédio ao lado, teria feito com que qualquer um
deles estivesse carregado de medo.

—Eu quero sangue por isso. Eu quero vê-los pagar —, Malice


disse entre dentes.

—Com certeza, irmão. Todos nós queremos fazê-los sofrer, —Kink


disse e afastou-se de Malice e sua “Senhora”.

—Temos de colocar o clube no bloqueio—, disse Lucien, e todos


eles grunhiram em acordo.

Isso era ruim, e Kink teve a sensação de que só ia piorar


antes que ficasse ainda melhor. Se o culto fez isto no seu
território, Kink sabia que eles não iriam parar até que o seu
ponto estivesse entendido. Caralho, ele nem conhecia esse
culto, não realmente. Ele sabia que eles tinham algum tipo de
mentalidade religiosa de que qualquer coisa que eles não
aprovam estava errado. Além de alguns panfletos com
informações sobre suas crenças deformadas que foram
misteriosamente deixados na sede do clube, ele não sabia
qual era o motivo do culto. Claro, eles estavam fodidos na
cabeça, mas indo em torno de ferir as pessoas que nem
sequer conhecem, apenas porque não concordava com suas
práticas era tão torcido e demente que precisavam ser
parados.

—Chame sua família para o bloqueio. — Lucien olhou para Kink.


—Você tem Callie neste fim de semana? — Ele assentiu. —
Sim. Planejei buscá-la amanhã à noite, mas estou pensando
em ir para lá agora, embora Sarah vai ser uma cadela com
certeza.

Lucien passou a mão sobre sua mandíbula.

—Precisamos de todos no clube hoje à noite. Nós não


sabemos se esses filhos da puta vão atacar novamente em
breve, por isso precisamos manter todos seguros até darmos
cabo do culto.

—Concordo. — Foda-se, ele não queria sua filha no meio disto, e,


embora as chances eram de que ela estaria segura desde que
ela estava em outra cidade, ele não estava disposto a arriscar
a vida de Callie. Em seguida, novamente ele teria que
conversar calmo com a mãe dela desde que ele estaria
pegando-a um dia mais cedo. Mas Kink não estava disposto a
deixar que a cadela o contrariasse. Ele deixou-a fazê-lo no
passado, porque ele não queria Callie no meio de sua merda,
mas sua filha era quase uma adulta em idade, e mais ainda
na maturidade. Sarah teria que lidar com isso porque eles
estavam numa situação perigosa no momento.

Todos eles se dirigiram para longe do fogo e de volta ao


clube. Quando ele ouviu falar sobre o que aconteceu, ele saiu
com eles. As mulheres que ficaram na cabana que não foi
bombardeada estavam a salvo no clube. Ele não podia deixar
de pensar no que teria acontecido se elas estivessem em casa,
e se o culto não tivesse bombardeado a cabana dos Irmãos.
Mas não importava que eles não ferido qualquer um dos
seus, e, embora ele estivesse grato por isso, isso não
significava que Os Irmãos Menace MC não iam acabar com o
maior número desses malditos idiotas que podiam. Este culto
mexeu com o clube errado, e eles estavam prestes a perceber
da maneira mais difícil.

Cookie dobrou um cobertor e colocou-o sobre a cama de


reposição. Ela já estava na sede do clube quando o resto das
meninas foram trazidas para dentro. Havia um monte de
palavrões, algumas chorando, as meninas mais fracas e
emocionalmente esgotadas, e, claro, um monte de conversas
sobre o derramamento de sangue que Brothers Menace iriam
fazer sobre os que ousaram se meter com eles, suas palavras
não dela. Ela pegou mais alguns cobertores e alguns lençóis
da cesta que ela trouxe. Havia três camas que foram trazidas
para esta sala e outras três colocadas na sala ao lado. Havia
camas que foram montadas no chão, porque tanto quanto ela
ouviu eles estavam trazendo as famílias do MC porque eles
estavam bloqueando todos na sede do clube.

Depois de definir algumas roupas de reposição sobre as


camas, ela foi para a próxima sala, mas parou quando ouviu
as portas da frente baterem abertas. Lucien foi o primeiro que
entrou, seguido por vários de seus outros membros MC. E
então havia uma jovem de cabelos escuros, que parecia um
pouco irritada e muito desconfortável, enquanto ela seguiu
Lucien e seus homens para o centro da sala. O pulso de
Cookie aumentou quando ela olhou para Kink que seguia
atrás dela, e então ele caiu quando o viu puxar a jovem de
lado e sussurrar algo baixo para ela. Não foi até que ela ouviu
a menina dizer algo seguido de “pai” que ela sabia que era
filha de Kink. Cookie estava se assustando por nada. Mas
mesmo que ela não fosse sua filha, isso não significava que
Cookie tinha o direito de estar com raiva sobre um homem
que ela não tinha o direito de querer.

—Cookie—. Lucien a chamou.

A jovem se afastou de Kink, e ela olhou para o homem


pelo qual ela tinha esses sentimentos poderosos, mas
totalmente descabidos e irreais. Ela nem sabia seu verdadeiro
nome, mas ela o desejava mais do que ela já quis alguém.
Não era o mesmo sentimento doente e torcidos que ela tinha
com Morris, e sim a adocicada, ainda desconfortável,
sensação quando ela estava com o único homem que já a fez
se sentir querida. Ela olhou diretamente para Kink, e ele
olhou de volta para ela. Cookie afastou-se desta neblina, em
que as pessoas estavam, provavelmente, olhando para ela em
confusão. Ela se moveu para Lucien.

—Junte as outras mulheres para que possamos falar sobre a


merda que está acontecendo.

Ela assentiu com a cabeça e virou-se para reunir as


mulheres que estavam espalhadas ao longo de dois quartos
diferentes.

Depois que todo mundo estava de volta na sala


principal, mais algumas pessoas vieram pela porta da frente.
Ela viu Molly e Dakota, e até mesmo Stinger. Ela ouviu falar
em torno do clube que Stinger era um membro da The Grizzly
MC, novo homem de Molly, e que Malice e ele brigaram
quando Mollycomeçou a sair com o membro The Grizzly. Ela
não sabia sobre todo o drama que aconteceu entre eles,
porque, francamente, ela gostava de ficar longe disso. Cookie
lidou com o suficiente para durar dez vidas, mas é claro que
ela sabia que não seria o fim do drama em sua vida. Era
como se ela fosse um ímã para a merda tóxica.

Adrianna estava ao lado de Malice, e o grande


motoqueiro estava com o braço em volta dela, quando viu seu
filho Dakota, ele puxouo meninopara junto de Adrianna. Ela
olhou para Adrianna, e a mulher estava pressionada
firmemente no outro lado de Malice. Ela poderia dizer que a
mulher queria estar lá, mas ela também podia ver a forma
como Malice fechou os dedos em seu lado, como se ele
pensasse que talvez ela se afastaria dele. Qual seria a
sensação de ter alguém que gostasse tanto dela, que
chegassem a ter medo que ela deixasse o seu lado? Ela só
conhecia alguém que a quer por causa de seu corpo, ou
porque ela poderia dar-lhes algo por algumas horas de cada
vez. A única coisa que ela estava grata era que ela não foi
passada ao redor, não como as outras meninas que ficaram
na cabana com ela.

Ela mudou-se para o bar e sentou-se em uma das


banquetas. As dez ou mais meninas que ficaram na cabana
estavam sentadas no par de mesas situadas ao redor da sala
principal. Um rapaz e uma moça jovens subiram para onde
Tuck sentou-se, e ele abraçou ambos momentaneamente.
Ambos tinham o mesmo cabelo loiro e olhos azuis como o
membro do MC, então ela assumiu que tinha de ser seus
filhos. Passaram apenas algumas horas que o bombardeio da
cabana aconteceu, mas ela ficou surpresa que eles tenham
conseguido reunir tantas pessoas nesse curto espaço de
tempo. Havia algumas outras pessoas, uma mulher mais
velha e um homem que parecia menos do que contente de
estar lá, mas ficou perto de Lucien. Talvez eles seriam sua
mãe e seu pai? Ela olhou para Kink novamente, e seu
coração acelerou quando viu que ele estava olhando para ela.
Ele se encostou na parede do fundo diretamente em frente a
ela, e, embora ele estivesse do outro lado do cômodo, ela
sentiu que estava bem na frente dela. Sua presença para
elaera tão poderosa.

—Ok, não é um segredo que chamamos o bloqueio, especialmente


desde que esta merda está em toda a porra de notícia—, disse
Lucien com uma voz chateada e cansada. Ele começou a
andar para trás e para frente, e a expressão em seu rosto
mostrava que ele estava imerso em pensamentos. —Sem
entrar em detalhes, todos vocês foram chamados para a sua
própria proteção. Alguém está a fim de prejudicar o clube, e,
presumivelmente, todos nos preocupamos. —Ele olhou ao
redor da sala para todos. —Até termos a ameaça sob controle,
eu preciso que todos fiquem dentro deste clube.

Houve murmúrios em toda a divisão, mas ninguém discutiu


com o presidente.

—Desde que Cookie já trabalha no clube por um par de


semanas agora, ela pode dar a todos o layout, se você não estiver
familiarizado com o espaço e mostrar onde você vai dormir.

—Eu posso ajudar, também, —Molly disse após Lucien falar.

Lucien assentiu.

—Obrigado, Molly. — Ele olhou ao redor da sala


novamente. —Os membros, eu preciso de uma reunião. — Ele
se virou e se dirigiu para a sala que os caras do clube usavam
para as suas reuniões. Rock, Ruin, Kink, Tuck, e Malice
todos se encaminharam para a sala com Lucien, e fecharam a
porta atrás deles. Houve um momento de silêncio, e parecia
que todo mundo estava olhando para ela. Ela não sabia por
que Lucien a tinha posto no comando. Tatum teria sido
melhor, desde que ela sabia sobre essas coisas, ou mesmo
Molly desde que ela esteve com um membro dos Brothers por
anos. Em vez disso, Lucien a colocou no centro das atenções,
e lhe deu essa responsabilidade que pode não ter parecido
um grande negócio para alguns. Para ela era enorme.

—Hum. — Ela olhou para Tatum e depois para Molly, mas ambas
as mulheres olharam para ela como se fosse a única
responsável. Será que Lucien fez isso para ajudar ainda mais
ela em a enraizar-se? —Ok, se as meninas da cabana
quiserem me seguir eu vou lhes mostrar onde vão ficar, e
então eu posso levar todos os outros para cima. — Ela olhou
para Tatum e viu a outra mulher sorrindo. Este não foi
mesmo um grande negócio, mas com toda a honestidade, a
Cookie, parecia que ela estava fazendo algum tipo de decisão
monumental.

Depois que ela tinha todos acomodados nos quartos,


alguns nos sofás na sala principal, e até mesmo alguns no
andar de cima, ela se mudou para os bastidores. Ela estava
sozinha aqui, pelo menos por um momento, até que fosse
hora de cozinhar algo para que todos pudessem comer. Mas
ela precisava deste pequeno momento de alívio. Não era sobre
ter que virar anfitriã para todos, não realmente. Era mais
sobre o fato de ter acontecido essa explosão, e as suas vidas
estarem em perigo mais uma vez após apenas algumas
semanas de ser empurrada para o submundo. Ela sentiu
como se estivesse se perdendo.
CAPÍTULO
6

Kink sentou-se na mesa e ouviu Lucien explicar os


detalhes para entrar em contato com o hacker. Malcolm era
um garoto de faculdade, filho de um médico que já trabalhou
para o clube. Ele era um merdinha inteligente e entendia de
computadores como ninguém. Todos estavam bastante
confiantes de que ele poderia entrar na Igreja do Único Bem,
também conhecida como a porra do culto que mexeu com
eles. Malcolm ia ser o cara a colocar aqueles bastardos para
correr.

Houve um momento de silêncio em torno da mesa.

—Tuck, Malcolm está verificando tudo para a gente?

Tuck assentiu depois que Lucien falou.

—Sim, falei com o rapaz logo depois que você me


chamou no fogo cruzado. Malcolm pegou todas as
informações e vai trabalhar com elas durante a noite.

—Ele foi capaz de verificar o site enquanto estava com


você ao telefone? —Perguntou Malice, rosnando.

Todos eles estavam fora durante o atentado, exceto


Malice e Adrianna. Isso foi um inferno para o Sargento de
Armas.

—Ele disse que deve ter algo até amanhã, mas não pode
garantir nada tão cedo. — Tuck inclinou-se para frente e
apoiou os antebraços sobre a mesa. —Enquanto estávamos
conversando, ele disse que o site foi bloqueado, o que
significa que eles conhecem a merda do firewall e se protegem
quando alguém está tentando invadir.

Lucien balançou a cabeça, concordando.

—Entretanto, eu quero Rock e Ruin vasculhando a


cidade para ver se eles realmente vão ficar no River Run.

Rock e Ruin murmuraram, concordando.

—Eu posso ir a Steel Corner e falar com o Jagger.

O Grizzly MC era um grupo de motociclistas que vivia


em Steel Corner, a cidade mais próxima. Embora os dois
clubes já houvessem trabalhado juntos, com as coisas calmas
ao longo dos últimos meses, eles não estraram em contato.
Eles só se falavam quando precisavam da ajuda um do outro,
ou quando os irmãos precisavam usar Steel Corner como um
local de refúgio para o prostíbulo localizado na outra cidade.
Com a explosão, eles imediatamente desativaram as
atividades daquela casa, cancelaram todos os contatos, e
colocaram tudo em espera até que isto estivesse resolvido.

—Boa ideia Malice, mas leve Tuck com você. Veja se


Jagger e sua equipe têm alguma informação sobre fanáticos
querendo entram em seu território ou bisbilhotando as
coisas.
—Concordo—, disse Ruin. Embora não tenha ouvido
nada de Jagger, o Presidente deles, isso não significa que
essas intromissões do culto não tenham começado a dar
merda no território dos Grizzlies.

—Kink, fique aqui e se certifique que está tudo certo e


que as meninas estão bem—, disse Lucien olhando para ele.

Kink assentiu. Mesmo que houvesse esta confusão


pesada pairando sobre o clube, a ameaça de outro ataque, e
não saber onde encontrar os merdas que estavam fodendo
com eles, tudo o que Kink conseguia pensar era em Cookie.

Os caras começaram a falar sobre outras coisas


relacionadas ao clube e ele deixou sua mente vagar por um
segundo. Era uma loucura estar pensando numa mulher que
ele mal conhecia, ter esses sentimentos que o deixavam com
um humor de merda se um novato simplesmente falasse com
ela. Mas Cookie era foda de tão linda, e sua força a fazia tão
resistente quanto qualquer motoqueiro que ele já conheceu.
Não tinha o direito de querê-la. O tipo de vida que ela
precisava era calmo, tranquilo, sem dramas, e a vida dele
estava preenchida com as coisas que estavam acontecendo
agora e muito mais.

—Se alguém descobrir alguma coisa, reporte


imediatamente.

A voz de Lucien cortou os seus pensamentos a respeito


de Cookie. Todos levantaram-se e saíram, mas antes de Kink
atravessar a porta Lucien o chamou.

—Kink, quero falar com você, feche a porta.


Ele sentou-se novamente e olhou para Lucien, sabendo
o que o outro homem ia dizer.

—Como Sarah levou o fato de você trazer Callie para cá


um dia antes?

Embora o clube sempre apoiasse seus membros quando


eles precisavam de apoio, nunca perguntavam sobre nada
pessoal, era uma regra tácita. Se o problema fosse um fardo
maior que eles pudessem carregar, então estavam lá para
falar sobre isso, se o cara quisesse. Nunca aconteceu de um
Irmão apenas perguntar sobre o problema que outro estava
passando, esta era a maneira que eles lidavam com as coisas
em seu clube, e Kink sempre agiu desta forma também. Mas
aqui estava Lucien, o Presidente do clube, perguntando o que
estava acontecendo, e embora tenha sido legal da parte dele,
também foi bastante atípico.

—Ela levou como ela leva tudo o mais, eu acho.

Lucien olhou para ele com uma expressão diferente no


rosto, e Kink não conseguia entender porque ele estava
recebendo esta vibração estranha.

—Tem algo mais acontecendo que está perturbando


você? — Lucien perguntou, juntando as sobrancelhas. Ele se
mexia na cadeira, e Kink achou que estava desconfortável
com alguma coisa, mas não estava certo. Lucien era
resistente como o aço e não deixava nada atrapalhá-lo.

Kink apoiou os cotovelos sobre a mesa riscada e passou


as duas mãos no rosto. Ele tinha bastante confusão em sua
vida, mas o que ele estava pensando que estava acontecendo
realmente não estava.

—Não, acho que estou apenas muito estressado. — Ele


viu Lucien assentir com a cabeça, mas ainda assim o homem
estava tenso para caralho. —Sarah foi difícil no começo, mas
depois de perceber que ela teria a porra do fim de semana
para si mesma, não se importou. Ela iria sair com aquele
merdinha de namorado mesmo, e Callie ficaria sozinha. —
Ele deixou as mãos cair na mesa, olhou para Lucien e
recostou-se em seu próprio assento. —Callie agiu como se
algo a estivesse incomodando, mas não quis falar sobre isso.
Tenho certeza de que é Sarah irritando-a, como de costume.

Lucien não respondeu e Kink olhou para ele,


perguntando-se o que se passava em sua mente.

—Tem alguma coisa incomodando você? —Perguntou a


Lucien.

Lucien pigarreou e balançou a cabeça.

—Eu estou bem. Você falou com o advogado? — Ele


mexeu-se na cadeira de novo e olhou para a porta.

Kink sabia que algo estava acontecendo com o


Presidente, mas era evidente que ele não queria falar sobre
isso.

—Eu deveria encontrar com ele amanhã de manhã, mas


com toda esta bagunça, vou ter que adiar.

—Não, não faça isso, você não tem muito tempo. Além
disso, ele pode vir aqui, vocês conversam na sala de reuniões
e resolvem as coisas.
—Sim, talvez seja melhor. Vou avisá-lo. Ele acha que
tudo deve dar certo, mas eu tenho essa porra de terror por
dentro, que só piorou após essa merda com o culto, e ainda
mais com a explosão. Quero muito que Callie venha morar
comigo. Ela pode ter completado dezoito anos, mas eu acho
que ela precisa ficar longe de Sarah e sua atitude tóxica.

Lucien grunhiu, coçou o queixo, e então finalmente


concordou.

—Sim. Nós vamos pegar os desgraçados que fizeram


isso, e você vai poder relaxar, homem. — Lucien sorriu, e
Kink não pode deixar de fazer o mesmo. —Tudo bem, vá ver
Callie. Eu tenho que ir até minha mãe e seu marido, saber se
eles estão bem. E chamar Tilly.

—Sua irmã vai voltar?

Lucien olhou para o teto e seu rosto assumiu uma


expressão dura.

—Ela é uma menina teimosa, e está me perturbando


sobre faltar a escola e não fazer as provas. Ela é tão teimosa
quanto eu.

—Ela deve ficar bem, quero dizer, segura. Está a várias


horas de distância, e as chances desses idiotas ligarem vocês
dois é baixa.

—Sim, eu sei, mas ainda assim, me sentiria muito


melhor se eu a tivesse aqui, na proteção da sede do clube.

—Eu sei, mas ela é difícil. Herdou essa atitude de você.


— Kink sorriu. —É melhor eu ir ver como Callie está, se
terminamos por aqui.

Lucien assentiu e levantou-se.

—Sim, terminamos. Eu só queria ver como tudo estava


indo.

—Está indo—, Kink riu sem graça, e sentiu o peso que


estava sobre seus ombros ainda maior.

Quando eles chegaram a sala, instantaneamente Kink


analisou o ambiente. Viu Callie sentada junto a Molly e
Dakota, e caminhou até lá para se certificar de que ela estava
bem instalada. Ao ver que estava tudo bem foi em direção ao
bar, bebendo em um único gole o shot que Tatum serviu. Ele
bateu o copo no balcão e ela encheu novamente. Depois da
segunda dose virou-se e olhou ao redor da sala principal. Não
conseguia encontrar a mulher que estava procurando...
Cookie.

—Ela está lá atrás—, disse Tatum.

Ele olhou por cima do ombro.

—O quê? — Claro que ele sabia de quem diabos ela


estava falando, mas virou-se e a encarou totalmente com
intensidade, mantendo a boca fechada.

Tatum levantou uma sobrancelha, como se soubesse


que ele estava de sacanagem com ela.

—Realmente, Kink? Você realmente vai jogar a carta eu


não sei o que diabos você está falando? — Ela encheu o copo
pela terceira vez e ele não perdeu tempo, bebeu rapidamente.
—Escute, eu tenho observado nas últimas semanas a
maneira que você olha para Cookie, e também como ela olha
para você. Estou cansada de ver que vocês estão tentando
lutar contra alguma coisa.

—Eu não acho que isso é da sua conta, Tatum.

—Não, não é, você está certo, mas posso ver a dor e o


afastamento nos olhos daquela menina.— Tatum apoiou-se
no bar e olhou-o bem dentro dos olhos. —Mas então ela olha
para você e tudo isso some por um segundo, e eu acho que
ela nem sequer percebe.

Kink inclinou-se ligeiramente para trás, mas fez questão


de manter uma expressão neutra.

—Eu não tenho o tempo, a energia, ou estilo de vida


para assumir uma “Senhora”, muito menos uma que
provavelmente sofreu todos os dias da sua vida.

—Querido, não estou pedindo para você reivindicar uma


“Senhora”, mas para mostrar a menina o que significa ser
desejada.

Kink teve vontade de rir com o absurdo que Tatum


estava sugerindo.

—Deixe-me ver se entendi, você quer que eu durma com


ela para que ela possa se sentir melhor sobre si mesma? —
Isso era uma coisa muito fodida, até mesmo como sugestão.

—Não, Kink, eu quero que você mostre que você repara


nela, que alguém a quer, e que não é errado ou ruim estar
com um homem. — Tatum olhou para ele bem de perto. —Ela
está com muito medo e você demonstrar que a deseja vai
ajudar, mas somente se ela quiser isso. Eu não disse nada
sobre transar, porco. Você é tão grosseiro às vezes. — Ela
virou-se balançando a cabeça, como se estivesse enojada
dele, e serviu algumas bebidas para as pessoas que vieram
até o bar, até que olhou para ele novamente. —Fale com ela e
demonstre que você está realmente olhando para ela.

Esta foi uma porra de conversa bizarra, e uma que Kink


queria parar.

—Eu tive uma mãe Tatum, e não preciso de outra. — Ele


virou-se e saiu, mas não antes de ouvi-la murmurar que ele
era um burro teimoso. Ela poderia estar certa sobre isso, mas
ele também não era do tipo de paquerar uma mulher para
dormir com ela, e ele com certeza não falaria sobre seus
sentimentos. Caminhou pelo corredor em direção ao quarto,
precisava dormir e esquecer a porcaria que estava
acontecendo. Mas assim que chegou e colocou a mão na
maçaneta, parou.

O que diabos ele estava fazendo? Tatum estava certa, ele


queria Cookie. Mas não era apenas pelo sexo, embora ele a
desejasse tanto que a porra do seu pau doía. Havia essa força
dentro dela, e cada vez que ele a olhava sentia essa parte do
corpo dura. Era uma loucura porque quase não conversaram.
Mas talvez, quando algo era bom e certo, deveria acontecer
não importa a quantidade tempo, não é? Ele virou-se e olhou
para trás, através do corredor e em direção à porta da
cozinha, onde Tatum disse que Cookie estava. Esta era,
provavelmente, uma má ideia, mas afastou-se do seu quarto
em direção a mulher que queria mais do que quis qualquer
mulher antes.
CAPÍTULO
7

Cookie precisava voltar para dentro. Ela estava sentada


na cozinha por muito mais tempo do que deveria e sabia que
Tatum provavelmente estava se perguntando o que diabos
estava acontecendo com ela. Cookie não sabia, porém, e isso
a irritou. Ela nunca esteve tão confusa em sua vida e nada
disso fazia sentido para ela. Ela não deveria sequer querer
um homem em sua vida. Ela devia odiar e sentir nojo de
homens, dado o que passou. Mas ela nunca permitiu que isso
a definisse. Empurrando isso para longe e pensar que um dia
alguma coisa iria mudar, permitiu a ela ter esperança. O som
da porta da cozinha abrindo e fechando soou atrás dela.

—Sinto muito, Tatum. Eu sei que eu estou aqui por um


tempo. Você está pronta para começar a cozinhar o jantar? —
Ela disse e virou-se, mas foi Kink que parou junto à porta,
agora fechada. Ela engoliu seco, sentiu o pulso aumentar e as
palmas das mãos suarem e odiava o fato de que esta parecia
ser sempre a reação dela com ele.

—Oi. — Ela odiava que a voz dela não parecia mais forte,
mas além do par de vezes que o serviu no bar e as poucas
palavras que trocaram, eles realmente nunca estiveram
juntos e certamente não sozinhos. Parecia que as paredes
estavam se fechando sobre ela e limpou as mãos em seus
jeans.

—Eu faço você se sentir desconfortável—, disse ele sem


rodeios e se aproximou. Ele tinha suas mãos enfiadas no
bolso da frente da calça jeans, e seus músculos se incharam.
Seus bíceps eram tão grandes que parecia que iam explodir
através da sua camiseta. Parou no outro lado da mesa de aço
inoxidável que estava entre eles e ela agarrou a beira e
apertou as mãos em volta dela.

—Sim, você faz. — Ela não ia mentir, porque não havia


por que. —Mas eu acho que faço você se sentir
desconfortável, também. — Ela não sabia por que disse isso,
mas as palavras saíram para fora por conta própria. Porém,
ela não se arrependeria de falar, porque achava que o fazia se
sentir um pouco fora de equilíbrio às vezes, como agora.

Ele não respondeu, mas andou ao redor da mesa e ficou


ao lado dela. Ele encostou-se, cruzou os braços e olhou para
ela. Mas Cookie não iria se mover. Cookie viu um monte de
homens assustadores e Kink poderia ser um dos mais
intimidantes que ela já conhecera, mas não havia medo nela.
Quanto mais tempo ele olhou para ela, mais ela sentia
crescer sua excitação. Ela estava molhada entre as coxas e
era uma sensação que ela não estava acostumada, essa
necessidade de estar com um homem tão urgentemente não
fazia sentido. Ela estava muito confusa quanto à forma como
um homem, apenas olhando para ela, podia fazê-la sentir
este tipo de luxúria. O que havia sobre Kink que a fazia sentir
como se ela estivesse prestes a mergulhar nessa escuridão...
um poço de escuridão que ela desejava? O cheiro de álcool
veio dele, em volta dela, mas havia também o nítido aroma,
pungente de seu colete de couro, e uma pitada de escape da
sua moto. Era uma combinação estranha, e que não devia
despertar nada. Mas em Cookie provocou um frio na barriga e
a transformou, aqueceu seu corpo e seus seios, e ficou
desejando que pudesse ter a coragem de simplesmente pegar
o que queria.

—Qual é seu nome? —, ele perguntou em voz baixa e


profunda que realmente fazia os dedos de seus pés
enrolarem.

Ele nem sequer sabia o nome dela. A tontura de ficar


perto dele começava a desaparecer.

—Cookie.

Ele balançou a cabeça lentamente, e um pequeno


sorriso se espalhou pelo seu rosto bonito e áspero.

—Eu sei disso, querida. Eu quero saber qual é o seu


nome real. — Ele levantou uma sobrancelha escura e enrolou
o canto da boca. —Certamente os seus pais não deram seu
nome a você de uma sobremesa. — Ele estava brincando com
ela e embora não quisesse nem pensar sobre as pessoas que
a trouxeram a este mundo, ela se viu sorrindo em troca.

—Não, claro que não. — Ela engoliu em seco. —É Bailey


Marie Smith. — Suas bochechas aqueceram
desconfortavelmente e o sorriso desapareceu do rosto de
Kink.
—Bailey, como o licor.

Ela lambeu os lábios e deu um passo para trás quando


ele se moveu mais perto dela.

—Sim, minha mãe estava provavelmente bêbada quando


ela me teve. — Ela não estava brincando sobre isso e
agradeceu por Kink não começar a rir. Apesar de todas as
coisas que aconteceram nas últimas semanas, estar com ele
era a última coisa que ela deveria sequer pensar. Ele
provavelmente a via como nada mais do que essa vagabunda
que foi vendida para homens e passada ao redor como um
cinzeiro. Como ela queria dizer que isso era muito longe da
verdade. Ela foi uma virgem, até que seu tio a vendeu para
Morris, apesar dos toques desagradáveis dos homens em sua
vida que deviam tê-la protegido. Mesmo que ela tivesse ficado
com Morris, aquele pedaço de merda bastardo por muito
muitos anos, e ele finalmente a tivesse vendido, ela não
passou ao redor como um pedaço de carne. Os irmãos de
Menace salvaram todas as mulheres, antes que ela tivesse
ido, de fato, por esse caminho. Mas ela manteve a boca
fechada. Não faria diferença de qualquer maneira.

—Você é muito jovem para estar neste tipo de vida.

Ela endireitou os ombros.

—E que tipo de vida é essa?

Ele não falou pelo o que parecia ser longos e cansativos


minutos.

—O tipo duro e imperdoável, Bailey.


Ela engoliu em seco ao ouvi-lo dizer seu nome real. Ela
nunca pensou que gostaria de ouvir um homem o falar, mas
sim, ela gostava muito de ouvir Kink dizê-lo. Ela deu de
ombros, sem saber exatamente como responder a isso.

—Quantos anos você tem, afinal? Vinte e três, vinte e


quatro anos? — Ele deu mais um passo em direção a ela.

—Vinte e um. — Ela suspirou e percebeu que ela não


tinha outro lugar para ir quando o freezer parou sua retirada.

Ele parou quando ele estava a apenas polegadas dela e


baixou o olhar para o comprimento do seu corpo. Quando ele
voltou até seus olhos, ele segurou seu olhar com o seu
próprio por um segundo.

—Sim, você é muito jovem para estar neste tipo de vida


de merda. E você é realmente muito jovem para mim, Bailey.

—Meu nome é Cookie.— Ela disse em um suspiro,


sabendo que era uma mentira maldita. Ela gostava de ouvi-lo
dizer seu nome real, gostava da maneira que a fazia se sentir
também.

—Meu nome é Kink, mas eu acho que eu gostaria de


ouvir você me chamar de Logan. — Ele levantou os braços e
colocou as mãos na porta da geladeira junto com a cabeça. —
Esse é o meu verdadeiro nome, Bailey. Logan Roberts, mas
Kink tem sido sempre quem eu sou. —Ele baixou o olhar
para seus lábios. Um momento de silêncio se passou entre
eles. —Eu deixo você nervosa, porque você está com medo de
mim e do que eu vou fazer ou porque você está antecipando o
que pode acontecer?
Um arrepio visível a percorreu e lentamente lambeu os
lábios. Ele observou o ato e ela se perguntou se ele viu o quão
duro seus mamilos estavam.

—Ambos. — Ela tinha medo dele e não apenas por


causa da maneira como ele a fazia sentir. Este homem era
mais velho do que ela, provavelmente, próximo a duas vezes a
sua idade. Mas a forma como ele se portava, como se ele não
tivesse medo do que o mundo guardava, a fez compreender
que ele poderia levar muito dela. Ele provavelmente nem
sequer perceberia que a deixou para trás quando ele o fizesse.

—Eu não deveria estar aqui, você sabe.

Ela não disse nada sobre a sua declaração.

—Mas há algo especial sobre você, Bailey, algo foda, que


me faz sentir muito estranho.

Sim, ela conhecia esse sentimento.

—Talvez você não devesse explorar isso então.— Ela


estava tentando afastá-lo? Parecia que era isso, mas agora
que ele estava bem em sua frente e ela estava inalando o
mesmo ar que ele, houve um momento em que seu corpo
estava gritando para ela sair e não olhar para trás. Este
homem poderia machucá-la, mas não da forma física que ela
experimentou muitas vezes. Ele poderia ferir seu coração.

—Eu deveria ir embora, mas eu não vou. Na verdade, eu


não quero estar em qualquer outro lugar por um longo
tempo.— Ele se inclinou uma polegada mais perto, e ela
prendeu a respiração. —Mas você quer que eu me afaste de
tudo o que estamos fazendo aqui, Bailey?— Ele olhou
diretamente nos olhos dela e ela queria olhar para longe de
sua intensidade, mas não podia.

A única coisa inteligente a dizer era que sim, começar


algo entre eles era tão errado. Ele não viveu uma boa vida,
por isso não ficar juntos iria fazer uma explosão de
proporções desastrosas? Mas quando ela abriu a boca para
dizer isso, algo acendeu dentro dela. Era aquela voz que ela
tentou enterrar tão profunda que nunca iria ressurgir. Ela
escondeu e esperou que ela nunca pudesse ressurgir
novamente.

Você nunca teve nada em sua vida que valesse a pena


lutar. Mas você quer Kink, quer sentir algo que a faça sentir
viva. Pare de ter medo, tire a máscara e pegue o que quiser,
pela primeira vez em sua vida miserável.

Era a voz da razão, da tentação e necessidade, e foi


aquela que ela não deixou de fora porque a assustava. Ela
queria viver e agora estava livre, tinha o homem que queria
em frente dela, e seus dedos coçavam para trazê-lo mais
perto. Ela podia ouvir seu coração batendo em seus ouvidos,
sentir o pesado tum-tum em sua garganta, e realmente
sentiu a onda e pressão do seu sangue em suas veias. E
como se algo a tivesse possuído, apenas tomou o controle e
empurrou toda a sua ansiedade, apreensão e nervosismo, ela
estendeu a mão, agarrou o cabelo curto na base da sua
cabeça e puxou-o para baixo em direção a ela. Dizer que este
não era um comportamento normal para ela era o eufemismo
do século, mas foi porque ela testemunhou um monte de
coisas desagradáveis em sua vida. Talvez alguns diriam que
ela estava doente da cabeça, danificada e machucada sobre
as coisas que testemunhou em casa ou as coisas que Morris
quis que ela fizesse a ele, mas ela sempre se sentiu como se
fosse superior a isso, que ela não iria deixá-lo definir quem
era, e sabia que um dia seria capaz de ser ela mesma.

Ela apertou os lábios nos dele e por um momento ele


estava tão malditamente tenso e duro sob sua boca. Talvez
ele estivesse com medo ou surpreendido por sua ousadia? De
qualquer maneira ela não ia parar até que ele dissesse. Em
seguida, ela deixaria a realidade de tudo isto se instalar.
Agora era bom tê-lo pressionado perto dela, para sentir sua
dureza contra sua suavidade. Ela não era baixa, de qualquer
forma, mas quando o 1,82 de Kink se elevou sobre ela, a fez
se sentir mais feminina e frágil do que já se sentiu.

Ele se afastou, respirava pesadamente, mas ainda


estava perto o suficiente para que se ela só se inclinasse
poucos centímetros poderia beijá-lo novamente. Mas ele não
trouxe sua boca de volta para a dela e em vez disso lançou
sua mão em seu cabelo, puxou a cabeça para trás para que
seu pescoço ficasse arqueado e colocou seus lábios com força
em seu pescoço. Por vários longos segundos tudo o que ele
fez foi lamber o comprimento de sua garganta. Ele correu sua
língua acima de sua carne, circulou em torno de sua orelha e
rosnou asperamente.

—Você cheira tão bem e tem um gosto bom paracaralho.


— Ele voltou a correr os dentes para cima e para baixo de seu
pescoço, e em seguida, pressionou a metade inferior do seu
corpo contra a barriga. Ele foi firme para ela, duro, de fato, e
ele começou a moer contra ela. —Você vê o que você faz para
mim? Você vê o quão duro eu estou e bastou isso, um beijo
para me fazer quase gozar em meus malditos jeans.

Um pequeno suspiro escapou, mas ela não o afastou e


em vez disso agarrou seu cabelo com mais força e puxou-o
para mais perto.

—Mas você já me fez ficar muito duro antes, Cookie.


Você me fez duro como o aço e tudo que eu tinha que fazer
era olhar para você.

Outro tremor passou através de seu corpo, e ela ficou


ainda mais molhada. Deus, ela estava muito molhada.

—Você quer que eu te toque?—, Ele sussurrou


asperamente em seu ouvido. —Você quer que eu toque seus
seios, sua vagina ou talvez essa sua bunda deliciosa?

Ela estava respirando mais pesado, não sabia como


responder, mas queria dizer-lhe todas as coisas que ela
desejava que ele fizesse com ela.

—Tudo que você tem a fazer é dizer-me onde você quer


que eu te toque, Cookie—, disse baixo, pesado e seu hálito
quente provocou seu cabelo.

Ela não disse nada, apenas levantou a mão, segurou-a


até que estava ao lado de sua cabeça e baixou-a contra o
peito.

—Aqui— ela disse suavemente, e quando ele se afastou


para olhar em seus olhos, ela empurrou a mão ainda mais
baixo. —E aqui— disse ela quando ele estava pressionando
entre suas coxas.

—Porra, baby, eu posso sentir como você está molhada


para mim. — Ele apertou a mão um pouco mais forte contra
ela.

Ela encostou a cabeça atrás na geladeira e se obrigou a


manter os olhos abertos. A maneira como ele esfregou os
dedos contra ela fez todos os seus músculos internos se
contraírem e se soltarem.

—Isso é tão ...— Ela não sabia como terminar a frase.


Parecia certo, tão certo, na verdade, mas também parecia ser
precipitado, incomum. As sensações que se deslocavam
através dela não eram como nada que ela já tivesse
experimentado antes. Elas a assustavam, a excitavam e a
faziam querer se agarrar a ele e não o deixar ir. Mas ela
também tinha que ser realista. Um homem como Kink, que
ela sabia que chegava no clube com mulheres sempre
dispostas, certamente não ia quere-la por mais que algumas
horas.

Mas você quer mais do que algumas horas com ele,


Bailey? Você quer dar o seu coração para um cara que vive
esse tipo de estilo de vida e que não quer mais do que o que
está entre suas pernas?

E aquela maldita voz que lhe pediu para assumir o


controle, disse para levantar essa porra dessa cabeça feia e
ver o que estava bem na sua cara.

— Você ainda está comigo, baby?

Ela piscou sob a neblina que cobria a sua visão e olhou


para Kink. Ele ainda tinha a mão entre as pernas dela, bem
em sua vagina, mas houve um momento em que ele parecia
preocupado com a reação dela. Ela não podia esperar mais do
que ele estava disposto a dar, porque honestamente não
queria ter que encontrar consolo e paz com um homem. Ela
poderia fazer isso por conta própria, com tudo planejado. Isso
não quer dizer que não iria desfrutar a vida que estava à sua
frente e ser a única que decidia quem ela tinha em sua cama.

—Eu estou aqui. — Ela suspirou. —Eu estou bem aqui,


Kink.

Ele exalou bruscamente, como se ele tivesse segurando


sua respiração e encostou a testa contra a dela.

—Sou eu, não é? Estou sendo muito rude e


pressionando demais, rápido demais? — Ele se afastou, mas
mesmo quando ele estava prestes a puxar a mão, ela agarrou
seu pulso e manteve-o exatamente onde ele estava.

—Não é você e eu quero isso—. Ela enfatizou seu ponto


moendo-se sobre ele, e ofegando pela centelha de prazer que
a ação produzia.

—Sim, você quer, baby. — Ele gemeu e fechou os olhos e


pressionou sua ereção ainda mais contra ela.

—Mas você não está curioso sobre mim, Kink? — As


palavras dela acalmaram-no. —Você sabe algo sobre mim ou
pelo menos tem uma suposição sobre o meu passado? — Ela
não sabia por que ela estava trazendo isso agora, mas uma
parte dela queria que ele soubesse que ela não foi passada ao
redor e que não se submeteu voluntariamente a uma vida de
sexo pago.

Ele balançou a cabeça e se aproximou para beijá-la


suavemente.

—Importa o que aconteceu em nossos passados? — Ele


murmurou as palavras.

—Pode ser, — ela disse a verdade. Se ele soubesse a


merda que ela passou, ele poderia mudar de ideia em ir
adiante com isso tudo.

Por um segundo ele apenas olhou para ela e então ele


finalmente balançou a cabeça lentamente.

—Não importa, baby.

—Eu não me vendi. Eu fui forçada a esta vida, feita para


ser....— Deus, ela não poderia mesmo forçar-se a dizer todas
as coisas degradantes que Morris a fez fazer. —Eu fui forçada
a fazer as coisas a um homem que pensou que eu lhe
pertencia. Mas eu suponho que ele tinha razão desde que
meu tio me vendeu por algumas drogas.

Ele não respondeu de imediato, mas ela continuou.

—E isso foi depois da minha escola, foi algo que você


escutava falar no banheiro de uma parada de caminhões
presumo...— Ela respirou fundo, se acalmando. —E era tão
sujo, Kink. — Esta foi a última coisa que ela queria falar
agora, mas ela queria que Kink soubesse. —Minha mãe fodia
pessoas na minha frente e quando ela morreu, fui entregue à
minha tia e meu tio, que não me queriam. — Ela se recusava
a chorar. —E então houve Morris, o homem que eu disse que
me possuía. Ele era um idiota sádico, gostava de me torturar
porque era isso que ele gostava.

Ele ia remover a mão novamente e a expressão em seu


rosto foi dura, irritada e preenchida com algo perigoso.

—Eu não estou dizendo essas coisas para você ter nojo,
mas eu entenderia se você tivesse. — Ela respirou fundo. —E
quando Morris se fartou de jogar comigo, ele me vendeu a
esse cafetão que começou a bater nas mulheres que
voluntariamente se venderam. — Seus olhos começaram a
lacrimejar, e ela odiava que estava mostrando a sua fraqueza.
Cookie fez um bom trabalho de agir indiferente a tudo, mas
dizer tudo em voz alta, para um homem que ela realmente
queria, mas que realmente não conhecia, era difícil. E tudo
por quê? Porque ela queria que ele a visse como algo mais do
que carne que foi sempre usada?

—Porra, Cookie. — Ele afastou uma lágrima que ela não


percebera que caiu. Quando ele se afastou, ela estendeu a
mão e agarrou seu pulso grosso.

—Por favor, eu quero que você me toque, por ser o


homem que eu escolhi para ficar. — Ela estava respirando
pesadamente. Apesar de ter aberto uma parte de si mesma
que ela não mostrou a qualquer outro homem, ela ainda o
queria desesperadamente.

—Baby—, disse ele gutural. —Como posso estar com


você depois de dizer algo assim? — Ele tirou a mão, mas não
se moveu para trás. Em vez disso, ele segurou seu rosto com
as mãos grandes e calejadas, e olhou em seus olhos —Você
está partindo a porra do meu coração, Cookie. — Ele falou
suavemente, mas com tanto significado, que ela sentiu pela
primeira vez em sua vida, que ela era desejada e necessária
para algo mais do que ela poderia oferecer.

—Eu não quero partir o coração de ninguém. Eu não lhe


contei para ter a sua simpatia. Eu quero você, Kink, mais do
que eu provavelmente deveria, mas independentemente disso,
eu estou escolhendo você. — Seu coração batia tão forte que
realmente machucava. —Eu não estou procurando por algo
mais do que apenas estar com você.

—Cookie—, disse ele, como se estivesse com dor.

—Eu não quero falar mais sobre meu passado, porque


eu fiz o meu melhor para seguir em frente. Eu só quero algo
que faça me sentir bem pelo menos uma vez. — Ela procurou
seu rosto com o olhar, esperando que ele visse a verdade por
trás de suas palavras. —Eu não quero que ninguém sinta
pena de mim. Eu só quero viver, Kink, e eu quero começar a
viver estando com você. — Eles olharam um para o outro, e
então, como se ambos entrassem em ação, ao mesmo tempo,
eles pressionaram suas bocas juntas.

O beijo foi feroz, duro e implacável. Eles pressionaram


suas línguas contra o outro, movendo-as junto num ato que
era erótico, e tão sexualmente carregado, que cada parte do
seu corpo formigava de consciência. Ela tinha as mãos em
seus cabelos, puxando os fios, tentando trazê-lo para perto.
Ele rosnou e mordeu os lábios, colocou as mãos em seu
cabelo e inclinou a cabeça para trás para que ele pudesse
aprofundar o beijo. Ela não conseguia chegar perto o
suficiente e estava pressionando-se contra ele como se
estivesse tentando subir em seu corpo.

—Eu quero você agora, baby—, ele murmurou e em


seguida, abriu a boca e pressionou sua língua mais fundo
dentro dela. Durante vários segundos a fodia com seus lábios
e língua, mergulhando dentro e fora, mais rápido e mais forte
e gemeu contra ela tão ferozmente, que ela sentiu as
vibrações até seu clitóris.

—Me leve para o seu quarto, Kink. — Ela não podia


acreditar que ela estava sendo tão impetuosa e impaciente
com ele. Isto era uma novidade, mas ela não iria recuar.
Colocando as mãos sobre o peito, sentiu o calor pulsante de
seu corpo. O cheiro de couro do seu casaco encheu seu nariz.
A sensação de seus duros e definidos músculos sob a camisa
lisa era tão boa sob as palmas das suas mãos. Ele deslizou a
mão para baixo na sua perna, levantando-a sobre sua cintura
e mergulhou baixo o suficiente para que agora ele
pressionasse seu pênis contra sua vagina. Mas, em seguida,
a porta da cozinha se abriu. Kink não se moveu e de fato
continuou a beijá-la, mas ela sentiu alguém olhando para ela
e calor queimou seu rosto.

Ela tinha as mãos sobre seus peitorais e ela o empurrou.


Ele recuou um centímetro e um sorriso arrogante se espalhou
pelo seu rosto quando ele olhou para quem estava parada na
porta. Tatum está olhando-os, sua carranca feroz e os braços
cruzados sobre o peito.
—Kink, eu disse para falar com ela, não...—, ela acenou
com a mão para cima e para baixo em direção a eles, —fazer
o que diabos é que você está fazendo com ela aqui.

—Sinto muito, Tatum.— Cookie estava tão humilhada.


Ela não podia se controlar muito tempo, ao que parecia. Ela
quase transou com Kink aqui, na cozinha do clube, com as
pessoas do outro lado da parede.

—Querida, não se desculpe. Quando Kink coloca algo


em sua cabeça, nem mesmo o Super-Homem poderia mesmo
impedi-lo de conseguir. — Tatum revirou os olhos e
caminhou até o fogão. —Mas eu poderia precisar de alguma
ajuda para preparar o jantar para todos. Eu acho que uma
boa refeição caseira vai ajudar a aliviar as pessoas um pouco,
depois de tudo o que aconteceu. — Tatum virou as costas
para eles para pegar suprimentos.

Cookie tentou passar por Kink, mas ele prendeu-a


novamente, inclinou-se perto de seu ouvido, e disse em voz
baixa o suficiente que só ela pudesse ouvir,

—Eu quero você hoje à noite, Cookie. Eu quero fazer


você morder o lábio forte o suficiente para você gritar e
sangrar por mim.

Ele estava deixando-a excitada novamente, mas não, ela


não poderia sucumbir. Ela não iria.

—Mais tarde, esta noite, baby, eu quero que você venha


até mim. — Ele se inclinou para trás e olhou para ela. —E
quando você vier ao meu quarto, toda pronta e molhada para
eu levá-la, eu vou fazer você gozar. Duro—. E então ele
piscou, sorriu mais uma vez e saiu deixando-a sozinha na
cozinha. Ela estava molhada, carente e atordoada.

—Garota, é melhor você estar preparada para um monte


de problemas por se envolver com um destes meninos—,
disse Tatum e olhou por cima do ombro. Mas não havia
qualquer repreensão no rosto da mulher. Na verdade, Tatum
realmente sorriu.

—Você está me dizendo que isso é uma má ideia? —


Cookie estava provocando um pouco, mas ela respeitava o
que a mulher mais velha tinha a dizer. Ela estava envolvida
com este estilo de vida durante anos, e ela sabia sobre sua
merda.

Tatum se virou e balançou a cabeça.

—Não, eu não estou dizendo que será difícil em tudo. Eu


estou dizendo que se você acha que isso só será um momento
bom com um bad boy, você pode ser surpreendida com o que
um motoqueiro fará para reivindicar uma mulher.

Agora foi a vez de Cookie sacudir a cabeça.

—Eu não preciso de um namorado.

Tatum riu.

—Querida, não existe essa tal coisa de namorado neste


estilo de vida. Se um desses caras quer você, como realmente
quer você, eles não vão parar até que eles tenham cada parte
de você. — Tatum olhou para ela por alguns segundos. —E
essa é a verdade, Cookie. Kink quer você, e não vai ser só por
algumas horas em sua cama, isso você pode ter certeza.
CAPÍTULO
8
O jantar foi bom, barulhento, mas foi muito voltado a
famílias. As pessoas estavam rindo e sorrindo apesar da
merda que aconteceu. E mesmo que os membros do clube
tentassem manter esta atitude descontraída, mais do que
provável para tornar as coisas mais confortável para todos,
ela podia dizer que eles estavam tensos e em alerta. Eles
provavelmente tinham tantas coisas violentas em sua mente
que fariam todo o quarto escuro com a nuvem.

Eles terminaram o jantar horas atrás, as coisas foram


limpas, e todo mundo estava se recolhendo para a noite. O
clube era um grande quarto de estilo lodge. Com todos
amontoados dentro, havia pessoas espalhadas por todo os
sofás, as cadeiras, e todos os quartos no primeiro e segundo
andar foram tomados. Mas agora aqui estava ela, de pé junto
ao bar e olhando para o corredor que Kink acabara de entrar.
Agora estava tranquilo, além de os murmúrios baixos que
ouvia a partir dos quartos mais próximos ao bar, e os que
dormiam nos sofás.

—Você está bem? — Tatum perguntou ao seu lado. A


outra mulher tinha uma pilha de cobertores em seus braços e
bolsas sob os olhos.
Cookie assentiu.

—Apenas cansada e sobrecarregada.

—Eu sei, hun. Todos nós estamos. —Tatum sorriu. —Eu


vou dormir no mesmo quarto com Callie, Molly e Dakota, por
isso, se você precisar de mim você sabe onde eu estou.

—Ok, e obrigada. Descanse um pouco.

Tatum balançou a cabeça e virou-se para subir. Cookie


a viu desaparecer até o sótão e, em seguida, voltou sua
atenção para o corredor. O quarto de Kink era a última porta
para baixo a longa extensão, e seu pulso aumentou com o
pensamento de realmente fazer o que ele disse e indo para
ele. Ele olhou para ela durante o jantar, e mesmo quando os
caras estiveram sentados ao redor para beber ele ainda olhou
para ela. Era esta conexão que sentia quando seus olhos se
encontraram, e ela se achava meio boba por senti-lo. Mesmo
aos vinte e um era jovem, mas ela viveu uma vida dura e se
sentia muito mais velha do que isso.

Ela secou o último prato, arrumou-o, e pôs o pano de


prato sobre o balcão. Ela ia fazê-lo, empurrar tudo fora, e não
levar em conta que Tatum a alertou sobre o tipo de homem
que Kink era. Ela sabia quem e o que ele era, porque esteve
olhando para ele o tempo todo. Mas ela não se importava com
nada disso, mesmo que ela deveria, e encontrou-se
afastando-se do bar. Cookie caminhou pelo corredor e parou
bem na frente da porta do quarto de Kink. Será que ele sabia
que ela ansiava e vinha para ele como uma adolescente
hormonal? Ela respirou fundo, levantou a mão para bater,
mas antes que pudesse levar os nós dos dedos para baixo na
madeira, está se abriu e ela ficou cara-a-cara olhando
diretamente para Kink.

—Hey, baby—, ele disse baixo, com aquela voz rouca


que deslizou ao longo dela como se ele estivesse realmente
estendendo a mão e acariciando-a.

Ele estava sem camisa, e a tatuagem com o símbolo que


cobria o seu peito se destacava em contraste com a sua carne
firme bronzeada. Ele não disse mais nada, e nem ela, mas ele
deu um passo para trás, abriu mais a porta, e enrolou o
canto de sua boca para cima. Ela entrou, não ouviu nada,
alémdo coração batendo quando ela olhou ao redor de seu
quarto. Ele estava praticamente vazio, além de uma cama e
cômoda, e, claro, alguns cartazes que mostravam mulheres
seminuas montando motos. Logo acima de sua cama e
pendurada na parede estava uma bandeira gigante dos
Brothers com o logotipo do Menace. O calor de seu corpo
penetrou-a de volta, e ela fechou os olhos e sentiu-se ficar
mole para ele.

—Olhe para mim, Cookie.

Ela virou-se lentamente e olhou para ele.

—Você quer isto?

Ela assentiu com a cabeça, nem mesmo hesitando.

—Eu não acho que eu quis um homem, tanto quanto eu


quero você. — Honestamente, a única coisa que ela sempre
quis além de Kink era viver sua vida por conta própria, mas a
escolha de estar com Kink por sua própria vontade era
certamente algo que ela estava fazendo por si mesma.

Eles olharam um para o outro por um momento, e então


eles se juntaram em um emaranhado de pernas, mãos,
dentes e lábios. Ele segurou seus quadris e levou-a para trás
até que ela estava pressionada contra a parede, ao lado de
sua cama. Era enorme, king size, com lençóis amarrotados, e
suas roupas espalhadas sobre ela. Cheirava a sabão fresco, e
ela levantou as mãos e correu-os sobre sua pele úmida. A
parede era feita de troncos grossos, e eles rasparam ao longo
de sua volta de forma desigual, mas isso só pareceu inflamar
seu desejo ainda mais difícil.

—Eu quero isso para mim. — Ela murmurou contra sua


boca agora. Ela se separou dele e ergueu o olhar até que ela
estava olhando para o seu rosto. Kink usou uma mão para
tocar seu rosto e mudou seu polegar e para trás sobre o lábio
inferior. —Eu não me importo que isto será, provavelmente,
apenas para hoje à noite, e que eu vou ser apenas um outro
pedaço de bunda para você.

Ele balançou sua cabeça.

—Você não é apenas um pedaço de bunda para mim,


mas eu não acho que possa ser o tipo de homem que você
precisa, baby. — Ele olhou para sua boca. —Mas, eu não
acho que possa me afastar de você também. — Ele segurou o
outro lado de seu rosto e inclinou sua boca na dela. Ele era
gentil, não forçando ou apressando, mas deixando-a saber
que ele a queria, isso ela tinha certeza.

Cookieagarrou no cós de seu jeans e puxou-o para a


frente para que ela pudesse sentir sua ereção contra sua
barriga novamente. —Eu quero isso, Kink. Deus, eu quero
isso tão ruim. — Ela nunca disse essas palavras, e ele a
fezsentir livre para dizer-lhe.

Ele enfiou a língua entre os lábios, e outro gemido


gutural a deixou. E então ela mudou o seu beijo como ele fez
na cozinha. Era como se suas ações quebrassem algo dentro
dele. Beijou-a mais profunda, mais possessivo, e ela
entregou-se a ele.

—Meu pau está tão duro para você, baby.

—Faça-me sua hoje à noite, Kink.

Ele inclinou-se novamente até que seus lábios estavam


roçando juntos no mais suave dos caminhos.

—Baby, você já é minha. — Ele colocou as mãos sob a


cabeça na parede e olhou para o rosto dela. —Você não é
apenas boceta do clube para mim, Cookie. — Ele empurrou
seu cabelo fora de seu ombro. —Eu quero você mais do que
apenas algumas horas, baby. — Ele passou a língua ao longo
de seu lábio inferior e, em seguida, a parte superior, e um
prazer aumentou passando por ela. —Você está segura
comigo.

Ela colocou os braços em volta do pescoço e empurrou o


peito para fora para que ele pressionasse contra o dele. Seus
seios estavam cheios, e os mamilos doíam. Ela queria ficar
nua com ele em cima dela, empurrando profundamente em
seu corpo, e fazendo-a ver mais nada, alémdos dois juntos.
Ela queria sentir o peso em suas mãos segurando-a,
mantendo-a fixa para que ele pudesse devorá-la. Cookie
agarrou seu cabelo novamente e disse em voz mais
desesperada....

—Faça-me esquecer tudo o que não tem a ver com


agora. — Ela não precisava pedir a ele duas vezes.

Kink segurou sua bunda e apertou com força. Ele


levantou facilmente fora do chão e reivindicou sua boca ao
mesmo tempo, ela enrolou as pernas em volta de sua cintura.
Ele virou-os ao redor e imediatamente a colocou sobre a
beirada da cama.

Ela olhou para ele, e viu como ele empurrou para baixo
seu jeans. Ele não os abotoou para começar, e porque ele não
usava uma camisa, quando ele empurrou seu jeans para
baixo e tirou-os completamente, ele estava totalmente nu.
Kink pegou seu pau e começou a acariciar-se enquanto a
observava. Ele já estava duro como uma rocha, e ela jurou
quando ela olhou para sua ereção, ele cresceu mais ainda
diante de seus olhos.

—Você continua olhando para meu pau assim e eu vou


gozar antes que esteja enterrado até as bolas em sua boceta,
baby.

Sua respiração engatou com as suas palavras eróticas.


Cookie não queria ir devagar, e ela não estava prestes a ser
tímida também. Ela tirou a sua camisa e jogou-a no chão, e
depois chegou por trás e destravou seu sutiã. Seu coração
estava batendo rápido e duro, e nunca quisalguma coisa
tanto quanto ela o desejava. Ela jogou o sutiã para o chão, e o
movimento fez com que os seus seios balançassem.

O abdômen de Kink tinha ondulações e recortes de


músculo, o que definiu um V, que era como uma seta
diretopara baixo na sua ereção. Cookie provavelmente olhou
para ele um pouco mais do que deveria, mas ela
honestamente não poderia evitar. Ela olhou para seu pau de
novo, e viu como ele moveu para cima e para baixo o seu
enorme eixo. Seu foco era sobre os seios, e ela queria o
excitar, como ele estava fazendo com ela. Cookie agarrou seus
seios e começou a apertar os montes.

—É isso aí, baby. — Ele estava respirando mais difícil e


acariciando-se mais difícil, mais rápido. Seus músculos se
apertaram e endureceram. O homem estava excitado, e seu
pau não foi exceção, longo, grosso, e com uma coroa que era
mais ampla do que o eixo. Uma nova onda de umidade
avançou. Ela estava molhada, quase embaraçosa, mas ela
não ia parar com isso.

—Tire as calças, baby—, ele disse naquela voz áspera,


quase animalesca dele.

Deixando de lado os seios sensíveis, ela deslizou suas


mãos para baixo em sua barriga, e parou no botão de sua
calça. Uma vez que estava desabotoado e o zíper para baixo,
sua excitação começou a misturar com apreensão.

—Eu deveria ir devagar com você, fazer amor com você,


Cookie—, disse ele em um gemido.

—Se eu quisesse fazer amor eu teria dito, — ela disse


enquanto respirava através de sua excitação. —Eu quero que
você me reivindique.

Ele fez um som baixo, gutural.

—Empurre as calças fora, Cookie.— Ele ergueu o olhar


de seus seios, e olhou para o rosto dela. —Deixe-me ver toda
você.

Ela se levantou, empurrou as calças para baixo e, em


seguida, fez o mesmo com sua calcinha. Ela não tinha
vergonha de como ela estava, mesmo que soubesse que havia
cicatrizes das ações de Morris. Elas eram pequenas, brancas
que pareciam estrias, aquelas que ela ganhou quando ele
bateu nela com seu cinto quando ela o desapontou, ou
quando ele estava drogado. Deus, ele bateu nela apenas para
a diversão dele às vezes. Este era o seu corpo, a sua vida, e
ela não tinha vergonha dela. Foi essa força que a fez uma
sobrevivente. Cookie viu a maneira como Kink digitalizava
seu corpo com o olhar, viu quando ele parou nas poucas
cicatrizes que ela tinha em suas coxas e quadris, mas
felizmente ele não fez comentários sobre elas. Ele, no entanto,
apertou sua mandíbula, e ela tinha certeza de que ela o ouviu
rosnar baixo em sua garganta.

—Eu não quero ir para lá, e eu não quero a sua mente


lá também—, disse ela com determinação.

Ele engoliu em seco, fechou os olhos, mas concordou


eventualmente. Ele olhou para ela por alguns segundos e, em
seguida, em voz baixa, profunda e mortal, ele disse:

—Coloque os pés na cama, bebê, e abra as pernas. —


Ele lentamente arrastou seu olhar para cima de seu corpo,
parou nos seios para um momento suspenso, e então olhou
para seu rosto. —Eu quero comer sua vagina até que você
goze no meu rosto. Quero os meus lábios cobertos em seu
creme, Cookie.

Seu coração parecia que ia explodir direto através de


seu peito. Ela fez o que ele pediu, colocou seus pés na cama e
abriu as pernas largas o suficiente até que ela sentiu seus
músculos da coxa protestando. Durante vários segundos, ele
olhou para seu rosto, e depois mudou seu olhar de volta para
baixo de seu corpo e direto entre as pernas.

—Olhe para isso, baby, toda rosa, molhada, e


necessitada para mim. — Ele deu um passo para a frente e,
em seguida, caiu de joelhos na frente dela. Ele colocou as
mãos em suas coxas, e ele exerceu um pouco de pressão,
abrindo-a mais uma polegada, e inclinando-se para a frente.
Sua respiração quente passou ao longo de sua vagina, e seus
músculos internos se apertaram.

—Deite-se para mim, Cookie, e deixe-me fazer você se


sentir bem.

Cookie não tirou os olhos de cima dele enquanto ela


lentamente deitou-se na cama. Ela enrolou as mãos nos
lençóis e sentiu o suor começar a correr seu corpo em
antecipação. Ele esfregou seus polegares ao longo de suas
coxas, movendo-se cada vez mais perto até que ela sentiu-o
gentilmente roçar a beira de sua vagina. O sangue se mudou
logo abaixo da superfície de sua pele, e ela ficou ainda mais
aquecida. Mas ele não colocou sua boca sobre ela como
pensou que iria ... como ela queria desesperadamente que ele
fizesse. Em vez disso, ele levantou as pernas para cima,
apertou-as contra o peito de modo que ela estava
obscenamente aberta para ele, e levemente soprou uma
corrente de ar ao longo de seu corpo. Um tremor passou
através dela. Fechando os olhos e enrolando as mãos nos
lençóis ainda mais forte, ela tentou acalmar sua respiração.

Cookie levantou a cabeça e forçou-se a olhar para ele.


Seu foco estava direto entre as suas pernas, e este feroz,
olhar cobrindo seu rosto.

—Caralho, baby, eu vou entrar tanto em sua boceta que


você não vai nem mesmo ser capaz de se sentar sem pensar
em mim.

—Você tem uma boca tão suja.— Ela engasgou fora e


deixou a cabeça cair para trás contra a cama.

Ele não respondeu, apenas usou os polegares para


espalhá-la ainda mais, e depois colocou a boca aberta
diretamente na sua vagina. Mais e mais ele mudou a sua
língua no seu clitóris, achatando-o até sua fenda, e depois
mudou-se em torno de sua abertura antes de pressionar a
língua em seu corpo. Os sons que o deixavam vibrou contra
seu clitóris, e não demorou muito para o seu orgasmo
começar a subir.

—Não pense, baby. Apenas deixe ir para mim. —Kink


começou a renovar seus esforços. Ele lambeu e chupou,
esfregou e beliscou até que ela não podia parar o tremor que
logo assumiu seu corpo inteiro. —Oh, sim, baby. Porra eu
amo vê-la assim. —Ele murmurou as palavras certas em seu
clitóris, e o feixe de nervos inchou ainda mais. E bem quando
ela começou a gozar, ele moveu suas mãos mais baixas para
agarrar sua carne em uma ação cheia de prazer e agonia. Um
suspiro assustado a deixou, mas não era para impedi-lo.

Seu orgasmo caiu através dela como uma tempestade de


relâmpago, roubando sua visão, sua mente, e sua própria
compreensão do que estava acontecendo. Ela poderia ter
gritado, mas tudo o que podia ouvir era o sangue correndo
por suas veias.

—Você está bem? —, Disse Kink passando a língua ao


longo de ambos os lados dos lábios de sua boceta. Ela abriu
os olhos, levantou a cabeça, e viu como Kink pressionava
seus quadris no colchão continuamente. Ele fazia o
movimento na cama, tão perdido em sua própria neblina que
ele não podia nem se controlar, obviamente.

—Você quer mais, Bailey? — Ele fechou os dedos em


sua carne, e uma exclamação de dor e prazer a deixou. —
Você quer me dar até que você acha que não aguenta mais?
— Era como se ele falasse em enigmas, mas ela encontrou-se
balançando a cabeça, murmurando coisas incoerentes,
porque ela não podia sequer formar uma palavra.

—Diga-me, Bailey, me diga que você quer mais. — Ele


chupou seu clitóris em sua boca, e ela abriu a boca em um
grito silencioso.

—Eu quero mais. — Ela respirou essa palavra, nem


mesmo certa se ele a ouviu.
—Cristo, baby. Estou tão alucinado por você que eu
poderia gozar diretamente sobre este colchão, apenas
aproveitar os lençóis de merda. —Ele ainda tinha as mãos em
torno de cada uma das suas coxas, abrindo e fechando-a. Ele
levantou a cabeça e olhou para ela. —Eu quero tanto
estardentro de você.

—Então, venha para dentro de mim. — Ela ofegava,


realizada sobre os lençóis, e silenciosamente pediu-lhe para
apenas levá-la já. Ela jurava que o ar quebrou e ficou louco
com a energia que veio dele. Mudou-se por seu corpo,
agarrou os cabelos em um apertoforte, implacável, e beijou-a
com força. Provou-se em seus lábios e língua, e gemeu contra
ele. Ela podia sentir seu comprimento contra ela, e sentiu a
ponta de seu pau contra sua abertura. Mesmo que ela
estivesse encharcada por ele, ela sentiu a umidade do pré
sêmen de seu pênis em sua parte interna da coxa. Ele
bombeou contra ela, uma e outra vez, mas nunca com força
suficiente para penetrá-la. Ela deveria dizer a ele para colocar
um preservativo, que, embora ela estivesse limpa, ela ainda
queria estar segura. Além disso, parecia que era o certo a
fazer, a coisa inteligente. Mas ela não conseguia formar as
palavras, e ficou perdida e aquecida a partir de seu beijo.

—Bailey. — Ele gemeu o nome dela, e segurou-a mais


apertado. —Eu só quero deslizar para dentro de você, sentir
sua umidade quente me envolver. — Ele moveu sua boca
sobre sua bochecha, ao longo de sua mandíbula, e chupou na
concha de sua orelha. —Você vai me deixar, baby? Apenas
deixe-me estar com você sem nada entre nós? —Ele ofegava
contra seu ouvido, e ela jurou ver luzes dançarem na frente
de sua visão. —Eu estou limpo, baby, e uso proteção sempre.
— Ele bombeou mais e mais rápido contra sua vagina, mas
ainda não penetrou ela. —Eu vou ter cuidado, Bailey, puxar
para fora, mas eu preciso estar com você dessa
maneira,porra.

A parte inteligente da sua cabeça disse que isso era uma


má ideia, que ela deveria dizer a ele para colocar um
preservativo, porque essa era a coisa segura e inteligente a
fazer, independentemente do que ele disse. Mas Deus, ela
queria isso, também. Ela tinha um implante que a impedia de
engravidar graças a Morris, mas ela não sabia nada do
passado de Kink, ou quão seguro ele realmente foi. Ele se
afastou, e olhando para o seu rosto mostrou-lhe uma verdade
e vulnerabilidade, uma necessidade e um desespero, que ela
nunca viu antes.

—Cabe a você, mas você vê o que você faz para mim? —


Ele beijou sua orelha, e pegou a mão dela, sem se afastar de
seu pescoço. Ele colocou-o entre os seus corpos ... certo no
seu pau. Ele estava escorregadio com sua necessidade e o pré
sêmen, em seguida, ela se viu acenando e pedindo-lhe para
colocá-lo.

—Eu sempre estive seguro, Cookie, sempre me protegi—


, disse ele de novo, parecendo murmurar para si mesmo.

—Eu quero isso. Eu confio em você. —E ela fez. Deus,


sempre. Talvez fosse tolice, mas sentiu confiança profunda
em seus ossos.
Ele resmungou, e ao usar a mão para obrigá-la a enrolar
os dedos em torno desta espessura de comprimento, enorme,
ele empurrou para a frente. Sentia onde seus corpos estavam
ligados, e uma onda de excitação encheu.

—Eu estou tão duro para você, que, se eu não tomar


cuidado eu vou gozar antes mesmo que eu o tire de novo. —
E então ele empurrou toda a sua longitude nela até que suas
bolas bateram no rabo, e ela estava mordendo o lábio com
força suficiente para sentir a carne abrir. O sangue encheu a
boca, mas ela não se importava. Na verdade, ela queria mais,
um cacete de muito mais.
CAPÍTULO
9
Puta que pariu. Kink fechou os olhos e cerrou os dentes. Cookie
era tão extremamente apertada, quente e molhada para ele.
Era quase doloroso apenas estar dentro dela, especialmente
quando ela ficava abrindo e fechando em torno de seu pênis.
Ele estava se segurando para caralho para ele não começar a
empurrar nela como uma espécie de besta frenética,
enlouquecido. Ela apertou em torno dele uma e outra vez, e
ele fechou a mão apertando em seu cabelo. Sua outra mão
estava em seu quadril, mantendo-a bem onde ele a queria.
Esta era a sua mulher, ela sabendo ou não, que ele a
verbalmente reivindicou como sua.

Ela. Era. Dele.

Este não era o melhor momento para desejar uma


“Senhora”, e ele com certeza não precisa de uma com toda a
merda acontecendo agora, mas ele não podia evitar. Ele a viu
a primeira vez que ela entrou pelas portas do clube, arrastada
atrás de Lucien e parecendo assustada. Ele quis protegê-la,
mas ele empurrou esses sentimentos para longe, dizendo a si
mesmo que ele não queria uma mulher, e ela não precisava
de um homem como ele em sua vida.

Bem, parecia que seu controle duramente conquistado


estava escapando quando estava com esta mulher. Ele estava
reivindicando-a para si.

Tentar negar a si mesmo era inútil, porque estar dentro


dela era como a porra da coisa mais perfeita do mundo. Ele
retirou-se lentamente, apenas o suficiente para que a cabeça
do seu pau estivesse metade dentro, e, em seguida, empurrou
para dentro. Bombeava e recuava tornando mais difícil para
ele manter esse ritmo fácil, não que ele quisesse ir lento. Seus
apelos macios para mais, para ele reclamá-la mais e mais
rápido, estavam destruindo sua resistência.

—Por favor, Kink, mais. Deus, eu quero mais. — Ela


tinha suas mãos em seu bíceps agora e as unhas em sua
carne. Ele começou a empurrar mais rápido dentro dela,
sentindo sua carne lisa com o suor, e amando cada porra de
minuto. Ele nunca se sentiu assim com uma mulher, nunca
teve esta necessidade profundamente enraizada de marcá-la,
reclamá-la e tornar conhecido que ela era sua. Foi sempre
prazer e nada mais, usando as meninas do clube porque era
o que elas queriam, também, e porque queriam ficar com um
membro.

—É tão bom, paracaralho. — Ele olhou para o rosto


dela, sentindo a necessidade de simplesmente fechar os olhos
e se perder no sentimento, mas ele não podia. Ele queria ver
o êxtase cobrir seu rosto quando ela gozasse, o que iria
acontecer muito em breve. —Eu posso olhar para você toda a
noite, enquanto eu enterro as bolas profundamente dentro de
você. Eu poderia olhar para o seu rosto durante todo o dia e
nunca ter o suficiente. —O olhar de euforia em seu rosto,
suas bochechas avermelhadas, a boca aberta, era como um
orgasmo visual todos em si.

—Eu estou tão perto de novo—, ela disse sem fôlego,


como se ela não conseguisse ar nos seus pulmões.

Sim, ele sabia que ela estava, podia sentir seus


músculos apertados da boceta apertando ao redor de seu
pênis. Ele empurrou duro o suficiente para que ouvisse suas
peles batendo juntas. Ele adorava ouvir esse som,porra, e
amava sentir seu corpo se conectar com o seu, bem antes
dele sair dela e repetir a ação mais uma vez.

—Oh. Deus. Eu vou gozar. —Ela gritou, inclinou a


cabeça para trás, e mordeu o lábio.

Antes que ela explodisse em torno de seu pênis, ele


puxou para fora, agarrou a base de seu pênis e começou a
acariciar-se enquanto olhava para sua boceta aberta. Ele
empurrou-se fora olhando para o pequeno buraco que ele
acabou de estar enterrado, arrastou seu olhar para cima da
sua fenda, e parou em seu clitóris.

—Toque-se para mim. Esfregue esse pequeno clitóris.


Ele sabia que ela estaria sensível depois de gozar, mas ele
queria isso, e queria vê-la tocar na boceta rosa molhada dela.

Ela moveu a mão para baixo em sua barriga, e, embora


ela parecesse cansada fez o que ele pediu. Suas bolas doíam
porque ela obedeceu tão prontamente. Este som baixo deixou
sua garganta. Ele observou enquanto ela circulou a pequena
protuberância, mudou seu dedo frente e para trás sobre ele, e
fez um pequeno ruído cada vez que ela fez isso.
—Você é minha, baby.

Ela não parou de tocar a si mesma, e ele adorava vê-la


fazer isso por ele.

—Eu quero você, Cookie, e eu sei que você me quer,


também.— Ele olhou para o rosto dela, diretamente em seus
olhos, e desejou que ela visse o que ele estava dizendo. —Eu
quero você bem mais do que um pedaço de bunda.

Ela lambeu os lábios e balançou a cabeça lentamente.

—Eu não quero que esta noite acabe, Kink, mas algo
mais que isso me assusta.

Sim, ele poderia perceber isso, mas a vida agora estava


realmente ferrada, e apesar de tê-la trazido para perto dele, o
que foi um movimento errado de se fazer, ele a queria ao seu
lado.

—Você entende o que isso significa? — Ele sabia que ela


entendia, mas isto tinha que ser sua decisão.

Ela não respondeu de imediato, mas, em seguida,


balançou a cabeça lentamente.

—Eu acho que sim. — Ela não parou de esfregar-se, e


ele não parou de se masturbar.

—Isso significa que você é minha, de mais ninguém,


Cookie, e que eu te reivindico como minha mulher.

—Deus.— Ela engasgou e começou a esfregar-se mais


rápido.

—Diga que você é minha—, disse ele quase demoníaco.


O suor escorria ao longo de sua testa.

—Eu quero ser, Kink, mas eu também quero a minha


própria vida. Quero experimentar coisas, não estar presa em
um lugar, e estar com um homem me assusta.

Ele também poderia entender, especialmente com o que


ela passou.

—Eu ainda quero você, e nunca iria impedi-la de


qualquer coisa.

Ela piscou lentamente, sua respiração saiu mais rápido,


e ele sabia que ela estava prestes a gozar.

—Diga que você é minha, e nós podemos viver um dia de


cada vez.

Levou alguns segundos, mas finalmente ela sussurrou:

—Eu sou sua, Kink.— Ela inclinou a cabeça para trás e


arqueou o pescoço.

Ele acariciou-se mais rápido, mais forte, e sentiu suas


bolas balançar com a força de suas ações. Seu orgasmo
correu até sua coluna, abaixo do comprimento de seu pênis,
e disparou para a frente com tanta força que ele tinha que
colocar uma mão na cama ao lado de sua cabeça para se
manter estável. Ele gozou longo e forte, e observou nesta
névoa de prazer sujo que ele cobriu a parte superior de seu
monte com sêmen. Sua semente cobriu o cabelo curto,
vermelho em sua vagina, seu baixo ventre, que fazia uma
ligeira curva, e seu umbigo. Apenas quando ele pensou que o
prazer terminou, uma onda de prazer saiu novamente,
enquanto olhava para seus grandes seios cheios com a luz e
mamilos cor de rosa. Quando ele finalmente entrou em
colapso ao seu lado, ele se obrigou a manter os olhos abertos,
e olhou para ela. Ela ainda estava de costas, sua semente
cobrindo-a e fazendo-o sentir esse desejo primordial para
esfregá-lo. Era como se ela fosse sua agora, de todas as
maneiras mais básicas, mas sua, no entanto.

Ele rolou para o lado dela, passou o dedo entre os seios,


e adorou como os cantos de sua boca se elevaram num
sorriso sonolento.

—Isso foi ... intenso. — Ela virou a cabeça e abriu os


olhos. —Mas de uma forma que totalmente compensa afastar
as minhas inseguranças e medos. — Ela rolou para o lado
dele, e agora foi a vez de ela passar um dedo entre os olhos
dele.

Por um momento Kink ficou sem palavras e nem sequer


conseguia se mover. Ele nunca teve uma mulher que olhasse
para ele do jeito que ela olhava, ou que o tocasse tão
suavemente, como se ele fosse algo mais do que um pau para
ser montado. Parecia tão grosseiro pensar nisso, mas era a
verdade.

—É estranho que eu gostaria que pudéssemos ficar


assim para sempre? — Ela riu, e começou a se afastar, mas
ele não estava prestes a deixá-la. Ele não estava disposto a
deixar ir, não quando estava sentindo algo tão forte por ela.
Ele colocou seu braço em volta da sua cintura e a puxou para
mais perto, para que ela se encaixasse.
—Não é estranho, baby. — Ele se inclinou e beijou-a na
parte superior da cabeça. —Eu não estou acostumado a isso
também, e tenho certeza que vamos ter um monte de
problemas ao longo do caminho, especialmente com este
enorme problema acontecendo com o clube agora, mas eu
não vou abandoná-la.

Ela passou a mão ao longo de seu peito, e ele sentiu os


sopros de sua respiração no movimento em seu peito.

—Eu deveria voltar para minha cama, bem, meu beliche.


— Ela riu suavemente, e começou a afastar-se, mas ele a
deteve. O que ele amava era que ela não se importava que
ainda estava coberta de seu esperma. Era quase como se ela
gostasse de tê-lo sobre ela, e talvez isso fosse fodido para
alguns, mas para ele era uma merda bastante profunda.

Ele a puxou para mais perto, impedindo-a de se mover


para longe dele.

—Não, baby, fique aqui comigo esta noite. — Ele estava


ficando duro novamente, bastou o cheiro do seu cabelo
perfumado floral.

—As pessoas vão começar a falar—, disse ela em um


tom sonolento, mas relaxou contra ele.

—Eu não me importo se as pessoas falam, mas posso


garantir que eles não vão. — Se alguém pensar em abrir a
boca sobre eles estarem juntos, ou dar-lhe dificuldade sobre
qualquer coisa, ele iria bater na sua bunda. Eles ficaram em
silêncio por um momento, e ele se permitiu não pensar em
toda a porcaria acontecendo em sua vida, e apenas desfrutar
segurando-a.

—Você está com medo? —, Ela perguntou suavemente


alguns minutos mais tarde.

Ele não sabia se ela queria dizer por causa de tudo o que
aconteceu com o clube, ou por estar com ela, mas ele não ia
mentir.

—Sim, querida, eu estou, mas eu não sou o tipo de


homem que recua também. — Ele respondeu com
sinceridade, e quis dizer isso, porque estar com ela, tanto
alegrava como o assustava para cacete.

—Você pode falar inglês? —, Perguntou Kink, ao


recostar-se na cadeira e cruzou as mãos atrás da cabeça. Ele
olhou para o advogado que estava trabalhando em sua
batalha de custódia com Sarah, e esperou que o delgado
pequeno homem terminasse de falar. Ele parecia o advogado
estereótipo: magro, vestindo um terno de grife, cabelo
perfeitamente arrumado, e óculos finos de aro empoleirado no
nariz adunco. Mas Kink não se importava como o homem
parecia, contanto que ele fizesse que a puta não levasse a sua
filha.

—Bem, já que Callie vai fazer dezoito anos em cerca de


um mês, mesmo que ela tentasse levá-la, a menor poderia
sair por seu próprio livre arbítrio de qualquer maneira.

—Eu não me importo quando ela faz dezoito anos, ou se


ela está apenas na Califórnia por um mês. Sarah não vai
levá-la para outro estado, isso eu garanto.

O advogado sacudiu a cabeça.

—Sr. Roberts, sua ex ... —Sheldon, o advogado, olhou


para sua papelada, como se estivesse procurando o termo
certo para chamar Sarah.

Puta manipuladora. Idiota sádica. Antipática.

Aqueles eram todos nomes que Kink chamou Sarah para


ele mesmo, ou para seus irmãos, e embora provavelmente
não fosse a coisa certa a fazer, chamando a mãe de sua filha
desses nomes, a verdade era que ela era todas essas coisas e
muito mais. Ela usou Callie contra ele, toda a sua vida, e
aquelas semanas que ele tentou um relacionamento com ela
depois que ele descobriu que ela estava grávida foram puro
inferno. Foi por causa de Sara que ficou longe de um
relacionamento e de reivindicar uma mulher como uma
“Senhora” ... até agora. Ele não falou com ninguém além de
Cookie sobre o desejo de tê-la como uma “Senhora”, e embora
soubesse que os outros membros iriam apoiá-lo, ele também
sabia que agora não era o momento para falar isso com eles.
Eles tinham que falar com o hacker em breve, então ele
precisava desse problema com Sarah definitivamente
resolvido. Ele só tinha um fim de semana com Callie, pelo
acordo de guarda, mas por causa do bloqueio ele não iria
enviar Callie de volta. Isso provavelmente faria com que uma
nova tempestade de merda acontecesse com Sarah.

—Basta chamá-la de minha ex é suficiente. — Kink


baixou o braço de volta na mesa e tamborilou com os dedos
sobre a mesa, enquanto olhava para Sheldon.

—A sua ex não tem qualquer direito legal para levar a


sua filha para fora do estado sem falar com um juiz, e sem ter
você de acordo. Desde que você é parte, para colocá-lo em
termos leigos, ela teria que passar por uma situação de um
processo demorado, em que seria preciso o seu advogado
levar este tema ao juiz.

—Ela disse que o seu advogado está tratando disso, mas


eu não sei se realmente é verdade, ou se ela tem apenas
esperança que eu recue. Eu sei que ela não pode se dar ao
luxo de passar por um grande processo, então isso é
provavelmente besteira.

Sheldon balançou a cabeça e começou a organizar os


papéis.

—Bem, eu posso começar a solicitar a audiência de


imediato, ao passo que nós podemos trazer as ameaças que
ela lhe fez para a atenção do juiz, e o fato de que ela está
planejando fugir para a Califórnia, sem avisar ninguém
legalmente.

—Você acha que podemos conseguir isso


rapidamente?— Kink perguntou e inclinou-se para descansar
os braços sobre a mesa.

—Honestamente?— Sheldon não esperou Kink


responder. —Coisas como esta podem levar meses, mas eu
vou acelerá-lo por causa da situação dela tentando levar a
menor para fora do estado. Tudo o que podemos esperar é
que seja resolvida rapidamente. —Ele pegou sua pasta,
levantou-se e estendeu a mão para Kink.

Kink olhou para a mão oferecida, exalou e agarrou-a. Ele


apertou-a, exercendo pressão, e olhou para os olhos do
homem. Sheldon fez uma careta, mas estampou um sorriso e
pegou a mão dele de volta. Kink se levantou, estalou seus
dedos e seu pescoço.

—Eu vou deixar você saber logo que eu tiver resposta. —


Sheldon ia passar por ele, mas Kink estendeu a mão e
colocou uma mão em seu ombro. Sheldon estava tenso, mas
olhou para ele e sorriu. Ele parecia nervoso para caralho.

—Obrigado por me ajudar com isso, — Kink disse, e


soltou seu ombro. —Eu sei que isso é um monte de merda, e
eu estou te pressionando para conseguir rapidamente, mas
isso é sobre a minha menina.

—Eu entendo Sr. Roberts. Eu tenho uma filha, e se eu


estivesse na sua situação eu estaria tomando as mesmas
ações que você. —Sheldon assentiu e Kink deu um passo
para trás de modo que o homem pudesse sair. Por alguns
minutos, ele ficou na sala de reuniões, encostado à mesa, e
olhando pela janela para a sala principal. O bloqueio só foi
imposto durante as últimas doze horas, e ele não sabia
quanto tempo iria permanecer. Eles ainda tinham que
descobrir onde o culto estava, e apanhá-los, e só então eles se
sentiriam seguros em deixar seus entes queridos na
segurança do clube. Ele nem sabia como iria resolver isso
com Sarah, porque ele tinha certeza de que haveriam sérios
problemas. Ela poderia saber sobre toda a rotina de bloqueio
em torno de MCs, merda, ela foi uma boceta do clube não
oficial, dormindo com vários sócios do clube há certa altura,
mas ela ainda era uma puta egoísta.

Ele viu Callie sentada no sofá com um livro na mão.


Deus, ela cresceu tão rápido, merda. Ela já terminou o ensino
médio há alguns meses, e ele não tinha vergonha de dizer que
ficou emocionado de ver sua filhinha andando pelo palco. O
clube inteiro apareceu para mostrar seu apoio. Eles eram sua
família tanto como ele era. Ele sorriu ao vê-la ler sobre
algumas informações de faculdade, conversou com ela e a
forçou a se inscrever. Ela pode não saber o que ela queria
fazer, ou mesmo se ela queria ir para a faculdade, mas, pelo
menos, queria que ela olhasse para a informação. Ele ficou
satisfeito de ver que ela não estava ignorando isso também.
Ele observou Lucien caminhar até o sofá, e algo no fundo de
sua mente se levantou e apareceu. Lucien se sentou na
cadeira em frente a Callie, e embora não se falassem, ele
notou Callie de rabo de olho para Lucien. Ela se mexeu no
sofá, e, em seguida, Lucien se inclinou para frente e apoiou
os cotovelos nas coxas. Tudo o que ele estava dizendo para
Callie fez com que as suas bochechas ficassem vermelhas, ela
se inclinasse, e, finalmente, saiu do sofá e da sala principal.
Lucien se inclinou para trás, passou a mão sobre o rosto, e
Kink viu a forma como o presidente do clube apertou as mãos
sobre as coxas.

Kink ficou de pé, prestes a ir ver o que era aquilo tudo,


mas quando ele saiu da sala de reunião e se dirigiu para
Lucien, seu hacker entrou pelas portas da frente. Todos os
membros avançaram, e todos os outros foram conduzidos
para os seus quartos. Malcolm parecia que não dormiu a
noite toda, a julgar pelos círculos escuros sob os olhos e as
roupas que ele usava e estava despenteado. Kink olhou ao
redor da sala e fez com que todos se fossem. Cookie ainda
estava dormindo quando ele se levantou, mas era cedo, e ele
a manteve acordada até muito tarde na noite passada. Esse
pensamento o fez sorrir e fez com que o seu pau ficasse duro
apesar do fato de que eles estavam prestes a entrar em
negócios do clube. Ele tirou-a de sua mente e focou no jogo
que estava à mão no momento. Colocando-se ao lado de
Lucien, ele olhou para o outro homem. Lucien olhou para ele,
e esta expressão estranha atravessou seu rosto.

—Eu estou bem, cara. — Lucien olhou para Malcolm. —


Você tem alguma coisa para nós?

Malcolm assentiu.

—Oh, sim, um monte na verdade.

—Bom. — Lucien esticou o queixo em direção a sala de


reunião. —Vamos, rapazes, vamos fazer a bola rolar e
derrubar esses filhos da puta.
CAPÍTULO
10
—Eu finalmente consegui invadir o mainframe do site da
igreja, mas eles tinham uma proteção sobre o site.

—Que porra é essa? — Malice perguntou num rosnado.


Ele se inclinou para frente e tinha uma carranca no rosto.
Isso afetou todos os homens, mas a —Senhora— de Malice,
Adrianna, estava lá, e, portanto, o irmão estava ainda mais
faminto por sangue.

Malcolm suspirou claramente exausto, e olhou ao redor


da mesa retangular.

—Essencialmente, significa que eles têm alguém que


conhece sobre todas as merdas de computadores. Eles
tinham malware no site, o que basicamente serve para
bloquear o computador de alguém que estivesse tentando
invadir. Eu conheço os programas de computador, e consegui
passar as defesas mais fortes. Com uns poucos ajustes, eu
passei, desativei, e fui capaz de colocar um rastreador no
servidor de lá.

—E? Você pode chegar ao maldito ponto, Malcolm? Toda


essa conversa sobre tecnologia está me dando uma dor de
cabeça—, Kink disse, sem querer parecer desesperado, mas
ele queria esses bastardos apanhados o quanto antes.
—Relaxe, Kink. Malcolm sabe o que faz. Estamos todos
estressados, mas precisamos manter nossas cabeças calmas
agora—, disse Lucien, e a voz do presidente soou muito mais
calma do que Kink estava se sentindo.

Ele olhou para Lucien. O outro homem estava recostado


na cadeira com um cigarro na boca, olhando diretamente
para Kink, com uma expressão paciente. O que acontecia
com Lucien era que ele era um motoqueiro calculista. Ele era
duro e perigoso quando ele precisava ser, mas também era
um homem inteligente. Ele esperava, esperava a sua vez, e
em seguida, atingia como um maldito raio. Eles eram todos
perigosos e violentos, por si mesmos, mas Lucien era algo
totalmente diferente. Kink sabia que, a fim de se tornar um
MC, um homem tinha que ser um filho da puta frio, e Lucien
era exatamente isso. Ele sabia como atacar, e ele sabia como
derrubar seu inimigo.

Lucien exalou, e uma nuvem de fumaça cobriu o espaço


diante dele por um segundo antes de se dissipar.

—Malcolm, o que você descobriu? —, Disse e deu mais


uma tragada antes de apagar o cigarro.

—Ok, então seu endereço IP nos levou de volta à sua


base principal em Utah. Ele está registrado com o mesmo
endereço em que localizei o seu site, mas depois de mexer as
coisas e entrar num programa que esconderam, eu descobri
que eles não estão sequer funcionando em Utah.

—Ok, então onde eles estão operando?— Lucien


perguntou em voz baixa, mortal.
—O endereço que encontrei foi bem aqui em River Run—
. Na mesa, o silêncio se tornou frio. —Eu segui o endereço até
um armazém que está sendo alugado na esquina da cidade,
antes mesmo da linha do condado Willowcreek.

Kink recostou-se na cadeira. Ele ficou surpreso nesse


ponto, ele sabia que o culto estava funcionando em River Run
durante as últimas semanas, mas ele não sabia que eles
estavam comandando a sua operação a partir de um edifício
localizado na cidade.

—Você acha que eles estão tentando se estabelecer


permanentemente?— Kink perguntou a Lucien.

—Eu não sei. Eles estão na cidade, obviamente, mas se


eles estão realmente alugando o velho armazém… Tem estado
vazio durante o último ano porque ninguém é estúpido o
suficiente para assumir um investimento como esse—, disse
Lucien. —Mas, aparentemente, alguém fez isso agora, ou pelo
menos temporariamente. Tenho a sensação que o culto pode
estar tentando ramificar-se, talvez tentando recrutar aqui em
River Run, ou mesmo em Steel Corner. —Lucien pegou seu
celular, olhou para ele, e colocou-o sobre a mesa. —Malcolm,
você descobriu o nome de quem alugou o armazém?

Kink olhou para o garoto.

—Sim, espere.— Ele digitou alguma coisa em seu laptop.


—O nome é Beatrice Herving, mas eu acho que é bastante
seguro dizer que se alguém tem esse tipo de firewall e
proteção de software sobre o que é suposto ser apenas um
site de igreja, então este é provavelmente um nome falso.
Lucien assentiu com a cabeça lentamente. —É, sem
dúvida é um nome de fumaça.— Lucien olhou para fora por
um segundo e Kink ficou impaciente para caralho. Ele queria
reagir, mas ele não iria no escuro. Eles precisavam saber
tanta informação quanto eles pudessem reunir sobre esses
filhos da puta.

—Eu preciso de todas as informações sobre o armazém,


os ocupantes, dimensões, modelos e qualquer merda que
você puder reunir através do computador. Se você precisar de
recursos, avise-nos, e nós vamos ter certeza de consegui-los—
, disse Lucien, e Malcolm assentiu.

—Não devo demorar muito, mas mais ou menos uma


hora para descobrir.

—Obrigado, garoto. Mind está esperando lá fora?—,


Perguntou Lucien e inclinou o queixo em direção à porta.
Malcolm assentiu e juntou suas coisas antes de sair. Assim
que a porta foi fechada novamente Lucien olhou ao redor da
mesa. —Rock, Ruin, vocês encontraram alguma coisa na
cidade?

—Falei com alguns desses viciados que rondam o bar


Titty—, disse Rock.

—Não tinha certeza sobre o quanto eles sabiam sobre o


que acontece por aqui, mas depois eles começaram a falar
sobre algumas pessoas da igreja que andam ao redor do
clube de strip, e até mesmo alguns protestando sobre o que lá
acontece com as meninas balançando seus traseiros por
dinheiro, que era errado e imoral —, Ruin disse depois que
ele exalou.

—Como sabemos que são os mesmos filhos da puta que


bombardearam a cabine?—, Perguntou Tuck, e havia um tom
mortal em sua voz.

—Nós não sabemos, mas eu não ouvi mais nada sobre


manifestantes desde que esses filhos da puta chegaram
aqui,— Ruin respondeu, e a maneira como ele batia os dedos
na mesa fazia com que os dois anéis de prata que ele usava
se chocassem contra a madeira. —Vamos ser realistas. Esta é
uma cidade pequena e apesar do fato de que alguns
moradores não se importam com os bares e clubes de strip
que existem, todo mundo frequenta o mesmo. Não havia
qualquer tipo de protestos, como o que vem acontecendo
desde que essa maldita igreja apareceu.

Houve um murmúrio de concordância.

—Além de alguns velhos tentando fechar os bares da


maneira legal e atrás da porta de um juiz, esteve tudo
bastante tranquilo. Na verdade, eu estou surpreso que este
culto não se manteve escondido sabendo que eles iriam fazer
isso com o nosso lugar, —Ruin completou.

—Não importa de qualquer maneira, porque quando nós


os encontrarmos, vamos fazê-los rezar alto por misericórdia.

Houve um murmúrio e um coro de concordância.

—Você acabou falando com Jagger? Eu sei que você foi


para Steel Corner na noite passada, mas não estiveram fora
por muito tempo, então eu não tinha certeza do que diabos
estava acontecendo, —Malice disse e ele estava tão furioso
que mastigava a ponta de um palito.

—Eles estarão prontos quando precisarmos deles.


Jagger disse que quando soubermos os detalhes é para
chamá-lo e aos seus irmãos e estarão com armas em punho.

Jagger era o Presidente do Grizzly MC, que funcionava


em Steel Corner, a cidade mais próxima. Os clubes ajudaram
uns aos outros ao longo dos últimos meses, e ficaram muito
próximos uns dos outros. Tê-los como suporte seria mais um
monte de músculo.

—O clube Fairview também está chegando, e deve estar


aqui nas próximas horas. Falei com Marx, e ele está trazendo
vários de seus homens —, disse Lucien e recostou-se na
cadeira novamente. —Com os Grizzlies, nossos rapazes de
Utah, e nós, acho que podemos pegar estes filhos da puta,
mas eu quero que estejamos espertos sobre isso.

—Eu não vou falar doce com eles, cara—, disse Rock, e
embora parecesse descontraído, o motoqueiro podia ser um
idiota cruel.

—Ninguém vai falar nada com eles. Uma vez que


soubermos se eles estão escondidos naquele armazém, as
plantas de tudo e qualquer outra informação que
conseguirmos, vamos pegá-los e nos preocuparmos com as
consequências mais tarde. —Lucien pegou no seu celular,
olhou para ele outra vez, e voltou a abaixá-lo.

—Que porra está acontecendo com o seu telefone?—


Kink perguntou e apontou para o telefone em questão. —Você
está de olho fixo naquela coisa desde que você o tirou do seu
colete.

Lucien deu-lhe um olhar desagradável, mas não


ameaçador, apenas irritado.

—Recebi um telefonema hoje de manhã cedo. — Ele


ficou em silêncio por um segundo, e então passou a mão
sobre seu cabelo escuro e curto. —Cain me ligou. Ele está
saindo amanhã.

—Bem, foda-se. — Parecia que todos disseram ao


mesmo tempo, e então eles estavam dando palmadas uns aos
outros na parte de trás. Mas a emoção de um dos irmãos sair
da prisão foi de curta duração.

—Isto é ruim, péssima hora para ele sair—, disse Kink.

Lucien assentiu.

—Sim, estou muito feliz que ele está sendo libertado,


mas agora temos de manter a nossa cabeça no jogo. Nós não
precisamos de Cain entrando em mais merda quando ele
acabou de sair, e eu sei que se ele perceber o que está
acontecendo, ele vai querer juntar-se com uma arma em cada
mão.

—O homem é um filho da puta louco, mas este clube é a


sua vida, ainda mais depois...— Tuck parou de falar e Kink
olhou para ele. Um silêncio abafado e desconfortável encheu
a sala.

Cain foi preso durante os últimos nove anos por


tentativa de homicídio depois que ele pegou o filho da puta
doente tentando estuprar sua filha de dezesseis anos de
idade. A única razão pela qual o idiota ainda estava vivo era
porque um vizinho chamou a polícia, e eles chegaram antes
que Cain pudesse acabar com ele.

—Bem, se Cain quer algo, não há ninguém que vá pará-


lo—, disse Tuck, e todos eles concordaram. —Você sabe que
ele deve estar louco por um pouco de ação desde que ficou
preso por muito tempo, por isso vamos torcer para que nós
possamos resolver isto antes que ele seja libertado. Eu prefiro
comemorar com ele, do que ter Cain se envolvendo com isso
tão logo saia.

Kink recostou-se na cadeira, esfregou o rosto com as


mãos, não achando que as coisas poderiam ficar ainda mais
complicadas. Sim, eles precisavam de toda a mão de obra que
pudessem, mas eles não queriam Cain envolvido nisso,
especialmente desde que ele acabara de ser libertado.

—Bem, vamos lidar com uma coisa de cada vez, e acabar


com esses filhos da puta. Então, podemos concentrar em
levar este clube de volta ao normal—. Lucien parecia tenso e
exausto, mas todos se sentiam dessa forma.

Passou apenas uma meia hora desde que Malcolm deixou a sala
de reunião, mas ele já estava batendo a porta.

—Sim? — Lucien perguntou, e Malcolm abriu a porta.


Ele ficou na entrada, segurando seu laptop para o seu peito.

—Eu tenho a informação que você precisava, utilizam


um velho piso térreo do armazém e descobri um pedaço de
informação que você vai ficar muito interessado em saber. —
Malcolm entrou quando Lucien acenou para ele. Ele colocou
o laptop para baixo, e virou a tela para que eles pudessem vê-
lo. —O contrato de aluguel foi apenas mensal, o que mostra
que eles não estão interessados em ficar aqui, não naquele
local, pelo menos. — Malcolm, em seguida, trouxe todas as
informações que precisavam. —E aqui está a planta do
armazém. É bem autoexplicativo, com as entradas e saídas
aqui —, Malcolm apontou para duas áreas no piso térreo. —
Mas isso é o que eu pensei que vocês achariam realmente
interessante. — Malcolm trouxe outro documento.

Kink olhou para os itens que estavam na tela.

—Esses são fodidos ingredientes para uma bomba—


Kink puxou o computador mais próximo: C4, fertilizante
nitrogenado, e toda uma série de outros itens domésticos
inofensivos, mas se colocados sistematicamente em conjunto
poderiam fazer uma grande bomba.

Lucien puxou o computador de volta para ele e Kink


ouviu o som da quebra da borda do computador porque
Lucien estava segurando muito apertado. Ele empurrou-o de
volta para Malcolm e recostou-se no assento. Ele estava
abrindo e fechando a mão na parte superior da mesa, e o som
de Lucien rangendo os dentes veio dele como um tiro de uma
arma.

—E você pode ver a partir da data impressa nesses e-


mails, — Malcolm puxou vários e-mails. —A única maneira
para que eles tenham acesso a esses tipos de materiais,
principalmente o C4, é que eles têm que ter algum tipo de
conexão. Este não é o tipo de material que eles podem pegar
em uma loja de material de jardinagem local. Eles têm as
plantas da parte da propriedade de seu clube também, onde
aconteceu a explosão.

Kink olhou fixamente para Malcolm.

—E você foi capaz de encontrar tudo isso agora? —,


Perguntou Rock.

Malcolm assentiu.

—Sim, quero dizer, eu fiquei acordado a noite toda


descobrindo a maior parte dele, mas a fatura de materiais é o
que eu estava trabalhando lá fora. Levou tempo, uma vez que
estava bastante enterrado, mas não há nada na internet que
eu não possa descobrir.

—E é por isso que chamamos você, Malcolm—, disse


Lucien. —Você entende sobre o seu negócio. Agora, você pode
nos dar um minuto? Talvez ir para um dos quartos e
descansar um pouco se você quiser.

—Sim, você parece uma merda, cara, — Malice disse,


mas não havia diversão na voz do Sargento de Armas.

Assim que Malcolm deixou a sala de reunião, os rapazes


passaram o resto da informação que Malcolm deu a eles. O
ambiente da sala ficou tenso, longos e cansativos minutos se
passaram e foram preenchidos com raiva, violência e a
necessidade de se vingarem.

Lucien se manteve batendo o dedo sobre a mesa e todos


concentraram sua atenção sobre ele.

—As provas são autoexplicativas—, disse Lucien através


de seus dentes. —As datas dos recibos foram apenas alguns
dias antes da explosão e eles ainda tinham uma planta da
parte de nossa propriedade que foi bombardeada. — A raiva
na sala aumentou. —Hoje à noite nós iremos nos infiltrar em
suas bundas cultuadas e acabaremos com todos eles—, disse
Lucien em voz baixa, mortal e calculista. —Qualquer objeção?

A sala ficou em silêncio.

—Bom, agora passem mais tempo com seus entes


queridos, bebam algo para relaxar, porque, todos estão
prestes a explodir. Ao anoitecer esses bastardos vão descobrir
o que significa mexer com os Brothers of Menace.

O anoitecer estava apenas a poucas horas, os caras


estavam gastando tempo com suas famílias e se preparando
para sair para o armazém assim que a noite caísse. Lucien se
sentou no sofá encostado contra a parede, olhou para sua
mãe e o marido dela, que falavam com Molly. Malice e
Adrianna estavam brincando com os caminhões com Dakota,
e Lucien podia ver o amor que o duro motoqueiro tinha por
sua —Senhora— e seu filho. E pensar que toda esta porcaria
continuava acontecendo com eles, suas famílias colocadas em
perigo, e para quê? Lucien amava o MC, mas às vezes ele
pensava sobre todas as pessoas que ele se preocupava sendo
colocadas em perigo por causa deles.

Tuck estava sentado no outro sofá do outro lado da sala


com seu filho e filha, e os outros caras foram relaxar e
desfrutar deste momento de paz antes que o mundo
desabasse. Kink foi para os quartos traseiros com Cookie, e
Lucien só poderia assumir que o irmão queria ter algum
tempo a sós com sua mulher. Kink pode ainda não ter
reivindicado Cookie como sua —Senhora— para o clube, mas
ele teria que ser um cego do caralho para não ver que o
homem estava de quatro pela ruiva. Mesmo depois que ele
teve uma conversa com ele, o que parecia anos atrás, Kink
começou a agir diferente. Podia ser apenas uma pequena
mudança, sutil, mas foi uma mudança do mesmo jeito. Havia
ainda está tensão, uma raiva perigosa que poderia muito bem
destruir o clube em dois. Cristo, Kink entrou em discussão
com dois homens, um deles Malice e o outro Pierce, e tudo
porque ele não estava conseguindo lidar com o que estava
acontecendo em sua vida. Mas Lucien não poderia realmente
entender o que Kink estava passando. Ele não tinha filhos,
não tinha que lidar com uma ex-louca e com certeza não
tinha uma mulher que estava querendo laçá-lo.

No alto dos seus pensamentos ele olhou para Callie,


sabendo que era errado mesmo estar olhando para ela. Mas
ele não foi capaz de esquecer a traição que fez pelas costas de
Kink. Ele pode não tê-la tocado, nem sequer ter pensado
nisso já que ela ainda não tinha dezoito anos, mas pensou
sobre ela de uma forma que ele não deveria ter feito. Ele
ainda se sentia como se tivesse traído Kink, porque ele ainda
não disse ao seu VP sobre Callie estar bêbada, e Lucien levá-
la de volta para sua casa para dormir. Lucien poderia não ter
a tocado, mas porra, qualquer homem ficaria em choque se
soubesse que um homem bem maduro manteve algo assim
em segredo, e teve uma estudante dormindo em seu quarto
de hóspedes.

Callie olhou para ele, mas ele esperava que ela ainda
estivesse chateada esta manhã. Ele se sentou, disse-lhe que
foi a porra de um grande erro levá-la para sua casa e errado
que mantivessem isso em segredo para Kink. Ela pode ter
concordado, ter dito que, eventualmente, ela diria a seu pai,
mas que ela queria fazê-lo em seus próprios termos, mas ele
podia dizer que ela ficou desconfortável. Merda, ele também
estava. Ele tinha que olhar para o rosto de seu VP, sabendo
que o que fez era errado, mas ainda não ter dito nada. Lucien
sabia que ele devia ser o único a dizer a Kink, mas quando
Callie lhe pediu que fosse ela a única a dizer, ele recuou.
Lucien nunca recuou, mas com Callie ele descobriu que
poderia ser um homem totalmente diferente e não tinha
certeza de como se sentia sobre isso. Callie se afastou da
parede que estava encostada, disse algo à filha de Tuck, Lila,
e caminhou em direção a ele.

—Foda-se—, ele cerrou suavemente o punho e olhou ao


redor da sala. Qualquer um que pudesse ver seria capaz de
dizer que havia algo entre eles, especialmente porque agora
Callie parecia tão diferente ao redor dele. Lucien poderia
realmente beber uma cerveja agora, mas ele queria manter a
cabeça no lugar para hoje à noite e para tudo o que Callie
estava prestes a dizer a ele. Se fosse esperto ele a evitaria,
mas se isso não enviasse um monte de sinais para todos, ele
não sabia o que enviaria. Além disso, ele não queria evitá-la,
o que o irritou ainda mais. Mas ele não se levantou e ao invés
disso ele se recostou no sofá. Ela parou ao lado dele, mas não
disse nada de imediato. Em vez disso, olhou em volta,
provavelmente, para ver se alguém estava observando essa
estranha troca. Todos estavam ocupados com outras coisas, e
ele estava agradecido, porque não precisava de um confronto
no momento.

—Oi,— ela disse suavemente e sentou-se na beira do


sofá.

Ele balançou a cabeça e se mexeu para que ele pudesse


vê-la. Ele conhecia está jovem quase toda a sua vida e a viu
transformar-se na bela mulher que ela era hoje, mas isso não
lhe dava o direito de sequer pensar em querer algo com ela,
mesmo se ela fosse mais velha. Mesmo se Callie fosse dez
anos mais velha, era filha de um Irmão, de membro do
Menace e isso significava que ela estava fora dos limites para
qualquer um dos outros caras.

—Podemos conversar? —, Ela perguntou com uma voz


quase tímida.

Ele não queria que ela se sentisse desconfortável em


volta dele, mas as coisas mudaram definitivamente. As coisas
eram perigosas agora e não apenas por causa de tudo o que
aconteceu com o clube.
—O que aconteceu, Callie? — Ele pegou um cigarro de
dentro de seu colete, sabendo que ele deveria parar, mas se
sentindo no limite por causa de hoje à noite e tudo o que
aconteceu até agora.

Ela olhou para suas mãos em seu colo. Ela estava


torcendo-as furiosamente.

—Você não tem que ficar nervosa, Callie. — Ele colocou


o cigarro entre os lábios, acendeu, recostou-se no sofá e
olhou para ela.

—Bem, você sabe que eu fico e eu estou surpresa de que


você é capaz de ficar tão calmo como você está. — Ela olhou
para ele, sorriu e isso parecia muito estranho. —Então—, ela
limpou sua garganta. —Eu disse obrigada, mas eu quero que
você saiba que eu realmente aprecio tudo que você fez por
mim ao me socorrer e me deixar ser a única a dizer ao meu
pai.

—Você é filha de Kink e um membro deste clube


familiar, Callie. Qualquer sócio deste clube teria feito o
mesmo.— Ele virou a cabeça e exalou. —Mas ele precisa
saber, Callie. Quando é que você está pensando em lhe dizer?

Ela encolheu os ombros, mas não respondeu de


imediato.

—Ele precisa saber, Callie, porque não é certo. Eu


concordei em deixá-la contar porque você pediu, mas se você
não disser, eu vou fazer isso.— Ele se sentou ali, olhando
para ela e vendo que ela estava ficando cada vez mais
desconfortável pela forma como ela estava se mexendo.
Entretanto, ele não sabia como fazer para colocá-la à
vontade. A verdade era que se sentia muito estranho sobre
tudo isso e culpado ainda por cima.

—Eu sei, Lucien, mas agora não é o melhor momento.


Tenho certeza que você vai concordar.

Ele assentiu.

Ela olhou para ele de novo, mudou de posição no sofá


para que estivesse totalmente de frente para ele, e exalou
alto.

—Bem, isso era tudo. Eu só queria dizer obrigada


novamente, e assim que isto tudo termine, eu vou dizer a
ele.— Lucien suspirou, virou a cabeça para exalar
novamente, mas manteve seu olhar sobre Callie. —Faça-me
um favor.

Ela balançou a cabeça lentamente.

—OK.

Ele deu mais uma tragada e, em seguida, virou-se para


apagar o cigarro no cinzeiro sobre a mesa ao lado dele. Ele
olhou para ela por um momento prolongado e, em seguida,
disse:

—Nunca se coloque nessa posição novamente, Callie. —


Ele se inclinou para frente, tão perto que ele podia sentir o
calor do seu corpo e praticamente cheirar o nervosismo que
ele provocou dela. —Você é uma mulher bonita, jovem e
inteligente, Callie. E você sabe que não deve se envolver com
essas merdas. Você poderia ter sido estuprada ou morta, você
entende?

Ela balançou a cabeça lentamente.

—Eu sei. Eu estava tendo uma noite ruim e eu sei que


não era uma desculpa, mas foi a maneira que encontrei para
lidar com isso. Eu sou tão grata por ter alguém como você na
minha vida. —Ela estendeu a mão e colocou uma mão sobre
a dele. Ele ficou tenso com o toque e tirou a mão
rapidamente. Ela limpou a garganta e parecia nervosa
novamente. —Eu sinto muito.

Ele olhou-a nos olhos, aqueles que eram da tonalidade


exata de azul dos olhos de Kink, e amaldiçoou internamente.

—Só, não volte a fazer isso.

Ela assentiu com a cabeça novamente, os olhos


arregalados, quase assustados.

—Eu só não quero ver você se machucar, Callie. Porque


se alguém foder com você...— Ele segurou seu olhar com o
seu próprio durante vários segundos. —.... Eu irei matá-lo. —
Ele disse ainda mortal. —Porque você e eu sabemos que, se
alguém te machucar, todo esse clube fodido iria derramar
sangue por causa disso. — Ele ouviu ela engolir, mas ele
precisava ficar longe dela, porque suas emoções estavam em
carne viva agora. —Tenha cuidado de agora em diante. — Ele
levantou-se, dirigiu-se para o seu quarto e agarrou uma
menina do clube que passou por ele no corredor. Agora ele
precisava de uma mulher disposta a ajudar a lidar com essa
raiva, frustração e auto aversão. Precisava de uma foda boa e
crua, e esta mulher do clube, que já estava esfregando seus
grandes peitos falsos em cima dele, iria ajudá-lo com isso.
CAPÍTULO
11
Aqui estava Cookie, esparramada na cama de Kink, de
pernas abertas, e os ombros enormes dele entre elas. Ele
tinha as mãos sobre as coxas, sua boca na boceta, e estava
chupando. Ela adorava o pequeno rosnar que ele fazia, como
se não pudesse chupar o suficiente do seu sabor. Alguns
podem pensar que era estranho que ela estivesse tão
confortável com Kink logo após se envolver com ele, e depois
da merda que ela sofreu durante a sua vida, mas ela
aproveitava esta sensação de plenitude.

—Vamos lá, baby, me dê mais um, enquanto eu tenho


meu rosto enterrado entre suas coxas bonitas.

E então ela estava gemendo de prazer. Quando o


segundo orgasmo explodiu, Cookie expirou. Ela não
conseguia recuperar o fôlego, não conseguia nem mesmo se
concentrar, tentando se orientar.

—Diga-me, Bailey.

Ela adorava que ele trocasse os nomes que ele a


chamava.

—Diga-me quando você me quiser dentro.— A coisa sobre


Kink era que ele era tão dominante, em modo alfa, que ela
não podia deixar de entregar seu corpo para ele. Ele nunca
empurrava demasiado, sempre deu a ela mais do que ela
poderia suportar, e ela se viu implorando por mais. Ele
murmurou contra sua carne sensível novamente, e ela
suspirou.

—Eu quero você de qualquer maneira que você der para


mim, Kink.

Ele descansou a cabeça em sua coxa, seu hálito quente


provocando suas dobras. Ela queria, não, precisava senti-lo
dentro dela.

Ele colocou seu corpo em cima dela e colocou a mão na


parte de trás de seu pescoço, trazendo a cabeça mais perto.
Seus lábios estavam polegadas distante agora, tão perto que
era enlouquecedor quanto ela queria que ele a beijasse. Ela
podia ver a umidade brilhando em seus lábios, e amava que
sua boca estivesse inchada e brilhante, porque ele deu prazer
a ela.

—Tudo sobre você me deixa tão quente que eu nem


posso mesmo respirar, baby.— Ele correu os lábios levemente
através dela, não a beijando realmente, mas tentando-a
mesmo assim. Ele se afastou um pouco, e ela passou a língua
ao longo de seu lábio inferior, provando a si mesma. Cookie
queria muito mais dele.

—Tudo o que tenho que fazer é pensar em você e meu


pau fica duro para caralho.— Ele passou a língua ao longo de
seu lábio superior. —Nada ajuda a aliviar a dor.
Embora ela soubesse que ele estava saindo esta noite
para os negócios do clube, e embora ele não entrasse em
detalhes com ela sobre isso, ela sabia que ele ia se vingar da
seita que feriu todos. Ela estava com medo por todos e queria
passar mais tempo com ele, porque por tudo o que ela sabia
ele podia morrer esta noite. Mas ela não traria à tona que
estava chateada, ou que estava muito assustada por ele.

Ela tremia enquanto falava baixinho. Ele substituiu os


lábios com a língua e percorreu através de seu lábio inferior
agora. Ela fechou os olhos e absorveu as sensações.

—Você tem um cheiro tão bom, um gosto tão bom para


caralho.— Ele passou os dedos pelo seu lado. —Sua
hesitação e desejo são como uma droga para mim, Cookie,
como uma droga que eu não posso viver sem.— Ele apertou
sua boca gentilmente contra a dela antes de movê-la para a
concha de sua orelha. Um momento de silêncio se passou, e,
em seguida, ele sussurrou, —E sua vagina é a coisa mais
doce que eu já provei. Você é tão macia lá, rosa, quente e
molhada. —Ele gemeu a última palavra.

Sua pressão arterial aumentou, e uma descarga desceu


ao longo de todo o seu corpo. Sua excitação lentamente
escorria fora da sua boceta e fazia uma trilha até o vinco da
sua bunda. Ela não teve tempo para se sentir constrangida
com isso, porque Kink deslizou seus dedos entre as pernas
dela e acariciou-a até que suas pernas tremiam por conta
própria.

Ele rosnou em seu ouvido.


—Se não fosse por meu autocontrole eu estaria
transando com você agora, duro e rápido, e ouvir você gritar
meu nome, porque eu estou fazendo você se sentir bem. —
Ele deslizou um dedo dentro e lentamente bombeou dentro e
para fora. —Mas eu quero saborear aqui, trazer-lhe tanto
prazer como você está me trazendo. — Ele moveu sua boca
para o ponto de pulso em sua garganta, enquanto ele
continuava a foder com o dedo. —Você está muito molhada
para mim, Cookie, tão molhada que toda a minha mão está
encharcada por causa disso.

Ela engasgou.

—A sua boceta lisa é a mais apertada que eu já senti.—


Ele deslizou outro dedo em seu corpo e depois outro até que
ele estava empurrando três dedos profundamente dentro
dela. Ele torceu os dedos dentro dela e bateu contra o seu
ponto G.

—Logo meu pau vai substituir estes.— Ele enfatizou


abrindo os dedos dentro dela. Ele moveu-os mais rápido,
mais forte, e o som de sua carne sugando parecia encher a
sala. —Só a sensação de sua doce boceta chupando os meus
dedos pode me fazer gozar, baby.

Ela agarrou seus ombros e cravou as unhas em sua


carne. Ela começou desenfreadamente a moer sobre ele,
movendo os quadris para cima e para baixo, e mordendo o
lábio para tentar evitar vir uma terceira vez. Ela nunca gozou
muitas vezes antes, mas Kink era impiedoso em como ele
conseguia os seus orgasmos facilmente. Ele trouxe o seu
polegar para o clitóris e começou a esfregá-lo com precisão de
especialista. Todos os outros pensamentos ou ações
cessaram, porque no segundo seguinte ela não podia parar o
clímax. Gritando descaradamente, Cookie bombeou sua
boceta mais depressa e duro em seus dedos. Ele grunhiu de
prazer contra seu ouvido, mas nunca parou de esfregá-la. Ela
se sentia esgotada da melhor maneira possível, e teve de
empurrar sua mão quando ela se tornou muito sensível. Ela
podia ouvir o quase frenético bater do seu coração, e ela ficou
feliz em saber que era tão rápido quanto o dela.

Não havia pensamentos coerentes em sua cabeça,


apenas uma necessidade sem sentido que fazia cada célula
sua pegar fogo, mesmo depois de tudo Kink acabou de dar a
ela. Ela abriu os olhos e olhou para baixo para ver sua ereção
contra sua coxa. Ele estava muito duro para ela. Ela achatou
suas mãos contra seu peito e o empurrou. Quando ele estava
em suas costas, ela se levantou e olhou por todo o
comprimento do seu corpo. Rasgando o olhar do duro
comprimento de seu pênis, ela olhou em seus olhos. Claro,
ele tinha uma expressão ilegível, que não tinha nada a ver
com as sombras que existiam no quarto. O homem diante
dela era duro em mais de uma maneira, e ele ia embora esta
noite para fazer algo muito perigoso. O pensamento de que
esta podia muito bem ser a última vez que o via pesava sobre
ela.

—Baby, pare de pensar sobre o que não seja o aqui e


agora, está bem?—, Ele disse suavemente, e levantou uma
mão para alisar uma mecha de seu cabelo para longe.
Ela assentiu com a cabeça, sabendo que o pensamento
negativo nunca ajudou em uma situação, e na verdade só a
fazia pior. Ela olhou para seu pau e estendeu a mão para
tomar posse na base dele. Kink assobiou quando ela tentou
envolver os dedos em torno da base, e apertou. Uma parte
dela queria agradá-lo tanto quanto, se não mais, do que ele a
agradou.

Ela não esperou que ele dissesse alguma coisa, mas


observou, mesmo na sala escura, que ele estava segurando os
lençóis apertados. Cookie se inclinou e trouxe sua boca até a
ponta dele. Ela podia sentir seu calor e abriu a boca mais
larga para apertar a língua sobre a crista da ponta. Nenhum
ruído veio dele, mas ele estava respirando pesadamente o
suficiente para que seus abdominais estivessem contraídos
com tanta força que estavam completamente definidos. Ela
queria que ele a desejasse tanto como ela o desejava. Cookie
passou a língua ao longo da ponta quente e engoliu, pelo
menos tanto quanto podia. O gosto dele explodiu em sua
boca. Era salgado, doce, e fez com que a sua boceta se
tornasse mais molhada para ele. Ela gemeu em torno dele e
apertou os dedos em torno da base do seu pau. Apesar de
seus orgasmos anteriores, sua boceta estava encharcada e
seu clitóris pulsava. Ela chupou-o bastante e profundo, e
quando ele agarrou a parte de trás de sua cabeça e começou
a empurrar em sua boca, ela sabia que tinha um poder sobre
Kink que a maioria não tinha. Era poderoso, e ela se divertia
com isso. Seu corpo inteiro estava tenso, e ela sabia que ele
ia gozar muito em breve. Ele apertou os dedos em seus
cabelos, mas antes que pudesse prová-lo plenamente ele a
empurrou de volta. Sua respiração estava acelerada, e o olhar
que ele lhe deu aqueceu seu corpo inteiro.

—De costas e com suas pernas abertas, baby.— Quando


ela fez o que ele disse ela viu sua expressão vacilar por um
momento. Seu olhar foi para entre suas coxas abertas, e ele
soltou um som áspero. —Jesus, baby.— Ele passou a mão
sobre sua boca. —Eu quero estar dentro de você para
caralho.— Ele deslizou o olhar para ela, e uma máscara de
controle cobriu sua expressão instantaneamente. —Diga-me
que você quer meu pau em você. Diga-me quanto você quer
que eu esteja dentro de você.

Ela aprendeu neste curto período de tempo que ele


gostava de ouvi-la dizer estas coisas, e ela percebeu que ela
adorava dizê-las a ele.

—Porra, me diga, Cookie, me diga, que você se dá


livremente para mim. Porque você é minha.

Oh, Deus. Suas palavras eram como gasolina no fogo.


Era como se ele soubesse exatamente o que dizer para tê-la à
beira do clímax.

—Venha para dentro de mim, Kink. Faça-me sua, e


possua-me porque estou me dando livremente para você.

No instante seguinte, seu corpo duro cobriu o dela. Ele


tomou sua boca num beijo ardente, e ela colocou as mãos em
volta do seu pescoço, puxando-o para mais perto. A boceta de
Cookie convulsionou com o peso dele empurrando-a para o
colchão. Ele era muito maior do que ela, e sua força era
imensa. Era difícil não levar isso em conta toda vez que ela
estava com ele. Mas para ela, havia apenas Kink, este
membro do MC que não aturava nada de ninguém, que era
grosseiro e rude, duro e implacável com os outros, mas com
ela mostrou um lado mais suave. Ele a fazia sentir como se
ela não precisasse ter medo quando estava com ele, e que ela
era uma pessoa mais forte do que pensava ser. Como era
estranho que ela tivesse sentimentos tão fortes por um
homem que ainda era tão novo em sua vida. Ela era a única
que decidiu levar isso para o próximo nível, e ela não iria se
sentar e se preocupar com todas as coisas ruins que
poderiam acontecer.

—Faça-me sua, Kink—, disse ela entre beijos, e ele


gemeu.

Ele segurou seus pulsos em uma de suas mãos e levou-


os acima de sua cabeça. Ele disse a ela sobre todas as coisas
excêntricas que ele gostava de fazer, e que era por isso que
ele ganhou o apelido no clube. E embora um dia ela quisesse
ser capaz de experimentar tudo o que ele tinha para dar a
este respeito, por agora isto era suficiente. Ela agarrou a
barra fria, dura, de sua cabeceira. Um princípio de um
sorriso se espalhou em seu rosto, como se seu ato de
submissão lhe agradasse. Quando passou as mãos sobre sua
clavícula e até os seios, ela fechou os olhos e arqueou as
costas. Sim, isso era o que ela precisava, o que queria e
desejava. Ela ansiava por sentir suas mãos calejadas raspar
sobre sua carne, para ele para lhe mostrar realmente o que
significava ser desejada na mais primitiva das maneiras. Ele
beliscou seus mamilos, massageou os montes, e trouxe uma
onda de calor em seu peito. Mas o que ele fazia a ela era
suave, gentil, e não essa necessidade frenética pulsando
dentro dela. Foi um baque lento e constante em seu corpo,
enchendo-a, reclamando-a, e levando-a a alturas que ela
nunca sequer pensou que fosse possível. Uma onda de
luxúria bateu nela tão forte que lhe tirou o fôlego. Isto não
era apenas sobre sexo, mas sobre dar a Kink uma parte de si
mesma que ela nunca deu a ninguém antes.

A sensação de sua ereção pressionando contra sua


fenda fazia o desejo de se esfregar contra ele subir a
superfície. Mas ela não seguiria seus instintos para fazer isso,
porque ela sabia que se fosse paciente e obediente, ele iria
levá-la para um lugar que ela nunca sonhou.

Seu hálito quente soprou seu ouvido, e ela se forçou a


não se voltar para ele. Ele empurrou seus quadris para trás e
para frente contra ela, lento, fácil, mas determinado e
calculado. Essa onda de poder a enchia de novo, e ela sabia
que apesar dele ser o único no controle agora, ela ainda tinha
este dominante e duro motoqueiro na palma da sua mão.

—Você está pronta para mim, Cookie, para isso? — Ele


apertou seu seio levemente. —A ideia do que eu faço, do que
eu quero fazer, assusta você? — Este homem estava
acostumado com um tipo de sexo bom e sujo. Ele gostava do
tipo que era duro e escuro, mas era feito do tipo de coisas que
ela tinha muito medo até mesmo de sequer imaginar. Mas
mesmo que ele lhe fizesse uma pergunta, ele não lhe deu
tempo para responder. —Eu não sou bom para você, Cookie,
mas eu sou muito egoísta para ir embora, para deixar você ir.
— Ele continuou empurrando para trás e para frente contra
ela, fazendo-a mais molhada, mais quente. —O mundo em
que você viveu foi feio e cruel, e você merece algo bonito e
com luz, algo que corresponda a quem você é.— Suas
palavras foram feitas para serem suaves, mas ela ainda ouvia
a rouquidão nelas. —O mundo em que eu vivo deve assustar
você, e não excitá-la. — Sua boca ainda estava ao seu ouvido
e as mãos ainda estavam em seus seios. —Mas você ainda
está aqui, e você não está indo a qualquer lugar, não é, baby?

Ela balançou a cabeça, incapaz de falar. Suas palavras


podiam ter transparecido uma nota de desespero, mas seu
corpo ainda estava preparado para ela, assim como o dela
estava para ele.

—Eu desejo você para caralho, e nunca quis tanto


alguém quanto eu quero você. — Ele enfatizou seu ponto
pressionando sua ereção contra ela, e um som suave a
deixou. —Eu admiti que eu sou um bastardo egoísta, porque,
mesmo que eu saiba que isso é errado, em tantos níveis, não
posso parar. E eu não vou.

—Eu não quero que você pare.— Ela virou a cabeça e


beijou-o com força. O som que ele fez teve seu coração
batendo mais e mais rápido. Ela não queria que ele
parasse ... nunca. —Por favor, Kink, basta me dar. Eu não
me importo com todas as outras coisas.

Ele enfiou a língua em sua boca, ao mesmo tempo em


que alcançou entre seus corpos e alinhou a cabeça de seu
pau em sua entrada. Ela levantou os quadris, sabendo que
não aguentava mais, e estava desesperada para senti-lo
esticando-a.

—Por favor...— Suas palavras foram interrompidas


quando ele começou a se empurrar em sua entrada. Ela
quebrou o beijo e jogou a cabeça para trás, gemendo seu
prazer. Quando ele estava totalmente dentro dela, levou um
momento para ela se acostumar a ele. Ele então começou a se
mover para trás e para a frente, fazendo amor com ela tão
docemente que ela estava ofegante por palavras para dizer o
que ele significava para ela. Mais e mais ele empurrou dentro
dela, e tão lentamente puxava para fora. Foi crescendo um
sem fim de prazer, que era para excitar e seduzi-la, mas não
forte o suficiente para levá-la. Ele mostrou-lhe que ele se
importava com ela da sua maneira rude, e que ele era tão
capaz de dar suavemente quanto era em tomar o que queria.

Os minutos passavam enquanto ele fazia amor com ela,


e pela primeira vez em sua vida, ela sabia o que isso
realmente significava.

—Eu morreria por você—, disse ele contra sua garganta.


—Eu mataria por você, Bailey.— Com suas mãos ainda
firmemente enroladas na cabeceira, Kink inclinou-se apenas
ligeiramente, e olhou para baixo, onde seus corpos estavam
ligados. —Você é minha e eu não vou deixar você ir, porque
eu não posso. Eu sou um bastardo egoísta. —E então ele
começou a bombear dentro e fora dela. Ele a trouxe tão perto
do limite, e então parou logo antes de ele continuar. Sua
vagina estava muito molhada para ele, e o som de sua pele
batendo contra a dela reverberou no quarto.

—Toda minha.— Ele rosnou contra seu pescoço e pegou


velocidade.

Logo ela estava caindo num clímax, perfeito. Ela largou


a cabeceira da cama, e agarrou seus ombros, necessitando se
agarrar nele quando gozava. Quando a onda começou a
diminuir lentamente, ela se encontrou virada de barriga para
baixo. O mundo mudou debaixo dela, um suspiro a deixou, e
ela piscou de volta saindo do momento de êxtase. Ele estava
com as mãos nos seus quadris, fechou os dedos em sua
carne, e murmurou algo que ela não podia entender, mas ela
não se importava. Tudo o que ela queria era senti-lo dentro
dela novamente. Ele levantou sua bunda, espalmou suas
bochechas, e, em seguida, molhou o dedo em sua umidade,
apenas para trazê-lo para sua entrada traseira. Cookie sabia
o que queria, e ela não deveria querer. Mas ela queria. Ela
não deveria querer mais, especialmente o que ela sabia que
estava por vir, mas ela não podia parar de lhe dar tudo.

—Você vai me dar isso, baby? — Ele apertou uma


bochecha de seu traseiro, e usou o dedo da outra mão para
provocar seu ânus.

Ela não respondeu verbalmente, mas mostrou-lhe com


sua linguagem corporal que ela queria isso, também. Palmas
das mãos no colchão e pernas abertas, ela esperou por ele
para fazer sua próxima jogada. Cookie olhou por cima do
ombro, viu que ele estava olhando para a sua bunda, e
esperou com o coração na garganta para que ele a levasse.
Ela não era uma virgem anal, mas esta era a primeira vez que
ela ansiava por isso. Sua vagina ainda estava convulsionando
dos tremores de seu orgasmo, e ela já tinha a bunda no ar
para ser tomada. O pensamento de deixá-lo lá dentro, com
sua ereção massiva, deveria tê-la assustado, mas tudo o que
sentia era o prazer irracional de querer mais.

Cookie fechou os olhos quando sentiu os dedos


passarem ao longo de sua fenda para reunir seu creme. Não
houve enrijecer, não se preocupou com o que ia acontecer a
seguir quando ele deixou os seus sucos sobre seu ânus. Os
lençóis estavam firmemente presos entre seus dedos, e ele
repetiu a ação, mais e mais, trazendo-a mais perto lhe
implorando para foder sua bunda. Ela pensou que ele iria
empurrar diretamente, mas ao invés disso ele se inclinou
sobre ela, cobriu-a de volta com seu peito, e soprou em seu
ouvido. Com a outra mão ela o sentiu acariciar sua parte
inferior das costas, e ela sabia que não era só porque ele
gostava dessa parte de seu corpo. Ela tinha cicatrizes lá, e ele
obviamente viu. Este pequeno ato de doçura teve lágrimas se
formando em seus olhos, mas ela as piscou fora.

—Você ainda está comigo?—, Ele perguntou em voz


baixa.

—Eu estou. Por favor, não pare.

—Ok, baby.— Ele tocou no seu buraco novamente, lento,


fácil, gentilmente. —Apenas fique aqui comigo, ok?

Ela assentiu com a cabeça.

É claro que o medo da dor estava presente, mas seus


toques suaves lhe diziam que ele era um dominador, mas era
também um amante gentil e compassivo. Ele já assegurou o
seu prazer trazendo ela ao clímax três vezes, e ele ainda tinha
que chegar à sua própria libertação.

—Você é tão sensível ao meu toque. Será que você vai


continuar tão sensível quando eu estiver enterrado na sua
bunda?

Um tremor sacudiu seu corpo. Ela não respondeu, não


podia.

—Vamos, Cookie,— ele disse suavemente. —Responda-


me.— Sua voz era espessa e doce como o mel.

—Eu quero sentir você em todos os lugares.— Ela


sentiu-se corar, não porque ela disse as palavras que ele
queria desesperadamente ouvir, mas porque ela queria dizê-
las, todas e cada uma delas.

—Eu estou tão duro para você. Você sente o que você faz
para mim? —Ele levantou de suas costas, e ela sentiu sua
ereção em toda a sua bunda.

Ela queria pedir a ele para fazê-lo, pedir-lhe para acabar


com seu sofrimento e parar de provocar. Talvez ela tenha
falado em voz alta, porque no segundo seguinte ele estava
afastando-se dela apenas o suficiente para pegar um pouco
de lubrificante e um preservativo em sua mesa de cabeceira.
Ele estava de volta segundos depois, e derramou a fria
lubrificação, entre suas bochechas. A sensação de seu pau
pressionado no seu ânus quando ele terminou de esfregar o
gel deixou a sua respiração pesada. Ele lentamente empurrou
todo o seu comprimento duro dentro dela. Lágrimas ardiam
em seus olhos, e ela começou a sentir a queimadura de estar
completamente cheia. A agulhada da ponta do seu eixo
atravessando através do anel apertado do músculo fez com
que apertasse os olhos fechados. E então ele deslizou
facilmente dentro dela. Um gemido saiu dele, e segurou seus
quadris num aperto de ferro. Ele não se moveu por alguns
segundos, e ela sabia que ele estava deixando seu corpo se
acostumar com sua largura.

—Tão bom, Bailey, tão bom para caralho que eu poderia


gozar agora.— Ele começou a se mover dentro e fora dela, e
logo a queimadura da dor foi substituída por algo muito mais
agradável. Cada vez que ele empurrava dentro dela o desejo
aumentava. Seus gemidos atrás dela eram o suficiente para
fazer aproximar mais um orgasmo, mas foram as suas mãos
na frente dela, esfregando seu clitóris para frente e para trás
que a fizeram gritar. Ela apertou o rosto contra o colchão e
tremia incontrolavelmente. Um impulso, duas estocadas, e na
terceira ele enterrou-se tão profundamente em sua bunda
que suas bolas bateram na sua boceta. Sua linguagem era
grosseira, mas refletia as fortes emoções que elatinhacerteza
que ele sentia naquele momento. Ela não poderia culpá-lo por
isso, porque ela se sentia da mesma maneira. Quando ele
puxou para fora dela e colocou seu corpo em torno dela,
Cookie teve que se esforçar para não cair em um coma
induzido eufórico.

—Você vai sair em breve—, disse ela suavemente, e


fechou os olhos quando ele beijou o topo de sua cabeça, e se
mexeu o suficiente para trazer o cobertor sobre os dois.

—Eu sei.

—Você está com medo do que vai acontecer hoje à


noite?— Ela se inclinou para trás o suficiente para que
pudesse inclinar a cabeça para trás e olhar para ele. —Estou
com medo por você.— Ela sabia que dizer-lhe não estava
ajudando em nada, mas as palavras saíram para fora da sua
boca.

Ele não falou por alguns segundos e, em seguida,


segurou seu rosto. Ele olhou diretamente em seus olhos,
como se ele pudesse ver sua alma.

—Se eu estou com medo de morrer, ou matar alguém


que atravessou o caminho do clube? — Ele balançou a
cabeça. —Não, querida, eu não estou com medo. Estou
ansioso para acabar com isso, para ter a vingança pelo que
fizeram para nós. —Ele alisou o polegar ao longo de sua
bochecha. —Eu quero ter certeza de que você está segura,
que Callie está segura.— Ele sorriu, mas vacilou ligeiramente.
—Mas eu vou dizer do que eu estou com medo.— Ele
inclinou-se perto o suficiente para que seus lábios se
tocassem. —Estou com medo de deixá-la para trás.— Ele a
beijou com força possessiva, e com tanta emoção, que ela
provou o salgado de suas lágrimas. Pela primeira vez na sua
vida ela deixou sua guarda baixa, sua parede
cuidadosamente erguida para que ela conseguisse sobreviver.
E foi tudo por causa deste homem e das poderosas emoções
que ele puxava de dentro dela.
CAPÍTULO
12

Tudo estava quieto. Quieto demais, para o conforto de


Kink. Ele ficou ao lado de Lucien, e Malice estava do outro
lado dele. Tuck, Rock, e Ruin estavam espalhados ao redor
deles, e o som de vários homens fumando seus cigarros era
alto no meio da noite. O som de cascalho sendo esmagado
sob os pneus fez com que todos eles se virassem. Uma van
escura parou ao lado da sua van também preta estacionada a
poucos passos de distância. Eles deixaram suas motos para
trás na sede do clube, porque eles queriam chegar
furtivamente, não poderosamente. Não queriam comprometer
a sua entrada, se o culto estivesse no armazém, o que eles
nem sequer tinham certeza, uma vez que não viam qualquer
tipo de carros ou atividade no edifício degradado.

Jagger e sua tripulação saíram da van e caminharam em


direção a eles. O Grizzly MC era um bando feroz de filhos da
puta, tendo esta força animal para apoiá-los, e assim eles
eram um acréscimo e uma ajuda barra pesada para apoiar os
Irmãos de Menace. Jagger parou, e Stinger, Diesel, Dallas,
Court, Drevin, e Brick todos pararam ao lado de seu
Presidente. As sombras passavam sobre seus corpos maciços,
e embora a maioria dos moradores de Steel Corner e até de
River Run tivessem medo deste MC, Os Irmãos poderiam
cuidar deles mesmos e lidar com seus problemas.

—Obrigado pela ajuda, caras—, disse Lucien e jogou o


cigarro fora. A lua estava cheia, e embora lançasse este brilho
prateado em tudo, com os edifícios espalhados em volta desta
zona industrial da cidade, tudo parecia ainda mais sinistro.
Bom, porque todos eles eram a porra de um bando sinistro. A
equipe de Fairview chegou no início do dia, e eles estavam
para trás enquanto se juntavam aos Grizzlies.

—Você sabe que nós temos as suas costas. O seu clube


ajudou-nos durante uma merda complicada, e as coisas vão
ser muito melhor se trabalharmos juntos, em vez de uns
contra os outros.

Kink não poderia concordar mais. Ele enfiou as mãos


nos bolsos da frente e olhou para os seis Grizzlies na frente
deles.

—Então, como é que isto vai acontecer?—, Perguntou


Jagger. —Lucien, você nos disse o mínimo no telefone.—
Jagger rolou a cabeça em torno de seu pescoço e, em seguida,
estalou os dedos. Havia essa energia perigosa, dura, e raivosa
que estava saindo de todos, mas o que eles estavam prestes a
fazer não era trabalho leve. Alguém ia morrer, mas quando
alguém fodia com o clube, com as pessoas que eles tinham
sob sua proteção, algo tinha que ser feito.

—Não temos a confirmação de que eles estão lá agora.


Nós não vimos qualquer movimento do lado de fora, e não há
veículos estacionados lá —, Kink disse, e olhou para os
homens que estavam ao seu redor. Marx e o resto do pessoal
de Fairview se aproximaram. Eles já tinham passado tudo
isso para eles, mas eles precisavam organizar o plano agora.

—Eu quero que os meninos de Fairview se dirijam para


as saídas dos fundos, espalhados por todo o lado e que todas
as saídas estejam cobertas, e depois Jagger e The Grizzlies
irão entrar conosco—, disse Lucien, em voz baixa e refletindo
toda a sua raiva. —Eu sei que os meus meninos, e eu,
queremos apanhar estes filhos da puta rápido e forte, mas
precisamos jogar seguramente.— Lucien olhou ao redor
também.

—Eles têm estado calmos, provavelmente se escondendo


na maior parte do tempo após o bombardeio,— Kink disse,
querendo nada mais do que simplesmente ir para lá e
começar a atirar. Cookie poderia ter estado na cabana
quando esses filhos da puta sem coração explodiram sua
bomba, e esse pensamento fazia com que ele apertasse seus
punhos de raiva. Ele deixou sua mulher na sede do clube,
escondida em sua cama, com seu cabelo vermelho se
espalhando sobre os travesseiros, e sua respiração suave. Ele
transou com ela de todas as maneiras, e a reivindicou tão
duro que não havia dúvida de que ela era sua. E então ela
perguntou se ele tinha medo de sair essa noite. Embora este
fosse um negócio do clube, as mulheres do clube e membros
da família dos homens, sabiam porque eles estavam ali, e
sabiam o que os membros iriam fazer.

Retaliar.
—E depois?— Stinger perguntou e exalou uma nuvem
de fumaça. —Que porra é essa, então?

—O que quer dizer?—, Perguntou Kink, não estava a fim


de jogar estes jogos estúpidos de adivinhação com o
motoqueiro.

Stinger deu um passo para a frente e deu de ombros.

—Eu só quero dizer, o que diabos vocês planejam fazer


se eles estiverem lá dentro?—, Disse Stinger, e manteve a sua
expressão indiferente.

—Nós os trazemos para fora, fácil assim—, disse Kink


também indiferente. Ele tinha uma Glock escondida na parte
de baixo das costas e uma faca amarrada à cintura. Os
outros irmãos tinham armas também, e eles estavam tão
ansiosos para começar essa briga como ele estava. Marx e
seus rapazes se aproximaram e, embora o culto tenha
começado suas atividades no seu território nas primeiras
semanas atrás, depois que esses bastardos chegaram a River
Run, e não estavam querendo sair.

—Estamos observando o perímetro durante os últimos


vinte minutos, e não houve qualquer movimento, mas vamos
supor que eles estão operando com força total lá dentro.—
Lucien tirou sua arma, levantou a SIG Sauer, e verificou as
balas.

—E você tem certeza de que eles são os que


bombardearam o seu lugar?—, Perguntou Jagger.

Lucien colocou a arma no cós da calça e olhou para


Jagger.
—Você me questiona agora, Grizzly?— Lucien deu um
passo mais perto, e Kink avançou. Na última semana Lucien
estava agindo de forma estranha para cacete. Mas Kink
assumiu que era toda a porcaria acontecendo ultimamente e
o stress e a pressão que pesava sobre o clube. —Nós temos a
prova de que eles compraram os materiais para a bomba
apenas alguns dias antes que eles foderam conosco, eu
mesmo vi as plantas que tinham da cabine que eles usaram
para colocar os explosivos.

Jagger levantou as mãos em sinal de rendição, mas


sorriu.

—Ei, estamos aqui para ajudá-lo, não lutar com você.


Eu estava apenas perguntando, mas se você diz que foderam
com vocês, então eles te foderam, cara.— O sorriso de Jagger
aumentou, e o resto dos Grizzlies riram. —Escuta, vamos
conseguir isso feito, porque eu quero chegar em casa e ver
minha —Senhora—, ok?

Lucien exalou e assentiu.

—Sim, eu acho que todos nós estamos em sintonia.

Os dois presidentes falaram por mais alguns minutos


sobre os detalhes e Kink olhou para o armazém mais uma
vez.

—Escuta, todos sabemos que isso vai ser pesado quando


chegarmos lá, os encontrarmos, e eles perceberem que
estamos lá para dar o troco.

—Que tal parar de falar sobre isso, e avançar?—,


Perguntou Stinger, tragando o seu cigarro mais uma vez, e
apagando-o.

Ninguém argumentou.

Todos eles verificaram as suas armas, e Marx e seus


homens entraram em primeiro lugar. Mesmo à distância Kink
podia vê-los trabalhando em perfeita formação enquanto se
moviam em volta dos lados do edifício, e depois
desapareceram da vista deles. Lucien virou e olhou para
Kink.

—Uma vez que tivermos o ok de Marx de que eles estão


prontos em seguida, vamos avançar.

Kink assentiu. Eles ficaram parados, tensos e prontos


para a ação. Minutos se passaram, e então o som da vibração
vindo de dentro do colete de Lucien silenciou ainda mais o
ambiente. Kink olhou para Lucien, viu-o aceitar a chamada e
colocar o telefone no ouvido e, em seguida, fez-se silêncio. —
Espere. Eu quero que você transmita isso para os caras. —
Lucien colocou o telefone no viva-voz, e Marx começou a
falar.

—Nós estamos em posição, e do meu ponto de


observação eu posso ver através de uma janela lateral e
parece ter um deles montando guarda. Parece que ele está
empacotando uma espingarda, talvez mais, mas está muito
escuro, e ele está muito longe para eu ver exatamente—,
Marx disse suavemente.

—Você pode ver se há mais no armazém?—, Disse


Malice com uma voz rouca.

Houve um momento de silêncio, e depois Marx estava


falando novamente.

—Eu posso ver sombras na sala que o bastardo está


claramente guardando, mas eu não posso te dar uma
contagem exata.

—Ok, mantenha a sua posição—, disse Lucien, terminou


a chamada, e colocou o celular de volta no bolso. —Agora, eu
quero ter certeza de que estamos lidando com os filhos da
puta do culto quando nós entrarmos lá. Vamos jogar seguro,
ter cuidado, e só atirar nos que forem atrás de nós.

—E se houver mulheres e crianças lá?—, Perguntou


Jagger. —Porque nós não machucamos mulheres e crianças.

—E você acha que nós machucamos?—, Disse Lucien


em um rosnado.

—Não, mas eu quero deixar claro que não vamos ser


uma parte disso, e não vamos permitir que isso aconteça.

Lucien sacudiu a cabeça.

—Não se preocupe com isso. Marx tem alguns caras que


vão se assegurar de retirar mulheres ou crianças para a rua,
se eles estiverem lá. Eles serão levados para longe da
violência.

Jagger acenou com a cabeça e resmungou.

—Ok, bem, então vamos começar essa porra.

Todos eles se dirigiram para a frente do edifício


silenciosa e furtivamente. Kink, bem como os outros homens,
todos mantinham seus olhares se movendo para trás e para
frente. Eles estavam perto das portas do compartimento da
frente, e pressionaram seus corpos ao metal enferrujado e
amassado. Lucien fez um gesto para Kink avançar. Kink
agarrou sua Glock e passou por outros homens. Ele
examinou o perímetro, viu sombras passarem pelo telhado, e
pressionou as costas na parede mais uma vez. Os outros
motoqueiros tinham suas armas levantadas, suas expressões
alertas e estavam prontos para a violência. Kink estendeu a
mão e tentou abrir a porta, que estava ao lado dele. Estava
fechada, mas depois que ele colocou um pouco de peso e
força contra ela a pesada porta de metal abriu. Ele examinou
o telhado de novo, mas tudo estava em silêncio. Ou esse culto
era muito convencido de que eles estavam a salvo aqui, e,
portanto, não precisavam de segurança, ou sabiam que The
Brothers e os Grizlies estavam aqui, e esperavam por eles lá
dentro.

Os outros motoqueiros se moveram atrás de Kink, e


respiraram profundamente antes de deslizar para dentro do
prédio escuro.

Cookie estava nervosa para caramba e já verificou o


relógio uma centena de vezes. Os caras só foram há uma
hora, mas parecia que foi uma eternidade. Ela adormeceu
nos braços de Kink após ele absolutamente a agradar. Mas
ela acordou sozinha, fria, e sentindo esse medo doente em
sua barriga. Então, ela se vestiu e foi para sala principal, com
a expectativa de estar sozinha, mas encontrou Callie, Tatum,
Adrianna, e Molly lá, bebendo álcool e parecendo muito triste.

Elas analisaram como Cookie estava.

Cookie pensou em ir para o bar em vez de sentar no sofá


com elas. Ela podia conhecer as mulheres bem o suficiente,
tirando a filha de Kink, mas ela não queria se intrometer.
Mas quando ela se virou e foi em direção ao bar para pegar
uma bebida, Tatum chamou.

—Cookie, venha aqui e beba conosco.

Ela se virou e olhou para Tatum que segurava uma


garrafa de Tullamore, whiskey irlandês.

Cookie não era muito de beber, mas seus nervos


estavam tão estressados que ela precisava de algo para
ajudar a acalmá-los. Ela andou até as mulheres e sentou-se
ao lado de Molly. Tatum entregou a garrafa, e sem pensar
Cookie levou aos lábios e tomou um longo gole. O licor desceu
suave e instantaneamente aqueceu, mas ela nunca gostou do
sabor do álcool, e começou a tossir um pouco por causa
disso. Callie estendeu a mão e pegou a garrafa com um
sorriso, e, em seguida, deu vários goles longos.

—Calma, menina. Seu pai me mataria se ele soubesse


que eu estava te permitindo beber.

Callie passou a garrafa para Tatum.


—Não, eu acho que ele ficaria bem desde que eu estou
na sede do clube fazendo isso. Além disso, — Callie deu de
ombros e olhou para seus pés descalços. —Estou muito
nervosa sobre o que estão fazendo, e se eles vão mesmo
voltar. — Ela olhou para cada uma delas. —Quero dizer, esta
é a sua vida, a nossa vida. Eu sei disso, e embora eu não
saiba exatamente o que foram fazer, todos nós sabemos que é
por causa desse culto. —Callie engoliu em seco. —Eu estou
preocupada com o meu pai, com o clube, e com Lucien. —
Callie olhou para cima, e Cookie viu esta expressão estranha
cruzar o rosto da jovem depois que ela disse o nome de
Lucien. Callie limpou a garganta, se recostou no sofá, e
colocou seus pés sob a bunda.

Cookie conhecia bem aquele olhar. Era um dos que ela


tinha cobrindo o próprio rosto demasiadas vezes, sempre que
pensava em Kink.

—Eu só estou preocupada com todos. — Callie


comentou torcendo as mãos no colo. Era evidente que havia
algo acontecendo com Callie e Lucien pela forma como a
menina agiu quando ela acabou de dizer o seu nome. Claro,
eles estavam todos preocupados, mas a maneira que Callie
reagiu era o comportamento de uma mulher que estava
preocupada por um homem que ela queria. Pelo homem que
amava. Como as coisas estavam agora entre ela e Lucien,
Cookie não sabia, e talvez Callie só tivesse uma queda pelo
Presidente do The Brothers de Menace, mas de qualquer
forma havia algo lá.

—Mamãe.
A pequena voz veio do andar de cima, e Cookie olhou
para cima para ver Dakota parado lá.

—Baby, você precisa ir dormir.— Molly se levantou e foi


para Dakota. Ela pegou o pequeno menino e o abraçou.

—Mamãe, eu quero o papai.

—Dakota, papai teve que sair, e ele não vai estar de volta
até amanhã. — Ela empurrou o cabelo escuro da testa. —Se
você voltar para a cama o sono vai vir mais rápido.

Dakota sacudiu a cabeça.

—Quero Stinger, então, Mamãe. Eu quero uma história.


Eu não consigo dormir. —Dakota lamentou.

—Stinger também não está aqui, querido. Vamos, baby,


vamos voltar para a cama. Eu vou cantar uma canção.

—Twinkle, Twinkle, mamãe.

Cookie observou Molly deslizar pelo corredor no andar


de cima e levar Dakota para a cama. Qual seria a sensação de
ter uma pequena pessoa que dependesse unicamente dela
para tudo? Ela nunca se preocupou com nada disso. Era um
pensamento assustador ter de cuidar de alguém que não
fosse ela mesma, mas Cookie pensou sobre as alegrias que
traria também.

—Eu já volto. Preciso ir ao banheiro. — Tatum se


levantou e deixou Callie e Adrianna sozinhas. Adrianna
estava quieta, provavelmente extremamente preocupada com
Malice. Cookie estendeu a mão e segurou a mão da outra
mulher, e Adrianna olhou para cima e deu um sorriso
apertado. Cookie virou-se e olhou para Callie, para ver a
menina olhando para ela.

—Então, você e meu pai, né? — Callie disse o assunto


com naturalidade e mudou-se no sofá para ver Cookie
melhor.

—Desculpe-me? — É claro que ela não iria negar isso,


porque não era como se ela estivesse tentando esconder
alguma coisa, mas ela também não ia falar sobre isso com
uma menor de dezessete anos de idade.

—Quero dizer, você não tem que dizer isso ou qualquer


coisa, porque não é o meu negócio, mas eu posso ver a
maneira como vocês dois se olham. E depois, claro, há a
conversa em torno do clube.

Cookie olhou para Callie e pegou a garrafa de whiskey


irlandês.

—Bem, você disse uma coisa certa, isso realmente não é


o seu negócio.— Ela olhou para Callie e viu seu sorriso, e
assim ela fez o mesmo. —Mas, sim, eu acho que Kink e eu
somos...— Ela deu de ombros, sem saber se ela devia colocar
um rótulo para ele.

—Você é sua “Senhora”,— Callie disse, sem rodeios. —


Entendi. Todo mundo aqui entende. Se você está na vida do
motoqueiro, e seu homem quer você, isso significa que você
está com ele.

Cookie assentiu.

—Sim, Kink me chamou disso, e eu quero ser isso com


ele... para ele.— Ela tomou um longo gole do uísque e, em
seguida, entregou-a a Callie. —E você?

—E eu? — Callie disse suavemente, e, em seguida,


tomou um longo gole de licor, também.

—Você segue todo este estilo de vida? Você tem um


“Homem”2, se é isso que eles são chamados?

Callie olhou para baixo e balançou a cabeça.

—Não, eu acabei de me formar, farei dezoito anos em


breve, e só quero viver a minha vida.— Ela olhou para
Cookie. —Além disso, esses homens, os que estão no MC ...—
Ela lambeu os lábios. —Uma vez que você é deles, você é
deles, se você entende o que quero dizer.

Cookie balançou a cabeça lentamente.

—E sobre Lucien?— Cookie perguntou hesitante, sem


saber se ela leu Callie errado, ou se ela estava cruzando uma
linha.

Callie pareceu desconfortável de repente, e Cookie sabia


que era porque ela mencionou Lucien. Mas antes que Callie
pudesse mesmo responder, Cookie ouviu seu celular tocando.
A outra garota pegou seu telefone em cima da mesa entre
eles, viu o número, e franziu as sobrancelhas.

—Olá?—, Disse Callie depois que ela atendeu. Callie


ficou em silêncio por alguns minutos, e então ela afastou o
telefone longe de sua orelha, olhou para ele, e depois deixou-o
cair no chão.

Old man
2
—Callie, Deus, o que está errado?— Cookie disse e se
aproximou, com medo de que ela tivesse acabado de receber
uma chamada de que Kink e os outros homens estivessem....
Ela balançou a cabeça, não a ponto de pensar sobre isso, ou
até mesmo imaginar que Kink estivesse morto. —
Callie,querida, fale comigo. — Ela agarrou seus ombros,
balançou um pouco, e tentou passar o choque claro que
assumiu Callie.

Molly finalmente voltou ao térreo, e Tatum terminou no banheiro.


Adrianna entrou pouco depois.

Kendra, provavelmente, a menina mais jovem que esteve


em Denver quando os cafetões os atacaram, saiu de um dos
quartos. Ela parou, olhou para todos, e disse: —Oh, Deus,
mais uma má notícia?

E então, quando Harlem, outra criança da casa,


arrastou os pés atrás de Kendra, Cookie poderia ter gritado.
Esta não era a porra de um circo, mas agora havia várias
mulheres olhando para elas. Todos usavam expressões
confusas ou preocupadas, e Cookie nem sequer ouviu a
resposta de Callie. Cookie desviou o olhar das mulheres, e
olhou para a jovem.

—Callie, querida, por favor me diga o que está


acontecendo.

Callie olhou para Cookie, abriu a boca, e de novo fechou.


Ela fechou os olhos, e duas grandes lágrimas saíram do canto
deles. Cookie sentiu pavor enchê-la a ponto que ela sentiu
como se estivesse sufocando totalmente. Sua garganta estava
apertada, e só de olhar para Callie, e vendo a dor cobrir o
rosto, Cookie só queria ter a menina nos braços e confortá-la.

Quando Callie abriu a boca novamente, um som


ofegante saiu. Ela esfregou a mão sobre o rosto, e Cookie viu
a maneira como suas mãos tremiam. Ela olhou diretamente
para Cookie, e a cor de seus olhos parecia tanto com os de
Kink.

—Era a polícia—. Callie engoliu em seco novamente. —


Minha mãe e Dale estão mortos.
CAPÍTULO
13
Kink estava na frente com Lucien, e o resto dos irmãos,
e Jagger e seus homens seguiam logo atrás. Eles eram um
time treinado tipo equipe SWAT, mas eles estavam
organizados e tinham o mesmo objetivo em mente: acabar
com isso agora para que ninguém mais se machucasse. Esta
seita agitou a merda em Fairview, e embora Kink não
estivesse lá, ele ouviu falar por Malice e pelos outros caras o
que a seita fez. Esta —igreja— tinha uma mentalidade
obcecada, tóxica, vil, e exigia que ou fosse da sua maneira ou
de nenhuma maneira. Os irmãos teriam simplesmente virado
as costas para tudo isso, mas a seita atravessou a linha do
caralho, e agora era hora de ter as suas respostas, e fazê-los
ver que uma vez que ferraram com o MC, eles estavam
mortos.

Kink parou, o que fez com que o resto dos caras fizesse o
mesmo. Ele estava prestes a contornar uma esquina quando
viu o ligeiro movimento de uma sombra do outro lado da
parede, e ouviu os passos de alguém se aproximar. Os
homens de Marx estavam de pé do outro lado do prédio,
esperando que a ação começasse para que eles pudessem
entrar e tirar alguém vulnerável. Ele virou-se e olhou para
Lucien que estava diretamente atrás dele. O presidente do
clube parecia duro, tenso. Eles deram um aceno rápido, não
que eles pudessem ler as mentes uns dos outros, mas porque
eles sabiam o que precisavam fazer.

Kink contornou a esquina, com a arma apontada em


linha reta na frente dele, e a única luz vinha de uma das
claraboias repartidas acima dele. O homem que estava
apenas alguns pés deles estava de costas para Kink, mas ao
ouvir algo por trás dele o homem virou-se. Por um momento,
tudo o que fizeram foi olhar um para o outro. Os homens do
MC não reagiram até que Kink ou esse filho da puta fizessem
o primeiro movimento. Mas o homem não mexeu nenhum
músculo durante um longo minuto, e então seu sorriso se
abriu, como se ele estivesse esperando Kink.

—Bem-vindo, irmão. — O membro da seita sorriu ainda


mais, e com o canto do olho Kink viu os dedos do rapaz se
mexerem. —Antes que isto acabe vocês estarão ajoelhados
diante de nós, aceitando o nosso caminho. — O homem
ergueu a arma, mas Kink foi o único a reagir rapidamente.

Ele disparou a arma quando o membro da seita levantou


a dele e apontou direito para o peito de Kink. O som da bala
deixando sua Glock ricocheteou na parede de metal, e ficou a
martelar em seus ouvidos. Era como se um diapasão3 gigante
tivesse sido atingido, e eles estavam presos no centro dele. Os
MCs reagiram, foram para trás de Kink, e, em seguida, eles

3
caminharam em frente juntos. O membro da seita estava
sobre o chão gemendo. Kink não o matou, mas ele o
incapacitou com uma bala no joelho.

—Onde está o filho da puta que lidera você e estes


roedores? —, Disse Lucien com uma voz profunda, mortal.

Kink estava alerta, observando o corredor estreito e


atento para qualquer movimento à frente. Ele se virou, viu
Jagger e seus meninos examinando a área atrás deles, e
sabia que eles estavam atentos também.

—Vocês não são mais do que gado em tudo isso—, disse


o homem novamente, e então gemeu e apertou o joelho. —Nós
sabíamos que vocês viriam atrás de nós depois que vocês
receberam a nossa mensagem.

Houve um baixo assobio que veio de Lucien, mas Kink


continuou alerta. Malice estava ao lado dele, e Rock surgiu do
outro lado de Kink. Ele olhou por cima do ombro
rapidamente.

—Onde ele está?— Lucien se abaixou e se moveu perto o


suficiente para que ele estivesse em cima do rosto do homem.
—Você acha que você está com dor agora, mas você ainda
não sentiu nada.— Lucien envolveu sua mão ao redor da
garganta do rapaz.

—Lucien, precisamos nos manter em movimento. Eles,


sem dúvida, ouviram o tiro, e quanto mais tempo ficarmos
aqui com este pedaço de merda, mais tempo eles têm para se
preparar para nós.

Lucien não se moveu por um segundo, e quando ficou


claro que eles não iam ter qualquer resposta do membro da
seita Lucien socou-o na cara.

—Nós damos boas-vindas à dor, porque essa é a vontade


do poderoso, mas fiquem atentos as nossas palavras, que
quando tudo isso tiver terminado os seus corpos, e os dessas
putas que vocês protegem e fazem dinheiro com elas, vai
estar deitado a nossos pés.

E então Malice se moveu em direção a Lucien e ao


homem, levantou a arma e colocou uma bala na cabeça do
cara. O membro da seita caiu no chão ao seu lado.

—Porra, cara—, disse Lucien e, lentamente, se levantou


até ficar de pé. —Bela porra de tiro.— Lucien bateu no ombro
de Malice. Todos olharam para o corpo no chão, mas depois
começaram a se movimentar. Eles não desperdiçaram mais
nenhum segundo em se mover para o corredor, mas quando
viraram uma esquina, se depararam com um homem antes
de uma porta de entrada. A luz do quarto atrás dele brilhava,
e o cântico que se ouvia era alto, mas abafado. Mas o homem
não levantou a arma que ele tinha amarrada a seu lado. Em
vez disso, se afastou para o lado e fez um gesto para sua
frente. Brick estava em cima do cara um segundo depois,
derrubando-o como se ele fosse nada mais do que uma mosca
irritante.

—Irmãos, não há necessidade de violência.— A voz


profunda e masculina veio através da porta aberta de
entrada, e o som dos homens pegando suas armas e as
engatilhando foi claro atrás de Kink. —Mas vamos revidar, se
essa for a vontade de nosso Mestre. Entrem, mostrem-se, e
adoremos o bom Deus.

Eles podiam ver o homem falando, aquele que era


claramente o líder porque ele usava este manto branco
brilhante, tinha uma grande cruz de madeira pendurada em
seu pescoço, e tinha cerca de vinte homens que estavam
atrás dele em casacos encapuçados escuros. Nenhum dos
homens MC disse nada, mas Kink sentiu sua raiva, sentiu a
violência borbulhando logo abaixo da superfície. Era a mesma
coisa que ele sentia, o mesmo ódio que ele tinha por esses
homens que nem sequer conhecia.

—É ele, é o filho da puta que estava liderando esses


ratos em Fairview,— Malice disse enquanto se movia mais
perto para o lado de Kink. Ele olhou para Malice, viu sua
mandíbula trancada, e depois olhou para sua mão só para
ver os nós dos dedos brancos por segurar a arma com força.

—Você nos seguiu de Fairview, foi ao nosso território e


derramou suas besteiras santas — disse Malice entre os
dentes, e Lucien estendeu a mão e agarrou seu antebraço.

—Calma, irmão.

Kink deu um passo para o lado e deixou Lucien avançar.

—Você sabia que estávamos aqui—, Lucien disse com


naturalidade.

O líder assentiu com a cabeça, e seu sorriso ficou


selvagem.

—Nós sabíamos que a explosão chamaria sua atenção, e


nós aprendemos que você e sua pequena congregação estão
em uma desesperada necessidade de nossa orientação. — O
líder deu um passo atrás, e os homens de robe escuro se
moveram uma polegada para a frente.

Kink e os outros membros MC levantaram suas armas,


mas o líder estalou e balançou sua cabeça.

—Irmãos, nós estamos aqui para salvar vocês, para


trazer a redenção para seus pecados, e ajudá-los a ver a luz.

—Filho da puta, a única coisa que nós vamos fazer é


acabar com você—, disse Lucien entre os dentes, e Kink sabia
que o confronto ia acontecer a qualquer momento. Todos mal
estava segurando a raiva enquanto eles olhavam para os
bastardos que pensavam que destruir a sua propriedade e
colocar vidas inocentes em perigo era —salvá-los—.

—Juntem-se a nós e desistam de todas as suas


maneiras sujas e imorais de ganhar a vida.— O líder sorriu.
—Sejam um de nós ou caiam como o anjo expulso do céu.

—Oh homem, isto é, como um discurso muito ruim e


distorcido de depois da escola—, disse Stinger por trás de
Kink.

—Você tem que estar drogado, bêbado, e demente se


pensa que viemos aqui para nos juntarmos à sua pequena
porra de seita—, disse Malice. Os homens tiraram os capuzes
e Kink ficou aliviado ao ver que não havia mulheres ou
crianças entre eles.

—Essa pequena explosão foi uma ameaça, um aviso de


que não vamos ficar parados e deixar que este mundo seja
enviado para as profundezas do inferno por tipos como vocês.

—Tipos como nós?— Jagger foi o único a falar, e o líder


dos Grizzlies parecia estar a dois segundos de distância de
rasgar a sua pele.

—O tipo que vende as mulheres para o prazer, lida com


drogas, armas e afins. Você e os seus são uma mancha sobre
a humanidade, e quanto mais rápido vocês forem
erradicados, mais rápido este mundo pode voltar ao caminho
certo, também.

—Seu pedaço de merda,— Rock rosnou, e antes que


Kink soubesse o que estava acontecendo Rock disparou um
tiro. A próxima sequência de eventos aconteceu rapidamente.
A grande sala estava cheia de gritos e tiros. Kink e Lucien se
moveram para o lado, e ele pressionou suas costas contra a
viga de metal.

—Dê a volta, Kink, e atire em quantos desses bastardos


que você puder.— A bala bateu no concreto na frente deles, e
Kink e Lucien se abaixaram.

—Onde diabos eles estavam escondendo as armas?—


Kink perguntou e se inclinou para o lado, e viu que os
membros da seita não usavam mais os robes escuros. Eles
seguravam espingardas e pistolas de 9mm, e Kink percebeu
que esses filhos da puta as tinham escondidas sob suas
capas o tempo todo.

—Irmão, esses caras são a porra de psicopatas—, disse


Lucien e abaixou assim que uma bala perdida bateu na
parede ao lado dele. —E eles estão mortos.
Kink acenou para Lucien, e ambos se viraram e
enfrentaram o pelotão de fuzilamento. Jagger e seus homens
estavam acabando com vários deles, e os irmãos tinham a
outra metade, mas haviam três homens, incluindo a porra do
líder louco, que estavam vindo em direção a ele e Lucien.
Kink disparou um tiro e acertou no cara da direita. Lucien
colocou uma bala na cabeça do cara à esquerda. Os corpos se
empilhavam no chão, e vários dos homens de Marx vieram
correndo por uma porta lateral. Sangue engrossava o ar em
um aroma picante, metálico, que era repugnante, mas
familiar. Logo a grande sala do armazém estava cheia de
motoqueiros dos irmãos Menace e dos Grizzly. Todo mundo
estava respirando com dificuldade, e eles avançaram
lentamente, circulando o líder, que continuava com esse
sorriso arrogante no rosto.

—Irmãos, filhos da luz, nós somos um.— O líder ergueu


os braços acima da cabeça, ergueu o queixo para cima, e
fechou os olhos.

—Filho da puta, você está prestes a ser outro corpo


nesse chão.— Lucien se moveu para a frente, engatilhou a
arma, e parou quando ele estava a um pé do líder.

—Tobias, meu irmão. Meu nome é Tobias. —O líder


sorriu. —Você pode me matar, acabar com meu corpo como
os meus irmãos, mas eu não vou ser aquele que julga você. A
bomba deveria ter matado você e todas as suas malditas
prostitutas —, Tobias rosnou. —E se eu tivesse que fazer
tudo de novo, eu teria acabado com as cadelas eu mesmo, e
livrado o mundo de suas vidas repugnantes e desagradáveis
sobre esta terra.

—Bem, bem, bem, parece que as verdadeiras cores do


filho da puta estão se mostrando—, disse Ruin numa risada
sem humor.

—Eu não preciso de qualquer outra razão para ter feito o


que eu fiz além do fato de que eu estou fazendo o trabalho de
Deus.

—Filho da puta, eu deveria fazer você sofrer por todas as


suas besteiras—, disse Lucien, e em um segundo empurrou
Tobias tão forte que o líder caiu para trás. O silêncio mortal
encheu a sala. Kink agarrou a arma e sentiu a sua pele ficar
tensa com a grande necessidade de simplesmente atirar no
imbecil.

—Por que você nos seguiu? Você poderia ter feito a sua
assustadora, merda demente em Utah, mas você viajou aqui
para, o quê? Acabar com a minha arma apontada na sua
cabeça a dois segundos de distância de sentir a bala? —
Lucien rosnou, e ergueu a arma. —Se você tivesse ficado em
Fairview e se ocupado da sua própria porra de negócio você
não estaria prestes a morrer agora. Mas você colocou as
pessoas que são a minha família em perigo, e por isso eu não
vou lhe mostrar qualquer misericórdia.

—Você pode me matar, mas haverá mais como eu, mais


virão e se livrarão do...

Lucien pressionou a arma na cabeça de Tobias, e em um


movimento rápido, puxou o gatilho.

Tobias caiu para trás, e sangue imediatamente começou


a sair sob o seu crânio. O silêncio se estendeu por toda a
sala. Marx e, em seguida, alguns de seus últimos homens
restantes que estavam do lado de fora entraram. Kink
desviou o olhar dos cadáveres no chão e olhou para Marx e
seus homens que estavam examinando a sala.

—Bem, foda, vocês acabaram com tudo rapidamente. —


Marx amarrou a arma na coxa. —E fizeram uma grande porra
de uma confusão.— Ele começou a rir, e embora alguns de
seus homens seguiram o exemplo, Kink não achou esta
situação nem um pouco divertida.

Sim, estes homens mereciam morrer pelo que fizeram, e


pelo que eles poderiam ter feito, mas tirar uma vida nunca
era fácil. Isso enfraquecia a alma de uma pessoa, e Kink
matou mais pessoas do que ele gostaria de pensar. Será que
ele ainda tinha alma? Será que ele sabia mais o que era o
certo ou errado? Ele observou Malice se dirigir ao líder. O
outro motoqueiro chutou o corpo de Tobias, e a raiva que
vinha de Malice era tangível. Mas, novamente, Kink teria
sentido a mesma raiva latente se Cookie tivesse estado tão
perto do bombardeio.

—Eu tenho um cara que vive em Steamboat que limpa


merda assim—, disse Marx e agarrou seu celular dentro de
seu colete. —Você acha que este é o fim de tudo?—, Ele
perguntou a ninguém em particular.

Kink olhou para Tobias, que olhava para ele com seus
agora olhos frios e sem vida. O homem não mostrou nenhum
medo, e na verdade quase parecia que ele estava abraçando a
morte. Se ele tivesse sido qualquer outra pessoa Kink poderia
ter respeitado essa atitude, mas como ele era, e por causa do
que esse bastardo fez, Kink não poderia se importar menos.
Ele virou a cabeça e cuspiu um bocado de saliva e sangue,
sentiu a dor na mandíbula do gancho de direita que o idiota
lhe dera, e se afastou dos corpos. Agora que isso acabou,
bem, pelo menos por agora, Kink só queria voltar para o
clube e ficar com sua mulher e sua filha. Ele olhou para Marx
que se aproximou.

—Você acha que existem mais destes loucos andando


por aí?— Marx olhou para ele e sorriu.

—Há sempre mais, cara.— Kink voltou a olhar para


Tobias mais uma vez. —E nunca acaba, pelo menos não para
nós de qualquer maneira.— Houve um ruído em um dos
quartos dos fundos, mas quando todos se viraram para olhar
naquela direção o som de uma arma ecoou pela sala. Kink
tirou sua arma e com o olhar focado na entrada sombria em
questão de segundos ele viu outro homem com um robe
escuro igual aos que os filhos da puta de culto usavam. Sem
pensar e somente reagindo, Kink disparou um tiro. O cara
caiu com uma bala na cabeça, como o resto de seus irmãos
de culto. O estranho silêncio que encheu a sala fez com que
Kink se virasse e olhasse para os homens atrás dele. Eles
estavam todos olhando para a mesma coisa ... Lucien. Kink
olhou para o Presidente e viu o outro homem segurando sua
coxa, e depois viu o sangue começando a escorrer para baixo
em suas calças e cobrir o chão.

—Foda-se, o bastardo me pegou—, disse Lucien em um


grunhido, e tirou a mão da sua perna. O sangue se espalhou
ainda mais rápido, e Lucien cobriu sua coxa novamente. —
Foda-se. — E então ele caiu.
CAPÍTULO
14
Cookie segurou Callie, e embora ela estivesse exausta,
principalmente por ter estado ouvindo a jovem mulher chorar
durante as duas últimas horas. Ela olhou para o seu doce
rosto dormindo, e estendeu a mão para empurrar um pouco
do cabelo escuro longe de seus olhos. Mesmo enquanto ela
dormia a dor de Callie podia ser vista e sentida.

—Como ela está se sentindo?—, Disse Tatum e se moveu


para se sentar na cadeira em frente a ela. Já eram cinco
horas da manhã, e o sol estava apenas começando a subir
sobre as montanhas no horizonte.

Cookie encolheu os ombros.

—Ok, agora que ela está dormindo, mas eu não posso


imaginar como ela vai lidar com isso nos próximos dias,
semanas, porra, nos próximos anos.

Tatum assentiu e pegou o cobertor que estava sobre o


encosto da cadeira. Ela se moveu para Callie e colocou-o
sobre a menina. Tatum poderia estar nos seus quarenta
anos, mas ela era linda com este longo cabelo loiro que ela
mantinha em uma trança durante a maior parte do tempo, e
este corpo curvilíneo que dizia que ela cuidava de si mesma.
Cookie estava sentada no sofá de couro com Callie
esparramada ao lado dela, com a cabeça no seu colo. Harlem
estava dormindo no outro sofá no outro lado da sala, e
Kendra estava deitada ao lado dela. Depois que Callie se
descontrolou ao dizer que sua mãe morreu, Molly e Adrianna
tentaram consolar a jovem, mas ela estava inconsolável.
Finalmente Molly saiu e subiu para cuidar de um Dakota
chorando. Foi quando Cookie trouxe a menina perto dela,
colocou os braços em torno de Callie, e apenas a segurou.
Ninguém fez algo assim para ela quando tinha a idade de
Callie, e era bom para aliviar alguém, mesmo que por um
breve momento.

—Eu sei que Callie e sua mãe não eram próximas, e ela
queria deixar Sarah, porque elas não se davam bem, mas não
posso imaginar perder minha mãe em uma idade tão jovem, e
em um acidente de carro horrível também.— Tatum baixou a
voz para um sussurro, e a empatia em seu rosto era tangível.

Cookie olhou para Callie e acenou para o que a outra


mulher disse. Uma vez que Callie foi capaz de falar através
das lágrimas o suficiente para dizer-lhes o que aconteceu,
Cookie descobriu que Sarah e seu namorado Dale dirigiam
para casa de uma festa. Dale bebeu, perdeu o controle do
carro, e passou por uma murada. Em seguida, eles caíram
num barranco, e morreram instantaneamente. Pelo menos
era um consolo para Callie saber que a mãe não sofreu. Mas
eles não foram capazes de entrar em contato com Kink, e
embora agora não fosse o momento de dar esta notícia a
Kink, isso era algo que não poderia esperar.
Cookie olhou para Callie novamente, e assim que ela
estava prestes a afastar mais do cabelo de Callie, Molly veio
correndo escada abaixo, Adrianna bem atrás dela, com
olhares frenéticos em seus rostos.

—O que há de errado?— Tatum se levantou e foi em


direção a outra mulher. —Merda, não precisamos de mais
más notícias.

Callie se agitou e lentamente, acordou, e, em seguida, se


levantou e começou a respirar com dificuldade.

—Qual é o problema?— Ela olhou para trás e para


frente, ainda um pouco sonolenta e confusa. Cookie esfregou
suas costas, tentando confortá-la. Callie olhou, com os olhos
avermelhados e inchados, e seu rosto ligeiramente inchado de
tanto chorar. —Eu tive um sonho, um onde havia tanta morte
e sangue.

—Está tudo bem.— Mas isso era uma mentira. Cookie


sabia que essa situação estava prestes a piorar antes que ela
ficasse melhor. Molly foi até a porta da frente, abriu e colocou
os braços ao redor da cintura.

Cookie levantou, mas manteve Callie perto dela.

Molly, o que aconteceu?— Ela deu um passo ao lado da


outra mulher e olhou para fora. O sol estava nascendo sobre
as montanhas agora, mas não havia nenhum conforto na luz
e calor, não agora, pelo menos.

Molly virou para Cookie, olhou para Callie, e então disse,

—Lucien foi baleado.


Cookie sentiu Callie tensa, e, em seguida, inclinou-se
para ela, como se ela pudesse cair.

—Ele está morto? — Callie perguntou baixinho, e se


Cookie tinha quaisquer dúvidas sobre a menina estar
desejando Lucien, ela não as tinha agora. Porque isso não era
sobre Callie estar preocupada com um homem que ela se
importava como família. Cookie podia ouvir isso claramente
na voz da outra mulher. As emoções de Callie eram claras
como o dia, e quando Cookie olhou para Molly viu a
enfermeira do clube parecer um pouco confusa, como se
pudesse dizer que havia um pouco mais por trás da
afirmação de Callie do que apenas essas palavras faladas.

Molly balançou a cabeça e engoliu em seco.

—Não, querida, mas eu não sei o quanto ele está ferido.


Eles chamaram o pai de Malcolm, e o médico deve estar aqui
em breve.

—Meu pai está bem? Os outros caras, também? — Callie


perguntou suavemente.

—Até onde eu sei. —Molly virou e olhou para fora outra


vez. O som dos portões sendo abertos por dois novatos e dos
pneus chiando no cimento quando as duas vans aceleraram
para a casa cercou-as quase ameaçadoramente. Molly,
Adrianna e Tatum já estavam fora da porta da frente e
correram em direção às vans, antes que Cookie levasse Callie
para fora. Ela queria correr para os caras, se certificar que
eles estavam bem, que Kink estava bem, e segurá-lo
firmemente. Mas Callie tinha um aperto de morte sobre ela,
estava tremendo, e ela sabia que a menina precisava de um
ponto estável agora. Cookie parecia ser isso para ela agora, e
ela não ia abandoná-la.

—Oh Deus. — Seu coração bateu com força contra suas


costelas, e suor floresceu ao longo de sua testa enquanto
observava todos esses motoqueiros saírem das vans. Ela não
conhecia muitos deles. Mas seu foco principal era Kink. Ele
era um dos caras que ajudaram a levantar Lucien fora da
parte traseira de um dos veículos, e um soluço ofegante
deixou Callie.

—Precisamos ir até eles—, disse Callie, mas não se


mexeu.

—Eu sei, querida, mas agora vamos estar no caminho


deles. Eles precisam cuidar de Lucien, e eu não tenho
formação médica para ajudar neste processo. — Ela olhou
para Molly que parou ao lado parecendo preocupada para
cacete. —Molly, você precisa de um conjunto extra de mãos?
— Cookie pode não saber o que diabos ela estaria fazendo,
mas ela poderia entregar o material a ela se necessário.

Molly deu de ombros, esfregou o centro do seu peito, e, em


seguida, se aproximou deles.

—Eu poderia, mas eu preciso avaliar Lucien, ver o


quanto é ruim, e espero deixar ele estável. O médico deve
estar aqui a qualquer minuto, mas fique por perto, ok?

Cookie concordou e Adrianna se aproximou delas.

—E se ele morrer?— Callie se afastou e olhou para


Cookie com esses enormes olhos azuis. A jovem
provavelmente sentia o peso do mundo em seus ombros
agora. Cookie sabia que ela se sentia assim agora. Esta
menina amava o Presidente dos irmãos Menace. Isso estava
claro. Não se tratava de conhecer ele por toda a sua vida. Era
sobre muito mais do que isso.

—Vai ficar tudo bem—, disse Adrianna. —Tem que ficar


tudo bem.— Cookie passou o braço em volta do ombro de
Callie, a puxou apertado, e tentou lhe dar o conforto de que
precisava. Kink varreu o terreno quase freneticamente, e
quando ele parou seu olhar sobre elas, havia um alívio que
poderia ser visto claramente. Callie correu em direção a ele,
mas ela parou quando ela estava a um pé de todos os outros
caras. Estava acontecendo muita coisa ao mesmo tempo.
Com os gritos, ação e um Lucien sem vida nos braços dos
homens, tudo parecia acontecer lentamente. Mas, ao mesmo
tempo, tudo parecia estar se acelerando mais rápido do que
ela podia compreender.

—Callie, eu preciso que você espere ali enquanto nós


vamos cuidar de Lucien, está bem, querida? —, Disse Kink ao
passar, e então ele olhou para Cookie mais uma vez. Havia
essa dor, essa expressão dura, e essa violência que ainda
cobria o seu rosto.

Cookie foi até Callie, a abraçou novamente, e olhou para


os homens enquanto eles levavam Lucien para a garagem de
grandes dimensões. O som de um carro se aproximando fez
com que olhasse para trás e visse um SUV chamativo entrar
um pouco atrás das vans. O médico, ela presumiu, correu em
direção à garagem com uma grande bolsa na mão.
—Vamos lá, no caso de eles precisarem de nós.— Todos
correram para a garagem, e ela gritou por cima do ombro
quando viu as meninas que ficaram dentro da casa abrir a
porta de trás. —Fiquem aí dentro, e comecem a fazer o café
da manhã para os caras.— Ela viu Kendra segurando Dakota,
e estava agradecida que ele estava em braços seguros agora.
Cookie soltou Callie e entrou na garagem. Eles colocaram
Lucien numa mesa de aço inoxidável, e tiraram tudo de cima
dela. Vendo um homem tão forte e poderoso como Lucien ali
deitado nu e vulnerável, com um buraco de bala na perna,
abalou Cookie em seu núcleo. O sangue escorria para fora
dele e começou a acumular na mesa debaixo dele. Um choque
de realidade bateu em Cookie, e ela afastou Callie longe de
tudo que acontecia. Felizmente, a jovem não se opôs.

—Eu preciso de todos fora, exceto a enfermeira, e alguns


dos caras que podem ajudar me passando o necessário—, o
médico gritou, e todos os homens começaram a vir em sua
direção. Cookie saiu do seu caminho, e quando Pierce
agarrou seu braço gentilmente e a conduziu para fora, ela
olhou para trás e viu que Kink e Malice ficaram.

—Vamos lá, não há nada para nós lá além de


atrapalharmos o caminho.

Ela sabia que Pierce estava certo, mas ela não queria
sair. Ela queria ajudar, mesmo que ela não soubesse nada
sobre esta merda ou sobre salvar a vida de alguém. Os caras
não se afastaram. Eles ficaram mais pela parte de trás do
clube, fumando e olhando para a garagem. O som de outro
carro que se aproximava fez com que Cookie olhasse para
cima de onde ela enterrou a cabeça no cabelo de Callie. Uma
van branca veio até a garagem, se virou, e veio em direção à
porta. O jovem que viu brevemente ontem, Malcolm ela
pensou que era esse seu nome, saiu do veículo e se moveu
tão rápido que parecia que aconteceu em segundos. Ele
começou a transportar equipamentos médicos, e até mesmo
um refrigerador dentro da garagem, e, em seguida, ele estava
de volta com todos à espera.

—Isso é fodido, cara—, disse Pierce para ninguém em


particular.

—Isso é mais do que fodido—, disse Tuck e inalou a


partir do cigarro que ele estava fumando.

—E se ele não conse...

O olhar que Tuck deu a Rock foi o suficiente para fazer


calar o homem.

—Nós não vamos pensar nisso. Ele vai conseguir,


entendeu?

Rock balançou a cabeça e virou as costas. Cookie levou


Callie para a lateral do clube, e ambas se encostaram na
parede. Ela não sabia quanto tempo elas ficaram assim, mas
parecia uma eternidade. Finalmente a porta da garagem se
abriu, e Kink, Molly, e o médico saíram. Eles estavam
cobertos de sangue, e o pulso de Cookie começou a bater
freneticamente novamente. Callie correu em direção a seu
pai, e ele a abraçou com força. Depois de vários momentos
Callie finalmente o soltou, disse algo para Molly, e a outra
mulher a levou para a garagem. Kink olhou sua filha ir, e um
estranho olhar cobriu seu rosto. Mas ele virou, olhou para
Cookie, e depois sorriu suavemente. Ela correu, não se
importando com nada que alguém dissesse, e só agindo com
seus instintos. Voou em seus braços, chorando pela primeira
vez no que pareceu uma eternidade. Ela chorou por Lucien
que estava ferido, chorou porque ela estava feliz que os
outros homens estavam bem, e chorou ainda mais porque
Kink a estava segurando com tanta força que ela mal podia
respirar. Era bom tê-lo com ela, era bom sentir a raiva,
frustração, e acima de tudo a tristeza abandoná-la.

—Querida, você está bem?— Kink perguntou ao lado de


sua orelha.

Ela assentiu com a cabeça, sabendo que sua voz sairia


sufocada. Ela fechou os olhos, respirou fundo, e se permitiu
afrouxar seu aperto de morte sobre ele. Ele estava hesitante
em deixá-la ir, e ela sorriu por isso.

—Estou bem. Você e os outros caras fizeram tudo certo?


Lucien está bem?— Ela odiava perguntar, porque ela não
sabia se ela queria saber a resposta. Ela pode ter sido apenas
parte do clube por algumas semanas, mas eles se tornaram
sua família não oficial.

Ele balançou a cabeça e cobriu seu rosto.

—Eu acho, mas eu vou deixar o médico opinar sobre


isso.— Ele se inclinou e beijou-a com força e paixão, e depois
inclinou-se para trás e descansou sua testa na dela.

—Você está tremendo, Kink.

Ele concordou e manteve os olhos fechados.


—Eu sei, querida.— Ele a beijou de novo, mais
suavemente desta vez, e mudou para que ela se posicionasse
ao seu lado. Os outros caras caminharam para frente, mas
todos eles pareciam estar esperando por algo.

O médico pigarreou e limpou a mão num pano que um


dos motoqueiros lhe dera. A brancura, ou a falta dela, do
pano, a assustou. Havia muito sangue.

Muito.

—Parece que Lucien vai sobreviver—, disse o médico, e


ouviu-se um suspiro coletivo. —A bala estava alojada em sua
coxa, mas foi isso o que salvou sua vida. A bala cortou a sua
artéria femoral, mas se tivesse ido diretamente através teria
sangrado até morrer.

—Ele precisou de sangue?—, Perguntou Tuck. —Eu


pergunto porque parecia que ele estava sangrando como um
gêiser lá atrás.— Houve aquele silêncio desconfortável que se
estendia entre todos.

—Sim. Eu pedi a Malcolm para me trazer os


suprimentos que precisava. Dei a Lucien uma bolsa do tipo O
negativo, e, embora seja considerado o tipo de sangue doador
universal, poderia haver uma reação negativa rara, e sabendo
a sorte do clube ultimamente, podia ser o caso. Vou vigiá-lo
durante as próximos vinte e quatro horas.

—Que porra é que isso quer dizer sobre o sangue?—,


Perguntou Tuck com uma pontada de hostilidade em sua voz.

—Acalme-se, cara. O médico está fazendo tudo o que


pode, ok? —, Disse Kink. Agora eles precisavam manter suas
cabeças frias.

—Desde que eu não sei qual era o seu tipo de sangue, o


tipo O negativo é a melhor opção.— O médico suspirou
profundamente. —Escute, agora é ir em frente, mas eu vou
ficar com ele durante as próximas vinte e quatro horas. Ele
ainda está inconsciente, mas seu prognóstico parece ser bom
agora.— O médico olhou para a garagem e, em seguida, olhou
para a sala. —Sinto muito, mas isso é tudo o que tenho
agora.— O médico olhou para Kink. —Vou entrar e conseguir
um lugar no andar de baixo para ele.

—Eu vou com você—, Tuck disse, e levou o médico para


dentro.

—Eu deveria ir ver Lucien novamente—, Kink disse, e


deu a Cookie um beijo na testa antes de se virar. Cookie
estendeu a mão e agarrou seu antebraço.

Ela olhou para a sala, sabendo que Callie precisava de


um pouco de tempo lá dentro.

—Kink, entre e me deixe ajudá-lo a se limpar.— Mesmo


que nenhum deles dissesse nada sobre isso, Cookie podia ver
que Kink sabia que ela estava se referindo a Callie estar lá
dentro. —Basta dar-lhe algum tempo. Ela teve uma notícia
realmente ruim hoje.

Deus, ela não queria ser quem ia contar isso, porque


depois de tudo o que aconteceu, essa era a última coisa que
eles precisavam. Mas, novamente esta notícia era grande, e
Callie precisava ser a única a dizer a seu pai sobre sua mãe
ter morrido. Assim que eles iam entrar, Callie e Mollysaíram
da garagem. Callie, surpreendentemente, não estava em
lágrimas.

—Vá ficar com ela, Kink. Callie precisa de você agora.

Kink a beijou na testa, e foi para sua filha. Ele a


abraçou, mas mesmo à distância Cookie podia ver que Callie
estava falando quase freneticamente. Ela agitou as mãos e,
em seguida, caiu em prantos. Kink abraçou, acariciou seus
cabelos, e o coração de Cookie rompeu com a visão de um
homem tão forte, masculino, olhando para ela com esta
expressão vazia em seus olhos. Ela se virou, sabendo que eles
não precisavam de uma audiência, e conduziu o resto dos
caras para dentro.

—Vamos lá, eu acho que as meninas estavam fazendo


algo para comer.— E antes que ela entrasse ela olhou por
cima do ombro e viu uma lágrima deslizar para baixo pela
bochecha de Kink.
CAPÍTULO
15
Passaram cinco horas desde que os caras voltaram para o clube.
Eles tomaram o café em silêncio, pois, afinal de contas,
Lucien estava deitado inconsciente na sala ao lado. Ele
recebeu cerca de um litro de sangue, e até agora não teve
quaisquer reações negativas, o que era um passo positivo.
Ninguém sabia quanto tempo ele estaria inconsciente, mas
eles estavam gratos por ele estar vivo. Esta vida era fodida do
pior tipo de forma, mas, novamente eles se colocavam nesta
situação. Estava no seu sangue, em seu DNA.

Kink olhou para o loft, e embora não pudesse ver Callie


ou Cookie, ele sabia que elas estavam lá dormindo em um
dos quartos. Ele se sentou no bar, olhando para o shot que
Tatum colocou na frente dele. Depois de Callie lhe contar
sobre Sarah e Dale terem morrido em um acidente de carro
ele chamou um amigo da polícia. Descobrir os detalhes
terríveis não era o que Kink queria, mas depois descobriu que
ambos beberam. Isso não tornava a situação menos
horrorosa, mas poderia ter sido ainda pior se tivessem outras
pessoas envolvidas no acidente.

Foda-se, era uma merda de dia. Ele bebeu o shot e


colocou o copo de volta. O álcool o queimou, e ainda não era
nem meio-dia, mas ele não se importava. Ele precisava de
algo para atenuar a dor, para afastar a feiura que o rodeava.
Ela penetrou em sua vida e a estava sugando para fora dele.

A porta da frente bateu aberta, e Cain entrou, parecendo


feroz, grande, e puto da vida. Ele examinou a sala, parou
quando viu Kink, e se moveu rapidamente para ele.

—O que aconteceu, irmão?— Cain tinha quarenta e


cinco anos, mas agora ele parecia velho e cansado, pronto
para matar alguém, mas acima de tudo preocupado.

Pelos próximos vinte minutos Kink recapitulou tudo o


que aconteceu, e depois o levou para ver Lucien. O presidente
ainda estava inconsciente, mas sua cor não era tão pálida e
seus sinais vitais eram estáveis. Ficaram no quarto por mais
dez minutos antes de Cain finalmente decidir que precisava
de uma bebida.

—Isso é fodido, cara—, disse Cain e se sentou no bar.


Ele pediu um shot a Tatum.

—Você finalmente está fora, cara—, disse Kink. Embora


ele estivesse feliz porque Caim estava finalmente em liberdade
condicional, era difícil estar num clima positivo no momento
e comemorar.

—Sim, mas é fodido chegar aqui e ver toda essa merda


acontecendo. Eu só desejava que estivesse aqui para ajudar
meus irmãos.

—Não, eu estou feliz por você não ter estado nessa


situação. Você foi preso por um longo tempo, e a última coisa
que você precisava era ser colocado nessa situação.
Cain sacudiu a cabeça.

—Mas sinto muito por não haver uma recepção de boas-


vindas.— Kink bateu em suas costas. —Mas uma vez que as
coisas se acalmarem e voltarem ao normal, vamos festejar.

Cain olhou para o copo de shot, e ficou na mesma


posição que Kink estava alguns momentos antes.

—Parece bom. — Cain virou apenas a cabeça e olhou


para ele. —Eu preciso ir ver Fallina rápido.

Kink assentiu.

—Como ela está?— Ele não planejou trazer o assunto da


filha de Caim, porque embora tenha passado um longo tempo
desde que tudo aconteceu, e ela fosse uma adulta agora, essa
merda nunca abandonava seu pai. Kink sabia que, se algum
filho da puta tentasse mexer com Callie, ele iria matá-lo sem
sequer piscar.

—Ela está bem, irmão. Ela está trabalhando como


professora pré-escolar em Chatham View. Fez bem para ela a
terapia e toda essa merda, então eu não posso reclamar. —
Um sorriso cobriu o rosto do grande motoqueiro, e Kink não
podia deixar de sentir o amor paterno do outro homem.
Merda, era o que Kink sentia por Callie. —Ela veio me ver
toda semana durante esses nove anos, homem, e quebrava a
porra do meu coração vê-la sair. Mas, ao mesmo tempo, eu
não queria que ela me visse por trás daquele vidro.

Kink assentiu e bateu nas costas de Cain novamente.

—Tome seu tempo, e quando estiver pronto, você sabe


que sempre terá um lugar na mesa no River Run.

Cain acenou e jogou para trás o segundo shot que


Tatum colocou na frente dele.

—Obrigado Kink, mas eu tenho um monte de negócios


inacabados para cuidar, merda que pode me trancar para
sempre dessa vez. — Cain olhou para Kink, e a dureza em
seus olhos frios negros falou bastante. Cain não acabou com
o idiota que feriu sua filha, e ficou claro que o outro homem
queria sua vingança de uma forma ou de outra.

Kink se aproximou e disse:

—Se você precisa de apoio, você sabe que nós estamos


sempre aqui para você.

Cain acenou com a cabeça, mas não disse nada. Eles


ficaram em silêncio por um momento, e Kink percebeu que
ele queria falar com Cain, para ver como ele realmente
estava. A prisão mudava um homem, não importa o quão
áspero e duro ele era. Cain pode ter uns gritantes 1,82m, e
ainda maior na massa muscular agora do que quando ele
entrou, mas uma vez que alguém fosse para a prisão um
pequeno pedaço dele estaria quebrado para sempre. Se Cain
quisesse falar sobre isso, então Kink e o resto dos irmãos
estariam aqui.

Ele não ia contar o que aconteceu com Sarah, não


agora. Havia muita mágoa, raiva e emoções misturadas que
passavam através dos homens no momento. Trazer isso para
Cain não faria qualquer bem. Haveria tempo para sentar,
falar sobre tudo, e garantir que a informação em ambos os
lados fosse aberta. Vários dos outros membros vieram para a
frente e cumprimentaram Caim. Eles foram amigos durante o
que parecia uma vida inteira, e ter o outro homem de volta
era uma boa notícia, e reforçaria o clube.

—Escute, eu vou falar com você mais tarde. Eu quero


ver minha mulher.

Cain sorriu.

—Eu ouvi sobre isso, o novato deu com a língua nos


dentes no carro, Pierce, acho que o nome dele era esse.

Kink assentiu.

—Sim, ele gosta de falar demais.

—Uma “Senhora” hein? —, Perguntou Cain, ainda


sorrindo. —Nunca pensei que veria o dia em que seu traseiro
pervertido iria sossegar. Estou feliz por você.

Kink se sobressaltou com a fala de Caim, mas sorriu.


Ele se virou e se afastou de Cain para conversar com os
outros caras, e encontrar Cookie. Ele precisava dela,
precisava segurá-la. Não havia nada como passar por um
pesadelo de uma situação para colocar perspectiva sobre a
vida de um homem, mesmo um bastardo teimoso como ele.
Lucien olhou para Callie através da porta aberta. Ele
acordou a noite passada, estava com uma dor do caralho,
mas grato por estar vivo. Se lembrou de tudo até que ele
olhou para sua coxa e viu o ferimento de bala. Então, ele
esteve muito tempo desacordado e tudo estava escuro até a
noite passada. Mas a parte fodida, fora de tudo isso, mesmo
após o tiroteio, os corpos dos mortos, e a explosão, era que
Callie foi a primeira coisa que veio à sua mente quando a
consciência voltou. Isso era fodido da pior maneira possível, e
embora ela tivesse quase dezoito anos agora, e ele sabia que
nunca iria tocar nela dessa maneira porque ela era tão jovem,
ele honestamente não sabia se ele seria capaz de se manter
longe depois que ela tivesse uma idade legal. Não se tratava
de ter uma relação sexual com ela. Era muito mais
complicado do que isso. Ele sentia algo em seu coração frio
quando ele olhava para ela, como se batesse exclusivamente
por essa mulher.

Puta que pariu, Lucien.

Ele sabia que era errado querer ela, sabia que era contra
o código tácito que ninguém no clube fodia com seus filhos.
Ele não sabia por que tinha essa necessidade de estar com
ela, falar com ela e se certificar de que estava bem. Não era
apenas o desejo de a proteger porque ela era filha de Kink, ele
teria feito o mesmo por qualquer um dos filhos dos membros.
Era muito mais, algo que o consumia desde que ele a viu
vulnerável naquele ponto de ônibus com esses babacas ao
seu redor. Ele foi o único a ajudar, a se certificar de que ela
estava bem, e ele sabia que não havia nada que pudesse tirar
isso, não importa o quanto ele pensasse que isso devia ser
feito.

Todos os irmãos vieram vê-lo assim que ele acordou, o


que ajudou bastante para colocar Callie atrás dele, pelo
menos por aqueles vinte minutos. Mas agora que ela entrou
na sala, e ele sentiu sua dor ir para o fundo do seu
subconsciente e as coisas que ele não devia sentir passaram
por ele. Ela parecia cansada e triste, e ele desejou que ele
pudesse levar tudo aquilo para longe dela.

—Oi,— ela disse suavemente, quase como se ela


estivesse com medo de dizer alguma coisa.

—Ei, garota.— Ele não tinha a intenção de chamá-la


assim, porque quase parecia um soco em sua diferença de
idade. —Você está bem?

Ela se aproximou e puxou uma cadeira para sentar ao


lado de sua cama.

—Eu estou bem—, ela disse, e então ficou em silêncio


por alguns segundos. —Escute, eu não sei o que realmente
dizer.— Ela olhou para cima de seu colo, e uma grande
lágrima escorreu pelo seu rosto.

—Callie, o que está errado?

Ela balançou a cabeça.

—Estas são lágrimas felizes. Estou feliz que esteja bem.


Vê-lo ali deitado inconsciente ... —Ela engoliu com força. —
Foi horrível, Lucien.

Ele mudou de posição na cama e apertou os dentes


quando a dor ficou aguda.

—Não, não se mexa. Eu só queria dizer que estou feliz


que esteja bem. —Ela se levantou, mas ele estendeu a mão e
pegou a mão dela.

—Callie, eu sei quando alguém está mentindo para mim.


Diga-me que merda está errada.

Ela olhou para ele por um momento e, lentamente,


puxou a mão. Ela fechou os dedos na palma da mão para que
eles formassem punhos apertados nas coxas.

—Minha vida parece que está se desfazendo diante de


mim, já que eu não posso controlar mais nada.— Ela estava
chorando constantemente agora e levantou a mão para
limpar as lágrimas. —Minha mãe morreu, Lucien. Ela e Dale
tiveram um acidente de carro no outro dia.

Ele não disse nada, não sabia o que dizer que fizesse a
situação menos horrível. Ele a impediu de continuar
puxando-a para mais perto e envolvendo os braços em torno
de seu corpo. A dor era insuportável, mas segurando-a,
tendo-a perto dele, fez com que o desconforto não fosse tão
grande. Ela tremia e chorava, e tudo o que ele podia fazer era
segurá-la. Pela primeira vez em sua vida de merda, ele se
sentiu sem controle de uma situação, e não sabia como fazer
isso direito.
CAPÍTULO
16
Duas semanas depois

Cookie apertou seus braços na cintura de Kink e


descansou sua bochecha contra suas costas. O seu colete era
de couro liso e macio, e o cheiro de coisa antiga e bem
cuidada encheu seu nariz. Ela fechou os olhos e não
conseguia parar de sorrir. Duas semanas já se passaram, e
apesar de não ser realmente muito tempo, ela se sentia como
se anos houvessem se passado. Embora tenha passado
algumas semanas desde que Kink e os outros caras voltaram
após lidar com o culto, e as coisas fossem lentamente
voltando à rotina como eram, ainda havia esse peso que
estava no ar em todos os caras. Cookie podia sentir isso
pesando sobre o clube, e quando ela estava em torno dos
caras se sentia sufocar. Essa parte do perigo poderia estar
ultrapassada, mas ainda havia a morte da mãe de Callie,
Lucien quase morrendo, e algo mais acontecendo que ela não
conseguia decifrar ainda.

Lucien estava melhorando, masparecia diferente, mais


reservado. Talvez essa fosse a sensação estranha que ela
estava sentindo, como se ele estivesse escondendo alguma
coisa? Depois que ele foi baleado, certamente ficou mais
endurecido ainda, se é que isso era possível, o olhar em seus
olhos era agora sempre calculado. Era diferente de como era
antes. Ela não o conhecia muito bem, mas mesmo assim ela
sabia que ele era um homem poderoso. Agora ele parecia
quase morto por dentro, e embora ela não soubesse como
ajudá-lo, queria fazer isso de qualquer maneira. Mas,
realmente não poderia tentar ajudar alguém que não estava
pronto para ser ajudado, e o que quer que Lucien estivesse
passando era algo que ele não estava pronto para deixar claro
ainda.

Durante as duas últimas semanas seu relacionamento


com Kink progrediu lentamente, mas estava grata por isso.
Quando ela começou a trabalhar para o clube, ela só
imaginou a si mesma viajando pelo país e não se acomodando
em algum lugar. Embora ela ainda quisesse fazer isso, ela
também se via aqui, no River Run, e com Kink e até mesmo
na vida de Callie. Ela nunca teve qualquer pessoa em sua
vida que realmente importasse, e certamente nunca teve
alguém que se importava com ela de uma forma genuína.
Mas ela tinha isso aqui, com o MC. Isso a aqueceu, a fazia
sentir como se ela não fosse um desperdício de espaço, e não
era isso o que a vida era? Agora ela se sentava na parte de
trás de sua Harley, com o vento soprando no seu cabelo, o sol
que fluía para baixo em suas costas, e a força e o poder do
que sentia por Kink enchendo-a. O pensamento de Callie
consumiu-a por um momento, e ela queria chorar pela jovem
mais uma vez. Poderia ter sido apenas quatorze dias desde
que Callie descobriu sobre o falecimento da sua mãe, mas a
menina era forte, e estava levando um dia de cada vez. Ela
estava seguindo com a sua vida e tentando não deixar a dor
consumi-la. Mas Cookie estava lá para ela, e Kink. Cookie
podia ser só alguns anos mais velha que Callie, mas ela se
preocupava com ela, e via como esta jovem mulher vulnerável
e danificada, precisava saber que era amada. Callie precisava
saber que não estava sozinha, e que Cookie sabia como se
sentia, o desespero que poderia consumir uma pessoa até
que não houvesse mais nada. Com os dezoito anos de Callie
distantes apenas algumas semanas, Cookie vinha tentando
fazer uma celebração memorável. Cookie não queria uma
festa que traria mais tristeza à sua vida uma vez que este
seria o primeiro aniversário que Callie teria de celebrar, sem
sua mãe aqui.

O funeral passou, uma situação difícil, mas


surpreendentemente, Callie pediu a Cookie para ir com ela.
Elas estavam se aproximando desde que Callie recebeu o
telefonema, e ela não podia deixar de ver a si mesma em
Callie. E então Cookie ajudou Callie a sair da casa de sua
mãe com Kink. Cookie poderia não estar vivendo com Kink,
apesar do quanto ela se preocupava com ele, mas ela sabia
que agora ele precisava estar lá para Callie. Ia ser um longo
caminho para ela, e agora precisava estar cercada por
pessoas que se importavam com ela.

Eles estavam andando durante os últimos vinte


minutos, para bem fora dos limites da cidade de River Run.
Cookie deixou toda a dor e tristeza que a encheu em toda sua
vida no passado, quando ela veio para o clube, apoiou as
mãos atrás dela. Ela podia não estar agarrada a Kink, mas
este pequeno pedaço de liberdade a fazia sentir como se o
mundo não fosse tão desagradável como ela sempre viu. Com
os olhos fechados, ela inclinou a cabeça para trás e respirou
profundamente. Estando assim sentia como se estivesse
voando, como se nada a amarrasse no mundo e ela poderia
só flutuar sem quaisquer preocupações.

—Você está bem, baby?— Kink perguntou sobre o


barulho do motor do Harley.

—Sim—, ela disse, e ouviu a felicidade, excitação e até


mesmo alívio em sua voz. Eles estavam indo para o pequeno
lago que ficava entre River Run e Steel Corner. Ela leu sobre
os pontos turísticos ao redor da cidade quando ela foi trazida
para River Run, mas ficou nesta pequena bolha de sua vida.
O lago era uma área isolada que era usado principalmente
para pesca e navegação, mas o local que Kink disse que eles
iam era mais isolado e privado. Este local era tranquilo e o
lugar perfeito para eles passarem algum tempo juntos. Ela
não estava disposta a falar sobre sua antiga vida, sobre seu
passado ou o que aconteceu com ela novamente. Isso já foi
feito, ela já disse o que precisava dizer, e ela esperava que
Kink respeitasse isso. Ela só queria seguir em frente agora.

Ele dirigiu sua moto pela estrada de cascalho por mais


cinco minutos e, finalmente, dobrou para o lado e desligou o
motor. Ele estava fora da Harley em primeiro lugar, e suas
mãos estavam em volta da cintura dela e a puxando para fora
da moto antes que ela pudesse se mover. Durante vários
segundos tudo o que Kink fez foi segurá-la, e ela sabia que ele
ainda estava lidando com a quase morte de um homem que
ele considerava uma parte de sua família. Foi difícil para
todos os membros, mas parecia que Kink estava achando isso
especialmente difícil. Ela sabia que Lucien era como um
irmão para Kink, e embora ela o confortasse, realmente
começou a se preocupar com as pessoas que a cercavam, ela
não foi capaz de lidar com a explosão de emoções. Mas ela
também sabia que os próprios membros do clube, estavam
em choque. Cookie podia ver em seus rostos a raiva que eles
mal continham. Estes homens não eram apenas motoqueiros
alfa de toda a maneira, eles eram uma raça própria.

O som do vento assobiando através das árvores tinha


uma qualidade hipnótica para ela, mas era o som do coração
batendo calmo de Kink debaixo de sua orelha que a
embalava. Ele agarrou um cobertor de um de seus alforjes e
estendeu a mão para pegar a mão dela. Kink levou-os para o
caminho que conduzia ao lago, e então colocou o cobertor na
frente da água. Kink fez um gesto para ela se sentar. Eles
sentaram-se lado a lado, sem dizer nada, e ambos focaram na
água.

Ele se virou e olhou para ela depois de alguns


momentos, e apenas olhou para ela. Em seguida, ele levantou
a outra mão e acariciou sua bochecha.

—Eu tenho um monte de coisas em minha mente,


Cookie, coisas que me fazem perceber que eu não quero
passar minha vida sem você, baby.
—Eu me sinto da mesma maneira, Kink.

Ele balançou a cabeça lentamente.

—Não, querida, eu acho que você não percebe o quanto


eu me importo com você.— Ele pegou a mão dela e colocou a
direita sobre seu coração. O ato foi muito gentil e carinhoso e
trouxe uma onda de emoção sobre ela. Este motoqueiro era
grande, musculoso, e provocava medo em outros homens
com apenas um olhar. Mas ali estava ele, segurando sua mão
sobre o coração, e olhando para ela com esta expressão
vulnerável, aberta. —Eu já falei com você sobre ser minha
“Senhora”, mas eu quero que você saiba que significa mais do
que apenas estar lá, Cookie. — Ele começou a esfregar o dedo
ao longo de sua bochecha com a outra mão, e ela levantou a
mão e colocou-a sobre a dele. Era estranho ser capaz de
sentir as emoções de alguém tão fortemente como se fossem
as suas próprias.

—Eu sei que isso vai soar uma porra louca, mas, Cookie,
baby, você é minha vida.— Ele a soltou e encarou o lago mais
uma vez. Parecia que passou muito tempo desde que eles
estavam sentados em silêncio, mas foi um silêncio muito
confortável, fácil.

—A merda que eu tenho visto e feito, por vezes, me


mantém acordado à noite, Cookie—. Ele olhou para ela
novamente. —Mas desde que você entrou na minha vida eu
percebi que toda a merda que eu fiz não se compara ao
sentimento puro que tenho por você.

Nos próximos quinze minutos o escutou falar sobre Callie


e tudo o que ele passou com Sarah. Ela não falou, apenas
ouviu-o descarregar este fardo que claramente pesava sobre
ele.

—Eu sei que você falou um pouco sobre seu passado,


mas eu quero que você saiba que eu estou aqui para ouvir o
que você tem a dizer.

Ela sorriu e olhou para os lábios.

—Honestamente, falar sobre todas as coisas ruins que


aconteceram enquanto eu estava crescendo, não muda nada,
e isso não me ajuda de algum tipo de forma terapêutica.—
Ela procurou seu rosto com seu olhar. —Não é que eu não
confie em você, ou que eu não quero confiar em você.

—Eu entendo.— Ele sorriu suavemente. —Eu realmente


entendo, e eu estou bem com o que você decidir. Eu sei que
requentar todo esse material tóxico não ajuda algumas
pessoas. —Ele se inclinou e pressionou sua testa contra a
dela. —Eu só quero que você saiba que se você precisar de
alguém para conversar, espero que você me deixe ser essa
pessoa que você precisa.

Eles já tinham começado a reconstruir o edifício MC que


explodiu. As meninas saíram do clube e voltaram para a
cabana desde que a explosão não afetou ela. Foi bom ficar na
sede do clube, em torno dos rapazes, enquanto Lucien se
recuperava, e passava tempo com Callie. Ela aprendeu muito
sobre a jovem nestas últimas semanas, e não apenas sobre a
dor que Callie sentia. Cookie não falou com ela sobre Lucien,
embora ela quisesse, porque podia ver como Callie olhava
para o presidente do clube. Era da mesma forma ansiosa que
Lucien olhava para Callie. Isso ia ser outra situação que ia
agitar tudo, com certeza, especialmente se Lucien e Callie
agissem sobre o que sentiam um pelo outro. Mas, felizmente,
Kink estava tão concentrado nos sentimentos de Callie a
respeito da morte de Sarah que ele não estava nem prestando
atenção para a química acontecendo entre sua filha e o muito
mais velho Lucien. Ele estava cego para um monte de coisas,
coisas que provavelmente o deixariam com muita raiva, se ele
percebesse o que estava acontecendo bem na frente dele.
Cookie pensou em dizer a Kink, mas ela percebeu que não
era o seu papel. Ela não sabia ao certo o que estava
acontecendo, e Callie precisava fazer isso.

Ela apertou os lábios nos dele, fechou os olhos, e depois


se afastou dele. Ele pareceu surpreso no início, mas quando
ela começou a tirar sua roupa, calor começou a cobrir sua
expressão. Quando estava nua na frente dele, ela estendeu a
mão. Levou apenas alguns segundos para ele tomar o que ela
ofereceu, e então ele estava tirando a roupa também. Cookie
não se importava se alguém os visse, não se importava que
estava nua num lugar público. Tudo o que ela queria era ter
um momento com o homem que estava apaixonada. Com a
mão na dela, ela não disse nada enquanto os levava para a
beira da água. A temperatura em torno deles era quente com
uma ligeira brisa, mas a água estava gelada quando entrou
nela.

—Banho nus?—, Ele perguntou com diversão em sua


voz.
Ela não respondeu, apenas sorriu, enquanto olhava por
cima do ombro, e continuava a levá-lo para dentro da água.

—Deus, isto está tão frio.

—Eu posso aquecê-la—, disse ele ao lado de sua orelha,


e, em seguida, no instante seguinte, tinha seus braços em
volta da cintura dela e ambos estavam caindo na água. Ela
foi para baixo, mas Kink a tirou da água um segundo depois,
e pressionou-a na dureza de seu peito.

—Merda— Ela disse ofegante e limpou a água de seu


rosto. Arrepios percorreram ao longo de sua carne.

Kink aninhou seu pescoço, e seu hálito quente ajudou a


aquecer seu corpo frio. Ele moveu-os ainda mais para dentro
da água, e ela se acostumou com a temperatura.

—Eu disse que eu poderia aquecê-la—, disse ele contra


o lado de sua garganta, e ela sorriu. Eles ainda estavam
tocando o chão, mas ela tinha os braços firmemente em torno
dele e a cabeça apoiada em seu peito.

—Eu confio em você Kink, e eu sei que você escuta


qualquer coisa que eu diga a você—, ela disse suavemente, e
respirou fundo. —Eu só quero começar de novo com você. —
Ela se afastou e olhou para ele. Kink só olhou para ela por
alguns segundos antes de ele se inclinar e reivindicar a sua
boca. Por longos minutos tudo que eles fizeram foi se beijar.
Ela sentiu o quanto ele estava duro contra sua barriga, e
uma onda de excitação bateu nela, roubando sua respiração
e fazendo com que ela quisesse ele com desespero. Mas antes
que pudesse lhe dizer, ele a tinha em seus braços e fora da
água.

Estava prestes a colocá-la de costas, mas Cookie se


virou de modo que ela estava escancarada na sua cintura, e
segurou o rosto dele com as mãos. Talvez o sexo não fosse o
que eles precisavam agora, mas era a mais poderosa forma de
expressar como alguém se sentia.

—Eu te amo, baby, e eu nunca disse isso a outra


mulher, eu nunca quis matar por uma mulher, ou dedicar
minha vida a uma mulher do jeito que eu quero fazer com
você. — Ele olhou fixamente em seus olhos, respirou
profundamente, e exalou vigorosamente.

A água pingava fora de ambos, e ela passou as mãos


pelo cabelo.

—Eu quero tanto você, Kink.

Ele a beijou de novo, e de novo, e quando ela tentou


alcançar entre seus corpos, ele parou e a puxou de volta.

—Ser minha mulher significa que eu vou te proteger


com a minha vida, dar-lhe a minha vida, Cookie. — Ele a
beijou novamente, e o desejo de estar com ele, para mostrar a
ele o quanto significava para ela subiu rapidamente dentro
dela. —Eu já a reivindiquei, baby, sou dedicado a você porque
você é meu mundo agora. Você, Callie, e este clube. —Ele
olhou para ela com força. —Isso é tudo que me resta, e eu
não estou prestes a deixá-la ir.

Ela segurou cada lado do seu rosto também, e olhou em


seus olhos tão ferozmente quanto ele estava olhando para ela.
—Eu também te amo, Kink.— A barba em seu rosto era
áspera contra as palmas das mãos.

As barras afiadas de suas sobrancelhas sobre os olhos


azuis brilhantes eram tão masculinas como elas eram
bonitas. Ele tinha um daqueles narizes fortes, um conjunto
de lábios carnudos e um queixo quadrado. No lado de fora,
ele era o epítome do que ela pensou que um homem devia
ser: compleição forte, perigoso e protetor. Mas ela podia ver o
verdadeiro Logan —Kink— Roberts.

—Há muito mais sobre você, Kink, mais do que você


esconde. — As gotas de água caíram de seu cabelo escuro,
deslizaram por seu rosto, e caíram em seu peito duro e
definido.

—Eu não estou me escondendo, baby. Eu estou bem


aqui, bem aberto para você ver, expondo a porra da minha
alma —, ele murmurou contra seus lábios. —Você merece um
homem melhor do que eu, mas eu vou passar o resto da
minha vida provando que eu posso ser digno de você.

Ela queria bater algum sentido nele, para lhe dizer que
ele era digno de tudo o que ele queria. Cookie nunca foi o tipo
de tomar conta da pessoa, mas por algum motivo ela se
sentia muito mais forte estando com Kink.

—Toda a minha vida as pessoas me colocaram para


baixo, me dizendo que eu não valia nada.

Um som baixo, perigoso o deixou, e ele passou os braços


em torno dela com força.

—Baby, você vale a pena para caralho, muito...


Ela segurou seu rosto novamente e se inclinou para
beijá-lo de ânimo leve.

—Eu estou farta de falar sobre as coisas ruins, Kink.


Quero me concentrar em nós, em Callie, e ultrapassar por
tudo isso.

—Vou repetir e dizer isso sempre, porque sempre será


verdade.— Ele se inclinou e desta vez foi o único a beijá-la. —
Eu não sou bom o suficiente para você, mas eu juro por Deus
que vou passar o resto da minha vida mostrando-lhe que
você é minha, baby.— Ele tomou sua boca de novo, não
gentilmente, mas cheio de posse e necessidade, combinando
a sua própria necessidade. —Venha jantar comigo. Me deixe
te mostrar que estar comigo não vai ser sempre essa violência
e drama.

Ela se afastou e sorriu.

—Você quer cozinhar para mim?

Quando ele piscou seu coração acelerou.

—Eu não estou dizendo que sou Gordon Ramsey ou


qualquer coisa, mas eu acho que eu posso fazer algo
comestível. — Seu rosto assumiu uma expressão sombria. —
Além disso, acho que Callie gostaria de estar mais com você.

—Ok—, ela disse suavemente. —Eu adoraria.

Ele a beijou novamente, e logo o beijo macio e suave


ficou frenético com eles pressionando suas línguas juntas,
mudando para uma forma sexual, e sendo repetido uma e
outra vez. Seu pulso disparou, e sua vagina ficou molhada.
Tudo o que era preciso para fazê-la muito excitada que ela
não conseguia pensar direito era um beijo de Kink. Podia
sentir quão duro ele estava. Era como um tubo de chumbo
entre as coxas, criando ainda mais umidade e inchando seu
clitóris de desejo. Mas aquele beijo e os dedos apertados em
seus quadris começaram a assumir um ritmo mais rápido,
mais exigente. Ela estava tão carente quanto ele.

Por alguns segundos tudo o que ela fez foi olhar para
seu peito e passar as mãos sobre a pele lisa, tatuada e sem
pelos que o cobria. Cookie nunca pensou que ela iria ficar
excitada com pele tatuada, especialmente com muitas
tatuagens como Kink tinha, mas ela estava e ficava ainda
mais apenas olhando para ele. Os desenhos de tinta
ocupavam mais de seus peitorais, para baixo de seu
abdômen, e em torno de sua cintura. Alguns eram coloridos,
e outros em preto e branco, mas todos eles eram ousados,
vibrantes e fortemente atraentes. Ele até tinha um pouco de
tinta que passava por seu peito e sobre o seu pescoço.

—Você continua me olhando assim, Bailey, e eu vou


devorá-la porra.

Mais umidade a deixou quando ele segurou seus seios,


apertou os montes ritmicamente, e inclinou-se para sugar o
mamilo esquerdo em sua boca. Deus, ela adorava quando ele
dizia seu nome real. Ele fez esse barulho profundamente
enraizado na parte traseira de sua garganta. Por longos
momentos ele mordeu e chupou o pico duro, e depois
alternava para o outro lado. O sangue subiu à superfície
enquanto ele atormentava e brincava com ela, e logo estava
segurando os curtos fios de seu cabelo e gemendo por mais.
Ela não se importava se alguém pudesse ver. Tudo o que ela
queria era Kink, aqui e agora, e que eles deixassem tudo para
trás e se concentrassem apenas neles.

—Eu desejo tanto você, baby.— Ele murmurou as


palavras contra os seios, mas não parou de chupar em sua
carne. —Você pode sentir isso?— Ele levantou os quadris um
pouco para que seu pênis esfregasse ao longo de suas dobras.
Cookie deixou cair a cabeça para trás e fechou os olhos. Era
tão bom ter a boca quente e úmida em seu corpo que tudo o
que Cookie podia pensar era em ter Kink a jogando no chão e
deslizando este comprimento duro e grosso dentro dela.

—Leve-me, Kink. Foda-me bem aqui. —Ela poderia ter


vivido uma vida dura, mas ela nunca pediu diretamente a
alguém para transar com ela. Mas com Kink era diferente, e
esta vida que estava vivendo agora era diferente. Em um
movimento tão rápido que ela nem sequer percebeu o que
estava acontecendo, ele estava com ela em seus braços. Ele
se virou e a colocou de costas sobre o cobertor com seu
enorme corpo sobre o dela. Ele colocou as mãos em suas
coxas, espalhou-as abertas, e olhou para a sua boceta como
se estivesse morrendo de fome e pronto para devorá-la viva.

—Você está tão molhada para mim, Cookie.

Tudo o que podia fazer era ficar lá e deixá-lo olhar para


ela. Mas ela gostou do jeito que ele a olhava com olhos
famintos. Ela agarrou seus ombros largos e puxou-o para
mais perto dela. Eles se beijaram de novo e de novo e mais
uma vez até que ela estava levantando seus quadris, e
buscando sua dureza. Suas mãos estavam por toda parte
sobre ela, tocando sua boceta, esfregando suas lisas, dobras
nuas até que ela estava murmurando palavras ininteligíveis.
Ela, então, sentiu o comprimento quente de seu pau contra
sua coxa. A gota de pré sêmen na ponta do seu eixo passou
ao longo de sua carne aquecida. Eles se beijaram novamente
e tocavam as línguas juntas. Com a boca ainda na dela, ele
alcançou entre seus corpos e colocou seu pênis contra suas
dobras lisas. Ele esfregou o comprimento de cima para baixo
em sua fenda. Ela pensou que ele iria mergulhar profundo,
reclamá-la como ele fez antes, e fazê-la esquecer de tudo,
exceto o que estava acontecendo agora. Mas o que ele fez em
seguida surpreendeu-a e muito.

Ele a teve em sua barriga, e a posicionou para que seu


ventre estivesse fora do chão. Kink tinha as mãos sobre os
montes de bunda dela antes que ela pudesse sequer piscar.
Tudo o que ela sentiu foi o hálito quente de Kink
aproximando-se de seu corpo. O calor do corpo e os sopros
duros de ar que vieram dele banhando sua bunda e boceta,
teve que fechar os olhos enquanto as deliciosas sensações
passavam por ela.

—Foda-se, baby, as coisas que eu quero fazer com


você...— Ele espalmou sua bunda. — ...coisas sujas, duras e
ásperas que farão você gritar meu nome quando você gozar,
você não pode nem mesmo imaginar.

Ela enrolou os dedos no cobertor.


—Mas nós temos todo o tempo do mundo para eu
mostrar a você o lado mais escuro do prazer, aqueles em que
eu vou dar tanto a você que você vai suspirar meu nome e
implorar para eu nunca parar.

Uma dor pungente cobriu suas nádegas, e Cookie abriu


os olhos ao mesmo tempo que Kink espancou a outra nádega.
Ele fez isso várias vezes, alternando entre os montes de sua
bunda até que o sangue subiu à superfície e sua pele ficou
aquecida. Não era doloroso, era mais estimulante do que
qualquer outra coisa, e a excitou ainda mais.

—Isso é bom, baby?— Ele parou de bater e espalhou sua


bunda tão aberta como podia até o ar tocar seu ânus. Ele
apertava e soltava sua carne de uma maneira que a
estimulava e tornava fácil para ela.

—Sim—, ela suspirou.

Ela sentiu ele colocar o dedo na entrada de sua vagina e


esfregar o dedo ao redor do buraco. Ela separou os lábios e
fechou os olhos novamente enquanto ele corria o polegar ao
longo de sua entrada, e mudou sua umidade até sua fenda e
esfregando ao longo de seu clitóris. Ele deslizou o dedo de
volta para o buraco da sua boceta, e gentilmente brincou com
ela, a sondou um pouco, e a deixou gritar por mais.

—Eu preciso de você,— Kink disse, e no segundo


seguinte ele estava de costas e tinha ela em cima dele
montada em sua cintura novamente.

Ela olhou para ele, viu a tensão de seus músculos logo


abaixo de sua pele tatuada, e pressionou sua pélvis para
baixo. Cookie moeu descaradamente contra ele, manchado
sua umidade ao longo de seu baixo ventre e seu pênis, e
gemendo sobre como isso era bom de sentir.

—É isso aí, baby, trabalhe essa boceta molhada em cima


de mim.— Ele segurou seus quadris com força. —Tome meu
pau, Cookie, e o enfie na sua pequena boceta apertada.

Ela ofegava e se levantou de joelhos, tomou a raiz do seu


pau na mão, e apertou até que ele assobiou e apertou os
dedos ainda mais em sua pele. Ela estava tão molhada que
seu creme escorregava dela. Ela podia ver que Kink estava
assistindo a trilha com a aprovação aquecida.

—Faça-o, baby, faça deslizar o meu grande pau todo até


dentro de você.— Seu peito subia e descia com força. —Não
me torture. Eu mal estou aguentando assim como está.

Ela colocou a cabeça de sua ereção em sua entrada e


começou a empurrar para baixo.

—Eu juro que vamos fazer o tipo de sexo suave e doce


que eu quero te dar, mas agora eu preciso disto deste modo,
baby—, ele moeu fora.

Cookie gostava de ter sexo desta forma com ele, este tipo
cru e selvagem. Isso era cheio de emoção real, e isso era
exatamente o que ela precisava. Havia sempre presente uma
sensação de alargamento e ardor quando a grossura de seu
pau separava a sua abertura. Ela estava ainda na metade,
quando ele levantou os quadris para cima, empurrando o
resto do seu eixo dentro dela.

—Sim, querida. Cristo, Cookie, você é tão apertada e


molhada. — Sua voz era esse som profundo, serrilhada, como
uma faca afiada em movimento ao longo de seu corpo. E
então ela tomou o controle dos movimentos. Ela colocou as
mãos sobre o peito, levou apenas um segundo para traçar o
contorno da tatuagem de seu símbolo do MC no seu peito e,
em seguida, levantou os quadris e empurrou-se para trás em
cima dele. Ele gemeu; ela suspirou de prazer, e repetiu a ação
várias vezes. Seus seios sacudiram com força enquanto ela
saltava para cima e para baixo sobre ele e sentiu sua boceta
ficar flexível e incrivelmente úmida. Era como se estivesse
possuída enquanto ela se movia para cima e para baixo em
cima de Kink.

—Goze Baby. Venha para mim —, Kink rugiu.

Ela sentiu a ondulação do pênis dentro dela, sentiu o


primeiro jato poderoso da sua libertação a encher, aquecer e
provocar outra rodada de choques através de suas veias.

—É tão bom.— As palavras saíram dela. Kink não


respondeu verbalmente, apenas resmungou e continuou a
enchê-la com o seu sêmen. Ele se levantou enquanto ela
ainda estava se movendo em cima dele, e passou os braços
em volta dela. Quando o êxtase desapareceu, ela caiu contra
ele, não sendo capaz de se segurar mais.

—Você é minha, Cookie, — Kink disse suavemente. —E


eu não vou deixar você ir.

—Eu não quero que você me deixe ir.— E ela queria


dizer isso com cada parte do seu corpo.
Cookie sentou-se ao redor da mesa pequena da cozinha,
com Kink de um lado e Callie do outro. Molly a deixou cerca
de uma hora atrás e quando ela entrou pela porta da frente e
os viu ali foi quando se sentiu aceita e parte de algo mais.
Eles acabaram de comer pouco tempo atrás, e o silêncio
confortável e aquecido que se movia entre eles a fazia sorrir.

—Callie, você já se inscreveu em mais algum lugar?—,


Perguntou Cookie, tentando trazer algum assunto para a
conversa com o qual a jovem pudesse se sentir confortável.
Embora ela mantivesse uma imagem de valente, havia
momentos em que Callie parecia que quebrou tudo dentro
dela, e não sabia como colocar as peças de volta.

Ela encolheu os ombros.

—Alguns, mas honestamente eu não tenho pensado


muito na faculdade. Eu não sei se eu quero ir ou não.

—O quê?— Kink perguntou enquanto levantava a


garrafa de cerveja à boca. Ele estava olhando para sua filha
enquanto ele bebia, e a frustração em seu rosto era clara.

—Kink,— Cookie disse suavemente, e quando ele


finalmente olhou para ela, ela lhe deu essa expressão dura
que significava, —não empurre.— Cookie entendeu que ele
queria o que era melhor para Callie, mas apesar dos
problemas que Callie teve com a mãe, ela ainda perdeu a
pessoa que lhedeu à luz.

—Não, está tudo bem Cookie.— Callie olhou para Kink.


—Eu não sei se eu quero ir para a faculdade agora, pai. Eu
sei que algum dia vou querer, mas eu não sei se logo após a
formatura vai ser o passo que pretendo tomar.

Kink engoliu alto, colocou sua cerveja para baixo, e


depois suspirou.

—Eu sei. Eu só não quero que você fique para trás.

Callie sacudiu a cabeça, pegou o prato e, em seguida, se


levantou.

—Pai, por favor.... Eu só tenho muita coisa acontecendo


na minha vida agora. Graduação, faculdade, mãe morrendo,
e ... —Ela era a única a engolir agora, e quando ela olhou
entre Kink e Cookie, havia essa estranha tristeza, quase
desprendimento que cobria seu rosto. —Só... por favor. — E
então ela se virou e saiu, e Cookie sabia que ela iria chorar.

—Eu deveria ir falar com ela, dizer a ela que eu não


queria parecer estar forçando..., — Kink disse e ficou de pé,
mas Cookie estendeu a mão e colocou a mão sobre a dele.

—Kink, basta deixá-la ir desta vez. Ela está lidando com


as coisas, e às vezes as pessoas só precisam se lamentar por
si mesmas. —Ela sorriu e correu os dedos sobre sua pele
quente.

Kink descansou para trás em sua cadeira e olhou para


as escadas, onde Callie subiu.
—Eu sinto que eu não estava realmente lá para ela—,
disse ele, mas ainda olhou para as escadas. —Deixei-a com
Sarah, porque eu pensei que era a melhor opção para ela. —
Ele olhou para Cookie. —Mas não era, e agora Sarah
desapareceu. Callie está sofrendo com isso, e muito mais, e
eu me sinto perdido.

—Ela é uma adolescente que acabou de perder uma


mulher com a qual ela poderia não se dar bem, mas que ela
chamava de 'Mãe'. Ela era a única mãe que ela tinha, e agora
que Sarah se foi, você é tudo o que ela tem. Dê-lhe tempo, e
ela virá. —Cookie não sabia nada sobre famílias e o que devia
e não devia acontecer nelas. Ela não teve esse tipo de vida
familiar quando cresceu, mas o que ela sabia era que mesmo
quando alguém tinha um sistema de apoio e pessoas que a
amavam, às vezes a melhor opção era um momento de
solidão.

O som de Callie voltando a descer as escadas fez com


que os dois olhassem em sua direção. Ela parou na sala de
jantar com seu casaco e sua bolsa pendurada em seu ombro.

—Vocês se importam se eu sair por algumas horas?

—Onde você está indo?—, Perguntou Kink.

—Honestamente? Lugar nenhum. Eu só quero andar por


aí e limpar a minha cabeça. Talvez eu vá me encontrar com
Ian para um café ou um filme. Eu não sei. —Callie parecia
cansada, mas não do tipo que estava precisando de uma boa
noite de sono.

Cookie apertou a mão dele novamente, e ele suspirou.


—Esteja em casa à meia-noite, está bem?—, Ele disse,
como se tivesse custado muito tê-la deixado sair. Quando
Callie foi até ele e o abraçou, houve esse momento em que
tudo o que eles fizeram foi se abraçar.

—Eu te amo, pai—. Callie se afastou, e Kink empurrou


um pedaço de seu cabelo atrás da orelha.

—Eu também te amo, e por favor, tenha cuidado.

Callie assentiu.

—E, por favor, se você está pensando em ficar bêbada


me chame e eu vou buscá-la.

Por um segundo Callie só ficou lá, o rosto ficando


vermelho, e arregalando os olhos ligeiramente.

—Você está bem?— Kink perguntou a ela.

Ela lambeu os lábios e assentiu.

—Eu estou bem.— Ela levantou a mão e acenou para


Cookie. —Tchau.— Quando a porta da frente se fechou atrás,
Cookie expirou e segurou a mão de Kink novamente.

—Ela virá até você quando ela estiver preparada.— Ela


apertou sua mão.

Ele assentiu.

—Que tal arranjar algo forte para beber?—, Disse


Cookie.

Kink olhou para ela e sorriu.

—Se você ficar bêbada eu vou fazer você ficar aqui pela
noite.
Ela se inclinou e disse:

—Eu estava planejando isso de qualquer maneira. — Ela


queria estar aqui com Kink, mas ela também queria estar
aqui para Callie. Que estranho, mas ao mesmo tempo
maravilhoso que, em um curto período de tempo, ela veio a se
preocuparpara caramba com essas duas pessoas.
CAPÍTULO
17
Uma semana depois

Kink, Malice, e Lucien, todos estavam sentados em volta


da mesa de cartas, cervejas na frente deles e uma pilha de
dinheiro no centro da mesa. Lucien ainda estava se
recuperando, e se hospedar no clube onde todos podiam
cuidar dele e ajudá-lo se ele precisasse de alguma coisa
parecia ser a melhor coisa. Neste momento, o clube estava
tranquilo, com a maioria dos caras fora para passar à noite,
seja em seus próprios lugares, ficando bêbados num dos
bares locais, ou mesmo vigiando as meninas na cabana.
Cookie estava em casa, tendo aulas on-line que ela queria
entrar no outono. Kink estava orgulhoso dela por dar esse
passo, e feliz que ela estava fazendo algo para ajudá-la a se
manter ocupada. Embora ele não quisesse dizer a ela o que
fazer ou mantê-la trancada porque ele a queria segura, esta
era a vida dela, e ela já teve um número suficiente de pessoas
a colocando para baixo. Como ela estava pensando em ir para
a escola ela estava trabalhando menos no clube, e
honestamente ele era grato por isso. De maneira nenhuma
que ele queria sua “Senhora” aqui vendo toda a merda que
esses caras faziam.

—Eu aposto dez, — Malice disse e jogou o dinheiro no


centro.

—Eu dobro—, disse Lucien e jogou suas cartas. —Como


Adrianna está indo? —, Perguntou Lucien.

Malice se recostou e sorriu.

—Ela está bem, muito bem, na verdade. — Malice jogou


suas cartas, viradas para cima, e seu sorriso se alargou. —
Ela realmente me expulsou de casa para ela e Dakota
poderem assistir a um filme, comer pipoca, e pizza.

Kink começou a rir.

—É preciso uma mulher forte para lidar com a sua


bunda, Malice.

Lucien começou a rir, e depois gemeu.

—Devagar senhor, rindo demais...— Malice disse, e Kink


começou a rir.

—Você tem uma mulher forte, também, Kink—, disse


Lucien, e estendeu a mão para sua cerveja. Ele jogou o resto
do álcool de volta.

As portas da frente se abriram, e eles se viraram para


Cain. Mas Cain não estava sozinho, e o homem que ele
arrastava, estava meio morto, preso e ferido, e derramando
sangue no chão do clube.

Eles levantaram juntos, se entreolharam, e então


olharam para Cain novamente.
—Irmão, o que diabos está acontecendo? —, Perguntou
Lucien, mas Kink já sabia o que estava acontecendo.

Cain levantou o homem que gemia alto o suficiente para


que eles pudessem olhar para seu rosto fodido, e depois
atirou-o para o chão. A cabeça do cara bateu no chão, e Cain
foi até seu corpo. De longe Kink podia ver os dedos
arrebentados de Cain, enquanto ele chegava em frente ao bar
para uma garrafa de tequila. Ele bebeu uma boa parte dela
antes de bater a garrafa de volta no bar, e, em seguida, se
virou e os encarou.

—Aquele filho da puta ali. — Ele inclinou o queixo para


o cara no chão.

—É o que mexeu com Fallina. — Kink terminou a


sentença de Cain, e outro membro do clube concordou.

—Que diabos você está fazendo trazendo-o aqui? —


Malice perguntou e se moveu para o cara, empurrou-o de
costas com uma bota, e olhou para ele.

—Tenho poucos lugares que eu posso ir e torturar o


canalha que tentou estuprar minha filha—, disse Cain e
olhou para Lucien. —Eu preciso de um lugar para guardar
ele até que eu acabe.

—Acabe fazendo o quê?— Kink sabia muito bem o que


Cain queria fazer, e ele não culpava o homem. Se fosse ao
contrário e alguns idiotas tivessem tentado tocar em sua filha
ele teria arrancado seus membros fora e se sentado lá para
vê-los morrer.

—Obter vingança por toda a dor que minha filha teve de


viver por causa deste bastardo. — Cain pegou a garrafa de
novo e bebeu mais, seu olhar jogado sobre o homem no chão.

Os três se moveram para Cain, olharam para o homem


que era como família, e observaram como as emoções
percorriam seu rosto.

—Eu quero vê-lo ferido, quero ver a dor em seu rosto, e


quero que ele perceba que ele vai morrer em minhas mãos,
disse Cain entre dentes. —E eu não sabia mais para onde ir,
então quando eu descobri onde o idiota estava, este foi o
primeiro lugar que eu me lembrei.

Lucien agarrou seu ombro, e Kink podia vê-lo


apertando-o levemente.

—Ele machucou sua filha, e isso significa que ele mexeu


com toda essa porra de clube. — Lucien deu um passo para
trás. —Vamos levá-lo para a garagem. O chão de cimento é
revestido de modo que o sangue não mancha.

E então eles foram arrastando o homem que estava


prestes a viver os últimos momentos de sua vida em agonia.

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