O surgimento das grandes indústrias ocorreram no final do século
XIX, durante a revolução industrial. Daquela época até pouco tempo atrás o controle do estoque de materiais sempre foi uma tarefa realizada única e exclusivamente por pessoas que não trabalhavam diretamente nas linhas de produção. As pessoas que estavam diretamente envolvidas na produção não precisavam se preocupar com os materiais necessários para seu trabalho, pois sabiam que alguém fora do seu ambiente de trabalho está se preocupando com os estoques desses materiais.
Este tipo de abastecimento da produção dificultava o trabalho
conjunto entre os operadores das linhas de produção e os controladores do estoques. Esta falta de comunicação entre ambos provocavam quase que sempre duas situações indesejáveis:
- sobravam muitas peças próximo ao operador da linha de produção
ou;
- faltavam peças e a produção parava.
Observando o sistema tradicional de abastecimento, percebe-se nele
que é o estoque que empurra a produção, ou seja, dependendo da quantidade de peças ao lado do montador, a velocidade da produção aumenta ou diminui.
O controle de estoques se torna mais difícil, e para compensar este
fato utilizam-se margens de estoques maiores, geralmente recebidos e estocados em grandes lotes de uma só vez.
Isto gera a necessidade de uma grande área física destinada ao
armazenamento do material. A velocidade do abastecimento de materiais não acontece de forma totalmente sincronizada com o consumo real das linhas de montagem, isto frequentemente provoca a sobra ou a falta de material.
No sistema normal de abastecimento, o controle de materiais é
complexo, necessita de cálculos avançados e uso de computadores, desta forma, exige pessoal especializado dedicado exclusivamente a estas atividades. O sistema fica exclusivo a profissionais e assim não se aproveita integralmente a experiência dos funcionários que realmente utilizam o estoque na montagem dos produtos.
Este sistema tradicional de abastecimento, apesar de necessário,
apresenta algumas dificuldades. No passado, essas desvantagens eram encaradas com certa naturalidade (como um “mal necessário”), isto porque a conjuntura econômica era diferente, a concorrência não era tão grande e a demanda superava a oferta de produtos no mercado, além disto, a globalização da economia estava apenas em seu início. Deste modo, os custos gerados por este sistema poderiam ser repassados ao preço final do produto, sem comprometer a empresa. Portanto, as desvantagens do sistema tradicional de abastecimento ou não eram percebidas pelos fabricantes ou, se conhecidas, não se dava na época a devida importância ao problema.
Com o passar do tempo este cenário favorável se inverteu. Muitas
empresas novas foram criadas, a economia cada vez mais globalizada e a concorrência tanto em preços como em qualidade, atingiu níveis crescentes constantes. Tornou-se fundamental a preocupação imediata com os custos de produção. Para garantir a sobrevivência nesta nova conjuntura econômica, as empresas foram obrigadas a apresentar produtos de maior qualidade e com preços cada vez mais atraentes.