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BAPTISTA E REIS ADVOGADOS ASSOCIADOS S/C

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE

VOLTA REDONDA - RJ.

TJRJ VRE CV04 202005872274 26/08/20 15:04:09140340 PROGER-VIRTUAL

Processo nº 0029403-59.2010.8.19.0066

JULIO CESAR PEREIRA BRAZ e OUTRA, devidamente

qualificados nos autos da IMPUGNAÇÃO oferecida em face de CLAJUL
MANUTENÇÃO E COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA,
vêm, por seu advogado infra-assinado, em atenção ao despacho de fl. 454, dizer o
que segue:

Inicialmente, necessário destacar que a alegação da Exequente no

sentido de que a nulidade na desconsideração da personalidade jurídica não pode
ser acolhida porque “vem tentando desde 2010 citar a pessoa jurídica” é, com o devido
respeito, desprovida de qualquer amparo legal.

Como sabido, a legislação civil adotou a teoria maior da

desconsideração da personalidade jurídica, de modo que, tratando-se de medida
excepcional, ela exige o preenchimento de diversos requisitos (art. 50, Código
Civil) para ser deferida, requisitos esses que, a toda evidência, não restaram
configurados no caso dos autos.

Não basta, como sugere a Impugnada, a mera ausência de

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patrimônio da empresa devedora ou mesmo o encerramento das suas atividades

para justificar a adoção de tão drástica medida.

Por outro lado, no que diz respeito à questão do bem de família, há

de se fazer alguns esclarecimentos.

Primeiramente, cumpre impugnar a afirmação da Impugnada de que

o primeiro Impugnante estaria residindo em outro país.

Essa informação não é verdadeira e não encontra qualquer suporte

probatório. O primeiro Impugnante viaja com frequência para o exterior apenas
em razão do seu trabalho, mas isso não significa, absolutamente, que tenha
modificado o seu domicílio.

Outro ponto a ser impugnado é a afirmação da Impugnada de que “o

imóvel localizado na rua P, nº 265, Jardim Amália, Volta Redonda, RJ é apenas um dos
imóveis do Executado, pois a certidão relata ainda a existência de mais três imóveis, logo
não podemos ter 4 imóveis como bem de família”.

Embora a situação das casas não esteja retratada no registro

imobiliário, que se encontra desatualizado, é preciso esclarecer que se trata de um
condomínio (doc. anexo) e a única casa de propriedade do Impugnante é de nº
265, as outras casas são de propriedade de outros condôminos (Srº Carlos
Antônio Pires é proprietário da casa 269; Srº Sérgio Henrique é proprietário da
casa 273; e o Srº Gilmar é proprietário da casa 273).

Aliás, basta uma leitura no documento de fls. 429/434 para verificar

que o Impugnante não é o único dono do imóvel registrado na matrícula nº 37.568,
do serviço registral do 1º Ofício de Volta Redonda e, consequentemente, não pode
ser considerado o proprietário de todas as casas que se encontram lá edificadas.

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É evidente que se trata de um condomínio e as fotografias juntadas

pela Impugnada só reforçam essa constatação, pois permitem verificar que se trata
de unidades imobiliárias autônomas, com distintos moradores.

Logo, não há falar em vários imóveis, sendo certo que o Impugnante

é proprietário apenas da casa 265, onde reside com a sua família e que, por isso,
deve estar a salvo de penhora, por constituir bem de família.

No que pertine às demais insinuações feitas pela Impugnada, os

Impugnantes as rechaçam, por serem inclusive desrespeitosas, mas se abstém de
respondê-las, eis que não dizem respeito ao mérito a ser apreciado no julgamento
da Impugnação.

Assim, prestados esses esclarecimentos e reiterando tudo o que já se

disse nas manifestações anteriores, esperam os Impugnantes o acolhimento da
Impugnação.

Nestes termos
pedem deferimento.

Volta Redonda, 26 de agosto de 2020.

Murilo Cezar Reis Baptista

OAB/RJ 57.446