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Políticas Públicas

 Conceitos preliminares: conjunto de ações implementadas pelo Estado e suas


agências em um sentido amplo, normalmente envolvendo algum arranjo
institucional, visando enfrentam um problema público.
 “Estudo do Estado em ação”
 Definição jurídica: programa de ação governamental que resulta de um processo ou
conjunto de processos juridicamente regulador visando coordenar os meios à
disposição do Estado e as atividades privadas para a realização de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinados regulação jurídica do que é
gasto e do arrecadado. Burocracia também é regulada pelo direito.
 Requisitos:
1) Ação de caráter complexo, não é um ato isolado, envolve várias áreas e órgãos
(complexidade governamental). Sempre busca vinculação entre eles.
2) Toda política pública tem um propósito. Uma finalidade.
3) Questão dotada de escala/amplitude interesse público que tem alguma
profundidade.
4) Planejamento

 Desde 88: cristalização do Estado Social brasileiro Base daquilo que não pode ser
ignorado.
 Estado como figura central: não é tudo que o Estado faz, tem que ter as
características supracitadas.
 Estado exerce políticas públicas quando escolhe não agir: ocultar/bloquear alguns
temas da agenda política.

CAMPO DE ANÁLISE
 Políticas Públicas como objeto de estudo
 Não é um campo apartado no Direito. É um ponto que deve servir para renovar
algumas áreas como Direito Administrativo.
 É área interdisciplinar: história, sociologia, ciência política etc...
Atualidades:

- Pandemia: racionalidade política e científica

- Democracia e instituições

- Estado social

- Adm. Pública

- Políticas Públicas e controle. Judicialização.

DIREITO NO POLÍTICA PÚBLICA

 Direito pode exercer função corretiva, mas não apenas isso, também é um
instrumento do gestor e afins pois fornece ferramentas para contribuir com
mecanismos de transparência e qualidade forma republicana
 4 grandes dimensões:
- substantiva: fixação de objetivos das políticas públicas direito positivo fixando
pontos de chegada. Exs.: art. 3, CF bastante aberto, mas é um norte de atuação;
art. 196, CF
- estruturante: como arranjo institucional definir tarefas, dividir competências,
articulando atores do setor público e privado (coordenação) ex.: questão dos
medicamentos que é sempre judicializada
- instrumental: concessão de meios adequados para alcançar resultados ex.: lei de
parcerias ou PPPs, contratos de gestão etc.
- participativa: vocalizador de demandas direito assegura participação,
accountability e mobilização ex.: comitês, conselhos etc assegurar voz e debate
sobre as políticas.

AS POLÍTICAS NA CIÊNCIA POLÍTICA


 Teorias sobre a decisão:
- Racionalidade abrangente e limitada
- Sistemas, inputs e outputs

 Críticas a teoria da decisão: incrementalismo; street level bureaucracy (debate na


rua Lipsky)
 Tipos de políticas públicas:
- redistributivas e distributivas socialmente útil
- regulatórias
- constitutivas

3) No texto “Ainda sobre o uso de evidências em políticas públicas” os autores


ressaltam uma crítica para além das já postas em outras obras sobre o assunto, as
quais se referiam ao uso de informações, opiniões e casos anedóticos sem
fundamento ou rigor científico como evidências. Para eles, apesar da importância
dessa crítica, faz-se relevante destacar, em outro viés, os aspectos de funcionamento
das políticas públicas e das escolhas governamentais nesse trajeto e sua relação com
as evidências. Nesse sentido, um dos pontos a que dão destaque é o da utilidade
dessas evidências. Além disso, os autores do texto supracitado apontam a
importância de usufruir de fontes de informações diversas, desde normas,
regulamentos até vivências práticas para pensar as políticas públicas.
Quando se afirma que as evidências não devem ser afastadas da configuração e
enquadramento dos problemas públicos refere-se, justamente, a latente demanda
consistente na adoção do uso de evidências que indiquem aspectos práticos, desde
tempo e finalidade. Isto, pois, tendo em vista que a política pública consiste em ato
complexo que objetiva realizar objetivos socialmente relevantes, basear-se em
evidências apenas rigorosamente científicas, mas sem utilidade, que não forneçam
material suficiente acerca de seu funcionamento e das demandas sociais específicas,
implica em maior dificuldade para concretização da política pública em si. Ainda
cabe mencionar o processo político, tendo em vista que para concretização das
políticas públicas o contexto de disputa política é sempre parte essencial. Com isso,
utilizar evidências úteis é também levar em conta as peculiaridades do contexto
sociopolítico que se apresenta para que seja possível idealizar uma política pública
que venha a ser efetivamente adotada.
Os autores destacam ainda, a relevância do uso de métodos distintos a depender do
problema público que se trata, podendo basear-se em revisões históricas até
mapeamentos sistemáticos, o que se relaciona diretamente com a busca por fontes
de informações distintas entre si, também por eles mencionada. Nesse sentido, cabe
destaque à vocação interdisciplinar da área de Análise das Políticas Públicas, a qual
se refere Carlos Aurélio na obra “A multidisciplinariedade no estudo das Políticas
Públicas”(p.6). Segundo o autor, esse caráter se relaciona com a possibilidade de
que aqueles que detêm conhecimento essencial de parte do problema possam
contribuir para resolução do tal mesmo em campos intelectualmente e fisicamente
distintos (p.2). Assim, é possível compreender a relevância de utilizar-se de
evidências que deem conta da complexidade prática da resolução do problema
púbico. Sendo essencial para isso, esse diálogo com áreas distintas, e,
consequentemente, saberes, métodos e especialistas localizados em campos
afastados. Diante desse cenário, estabelecer formas de transpor todo o saber técnico-
científico resultante do estudo dos problemas e evidências até aqui tratadas para
políticas torna-se imperioso. Nesse diapasão, surge o papel do Direito nas políticas
públicas, que se ramifica em 4 versões. Em primeiro lugar, há o papel de estabelecer
objetivos para essas políticas, no qual o Direito atua como diretriz normativa
fixando pontos de chegada, como nos arts. 3o e 196 da Constituição da República
Federativa do Brasil. Além disso, há sua atuação institucional, que consiste em uma
organização dos atores públicos e privados por meio de uma repartição de
competências e coordenação. Uma de suas vertentes de atuação é a estrutural, essa
possuinte de primazia na transposição do saber técnico-científico para a política em
si, que consiste em fornecer meios para alcançar os resultados desejados no
estabelecimento de determinada política pública. Isto é, propor a modelagem
jurídica, os instrumentos a serem utilizados, sanções, regulamentos e afins, todo o
arcabouço prático de implementação do que foi pensado pelos elaboradores dessa
política. Por fim, há a função participativa, que possibilita a participação dos
interessados na conformação das políticas públicas, seja em sua criação ou
posteriormente, por meio de instrumento de transparência. Assim, é possível notar
as múltiplas possibilidades de atuação do Direito no âmbito das políticas públicas, o
que permite transmutar uma série de estudos sobre as demandas sociais em uma
atuação efetiva do Estado. Esse processo se estabelece a partir dos objetivos antes
estabelecidos, da organização institucional proposta, dos meios adequados para tal e
do envolvimento popular. Através dessas vertentes o Direito é capaz de estabelecer
políticas públicas efetivas, o que ainda necessita de maior fortalecimento com a
instrução multidisciplinar e direcionada dos juristas de forma a qualifica-los para
identificação dos problemas públicos e formas de atuação do Direito nesse sentido,
como destaca Diogo Coutinho em sua obra sobe o assunto.
Ou

Diante desse cenário, estabelecer formas de transpor todo o saber técnico-científico


resultante do estudo dos problemas e evidências até aqui tratadas para políticas
torna-se imperioso. Uma de suas vertentes de atuação é a estrutural, essa possuinte
de primazia na transposição do saber técnico-científico para a política em si, que
consiste em fornecer meios para alcançar os resultados desejados no
estabelecimento de determinada política pública. Isto é, propor a modelagem
jurídica, os instrumentos a serem utilizados, sanções, regulamentos e afins, todo o
arcabouço prático de implementação do que foi pensado pelos elaboradores dessa
política.

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