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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA

XX.ª VARA– SEÇÃO JUDICIÁRIA

Processo nº

XXXXXXXXXX, vem por intermédio de sua


procuradora ora signatária, ambas já devidamente qualificadas nos autos
supra, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com base no artigo
art.º42 da Lei n.º 9.099/1995 e no artigo art.º 5 da Lei n.º 10.259/2001,
interpor RECURSO INOMINADO em razão de inconformismo com a r.
sentença proferida em evento n. 24 que julgou IMPROCEDENTE os
pedidos ventilados na exordial, requerendo o recebimento do mesmo,
apenas no efeito DEVOLUTIVO, pelos fatos e fundamentos jurídicos
anexos, com a consequente remessa ao Colegiado Recursal competente.

Outrossim, informa a parte recorrente que deixa


de efetuar o preparo do presente recurso por ser beneficiária da Assistência
Judiciária Gratuita.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Data

Nome

OAB
COLENDA TURMA RECURSAL DO

Processo nº

Recorrente: XXXXXXXX

Recorrido INSS

EMÉRITOS JULGADORES

1. DA TEMPESTIVIDADE

De início, verifica-se a tempestividade do presente


recurso, pois a parte recorrente fora intimada do teor da r. sentença em
xxxxxx, inaugurando, portanto, o prazo recursal em xxxxxx e tendo como
termo final a data de xxxxxx, de acordo com a nova regra de contagem de
prazo trazida pelo art.º 219 da lei 13.105/2015.

2. DA SÍNTESE PROCESSUAL

Trata-se de demanda previdenciária na qual a


parte autora pleiteia a concessão de benefício por incapacidade desde a data
de 17/07/2015 .

Todavia, a r. sentença de mérito, deixou de


reconhecer o direito da autora em ter concedido o benefício pleiteado,
alegando que não restou comprovado que a mesma se encontra
incapacitada para exercer atividades laborais, julgando improcedente a
ação, apenas com base no laudo pericial , com o que não se pode
concordar, merecendo reforma o julgado.

Destarte, conforme fundamentos fático-jurídicos


adiante delineados, por intermédio do presente recurso, devolve-se a
matéria a essa Colenda Corte, onde se espera seja o decisum reformado.

3. DAS RAZÕES RECURSAIS

3.1. Da incapacidade laborativa

Trata-se de demanda previdenciária na qual a


parte autora pleiteia a concessão de benefício por incapacidade desde a data
de 17/07/2015.

Consoante os documentos médicos anexados


junto a inicial , a parte autora faz tratamento para combater as CID’s sem,
contudo, obter melhora:

• Hipertensão arterial;

• Problemas cardíacos;

• Insuficiência renal;

• DTOC no pulmão (doença degenerativa no


pulmão);

• Má formação dos ossos;


• Dores de cabeça e no céu da boca;

• Problemas respiratórios; e

• Dificuldade para respirar e comer.

Frise-se que o seu quadro de saúde é muito grave,


não apresentando quaisquer condições de exercer atividade laborativa que
lhe promova o sustento.

Ainda que a conclusão do laudo médico pericial


tenha sido no sentido de que a segurada não possui incapacidade laboral é
evidente que a segurada se encontra incapacitado de exercer qualquer tipo
de atividade laboral.

É importante frisar que além do laudo médico


pericial, também deve ser levado em consideração outros meios para a
aferição da pretensão da autora, a incapacidade não pode ser avaliada
exclusivamente à luz da metodologia cientifica.

Fatores pessoais e sociais também devem ser


levados em consideração, há que se perscrutar, considerando que a
incapacidade laborativa impossibilita, impreterivelmente, a mantença de
uma vida independente, se há possibilidade real de reinserção do
trabalhador no mercado de trabalho, no caso concreto.

No caso em apreço, a parte autora conta com 50


anos de idade e baixa instrução acadêmica, razão pela qual é improvável
que o mesmo consiga relocação no mercado de trabalho, ainda que passe
pelo processo de reabilitação profissional. Assim, além das moléstias
incapacitantes devem ser consideradas as condições pessoais do segurado,
com vistas à correta análise sobre a possibilidade de reabilitação
profissional.

Ora excelência, percebe-se que o estado de saúde


da autora só está se agravando, e a cada instante que passa somente piora,
devendo ser concedido a Aposentadoria por Invalidez, sucessivamente o
Auxílio-doença, em caráter de urgência, por ser medida de Justiça!

Deste modo, desvela-se que embora a conclusão


do Perito seja no sentido de que o autor não esteja incapacitado, os
documentos médicos anexados aos autos, o seu histórico profissional, e a
ausência de condições para reabilitação profissional, corroboram o fato de
que o autor se encontra permanentemente incapacitada para o trabalho,
fazendo jus ao benefício de Aposentadoria por Invalidez.

É de se verificar, que a parte autora diante de suas


restrições funcionais, e, devido ao grau de escolaridade e idade avançada,
torna-se dificultoso conseguir trabalho, e, ainda, tendo à sua função atual,
exigir esforço físico, causando fortes dores, e impossibilitando-a de exercer
sua atividade laborativa.

Assim, diante de sua situação pessoal e por sofrer


limitação funcional, não há como imaginar que o mesmo consiga colocação
no mercado de trabalho sendo portador de tais limitações físicas.

Insta salientar que capacidade laborativa é a


relação de equilíbrio entre as exigências de uma dada ocupação e
capacidade para realizá-las.
Ademais, infere-se, que a incapacidade da parte
autora é multiprofissional,

Insta ressaltar que a finalidade da Previdência


Social é assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis para a sua
manutenção contra a INCAPACIDADE, desemprego involuntário, idade
avançada, tempo de serviço, encargos familiares, prisão ou morte. O
indeferimento da presente demanda judicial implicaria em desrespeito à
finalidade da Previdência Social e ao Princípio da Dignidade da Pessoa
Humana.

Nesse sentido a jurisprudência é farta ao


considerar as condições pessoais do segurado para uma análise segura e
incontroversa acerca de suas reais condições de saúde para a determinação
da concessão ou não do benefício por incapacidade:

PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO
DE AUXÍLIO-DOENÇA.
CONVERSÃO EM
APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. MARCO INICIAL.
Comprovado pelo conjunto probatório
que a parte autora é portadora de
enfermidade que a incapacita total e
definitivamente para o trabalho,
considerados o quadro clínico e as
condições pessoais, é de ser dado
provimento ao apelo para alterar o
marco inicial do auxílio-doença para a
data do requerimento administrativo, e a
sua conversão do benefício em
aposentadoria por invalidez a contar da
data do laudo judicial. (TRF-4 - AC:
193929320134049999 RS 0019392-
93.2013.404.9999, Relator: JOÃO
BATISTA PINTO SILVEIRA, Data de
Julgamento: 12/03/2014, SEXTA
TURMA, Data de Publicação: D.E.
21/03/2014).

Portanto, diante das moléstias que lhe acometem,


é notável que a parte autora encontra-se completamente incapaz para o
exercício de atividade profissional que lhe promova o sustento, pois não
possui quaisquer condições psicológicas, tem feito uso de forte medicação,
conta com idade avançada e baixo grau de instrução.

Outrossim, demonstrado à exaustão o debilitado e


frágil estado de saúde do autor, resta evidenciado que não há qualquer
condição para atividade laboral, sendo que o seu estado pode ser agravado
com o passar dos anos, conforme documentos em anexo à presente inicial.

Assim, deve ser realizado o sopesamento de toda


a documentação médica apresentada nos autos, tanto pela parte Autora
quanto pelo Sr. Perito Judicial, sendo forçoso reprisar, que para o exercício
da atividade laborativa da parte autora é imperioso que este detenha
perfeitas condições de saúde.
Deste modo, respaldando-se em laudo técnico
assinado por perito nomeado por este douto Juízo, resta incontestável que a
parte autora é portadora de enfermidades que a incapacitam, total e
permanente, para o trabalho, devendo, portanto, ser concedido à mesma o
benefício previdenciário por incapacidade, ora pleiteado.

Importante mencionar que o julgador não tem sua


conclusão vinculada estritamente ao laudo pericial, podendo considerar
para sua decisão a existência de outros elementos de prova, especialmente,
no caso, os documentos apresentados pelo autor e que comprovam a
manutenção de seu quadro incapacitante.

Insta salientar a que capacidade laborativa é a


relação de equilíbrio entre as exigências de uma dada ocupação e
capacidade para realizá-las.

Infere-se, ainda, que a incapacidade da Autora é


multiprofissional abrangendo diversas atividades profissionais. Assim,
diante de sua situação pessoal, não há como imaginar que a Autora consiga
colocação no mercado de trabalho sendo portadora de tais limitações.

Cabe ressaltar que a finalidade da Previdência


Social é assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis para a sua
manutenção contra a INCAPACIDADE, desemprego involuntário, idade
avançada, tempo de serviço, encargos familiares, prisão ou morte, o que
ainda não ocorreu no caso em tela, em um ato claro de desrespeito ao
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.

Diante disso, confia a parte Recorrente que esta


Egrégia Turma Recursal reforme o julgamento emanado na r. sentença a
quo, a fim de reconhecer a incapacidade total e permanente, para ao final
conceder o benefício de Aposentadoria por Invalidez, e implantá-lo até a
efetiva recuperação, desde a primeira DIB, bem como nas demais datas
indicadas na exordial e, sucessivamente, garantir o pagamento do benefício
de Auxílio Doença restabelecido administrativamente até a completa
reabilitação do segurado, nos termos do art. 62 da Lei n. 8.213/1991, por
ser de justiça.

A autora requer inclusive a conversão do feito em


diligencia a fim de que seja realizada nova perícia para a efetiva
constatação de suas condições de saúde.

4. DO PEDIDO

Ante todo o exposto, requer seja o presente


recurso conhecido e provido com o fito de que seja determinada a
concessão do benefício previdenciário por incapacidade laboral, com o
pagamento das parcelas devidas desde a DER, com a incidência de
consectários legais: juros de mora à razão de 1% ao mês a contar da data da
citação até a data da elaboração da conta final, com base na Súmula n. 75
do TRF4 e no entendimento firmado pela TNU, e correção monetária pelo
INPC ou IPCA qual seja o mais favorável, por ser questão de JUSTIÇA!

De forma sucessiva, a parte autora requer a


conversão do feito em diligência para que seja designada realização de
perícia médica, para que seja comprovado que a autora se encontra
incapacitada.

Ademais, a parte recorrente requer que o INSS


seja condenado a pagar honorários sucumbenciais fixado em 20% do valor
da condenação ou sobre valor atualizado da causa.
Todavia, se o presente recurso restar improvido a
parte recorrente requer que sejam prequestionados todos os dispositivos
legais utilizados na fundamentação, a fim de oportunizar ao recorrente o
acesso as instâncias superiores.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Data

Nome OAB

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