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Gestão dos Regimes Próprios Municipais | Alguns apontamentos das áreas

administrativa, contábil, previdenciária e de gestão de recursos.

Dicas para a leitura deste E-book

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A Four Info e nossos serviços para os RPPS

Somos de tecnologia da informação para prestação de serviços para o


poder público. Ao longo do tempo, com a experiência adquirida, em especial na
concessão de benefícios previdenciários para os servidores vinculados aos
regimes próprios iniciamos um novo projeto com objetivo de realizar capacitações
para exposição, saneamento de dúvidas e discussões de temas ligados à
previdência pública para gestores, conselheiros e servidores municipais das áreas
de recursos humanos, Procuradoria Jurídica e Secretarias de Administração,
dentre outros.
Nossas capacitações são realizadas em locais e datas previamente
estabelecidos por nossa empresa ou então para grupos fechados voltados
especificamente para a necessidade de cada órgão público e, em particular, para
os regimes próprios.
Também produzidos e encaminhados periodicamente informativos com
os temas mais relevantes que afetam os gestores de regimes próprios de
previdência e também promovemos lives e encontros virtuais para os mesmos
dirigentes.

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Onde estamos

Atuamos em todas as regiões do país, em 12 Estados da federação e


estamos presentes em mais de 120 municípios. A diversidade de nossa base de
clientes fez com que amealhássemos uma experiência rica no trato com os regimes
próprios, uma vez que, apesar da base legislativa ser uniforme em muitos aspectos
não podemos desconsiderar as particularidades existentes. Ela nos dá uma
expertise para o desenvolvimento do nosso trabalho de acordo com a necessidade
dos nossos clientes, procurando atendê-los de maneira célere, fundamentada e
objetiva.
Nossa equipe de suporte fornece e facilita a solução do dia a dia dos
nossos clientes auxiliando-os no enfrentamento dos desafios e particularidades
bem como no atendimento da legislação de regência dos regimes próprios.

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ÍNDICE
1. Bem-vindo ao mundo da Previdência ......................................................................... 5

2. O passado do seu Instituto. O que ele nos convida a aprender? ............................... 6

3. O futuro do seu Instituto: onde é possível chegar? ..................................................... 7

4. A formação da sua equipe de trabalho ....................................................................... 9

5. A formação e a importância dos Conselhos Administrativo, Fiscal e de Investimentos ....... 10

6. O relacionamento com os outros poderes e órgãos de controle ............................... 15

7. O envio de informações e as prestações de contas aos Tribunais de Contas dos


Estados............................................................................................................................ 17

8. A Prestação de Contas Anuais. O que as contas dos exercícios anteriores têm a nos
ensinar? ........................................................................................................................... 19

9. O Princípio da Legalidade ......................................................................................... 21

10. A Legislação Previdenciária................................................................................... 22

11. A Reforma da Previdência: o grande desafio ............................................................ 24

12. A compensação previdenciária .............................................................................. 26

13. O limite da despesa nos Regimes Próprios ........................................................... 29

14. A base de dados das informações ......................................................................... 33

15. O cálculo atuarial ................................................................................................... 35

16. A Concessão de Benefícios Aposentadorias e Pensões ....................................... 36

17. A revisão dos benefícios concedidos ..................................................................... 37

18. O Certificado de Regularidade Previdenciária ....................................................... 39

19. A aplicação dos recursos financeiros..................................................................... 40

20. Considerações Finais ............................................................................................ 42

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1. Bem-vindo ao mundo da Previdência

O início do mandato dos prefeitos municipais muitas vezes coincide com


o início do mandato ou das designações dos dirigentes dos regimes próprios de
previdência. Esta é a razão do presente e-book.
O dirigente cujo mandato se inicia, em especial aqueles que, pela
primeira vez, irão ter contato com as questões previdenciárias, entrará num
universo complexo, dinâmico e ao mesmo tempo fascinante. E aqui vai a primeira
sugestão: se é sua primeira vez nos meandros da previdência, melhor vacinar-se,
uma vez contaminado por este mundo, você não mais sairá dele. Ele atrai e
conquista aqueles que nele se aventuram. É uma aventura muitas vezes sem volta,
para muitos como nós, felizmente.
Para aqueles que assumem o comando das autarquias previdenciárias
neste momento de transição, algumas precauções devem povoar o seu cotidiano,
muitas delas têm caráter preventivo.
Ao gestor de um RPPS cabe uma difícil missão, multifacetada, inclusive:
administrativa, contábil, previdenciária e de gestão de recursos, com todos os
desafios e complexidades próprios da administração pública. É necessário
conhecer cada uma delas.
Ousamos apontar algumas, não necessariamente em ordem de
importância.

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2. O passado do seu Instituto. O que ele


nos convida a aprender?

A imensa maioria dos institutos de previdência brasileiros, em especial


os municipais, foram criados no início da década de 90.
A cultura previdenciária, em especial dos regimes próprios, naquele
momento era nula ou inexistente.
A legislação falha e lacunosa e os controles mais ainda.
Muitos erros, com dolo ou não, foram cometidos. Recursos foram
desviados. Contribuições não foram pagas. Alíquotas foram reduzidas.
O seu Instituto não é o melhor nem o pior do Brasil!
Você irá encontrar algumas situações em que dirá: “isto só acontece aqui
no meu Instituto”. É verdade. Mas console-se, em todos os Institutos esta frase
também é dita, quase que diariamente. Felizmente, não há receita de bolo.
A dinâmica da vida traz particularidades. Este é o seu desafio. Este é o
seu Instituto, com uma história e desafios peculiares.
Procure alterar o que for necessário e possível, lembre-se não é porque
você não concorda que está errado.
Avalie se o funcionamento e a estrutura necessitam ser alteradas. Mas
entenda que há limites que vão desde o financeiro, passando pelo legal, até as
questões políticas locais. Pergunte-se sempre por que determinado procedimento
é realizado desta forma e não de outra. Questione e questione-se! Entendendo a
razão você poderá saber com maior precisão se é necessário e possível alterar ou
não determinada situação ou contexto.

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3. O futuro do seu Instituto: onde é


possível chegar?

Ao par da situação administrativa e legal do seu Instituto é importante


estabelecer, junto com sua equipe e Conselhos, alguns objetivos que você
pretende atingir quando você concluir seu mandato, afinal este dia chegará, o
bastão passará para outras mãos.
Os desafios serão muitos e de grande monta. Não se iluda. Trataremos
de alguns deles aqui.
Hoje há alguns instrumentos que dão um norte, inclusive a nível nacional
que, através de critérios objetivos, classificam os regimes próprios e indicam os
níveis de gestão nos quais, segundo os critérios estabelecidos pela Secretaria de
Previdência do Ministério da Economia, se encontram os mais de 2.100 Institutos
de Previdência do país.
São eles: O Pró-Gestão e o ISP – Indicador de Situação Previdenciária.
O Pró-Gestão é o Programa de Certificação Institucional e Modernização
da Gestão dos Regimes Próprios de Previdência Social da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios1 que tem como objetivos: “incentivar os RPPS a adotarem
melhores práticas de gestão previdenciária, que proporcionem maior controle dos
seus ativos e passivos e mais transparência no relacionamento com os segurados
e a sociedade. A implantação das boas práticas de gestão inseridas nas ações que
compõem os três pilares do Programa (Controles Internos, Governança
Corporativa e Educação Previdenciária).

1
Portaria MPS nº 185/2015, alterada pela Portaria MF nº 577/2017

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O último Manual do Pró-Gestão divulgado pela Secretaria de Previdência


do Ministério da Economia2, publicado em 2019, trata detalhadamente de todas as
dimensões do Programa (controle interno, governança corporativa e educação
previdenciária), que após a adesão voluntária, devem ser observadas pelos RPPS
para obterem esta certificação.
Já o Indicador de Situação Previdenciária – ISP é divulgado anualmente
e compila os principais dados disponíveis no CADPREV e apura a situação de cada
um dos regimes próprios.
O último deles, divulgado em julho de 20203, data base 2019, está
disponível em https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-
servico-publico/indicador-de-situacao-previdenciaria.
O indicador é uma média de vários critérios dentre eles: regularidade para
a emissão do Certificado de Regularidade Previdenciária; Envio de informações,
Gestão, Capacidade financeira, Acumulação de recursos e Situação atuarial.
Dos 2.111 regimes próprios existentes no país, apenas 12 deles
conseguiram a nota máxima de acordo com os critérios estabelecidos pela
Secretaria de Previdência.
Se você não é um deles, eis um excelente desafio a enfrentar. No mínimo
o indicador e os quesitos por ele considerados lhe darão um norte para o trabalho
e contribuirão para a melhoria da gestão de seu RPPS.

2
Portaria SPREV/ME N° 14, de 30 de abril de 2019.
3
Portaria 14.762 da Secretaria de Previdência do Ministério da Economia

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4. A formação da sua equipe de trabalho


Provavelmente você trabalhará com pessoas que já prestam serviços no
seu instituto. Elas serão a sua principal ferramenta de gestão. Quanto mais vocês
trabalharem em harmonia, melhor e mais fácil será o seu trabalho. Avalie a sua
equipe. Procure motivá-la se necessário. Se precisar de novos membros verifique
antes se o seu instituto suporta novos gastos com pessoal. Se puder, avalie quem
você irá nomear. Há restrições à nomeação de parentes, em razão da Súmula
Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal e também de qualificação para o
exercício de determinados cargos exigidos pela Secretaria de Previdência.
A sua equipe pode não ser composta com os melhores técnicos
previdenciários do Brasil. Mas é com ela que você poderá contar. Se necessário
faça mudanças, não por razões pessoais, mas por razões técnicas. Cerque-se de
pessoas que conheçam cada área da administração pública em especial: contábil,
jurídica, previdenciária e investimentos. Sem elas nenhum Instituto funciona bem.
Invista na capacitação da sua equipe, por melhor que ela seja. Há uma
avalanche de mudanças acontecendo no universo dos regimes próprios. Estar
antenados com ela e capacitar sua equipe não é só necessário mas fundamental
para a própria sobrevivência do seu regime próprio.

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5. A formação e a importância dos


Conselhos Administrativo, Fiscal e de
Investimentos

A gestão dos regimes próprios é realizada pela equipe de servidores que


executam os trabalhos administrativos e também pela participação dos Conselhos
Administrativo (ou Deliberativo), Conselho Fiscal e do Comitê de Investimentos.
Eles representam a gestão e o controle social dentro dos regimes
próprios.
A composição, a qualificação e o relacionamento com os membros
destes Conselhos é fundamental para uma boa gestão do seu regime próprio.
Compartilhe com eles os desafios a serem enfrentados logo no início.
Apresente um relatório da situação que você encontrou. Traga-os para
jogar no seu time, ou melhor no time do seu RPPS.
Eles atuam politicamente? Convença-os a atuar visando o melhor
aspecto da política: a pública, aquela que atende o interesse de todos e não de
partes.
Nunca é demais lembrá-los que eles respondem, juntamente com os
gestores, pela observação da Lei 9.7174 que estabelece os principais critérios e
requisitos para o funcionamento dos regimes próprios em todo país.5
Eles estão despreparados? Não possuem qualificação? Capacite-os!
Aliás esta é uma exigência legal, para você e para eles.
Vejamos:

4
Lei 9.717 de 27/11/98 “Dispõe sobre regras gerais para a organização e o funcionamento dos regimes próprios de
previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares
dos Estados e do Distrito Federal e dá outras providências”.
5
Art.8º da Lei 9.717

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Uma Portaria6 publicada em abril de 2020 a Secretaria Especial de


Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, estabelece requisitos mínimos
e prazos para sua comprovação para exercício dos cargos de Gestor, membros de
Conselhos, membros de Comitês de Investimentos e responsáveis pela aplicação
de recursos dos RPPS de todo país.
A primeira questão a ser destacada é que a comprovação de atendimento
aos requisitos deve ser feita tanto pelos titulares quanto pelos suplentes dos
Conselhos Deliberativo, Fiscal e Comitê de Investimentos.
Três são os requisitos mínimos estabelecidos pela Portaria 9.907/2020 a
serem comprovados e são relativos:
a) – aos antecedentes (Art.3º);
b) – à certificação (Art.4º);
c) - à experiência e formação superior (Art.12).
As exigências previstas para preenchimento dos requisitos e os prazos
para comprovação constam do Anexo I logo abaixo.
Em relação ao requisito de Certificação, permanece a expectativa de
quais serão quais instituições que poderão realizá-las, atribuição que está a cargo
da Comissão de Credenciamento e Avaliação do Pró-Gestão RPPS7.
Por outro lado, caberá aos RPPS, de acordo com a sua estrutura
organizacional verificar quais serão os requisitos para comprovação da experiência
exigida para cada cargo de direção de seu RPPS, uma vez esse requisito poderá
ser disciplinado pela legislação local ou pelo Conselho Deliberativo8.
Vale ainda destacar que as informações relativas ao cumprimento dos
requisitos devem ser disponibilizadas para os Conselhos Deliberativo e Fiscal e
ainda aos beneficiários do regime, além dos controles interno e externo9.

6
Portaria 9.907 de 27/04/2020
7
Art.8º da Portaria 9.907 de 27/04/2020
8
§1º do Art.12 da Portaria 9.907 de 27/04/2020
9
(§3º do Art.1º da Portaria 9.907 de 27/04/2020

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A Portaria é importante marco regulatório para o esforço no sentido de


exigir qualificação mínima dos dirigentes e membros de Conselhos e Comitês de
Investimentos dos RPPS.

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Anexo I
REQUISITO CARGOS/FUNÇÕES PRAZO OBSERVAÇÃO
1 – Para os atuais DOCUMENTAÇÃO
dirigentes da unidade 1 - Certidão negativas de
gestora, membros de antecedes criminais da
Conselhos Deliberativo e Justiça Estadual e da
- Dirigentes, Fiscais, membros do Justiça Federal
- Membros dos Comitê de Investimento – competentes;
RELATIVOS A Conselhos Deliberativo 26/06/2020 2 – Declaração de não ter
ANTECEDENTES e Fiscal, 2 – Para os futuros incidido em algumas das
- Membro do Comitê de ocupantes destes cargos situações previstas no
Investimentos, como condição prévia inciso I do art. 1º da Lei
- Responsável pela para exercício de suas Complementar nº 64/90,
aplicação de recursos. funções. conforme Modelo
3 – Validação a cada dois constante do Anexo I da
anos contados da última Portaria 9.907.
apresentação
- 1 ano a contar da data Exigência: para o
da posse; representante da unidade
- 6 meses se o prazo do gestora e da maioria dos
mandato for demais diretores, se
indeterminado ou inferior houver (inciso I do Art.
a 4 anos (§2º do Art.5º) 14)
. Contados a partir de Validade da aprovação:
Dirigentes da unidade 01/01/2021 ou da por 4 anos, mediante
gestora (inciso I do Art. emissão do primeiro aprovação prévia em
5º) certificado exame por provas ou por
correspondente à função. provas e títulos.
RELATIVOS À (inciso I, do Art. 14) - Critérios específicos
CERTIFICAÇÃO para a primeira
qualificação (§3º do Art.
14)
- 1 ano a contar da data - Exigência: para a
da posse (inciso II do Art. maioria dos membros
Membros dos 5º c/c Art.14) titulares do Conselho
conselhos deliberativo - 6 meses se prazo do Deliberativo e Fiscal.
e fiscal mandato for (inciso II do Art. 14)
indeterminado ou inferior Validade da aprovação:
a 4 anos (§2º do Art.5º igual a dos dirigentes.
c/c Art.14)

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- Para o responsável pela


aplicação de recursos e
Membro do Comitê de Condição prévia para Comitê de Investimentos:
Investimento e do exercício do cargo ou variável de acordo com a
responsável pela função. classificação como
aplicação dos recursos (inciso III do Art.5º) investidor (profissional ou
qualificado

Experiência: - Exigências como


mínima de 2 anos condição prévia para o
conforme cada cargo ou exercício do cargo ou
função nas áreas função (caput do Art.12)
previdenciária, - Exigidos segundo
financeira, parâmetros
administrativa, contábil, estabelecidos na
jurídica, de fiscalização, legislação do RPPS ou
RELATIVOS À atuarial ou de auditoria pelo Conselho
EXPERIÊNCIA E Deliberativo.
FORMAÇÃO Exigências como
SUPERIOR Dirigentes da unidade condição prévia para o
gestora exercício do cargo ou
função (caput do Art.12)
Apenas para os
Formação superior dirigentes que tomarem
posse ou forem
reconduzidos após a
publicação da Portaria
9.907 (§2º do Art.12)

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6. O relacionamento com os outros


poderes e órgãos de controle

Em especial, se o seu RPPS for uma autarquia, você terá quase que
obrigatoriamente, relacionar-se com vários órgãos, em especial de fiscalização e
controle e ainda com os representantes dos Poderes Executivo e Legislativo.
Com cada um deles é necessário uma habilidade peculiar e o
conhecimento do seu funcionamento.
Para com todos um requisito é fundamental: transparência.
Com o Executivo é necessário proximidade para convencer e avançar e
independência e, não raras vezes, coragem para agir.
Proximidade porque dele dependerá a regulamentação de aspectos
importantes para o seu regime próprio, afinal ele é a maior autoridade no município
e a iniciativa das leis que afetam diretamente os servidores, em especial o regime
próprio, dependem dele.
Independência, porque, apesar de, muitas vezes o gestor ser ocupante
de cargo de provimento em Comissão, é necessário cobrar do Executivo o
cumprimento de suas obrigações, em especial com o repasse das contribuições
devidas, sob pena de, na sua inércia, você dirigente ou membro de Conselho
responda pela eventual inadimplência.
Com o Legislativo é necessário a proximidade para o convencimento e
habilidade para conseguir resultados que o seu RPPS precisa quando há
necessidade de alteração da legislação local. Nem sempre os Edis conhecem a
previdência, afinal convenhamos, este não é um tema dos mais agradáveis para
lidar. Há uma forte pressão dos servidores pela não aprovação da legislação que
podem, à primeira vista, afetar seus interesses. Convencer –vereadores e

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servidores- com argumentos técnicos, desvinculado das particularidades políticas


é um desafio.
Com os órgãos de controle – Tribunal de Contas e Ministério Público e
Secretaria da Previdência do Ministério da Economia é necessário conhecer suas
atribuições institucionais, a forma como cada um deles atua em seu Estado e
Município para agir, primeiro preventivamente e depois prestando as informações
ao tempo próprio.
Os Institutos de Previdência são fiscalizados, além de suas estruturas
internas (Conselho Fiscal e Deliberativo) também pelo Tribunal de Contas, através
dos exames das aposentadorias e pensões concedidas e das contas anuais e pelo
Ministério da Economia através da Secretaria de Previdência para quem deverão
ser encaminhados periodicamente vários relatórios. Além disto, como todo órgão
público, quando houver denúncias ou suspeitas de irregularidades também pelo
Ministério Público.

A estes órgãos, muitas vezes, você terá o papel de comunicar possíveis


irregularidades que ocorreram antes de seu mandato ou que podem ter ocorrido
durante a sua gestão. Prudência é a palavra de ordem.

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7. O envio de informações e as prestações


de contas aos Tribunais de Contas dos
Estados

Os Tribunais de Contas têm como missão institucional a tomada de


contas de todos aqueles que gerem recursos públicos10. Emerge daí a sua
obrigação de prestar contas, anualmente.
Cada Tribunal de Contas têm uma estrutura própria, alguns inclusive,
como o Estado de Goiás, há um Tribunal específico para os Municípios, a Bahia
também.
Com o avanço da tecnologia, as prestações de contas e a análise da
regularidade e legalidade dos benefícios previdenciários concedidos são
realizados, em sua maioria, através da internet. Com a pandemia a tramitação dos
processos migrou quase que na totalidade para o meio digital. Esta é uma
tendência que deverá permanecer.
Há prazos rígidos a serem obedecidos, não observá-los pode inclusive
ser motivo de imposição de multa, não a seu Instituto, mas a você gestor 11.
Decorre daí a necessidade de conhecer e acompanhar quais são as
obrigações que o Tribunal do seu Estado exige para que seu Instituto observe.
Como exemplo, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo - TCESP, publicou
a Instrução nº 01/2020, a qual evidencia os documentos a serem encaminhados
para aquela Corte de Contas e que está disponível em
https://www.tce.sp.gov.br/legislacao/instrucao/instrucoes-012020 .

10 Parágrafo Único do Art. 70 da Constituição Federal


11 Inciso VIII do Art. 71 da Constituição Federal

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Frise-se por fim, o TCESP, editou o Manual de Previdência com o intuito


de trazer de forma didática a abordagem de assuntos de interesse para a atividade-
fim, procurando auxiliar aos jurisdicionados para o cumprimento de suas
obrigações perante o Tribunal, disponível em
https://www.tce.sp.gov.br/publicacoes/manual-previdencia.

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8. A Prestação de Contas Anuais. O que as


contas dos exercícios anteriores têm a nos
ensinar?

De acordo com a Constituição Federal 12 todos os administradores e


demais responsáveis por bens e valores da administração direta e indireta terão
suas contas julgas pelos Tribunais de Contas do Estado.
Isto, evidente, inclui a contas do seu RPPS. É uma obrigação anual
enviar, de acordo com a determinação do Tribunal de Contas de cada Estado, toda
documentação para que o Tribunal, ao final, emita um parecer, favorável, favorável
com recomendações ou desfavorável. É ter um cuidado especial, durante o
exercício e também no envio da documentação para o Tribunal competente. É
igualmente importante fazer o acompanhamento de cada tramitação destas contas,
afinal elas são as suas contas, a sua gestão que está sendo julgada, neste órgão
de controle externo.
Para ter maiores chances de êxito na aprovação comece por analisar as
contas dos três últimos exercícios já julgados pelo Tribunal. Veja quais
apontamentos foram realizados pelos auditores do Tribunal, quais quesitos
analisaram e tome estes apontamentos como um norte para guiá-lo junto ao
Tribunal. Verifique se as recomendações presentes nas últimas contas foram
cumpridas. Se não foram por qual razão. Empenhe-se para observá-las. Você com
certeza, será cobrado por isto.
Mais do que a crítica ao antigo gestor é preciso aprender com os erros
cometidos para que você e principalmente seu RPPS possa avançar. Faça um

12
Inciso II do Art. 71 da Constituição Federal

19
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trabalho preventivo – nas suas ações – e também pró ativo nas informações e
encaminhamentos de todos os documentos para o Tribunal. Cuide de cada detalhe,
desde a defesa prévia, quanto do pedido de reexame, se necessário e não hesite
em realizar a sustentação oral de suas contas, se for o caso. Os Tribunais, como
qualquer instância julgadora têm por obrigação constitucional garantir a ampla
defesa13. Exerça seu direito em todas as oportunidades.
Os Tribunais estão cada vez mais preparados para acompanhar a gestão
e a concessão de benefícios nos regimes próprios, inclusive com crescente nível
de informatização.
O mesmo cuidado vale para as análises que o Tribunal de Contas fez nas
concessões de aposentadorias e pensões concedidas que também serão
apreciadas nestas Cortes de Contas.14

13
Inciso LV do Art.5º da Constituição Federal
14
Inciso III do Art. 71 da Constituição Federal

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9. O Princípio da Legalidade
Em razão do princípio da legalidade, todas as ações nos órgãos públicos
precisam estar pautadas na lei.
No serviço público, ao contrário da vida privada, só é permitido fazer
aquilo que a lei expressamente autoriza, portanto a preocupação com este aspecto
é fundamental, desde a compra de um clips até a contratação de um servidor,
pergunte-se sempre: qual lei autoriza que eu faça esta ação? Para que eu tome
esta decisão? Estar embasado na lei é o porto seguro que evitará problemas
futuros. Nunca se afaste dele. Utilize-o como uma âncora para sua gestão.
Ao lado do princípio da legalidade há outros a ele interligados previstos
no caput do Art. 37 da Constituição Federal: moralidade, publicidade,
impessoalidade e eficiência que devem igualmente serem observados.
Na atuação cotidiana estes princípios são um farol que devem iluminar
cada ação do bom gestor. Afastar-se deles é abrir caminho para problemas na
gestão, observá-los não é caminho mais fácil, mas o mais seguro.

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10. A Legislação Previdenciária

Para agir é preciso conhecer. A legislação que rege a previdência dos


regimes próprios não é a mesma do regime geral, ou INSS, como muitos se referem
àquele regime. A legislação do regime geral só é utilizada subsidiariamente, na
omissão da legislação específica dos regimes próprios.
Os principais diplomas legais que devem ser de conhecimento obrigatório
de todo gestor dos regimes próprios são:
- A Lei de criação e de concessão de benefícios do seu Município.
- O Estatuto dos servidores do seu Município
- Artigo 40 da Constituição Federal.
- Emendas Constitucionais 20, 41, 47, 70 e 103
- Lei 9.717 de 27/11/98 – “Dispõe sobre regras gerais para a organização
e o funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores
públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares
dos Estados e do Distrito Federal e dá outras providências”.
- Lei 9.796 de 05/05/1999 “Dispõe sobre a compensação financeira entre
o Regime Geral de Previdência Social e os regimes de previdência dos servidores
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos casos de
contagem recíproca de tempo de contribuição para efeito de aposentadoria, e dá
outras providências”.
- Lei 10.887 de 18/06/2004 – “Dispõe sobre a aplicação de disposições
da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, altera dispositivos
das Leis nºs 9.717, de 27 de novembro de 1998, 8.213, de 24 de julho de 1991,
9.532, de 10 de dezembro de 1997, e dá outras providências”.
- Orientação Normativa SPS nº 02, de 31 de março de 2009 - Atualizada
até 05/05/2009

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- Decreto nº 10.188 de 20/12/2019 “Regulamenta a Lei nº 9.796, de 5 de


maio de 1999, para dispor sobre a compensação financeira entre o Regime Geral
de Previdência Social e os regimes próprios de previdência social dos servidores
públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e entre os
regimes próprios, na hipótese de contagem recíproca de tempo de contribuição
para efeito de aposentadoria, e dá outras providências”.
- Portaria Nº 464, de 20/11/2018 “Dispõe sobre as normas aplicáveis às
avaliações atuariais dos regimes próprios de previdência social - RPPS da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e estabelece parâmetros para a
definição do plano de custeio e o equacionamento do déficit atuarial”.
A legislação acima está longe de ser um rol exaustivo. Longe disto. Na
internet a Secretaria de Previdência disponibilizar com frequência a legislação
atualizada que regem os regimes próprios, elas são a base legal que darão suporte
às suas ações.

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11. A Reforma da Previdência: o grande


desafio

Infelizmente, durante a discussão da Emenda Constitucional nº 103 –a


emenda da Reforma da Previdência – se propagou, erroneamente, a ideia que os
municípios estavam excluídos da Reforma. Ledo engano. Quem acreditou neste
canto da sereia correu e ainda corre sérios riscos.
A reforma, na verdade, excluiu sim Estados e Municípios, das regras de
concessão de aposentadorias e pensões.
Por outro lado, inseriu diversos outros dispositivos cuja vigência e
aplicação se deram desde 13 de novembro de 2019 para TODOS os regimes
próprios. Os dispositivos mais relevantes de aplicação imediata aos servidores e
RPPS são:
a) – a vedação para a criação de regime próprio de previdência, para
aqueles que não o instituíram até a data da publicação da EC nº 103; (§22 do Art.40
da CF)
b) – a vedação do pagamento de afastamento por incapacidade
temporária para o trabalho, salário-maternidade e auxílio-reclusão, com recursos
dos regimes próprios; (§§2º e 3º do Art.9º da EC nº 103)
c) – a obrigatoriedade de instituição, no prazo máximo de dois anos
contados da publicação da EC nº 103 da previdência complementar para os seus
servidores; (§6º do Art.9º da EC nº 103)
d) – os critérios para a concessão da aposentadoria compulsória; (inciso
II, §1º do Art.40 da CF c/c §4º do Art. 26 da EC nº 103)

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e) – os critérios para a concessão de aposentadoria por incapacidade


permanente; (inciso I, §1º do Art.40 da CF)
f) – as novas alíquotas de contribuição dos servidores ocupantes
exclusivamente de cargos de provimento em Comissão, no primeiro dia do quarto
mês após a publicação da EC nº 103; (§13 do Art. 40 da CF c/c Art.28 e inciso I do
Art.36 da EC nº 103)
g) – a vedação de acumulação de pensão em divergência com o disposto
no Art.24 da EC nº 103; (§6º do Art.40 da CF)
h) – vedação de realização de parcelamento de débitos dos Municípios
com os RPPS em prazo superior a 60 meses; (§9º do Art.9º da EC nº 103 c/c §11
do Art.195 da CF)
i) – os critérios e valores para pagamento de auxílio-reclusão e salário-
família. (Art.27 da EC nº 103)
A parcial exclusão dos Municípios gerou duas grandes consequências: a
primeira delas uma enorme insegurança jurídica, uma vez que até a implantação
da reforma da previdência local, devem os municípios manter a observância das
regras constitucionais e infraconstitucionais vigentes até a data da reforma.
Por outro lado, trouxe para dirigentes e agentes políticos –Prefeitos e
Vereadores- especialmente, o enorme desafio de trazer para a legislação local a
nova base legal de concessão de aposentadorias e pensões.

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12. A compensação previdenciária

A Constituição Federal prevê15 que os regimes de previdência se


compensarão.
Instituída desde 1.99916 a compensação previdenciária é uma importante
fonte de receita para os regimes próprios.
Neste momento, início de 2021, ela passa por um novo ciclo – a
compensação entre os regimes próprios.
Até aqui a compensação se dava apenas entre o regime geral e os
regimes próprios e vice-versa.
Em razão de alterações legislativas realizadas no exercício de 2019 17 o
Governo Federal, ainda naquele exercício publicou nova regulamentação18 para a
realização da compensação financeira, estabelecendo procedimentos e prazos
para esta compensação entre os regimes próprios de previdência.
Sua aplicabilidade, em relação à compensação financeira entre os
regimes próprios de previdência, entra em vigor no exercício 2021 e alguns
aspectos do Decreto chamam a atenção e carecem de destaque dadas as
implicações para os regimes próprios e requerem que estes se preparem para
adequação ao novo regramento.
Vejamos:
1 – o processamento da compensação previdenciária entre os RPPS
dependerá de adesão ao sistema de compensação previdenciária que irá gerir a
compensação entre os múltiplos regimes19;

15 §9º do Art. 201


16 Lei 9.797 de 05/05/99
17 Art.31 da Lei 13.846 – alterou o §2º da Lei 9.979
18 Decreto 10.188 de 20/12/2019
19 Art.10 do Decreto 10.188

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2 – o referido sistema disponibilizará até o dia 30 de cada mês o total a


ser desembolsado pelo regime de origem para cada regime instituidor, cujo
desembolso deverá ser feito até o quinto dia útil do mês subsequente20, em caso
de atraso os valores serão atualizados pelos mesmos critérios do regime geral 21 e
acarretarão a suspensão da compensação previdenciária e a inscrição em dívida
ativa federal, estadual ou municipal;22
3 – o pagamento da compensação previdenciária pelo RGPS exige a
inexistência de débito do ente federativo do regime instituidor com o regime geral 23
4 – a Secretaria de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia
estabelecerá prazo para a análise dos requerimentos de compensação pelos
regimes de origem24;
5 – o prazo de prescrição dos valores não pagos nem reclamados
ocorrerão em 5 anos, contados do primeiro dia subsequente ao registro do ato
concessão de aposentadoria ou pensão pelo Tribunal de Contas competente 25;
6 – caso o RPPS possua personalidade jurídica própria, o ente federativo
responderá solidariamente pelas obrigações relativas à compensação
previdenciária26;
7 – os recursos financeiros recebidos pelos RPPS a título de
compensação financeira somente poderá ser utilizados para pagamento de
benefícios previdenciários27.
8 – os eventuais recursos administrativos da análise dos requerimentos
de compensação previdenciária serão julgados pelo Conselho de Recursos da
Previdência Social28;

20 §1º do
Art.11 do Decreto 10.188
21 §5º do
Art.11 do Decreto 10.188
22 §6º do
Art.11 do Decreto 10.188
23 §3º do
Art. 11 do Decreto 10.188
24 §8º do Art.11 do Decreto 10.188
25
Art.12 do Decreto 10.188
26
Art.14 do Decreto 10.188
27
Art.15 do Decreto 10.188
28
Art.17 do Decreto 10.188

27
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9 – os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão aderir à


compensação financeira até 31 de dezembro de 2021, sob pena de suspensão das
transferências voluntárias de recursos pela União; impedimento para celebrar
acordos, contratos, convênios ou ajustes, bem como receber empréstimos,
financiamentos, avais e subvenções em geral de órgãos ou entidades da
Administração direta e indireta da União e suspensão de empréstimos e
financiamentos por instituições financeiras federais29.
Um aspecto que merece nota é que o crescente número de
aposentadorias concedidas pelos RPPS faz também crescer por consequência a
importância da receita relativa à compensação previdenciária e a busca deste
recurso se tornar cada vez mais relevante e merece a atenção redobrada dos
gestores dos RPPS.
Como se vê é preciso, apesar do momento difícil vivido por todos, que os
RPPS não percam do horizonte a relevância da compensação previdenciária uma
vez que ela poderá se transformar em importante fonte de receita.

29
Art.25 do Decreto 10.188

28
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13. O limite da despesa nos Regimes


Próprios

Muitas vezes os regimes próprios contam com um polpudo saldo


financeiro o que pode, em princípio, dar a falsa sensação de possibilidade de
permissão para a realização de muitos gastos com estes recursos. Não se iluda.
Há limites! Muitas vezes muito restritivos para estes gastos, em especial nos
regimes próprios com quantidade reduzida de servidores.
De acordo com a legislação atualmente vigente a “taxa de administração:
o valor dos recursos previdenciários estabelecido na legislação de cada ente, para
custear as despesas correntes e de capital necessárias à organização e ao
funcionamento da unidade gestora do RPPS”.30
Informe-se qual o limite de despesas do seu instituto.
Não contrate, não assume nenhuma despesa, nenhuma, antes de
conhecer bem, projetar quais serão as suas despesas, todas elas, para somente
após isto assumir novos compromissos.
O controle destas despesas é exclusivamente seu e da sua equipe.
Observe-o rigorosamente.
É importante frisar que a taxa de administração só poderá ser utilizada
com as despesas de manutenção de seu regime próprio, nada mais.
As eventuais sobras de cada exercício devem ser aplicadas em contas
distintas dos demais recursos.
Recentemente a taxa de administração sofreu nova regulamentação pela
Secretaria de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. 31

30 Inciso XIII do Art.2º da ON 02/2009


31
Portaria 19.451 de 18/08/2020

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A taxa de administração, além da previsão na legislação local, terá como


base o percentual “aplicados sobre o somatório da remuneração de contribuição
de todos os servidores ativos vinculados ao RPPS” não mais incidindo também,
como constava na redação anterior sobre os “proventos e pensões dos segurados”.
Em compensação previu como limite da referida Taxa percentuais
diferentes de acordo com o porte32 do RPPS nos seguintes parâmetros:
a) - até 2% para os RPPS dos Estados e Distrito Federal, classificados
no grupo Porte Especial do Indicador de Situação Previdenciária dos RPPS - ISP-
RPPS,
b) - de até 2,4% para os RPPS dos Municípios classificados no grupo
Grande Porte do ISP-RPPS;
c) - de até 3,0% para os RPPS dos Municípios classificados no grupo
Médio Porte do ISP-RPPS;
d) - de até 3,6% para os RPPS dos Municípios classificados no grupo
Pequeno Porte do ISP-RPPS.
Em decorrência da alteração da base de cálculo, de um lado, e do
aumento dos percentuais, de outro, o gestor do RPPS deverá atentar-se sobre o
impacto que estes novos parâmetros terão em suas receitas e a necessidade de
adequação de suas despesas à nova realidade.
Aos novos percentuais poderão ser acrescidos vinte por cento, desde que
os recursos adicionais sejam utilizados para:
a) - certificação institucional no âmbito do Programa de Certificação
Institucional e modernização da Gestão dos RPPS nos termos da Portaria
185/2015;
b) - certificação para nomeação e permanência de dirigentes do órgão
ou entidades gestora do RPPS, do responsável pela gestão de recursos e dos

32
A classificação do porte de cada RPPS pode ver verificada em:
https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/indicador-de-
situacao-previdenciaria/indicador-de-situacao-previdenciaria-2

30
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membros dos conselhos deliberativo e fiscal e do comitê de investimentos dos


gastos relativos a preparação, obtenção e renovação da certificação e capacitação
e atualização dos gestores e membros dos conselhos e comitê.
Além de estabelecer os percentuais a nova Portaria trouxe também, de
maneira mais detalhada, comparada à redação anterior, as despesas que poderão
ser suportadas com a Reserva Administrativa eventualmente apurada para:
a) - aquisição, construção, reforma ou melhorias de imóveis destinados a
uso próprio do órgão ou entidade gestora nas atividades de administração,
gerenciamento e operacionalização do RPPS; vedada a utilização destes bens para
investimento ou uso por outro órgão público ou particular para quaisquer fins,
inclusive assistenciais, exceto se devidamente remunerados de acordo com os
parâmetros da meta atuarial do RPPS.
b) - reforma ou melhorias de bens vinculados ao RPPS e destinados a
investimentos, desde que seja garantido o retorno dos valores empregados,
mediante verificação por meio de análise de viabilidade econômico-financeira.
A administração dos recursos da Taxa de Administração deverá observar
ainda:
a) - gestão em contas bancárias e contáveis distintas dos recursos dos
pagamentos dos benefícios;
b) - será constituída pelas sobras de custeio administrativo apurada no
final de cada exercício e dos rendimentos mensais;
c) - a possibilidade de reversão, no todo ou em parte, para pagamento
dos benefícios dos regimes próprios, mediante autorização legislativa e aprovação
do Conselho deliberativo, vedada a devolução dos recursos ao ente federativo.
Ainda quanto a utilização dos recursos da Taxa de Administração a
Portaria estabeleceu parâmetros para os gastos com assessorias prevendo que:
a) - estes serviços deverão ter como escopo atividades que contribuam
para a melhoria da gestão, dos processos e dos controles, vedada a substituição
das atividades decisórias dos órgãos dos RPPS;

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b) - valor contratual não poderá ser estabelecido como parcela, fração ou


percentual da Taxa de Administração ou como percentual de receitas ou ingresso
de recursos futuros;
c) - as despesas com estes serviços não poderão ser superiores a 50%
do valor destinado anualmente a título de taxa de administração nos termos do
inciso II do caput do Art.15 da Portaria 402.
Os parâmetros dos contratos de assessoria deverão ser observados para
aqueles firmados após a publicação da Portaria aqui em comento ou para aqueles
já vigentes até 31/12/2021.
Os novos parâmetros da Taxa de administração deverão entrar em vigor
a partir do primeiro dia do exercício subsequente, mas implementadas até
31/12/2021.

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14. A base de dados das informações

A gestão dos regimes próprios não é apenas a concessão dos benefícios


e aplicação de recursos, é também gerir a massa de servidores ativos e inativos do
seu município, que inclui aqueles da Prefeitura, da Câmara e das autarquias.
Esta base de dados deve merecer uma atenção especial. Tê-la e mantê-
la atualizada é fundamental. Todo servidor efetivo nomeado deve ter um cadastro
que no mínimo deve conter: nome do servidor, sexo, data nascimento, data de
nomeação para o cargo público atual, cargo atual, seus dependentes e todo tempo
de contribuição anterior ao vínculo com o serviço público.
Para dar um exemplo singelo desta importância imagine que um servidor
tenha ingressado no serviço público em janeiro de 2021 e que no seu cadastro
conste que ele tem um filho de 20 anos de idade. Muito bem. Em geral a pensão
para este filho seria apenas até os 21 anos, portanto ele seria excluído do rol dos
dependentes daquele servidor já no próximo exercício posterior à sua posse.
Correto? Imagine agora que este dependente seja inválido, ou seja, ele
permanecerá como dependente do servidor até sua morte. Este fato altera
completamente as projeções do atuário e são detalhes assim que no momento do
cadastro fazem toda diferença e como a vida é dinâmica acompanhar a vida dos
servidores é fundamental. Daí a necessidade periódica de recadastramento,
inclusive previsto na própria legislação.
Contrate um bom software que possibilite o cadastro dos servidores do
seu regime próprio. A base de dados revelará sempre a realidade, nem sempre
aquela que você queria, mas é aquela que você tem. E é sobre ela que você e os
dirigentes do seu município deverão agir.
Por outro lado, procure entrar em contato com o Setor de Recursos
Humanos da Prefeitura, Câmara e Autarquias, quem sabe possam estabelecer um

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protocolo para que os novos servidores apenas sejam nomeados se apresentarem


um documento expedido pelo seu regime próprio comprovando que ele já efetuou
o seu cadastro. Assim o banco de dados espelhará com maior fidelidade a
realidade evitando distorções no cálculo atuarial.

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15. O cálculo atuarial

Os parâmetros técnicos para a elaboração do cálculo atuarial estão


disciplinados na Portaria 464 de 20/11/2018.
É obrigação legal encaminhá-lo ao Ministério da Previdência anualmente
até o dia 31 de março.
Verifique quais providências já foram tomadas para a elaboração deste
cálculo.
Se nada foi feito tome você as primeiras providências. Procure um bom
atuário, pesquise na sua região quais os profissionais prestam este serviço. Há
inclusive instituições financeiras públicas que oferecem este serviço gratuitamente.
Para que o cálculo atuarial reflita de maneira confiável a situação atuarial
e financeira do seu instituto é fundamental que a sua base de dados esteja
atualizada. Sem isto o cálculo é uma obra de ficção, o que poderá causar distorções
graves e com consequências futuras muito prejudiciais ao seu Instituto em primeiro
lugar e ao seu Município posteriormente e até aos servidores com aumento da
alíquota de contribuição.

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16. A Concessão de Benefícios


Aposentadorias e Pensões

A razão de ser de um regime próprio é receber as contribuições


previdenciárias, aplicar estes recursos para a formação de uma reserva financeira,
conceder benefícios previdenciários, atualmente, em razão da EC nº 103, apenas
aposentadorias e pensões e pagá-los regularmente até sua extinção.
O momento do requerimento e a posterior concessão destes benefícios
é um momento importante para a vida do servidor, afinal é o momento da tão
sonhada aposentadoria, que para ele é um prêmio após anos e anos de trabalho.
Saiba entender este momento.
Oriente-o. Orientá-lo não é tomar a decisão por ele. Longe disto, é dar-
lhe as opções e suas consequências para que ele tome a decisão mais acertada
que refletirá no restante da sua vida.
Exponha as possibilidades que ele tem, quem sabe ele possa ouvir outras
pessoas e não tomar nenhuma decisão no afogadilho. Quem sabe você possa
desenvolver um trabalho preparatório para quem tem expectativa de se aposentar
para que o servidor seja orientado para esta fase de transição que não é fácil.
A expectativa da aposentadoria, não raramente, se torna em frustração
pouco tempo depois por várias razões: pela redução dos rendimentos, pela falta de
perspectiva –pessoal e profissional. O servidor antes de chegar a esta constatação
precisa estar preparado para isto.
Há exemplos, Brasil afora, de RPPS que desenvolvem trabalhos muito
interessantes de preparação para aposentadoria, alguns materiais inclusive
disponíveis na internet.

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17. A revisão dos benefícios concedidos

Paralelamente ao cuidado com a base cadastral procure verificar quais


os benefícios atualmente estão em vigor, principalmente as aposentadorias e
pensões.
Quanto às pensões verifique se não há pessoas que estão recebendo
estes benefícios irregularmente em razão da idade por exemplo. Se houver dúvida
procure saná-las. Manter a continuidade do pagamento de uma pensão
irregularmente além de ilegal traz prejuízos financeiros a seu instituto e à imagem
do gestor.
Verifique também se a atualização dos proventos das aposentadorias é
realizada corretamente. Há duas regras: uma com paridade com os servidores
ativos e outra realizada, em geral, pelo mesmo índice do regime geral. Estes
reajustes são estabelecidos pela regra de aposentadoria que fundamentou a
passagem para inatividade do servidor. Por exemplo: aqueles que se aposentaram
por idade após a Emenda Constitucional 41 devem ter seus proventos reajustados
pelos mesmos índices do regime geral e não com paridade com os servidores
ativos.
Outro ponto a ser observado, desde a promulgação da Emenda
Constitucional 103 é a questão do acúmulo de benefícios previdenciários 33. De
acordo com a reforma da previdência34, os acúmulos de aposentadorias e pensões
são permitidos, mas se os valores forem superiores a um salário-mínimo, o
benefício concedido ao cônjuge, sofrerá uma redução.

33 Informativo Four Info nº 6 de 16/12/2019


34 Art.24 da EC 103

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Observe se, em todos os benefícios concedidos por seu RPPS a partir


de 13/11/2019, a nova disciplina em relação ao acúmulo foi observada. Caso não
tenha sido é preciso agir para que aquele dispositivo da emenda seja observado.

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18. O Certificado de Regularidade


Previdenciária

Este documento emitido pelo Ministério da Previdência é o principal meio


de controle e, portanto, o principal espelho que reflete a boa gestão dos regimes
próprios.
Para consultar o Certificado do seu Município acesse:
https://cadprev.previdencia.gov.br/Cadprev/pages/publico/crp/pesquisarEnteCrp.x
html.
Para obtê-lo é necessário observar nada mais nada menos do que trinta
quesitos agrupados em: Análise da Legislação, Auditoria do RPPS, Equilíbrio
Financeiro e Atuarial, Informações Contábeis, Informações Previdenciária e
Repasses, Investimentos dos Recursos Previdenciários, dentre outros.
Há providências que não dependem da gestão do regime próprio, como
por exemplo a regularidade dos repasses das contribuições. Mas em sua maioria
são informações gerenciais às quais compete ao gestor atender.
É um documento importantíssimo para o Município, talvez mais do que
para o seu Instituto.
Por quê?
Porque sem ele o Município está impedido de receber recursos por
transferências voluntárias da União e de qualquer de seus órgãos. Sem ele o seu
Município não poderá celebrar convênios com o Governo Federal. O seu Município
perderá verbas, muitas vezes para áreas essenciais.

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19. A aplicação dos recursos financeiros

Talvez este seja para muitos o maior desafio.


Por questões históricas os órgãos públicos brasileiros são deficitários.
Não têm o hábito de lidar com abundância de recursos e se eles existem –fato
extremamente raro- são, na maioria das vezes utilizados em obras ou ampliação
e/ou melhoria dos serviços já existentes. Portanto administram passivos e não
ativos. Não há, desta forma, uma experiência acumulada nos servidores públicos
em lidar com o universo das aplicações financeiras, principalmente de recursos
que, muitas vezes, são de grande monta.
Os Institutos em sua maioria têm um ativo considerável que, devem ser
aplicados de acordo com regras muito rígidas estabelecidas pelo Conselho
Monetário Nacional.
Conheça estas regras, elas estão estabelecidas na Resolução CMN nº
3.922, de 25 de novembro de 2010. Só aplique como e onde for permitido. Lembre-
se quanto maior o rendimento maior o risco. Não há milagres que façam o dinheiro
multiplicar, há recursos bem ou mal aplicados.
Neste cenário, é relevante que todas as aplicações de recursos
financeiros (novas ou aportes), sejam aprovadas pelos conselhos competentes,
além do necessário registro em ata.
É importante consultar constantemente a lista de fundos vedados para
receber aplicações do RPPS: http://sa.previdencia.gov.br/site/2018/08/FUNDOS-
VEDADOS-CARTEIRA-DOS-FUNDOS_28082018.pdf.
Cabe destacar que a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados
Financeiro e de Capitais. (ANBIMA), entidade responsável pela certificação CPA-
10, dentre outros, disponibiliza material de estudos gratuitamente para os

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interessados. https://www.anbima.com.br/pt_br/educar/certificacoes/cpa-
10/material-de-estudos/material-de-estudos-cpa-10.htm.

Outra Entidade que disponibiliza materiais sobre investimentos é a


Comissão de Valore Mobiliários que pode ser acessado no endereço
https://www.investidor.gov.br/publicacao/LivrosCVM.html.

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20. Considerações Finais


Em síntese há um longo – e tomara que belo – trabalho a ser realizado.
Mãos à obra. A boa gestão do seu instituto depende de você e da sua
equipe.
Bom trabalho.
Se precisar, conte conosco!

FOUR INFO DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE LTDA

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Conheça agora as
soluções da Four Info
para o seu Instituto!
Soluções originais e de qualidade com foco em
eficiência, segurança e assertividade para a gestão
de RPPS.
Previdenciário
Desenvolvido para Fundos ou Institutos de Previdência dos
municípios para o completo gerenciamento de aposentadorias e
benefícios dos servidores.
Cadastrar servidores, projetar as datas prováveis de
aposentadoria, administrar benefícios concedidos, emitir relatórios
individuais e gerenciais faz do Previdenciário a melhor ferramenta
para facilitar e trazer rapidez e segurança ao seu trabalho.
Para obter precisão nos cálculos previdenciários, o software é
constantemente atualizado conforme as exigências da Secretaria
de Previdência atualmente subordinada ao Ministério da Fazenda.

Folha de Pagamento
Desenvolvido para Fundos ou Institutos de Previdência dos
municípios para gerenciar a folha de pagamento dos
aposentados, pensionistas, auxílios-doença, salários maternidade
e auxílios reclusão e servidores ativos do RPPS.
O diferencial deste software está na integração com o
sistema de concessão de benefícios, onde todos os benefícios
concedidos são automaticamente disponibilizados na folha de
pagamento, em razão da utilização de uma base única de
cadastro facilitando e dando segurança nas informações e
comunicação entre setores.

Protocolo
Para os Institutos e Fundos de Previdência o controle de
entradas de documentos se faz necessário quando a demanda de
solicitações é grande, o que pode gerar atrasos nos processos ou
menor controle.
O software controla e protocola os pedidos e solicitações
encaminhados aos Institutos ou Fundos dando ao servidor maior
segurança e confiança na prestação de serviços.

Arrecadação
Possibilita a administração de recolhimento de
contribuições previdenciárias (via importação) de cada servidor e
patronal, por fonte pagadora, de forma individualizada. Possibilita
a emissão de relação de contribuintes do RPPS, com informações
de contribuição da entidade e servidor.
É possível identificar os repasses não realizados em uma
determinada competência e para determinados servidores, bem
como lançar os valores de multa e juros para cálculo de atrasados.
Emite guia de recolhimento mensal e boletos com código
de barras, discriminando valores de contribuição dos servidores, do
empregador, déficit atuarial, atualização monetária e juros,
individual e por órgão.
Recadastramento Web
Disponibiliza de formulário WEB acessado via
browser/internet com dados pré-determinados pelo RPPS
para efetuação de recadastramento remotamente.
Permite que o servidor realize a projeção de datas de
aposentadorias a partir do browser/internet utilizando os
dados de tempo de contribuição registrados no Módulo
Previdenciário.

Portal Serviços Online


Disponibiliza o extrato de contribuições do servidor
ativo gerados pelo sistema Previdenciário para acesso via
browser/internet.
Disponibiliza Holerites/Contracheques gerados pelo
sistema Folha para acesso via browser/internet.
Disponibilização Informes de Rendimentos gerados
pelo sistema Folha para acesso via browser/internet.

App Minha Previdência


O aplicativo permite que o servidor (ativo, aposentado ou
pensionista) tenha acesso ao seu Contra Cheque/Holerite,
Informe de rendimentos no seu celular, baixando o arquivo e
imprimindo, tendo a facilidade de obter facilmente seus dados.
O servidor consegue fazer a simulação da sua
aposentadoria, tendo noção da data e valor do seu benefício.

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